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A QUEDA

 

1 O QUE SUA LIBERDADE NÃO EVITA João 3.16

 

2 A ÚNICA ORIGEM DE TODO MAL Gênesis 3.1

 

3 O ETERNO FRUTO PROIBIDO Gênesis 2.16-18

 

4 O QUE SIGNIFICA ESCONDER-SE DE DEUS Gênesis 3.7-13

 

5 O DESTINO DA SERPRENTE Gênesis 3.15

 

6 O DESTINO HUMANO Gênesis 3.15-24

 

7 SALVAÇÃO NO JARDIM Gênesis 3.15

 

8 RESTAURAÇÃO ANTE DA DECADÊNCIA Gênesis 3


 

1

O QUE SUA LIBERDADE NÃO EVITA

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho

TOPO

 

JOÃO 13.17

 

O prazer e a alegria da vida são possíveis, mesmo num mundo de tanta decadência. Mas tudo isto só é possível pelo conhecer e praticar os princípios do Evangelho eterno.

Somos livres para conhecer e escolher entre OBEDECER ou fazer NOSSA VONTADE. Mas seguramente, cada caminho escolhido nos obrigará consequências inevitáveis.

 

1-CONHEÇA O BEM, EVITE O MAL

 

Em meio a tudo o que Deus deu aos nossos primeiros pais no Éden, veio também um aviso: “De toda árvore do jardim você pode comer livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal você não deve comer; porque, no dia em que dela comer, você certamente morrerá” (Gênesis 2:16, 17). Esse aviso contra comer da árvore do conhecimento do bem e do mal mostra que, embora Adão e Eva devessem conhecer o bem, não deviam conhecer o mal. Certamente, podemos entender o porquê, não é mesmo?

 

2-VOCÊ É LIVRE PARA ESCOLHER, MAS NÃO É LIVRE PARA COLHER AS CONSEQUÊNCIAS DAS SUAS ESCOLHAS.

 

EVA

Podia comer o fruto, tanto que o fez, mas as terríveis consequências do pecado foram certas e irrevogáveis.

DAVI

Foi livre para adulterar com Bateseba, mas não teve como evitar os 4 terríveis consequências sobre ele e sua família: a morte imediata do bebê gerado; o abuso sexual de Amom à sua meia-irmã Tamar; o assassinato de Amom por seu irmão Absalão; e a tentativa de Absalão de tomar-lhe o trono de Israel.

SALOMÃO

Foi livre para unir-se politicamente a outros reinos casando-se com mulheres pagãs, mas não teve como evitar que elas lhe corrompessem o coração, levando-o à idolatria.

POVO DE ISRAEL

Foi livre para rebelar-se contra Deus no deserto, mas teve que colher as consequências, deixando de entrar toda aquela geração na terra prometida.

 

INSPIRAÇÃO JUVENIL 1983-128-Preso Afinal

"E sabei que o vosso pecado vos há de achar." Números 32.23.

Nada houve de incomum em relação à meninice de Willie Sutton. Sua família vivia numa modesta casa gemi nada na High Street, no Brooklyn. Seu pai era ferreiro. Sua família parecia ser uma feliz família comum, que ia à igreja regularmente. A mãe de Willie muitas vezes o mandava ao armazém da esquina para comprar alimentos. Um dia ele meteu disfarçadamente algumas coisas no bolso enquanto o dono do armazém ou o ajudante não estavam observando. Ele repetiu isto várias vezes mais. O passo seguinte foi visitar o armazém à noite. Ele entrou pela janela dos fundos e meteu no bolso o dinheiro que estava na caixa registradora. Ninguém suspeitou de Willie Sutton. Ao se tornar homem, ele achou mais fácil roubar banco do que trabalhar. Foi de cidade em cidade praticando roubos cada vez maiores. Umas poucas ocasiões ele foi preso e metido na cela, mas sempre conseguia escapar e voltar a sua vida de crime. Então um dia a brincadeira terminou. Ele foi identificado no metrô de Nova Iorque e denunciado à polícia. Como resultado, no dia 2 de maio de 1952, Willie Sutton ouviu pela última vez perante o juiz no tribunal do condado de Queens, na cidade de Nova Iorque a sentença: “A Corte sentencia o prisioneiro a ser confinado numa prisão estadual por um período não inferior a 30 anos." Cansado dos anos estéreis de sua vida, Willie escreveu sua autobiografia. Sabia que alguns jovens o olhariam como herói; que assim como ele conseguiu escapar tantas vezes, eles também poderiam conseguir. Mas ele queria adverti-los sobre onde finalmente tal caminho levaria. Ele disse: "Eu estudei a arte de roubar assim como um homem honesto estuda direito ou contabilidade. Fiz do crime uma ciência. E todavia, perdi!" Os que transgridem a lei perdem sempre. Um dia seus pecados os acharão. Mais cedo ou mais tarde o dia do acerto de contas chegará; porque todos teremos de comparecer perante o tribunal de Deus. Você tem procurado esconder algo que tenha feito? Por que não busca o perdão antes do dia do juízo, mediante confissão do seu pecado? Se você lançou mão de algo alheio, devolva ou faça planos para pagá-lo. Peça a Deus que impeça você de seguir os passos de Willie Sutton.

 

3-O QUE SIGNIFICAVA A “SENTENÇA DE MORTE”

 

A ameaça de morte associada à advertência sobre a desobediência (Gênesis 2:17) se cumpriria: eles morreriam (Gênesis 3:19). Além de serem proibidos de comer da árvore, também foram expulsos do jardim do Éden (Gênesis 3:24) e, portanto, não tinham mais acesso ao que poderia ter-lhes dado a vida eterna como pecadores (Gênesis 3:22).

 

HÁ UMA LEI UNIVERSAL: Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Gálatas 6:7

 

4-DEUS SEMPRE DÁ ESPERANÇA EM MEIO À CRISE!

No entanto, em meio a essa tragédia, veio a esperança apresentada em Gênesis 3:15, chamada de protoevangelho, ou “a primeira promessa do evangelho” encontrada na Bíblia, a primeira vez que os humanos ouviram que, apesar da queda, Deus criou uma saída para todos nós.

 

EVA

Apesar de seu enorme pecado ao comer o fruto proibido, Deus prometeu dar a ela filhos, e por meio deles viria o Salvador da humanidade.

NOÉ

Mesmo em meio à mais corrupta geração da história da Terra e por isto destruída pelo dilúvio, Deus apontou um meio de escape, ordenando que Noé construísse a arca para que todos os que desejassem fossem salvos da destruição iminente.

JACÓ

Logo após enganar o pai e o irmão e fugir deste para preservar sua vida, Deus vai atrás de Jacó, dá-lhe o sonho da escada, e revela que estaria com ele por todo o seu jornadear, protegendo, abençoando-o, e um dia lhe daria Canaã como herança perpétua!

 

 

APELO

Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao SENHOR; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra. Oséias 6.3.

 

FONTE

 

Lição da Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Autor: Jacques B. Doukhan. Casa publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil

 

 

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2022 Artur Nogueira SP Brasil

 

 


 


 

2

A ÚNICA ORIGEM DE TODO MAL

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho

TOPO

 

GÊNESIS 3:1; 2 Coríntios 11:3; Apocalipse 12:7-9.

Quem era a serpente e como esta enganou Eva?

