CADA
DIA COM DEUS – PEDRO APOLINÁRIO
2 TIRADENTES E O IDEAL DA LIBERDADE
6 DIA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
10 DIA DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
1
TEMA SUGESTIVO
PARA O DIA 1º
DO ANO
Para o mundo cristão, inicia-se hoje mais
um ano novo, e o 1º de Janeiro é conhecido como o "Dia da Confraternização
dos Povos".
Este ideal é sublime, mas infelizmente os
fatos cotidianos demonstram, claramente, que estamos muito longe de alcançar
este belo desiderato. Mesmo sem ser pessimistas, olhando ao nosso redor
concluímos que a humanidade está muito afastada da confraternização preconizada
pelo nosso Salvador.
O ocaso de um velho ano e o despontar de
um novo, nos levam a vibrar de contentamento, almejando dias muito melhores.
A frase mais ouvida e mais proferida neste
dia é esta: "Feliz ano novo". Sem dúvida é uma sugestiva saudação,
mas para sermos felizes há requisitos que devem ser cumpridos, sendo o
principal, palmilhar o caminho com Cristo ao nosso lado. O relato que se segue,
foi escrito, ou melhor adaptado por mim, há mais de 20 anos, sem haver anotado
a fonte inspiradora.
Os anos de nossa vida podem ser comparados
a livros, um dos quais se abre hoje, com 12 capítulos, perfazendo 365 páginas,
cada uma com 24 linhas.
A diferença primordial, entre um livro
comum e o livro figurado, que desejo apresentar-vos, neste momento, é esta:
suas páginas estão em branco.
Cada um de nós tem que escolher o que vai
escrever neste livro durante este ano.
Se cada página tem 24 linhas, que são as
horas, em cada linha devemos escrever 60 palavras, cada uma correspondendo a um
minuto.
Peçamos a Deus, que todos cheguemos à
página 365, no dia 31 de dezembro. É possível que para alguém a tinta se
extinga durante o ano, e se isto acontecer não é possível substituí-la por
outra, desde que a tinta é nossa vida.
Para escrever temos que escolher as
palavras que expressarão nossas idéias. As palavras neste
livro especial que estamos apresentando são os atos, as ações da nossa vida.
Toda a pessoa que escreve tem um estilo
próprio, distinto dos demais.
Em literatura damos o nome de estilista ao
escritor que redige tão bem que merece ser imitado por outro. É nosso estilo de
vida tão bom que pode servir de modelo para outros? Paulo disse: "Sede
meus imitadores, como também eu sou de Cristo". I Cor. 11:1. Nosso estilo
será vigoroso e agradável se imitarmos um bom modelo. O modelo perfeito a ser
imitado no livro da vida é o deixado pelo grande Mestre – Jesus Cristo.
Se estilo é a maneira própria, pessoal, de
cada pessoa redigir, no livro que hoje começaremos escrever, o estilo será a
maneira como viveremos este ano.
A caneta é o instrumento que se usa para
escrever. Quais os instrumentos usados para escrever no livro da vida? Boca,
ouvidos, nariz, olhos e mãos. Como usaremos estes instrumentos para que o
escrito seja agradável e de utilidade àqueles que o lerem?
Como foi o livro que ontem terminamos?
Que ficou escrito nele?
Boas ações?
Trabalho para Cristo?
Obediência aos reclamos divinos?
Amor ao próximo?
Desprendimento dos bens materiais?
Formamos bem o caráter?
Ou quem sabe apenas ficaram registrados
palavras inconvenientes, atos egoístas, descuido no cumprimento dos deveres
diários.
Fazendo um retrospecto à vida espiritual,
que inscrições ali se encontram?
Apatia na vida religiosa, como deixar de
ir à igreja, negligência na oração e no estudo da Bíblia?
Prática de ações inconvenientes, deixando
páginas indignas de serem voltadas porque delas temos vergonha?
Como foram usadas as linhas, que são as
horas, durante o ano que se finda? Aproveitadas em empreendimentos nobres e
elevados ou gastas em coisas inúteis?
Se o livro que terminou ontem foi bem
escrito, ele deve ser aperfeiçoado nesta nova edição. Se não foi, deve ser
tirado de circulação e o volume deste ano deve ter uma orientação totalmente
diferente.
Quem escreve deve cuidar com os rabiscos e
borrões. Nossas redações devem ser corrigidas e passadas a limpo antes de serem
entregues ao professor.
Na escola da vida, rabiscos e borrões são
as falhas do nosso procedimento. Os erros do caráter precisam ser tirados de
nós, através do sangue purificador de Cristo, antes da vida ser entregue ao
Mestre dos mestres – o nosso Deus.
Se nossos trabalhos escritos necessitam
dos sinais de pontuação, estabelecidos como pausas que nos esclarecem na boa
compreensão das idéias, de maneira idêntica, no livro
da vida também devem existir sinais de pontuação, ou pausas que devemos fazer
em nossos atos, para concluir se eles são corretos ou não. Estas pausas na vida
religiosa seriam os momentos de reflexão ou meditação.
Há livros, cujos autores se esmeraram
tanto em seu aperfeiçoamento que eles permanecem para sempre. Este mesmo ideal
de perfeição deve haver no livro que estamos escrevendo, para termos direito à
vida eterna.
As palavras seguintes de Ellen G. White
são muito oportunas para este momento:
"Ao
entrardes em novo ano, fazei-o com a sincera resolução de vos dirigirdes para a
frente e para cima. Seja vossa vida mais elevada e exaltada do que o foi até
aqui. Não permitais que vosso alvo seja buscar vossos próprios interesses e
prazeres, mas avançai na causa de vosso Redentor. Não permaneçais numa posição
em que sempre necessitais servir-vos, e onde outros vos precisarão ajudar a
conservar-vos no caminho estreito. Deveis ser fortes para exercerdes influência
santificadora sobre outros. Podeis estar onde o interesse de vossa alma seja
levado a fazer o bem aos outros, a confortar os tristes, a fortalecer o fraco,
e a dar vosso testemunho em favor de Cristo onde quer que se vos ofereça uma
oportunidade. Tende o alvo de em tudo, sempre, e em qualquer lugar honrar a
Deus. Fazei com que vossa religião esteja em tudo". – Testimonies, Vol. II, págs. 261 e 262.
Nosso apelo é para que escrevamos nas
páginas do livro da nossa existência, no ano de ....., coisas tão dignas e
elevadas, que os anjos possam transcrevê-las para o memorial das boas ações,
que se encontra nos Céus, e que nosso nome permaneça no Livro da Vida, descrito
por João em Apoc. 13:8; 17:8 e 20:12.
2
TIRADENTES
E O IDEAL DA
LIBERDADE
Palestra
para o Dia 21 de abril.
Liberdade, Igualdade, Fraternidade! Eis
três palavras belíssimas pelos transcendentes princípios que nos vêm à mente.
Efetivamente, os direitos de liberdade, igualdade e fraternidade são inerentes
a todo ser humano, visto que todos nós, seja qual for a raça a que pertençamos,
seja qual for a nossa condição social, fomos criados pelo mesmo Deus.
Longas dissertações poderiam ser feitas
sobre cada uma destas palavras. Hoje, porém, quero deter-me por alguns
instantes no significado da liberdade, desde que ela foi a mola propulsora para
a nossa independência política.
A liberdade é uma das mais altas
prerrogativas do ser humano. Conduzir-se por si mesmo, realizar aquilo que
deseja – eis o desejo supremo do ser humano.
Se a liberdade individual é necessária,
para que possamos expandir todas as nossas faculdades, não menos necessária é
ela nos agrupamentos de indivíduos, que são as nações.
De duas maneiras se manifesta a opressão
exercida sobre uma nação. Opressão praticada pelos próprios governos e opressão
levada a efeito por outra nação. Quando se verifica a primeira denominamos o
governo de tirano. Compulsando as páginas da história veremos que muitas nações
tiveram este tipo de governo.
A Grécia, com seu povo inteligente, nos
forneceu uma sábia lição; seus filhos tiveram clara noção dos seus direitos,
por isso depois de muitas lutas, estabeleceram um governo democrático, banindo
assim as ditaduras e fornecendo um sublime exemplo aos povos de todo o mundo.
Se lançarmos um olhar retrospectivo ao
passado do Brasil o que veremos? Uma colônia portuguesa localizava na América
do Sul, ansiosa de se libertar do jugo estrangeiro. O exemplo dos Estados
Unidos e de outras nações, libertando-se dos países de origem, fez com que
ideal da liberdade tomasse conta da pátria brasileira.
A liberdade através dos séculos sempre
teve os mais denodados defensores e os líderes mais devotados.
A nossa pátria não faz exceção a este
princípio, porque estudando-lhe a história,
concluiremos, que a liberdade foi uma nota constante, uma idéia
permanente no ideal dos brasileiros, desde Anchieta, até o extermínio da
ditadura já em nossos dias. E a prova magnífica nós a temos, conhecendo os
vultos pátrios, que por ela lutaram com alma, coração e intelecto, não
hesitando se necessário fosse chegar mesmo ao sacrifício em prol da liberdade.
Nossos
Grandes Defensores da Liberdade
Inegavelmente, a primeira figura que em
nossa terra batalhou pela liberdade foi Anchieta, que tudo fez para desarmar a
fúria dos Tamoios aliados dos franceses.
No longínquo Maranhão, Jerônimo de
Albuquerque, lutou desassombradamente contra a invasão francesa em seu estado,
e incorporou seu nome a nossa história como um paladino da liberdade.
As batalhas de Guararapes, em Pernambuco,
nada mais foram do que o desejo de libertar a pátria do domínio holandês,
prosseguindo sem desfalecimento na conquista deste bem supremo da humanidade.
Outra acentuada manifestação da liberdade
encontramos no distante 1641, entre paulistas, quando quiseram tornar rei
Amador Bueno da Ribeira.
E o que foi a Guerra dos Mascates?
Nada mais, nada menos do que a
manifestação do sentimento nativista desejoso de livrar o Brasil do jugo
português.
As primeiras produções dos escritores
brasileiros, tão impregnadas do sentimento nativista, que nada mais é do que um
patriotismo embrionário, como nos
comprovam "A Ilha da Maré", de Manuel Botelho de Oliveira e as
produções de Gregário de Matos Guerra.
Logo a seguir vem um grupo de jovens que
estudou na França e que se impregnou de idéias
libertárias vicejantes no Velho Mundo.
Tiradentes
e a Inconfidência Mineira
Nosso objetivo primordial hoje, é
dizer-lhes alguma coisa sobre o que foi a Inconfidência Mineira, e o papal
preponderante que nela desempenhou Tiradentes. A Inconfidência Mineira, pode
ser definida em poucas palavras, como um movimento conspiratório ocorrido em
Vila Rica, em 1789, liderado por um grupo de brasileiros, com o objetivo de
libertar nossa Pátria do despotismo português, para que o Brasil entrasse num
regime de liberdade republicana. Esta insurreição teve como causa Principal o
descontentamento nascido pela forma arbitrária com que Portugal explorava as
nossas minas.
