1 MUDANDO DE NOME –
GÊNESIS 32
2 LUTANDO COM DEUS –
GÊNESIS 32
4 VIOLÊNCIAS E SEUS
RESULTADOS – GÊNESIS 34
5 IDOLATRIAS E
ARREPENDIMENTOS
1
MUDANDO DE NOME
GÊNESIS
32:28
INTRODUÇÃO:
Jacó
estava livre de Labão. Sob a bênção divina, Jacó se
tornou rico.
Parecia
que finalmente estava feliz. Ele alcançou seu objetivo e estava voltando para Canaã. Mesmo assim, havia a profunda preocupação com seu futuro naquela terra e com a ameaça
representada por seu irmão. Foi precisamente nesse
momento que Deus escolheu aproximar-Se dele. Esse confronto
extraordinário mudaria radicalmente seu caráter. Como resultado, Jacó foi
renomeado como Israel. Seu encontro com Deus em Peniel
corresponde ao seu encontro em Betel. Os dois relatos ecoam um ao outro
em palavras, estrutura e temas. Enquanto Betel começou ao pôr do sol, Peniel
terminou ao nascer do sol, com a perspectiva de um futuro glorioso. Depois de
uma noite de luta, Jacó surgiu desse encontro com uma bênção e um novo nome.
Ele teve um encontro pessoal com o Deus de amor e viveu. Por sua vez, Jacó foi capaz de olhar para a face do inimigo, seu irmão,
Esaú, com humildade e amor. Então, voltou-se para sua família e foi
confrontado com a iniquidade dela – o estupro de Diná, os assassinatos
cometidos por seus filhos e, finalmente, a idolatria que ainda prevalecia em
sua casa.
1 SOMOS CHAMADOS PARA TER VÁRIOS ENCONTROS COM DEUS DUARANTE NOSSA
VIDA!
A mão
de Deus e Sua fidelidade às promessas da aliança são reveladas na história
familiar de Jacó.
Jacó
volta para casa, tendo que enfrentar Esaú, vítima de sua traição. O que seu
irmão, tão gravemente injustiçado, faria com ele?
2 SOMOS CHAMADOS A SERMOS NOVOS A CADA NOVA FASE DE NOSSA VIDA.
Felizmente,
em meio ao medo do que estava por vir, o Senhor Deus dos pais de Jacó apareceu
novamente a ele em um incidente que mais tarde seria conhecido como o “tempo de
angústia para Jacó” (Jr 30:5-7). E, naquela noite, Jacó, o “enganador”,
tornou-se “Israel”; um novo nome para um novo começo, que resultaria em uma
nação com o seu nome.
3 HISTÓRIAS TESTEMUNHAM QUE DEUS É FIEL E CUMPRE SUAS ALIANÇAS,
APESAR DE NÓS!
A
história dos patriarcas e de sua família é contada nas Escrituras para nos
mostrar que Deus é fiel para cumprir o que prometeu e que o fará ainda que às
vezes pareça que Seu povo faz de tudo para impedir esse cumprimento.
A
ANGÚSTIA DE JACÓ.
O
problema de Jacó antes de chegar à terra prometida contém uma lição de
dependência divina e prefigura a angústia escatológica do povo de Deus no tempo
do fim. • Lutando com Deus. O encontro de Jacó com Deus o forçou a se
confrontar e a mudar. Seu confronto contém lições sobre o significado da
conversão. • O rosto do irmão. Como resultado de seu encontro com Deus, Jacó
pôde ver o rosto de Deus no rosto de seu irmão.
FONTE
Lição da
Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Autor: Jacques B. Doukhan.
Casa Publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil
INSPIRAÇÃO JUVENIL 2000-142 - CONHECIDO PELO NOME
"São eles que falam mal do bom nome que
Deus tem dado a vocês." Tiago 2: 7.
Alexandre o Grande, um dos mais renomados
generais militares que já viveu, conquistou quase todo o mundo conhecido da
época com seu enorme exército. Certa noite, durante urna campanha, ele estava
irrequieto e saiu de sua barraca para caminhar pelo acampamento. Enquanto
caminhava, acabou encontrando um soldado dormindo no posto de serviço, urna
falha grave. A penalidade por dormir em serviço geralmente era a morte.
O soldado começou a acordar à medida que
Alexandre se aproximava dele. Notando quem estava à sua frente, o homem temeu
por sua vida.
- Você conhece a penalidade por dormir quando
está de guarda? - perguntou Alexandre.
- Sim, senhor - respondeu assustado o jovem
soldado.
- Soldado, qual é o seu nome? - exigiu
Alexandre.
- Alexandre, senhor.
- Qual é o seu nome? - ordenou Alexandre
novamente.
- Meu nome é Alexandre, senhor - repetiu o
soldado.
Alexandre perguntou urna terceira vez, mais
alto ainda:
- Qual é o seu nome? - Alexandre, senhor -
respondeu timidamente o soldado.
Alexandre, o Grande, olhou bem nos olhos do
jovem.
- Soldado, ou você muda de nome, ou muda de
conduta.
Como soldados no exército de Deus, cada um de
nós tem o nome de nosso Comandante, CRISTÃO. Os não cristãos nos julgam por
nossas atitudes. Porém, mais importante ainda, eles julgam a Cristo também!
Através de nossas ações, outros podem ser levados a crer que Jesus é
irracional, rude, intolerante, impuro ou de pavio curto. Um pensamento
assustador, não é?
Com a ajuda de Deus, vamos decidir que nossas
ações nos revelarão - e Àquele que nos deu Seu nome - corno pessoas justas,
gentis, tolerantes, puras e, acima de tudo, amorosas.
Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2023 Artur
Nogueira SP Brasil
2
LUTANDO COM DEUS
GÊNESIS
32:22-31 e OSÉIAS 12:3
Qual é
o significado espiritual dessa história incrível?
1 VINTE ANOS TEM QUE MUDAR VOCÊ!
Longe
de Labão, Jacó logo teve outra experiência com Deus. Sabendo que seu irmão,
Esaú, estava se aproximando com “quatrocentos homens” (Gênesis 32:6), ele orou
fervorosamente ao Senhor e declarou: “Sou indigno de todas as misericórdias e
de toda a fidelidade que tens usado para com o Teu servo” (Gênesis 32:10).