 

1-SERPENTE (O DIABO), ORIGEM E SÍMBOLO DO MAL

 

O texto começa com “a serpente”. A sintaxe da frase sugere ênfase: Além disso, “a serpente” tem o artigo definido, indicando que se trata de uma figura bem conhecida, como se o leitor já devesse saber quem é. Assim, a existência desse ser é afirmada desde a primeira palavra do capítulo.

As Escrituras identificam a serpente como o inimigo de Deus (Isaías 27:1) e explicitamente a chamam de “diabo e Satanás” (Apocalipse 12:9). Da mesma forma, no antigo Oriente Próximo, a serpente personificava o poder do mal.

 

2-ELE NÃO APARECE, MAS PREFIGURA-SE

 

“Para realizar sua obra sem que fosse percebido, Satanás preferiu fazer uso da serpente como médium, um disfarce bem adequado ao seu propósito de enganar. Naquele tempo, a serpente era uma das criaturas mais astutas e belas da Terra. Tinha asas e, enquanto voava, apresentava um esplendor deslumbrante, tendo a cor e o brilho de ouro polido” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 29 [53]).

Sua tentação pode ser oferecida de várias formas, belas, atrativas e aparentemente boas.

 

Sansão – por meio de um casamento, mas com uma pagã

Daniel – por meio de um jantar real, mas oferecido a ídolos

José – sexo livre ordenado por sua patroa, sua dona, mas ela não era sua esposa!

 

3-SATANÁS, NOSSO INIMIGO, É REAL

 

Ao falar sobre o diabo, em qualquer forma que apareça, a Bíblia não traz uma simples metáfora. Satanás é descrito como um ser literal e não apenas um símbolo retórico ou um princípio abstrato para representar o mal ou o lado tenebroso da humanidade. Portanto, não subestime seu inimigo!

 

INSPIRAÇÃO JUVENIL 1977-373- COMO LEÃO QUE RUGE

Sede sóbrios e vigilantes; o diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar. 1 Pedro 5.8

Perto de uma lagoa, nos plainos da África, pasta um rebanho de antílopes. Tudo parece calmo e pacífico. Mas para além do capinzal ondulante, na clareira, há uma grande casa de cupim. A sua sombra, um enorme animal. A leoa, achata-se no chão com tanta força, que se diria parte da própria terra. Tem os músculos tesos, como que à espera de um sinal. Ouve se, uma como tosse, vinda do outro lado. É o sinal para atacar. O grande felídeo levanta-se e corre fulminantemente em direção ao rebanho, de antílopes, tangendo para um pequeno, vale. A espera estão seu parceiro e dois outros leões. Galopando ao lado um antílope o leão dá-lhe um tapa com sua pata poderosa. O animal cai. Instantaneamente o Leão mete-lhe os dentes na nuca. Com uma das patas enterrada no ombro da vítima, mete a outra atrás da cabeça do animal, força-a para trás, quebrando-lhe a nuca. A astúcia da terrível estratégia dos leões superou o veloz antílope. Não reconhecera o sinal, e correra direito para a fatal armadilha. 0 planejamento e a execução cumprira-se perfeitamente, porque, os antílopes estavam despercebidos. Poderia se dar que você esteja em tão grande perigo, como aquele antílope? Como o leão, Satanás, demasiado sábio para atacar de frente, vigia e espreita pelo momento que você relaxe sim vigilância. Ele espera o sinal da fraqueza, uma indicação de que você esteja disposto a praticar o mal. O som de um tossido é coisa pequena, mas como pequenas provas na vida, o deixar de ouvir o sinal pode acarretar a sua vida grande Mal. Quando você menos suspeitar que haja perigo, ele lhe salta era cima, para estrangulá-lo. Por seis mil anos, Satanás tem astutamente colocado, muitas armadilhas mortíferas para o povo de Deus, sempre do aos pontos, fracos, quando a vítima está despercebida. Pedro que caiu ante o seu ataque, tem para nós, as palavras de nosso verso áureo.

 

4-PARA ENGANAR, SEMPRE CITA A BÍBLIA, MAS DISTORCENDO O TEXTO.

 

A serpente não se apresentou como inimiga de Deus, ao contrário, se referiu às palavras de Deus, as quais ela repetiu e parecia apoiar. Ou seja, desde o início, podemos ver que Satanás gosta de citar Deus e, como se verá mais tarde, até cita as próprias Escrituras (Mateus 4:6- A Tentação de Cristo).

Observe também que a serpente não discutiu imediatamente com a mulher, mas fez uma pergunta indicando que acreditava no que o Senhor disse. Afinal, perguntou: “É verdade que Deus disse [...]” (Gênesis 3:1)? Assim, desde o início, podemos ver o quanto esse ser era astuto e enganador.

 

APLICAÇÃO

Se Satanás foi capaz de enganar uma pessoa sem pecado no Éden, quanto mais vulneráveis somos nós? Qual é a nossa melhor defesa contra seus enganos?

 

APELO

 Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra. Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti. Salmo 119.9-11

 

FONTE

 

Lição da Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Autor: Jacques B. Doukhan. Casa publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil

 

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2022 Artur Nogueira SP Brasil


 

3

O ETERNO FRUTO PROIBIDO

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho

TOPO

 

GÊNESIS 2:16, 17 e 3:1-6 (ver também João 8:44).

 

Compare as palavras da ordem divina a Adão com as palavras da serpente à mulher. Quais são as diferenças entre as falas e qual é o significado dessas diferenças?

 

1-O QUE É SER SAGAZ?

 

Observe os paralelos entre a conversa de Deus com Adão (Gênesis 2:16, 17) e a conversa de Eva com a serpente. É como se a serpente tivesse substituído Deus e soubesse ainda mais do que Ele. A princípio, ela apenas fez uma pergunta, dando a entender que a mulher talvez tivesse entendido mal a ordem divina; porém, em seguida, Satanás questionou abertamente as intenções de Deus e até O contradisse.

 

2-O QUE SEMPRE FICA CLARO EM UMA TENTAÇÃO?

 

O ataque de Satanás envolvia duas questões: a morte e o conhecimento do bem e do mal.

 

CONTRADIZER A DEUS

Enquanto Deus afirmou de maneira clara e enfática que a morte deles seria certa (Gênesis 2:17), Satanás disse que, ao contrário, não morreriam, sugerindo que os humanos eram imortais (Gênesis 3:4).

 

MENTIRAS LISONJEIRAS

Enquanto Deus proibiu Adão e Eva de comer do fruto, Satanás os encorajou a fazê- lo, pois, comendo-o, seriam como Deus (Gênesis 3:5).

 

PROMESSAS APARENTEMENTE VANTAJOSAS

Os dois argumentos de Satanás, imortalidade e semelhança com Deus, convenceram Eva a comer o fruto.

 

3-O QUE GERALMENTE SENTIMOS ENQUANTO ESTAMOS PECANDO?

 

PENSAMOS: “DEUS ESTVA ERRADO E EU ESTOU CERTO!”

É preocupante o fato de que tão logo a mulher decidiu desobedecer a Deus e comer o fruto proibido, ela se comportou como se Deus não estivesse mais presente e tivesse sido substituído por ela mesma.

O QUE “EU ACHO” SUBSTITUI O QUE “DEUS DISSE”!

O texto bíblico alude a essa mudança de personalidade. Na avaliação de Eva sobre o fruto proibido, a Bíblia usou a linguagem de Deus: “vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer” (Gênesis 3:6). Isso lembra a avaliação de Deus sobre Sua criação: “e viu [...] que era boa” (Gênesis 1:4, ARC, etc.).