A bandeira que eles idealizaram, trazia
aquela expressão latina que nos é muito familiar, um verso de Virgílio - "Libertas quae sera tamen" - Liberdade ainda
que tardia. Esta frase foi para eles uma síntese luminosa e para todos os
brasileiros tem sido uma diretriz segura através dos anos.
Este movimento foi frustrado, porque
surgiram três delatores, sendo o mais conhecido Joaquim Silvério dos Reis.
Durante quatro longos anos se arrastou o
processo (de 1789 até 1732) quando foi proclamada a sentença final, condenando
todos os conspiradores à morte. Mostrando-se os companheiros de Tiradentes,
arrependidos, conseguiram que a Rainha de Portugal, D. Maria I, comutasse a
pena de morte em degredo perpétuo na África.
Tiradentes, ao contrário dos outros, se
mostrou sempre valente e corajoso, não renegando jamais seus ideais de
libertação do Brasil. Sua sentença de morte não foi abrandada, e, depois de
padecer quatro anos de horrores, nas masmorras, foi enforcado na data que
estamos comemorando hoje.
Ele foi o primeiro grande herói da
Libertação Nacional, por isso é conhecido como o "Protomártir" da
nossa independência.
Por Decreto-Lei do Presidente da
República, foi Tiradentes proclamado Patrono Cívico da Pátria Brasileira.
Nota: Com algumas alterações, este assunto
foi apresentado no 1.A.E., em 1960.
3
Dia 1º de maio é a data do supremo
arquiteto universal: o trabalho.
A escolha deste dia tem uma origem não
muito agradável, pois o fato se passou no dia 1º de maio de 1886, quando mais
de 100 mil operários entraram em greve em Chicago, pugnando por alguns direitos
trabalhistas, como as 8 horas de trabalho por dia; desde que a duração da
jornada diária era de 12, 14 e até 16 por dia. No dia 4 de maio houve um
confronto violento com a polícia, resultando na morte de 7 policiais e de 66
feridos. Oito pessoas acusadas de anarquistas foram presas, consideradas como
líderes da intentona e culpadas da morte dos policiais, 5 foram condenadas à
morte por enforcamento. Em virtude destes lamentáveis incidentes, terem se
iniciado no dia 1º de maio, esta data foi escolhida para as comemorações do dia
do trabalho. A fixação desta data foi feita por uma Entidade Socialista,
reunida em Paris, em 1889.
O Dia do Trabalho foi instituído no
Brasil, pelo decreto n.º 4.859, de 26 de setembro de 1924. Seu reconhecimento
como feriado nacional se deu no dia 6 de abril de 1949, com a lei n.º 662.
Esta comemoração já entrou no calendário
universal. E tão notável é esta efeméride, que mesmo as ideologias sociais mais
contrastantes e os sistemas políticos mais díspares a festejam com igual
empenho. Neste dia milhares de bandeiras são desfraldadas por todas as partes
do mundo, homenageando esta atividade que tem sido fator de saúde, felicidade e
de progresso para a humanidade.
É através do trabalho que o indivíduo se
integra em seu meio, isto é, vai cumprir seus deveres para consigo mesmo e para
com os demais, colaborando efetivamente, para o desenvolvimento da Pátria.
O trabalho é direito de todos e dever
social, pois somente através dele o homem se dignifica e as sociedades se
preservam na continuidade do tempo. Ele foi instituído por Deus, na criação do
mundo, para ser uma fonte perene de alegria, prazer e realização íntima.
Devemos destacar que esta ênfase que
estamos dando ao trabalho, se refere ao labor profícuo e não ao trabalho que é
nocivo ao homem.
Neste dia devemos destacar a obra
benemérita de trabalhadores incansáveis como Pasteur, Gutemberg, Fulton, Abraão Lincoln,
Benjamin Franklin, Stenphenson, Santos Dumont, Rui Barbosa e muitos outros
vultos abnegados e indômitos que se destacaram com seus feitos para o bem da
humanidade.
Mas o primeiro de maio, não apenas deve
ser de exaltação aos expoentes da capacidade criativa e da inteligência
humanas. Ele pertence também aos simples operários anônimos, que trabalhando
diuturnamente contribuem para o progresso próprio, da família e das nações.
Não existem fronteiras que possam deter os
largos passos do gigante Trabalho. Foi por isso que Napoleão Bonaparte
declarou:
"Conheci
o limite de minhas pernas, conheci o limite dos meus olhos. Não conheci nunca o
do meu trabalho".
O valor do trabalho pode ser ilustrado com
duas cidades gregas: Esparta e Atenas. Esparta, embora preocupada com o físico,
era adversária do trabalho. Em Atenas, ao contrário, o trabalho era considerado
uma honra e punidos os desocupados.
Que influência exerce hoje no mundo a
altaneira Esparta? A resposta a esta pergunta pode ser sintetizada numa
palavra. Nenhuma.
Ao contrário, a luz que cintila ainda
hoje, em todos os ramos da atividade humana, provindo da Atenas laboriosa dos
nossos antepassados é digna de honra e menção.
Com simples, mas profundas palavras,
Raquel Prado exaltou o trabalho declarando:
"Como
te bendigo, ó trabalho! És estimulo e escopo. Revigoras a alma e acalentas o
coração.
"Que
seria da vida sem os momentos profícuos de um labor produtivo! Tudo se
estiolaria em torno, se o trabalho não levasse o homem à arena de todas as
conquistas. Enquanto a ociosidade aniquila as energias e conduz o indivíduo
para a estrada do vício, que destrói aspirações e nulifica a vontade, o
trabalho nobilita, eleva e dirige a uma rota de felicidade.
"O
trabalho é ar, luz, vida e grandiosidade! Faz esquecer angústias, purifica a
dor com os liames da sua envoltura absorvente.
"Como
eu te bendigo, ó trabalho! Se não fosses tu, eu seria um trapo na mão do
destino! Como nuvem que se esgarça e se desfaz ao sopro dos vendavais, assim
seria eu na tempestade da vida".
Devemos ter orgulho dos frutos da nossa
atividade, ainda que sejam modestos e singelos. Tudo que nos custou esforço,
tenacidade, é digno de apreço. Nenhum trabalho honesto é vergonhoso. Diante
desta afirmativa concluímos que o humilde varredor da rua é tão útil quanto o
prefeito da cidade. A superioridade do homem se acha mais na dedicação com que
cumpre sua tarefa, do que nas altas posições alcançadas, às vezes, até por
meios escusos.
Dois
Exemplos Sugestivos
1 – Em uma entrevista dada para a Revista
Mocidade, setembro de 1376, o Dr. Zerbini
declarou entusiasticamente:
"Minha
mocidade foi só trabalho.
"Meu
depoimento para os moços é um só: Não se distingue um rapaz do outro pela
inteligência. Inteligência e idéias novas todo o
mundo tem. A diferença está em como a pessoa trata a idéia
nova. O tratamento da idéia nova é que é importante.
E isso só se faz com trabalho muito intenso. Se tive algum progresso na
medicina e na minha vida, foi porque meu pai me ensinou a trabalhar sem parar.
Se a pessoa trabalhar dessa maneira em qualquer campo da atividade humana ela
irá vencer. Só há um segredo, trabalhar".
Apela depois para que os moços façam um
balanço de suas atividades para concluírem que na realidade, eles trabalham
muito pouco, ou perdem muito tempo com coisas sem valor.
2 – Amador
Aguiar, o notável idealizador deste imenso conjunto de bancos do Bradesco,
proclamou alto e bom som, que o segredo do seu sucesso podia resumir-se em uma
só palavra – trabalho. Ele afirmou: o trabalho e não o capital constrói o
mundo. Deus trabalhou seis dias e no sétimo descansou.
Valor
ou Vantagens do Trabalho
Dentre os múltiplos valores do trabalho
podem ser destacados estes:
1º) Ele praticado com intensidade, durante
o dia, é o melhor antídoto contra a falta de apetite e a insônia.
Quem trabalha fisicamente nunca se queixa
da falta de apetite, nem tão pouco o molesta a insânia, pois Salomão declara
que doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco, quer coma muito. Ecles.
5:12.
2º) Uma vida de ocupação no trabalho útil
e a melhor fonte de felicidade.
Se fôssemos acostumados desde a infância a
não permanecer ociosos, não conheceríamos jamais o mau humor.
3º) Progresso ou realização pessoal.
Trabalha ou morre é a divisa da natureza.
A inação traz atrofia física, intelectual e moral.
O diretor de uma grande companhia
americana declarou:
"Quanto
mais intimamente chego a conhecer os grandes homens de negócios, tanto mais me
convenço da realidade de que o que o mundo considera como gênio é, em geral, a
simples capacidade de continuar realizando trabalho árduo".
Lincoln,
certa vez, escreveu uma carta a seu irmão, da qual quero destacar alguns
excertos, porque ilustram bem o nosso assunto:
"Quando
cheguei a Charleston, soube
que estavas para vender o sítio, a fim de te transferires para Missouri. Venho pensando nesta tua idéia e agora posso dizer-te que seria tolice fazê-lo. Que
poderás obter melhor em que Missouri do que
aqui? A terra lá é mais fértil?
"Se
queres trabalhar mesmo, meu caro irmão, não existe melhor lugar do que onde
estás agora. Se, porém, não queres, então a coisa muda de figura: não
progredirás aí, aqui ou em qualquer parte. Não adianta mudares de um lado para
outro.
"Se
chegares a desfazer-te da propriedade, aposto a vida em como jamais tornarás a
possuir outra, com espaço suficiente para nela seres enterrado... Não
interpretes mal os termos desta carta. Não te escrevo aborrecido. Faço-o com o
sincero desejo de que, se possível, reconheças a verdade, e esta consiste em
que, se estás relativamente empobrecido, é porque, durante toda a vida tens
sido um tanto indolente. E tuas razões para justificar o fato de que não melhoras de vida, não passam de meras
desculpas e enganam apenas a ti mesmo. O único remédio para a tua situação é de
decidires firmemente a trabalhar, mas trabalhar de verdade..."
Carta bastante franca e dura, não acha o
prezado leitor?
Carta idêntica a esta podia ser escrita a
muita gente em nossa pátria e mesmo a alguns de nossos familiares.
E esta mesma doença, que estava matando o
irmão de Lincoln,
chamada preguiça, continua arruinando a vida de muitos de nossos jovens.
4º) Ele é uma salvaguarda contra os
vícios.