Jacó, na verdade, estava entendendo melhor do que se tratava a graça. E como o
Senhor respondeu?
2 SOMOS CHAMADOS A TER TEMPO A SÓS COM DEUS
Jacó
estava angustiado. Após fazer o que podia para proteger
sua família, acampou para passar a noite. Repentinamente, foi atacado
por “um Homem” (Gênesis 32:24). Esse termo pode ter conotações especiais,
evocando a presença divina (Isaías 53:3). Daniel o usou para se referir ao
Sacerdote celestial Miguel (Daniel 10:5); essa palavra foi usada por Josué para
descrever o “Príncipe do exército do Senhor”, a quem ele chamou pelo próprio
nome do Senhor YAHWEH (Josué 5:13-15).
A ANGÚSTIA DE JACÓ
A
angústia de Jacó (tsarah) inspirou o profeta Jeremias
a respeito da terrível condição de Israel no exílio (Jr 30:7). No entanto, além
desse evento particular, a linguagem do profeta sugere claramente que ele tinha
em vista o futuro e escatológico Dia do Senhor (compare Sofonias 1:14-18).
Daniel aplicou a mesma expressão, referindo-se à “angústia” ou “tribulação” (tsarah) no tempo do fim (Daniel 12:1; compare com Mateus 24:15,
21).
A ANGÚSTIA DE JACÓ SE ORIGINAVA DE DUAS CAUSAS.
A
primeira era horizontal e estava relacionada ao irmão.
A
segunda era vertical e se relacionava com Deus.
A
primeira preocupação de Jacó era com seu irmão, a quem enviou dois grupos de
mensageiros. Essa iniciativa foi uma operação estratégica para salvaguardar o
segundo grupo: caso o primeiro fosse atacado, o segundo teria tempo para fugir.
Jacó decidiu enviar “mensageiros” a Esaú. Chamou seus dois grupos de
mensageiros humanos pelo mesmo nome, makhaneh,
“grupos” (Gênesis 32:7 [8]). Jacó entendia que, para recuperar seu
relacionamento com Deus, ele devia restaurar seu relacionamento com seu irmão.
Semelhantemente a seu avô Abraão, Jacó implorou a ajuda de Deus. Dirigiu seu
apelo somente ao Senhor, pois foi Ele quem ordenou que retornasse a Canaã (Gênesis
32:9), o mesmo Deus que prometeu garantir sua posteridade (Gênesis 32:12). Jacó
se referiu à maravilha da graça divina (Gênesis 32:10). As duas palavras
hebraicas, khesed (“misericórdia”) e ‘emet (“verdade”), são as mesmas palavras que o servo de
Abraão usou quando bendisse a Deus por ter ouvido sua oração (Gênesis 24:27).
Depois de orar, Jacó acampou durante a noite. No entanto, antes de descansar,
agiu novamente. Assim, o texto se move para frente e para trás entre a oração e
a ação. Visto que ele não era ingênuo, e sua fé não o tornava passivo, protegeu
seu acampamento. Jacó organizou leva após leva de
presentes a ser entregues a Esaú para aplacá-lo (Gênesis 32:20). O verbo
hebraico kpr, para “apaziguar”, significa “expiar”. A
associação com outras palavras como minkhah,
“presente”, uma palavra que se refere à oferta (Levítico 2:1-14), e nasa ‘panim, “perdoar” ou
“aceitar”, atesta uma perspectiva religiosa. Jacó tinha em mente sua
reconciliação passada com Deus (Gênesis 32:22-32) ao tentar se reconciliar com
seu irmão (compare com Mateus 5:23).
3 NÃO DESISTA FÁCIL DE DEUS
Em
meio à luta, deve ter se tornado óbvio para Jacó que ele estava lutando com o
próprio Deus, como revelaram suas palavras: “Não O deixarei ir se Você não me
abençoar!” (Gênesis 32:26). No entanto, seu apego fervoroso a Deus e sua recusa
em deixá-Lo também revelam o ardente desejo de perdão e de estar bem com Seu
Senhor.
Jacó
permaneceu sozinho porque desejava orar em angústia de espírito pela
intervenção e proteção divinas. Enquanto orava, “um Homem” (Gênesis 32:24) se
aproximou dele. Pensando que estivesse sendo atacado por um inimigo, começou a
lutar com o Homem por sua vida. A qualificação anônima “um Homem” torna
misteriosa a identidade dessa pessoa. Jacó identificaria o Homem como Deus (Gênesis
32:30), assim como o profeta Oseias (Os 12:3, 4). A mesma linguagem seria usada
por Isaías em sua descrição do Servo sofredor (Isaías 53:3). Que Deus tenha
assumido a forma humana para Se relacionar com os humanos não era algo inédito
(veja Gênesis 18:1, 17; Juízes 6:11). O mesmo termo, “um Homem”, foi usado por
Daniel para designar o Sumo Sacerdote celestial (Daniel 10:5; compare com Daniel
8:11) e o príncipe do exército (Daniel 8:11), expressão que designa o próprio
Senhor (Josué 5:14, 15).
A
informação de que esse Homem (Deus) não prevaleceu contém uma importante lição
teológica sobre Deus em Seu relacionamento com os humanos. Sua “fraqueza” em Seu confronto com os humanos é uma
expressão de Sua graça e amor e do mistério de Sua encarnação para salvar a
humanidade. A impressão de fraqueza é imediatamente contradita pela ação
seguinte do Homem. Um simples toque foi suficiente para produzir o
deslocamento, sugerindo um poder sobre-humano. O lugar do golpe, “a junta da
coxa de Jacó” (Gênesis 32:25), que se refere ao lombo ou à coxa, é um eufemismo
para o lugar associado à procriação. O toque divino foi, portanto, uma
bênção implícita que apontava aos descendentes do patriarca (Gênesis 46:26; Êxodo
1:5). O fato de Jacó ter sido atingido no órgão gerador da vida também está
relacionado à proibição alimentar de comer sangue. Pois a vida está no sangue (Gênesis
9:4). Essa prática é, portanto, mais do que um mero lembrete da história de
Jacó; também lembra aquele episódio bíblico e, com ele, suas lições teológicas.