 

4-O QUE ESTÁ POR DETRÁS DA DOUTRINA DA IMORTALIDADE DA ALMA E DE TODO PAGANISMO, SEJA O MATERIALISMO ECONÔMICO OU O ACADÊMICO?

 

Essas duas tentações, a de ser imortal e a de ser como Deus, estão na raiz da ideia de imortalidade das antigas religiões egípcia e grega. O desejo de imortalidade, que acreditavam ser um atributo divino, obrigava essas pessoas a buscar a condição divina a fim de adquirir a imortalidade. Sorrateiramente, essa forma de pensar se infiltrou nas culturas judaico-cristãs e deu origem à crença na imortalidade da alma, que ainda subsiste em muitas igrejas. Esse é o ETERNO FRUTO PROIBIDO do Éden!

 

Pois quando pecamos, é exatamente o contrário o que nos acontece. Em vez de eterno, e iguais a Deus em Sua ternidade e sabedoria, degradamos, nos tornamos cada vez mais tolos e inconsequentes, até chegarmos à inexistência pela morte! Eclesiastes 9.5,6,10.

 

4-DEPOIS DE PECAR, O QUE GERALMENTE NOS TORNAMOS?

 

Agentes de Satanás!

E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Gênesis 3.6.

 

PARA PENSAR

Algumas crenças ensinam que há algo inerentemente imortal em nós. Como nossa compreensão do estado dos mortos nos protege contra esse engano perigoso?

 

INSPIRAÇÃO JUVENIL 1992-230- Curiosidade Também Mata

Há alguns anos, um grupo de garotos entre seis e oito anos de idade, passou um dia divertindo-se no campo, próximo a uma cidade do centro-oeste americano. Pouco depois de regressarem a casa, ao entardecer, os pais começaram a perceber que os garotos se comportavam de modo estranho. Alguns deles riam tolamente, sem poder parar. Outros tentavam apanhar objetos imaginários no ar. Alguns começaram a latir como cães. Dois deles simplesmente se arrastavam sob os móveis chorando e gemendo. Os pais, assustados, não sabiam o que fazer por seus filhos. No dia seguinte, todos os garotos voltaram ao seu comportamento normal, mas ainda permaneceram adoentados por mais três dias. Interrogados sobre a causa do problema, descobriu-se que os jovens haviam comido algumas folhas de um vegetal chamado estramónio ou figueira-do-inferno, muito encontrado naquela região. E normal as crianças mastigarem folhas ou hastes de plantas silvestres, e via de regra, esse hábito é inofensivo. O estramônio, porém, é uma planta venenosa que tem matado tanto adultos como crianças. Os garotos tiveram sorte que os efeitos da planta apenas alteraram o seu comportamento. Em nossos dias, quando as drogas alucinatórias são tão comuns, as experiências com plantas parecem comuns. Os perigos envolvidos, porém, são muito reais. Há muitas teorias sobre os motivos porque as crianças e os jovens fazem experiências perigosas. Frequentemente expressa-se a opinião de que ou eles são extremamente curiosos, ou desejam participar das atividades de seus amigos - mesmo que essas atividades possam se revelar nocivas. A curiosidade foi um dos fatores que levaram Eva a comer do fruto proibido. E aquela curiosidade, aliada à desobediência das instruções divinas, acarretou sobre ela e a humanidade uma doença espiritual que já se vem prolongando por quase seis mil anos. A curiosidade certamente tem o seu lugar, mas precisa ser dominada segundo os limites estabelecidos por Deus, que nos mostram até onde podemos ir. Quando obedecemos a Deus, nos achamos em segurança, mas corremos sério risco quando desobedecemos.

 

APELO

Portanto, sujeitai-vos a Deus. Resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós! Tiago 4.7

 

FONTE

 

Lição da Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Autor: Jacques B. Doukhan. Casa publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil

 

 

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2022 Artur Nogueira SP Brasil

 


 


 

4

O QUE SIGNIFICA “ESCONDER-SE DE DEUS”?

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho

TOPO

 

GÊNESIS 3:7-13.

Por que Adão e Eva sentiram a necessidade de se esconder de Deus? Por que Deus perguntou “Onde você está?” Como Adão e Eva procuraram justificar seu comportamento?

 

1-O PECADO SEMPRE TE DEIXA NU

 

Depois de pecar, Adão e Eva se sentiram nus, pois tinham perdido suas vestes de glória, que refletiam a presença de Deus (ver Salmo 8:5, compare com Salmo 104:1, 2).

A imagem divina foi afetada pelo pecado.

 

EXEMPLOS DE NUDEZ DEPOIS DE PECAR

Belsazar depois que tomou vinho nos utensílios sagrados do Templo de Jerusalém – Daniel 5.1-6

Davi depois de pecar com Batseba, mandar matar Urias, o esposo dela, e esconder tal erro por 1 ano – Salmo 32.3-4

Pedro depois de negar a Jesus 3 vezes e por um instante dar de cara com o Seu santo olhar– Lucas 22.61-62

Motivo? Não há como se justificar. O pecado nunca está certo!

 

2-PRODUZIR JUSTIÇA PRÓPRIA COM SUAS PRÓPRIAS MÃOS

 

O verbo “fazer”, na frase “fizeram cintas para si” (Gênesis 3:7), era até então aplicado apenas a Deus, o Criador (Gênesis 1:7, 16, 25, etc.). É como se eles substituíssem o Senhor ao tentar encobrir seus pecados, um ato que Paulo denuncia como justiça pelas obras (Gálatas 2:16).

Só Deus pode prover para si o Cordeiro que nos tira o pecado – Gênesis 22.7-8, João 1.29.

 

3-DEUS SEMPRE FAZ PERGUNTAS

 

Ao Se aproximar, Deus perguntou: “Onde você está?” (Gênesis 3:9), o mesmo tipo de pergunta que fez a Caim (Gênesis 4:9). Claro, Deus sabia as respostas. Suas perguntas foram feitas em benefício dos culpados, para ajudá-los a perceber o que haviam feito e, ao mesmo tempo, levá-los ao arrependimento e à salvação. A partir do momento em que os humanos pecaram, o Senhor esteve trabalhando para sua salvação e redenção.

 

4-TODOS IREMOS COMPARECER DIANTE DO TRIBUNAL DIVINO

 

Todo o cenário reflete a ideia do juízo investigativo, que começa com o Juiz, que interroga o culpado (Gênesis 3:9) a fim de prepará-lo para a sentença (Gênesis 3:14-19). Mas Ele também faz isso para levar ao arrependimento, que conduzirá à salvação (Gênesis 3:15).

Eclesiastes 11.9 – você é livre para escolher o que quiser fazer com sua vida. Mas é inevitável: quem te deu tal vida te pedirá contas de como a administrou!

 

5-CULPAR OS OUTROS POR NOSSAS ESCOLHAS É COVARDIA INTELECTUAL!

 

No início, Adão e Eva tentaram fugir da acusação, procurando culpar um ao outro, atitude comum entre pecadores. À pergunta de Deus, Adão respondeu que foi a mulher que o Senhor lhe tinha dado (Gênesis 3:12) que o havia levado a fazer isso. Foi culpa dela (e, implicitamente, de Deus também), não dele.

Eva respondeu que foi a serpente que a enganou. O verbo hebraico nasha’, “enganar” (Gênesis 3:13), significa dar às pessoas falsas esperanças, levando-as a acreditar que estão fazendo a coisa certa (2 Reis 19:10; Isaías 37:10; Jeremias 49:16).