No precioso livro Mensagens aos Jovens, sua autora escreveu:
"Uma
das mais seguras salvaguardas contra o mal é a ocupação útil, ao passo que a
ociosidade é uma das maiores maldições; pois o vício, o crime e a pobreza lhe
seguem o rastro. Os que estão continuamente ocupados, que andam satisfeitos em
suas lidas diárias, são os membros úteis da sociedade." Pág. 214.
Se todos estivessem ocupados os crimes
desapareceriam, os vícios teriam idêntico fim, pois sabemos que é a da
ociosidade que brotam as chagas sociais, que maculam a nossa sociedade.
O lema adotado por uma das academias
literárias do Rio de Janeiro, devia ser também a divisa da nossa juventude:
"Ignavia Funganda et
Fugienda". Esta frase latina significa: A preguiça
deve ser evitada e afugentada.
Como
Deve Ser Realizado o Trabalho?
O trabalho deve ser realizado com prazer,
pois se assim não for ele se torna uma escravidão. Para isto é necessário que a
pessoa escolha uma profissão para a qual ela se sinta vocacionada, para poder
declarar como um velho, depois de completar 70 anos: "Trabalho muito; o
trabalho é a minha satisfação; a minha saúde e a minha felicidade".
Os trabalhadores desajustados são os que
mais sofrem e mais se revoltam contra a atividade que exercem, e da qual não
têm coragem de se afastar, a fim de enveredar por outro caminho, que os leve ao
prazer de trabalhar e ao prazer de produzir.
Carlyle,
por inspiração escreveu: "Bendito o homem que encontrou o seu trabalho!
Que não peça ele qualquer outra bênção!"
Conclusão
Deus é o exemplo máximo do trabalho. O
apóstolo João, em seu evangelho cap. 5, verso 17 relata as palavras de Cristo:
"Meu pai trabalha até agora, e eu trabalho também".
Sejamos amantes do trabalho bem feito.
Trabalhemos com afinco e com amor. Sigamos
o exemplo máximo do grande Mestre – Jesus Cristo, o ser mais nobre, mais puro e
mais perfeito que já passou por este mundo; foi carpinteiro na oficina de Seu
Pai. Podemos afirmar que o seu trabalho de aplainar madeiras era esmerado.
Permitamos que o supremo artista do universo seja o aplainador das arestas do
nosso caráter.
Pensamentos
Sobre o Trabalho
"Reze,
como se tudo dependesse de Deus: e trabalhe, como se tudo dependesse do
homem". Cardeal Spellman
"Viver
sem trabalhar é a primeira maldição da vida". Mantegazza
"O
trabalho afasta de nós três grandes males: o tédio, o vício e a
necessidade". Voltaire
"A
vida nem é um dia de festa, nem um dia de luta; é somente um dia de
trabalho". Tournier
"O maior talento dos homens vitoriosos foi confiar apaixonadamente na
eficácia do trabalho". Monsenhor Spalding
"Se,
humilde e alegremente, nosso trabalho é oferecido ao Senhor, adquire um valor
eterno. Neste sentido, permite-nos transformar o temporal em eterno. É esta a
honra do trabalho, a suprema recompensa do operário". Henri Rollet.
4
Hoje é o dias
das mães. É o dia em que voltamos nosso pensamento e o nosso coração, de modo
muito especial, para a figura daquela que merece de maneira destacada nosso
respeito e consideração. Entre as muitas datas de comemoração a fatos e vultos,
nenhuma mais evocadora e sugestiva do que esta. E
digo mais, nenhuma tão significativa e justa.
Este dia tem uma significação muito
profunda, porque nele se presta uma homenagem, muito sincera e merecida à
mulher que tem sido a inspiradora de grandes homens, a primeira conselheira de
todos aqueles que se têm notabilizado no mundo dos negócios, da política, das
descobertas, das artes, enfim de todos os empreendimentos humanos.
Sem dúvida, prezados filhos, vos
lembrastes de um presente rico ou pobre para a vossa mãe, mas não vos esqueçais
de que a maior e mais apreciável dádiva para a mãe, é sempre o carinho e o amor
dos filhos. Esta é a única recompensa que elas esperam de vós por tudo que
fizeram, pelas lágrimas derramadas, pelas amarguras que tantas vezes sentiram.
Lembremo-nos também daquelas, que por já
haverem descansado não podem receber a nossa homenagem, mas podem ser lembradas
em nossas orações e com um singelo ramo de flores sobre a tumba fria. Não vos
esqueçais também, de que podeis prestar-lhes homenagem vivendo de acordo com os
conselhos que ela, em vida, vos dispensou.
Por último lembremo-nos ainda daquelas que
por toda a vida desejaram um filho, mas por não alcançarem este sonho, adotaram
crianças e têm sido para elas as mais ternas e dedicadas das mães.
Rememoremos neste dia a famosa estrofe de
Casimiro de Abreu, escrita no exílio, longe da pátria e da mãe:
Eu guardo
no peito a imagem querida,
do mais verdadeiro,
do mais puro amor.
Minha
Mãe!
Origem
Desta Data
De acordo com investigações insuspeitas, a
idealizadora do "Dias das Mães" foi Miss Anna H. Jarvis.
Em 1302, Anna Jarvis, perdeu seu pai, e no
dia 9 de maio de 1905, a sua mãe.
Com a morte dos pais, ela sofreu
muitíssimo, pois desde menina era reconhecida como raro exemplo de amor filial.
Foi no segundo domingo do mês de maio de 1907, que se realizou a primeira
celebração do "Dia das Mães", em uma reunião íntima, como homenagem à
mãe de Anna Jarvis.
No entanto, a primeira celebração pública se realizou no dia 10 de maio de
1908, conforme consta da placa comemorativa, que se encontra na igreja
episcopal de Grafton,
West Virgínia.
Em maio de 1914, o "Dia das
Mães" foi incluído no calendário federal dos Estados Unidos. O deputado Heflin, autor da proposta disse, no
ato da assinatura do decreto pelo presidente Woodrow Wilson, estando presente Anna Jarvis: "Nunca uma
bandeira nacional foi usada para festejar tão bela quanto sagrada
comemoração".
Sua
Introdução no Brasil
Foi a Associação Cristã de Moços, que teve
a iniciativa, no Brasil, de consagrar um dia do mês de maio às mães. Passou-se
o acontecimento em 1919, em reunião presidida pela escritora brasileira Júlia
Lopes de Almeida.
Mas, a sua oficialização em nossa pátria,
partiu de uma iniciativa da Senhora Alice de Toledo Tibiriçá, que na qualidade
de presidente do II Congresso Internacional Feminino, em Junho de 1931, se dirigiu
ao Presidente Getúlio Vargas, nos seguintes termos:
"As
mulheres do Brasil, reunidas por um alto ideal de confraternização feminina,
para trabalhar pelo progresso do país e da sociedade, desejam homenagear as
mães brasileiras – o maior fator de nosso aperfeiçoamento morai – pedindo
através desta mensagem a oficialização do "Dias das Mães", no segundo
domingo de maio, a exemplo do que já se fez nos Estados Unidos da América do
Norte".
Atendendo a esta solicitação, o Governo,
instituiu oficialmente o "Dia das Mães", no segundo domingo de maio.
A
Tradição dos Dois Cravos
Partiu também de Anna Jarvis a delicada idéia dos dois cravos: vermelho e branco. Ficou
estabelecido que os filhos, cujas mães estivessem vivas, deviam apresentar-se
com um cravo vermelho na lapela, e aqueles que fossem órfãos, usariam o cravo
branco. A sugestão foi bem aceita e generalizou-se imediatamente.
A flor vermelha, no dizer de Humberto de
Campos, é o símbolo da ternura e da alegria, enquanto a flor branca é uma terna
representação do carinho e da saudade.
O
Valor de Uma Mãe
Infelizmente, muitos de nós só sabemos dar
valor ao que temos, depois de o haver perdido. Se fosse possível, muitos
milionários de bens materiais estariam dispostos a dar toda a fortuna para ter
ao lado sua querida mãe! Mas podemos conjecturar, que muitas vezes, aquela que
lhes orientou os primeiros passos na vida, foi entristecida pelo seu
procedimento reprovável.
Humberto de Campos, certa vez, exprimiu
muito bem o quanto vale nossa mãe:
"O
ouro da terra pode comprar um título, um trono, um império, uma situação na
política ou um nome notável na História; não dá, porém, jamais a mãe e quem a
perdeu".
Quando escreveu isto ele havia perdido a
sua mãe.
A mãe, disse alguém, é a imagem humana da
Providência Divina. Nem todos os seres são mães, mas todos são filhos, logo não
pode haver quem desaprove ou desprestigie a homenagem às mães. Desse modo,
desnecessário se torna afirmar que não havendo preito mais merecido do que o
destinado a elas, os filhos devem expressar-lhes sua leal homenagem de
reconhecimento e gratidão.
Disse alguém com muita propriedade o
seguinte: "Muitas das coisas mais belas do mundo nos são oferecidas em
profusão: rosas às dúzias, estrelas por galáxias, flores e árvores repletas de
neve, nós as usufruímos com liberalidade, mas mãe só temos uma."
Se as mães não têm produzido grandes obras
artísticas e literárias, nem compuseram extraordinárias sinfonias, nem
descobriram famosos inventos, elas educaram e prepararam estes notáveis homens
que se destacaram em todos os ramos dos empreendimentos humanos. Por isso estes
filhos deviam levantar-se chamando-as de "bem-aventuradas".
Durante os primeiros anos a mãe é, em
muitas maneiras para a criança, o que Deus é para o homem. Talvez seja esta a
razão por que Jorge Herbert
disse: "Uma boa mãe vale por uma centena de mestres".
A vida dos filhos está em função da vida
das mães. A alegria, o bem-estar e a felicidade destas dependem da alegria, do
bem-estar e da felicidade daqueles. Se todos os filhos se compenetrassem dessa
dependência, ouviriam e praticariam os conselhos maternos e só um desejo
alimentariam: torná-las as mulheres mais felizes do mundo.
Responsabilidade
das Mães
Prezadas mães que me ouvis, olhando para o
anverso da medalha, não vos esqueçais, de que não existe glória sem
responsabilidade. Se a mais pura, a mais espontânea e sincera manifestação de
elogios se deve às mães; se o melhor lugar do coração lhes deve estar
reservado, compenetrai-vos bem da grande e importante responsabilidade que pesa
sobre vossos ombros. Como formadoras de personalidades, sois responsáveis pelo
alicerce do prédio da vida humana. As mães é que plantam ou regam as primeiras
sementes na formação do caráter. E o primeiro material que entra na formação do
espírito dificilmente se extingue.
Este dia não deve ser apenas um pretexto
sugestivo para esta comemoração tão grata. Ele deve ser um dia de grandes
lições morais, um dia impregnado de profundo sentido educativo.