Também chama a atenção da pessoa que come carne para o princípio fundamental da
sacralidade da vida.
O
profeta Oseias interpretou a luta de Jacó com Deus como uma experiência de
oração (Oséias 12:4). É a fé de Jacó que explica sua insistência tenaz (Lucas
11:5-8). Assim, o novo nome de Jacó é “Israel”. A explicação do “Homem”
apresenta uma série de paradoxos: (1) Jacó lutou
com Deus, mas o “Homem” explicou que Jacó lutou também com homens; (2) o nome
Israel significa literalmente “Deus luta”, embora essa explicação afirme que
foi Jacó quem lutou; (3) Jacó havia acabado de ser atingido pelo “Homem”, que
deslocou seu quadril, mas a narrativa explica que foi Jacó quem prevaleceu.
Todos
esses paradoxos transmitem lições teológicas
importantes: (1) a qualidade do relacionamento de Jacó com Deus dependia da
qualidade de seu relacionamento com os homens (nesse caso, Esaú) e vice-versa;
(2) o nome Israel, “Deus luta”, lembrava Jacó de que ele devia aprender a
deixar Deus lutar por ele (ver Êxodo 14:13, 14). Jacó prevaleceria na
medida em que permitisse que Deus prevalecesse sobre ele, um princípio que
seria enunciado por Paulo: “Quando sou fraco, então é que sou forte” (2 Coríntios
12:10). Jacó chamou o lugar em que Deus apareceu para ele de Peniel, que significa “a face de Deus”. Esse nome
representa a experiência pessoal de Jacó, ou seja, que
ele foi confrontado por Deus e sobreviveu. O uso da expressão hebraica
“face a face” não significa que Jacó de fato tenha visto a face física de Deus.
Essa expressão equivale a ver “a forma do Senhor” (Números 12:8) e descreve, em
vez disso, a experiência de um encontro direto com Deus (Deuteronômio 5:4).
4 ERRO: RESOLVER PELO PRÓPRIO ESFORÇO.
“O
erro que determinara o pecado de Jacó ao obter pela fraude a primogenitura
estava agora apresentado claramente diante dele. Não havia confiado nas
promessas de Deus, mas procurara pelos seus próprios esforços efetuar aquilo
que Deus teria cumprido no tempo e da maneira Dele” (Ellen G. White, Patriarcas
e Profetas, p. 160 [197, 198]).
5 QUAIS AS EVIDÊNCIAS DO PERDÃO DIVINO E DA SALVAÇÃO? A
TRANSFORMAÇÃO DO CARÁTER.
A
evidência de que ele havia sido perdoado foi a mudança
de seu nome, de uma lembrança de seu pecado para uma que celebrava sua
vitória. “Seu nome”, disse o Anjo, “não será mais Jacó [o enganador], e sim
Israel, pois você lutou com Deus e com os homens e prevaleceu” (Gênesis 32:28).
Por
que a fraqueza de Jacó foi a oportunidade para Deus?
Qual é
a relação entre a experiência de Jacó e esta frase: “Quando estou fraco, então
sou forte” (2 Coríntios 12:10)?
Qual
tem sido sua experiência em relação à luta com Deus?
O que
significa isso e por que às vezes é importante termos esse tipo de experiência?
Lembre-se
de momentos em sua vida em que você lutou contra tentações e dúvidas; como
essas lutas o aproximaram de Deus?
Como a
declaração ousada de Jacó: “Não o deixarei ir se Você não me abençoar!” (Gênesis
32:26) se aplica à oração? Por que “perder” a luta com Deus significa vencê-la?
Como
lutar com Deus pode mudar você para sempre? Leia e comente Romanos 7:23-25. Por
que devemos “lutar” e por que é tão difícil lutar com Deus?
Por
que é impossível prevalecer por nós mesmos? Leia Efésios 6:12.
FONTE
Lição da
Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Autor: Jacques B. Doukhan.
Casa Publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil
INSPIRAÇÃO JUVENIL 1977-242 - A LUTA BENDITA
Qual será o princípio em apoio desta ordem? É
ela justa, tem razão de ser? Aprendi a resposta observando a borboleta.
Desde menina pequena, eu gostava de
colecionar borboletas. É interessante perseguir essas belezas aladas. Talvez a
mais linda seja a "borboleta azul", de cor azul intenso, com reflexo
de seda e bordos pretos.
As borboletas variam muito de tamanho, indo
da minúscula Neptícula até a Thysania
Agripina, de 280 mm. São agentes importantes da polinização de determinadas
espécies vegetais, pois transportam o pólen de uma flor para a outra. Contudo
algumas espécies são prejudiciais à apicultura por perfurarem os alvéolos dos
favos para roubar o mel, e outras à agricultura.
A ordem dos lepidópteros (ordem dos insetos
que têm quatro asas cobertas de uma espécie de poeira escamosa, como as
borboletas) compreende cerca de 50.000 espécies, espalhadas por todo o mundo,
sendo os trópicos que apresentam os tipos de colorido mais variado e de
proporções maiores.
Um menino um dia quis ajudar uma crisálida a
sair do seu casulo. Pediu à mãe uma tesoura e cortou a parede externa do
casulo, depois cortou a parede interna. Contente por ter ajudado a borboleta a
sair de sua prisão, observou-a a arrastar-se, amarfanhada, para a 'liberdade.
Gradualmente as úmidas asas se desdobraram e as antenas se estenderam. Mas
antes que as asas ficassem bem enxutas, a borboleta caiu morta.
Desiludido, o menino perguntou à mãe qual a
causa. Ela explicou que a crisálida tem que trabalhar 'arduamente para sair do
casulo. A luta lhe tira do corpo as impurezas que se acumulam durante o longo
tempo em que foi crisálida.