Adão culpou a mulher, dizendo que ela lhe deu o fruto, e Eva culpou a serpente, dizendo que ela a enganou. Porém, os dois eram culpados.

 

PARA PENSAR

Por que é tão fácil cair na mesma armadilha, de tentar culpar outra pessoa pelo próprio erro? Será que temos coragem de permitir que a graça nos leve à confissão do erro?

 

INSPIRAÇÃO JUVENIL 1992-008 - CÃO-DE-GUIA

Entre os cães que, na Groenlândia, são usados para puxar trenós, existe uma série de regras sociais. Essas regras são muito semelhantes às que existem entre os lobos selvagens, aliás parentes seus. Cada time de trenó é uma pequena matilha, com seu líder e outros membros menos importantes. Seu território é determinado pela localização do esquimó que os alimenta. Pode não ser maior do que o terreiro da casa, mas é rigorosamente defendido pela matilha contra todos os intrusos de outras matilhas. O cão-guia da matilha domina os outros imperiosamente. É em geral o mais forte. Com um simples rosnar consegue dos outros tudo que quer. Em geral ele faz questão de que sua cadela favorita puxe ao seu lado no trenó, e se outro cão se intromete entre os dois, desencadeia-se uma terrível luta que só termina com a completa derrota do intruso. Coisa interessante acontece quando um cão-de-guia e um de seus subordinados penetram no território de outra matilha. Pode acontecer por descuido, mas se um cão mais importante e outro menos importante são apanhados cruzando o território de outra matilha, os membros desta precipitam-se contra eles, afugentando-os. Os dois cães estranhos disparam para seu próprio território, com os outros ao seu encalço. Logo que os cães fugitivos cruzam a fronteira de seu próprio território, acontecem duas coisas: A matilha perseguidora ladra furiosamente, como para dizer: "Aprendam a lição! Nunca mais se metam aqui, pois haveriam de pagar caro!" Quanto aos dois outros cães, o mais forte avança contra o mais fraco e cai-lhe em cima de mordidas, como para culpá-Io do que aconteceu. E tão fácil, para nós, proceder como esses cães, quando somos apanhados fazendo algo que não deveríamos fazer. Em vez de aceitar o fato e simplesmente pedir desculpas e esquecer tudo, nós nos desforramos batendo em nosso cãozinho, ou na maninha, ou mesmo mim amigo. Da próxima vez que você se veja em maus lençóis por algum procedimento errado, lembre-se dos cães esquimós e não proceda como eles. O guia verdadeiro reconhece de boamente a falta.

 

APELO

No entanto, reconhece o teu pecado: Que te rebelaste contra Yahweh, o teu Deus, que ofereceste os teus sentimentos e favores a deuses estranhos, debaixo de toda árvore verdejante. Reconhece também que não me obedeceste!” Assim diz o SENHOR. Jeremias 3.13

 

FONTE

 

Lição da Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Autor: Jacques B. Doukhan. Casa publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil

 

 

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2022 Artur Nogueira SP Brasil

 

 

 


 


 

5

O DESTINO DA SERPENTE

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho

TOPO

 

INTRODUÇÃO

 

INSPIRAÇÃO JUVENIL 2005-053- Como Era A Serpente Do Éden?

A cobra era o animal mais esperto que o Senhor Deus havia feito. Gênesis 3:1. Existem hoje 2.400 espécies de serpentes. A maioria delas é venenosa, mas apenas algumas oferecem perigo para o ser humano. Adaptadas para viver em um ambiente hostil, elas passam a maior parte da vida jejuando. A maioria só come uma vez por semana e um bom número de espécies faz apenas uma refeição a cada mês. Dizem os biólogos que mesmo as cobras mortíferas não atacam gratuitamente o ser humano. A perda de veneno é muito desgastante. Logo, uma serpente só arrisca picar alguém se ela se sentir extremamente ameaçada, ainda que arme um bote. Sua intenção inicial é apenas afugentar o inimigo. Mesmo com essa explicação e a existência de alguns criadores de cobras, a tendência mais comum das pessoas é querer distância desses animais que provocam arrepios em muita gente. Vê-Ias no zoológico ou num documentário do Animal Planet pode até ser divertido, mas encontrá-Ias debaixo da barraca num acampamento de desbravadores não é nada engraçado. Esse pavor quase geral pelas cobras parece ter surgido em consequência do que Deus falou no Gênesis, quando disse que poria inimizade entre a serpente e a mulher. A serpente ali representava Satanás. Assim, esse animal se tornou símbolo do pecado; todos o vinculam ao mal. Não era, porém, assim desde o princípio. Gênesis 3:14 dá a entender que somente depois do pecado é que a serpente passou a rastejar pelo chão e Ellen White acrescenta que ela, além de ser um dos mais belos animais criados por Deus, tinha a capacidade de voar. De fato, o esqueleto de cobras do tipo píton revela vestígios de quadril na metade do corpo - o que, segundo alguns, indica que um dia ela pôde andar. Desenhos mesopotâmicos de 4.300 anos também apresentam a serpente com pernas e asas coloridas. A cobra deveria ser um animal fascinante. Por isso, Satanás a escolheu para seduzir Eva. É uma pena que ela tenha sofrido essa transformação. Mas um dia Deus restaurará tudo e a recolocará na condição que tinha antes da entrada do pecado. É bem provável que, nesse dia, a serpente volte a voar. E nunca mais representará o mal.

 

PARA PENSAR

“Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o Descendente dela. Este lhe ferirá a cabeça, e você Lhe ferirá o calcanhar” (Gênesis 3:15). O que significam as palavras do Senhor à serpente, e que esperança está implícita nesse verso?

 

1-O PECADO PRODUZIU A REVERSÃO DA CRIAÇÃO

 

Deus começou Seu julgamento com a serpente, pois foi ela que deu início a todo o drama. A serpente foi o único ser amaldiçoado nessa narrativa.

Há uma espécie de “reversão” da criação. Enquanto a criação levou à vida, à apreciação do bem e das bênçãos, o juízo levou à morte, ao mal e às maldições, mas também à esperança e à promessa de salvação.

 

2-SEMPRE EM MEIO À DEGRADAÇÃO DEUS PRODUZ A ESPERANÇA

 

Junto ao quadro sombrio da serpente subjugada comendo pó (Gênesis 3:14) resplandeceu a esperança da salvação da humanidade, que aparece em forma de profecia. Mesmo antes das condenações de Adão e Eva, o Senhor lhes deu esperança da redenção (Gênesis 3:15). Sim, eles pecaram e sofreriam e morreriam por causa disso. Contudo, existe esperança de salvação.

 

3-O EVANGELHO SEMPRE FOI E SERÁ ETERNO!

 

Compare Gênesis 3:15 com Romanos 16:20, Hebreus 2:14 e Apocalipse 12:17. Como o plano da salvação, bem como o grande conflito, é revelado nessas passagens?