Nesta data, seria oportuno que às mães
fossem lembradas suas obrigações. Para que não fugissem da sua árdua
responsabilidade de ampararem os filhos e sobretudo pelo preceito e pelo
exemplo, comunicar-lhes energias morais que imunizem os filhos, contra as
forças desagregadoras da nossa sociedade.
Deveis saber, queridas mães, que a
infância dos vossos filhos se vos apresenta como a feliz oportunidade para os
orientardes bem a fim de escolherem somente o que possa honrar a família, a
pátria e a Deus.
A
Positiva Influência de Uma Mãe Virtuosa
Dentre tantos significativos exemplos,
destaquemos apenas estes:
a) Emanuel Kant, o famoso filósofo alemão,
repetia, muitas vezes, a decisiva influência, que sua dedicada mãe exerceu
sobre sua personalidade. Senhora de poucas letras, mas de alma grande, dedicou
o filho na sublime senda da moral e da virtude. Gostava de passear com o filho
pelo meio da natureza, chamando-lhe a atenção para o amor e o poder de Deus.
Kant declarou no final da vida:
"Nunca me esqueci de minha mãe,
porque foi ela que fez germinar o bem que sinto na alma."
b) Sobre o túmulo de uma mãe, no cemitério
do Monte Parnaso há este significativo epitáfio: "Repousa em paz minha
mãe! O teu filho sempre te obedecerá!"
c) Cornélia – a mãe dos Gracos.
A muito conhecida e sempre repetida
história de Cornélia deve ser mais uma vez relembrada.
Cornélia era conhecida na História Romana
como a "Filha de Cipião", título para ela sem dúvida honroso e
dignificante, mas por uma questão de fórum íntimo, ela decidiu que se tornaria
conhecida como a "Mãe dos Gracos".
Dedicou-se com tanto amor, zelo e ternura à educação de seus filhos, que eles
vieram a exceder o nome e a fama do seu avô – Cipião.
Dois pequenos incidentes são suficientes
para comprovarem nossas assertivas:
1º) Certo dia quando as amigas lhe pediram
que mostrasse suas jóias, ela apresentou seus filhos,
dizendo: "Eis aqui as minhas jóias".
2º) Quando seus filhos faleceram, o
governo reconhecendo os seus grandes méritos e a decisiva influência materna
sobre eles, erigiu em uma das praças de Roma uma estátua, em homenagem à mãe,
com a seguinte inscrição: "Cornélia – Mãe dos Gracos".
d) "Tudo o que sou e espero ser,
devo-o a esse anjo, a minha mãe" – afirmou Abraão Lincoln.
e) Relembraríamos a quem tiver a
responsabilidade de proferir palestras na Escola, na Igreja, ou em quaisquer
outras Entidades, no "Dia das Mães" a oportunidade e o valor de
realçar a influência positiva e benfazeja da mãe de Moisés, Samuel, Jesus e
outras mulheres da Bíblia na formação e educação de seus filhos.
Conclusão
Ao concluir, sem usar substantivos
eruditos, nem adjetivos retumbantes, desejo depor o meu modesto, mas comovido
preito de gratidão à minha mãe, a quem deva muito do pouco que alcancei na vida
e também às prestimosas e dedicadas mães da minha igreja e da nossa comunidade.
Queridas mães, vós sois no mundo o que há
de mais puro e de mais santo; por vós somos nós o que somos, e sem vós esta
vida seria vazia e sem significação. E se em nós, algum bem existe, a vós o
devemos. Que a memória e recordações do vosso amor e sacrifícios, nos ajudem a
viver uma vida mais pura e mais conforme com aquele modelo, que vós
idealizastes para nós algum dia, embalando o berço entre lágrimas e alegrias.
Prece
às Mães
As palavras seguintes, de Maciel de
Oliveira, são oportunas para este dia e eu até lhe daria o título de
"Prece às Mães".
"Esse amor é imutável. Somente a
dedicação da mãe pelo filho nunca sofreu modificações. Essa dedicação é a mesma
em todos os séculos e em todos os corações femininos. Tremule nervosamente a
flama da tendência romântica no espírito humano ou ruja o ímpeto da propensão
moderna na alma da criatura e o entusiasmo da mãe pelo filho prossegue
inabalável.
"Louvemos, portanto, essas almas
jamais corrompidas pelas influências externas, louvemos portanto esses
corações, fontes de amor puro e os sustentáculos de uma espécie que sobrevive
graças à virtude das mães.
"Louvemos, portanto, este "Dia
das Mães" tão carinhosamente festejado como sinal de respeito e estima.
"Louvemos, portanto, essas almas
nascidas para o mesmo fim, para a mesma missão de desprendimento, de apreensões,
de cuidados, de dor e de grandeza.
"Aleluia festiva reine nas expansões
dos que ainda podem gozar da convivência de sua mãe viva e emoção de saudade
palpite por um instante, no espírito dos que tiveram de evocar, neste dia, o
vulto de sua mãe extinta".
Ser
Mãe
Coelho Neto
Ser mãe é desdobrar, fibra por fibra
o coração! Ser mãe é ter no alheio
lábio
que suga, o pedestal do seio,
onde a
vida, o amor cantando vibra.
Ser mãe é ser um anjo,
que se libra
sobre um berço dormindo!
é ser anseio,
é ser temeridade, é ser receio,
é ser força, que os males equilibra!
Todo o bem, que a mãe goza, é bem do filho,
espelho,
em que se mira afortunada,
luz, que lhe põe nos olhos
novo brilho!
Ser mãe é andar chorando num sorriso!
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!
Ser mãe é padecer num paraíso!
5
Uma observação atenta ao nosso calendário,
notará que ele assinala grande número de dias especiais, como o dia do
engenheiro, da secretária, do enfermeiro, do aviador, do motorista, do trabalho,
do professor, das mães, etc., etc.
Quando alguns destes dias se projetaram
sobremaneira, alguém se lembrou de que haviam olvidado os pais, não lhe
dedicando uma data especial. Se havia o "Dia das Mães" nada mais
justo que houvesse também um para honrar os pais. Quando esta nobre idéia se consubstanciou críticas surgiram, declarando que
ela tinha nascido na mente de algum ambicioso comerciante, ávido por vender
artigos masculinos. É possível que interesses materiais tenham contribuído para
que a idéia triunfasse, desde que não é possível
fazer nítida separação, em nossa sociedade de consumo, entre os valores
materiais e os afetivos e culturais.
Triunfante a idéia,
de um dia dedicado aos pais, restava apenas a sua fixação, e talvez por
analogia com o Dia das Mães, no 2º domingo de maio, foi escolhido o 2º domingo
de agosto, para homenageá-los.
Os filhos devem ter sempre em mente, que
para os pais, muito mais significativo do que um presente neste dia é o
procedimento honroso, o tratamento afável e respeitoso durante cada dia do ano.
O conselho bíblico é bastante explícito:
"Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com
promessa". Efés. 6:2. Este é o verso, mas os
pais jamais devem olvidar o anverso da medalha que declara: "E vós pais, não
provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do
Senhor". Efés. 6:4.
Para que os filhos honrem os pais, é
necessário que estes tenham um procedimento digno de honra. Como esperar que o
filho honre o pai que negligencia o sustento para a sua família? Como honrar um
pai bêbado que chegando a casa bate na esposa? Como honrar um pai desonesto,
briguento e imoral?
Conscientizem-se os pais que este título é
sobremodo honroso, porém ele acarreta deveres e responsabilidades.
A exposição que se segue, foi enviada pelo
senhor Rubens Luís Wile, ao jornalista Gumercindo
Fleury, que a publicou na Gazeta do dia 16-08-1356, como homenagem ao Dia dos
Pais.
Não tenho condições de adiantar se o
artigo é de autoria da pessoa que o enviou ou não.
Lendo-o você julgará da sua oportunidade
ou não.
Prece
aos Pais
"Tu
que me deste o maior bem que se pode dar a um ser humano, tu que me deste a
vida, não me negarás, estou convicto, todo teu carinho, toda tua dedicação,
toda tua vida mesmo, para que eu me desincumba a contento do compromisso moral
que assume todo aquele que nasce neste planeta, de contribuir com seu trabalho,
com seu esforço e com seu exemplo, para que a Humanidade evolua científica,
intelectual, espiritual e moralmente. E eu, que ainda só sei pedir, peço-te do
mais recôndito do meu coração que, neste dia que te é dedicado, por um minuto
apenas, cesses as tuas lutas, suspendas os teus trabalhos, esqueças as tuas
mágoas e desilusões, adie tuas alegrias e, refreando tuas paixões, sem
fanatismo algum, religioso, político ou científico e sem nenhum preconceito de
raça, classe ou nacionalidade, nesta pausa que te peço, medites sobre o destino
da Humanidade.
"Vê
bem o Mundo que me depositarás nas mãos amanhã; observa bem a Sociedade em cujo
seio eu viverei no porvir; contempla bem o Lar que eu terei de constituir no
futuro. Já meditaste alguma vez? Não? Então repara...
"A
Humanidade me dá idéia de uma multidão de alucinados
a correr, de cabelos em desalinho, desvairados, de olhos esbugalhados, já
exaustos mias continuando a correr em busca de alguma coisa que nem eles
próprios, talvez saibam o que seja. Mas creia, meu pai, é a insegurança, é a
dúvida, é a ansiedade, é a incerteza do dia de amanhã que os leva ao desespero.
A Humanidade busca a Paz e a não encontra. Por que? Observa a Sociedade de
nossos dias e terás a resposta.
"A
Ambição, a Cobiça, o Egoísmo, a Vaidade, a Hipocrisia, a Desonestidade, o
Orgulho e o Ódio substituíram todas as virtudes e levam os homens, muita vez,
em face da inversão dos valores morais, a ter vergonha de serem honestos, como
disse certa vez o nosso grande Rui. Portanto, meu pai, atente bem para isto,
que a tua missão é árdua. A reforma da Humanidade e da Sociedade deverá se
processar dentro da Célula Mater que é o Lar.
"Ensina-me,
portanto, principalmente pelo exemplo, a ser conformado, modesto, altruísta,
simples, sincero, honesto, humilde e caridoso; ensina-me, enfim, a ver em cada
ser humano um irmão e a amar toda a Humanidade simplesmente pelo prazer de
amar. Faze com que eu, como já disse alguém, até aos dez anos te tema, até aos
vinte te respeite e até a morte te ame; até aos dez anos, sê meu Mestre, até
aos vinte, meu Pai e até o fim da vida meu Amigo. E se tu fores materialista,
não importa o conceito que faças do Princípio Criador, inculca-me como norma de
conduta toda aquela filosofia de vida, que o célebre francês enfeixou nestas
quatro linhas:
"Tende
por templo – o Universo;
"Por
altar – a Consciência
"Por
imagem – Deus
"Por
lei – a Caridade".