As pessoas também têm que trabalhar
arduamente. As lutas nos fortalecem e tornam melhores. Se a vida se torna muito
fácil, você fica fraco. Morre dentro de você algum elemento nobre e bom.
Unicamente mediante a luta é que você cresce. Compreende agora a sabedoria que
há nesse princípio outorgado por Deus.
Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2023 Artur
Nogueira SP Brasil
3
O ENCONTRO DOS IRMÃOS
1 VOCÊ SÓ PODE VER A FACE DO SEU INIMIGO DEPOIS DE VER A FACE DE
DEUS.
O
encontro dos irmãos De Peniel (“vi Deus face a face”; Gênesis 32:30), o lugar
em que teve essa experiência com Deus, Jacó se dirigiu ao encontro com seu
irmão. Após 20 anos de separação, Jacó o viu chegando com 400 homens (Gênesis 33:1).
Ele estava preocupado e, portanto, preparou a si mesmo e sua família.
Gênesis
33. Que conexão há entre a experiência de Jacó, de ver a face de Deus em Peniel,
e sua experiência de ver o rosto de seu irmão? O que isso sugere em relação ao
nosso relacionamento com Deus e com nossos “irmãos”, não importa quem sejam
eles?
2 JACÓ DEU EVIDÊNCIAS DA MUDANÇA DE SEU CARÁTER A ESAÚ.
Jacó se curvou sete vezes diante de seu irmão (Gênesis 33:3)
a quem ele chamou várias vezes de “meu senhor” (Gênesis 33:8, 13, 15) e se
identificou como seu “servo” (Gênesis 33:5; compare com Gênesis 32:4, 18, 20).
As sete reverências de Jacó relembram as sete bênçãos de seu pai (Gênesis 27:27-29);
além disso, quando se curvou, especificamente reverteu a bênção de seu pai, que
determinou que nações o reverenciassem (Gênesis 27:29).
3 SÓ A CONVERSÃO CURA.
É como
se a intenção de Jacó fosse pagar sua dívida com seu
irmão e devolver a bênção que havia roubado dele (ver Gênesis 33:11).
Quando Esaú viu Jacó, contra todas as expectativas, correu para ele e, em vez
de matá-lo, “o beijou; e choraram” (Gênesis 33:4).
4 PERDOADO É VER O ROSTO!
Mais
tarde, Jacó comentou com Esaú: “ver o seu rosto é como
contemplar o semblante de Deus” (Gênesis 33:10). A razão para essa
declaração extraordinária de Jacó é seu entendimento de
que Esaú o havia perdoado. O verbo hebraico ratsah,
“alcançar favor” (Gênesis 33:10), é um termo teológico que se refere a qualquer
sacrifício que seja “agradável”, “aceito” por Deus, o que então implica perdão
divino (Levítico 22:27; Am 5:22).
Jacó
respondeu claramente à relutância de Esaú em aceitar seu presente (Gênesis 33:9),
de modo a conectar seu relacionamento com ele ao seu relacionamento com o
Senhor: “ver o seu rosto é como contemplar o semblante de Deus” (Gênesis 33:10).
Jacó viu a “face de Deus” (Peniel) na face de Esaú. A
experiência de Jacó com Esaú foi um segundo Peniel – o primeiro Peniel foi um
preparo para o segundo. O encontro de Jacó com Deus o ajudou em seu encontro
com seu irmão, e sua reconciliação com seu irmão afetaria seu relacionamento
com Deus. Jacó entendeu que seu amor a Deus e o amor ao irmão dependiam
um do outro. Jesus inferiu essa lição teológica singular das Escrituras: “Jesus
respondeu: – ‘Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma
e de todo o seu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o
segundo, semelhante a este, é: Ame o seu próximo como você ama a si mesmo.
Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas’” (Mateus 22:37-40).
5 PRIMEIRO É SER PERDOADO POR DEUS. SEGUNDO É SER PERDOADO PELO
IRMÃO.
A
experiência de Jacó com o perdão divino em Peniel, onde ele viu a face de Deus,
se repetiu em sua experiência com o perdão de seu irmão. Jacó viveu o Peniel
uma segunda vez, a primeira foi um preparo para a
segunda. Jacó foi perdoado por Deus e por seu irmão. Ele deve ter
entendido, ainda mais do que antes, o significado da graça.
O que
você aprendeu sobre a graça pela maneira como outras pessoas (além do Senhor)
já o perdoaram?
Por
que e como sua experiência com o perdão divino o ajuda a perdoar?
Por
que amar, respeitar e desfrutar as diferenças de alguém de outra raça, cultura
ou religião depende de sua experiência de ver o próprio Deus?
Que
atitudes para com seu irmão ou irmã podem gerar neles a experiência de ver a
face de Deus?
FONTE
Lição da
Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Autor: Jacques B. Doukhan.
Casa Publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil
INSPIRAÇÃO JUVENIL 2005-181 - POR QUE DEVEMOS PERDOAR?
Então, Pedro, aproximando-se, Lhe perguntou:
Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até
sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até
setenta vezes sete. Mateus 18:21 e 22.
Certa vez, durante a Segunda Guerra Mundial,
um médico estava conversando com um soldado ferido enquanto o medicava. O
médico era cristão e aproveitava esses momentos para pregar a Bíblia para seus
pacientes.
O soldado, muito nervoso, mal ouvia as
palavras do doutor. Seus pensamentos eram só de ódio e vingança contra os
inimigos. Então, o médico lhe falou da ordem de Cristo de que devemos perdoar
nossos inimigos. O soldado, mesmo ferido, deu um sobressalto na cama e disse:
"Perdoá-los? Nunca! Eu os odiarei para sempre. É fácil para o senhor falar
em perdão; afinal, não é o senhor que está todos os dias na frente de batalha
vendo um companheiro morrer!"
O médico calmamente mostrou-lhe a foto de um
outro médico e disse: "Sim, meu amigo, eu sei o que é perder alguém
querido. Esta é a foto de meu filho. Ele foi morto há seis meses por uma
emboscada do exército inimigo enquanto levava medicamentos para um grupo de
civis que estavam justamente na linha de fogo dos dois exércitos. E eu os
perdoei."