 

INSPIRAÇÃO JUVENIL 2000-352 - BAFO DO DRAGÃO

Adrew é um excelente explorador de cavernas. Num certo domingo, ele e alguns amigos desceram de rapeI uma caverna conhecida como Bafo do Dragão. Ao chegarem a certo ponto, Andrew se ofereceu para ser o primeiro a descer o resto do caminho. Quase imediatamente após colocar os pés no chão escorregadio da caverna, Andrew percebeu que estava tonto, e não conseguia pensar direito. Tirando uma caixa de fósforos de sua mochila, ele acendeu uma vela. A chama, que a princípio estava amarela, logo se tomou azul e quase apagou. Embora não estivesse conseguindo pensar direito, Andrew percebeu qual era a situação. - O ar daqui é ruim! - ele gritou para seus colegas que estavam cerca de 15 metros acima dele. - Vou tentar subir de volta! Sentindo-se pesado como chumbo, Andrew prendeu seu cinturão de segurança à corda principal. Durante a subida ele vomitou várias vezes, e quase desmaiou. Seus amigos, que o esperavam onde o ar ainda era bom, ajudaram-no a subir os outros 30 metros até a entrada da caverna. Uma hora mais tarde, médicos do pronto socorro mais próximo colocaram uma máscara de oxigênio sobre o rosto de Andrew. Hoje ele está bem, saudável e voltou a explorar cavernas. Assim como o ar prejudicial da caverna Bafo do Dragão ameaçou a vida de Andrew, um dragão real está andando pela Terra à nossa procura. Esse dragão é Satanás. Respiramos o ar venenoso de seu bafo todas as vezes em que assistimos, ouvimos, conversamos, ou permitimos que nossa mente se demore em qualquer coisa impura. Ele gosta de contaminar o "oxigênio" de Deus em nossa mente. A menos que, com a ajuda de Deus, saiamos da atmosfera poluída de Satanás e respiremos o ar puro de nosso Pai, o bafo desse dragão certamente nos levará ao sofrimento e morte certa. Em Gênesis 3:15, Deus prometeu que finalmente vai matar o dragão que tão incansavelmente nos persegue. Quero ficar perto do Caçador de dragões, e você?

 

4-O DIABO SÓ PARECE TRIUNFAR. MAS CRISTO E SUA IGREJA SEMPRE VENCEM, E VENCERÃO ETERNAMENTE.

 

Observe os paralelos entre Gênesis 3:15 e Apocalipse 12:17: o dragão (serpente), enfurecido (inimizade); a descendência (semente); a mulher no Éden, a mulher em Apocalipse 12:17. A batalha (o grande conflito) que se moveu para o Éden, com a queda, continuará até o fim dos tempos. No entanto, a promessa da derrota de Satanás já foi feita no Éden: sua cabeça seria esmagada, tema mais explicitamente revelado no Apocalipse, que descreve sua derrota final (Ap 20:10). Ou seja, desde o início, a humanidade recebeu a esperança de que haveria uma saída para a terrível confusão advinda do conhecimento do mal, esperança de que todos nós podemos compartilhar.

 

EXEMPLOS DA VITÓRIA DE CRISTO

NO EGITO – com a ordem de Faraó para que os guardas egípcios jogassem os bebês hebreus meninos no Nilo parecia que nunca Deus tiraria seu povo da escravidão. Mas Deus preservou Moisés, fazendo-o o grande Libertador de Seu povo!

NA PERSEGUIÇÃO À IGREJA CRISTÃ – parecia que tanto os judeus como os romanos poriam fim à Igreja de Cristo, mas ela cresceu, alcançou todo o mundo com a pregação de Cristo, e ainda resistiu às tantas perseguições por mais de mil anos, chegando até nós com a Verdade Presente para nossos dias!

 

PARA PENSAR

Por que é tão reconfortante observar que, no próprio Éden, onde o pecado e o mal tiveram início na Terra, o Senhor começou a revelar o plano da salvação?

 

APELO

Prossigamos confiante no Senhor!

Toda a ferramenta preparada contra ti não prosperará, e toda a língua que se levantar contra ti em juízo tu a condenarás; esta é a herança dos servos do SENHOR, e a sua justiça que de mim procede, diz o SENHOR. Isaías 54.17.

 

FONTE

 

Lição da Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Autor: Jacques B. Doukhan. Casa publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil

 

 

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2022 Artur Nogueira SP Brasil

 

 

 

 


 


 

6

O DESTINO HUMANO

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho

TOPO

 

GÊNESIS 3:15-24.

Como resultado da queda, o que aconteceu com Adão e Eva?

 

1-QUEM RECEBEU A MALDIÇÃO DE DEUS?

 

Embora o juízo divino sobre a serpente seja explicitamente identificado como maldição (Gênesis 3:14), não acontece o mesmo quanto ao juízo divino sobre a mulher e o homem. A única vez que a palavra “maldita” é usada novamente se aplica apenas à “terra”, o solo (Gênesis 3:17). Ou seja, Deus tinha outros planos para o homem e a mulher. Eles receberam uma esperança que não foi oferecida à serpente.

 

2-HAVIA RAZÃO HUMANA PARA ADÃO E EVA PECAREM?

 

Ainda que vivessem verdadeiramente no paraíso e não tivessem absolutamente nenhuma razão para duvidar do Criador, de Suas palavras ou de Seu amor por eles, nossos primeiros pais desobedeceram a Deus de modo aberto e flagrante. Entretanto, como qualquer pai amoroso, o Senhor queria apenas o bem para eles, não o mal. Porém, visto que conheciam o mal, Deus faria tudo o que pudesse para salvá-los dele. Assim, mesmo em meio a esses juízos, a esperança não se perdeu para eles.

 

3-QUAL FOI O GRANDE ERRO DA MULHER?

 

Visto que o pecado da mulher ocorreu devido à sua associação com a serpente, o verso que descreve o juízo divino sobre a mulher está relacionado ao juízo da serpente. Não apenas Gênesis 3:16 segue imediatamente Gênesis 3:15, mas os paralelos entre as duas profecias indicam de forma clara que a profecia sobre a mulher em Gênesis 3:16 deve ser lida em conexão com a profecia messiânica em Gênesis 3:15. O juízo divino sobre a mulher, incluindo a gravidez, deve, portanto, ser entendido sob a perspectiva positiva da salvação (compare com 1Tm 2:14, 15).

 

4-QUAL FOI O GRANDE ERRO DO HOMEM?

 

O pecado do homem aconteceu porque ele ouviu a mulher em lugar de Deus. Por isso, foi amaldiçoado o solo de onde o homem havia sido tirado (Gênesis 3:17). Como resultado, ele teria que trabalhar arduamente (Gênesis 3:17-19), e então voltaria à terra (Gênesis 3:19), algo que nunca deveria acontecer e que nunca fez parte do plano original divino.

 

 

 

 

5-POR QUE A ESPERANÇA VEM POR MEIO DA MULHER?

 

É significativo que, contra essa perspectiva desesperadora da morte, Adão tenha se voltado para a mulher, em quem viu esperança de vida por meio do parto (Gênesis 3:20), mesmo em meio à sentença de morte.

 

PARA PENSAR

Temos a tendência de pensar que “conhecimento” em si é bom, mas por que nem sempre é esse o caso? Sobre quais coisas é melhor nada sabermos?