"Se
assim agires, meu pai, terás me preparado para o futuro um Lar mais feliz, uma
Sociedade mais fraterna e uma Humanidade mais Humana que instalarão no mundo o
tão desejado Reino de Paz e de Harmonia.
"Assim
seja". Amém.
Os
Dez Mandamentos dos Pais
Estes
dez mandamentos foram afixados numa loja de Oxford, Inglaterra :
I - Amarás a teu filho
com todas as forças de teu coração, mas usando sabiamente a cabeça.
II - Não pensarás em
teu filho como algo que te pertença, mas como uma pessoa.
III - Considerarás seu
respeito e amor não como algo a ser exigido, mas como algo que vale a pena
ganhar.
IV - Sempre que
perderes a paciência com a imaturidade e os disparates do teu filho, pensa nas
tolices e nos erros que praticaste na idade dele.
V - Lembra-te ser
privilégio de teu filho fazer de ti um herói e considerar tuas idéias corretas.
VI - Lembra-te também
de que teu exemplo é mais eloqüente que
as recriminações e as lições de moral.
VII - Lutarás para ser
um letreiro na estrada da vida e não uma vala na qual a roda se imobiliza.
VIII - Ensinarás teu
filho a manter-se por si e a travar suas próprias batalhas.
IX - Ensiná-lo-ás a ver
a beleza, a praticar a bondade, a amar a verdade e a viver em clima de amizade.
X - Farás do lugar que
habitas um verdadeiro lar – um céu de felicidade para ti próprio, para teus
filhos, para teus amigos, e para os amigos de teus filhos.
Mensagem
de um Filho no "Dia do Papai"
José de Sousa Marques
Pai
bondoso:
Reconheço
o quanto você tem feito por mim e o seu desejo de ver-me numa posição muito
mais elevada do que a sua.
Assumo,
neste seu dia, o compromisso de honra de ajudá-lo no esforço que realiza por
mim: a vitória que conseguirmos será menos minha do que sua. Esteja certo,
também, de que onde eu estiver, você estará sempre comigo; a distância, entre
posições sociais, será anulada pelo amor filial, que me dá a segurança de que
tenho em você o melhor amigo, que Deus me deu, meu querido Pai.
Ser
Pai
Ricardo Omar da Silva Azevedo
Ser pai é
ter um peito generoso
Capaz de
se imolar pelo dever,
É se julgar feliz, ser orgulhoso,
Sentindo
o próprio sangue reviver...
Ser pai é achar o céu sempre
formoso,
Refletido
nos olhos de outro ser!...
Não
desejar na vida maior gozo
Do que vê-lo cercado de prazer!...
Ser pai é
querer bem a Natureza
Que,
corporificando o pensamento,
Nos faz
rever um mundo de beleza.
É colher mais um
grau de perfeição,
É ter, quer na alegria
ou no tormento,
O cérebro ligado ao coração...
6
DISCURSO CÍVICO
PARA A INDEPENDÊNCIA DO
BRASIL
Administradores, professores, alunos e
membros da nossa comunidade, que aqui nos reunimos nesta manhã de 7 de
setembro, para comemorar os 160 anos de nossa Independência.
Neste dia, de profunda significação para a
Pátria Brasileira, de leste a oeste, dos pampas gaúchos até a região exuberante
da Amazônia, o Brasil gigante se rejubila com o passo cadenciado do desfile de
seus estudantes, este apanágio glorioso da pátria; e dos seus soldados, estes
intrépidos defensores dos nossos direitos políticos, conquistados pela
independência.
Para boa compreensão do acontecimento de
sete de setembro de 1822, devemos reportar-nos a vários incidentes anteriores,
que prepararam o ambiente para esta grande data. As batalhas de Guararapes, em
Pernambuco, nada mais foram do que o desejo de libertar a Pátria do domínio
holandês.
Outra acentuada manifestação de nossa
independência encontramos no distante 1641, entre paulistas, quando quiseram
tornar rei Amador Bueno da Ribeira.
Moços brasileiros, estudantes na Europa,
impulsionados pelas idéias da liberdade e
entusiasmados pela independência dos Estados Unidos, idealizaram também a
independência para o Brasil. Voltando à Pátria deram apoio e incentivo à
Inconfidência Mineira, que pode ser definida como um movimento conspiratório
para libertar nossa Pátria do despotismo português.
Esta insurreição, teve como causa
principal, o descontentamento nascido pela forma arbitrária com que Portugal
explorava as nossas minas.
A bandeira por eles idealizada tinha como
emblema aquela frase latina muito nossa conhecida – "Libertas quae sera tamen" – Liberdade
ainda que tardia. Esta frase para eles e também para nós é uma síntese luminosa
do desejo da independência.
O movimento foi frustrado, porque surgiram
três delatores, sendo o mais conhecido Joaquim Silvério dos Reis.
Alguns se acovardaram, retrataram-se,
pediram clemência, mas como Tiradentes se mostrou corajoso, foi enforcado no
dia 21 de abril de 1792.
Ele foi o primeiro grande herói da Libertação
Nacional, por isso é conhecido como o "Protomártir" da nossa
independência.
A volta de D. João VI a Portugal, em março
de 1821, precipitou os acontecimentos para a nossa independência. Antes de
embarcar D. João VI deu a D. Pedro I o seguinte conselho: "Se o Brasil
vier a se separar de Portugal, coloque a Coroa sobre sua própria cabeça, antes
que algum aventureiro lance mão dela".
Logo vêm ordens de Lisboa para que D.
Pedro regresse a Portugal. Pedidos e mais pedidos de brasileiros lhe são
enviados, para que ele desobedeça às ordens lusitanas e continue em nossa
terra.
No dia 9 de Janeiro de 1822, uma
verdadeira massa popular acorreu ao Senado, para unir-se a comissão encarregada
de entregar a D. Pedro, uma lista com milhares de assinaturas, rogando-lhe que
permanecesse no Brasil.
Após ser feita a leitura do pedido por
José Clemente Pereira, D. Pedro respondeu: "Como é para o bem de todos e
felicidade geral da Nação, estou pronto: diga ao povo que fico".
"O Dia do Fico" foi um marco
decisivo para a nossa independência.
Após o Dia do "Fico", derrotou
as tropas de Jorge Avilez e consolidou-se na regência
do país.
Posteriormente, ao organizar-se o gabinete
do qual fazia parte José Bonifácio, foi outorgado a D. Pedro o título de
"Defensor Perpétuo do Brasil".
José Bonifácio torna-se a figura de maior
destaque, objetivando a nossa libertação do jugo português. O Patriarca da
Independência, conseguiu de D. Pedro um decreto, determinando que nenhuma lei
elaborada em Lisboa fosse executada no Brasil sem a aprovação do regente.
O episódio culminante para a nossa
independência ocorreu em S. Paulo, às margens do riacho Ipiranga, aproximadamente
às 16:00 horas, quando D. Pedro e sua comitiva regressavam de Santos.
Ao receber cartas de Portugal com decretos
arrogantes e provocadores, humilhando-o chamavam-no de rapazinho; concluiu que
chegara o momento preciso de tomar uma decisão.
Ruborizado, amarrota os papéis, atira-os
ao chão, volta-se para a guarda que estava pouco adiante e exclama.
"Laços
fora soldados!" Todos arrancam os laços portugueses de seus uniformes. D.
Pedro, solene prossegue: "Camaradas! As cortes de Lisboa querem mesmo escravizar
o Brasil; cumpre, portanto, declarar já sua independência. Estamos
definitivamente separados de Portugal".
Todos os liderados responderam com uma eloqüente frase: Viva a liberdade e a independência do
Brasil.
Entusiasmado com este apoio, agitando a
luzente espada, solenemente, gritou as tradicionais palavras:
"Independência ou morte! – seja a nossa divisa de hoje em diante."
Relata-nos a história, que naquela mesma
noite, D. Pedro I entrou no teatro da cidade de S. Paulo para assistir a uma
apresentação. A notícia do "Grito do Ipiranga" já se espalhara entre
os habitantes da cidade, por isso ele foi recebido como um herói nacional. Um
grupo de homens e mulheres entoaram com todo o entusiasmo o hino da
independência, composto pelo próprio D. Pedro. Calorosas ovações e aplausos
ecoaram, saudando a intrepidez daquele homem que ousara enfrentar a tirania das
cortes portuguesas. Nesse ínterim, o Padre Ildefonso Xavier, levantando-se da
poltrona e apontando na direção de D. Pedro, gritou por três vezes: "Viva
o primeiro rei do Brasil!" Sim, esta frase era a confirmação do brado –
"Independência ou Morte!", que se ouvira às margens do Ipiranga
naquela tarde.
A frase escolhida para as comemorações da
Semana da Pátria deste ano declara: "A Independência do Brasil é o
resultado do esforço dos seus cidadãos".
Muitas vezes ouvimos dos lábios de nossos
homens públicos esta expressão: Somos independentes!; pronunciada mais por
influências emocionais, do que o resultado de um frio amadurecimento
intelectual e racional. Mas onde está aquela expressiva mentalidade cívica,
esperada de cada brasileiro, que devia trabalhar com idealismo para o progresso
da Pátria, e para a independência econômica e cultural de cada um de nossos
patrícios. Se fôssemos verdadeiramente independentes, não veríamos milhares e
milhares de crianças morrendo de fome, num país de tantos recursos e
possibilidades.
Muitos afirmam: Somos independentes! Nas
não possuem aquele espírito de laboriosidade, que deve impulsionar todo
verdadeiro patriota a trabalhar pelo engrandecimento do Brasil, para que
atinjamos uma posição privilegiada no cenário das nações. Somos independentes!
Mas onde se encontra a libertação total da ignorância responsável pelas
inúmeras superstições do nosso povo, pelos preconceitos de toda a espécie, que
atingem a quase todas as classes sociais?
Se fôssemos verdadeiramente independentes,
estaríamos livres do analfabetismo, esta mancha que nos coloca numa situação
humilhante diante das nações cultas do mundo.
Enquanto nos Estados Unidos, 95% das
crianças em idade escolar estão matriculadas em algum estabelecimento de
ensino, em nossa pátria não atingimos a 60%, contribuindo para este baixo
índice os estados do Maranhão, Paraíba, Piauí e Alagoas.
Notem este quadro desolador: Para cada
1.000 alunos do curso primário, há no curso médio: Japão 850, EUA 357, Uruguai
262, URSS 216, Argentina 207, Brasil 178.
Esta estatística é de 20 anos atrás, hoje,
1982, as estatísticas nos apresentam uma situação bem mais alvissareira.