Por que esse médico fez isso? E por que Deus
manda que a gente faça o mesmo? A razão é muito simples: Deus não quer premiar
a injustiça quando nos pede para perdoar. Ele quer nos livrar de sofrer ainda
mais, pois, como disse alguém, "ódio é um veneno que você toma querendo
que o outro morra".
E isso é verdade. Segundo o Dr. David Begum, um famoso psicólogo americano, 75% das pessoas
internadas em hospitais com diversos tipos de doença não precisariam estar ali
se estivessem bem resolvidas com esse assunto do perdão. Mas outro psicólogo
chamado David Seamands explica que só conseguiremos
perdoar se entendermos e aceitarmos o perdão que Deus nos oferece.
Culpa e ódio trazem muitos males para a nossa
vida. Portanto, apague de seu dicionário emocional essas palavras feias.
Troque-as por palavras mais agradáveis como paz e amor. Se fizer isso, você
será muito mais feliz.
Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2023 Artur
Nogueira SP Brasil
4
VIOLÊNCIA CONTRA DINÁ
GÊNESIS
34
1 SÓ DEUS NOS DÁ UMA JORNADA SEGURA
Após
ter se reconciliado com seu irmão, Jacó desejou se estabelecer em paz na terra
de Canaã. A expressão vaiyavo shalem
[“chegou são e salvo”] (Gênesis 33:18), em que shalem,
que deriva do verbo shalam [“estar seguro”, “estar
completo”, “estar em paz”], é usada pela primeira vez para caracterizar sua
jornada.
2 O QUE FAZER PARA SE ESTABELECER EM UM LOCAL
Depois
de ter comprado um pedaço de terra dos habitantes (Gênesis 33:19), Jacó ergueu
um altar ali, mostrando sua fé e sua compreensão do quanto dependia do Senhor.
Para cada um dos sacrifícios oferecidos, havia um ato de adoração.
3 TODO LOCAL TRARÁ SUAS DIFICULDADES
No
entanto, pela primeira vez em sua vida, Jacó-Israel estava exposto aos
problemas de se estabelecer na terra. Como Isaque em Gerar com Abimeleque (Gênesis 26:1-33), Jacó tentava encontrar um
lugar entre os cananeus. Gênesis 34. O que aconteceu para atrapalhar os planos
que o patriarca tinha de uma existência pacífica?
4 TODOS TEMOS AMBIGUIDADES
A
história desse incidente sórdido destaca a ambiguidade dos personagens e de
suas ações. Siquém, que violou Diná, também foi
sincero e amoroso com ela e desejou fazer as pazes. Ele estava até mesmo
disposto a submeter-se ao rito da circuncisão. Enquanto isso, Simeão e Levi,
que se apresentaram como defensores de Deus e de Seus mandamentos, e que
resistiram ao casamento misto com os cananeus (Levítico 19:29), recorreram à
mentira e ao engano (Gênesis 34:13) e estavam prontos para matar e saquear (Gênesis
34:25-27). Suas ações não foram apenas repreensíveis (por que não punir apenas Siquém?), mas tinham o potencial de causar muito mais
problemas.
5 QUAL ATITUDE SEGURA DE UM PATRIARCA?
Quanto
a Jacó, ele se preocupava apenas com a paz. Quando lhe foi denunciado o estupro
de sua filha, ele nada disse (Gênesis 34:5). No entanto, depois de ouvir sobre
o que seus filhos tinham feito, ele os repreendeu abertamente por causa do que
poderia se seguir: “Vocês me criaram um problema e me fizeram odioso entre os
moradores desta terra, entre os cananeus e os ferezeus.
Como somos pouca gente, eles se reunirão contra mim, e serei destruído, eu e a
minha casa” (Gênesis 34:30). Nesses relatos vemos engano após engano, bem como
atos de bondade e graça. O que isso nos diz sobre a natureza humana?
Por
que a Bíblia revela detalhes sórdidos da vida de muitos de seus personagens?
FONTE
Lição da
Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Autor: Jacques B. Doukhan.
Casa Publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil
Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2023 Artur
Nogueira SP Brasil
5
IDOLATRIAS E ARREPENDIMENTOS
GÊNESIS
34:30–35:15
Que
lições podemos aprender nessas passagens sobre adoração verdadeira?
1 DEIXAR, IR EMBORA PODE SER MUITO BOM
Após a
reclamação de Jacó de que sua paz com os cananeus havia sido comprometida, e
depois que seus dois filhos foram repreendidos (Gênesis 34:30, 31), Deus o
exortou a deixar Siquém e retornar a Betel a fim de
renovar sua aliança. O Senhor lhe disse que, uma vez lá, ele deveria construir
um altar.
2 SOMOS CHAMADOS A ELIMINAR A IDOLATRIA
Depois
da ordem de Deus, Jacó disse a seu povo que eliminasse os ídolos cananeus
saqueados da cidade de Siquém e os deuses domésticos
roubados por Raquel (Gênesis 31:19, 32). Tudo isso também é crucial para a
ideia da aliança com Deus.
3 TIPOS DE IDOLATRIAS
Esses
ídolos foram mantidos e, provavelmente, adorados, apesar do compromisso de Jacó
com Deus. Não bastou deixar Siquém para escapar da
influência cananeia. Jacó teve que tirar os ídolos do acampamento e do coração
do povo.
4 O QUE É ARREPENDIMENTO?
O
arrependimento consiste em mais do que uma mudança física de um lugar para
outro, ou de uma igreja para outra. O mais importante é que busquemos, pela
graça de Deus, eliminar a idolatria do nosso coração, independentemente de onde
vivemos, pois podemos fazer ídolos de praticamente qualquer coisa.
5 QUAL É O RESULTADO DO ARREPENDIMENTO?
Quando
Jacó obedeceu a Deus e procedeu de acordo com o mandamento divino, o Senhor
finalmente interveio, e “o terror de Deus” (Gênesis 35:5) afetou todas as
pessoas ao seu redor, e não ousaram atacar Jacó. Ele estava pronto para adorar
com “todo o povo que estava com ele” (Gênesis 35:6), sugerindo que a unidade
familiar tinha sido restaurada. Jacó deu àquele lugar o nome de El Betel, uma
lembrança de seu sonho da escada, um sinal de que a reconexão entre o Céu e a
Terra, rompida por algum tempo, havia sido restaurada.