 

INSPIRAÇÃO JUVENIL 1992-135- A Rã Venenosa

As mais belas rãs do mundo são tão mortíferas que os nativos da América Central e do Sul utilizam o veneno de seu corpo para envenenar a ponta de suas flechas. Elas são encontradas na América tropical havendo um tipo que habita na ilha de Cuba. E a menor rã que existe, medindo menos de um centímetro e meio de comprimento. A extraordinária beleza dessas rãs, que se apresentam em cores tais como amarelo, vermelho, verde esmeralda e preto, imagina-se corresponder a sinais de advertência para todos os predadores. Se um animal faz como presa essa linda rã, o resultado é morte certa. A rã kokoi, por exemplo, vive na Colômbia e contém em seu organismo o veneno mais poderoso conhecido pelo homem. Uma dose de um centésimo milionésimo de uma onça, medida que corresponde aproximadamente a 31 gramas, é suficiente para matar um homem. Não admira que se diga que o ser simplesmente arranhado pela ponta de uma flecha indígena é suficiente para matar alguém. O veneno dessas rãs, segundo se descobriu recentemente, possui um elemento químico que pode mesmo salvar vidas. Esse elemento age muito semelhantemente àquele produzido pela glândula suprarrenal e que é tão importante para o sadio funcionamento de nosso sistema nervoso. Não seria maravilhoso se esse tipo de rã venenosa viesse a tornar-se um animal salva-vidas em lugar de um mensageiro da morte? Tudo dependerá da maneira como for empregado o seu veneno. Mas talvez se pergunte: onde o texto bíblico para hoje entra nesse caso? Bem, como se lembra, dissemos que um simples arranhão com a ponta de uma flecha envenenada com o veneno dessa rã seria suficiente para matar uma pessoa. Somente um ligeiro arranhão, por menor que seja! Agora, pense! Eva pensou que todas as coisas terríveis que sobrevieram ao mundo e que estão ocorrendo hoje poderiam ser possíveis como resultado de uma mera mordida naquele fruto que tomou? Contudo foi o que se deu. Quanto mais carecemos nós de estar em guarda contra o que podem parecer transgressões mínimas.

 

APELO

Mateus 26.41

 

FONTE

 

Lição da Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Autor: Jacques B. Doukhan. Casa publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil

 

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2022 Artur Nogueira SP Brasil


 

7

SALVAÇÃO NO JARDIM

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho

TOPO

 

GÊNESIS 3:15

 

INDO AO CENTRO DO PROBLEMA HUMANO

 

Nos primeiros dois capítulos da Bíblia, observamos que, em cada estágio da criação, Deus avaliou seis vezes Sua obra como “boa” (Gênesis 1:4, 10, 12, 18, 21, 25). No fim da semana da criação, durante Sua sétima avaliação, Deus considerou Seu trabalho “muito bom” (Gênesis 1:31). Além disso, os primeiros humanos foram descritos como ‘arom, “nus”, “inocentes” (Gênesis 2:25), ainda não seduzidos pela serpente, caracterizada como “astuta” (Gênesis 3:1). Os humanos desobedeceram ao primeiro mandamento de Deus de não comer da “árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gênesis 2:17). Como resultado, o mal e a morte surgiram, e o primeiro casal teve que deixar o jardim do Éden. Foi nesse contexto de desesperança que a primeira profecia de esperança, o primeiro evangelho, ecoou. É significativo que a primeira profecia messiânica (Gênesis 3:14, 15) esteja localizada exatamente no centro da estrutura do capítulo (ABCDC1B1A1):

A – Gênesis 3:1-5. Serpente-Eva, Deus ausente: tentação de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal.

B – Gênesis 3:6-8. Adão-Eva: vestes humanas

C – Gênesis 3:9-13. Deus-Adão-Eva: juízo investigativo

D – Gênesis 3:14, 15. Deus-serpente: profecia messiânica

C1 – Gênesis 3:16-19. Deus-Eva-Adão: Sofrimento

B1 – Gênesis 3:20, 21. Adão-Eva: vestes feitas por Deus

A1 – Gênesis 3:22–24. Somente Deus: Proibição de comer da árvore da vida

A estrutura do capítulo destaca dois temas principais: tentação e salvação.

 

A TENTAÇÃO DE EVA

 

A primeira seção do texto (Gênesis 3:1-13) conta a história da tentação e analisa seu mecanismo. Ironicamente, a tentação começou com uma conversa teológica ou, mais precisamente, uma discussão exegética sobre o significado da palavra de Deus: “É verdade que Deus disse [...]?” (Gênesis 3:1). A serpente iniciou a discussão fazendo uma pergunta à mulher, que respondeu de imediato. O diálogo entre a serpente e a mulher se desdobrou em duas rodadas. Observemos a estratégia da serpente e o erro da mulher.

 

A ESTRATÉGIA DA SERPRENTE – O ERRO DA MULHER

 

A estratégia da serpente (leia Gênesis 3:1). Que método pedagógico a serpente usou para aproximar-se da mulher? Por que a serpente pareceu concordar com Deus? Como a serpente comentou a palavra de Deus? O que torna seu comentário perigoso e enganoso? O erro da mulher (Gênesis 3:2, 3). Por que a mulher estava próxima à serpente? Por que ela lhe respondeu de imediato? Por que a resposta dela foi longa em comparação com a pergunta da serpente?

 

A estratégia da serpente (leia Gênesis 3:4, 5). Quais foram as duas questões que a serpente abordou em sua resposta à mulher? Como essas duas questões se relacionam entre si? O que esses dois argumentos dizem sobre o interesse da mulher?

O erro da mulher (leia Gênesis 3:6). Que elementos da resposta da mulher indicam a influência da serpente sobre ela? Por que Adão não conversou com Eva sobre sua decisão de comer do fruto?

 

Assim que Eva ouviu as últimas palavras da serpente, “como Deus, vocês serão” (Gênesis 3:5), desejou ser como Deus. A frase que descreve o primeiro movimento em direção à tentação, “vendo a mulher que a árvore era boa”, é uma repetição exata da avaliação regular de Deus sobre Sua criação: “E Deus viu que isso era bom”. Esse paralelo sugere, talvez, que a intenção da mulher fosse tomar o lugar do Criador, como se ela mesma tivesse criado o fruto e esse fosse sua propriedade.

 

COMO DEUS SALVA A HUMANIDADE?

 

TRAZ ESPERANÇA EM MEIO AO CAUS

Deus já havia explicado sobre a consequência dessa desobediência: a morte (Gênesis 2:17). Essa perspectiva é imediatamente confirmada nos textos que falam de uma natureza conturbada (Gênesis 3:17, 18), da primeira violência humana e da primeira morte de um ser humano (Gênesis 4:8).

Assim, a primeira profecia messiânica se destaca em contraste com um pano de fundo da primeira experiência humana de desesperança. A profecia tem a forma de um belo poema. A estrutura temática e o ritmo das palavras desse texto sugerem duas estrofes, ou sistemas rítmicos compostos por dois ou mais versos recitados como uma unidade. Depois de uma declaração introdutória de três palavras, a primeira estrofe (Gênesis 3:14) progride em seis versos com um ritmo irregular de palavras.

Após uma introdução de uma palavra, a segunda estrofe (Gênesis 3:15) progride em quatro versos com um ritmo regular de palavras.

Existe um forte contraste entre as duas estrofes. A primeira estrofe é negativa e contém uma mensagem de desesperança, que envolve a serpente. A segunda estrofe é positiva e contém uma mensagem de esperança, que envolve o Messias. Na verdade, a segunda estrofe é a única mensagem positiva do capítulo – uma janela de luz na escuridão. Tendo como pano de fundo a desesperança, a queda da humanidade e a perspectiva cósmica da morte e do mal, esse texto bíblico anuncia a futura salvação do mundo em termos proféticos. Segundo esse texto, a redenção da humanidade implicaria necessariamente uma luta com a serpente, que se oporia à Descendência da mulher, ou seja, um “Homem” que nasceria no futuro.

 

ESTABELECE O ÚNICO QUE PODE SALVAR: JESUS!