Prezados estudantes, patriotismo não é
apenas cantar os hinos pátrios, ou marchar em datas cívicas, ou desfraldar o
auriverde pendão que representa a pátria brasileira.
Patriotismo ou melhor civismo é dedicar-se
ao estudo, desde que o estudo conquista o conhecimento, o conhecimento refina a
mentalidade, motivando o progresso e a exaltação dos direitos humanos.
E o que dizer do trabalho?
O trabalho honesto em prol da comunidade é
um dever cívico, e a nota propulsora do mais lídimo patriotismo. O trabalho
conjugado de todos, seria o elemento mais eficiente, para a construção do
progresso e para exterminar a fome, que ameaça tantas crianças inocentes em
várias plagas do nosso torrão natal.
Administradores desta Instituição,
professores que mourejamos com o mesmo ideal e estudantes privilegiados desta
colmeia do saber, irmanados no mesmo propósito, sejamos constantes no estudo e
no trabalho, desenvolvendo um espírito cívico e patriótico, para a construção
de um país melhor para nossos descendentes.
Nota: Discurso feito com algumas
variantes, no dia 7 de setembro de 1967 e 1982, no Instituto Adventista de
Ensino.
7
A primeira festa das árvores em nossa
Pátria, foi realizada na cidade paulista de Araras, no dia 7 de junho de 1902.
Foi orador oficial desse acontecimento o
escritor patrício Coelho Neto.
Esta data é comprovada pela Ata da Câmara
Municipal de Araras e pelo artigo de Coelho Neto em "O Estado de S.
Paulo", do dia 08-06-1902.
Ele iniciou seu artigo com as seguintes
palavras:
"Realizou-se
ontem, pela primeira vez no Brasil a Festa das Árvores", e assim o
concluiu:
"Que
essa festa seja imitada em toda a República onde só a Política tem sido mais
funesta que o machado".
"A Festa Anual das Árvores", foi
oficializada pelo Presidente Humberto Castelo Branco, com o Decreto n.º 55.795,
de 24-02-65, que no Art. 1º declara:
"Fica
instituída, em todo o território nacional, a Festa Anual das Arvores, em
substituição ao chamado "Dia da Árvore", atualmente comemorado no dia
21 de setembro".
Nos estados do Sul esta
efeméride deve ser realizada na semana com início no dia 21 de setembro.
Tinha sido o Governador Armando de Sales
Oliveira quem assinou, em 1936, o Decreto n.º 7.625, fixando a data da Festa da
Árvore a 21 de Setembro de cada ano.
Leis
Protegendo as Árvores
Já em Carta Régia de 13 de março de 1797,
o Governo Português, alarmado com a ruína e destruição das matas do Brasil,
impunha severas penas aos assassinos das árvores.
José Bonifácio de Andrada e Silva
protestava contra o seu aniquilamento pelas "chamas devastadoras da
ignorância", pois que "precisamos conservar, como herança sagrada
para nossa posteridade, as antigas florestas virgens, que pela sua vastidão e
frondosidade caracterizam o nosso belo País".
Astréia Waldeck,
do Serviço Florestal do Ministério da Agricultura, quando, em 1960, se instalou
a Campanha da Educação Florestal, promovida pelo Acordo entre a União e o
Estado de São Paulo, denunciou que no Brasil eram destruídos, anualmente, mais
de 30.000 quilômetros quadrados de matas, e, se não fossem tomadas reais
providências haveria extinção "das florestas do Sul dentro de 25 anos, as
da região Leste em 22 anos e as do Nordeste em 15".
Diante desta triste realidade, os governos
Federais, Estaduais e Municipais elaboraram leis e decretos, às vezes até
drásticos, para coibir esta devastação desordenada.
O paisagista Burle Marx nos alertava em
1974:
"Se
continuarmos com a devastação de nossas matas, o Brasil se tornará, dentro de
pouco tempo, um enorme deserto". Concluiu: "Não podemos destruir o
poder verde em torre do progresso".
Benjamin
Franklin, já no seu tempo, sentenciou:
"Se
as cidades forem destruídas e os campos conservados, as cidades ressurgirão;
mas se queimarem os campos e conservarem as cidades, estas não
sobreviverão".
Campanhas
Educativas em Favor das Nossas Árvores
Nossos homens de letras e de Estado sempre
foram denodados defensores da conservação de nossas árvores.
As seguintes palavras do jornalista
Roberto Fontes Gomes nos devem levar à reflexão:
"Os
dias são normalmente tristes nas cidades que cresceram muito. Nelas, o elemento
verde é raro e as construções ocultam a apoteose do entardecer... O cenário
quase sempre é cinza e o ar carregado de impurezas. Por isto, urge que se
amplie uma mentalidade favorável à defesa de nossos jardins".
Coelho Neto, como deputado, em inflamados
discursos, condenou a derrubada indiscriminada das matas.
Monteiro Lobato, o ardoroso defensor de
grandes causas nacionais, em um de seus artigos para os jornais, em 1914,
lamentava a "desastrada queima das matas", cujo problema dizia ele
precisava ser "encarado e resolvido"; e com urgência e seriedade
acrescentaria eu.
O Código Florestal, prevê um programa de
ensino pela proteção das árvores, junto a todas as escolas do Brasil, e
estabelece que os livros escolares de leitura deverão conter textos de educação
florestal, previamente aprovados pelo Conselho Federal de Educação (art. 42).
Em "Nova Antologia Brasileira da
Árvore", a educadora Maria Teresa Cavalheiro, pág. 51 nos orienta:
"Pais e mestres devem incentivar a
literatura infantil referente à flora para que as crianças reconheçam o seu
valor."
Orienta ainda sobre as principais árvores
que devem ser plantadas durante a "Festa Anual das Árvores".
Devem ser estimulados concursos de
canteiros plantados por grupos de crianças e redações sobre a importância da
árvore.
Convém que sejam feitas visitas coletivas
ao Instituto de Botânica, Horto Florestal, aos parques e reservas florestais de
cada Estado.
Mário Graciotti declara:
"Um país começa a ser grande quando
ama verdadeiramente as árvores, as crianças e os livros".
Esta declaração nos faz lembrar do conhecido
provérbio oriental que declara o seguinte: para o homem ter sua missão cumprida
sobre a terra, deve plantar uma árvore, escrever um livro e deixar um filho.
O exemplo dignificante do saudoso prefeito
Faria Lima deveria ser lembrado em todas as escolas do Brasil, que com o
"slogan": "Plante uma árvore e cresça com ela", conseguiu
que as crianças se tornassem verdadeiras colaboradoras na arborização da cidade
de São Paulo.
Danton, na sua prisão, exclamava:
"Ah! se somente eu pudesse ver uma árvore!"
O convencional da revolução francesa,
sentindo, no fundo do seu cárcere, a nostalgia da árvore ausente, como que
estava lamentando a falta de sua própria liberdade, simbolizada no vegetal
altivo e sobranceiro que, quanto mais livre, cresce mais vigoroso e mais belo
se forma.
Utilidade
e Beleza
"Diz
o que abateu uma árvore:
- O homem
precisa de ti: porque tu és a Utilidade. Estás presente em tudo o que nos
serve. De uma tua irmã veio o cabo do machado que te feriu. E tombaste para ser
andaime, tapume, caibros, vigas, ripas, soalho, rodapés, esquadrias, batentes,
portas, janelas, caixilhos, balaústres, degraus, corrimãos da nossa casa... E
dessa casa farás um lar, sendo lenho para o fogo da lareira, para a cadeira do
descanso, para a mesa do sustento, para o leito do sono, para o armário da
roupa, para a arca dos valores, para a estante dos livros, para a banca do
trabalho, para o lápis da escrita, para a régua do desenho... O homem precisa
de ti: porque tu és a Utilidade.
Diz o que
plantou uma árvore:
- O homem
precisa de ti: porque tu és a Beleza. Estás presente em tudo o que nos encanta.
De uma tua irmã veio o cabo da enxada que abriu a terra para plantar-te. E tu
te ergueste para ser o traço-de-união entre essa terra e o céu e, como tal
derramar a sombra que refresca, desprender a floração que perfuma, desdobrar o
colorido que deslumbra, oferecer o fruto que apetece, abrigar o ninho que
palpita... E para dar uma artística razão-de-ser ao sol, que em ti é ouro de
glória, ao luar, que em ti é prata de nobreza, à chuva, que em ti é diamante de
diadema, à névoa, que em ti é véu de noivado... O homem precisa de ti, porque
tu és a Beleza.
Assim
falaram da árvore – da sua Utilidade e da sua Beleza – o que abateu e o que
plantou uma árvore, ora existe uma Utilidade na Beleza, como existe uma Beleza
na Utilidade".
Estas foram palavras de Guilherme de
Almeida, prefaciando a Nova Antologia Brasileira da Árvore de Maria Teresa
Cavalheiro.
Coelho Neto, no memorável artigo escrito
para "O Estado de S. Paulo" assim escreveu sobre a Festa das Árvores
em Araras:
"Opondo-se
ao machado, aí vão os meninos das escolas e como a marcha do Pequeno Polegar através
a brenha. No conto, o pirralhito espalha o grão para
batizar o caminho, por onde pretende tornar ao lar; na festa de ontem, as
crianças plantaram os germes da floresta nova que há de fazer voltar à pátria a
beleza perdida e, como a árvore é a boa fada protetora da terra, com ela virão
as águas fecundas, virá a saúde, virá a riqueza e, ao apelo dos frondosos ramos
sussurrantes, acorrerão do exílio os pássaros espavoridos, regressarão do homísio, os animais rechaçados e reaparecerão aqui, ali,
como filhas emergindo do mistério, sobre os campos arrasados e tristes, como
oceanos desertos, verdes florestas floridas, reivindicando para o Brasil a
glória apagada de ser o país maravilhoso da beleza e da fertilidade".
Bacon, nos "Ensaios", lembrou
que "Deus Onipotente começou plantando um jardim, porque em verdade este é
o mais puro dos prazeres humanos".
E a maior glória do seu jardim foi a
árvore da vida.
Gênesis 2:3 afirma: "Do solo fez o
Senhor brotar toda sorte de árvores agradável à vista e boa para alimento; e
também a árvore da vida no meio do jardim..."
Os frutos desta árvore destinavam a dar
vida. Gên. 3:22.
Os vitoriosos no final, terão o privilégio
de comer desta árvore que se encontra no paraíso de Deus. Apoc.
2:7.
Velhas
Árvores
Olavo Bilac
Olha
estas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas, quanto
mais antigas,
Vencedoras
da idade e das procelas...
O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas
Vivem,
livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se
as cantigas
E os
aromas das aves tagarelas...
Não
choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos
rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem!
Na
glória da alegria e da bondade,
Agasalhando
os pássaros nos ramos,
Dando
sombra e consolo aos que padecem!