6 O QUE INCLUI A BENÇÃO DIVINA?
A
ênfase está, dessa vez, no Deus de Betel, e não no lugar em si. Essa percepção
pessoal ecoou novamente quando Deus lembrou a Jacó de seu nome “Israel” (Gênesis
35:10), com a dupla promessa que essa bênção indicava. A bênção de Jacó, em
primeiro lugar, significa fecundidade, a transmissão da semente messiânica e a
geração de muitas nações (Gênesis 35:11); e em segundo lugar, aponta para a
terra prometida (Gênesis 35:12).
Quais
são os ídolos da nossa cultura, da nossa civilização? Como podemos ter certeza
de que não estamos adorando ninguém, nem nada além do Senhor? De que maneira
sutil a idolatria pode entrar em nossa vida? O que fazer a esse respeito?
FONTE
Lição da
Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Autor: Jacques B. Doukhan.
Casa Publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil
INSPIRAÇÃO JUVENIL 2004-120 - RÉPLICA DE PÁSSAROS
Em vez de adorarem ao Deus imortal, adoram
ídolos que se parecem com seres humanos, ou com pássaros, com animais de quatro
patas, ou com animais que se arrastam pelo chão. Romanos 1:23.
Fazer, vender e colecionar réplicas de
passarinhos é um negócio muito rendoso. Num leilão de Nova Iorque, em 1981, uma
réplica do maçarico-das-rochas foi vendida por vinte mil dólares. Você acredita
nisso? No mesmo leilão, a réplica de uma tarambola alcançou dezessete mil
dólares.
Essas réplicas foram originalmente feitas para
atrair aves a uma distância alcançável pelo tiro do caçador ou pelo arco e a
flecha, com a finalidade de servir de alimento para a família do caçador. Cerca
de mil anos atrás, os índios americanos usavam um chamariz feito da pele de
aves e estufada com capim seco.
As réplicas em madeira começaram a ser usadas
pelos meados de 1800, quando a caça profissional às aves tomou-se comum como
ocupação popular e rendosa. Em anos mais recentes, essas réplicas tomaram-se
úteis apenas para a caça esportiva. Mas agora elas se tomaram o objeto da caça;
é muito mais rendoso caçá-Ias do que aos gansos
verdadeiros! Que inversão de valores! As réplicas mais valiosas são as antigas,
ou as contemporâneas que apresentam maior semelhança com o natural. Essa mania
tornou-se tão internacional que escultores de madeira em todos os lugares estão
fazendoas apenas para ornamentação. Trabalhar a
madeira artisticamente em forma de passarinho não é má idéia,
mas à medida que o povo se afasta mais e mais do mundo natural, ele passa a se
satisfazer com imitações. Suas cabeças são atraídas por réplicas que são apenas
modelos da beleza das coisas reais. Uma condição semelhante também pode ser
desenvolvida quando pessoas possuem suas idéias tão
longe das coisas vivas, reais e existentes em Jesus que começam a fazer ídolos
de toda a sorte para representar a aparência de Deus. Na antigüidade
esses ídolos eram feitos à semelhança de passarinhos e animais. Talvez os
ídolos de hoje em nossa vida sejam diferentes.
Pode você mencionar alguns desses ídolos
contemporâneos?
Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2023 Artur
Nogueira SP Brasil
6
QUANDO O AMOR MORRE
GÊNESIS
35:15-29
Que
infortúnios Jacó teve em sua família disfuncional?
1 TRÊS INCIDENTES
Assim
que Jacó saiu de Betel, três incidentes relacionados entre si marcaram a última
etapa de sua jornada em direção à terra prometida: o último filho de Jacó
nasceu; Raquel morreu; e Rúben, o primeiro filho de Jacó com Lia, dormiu com a
concubina de Jacó. Embora o texto não diga por que o jovem fez algo tão mau,
pode ser que ele quisesse de alguma forma desonrar o nascimento do último filho
de Jacó e humilhar a memória de Raquel.
2 CUMPRIMENTOS PEQUENOS A GRANDES PROMESSAS
O
nascimento do último filho de Jacó está ligado a Belém (Gênesis 35:19), que
está dentro dos limites da terra prometida. Esse nascimento foi, então, o
primeiro cumprimento da promessa divina para o futuro de Israel.
A parteira, profeticamente, se dirigiu a Raquel com as mesmas palavras que
Deus usou para tranquilizar Abraão: “Não tenha medo” (Gênesis 35:17, compare
com Gênesis 15:1).
3 A MISSÃO DEVE ESTAR SEMPRE EM MENTE
Jacó
mudou o nome que Raquel deu a seu filho, Benoni, que significa “filho de minha
tristeza”, para mostrar sua dor, para Benjamim, que significa “filho da mão
direita”, talvez para indicar a direção do sul, a fim de expressar a esperança
na terra prometida e o que Deus disse que faria por Seu povo depois que se
estabelecesse ali. No entanto, durante esse tempo, Rúben teve relações sexuais
com Bila, a concubina de seu pai, serva de Raquel (Gênesis 35:25; 30:3). Não
sabemos por que ele cometeu esse ato escandaloso, a não ser como outro exemplo
de depravação humana.
4 REAÇÕES: A PRUD~ENCIA PODE EVITAR MALES MAIORES.
Surpreendentemente,
Jacó não reagiu a essa violação horrível (Gênesis 35:22). Talvez nesse ponto de
sua vida, ele acreditasse que Deus cumpriria Sua palavra, apesar do pecado e do
mal que às vezes acontecia ao seu redor.
5 DEUS CUMPRE SEUS PLANOS, APESAR DE NÓS.
Essa
lição de fé está implícita na lista dos 12 filhos de Jacó, ancestrais de Israel
(Gênesis 35:22-26). Não eram as pessoas mais agradáveis e gentis. No entanto,
apesar dos problemas, das confusões e do completo mal, como no caso de Rúben e
Bila, a vontade de Deus seria cumprida por meio dessa família, ainda que fosse
desordenada.