Mas o que significa a palavra Descendência? Essa palavra não deve ser entendida em um sentido coletivo, referindo-se à humanidade ou a um povo (Israel, por exemplo), nem em um sentido particular, significando um indivíduo humano específico. É interessante notar que no verso seguinte a “Descendência” foi substituída pelo pronome “Este” (em hebraico, hu’), que é o verdadeiro sujeito do verbo “ferir” (shuf ). Assim, “Este” recebeu uma ênfase especial na estrutura do parágrafo e na sintaxe da frase: aparece como o centro exato da estrofe no exato momento em que o ritmo poético passa de quatro para três tempos.

Essa mudança rítmica indica que esse pronome é o elo da passagem. Além disso, “Este” é a primeira palavra da frase, o que lhe confere ênfase. Das 103 passagens em que o pronome hebraico hu’, “este”, é traduzido na Septuaginta, Gênesis 3:15 é a única ocorrência em que o pronome não concorda com seu antecedente imediato.

Na verdade, a forma grega do pronome (autos) não se refere nem à mulher (não é feminino), nem à descendência (não é neutro). Em vez disso, autos se refere a um indivíduo do sexo masculino. Essa irregularidade sintática nos mostra que os tradutores tinham em mente uma Pessoa específica, um Homem real da história, o Messias. Essa interpretação messiânica de Gênesis 3:15 é atestada até mesmo pelas Escrituras hebraicas. Um dos testemunhos mais eloquentes desse ponto de vista encontra-se no Salmo 110, onde as palavras de Gênesis 3:15 reaparecem e são aplicadas diretamente ao Messias davídico. As palavras do salmo, “Até que Eu ponha os Seus inimigos” (Salmo 110:1), são de fato uma repetição verbal das primeiras palavras da promessa de Gênesis, “Porei inimizade”.

Esses são os únicos dois textos da Bíblia em que se emprega essa associação de palavras. Ademais, também está ligada à imagem do inimigo rastejando sob os pés como expressão dessa mesma ideia de vitória (Salmo 110:1). Além disso, o tema familiar de “ferir a cabeça”, em Gênesis 3:15, reaparece e é repetido duas vezes (Salmo 110:6, 7).

Esses numerosos paralelos entre as duas passagens sugerem que o autor do Salmo 110 tenha se referido à promessa profética de Gênesis 3:15 e a interpretou em um sentido “messiânico”. Aquele que foi retratado em Gênesis 3:15 como esmagando a serpente foi explicitamente identificado como o futuro Messias davídico. No Salmo 110, a obra do Messias vai além da agenda de Gênesis 3:15. O Messias, como a Descendência de Gênesis 3:15, não só esmaga o inimigo, mas também é chamado para sentar-Se à direita de Deus, compartilhar Seu reinado e governar com Ele (Salmo 110:1, 2). O Messias também julga e executa reis e muitas nações (Salmo 110:5, 6), tendo Deus ao Seu lado direito. Ele até recebe uma função na adoração: ele é um Sacerdote que serve à frente de um cortejo de sacerdotes, e esse sacerdócio se estende para a eternidade (Salmo 110:4). Também, a interação entre os nomes do Messias, chamado Adoni, e o Senhor, chamado Adonai, sugere até mesmo uma intenção de identificar o Messias com o próprio Senhor. Esse Messias é Jesus Cristo no trono celestial (Mateust 22:44).

 

PERGUNTAS PARA DISCUSSÃO E REFLEXÃO: 

Leia Romanos 5:8; Apocalipse 12:7-9. Por que Jesus cumpre essa profecia? Como essa profecia messiânica influencia o ministério messiânico de Jesus Cristo? Por que é importante que Deus seja Aquele que deve lutar contra a serpente e morrer no processo?

 

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Enquanto caminhava pela floresta, um jovem ouviu o canto de um pássaro. Ele se voltou e, para sua surpresa, viu um passarinho que havia caído de uma árvore. Com cuidado e grande empatia, o jovem pegou a frágil criaturinha nas mãos e com ternura colocou o passarinho em uma pilha de esterco quente de animal que estava ali perto. No entanto, o passarinho continuou cantando. Uma raposa que ouviu o canto do pássaro o pegou e o devorou. Essa fábula contém três lições: primeira, quando alguém o coloca no esterco, esse ato não significa que ele quis seu mal. Segunda lição, quando alguém tira você do esterco, esse ato não significa que ele queira o seu bem. Terceira lição, quando você está no esterco, por que cantar?

 

FONTE

 

Lição da Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Autor: Jacques B. Doukhan. Casa publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil

 

 

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2022 Artur Nogueira SP Brasil

 

 



 

8

RESTAURAÇÃO ANTES DA DECADÊNCIA

Autor: Wilian S. Cardoso

 

TOPO

 

INTRODUÇÃO

 

Gênesis 3 é um dos capítulos mais importantes da Bíblia. Sem ele, não conseguiríamos entender o motivo de tantos males que cobrem a história humana. Os inúmeros conflitos pessoais ou coletivos que muitas pessoas estão sofrendo agora ou já sofreram no passado, despertam perguntas do tipo: por que isso acontece? Até quando vai ser assim? Por que o mal existe? Essas perguntas são preocupantes, mas devem causar menos dissonância para aqueles que acreditam na Bíblia. A Escritura deixa claro que este mundo não é o mundo que veio originalmente das mãos do Criador. Algo aconteceu.

 

ESTAVAM NUS

 

O capítulo que fala sobre a queda (Gênesis 3) é o texto crucial intermediário entre duas realidades, pois descreve o evento divisor de águas, que separa os dois momentos do conflito entre o bem e o mal: o mundo pré e pós-pecado. Após o relato geral da criação (Gênesis 1), Gênesis 2 apresenta o cenário para interpretar o relato da queda e entender o que está em risco para a humanidade. Sem esse capítulo, não teríamos ideia de quanto foi perdido na mordida do fruto pelo jovem casal. Gênesis 4, por outro lado, nos mostra as consequências desse ato através da perda da primeira vida humana e da crescente onda de maldade que se estende a partir de então (Kenneth A. Mathews, “Genesis 1-11:26”, The New American Commentary. Nashville [TN: Broadman and Holman Publishers], 1996], p. 226).

Antes de tudo, é válido saber que, para um leitor em hebraico, essa história começa de forma diferente do que aparece na tradução. O relato de Gênesis 3, na verdade, está ligado à última frase do capítulo 2, que nos diz que Adão e Eva “estavam nus”, porém “não se envergonhavam”. Na tradução, esse versículo não tem nada em comum com o primeiro versículo do capítulo 3: “Mas a serpente, mais astuta que todos os animais selvagens”. No entanto, as palavras “nu” (arom) e “astuto” (arum), estão ambas relacionadas tanto etimológica quanto foneticamente. Assim, no texto hebraico, a palavra “nu” (Gênesis 2:25) imediatamente conecta a nudez do primeiro casal com a natureza “astuta” da serpente (3:1). Além disso, podemos dizer que, em realidade, o termo “nu” é basicamente a palavra central de Gênesis 3: a história da queda é sobre Adão e Eva primeiro estando nus e não tendo vergonha; e então, estando nus e tendo vergonha; e, por fim, deixando de estar nus por sua própria astúcia; em seguida, deixam de estar nus pela sabedoria divina. Assim, entendemos que, de fato, a última frase do capítulo 2 introduz a história subsequente da desobediência humana no capítulo 3. Essa transição literária é como uma ponte que conecta uma seção a outra: da perfeição da criação ao caos da desobediência.