A
Árvore
Ad. de René Barreto
Cavemos a terra, plantemos nossa árvore
Que amiga
bondosa ela aqui nos será;
Um
dia, ao voltarmos,
pedindo-lhe abrigo,
Ou
flores, ou frutos, ou
sombra, dará.
O céu generoso nos regue esta
planta;
O sol de dezembro lhe dê
seu calor;
A terra, que é boa, lhe firme as raízes
E tenha, as folhas, frescura e
verdor.
Plantemos nossa árvore, que a árvore amiga
Seus
ramos frondosos aqui abrirá;
Um
dia, ao voltarmos,
em busca de flores,
Com
as flores, bons frutos e sombra dará.
8
O Folheto "A Codificação dos Direitos
da Criança" promoção do Governo do Estado de São Paulo, 1978, trouxe a
seguinte introdução, sob o título:
A
Codificação dos Direitos da Criança
"A
criança tem sido a pedra de toque de todas as civilizações desde a mais remota antigüidade, até os tempos presentes. Em nossos dias, as
sociedades que mais se jactam de possuir um alto padrão de organização e uma
consciência das mais elevadas dos valores humanos inscrevem a criança e seus
direitos no ápice de seus ideais e na primeira linha de suas preocupações.
"Sob
o paganismo, pouca atenção se dava à criança. Em Esparta, era comum o
espetáculo do sacrifício dos seres que tinham a desventura de nascer com alguma
deformidade física, pois, negava-se-lhes o direito de
viver, ou por outra, a sociedade recusava-se a reconhecer o seu dever de
ampará-los e criá-los. Eram eliminados sumariamente.
"Inegavelmente,
o advento do Cristianismo assinalou a redenção da criança. A frase do Divino
Mestre – "Deixai vir a mim os pequeninos" (Luc. 18:16) –
característica da comovente cena evangélica em que foi pronunciada – sintetiza
verdadeiramente os direitos da criança, pois marcou sua reabilitação. De então
para cá, com efeito, a criança é um ser titular de direitos, pois não só lhe é
conferida posição de destaque na sociedade dos fiéis, como é ela alvo de
atenção e desvelos para com sua proteção física e material, seu bem-estar em
suma, em todos os países civilizados. Proclamados definitivamente os direitos
da criança, nunca deixaram de ser contemplados nas legislações dos povos,
passando daí em diante a se fazerem presentes na estrutura de programas e a
inspirar atividades das administrações públicas".
O nosso Código do Menor de 1927, hoje
evidentemente já ultrapassado, pelas novas condições políticas, sociais e
econômicas estabelece:
1) A criança terá o que for necessário
para o seu desenvolvimento físico, mental, espiritual e social, dentro das
condições indispensáveis de liberdade e de dignidade.
2) A criança ao nascer tem direito a um
nome e a uma nacionalidade. E, mesmo antes de nascer, deverá receber o amparo e
proteção indispensáveis à sua saúde e desenvolvimento.
3) A criança tem direito aos benefícios da
previdência social e a viver principalmente sob os cuidados de seus próprios
pais, sempre que for possível, e em atmosfera familiar favorável ao
desenvolvimento de sua personalidade.
4) A criança tem direito à educação
gratuita, dada no lar e na escola, inspirada nos princípios de liberdade e nos
ideais de solidariedade humana.
5) A criança tem direito, em qualquer
circunstância, a receber, em primeiro lugar, proteção e resguardo.
6) A criança tem direito de ser protegida,
contra as formas de exploração. Não poderá de forma alguma ser empregada em
ocupação que lhe prejudique a saúde ou a educação, o seu desenvolvimento físico
ou moral.
7) A criança tem direito de ser protegida
contra os preconceitos de raça, religião, cor, idioma, nacionalidade ou classe.
8) A criança incapaz física, mental ou
socialmente, tem o direito de receber a educação reclamada pela sua
incapacidade.
9) Na organização da maternidade e
infância em todo o País, com a estreita cooperação da União, Estados e
Municípios, instituições públicas e particulares, buscar-se-á de modo
sistemático e permanente, criar para as mães e para as crianças condições que
permitam àquelas uma sadia e segura maternidade e a estas garantam a satisfação
de seus direitos essenciais.
10) A criança terá direito a uma justiça
especial, constituída como um órgão declarador e assegurador do direito que lhe
assiste à assistência social.
O Departamento Nacional da Criança
elaborou um Código dos Direitos da Criança Brasileira e promoveu sua difusão:
"A toda criança nascida ou residente
no Brasil reconhecemos os seguintes direitos, empenhando-nos, cada um na medida
de suas forças, por proporcioná-los, sobretudo àqueles que a má hora feriu ou
deixou ao desamparo:
1) Ser atendida desde o seio materno, e
nascer bem, evitando o quanto possível os riscos de morte, doença deformidade;
ou
2) Ser criada sob o carinho maternal e no
ambiente da família, ou, na falta deste, num que se
lhe aproxime o mais possível;
3) Nunca sofrer fome ou penar por
insuficiência de alimentos nutritivos indispensáveis;
4) Ser tratada como criança, e como tal
respeitada e atendida nos seus justos interesses e aspirações;
5) Receber os princípios de educação que a
preparem para a vida, e lhe permitam tomar consciência do seu próprio destino;
6) Receber assistência médica e higiênica
que lhe evite riscos de doença e de morte;
7) Jamais ficar abandonada à sua sorte,
sem amparo material, social e moral, eficiente e carinhoso;
8) Não ser menosprezada por motivos de
família, ilegitimidade, pobreza, raça, religião, deformidade física ou mental;
9) nunca ser vítima de crueldades ou
exploração, nunca ser submetida a trabalhos que lhe possam prejudicar o
desenvolvimento normal e a saúde, o caráter, a educação, a liberdade, a alegria
de viver;
10) Nunca permanecer segregada da
convivência social, proporcionada às suas condições pessoais;
11) Não ser considerada criminosa e
responsável em falta social, devendo em tal caso receber assistência judiciária
especializada e os corretivos adequados;
12) Ser, com sua mãe, a primeira a receber
socorros em caso de calamidade pública".
9
Festejamos hoje, 15 de outubro, o
"Dia do Professor". Todos os dias poderiam ser chamados o seu dia,
porque o mestre pode ser lembrado durante todos os dias do ano, porque exerce
uma influência muito mais decisiva em nossa sociedade do que imaginamos.
O professor precisa encarar a sua
profissão como a missão mais alta que se pode confiar ao homem, isto é, formar
e educar os homens; é uma missão que responde aos nobres anseios religiosos,
patrióticos e humanos.
Poderíamos sintetizar a grandiosidade da
missão do professor nestas palavras de Emílio Zola:
"Uma nação valerá o que nela valer o
seu professor primário".
Todos nós nos recordamos saudosos do
primeiro contato que com ele tivemos na infância. Todos nós nos lembramos da
grandeza da sua missão e de quanto lhe devemos na orientação de nossa
personalidade. Sem dúvida, o professor merece ser envolvido por nossa gratidão
e justiça, numa pálida retribuição às canseiras, às dedicações e aos anseios
das grandes horas de amizade e carinho que nos proporcionou.
A professora Cecília Bueno dos Reis
homenageada no dia do professor em 1976 declarou:
"O curso primário é a época certa
para o plantio das melhores sementes no coração das crianças, garantindo uma
futura colheita, farta e feliz".
O grande educador Fernando de Azevedo,
proferiu certa feita esta frase que deve ser relembrada no "Dia do
Professor":
"A
missão mais alta que se pode confiar ao homem é a de formar e educar os
homens".
Dostoievsky,
o notável romancista russo, afirmou que o ideal do professor deve ser este:
tornar o seu discípulo melhor, mas para isto ele precisa ensinar muito mais
pelo exemplo do que por preceito.
O Mestre que ensina a ciência sem educar o
caráter do discípulo realiza obra incompleta. Vieira declarou que instruir é
construir – a inteligência, a cultura e o caráter. O caráter é o alicerce que
reveste os jovens e velhos da couraça moral, que os torna invulneráveis nos
combates da vida.
Com propriedade declarou Goethe: "O
talento se forma na solidão; o caráter, nas tormentas do mundo".
Educar não é apenas ensinar, é dirigir bem
a vida do aluno, de tal maneira que ele se torne no futuro um cidadão útil aos
seus semelhantes e ao seu país. Educar e preparar o adolescente para a vida
prática, descobrir-lhe a vocação e habilitá-lo ao
exercício da carreira a que se destina.
Todos aqueles que tratam do problema do
magistério insistem sempre na mesma tecla – o professor é muito mal remunerado,
embora esta situação seja real e muito agravada no magistério primário em
alguns estados do nosso Brasil.
O exercício do magistério não é função
mercenária. Nós que exercemos o magistério não nos devemos preocupar com a
questão monetária. Mas no mundo em que vivemos, precisamos estar presos a
contingências materiais, dirá alguém; embora isto seja real, como educadores
devemos librar-nos acima da materialidade deste
mundo. O professor que ministra suas aulas apenas pensando na remuneração é um
mercenário, quando seu trabalho deve ser um sacerdócio.
A sua missão pode ser quase comparada a um
ministério divino, pois se do médico se declara que sua missão é divina –
"divinum opus"
– a do professor é algo mais divina, porque trata com o espírito, plasma
inteligências, isto é, lida com a parte mais nobre do ser humano.
Requisitos
Para Ser Um Bom Professor
1º) O primeiro requisito de um bom
professor é conhecer bem a matéria que ensina. "O professor que não estuda
por prazer, faça-o por dever".
2º) O segundo requisito do professor é
gostar da sua profissão. Se gostamos da nossa profissão não apenas seremos um
professor bem sucedido, mas também uma pessoa realizada e feliz, o que é muito
importante em todas as atividades, mas, especialmente, no magistério.
3º) Precisa ser pontual.
4º) Deve primar pela assiduidade. Seu alvo
deve ser este: só faltar à aula por um motivo muito impelente.
5º) Usar da máxima justiça que lhe é
possível.
6º) Manter disciplina.
7º) Necessita ser bondoso e paciente.
8º) Deve ser imparcial, compassivo, confiante
em Deus.
9º) Deve ter um conhecimento profundo da
natureza humana e ter genuíno amor por seus alunos.
10º) Sua personalidade, entre outros,
precisa ainda destes atributos: serenidade, maneira simples e discretas,
perseverança, alegria e otimismo, ter domínio próprio, ser digno de respeito.
Em 1931, uma pesquisa feita entre 1.002
professores primários e secundários, nos Estados Unidos, apontou 1.513
qualidades de um bom professor. Todas estas qualidades foram condensadas por um
estudioso em 10 predicados essenciais para ser um bom mestre.