Apesar
do erro humano, os propósitos de Deus serão cumpridos. Imagine o que
aconteceria se as pessoas cooperassem e obedecessem. De modo muito mais fácil,
com menos sofrimento, estresse e demora, a vontade divina seria realizada,
concorda?
FONTE
Lição da
Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Autor: Jacques B. Doukhan.
Casa Publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil
Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2023 Artur
Nogueira SP Brasil
7
DE JACÓ A ISRAEL
Wilian
S. Cardoso
INTRODUÇÃO CONTEXTO
Após o
acordo realizado entre Jacó e Labão, o ciclo Jacó-Labão se fecha para a
abertura de uma nova fase. Curiosamente, a conexão dos hebreus com a
Mesopotâmia também é encerrada. Na verdade, o retorno seguinte para lá,
infelizmente foi, outra vez, por motivo de exílio, embora, não de uma pessoa
apenas, mas de toda a nação.
1 A VIDA HUMANA É FEITA DE PAZ E GUERRA ETERNAS
O
retorno de Jacó, agora acompanhado de uma grande família, é marcado por um
encontro significativo. Da mesma forma que em sua saída da terra da promessa,
sua entrada nela é destacada pelo aparecimento de seres celestiais.
A nova
era da vida de Jacó, que teve início a partir do episódio descrito nos
capítulos 32 e 33, pode ser vista, de forma simples, como um tipo de sanduíche
literário, ou seja, duas seções periféricas com um tema em comum que encapsulam
uma seção central.
O MEDO
DE ESAÚ – 32.4-22
A LUTA
– 32.23-32
O
ENCONTRO COM ESAÚ – 33.1-17
A vida
de Jacó, de fato não foi fácil. Com traumas, ansiedades
e incertezas, ele fugiu de Canaã e, com os mesmos sentimentos, fugiu de Harã. Após amenizar seu sofrimento emocional com a
realização de um pacto de paz entre ele e seu sogro Labão, novas ondas de ansiedade e frustração surgiram à
medida que ele se aproximava de sua antiga casa. E não foi apenas uma onda, mas
um “tsunami” de sentimentos negativos que abalaram seu coração. A experiência
de ter sido enganado muitas vezes por seu tio-sogro, fez com que ele sentisse
na própria pele o que Esaú tinha vivenciado.
2 ASSUNTOS PASSADOS NÃO RESOLVIDOS NÃO MORREM, RESSURGEM COM MAIOR
INTENSIDADE DE DESTRUIÇÃO!
Empaticamente,
agora, ele sentiu remorso do grande evento do
passado que tinha gerado tudo isso. Ainda que Deus houvesse transformado o mal
em bem, ao abençoar Jacó na formação de uma grande família e na conquista da
prosperidade, o passado o assombrava. Se Esaú quisesse vingança, a conservação
de todas essas bênçãos estaria em risco.
Ao
orar por libertação, Jacó repetiu as mesmas palavras ditas a ele por Deus no
primeiro encontro (Gênesis 32:9, 12; 28:13:15). Ou seja, ele estava reivindicando o cumprimento do que lhe havia sido prometido.
O texto parece apresentar um Jacó que ainda não estava pronto para receber a
promessa da terra, uma vez que ele não havia se tornado a bênção; antes estava
à procura dela. Mas, precisamente agora tudo iria mudar em um encontro que
abriria seus olhos e o colocaria na linha da fé abraâmica.
3 VIAGEM PELA VIDA PERDOANDO E SENDO PERDOADO!
Na
jornada de Jacó, ele foi criando inimigos por
onde passou: primeiro Esaú, depois Labão e novamente Esaú (sem mencionar,
posteriormente, seus próprios filhos e os siquemitas).
Mas antes do encontro com Esaú, um novo Oponente surgiu no caminho. Entretanto,
o desconhecido Homem (Ish) revelou ser o próprio Deus
(Peniel = “face de Deus”). Em Harã, Jacó aprendeu que
sua vida dependia da provisão de Deus e não de si mesmo (Gênesis 31:9, 11, 42).
4 O TRAÇO QUE MUDA NOSSA SORTE É A TRANSFORMAÇÃO DE NOSSO CARÁTER!
E esse
crescimento foi um vislumbre do que estava para acontecer em seguida. A transformação de caráter representada pela mudança de nome
foi a peça que faltava na vida de Jacó como escolhido de Deus.
Existe
um tipo de aliteração entre o nome Yaakov e o verbo lutar (avak)
no verso 25: vateka kaf-yerekh
Yaakov beheavko imo (“a junta da coxa de Jacó se
deslocou, na luta com o Homem”). Em outras palavras, o verso aponta para a
personalidade lutadora do homem Jacó. Embora pacato em suas atividades
regulares, ele lutava agressivamente por seus ideais. Essa personalidade,
porém, não lhe provia a paz que ele tanto almejava. A explicação do Homem
divino para seu novo nome, Israel, em contraste, é suportada pelo uso de outro
verbo para “lutar”. O verbo sarah só ocorre três
vezes em toda Bíblia e sempre está relacionado à luta de Jacó. Assim, a
ocorrência principal, no verso 28, parece servir como uma explicação
etimológica do nome Israel. Nesse caso, a conotação de sarah
representa a ideia de “lutar para se tornar um rei/governante”. Ou seja, o que
o texto parece sugerir é que Jacó simplesmente lutava, pensando que esse
esforço lhe concederia a posição privilegiada do escolhido de Deus, mas o
Senhor lhe mostrou que somente Ele podia lutar para torná-lo um príncipe de Seu
reino. O nome Israel deve ser entendido literalmente como “El (Deus) lutará”.
5 OU MORREMOS PELA CONVERSÃO EM CRISTO, OU MORREREMOS POR NOSSOS
PECADOS. ESCOLHA!