 

ONDE O MAU NÃO COMEÇOU

 

Diferentemente do que alguns podem pensar, Gênesis 3 não explica a origem do mal, mas onde o mal não tem sua fonte, ou seja, o mal não é algo inerente ao homem, tampouco é uma consequência das ações divinas.

O foco é apresentar a origem do pecado no mundo. Isso trouxe toda a maldade que permeia as ações e decisões humanas. Portanto, no relato o pecado é para ser visto como resultado inevitável da violação humana da lei de Deus. E, como seres de ações morais livres, os seres humanos precisam carregar as consequências de suas ações (Nahum M. Sarna, “Genesis”, The JPS Torah Commentary. Philadelphia, PA [Jewish Publication Society], 2001], p. 24).

 

A LUTA ENTRE A SERPENTE E DEUS

 

Em tese, o texto alude ao contraste entre a inocência do casal e a astúcia da serpente, fato que lhes custou a presença no Jardim do Éden. Todos nós conhecemos o relato: após uma interação muito infeliz com a serpente, o casal transgrediu o único mandamento que Deus tinha dado à recém-formada humanidade (Gênesis 3:20). O tentador é alheio ao casal e se mantém em firme oposição à palavra de Deus. Embora todos nós tenhamos uma ideia de como as serpentes se parecem, a serpente aqui é única porque não havia começado a rastejar com sua barriga até que Deus a punisse. É provável que a imagem que veio à mente dos ouvintes originais, sobre uma serpente com patas, seria semelhante a um dragão, pois essa era uma imagem comum em muitos mitos mesopotâmicos, como por exemplo a luta entre o deus Marduk e a serpente-dragão Tiamat (ver imagens). Seja como for, a substância do que é dito pela serpente é mais importante do que quem ou como ela era (Gerhad von Rad, Genesis, Revised edition [Louisville, KY: Westminster John Knox Press, 2016], p. 88).

Foto em preto e branco de homem com os braços para cima

Descrição gerada automaticamente

Batalha entre o deus Marduk (Bel) e Tiamat, o dragão do caos aquático.

Tirado de um baixo-relevo do Palácio de Assurbanipal, Rei da Assíria, 885-860 AEC, em Nimrud.

Museu Britânico

https://en.wikipedia.org/wiki/Tiamat#/media/File:Chaos_Monster_and_Sun_God.png

Uma imagem contendo edifício, pedra, lado, grande

Descrição gerada automaticamente

Impressão de selo cilíndrico neo-assírio (séc. 8 a.C.), possivelmente representando Tiamat como a serpente.

Museu Britânico

https://en.wikipedia.org/wiki/Tiamat#/media/File:Tiamat.JPG

Nos antigos mitos do Oriente Médio, a criação passou a ser representada como uma batalha entre uma serpente marinha, ou dragão, e um deus criador, o qual derrota esse monstro do caos a fim de criar o cosmo ordenado. Essa tese é conhecida como o tema da “luta com o dragão”. Assim, quando a serpente aparece no Jardim do Éden, o público da história entende que o caos apareceu. E embora a serpente nunca seja identificada como Satanás no Antigo Testamento, sua menção pretende representar mais do que apenas o princípio do mal, uma vez que Gênesis 3:15 descreve uma guerra contínua entre a serpente e a semente da mulher.

 

 

 

SERPRENTE: SER DESPREZÍVEL!

 

A expressão “todos os dias da sua vida” (Gênesis 3:14) mostra que a serpente é tratada como um ser pessoal e de natureza mortal. Assim, o papel da serpente é consistente com o adversário (satan) descrito em Jó 1 e 2 e Apocalipse 12 (Mathews, p. 234). No fim da história, a vitória de Deus por meio da punição à serpente e da restauração da ordem no jardim é uma versão branda do tema da luta com o dragão em comparação com os contos mesopotâmicos. Porém, diferente desses mitos, a serpente não tem poder nem valor; das três partes do julgamento divino (Gênesis 3:14-20) somente a serpente recebe a sentença sem interrogatório prévio, sinal do desdém de Deus por ela e, ao contrário do ser eloquente dos versos iniciais, ela emudeceu diante da declaração divina, tal é sua fraqueza perante o Deus criador.

 

VITÓRIA GARANTIDA

 

Depois que Deus declarou a maldição trazida sobre o mundo, Ele expulsou Adão e Eva do Jardim do Éden e os proibiu de entrar ali novamente. No entanto, a maldição dada à serpente em Gênesis 3:15 é uma promessa para o casal e todos os seus descendentes; eles recebem a esperança de uma “Semente” vindoura que derrotaria a serpente e seus seguidores (Allen P. Ross, Creation and Blessing: A Guide to the Study and Exposition of Genesis [Grand Rapids, MI: Baker, 1996], p. 145). Uma vez que a serpente pode ser identificada como Satanás, a promessa de vitória futura sobre a serpente implica a derrota e eliminação de sua influência negativa no mundo. Em outras palavras, essa vitória inclui a futura destruição do mal. Em vista do estado previamente perfeito descrito em Gênesis 1–2, por meio dessa promessa, é evidente que a vitória da Semente realizará algo grandioso. Desse modo, assim que a serpente for derrotada e a Terra ficar livre de sua influência, o mundo será capaz de ser trazido de volta ao estado em que se encontrava em Gênesis 1–2. A despeito da morte, entendida então como uma realidade iminente, Adão chamou sua esposa de Eva (Ravah [vida, ou aquela que traz vida]), porque nela estaria o potencial para toda a vida futura (rai). Ou seja, para ele o nome de sua esposa implica um grau de certeza em uma futura restauração.

 

RELACIONAMENTO RESTAURADO

 

Além disso, em vista do relacionamento de Deus com Adão e Eva antes da queda (cf. 3:8, 9), essa promessa parece incluir não apenas a restauração da criação, mas também uma restauração do relacionamento. Assim, a partir do conteúdo dado em Gênesis 3:15 (dentro do contexto de Gênesis 1–3), a esperança oferecida ao primeiro casal pode ser resumida como a promessa de Deus de realizar três ações: (1) destruir o mal (morte da serpente); (2) restaurar a criação; e (3) restaurar o relacionamento interpessoal entre Ele e Seu povo. Esses três temas são aludidos e desenvolvidos grandemente por todo o restante da Bíblia. Portanto, desde o início, podemos ver que a primeira promessa de Deus é enviar uma Pessoa que virá para restaurar o mundo e tornar tudo isso possível. Não é à toa que, ao comentar sobre esse verso, J. Alec Motyer, renomado teólogo irlandês, escreveu: “O todo das Escrituras não está empacotado em cada escritura, mas podemos esperar que cada escritura prepare e abra espaço para o todo. E é isso o que acontece em Gênesis 3:15" (John Alexander Motyer, Look to the RockAn Old Testament Background to Our Understanding of Christ [Grand Rapids, MI: Kregel, 1996], p. 34). 

 

APELO

Devemos entender que, dos mitos antigos à realidade da palavra de Deus, a cena final da história é sempre a mesma: o grande adversário, a serpente-dragão do caos, um dia será destruída pelo grande e poderoso Deus que trará novamente a ordem ao seu devido lugar, quando mais uma vez, e para sempre, tudo que era, novamente será: muito bom!

 

FONTE

 

Lição da Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Autor: Jacques B. Doukhan. Casa publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil

 

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2022 Artur Nogueira SP Brasil

 

 

 

TOPO