A luta
de Jacó, pela primeira vez, não foi apenas física, mas também espiritual. E a
declaração de que ele havia prevalecido (v. 28), não quer dizer que tivesse
derrotado Deus, mas que ele “finalmente satisfez a exigência que Deus fez na
aliança: submissão dócil”. (1)
Assim,
enquanto seu encontro com Deus em Betel (Gênesis 28:10-22) foi para declarar a
ele as promessas divinas, o encontro em Peniel (32:2, 30) foi para o
cumprimento delas. (2) Deus é fiel a nós enquanto formos submissos à Sua
vontade sobre nossa vida.
Até
aqui Jacó e todos nós pensávamos que a profecia divina (Gênesis 25:23), de que
ele seria mais forte do que o irmão mais velho, seria por uma vitória física:
eles lutaram no ventre, Jacó puxou o calcanhar, barganhou a primogenitura,
roubou a bênção e Esaú o esperou com 400 homens; mas, no fim, descobrimos que a
grande luta era daquele que se tornaria capaz de dominar o coração para que
Deus pudesse agir.
6 LUTAR COM DEUS É A MELHOR LUTA DE NOSSA VIDA!
No
entanto, a vida após esse grande encontro não foi das melhores. Porém, agora
ele conseguiu lidar com os problemas, porque sabia que existia
Alguém que lutava por ele. O sonho de estar em um lugar melhor e de ter
uma vida de paz é de todos nós, mas a promessa é Dele
e somente Dele.
Jacó conseguiu sobreviver a Esaú, bem como a todas as dificuldades
posteriores (as lutas com seus filhos, o conflito com os siquemitas,
a morte de Raquel, a falsa morte de José, etc.),
porque antes de lutar contra tudo isso, ele havia lutado primeiramente com Deus
e saiu vencedor. Essa é uma das maiores lições para nós. Somente
quando entendermos que é Deus que luta por nós, Ele cumprirá Seu plano em nossa
vida, se assim o permitirmos. Deus pode despertar a fé em nós, mas não pode
impor que a mantenhamos. Trata-se de uma escolha individual, acreditar que tudo
pode mudar e, na verdade, Ele quer a mudança para todos os Seus filhos. Jacó
escolheu acreditar, Esaú rejeitou, e cada um de nós representa um dos dois
irmãos.
7 REFORMA ESPIRITUAL, EIS NOSSA MAIOR NECESSIDADE! EIS A ÚNICA FORMA
DE PEREGRINARMOS NESSE MUNDO COM A PRESENÇA CONSTANTE DO CRIADOR AO NOSSO LADO.
A
exemplo disso, Jacó e sua família mal se haviam instalado em Canaã, na região
de Siquém, e logo foram assolados
pela depravação de seus habitantes no episódio em que sua filha foi abusada. Apesar
de uma tentativa de reparo, tal característica despertou o pior nos filhos de
Jacó, provocando sua partida para outro local.
Porém,
antes que chegassem no novo acampamento, Betel, Jacó se lembrou do que havia
prometido a Deus na última vez em que estivera naquele mesmo solo, a saber, que
se Deus o ajudasse a retornar em paz, Ele seria o seu Deus (Gênesis 28:21). Por
isso, ele realizou ali uma reforma religiosa para que
abandonassem qualquer coisa que lembrasse os deuses estranhos, diferentes do
único Deus de Jacó. Essa é a primeira ocorrência bíblica de uma reforma
religiosa e o prelúdio para a tensão que começaria a se destacar entre os
cananeus e os israelitas, entre os deuses falsos de Canaã e o Deus de Israel.
8 DIANTE DAS DIFICULDADES E PROVAÇÕES, ESCOLHA OLHAR O LADO POSITIVO
Outro
episódio que revelou a forma como Jacó lidava com os problemas agora, foi a
morte de sua esposa amada. Raquel adoeceu por complicações no parto do seu
segundo filho. Ciente de que não iria sobreviver, ela nomeou seu filho Benoni
(lit. “filho de minha aflição”). Jacó, por outro lado,
não olhou para o lado negativo, mas como seu avô Abraão, que confiou no poder
divino para restaurar a vida de Isaque, caso fosse sacrificado (Gênesis 22:5),
ele renomeou o filho de Benjamim – “filho da mão direita” ou “filho do sul”, em
uma demonstração de confiança Naquele que o sustentava. Isso porque a mão
direita era vista como sinônimo de força ou, se em referência ao sul, conforme
interpretado pelo comentarista judeu Rashi, o nome
tem a ver com o local em que ele estava e onde havia acabado de receber a
confirmação das bênçãos divinas.
Enfim,
de tudo que podemos guardar das histórias de Jacó, foi o seu processo de
transformação espiritual que o capacitou para continuar o legado de Abraão. E
esses passos foram:
1. Arrependimento
genuíno (Gênesis 32:3-8; 13-21)
2. Súplica/oração
(Gênesis 32:9-12)
3. Resposta
divina [perdão] (Gênesis 32:27-28)
4. Renovação
de caráter (Gênesis 33:1-3)
Jacó passou pelas mesmas etapas que qualquer um de nós também deve
passar. Ainda
que, semelhantes a Jacó, venhamos a interferir nos planos divinos, interpolando
nossas próprias ações às Dele, Deus é capaz de ajustar
nossos erros sobre Seu plano, que é infinitamente maior do que qualquer coisa
que venhamos a fazer. Se o nosso coração for humilde
e sincero para permitir reconhecer que Ele está, e deve estar, no
controle sempre, Ele lutará por mim e por você; e os nossos erros e problemas
serão os elementos que Ele usará para fazer de você uma pessoa melhor – mais um
guerreiro no Seu grande exército da salvação.
Referências:
(1)
PAINE, J. Barton. “ ?????? ”. In: R. Laird Harris; Gleason L. Archer, Jr; Bruce K. Waltke
(eds). Dicionário Internacional de Teologia
do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 1490. (2)
MATHEWS, Kenneth A. Genesis 11:27–50:26. The New American Commentary. Nashville, TN: Broadman
and Holman Publishers,
1996, p. 537.
FONTE
Lição da
Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Casa Publicadora Brasileira. Tatuí, SP,
Brasil
Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2023 Artur
Nogueira SP Brasil