Eis os 10:
1) Sociabilidade, 2) Capacidade de afeição
em geral (amor ao aluno), 3) Boa aparência pessoal (donde simpatia, carisma),
4) Afabilidade, 5) Aptidão técnica, 6) Personalidade sugestiva, 7) Capacidade de
trabalho e de execução, 8) Condições de decisão e de liderança, 9)
Generosidade, 10) Discernimento rápido.
A professora Cecília Bueno dos Reis, já
mencionada neste artigo, escreveu um poema, o "Alfabeto da Mestra"
criando uma breve frase para cada uma das 23 letras que o formam, verdadeira
mensagem de otimismo, fé e amor ao magistério;
Ame
seus alunos;
Bendiga
sua profissão;
Creia
no poder da educação;
Discipline
sua classe;
Eduque
pelo exemplo;
Firme-se
em Deus;
Garanta
um mundo cada vez melhor;
Honre
a missão da mestra;
Instrua
com a orientação divina;
Julgue-se
antes de julgar seus alunos;
Leia
os livros que orientaram os
grandes educadores;
Medite
sobre os conselhos dos grandes mestres;
Neutralize
os rumores pessimistas;
Orgulhe-se
de ser mestra;
Persista
na verdade;
Queira
o melhor para seus alunos;
Respeite
seus educandos para ser respeitada;
Sorria.
Sorrindo ilumine sua sala
de aula;
Trabalhe
com amor;
Unifique
sua classe;
Vença
pela confiança no poder do grande Mestre;
X
?
Zele
com carinho por estes itens e descubra por si mesmo o X do êxito
dos excelentes professores.
O
Que é Ser Professor?
Adaptado por Pedro Apolinário
Ser Professor é ter disposição para
trabalhar com todas as veras da alma em prol dos alunos;
Ser Professor é visitar as livrarias para
comprar livros da sua especialidade, mantendo-se assim atualizado;
Ser Professor é compreender a psicologia
humana para atrair o aluno como ele merece;
Ser Professor, não é deixar transpirar
segredos profissionais, mas sim, manter em torno de si, uma auréola de discreção e sigilo;
Ser Professor é ser muito cuidadoso na sua
linguagem, para ser um exemplo ao aluno, do falar correto;
Ser Professor é evitar palavras ríspidas,
termos vulgares da gíria, usando em seu lugar, vocabulário rico, correto e
nobre;
Ser Professor é ser discreto na sua
conversação, não falando em voz alta para chamar a atenção dos circunstantes. A
frase de Schopenhauer é importante: "O barulho produzido por uma pessoa é
inversamente proporcional a sua inteligência".
Ser Professor não é viver apenas
preocupado com o tempo da aposentadoria;
Ser Professor, não é descarregar
covardemente os recalques e complexos nos alunos, mas sim abeberar-se nos
sublimes ensinamentos contidos na "Oração da Mestra";
Ser Professor, não é apenas dar algumas
aulas por dia e fora da classe comportar-se, como se não fosse um educador;
Ser Professor é obedecer ao Código de Ética
Profissional, sem se impressionar se os outros colegas fazem o mesmo ou deixam
de fazê-lo;
Ser Professor é revelar na classe os
atributos cristãos, que o Mestre dos Mestres nos ensinou.
Os conceitos que se seguem são transcritos
do livro Pioneer American Educators
onde se exalta a nobreza da missão do professor.
O Professor
O professor é um profeta: ele prepara os
alicerces de amanhã.
O professor é um artista: ele amolda o
gesso precioso do desenvolver da personalidade.
O professor é um amigo: seu coração
corresponde à fé e devoção de seus alunos.
O professor é um cidadão: ele é escolhido
e autorizado para melhorar a sociedade.
O professor é um intérprete: pelo exemplo
de sua vida procura guiar a juventude.
O professor é um criador: ele lida com os
mais altos valores da civilização.
O professor é um repositório de cultura:
ele descortina o caminho para a apuração do gosto, atitudes sãs, finura de
maneiras e desenvolvimento da inteligência.
O professor é um idealizador: para ele as
jovens vidas a seu cargo fazem parte de um sistema que se fortificará à luz da
verdade.
O professor é um pioneiro: está sempre
tentando o impossível e vencendo.
O professor é um reformador: procura
remover os obstáculos que enfraquecem e destroem a vida.
O professor é um crente: tem uma fé
inabalável na melhoria da humanidade.
Raul Pila, por volta de 1958, comentando
um projeto que transitava pela Câmara dos Deputados, a propósito da reforma do
ensino médio, disse ao Ministro da Educação e à douta Comissão de Educação e
Cultura, entre outras coisas o seguinte:
"O
problema fundamental do ensino no Brasil, é o problema do professor e do aluno,
isto é, professores que saibam e queiram ensinar, alunos que desejem aprender.
Sem esta reforma, que eu ainda não sei como se poderá realizar, vãs serão todas
as demais reformas".
O programa "Enciclopédia do Ar",
da Rádio Gazeta, realizou no dia 10 de outubro de 1355, um programa especial em
homenagem à "Semana do Professor". Tendo comparecido à reunião a
professora Carolina Ribeiro, secretária da Educação do Estado de S. Paulo,
convidada a falar, num brilhante improviso disse as seguintes palavras, aqui
reproduzidas na íntegra, em virtude dos seus elevados e sublimes conceitos:
"Diante deste microfone da Rádio
Gazeta poderia parecer que estava falando para um auditório abstrato, tal porém
não acontece, tenho diante de mim jovens que representam tão bem a primavera,
porque eles trazem em si o perfume da juventude e essa essência de gratidão
para com os mestres. A Rádio Gazeta promovendo esta solenidade dá um exemplo
vivo, porque jornalismo e educação se completam. Provera Deus que todo jornal
fosse uma grande escola, provera Deus que toda a escola fosse um órgão de
publicidade de educação.
"Na "Semana do Professor",
vejam bem, não é mais um "Dia do Professor", já é uma semana, e praza
Deus que seja dentro em breve um mês, um mês inteiro, uma vida inteira de
respeito à grande missão do educador, e para impor esse respeito à missão do
educador; respeitem-se primeiro os próprios mestres, dignificando a sua missão,
elevando seu conceito de educadores, esquecendo-se, completamente de que são
pagos para educar, instruir, conduzir sempre mais longe, mais alto. Que grande
e que sublime tarefa a ser exercida pelos homens, pelas mulheres, pelos jovens,
pelos velhos de minha terra.
"Eu olho para longe, e me vejo bem
longe, professora primária, depois professora secundária, depois diretora
primária, depois diretora secundária, diretora de Escola Normal e de Instituto
de Educação. Hoje, por uma dessas casualidades, um homem de governo, achou que
para a Secretaria da Educação deveria ir uma educadora.
"Ontem bem longe educando, hoje
educando, e amanhã voltando à planície, não importa, educando sempre porque
todos nos educamos onde quer que estejamos, pela palavra, pelos exemplos, pelas
nossas atitudes. Ai dos mestres que não educam, porque levar para o pessimismo,
para o derrotismo, ensinar agruras, ensinar com palavras amargas, com atitudes
de revolta não é educar, é deseducar.
"Professores que me ouvis por acaso,
não penseis que após 48 anos de magistério e de educação eu me sinta cansada ou
derrotada. Não! Nós não temos o direito de envelhecer, o mestre como o
sacerdote tem que entrar todos os dias em sua sala de trabalho cantando como
canta o sacerdote: "Entrarei para o altar de Deus, do Deus que alegra a
juventude". E por mais cabelos brancos que se amontoem, por mais rugas que
surjam no rosto, enquanto houver no coração calor, ideal, não se envelhece;
envelhecem os derrotistas, envelhecem os pessimistas, envelhecem os semeadores
de desilusões e o professor não pode desiludir-se, ele tem que se renovar todos
os anos com as turmas novas que recebe, ele tem que ser jovem com os jovens se
quiser atrair o coração da juventude. Os que deverão ser mestres, aprendam pelo
amor à Pátria, pelo amor a Deus, que ser mestre é ser quase um novo Cristo,
porque Cristo apenas aceitou um título que ele julgou imenso, o de
"Mestre".
"Mestres que me ouvis, despertai! E
eu quero repetir-vos o que dizia Alberto de oliveira: 'Fazei surgir da mocidade
os clarões da esperança, salvemos o Brasil'."
10
De todos os países da América do Sul, o
Brasil foi o único, no final do século, daqueles que se tornaram independentes,
a viver sob o regime monárquico.
O fato explica-se por não ter havido uma
ruptura político-militar.
A proclamação da República no Brasil,
acha-se indissoluvelmente associada a mudanças sociais, que se vinham
processando desde a guerra com o Paraguai e em particular, a abolição da
escravatura, que lançou na oposição ao regime os proprietários de terras.
A transformação da monarquia em República,
foi mais uma conseqüência das mudanças sociais e
econômicas efetuadas em nosso país.
As idéias
republicanas vicejaram entre nós desde o período colonial, vindo a
concretizar-se em 1889, estimuladas por uma série de mudanças. Podem ser
citados como fatores efetivos os meios de transporte (as ferrovias e os barcos
a Vapor), o início da industrialização do país e o incremento da população
urbana. Outro processo decisivo, para esta transformação política, foi a
fundação no Rio de Janeiro do Partido Republicano. Seu manifesto, publicado em
1870, teve profunda repercussão em São Paulo, resultando na famosa convenção
Republicana de 1873, realizada em Itu. Esta convenção foi o primeiro passo
decisivo para a criação do Partido Republicano Paulista. Em conseqüência
direta deste Partido, a idéia republicana se propagou
por todo o país, surgindo clubes e jornais interessados em difundir estes
princípios.
O povo, influenciado pela intensiva propaganda
republicana, feita por vultos preeminentes de nossa Pátria, como Quintino
Bocaiúva, Aristides Lobo, Saldanha Marinho, Benjamin Constant, Silva Jardim,
Prudente de Morais e outros, almejava intensamente um governo republicano,
eleito por todos os brasileiros.
Os chefes republicanos, desde 1887,
anteviam a possibilidade de recorrer ao Exército, para que por seu intermédio a
monarquia fosse derrubada.
Dentre as razões fundamentais, de
descontentamento com o governo imperial, deve ser colocado em primeiro plano os
atos arbitrários e injustos do ministério contra militares dignos e honrados.
D. Pedro II, apesar de sua probidade e espírito de justiça, já idoso e
alquebrado pelas responsabilidades administrativas, não teve firmeza para
extinguir o foco de descontentamento. O resultado imediato foi, que as próprias
forças armadas, que estavam ao lado do governo, uniram-se à causa republicana.
O visconde de ouro Preto, que assumiu o
Ministério em junho de 1889, lutou denodadamente para que a monarquia fosse
preservada.
Com este objetivo em vista, empreendeu uma
série de reformas, tais como: a liberdade de culto, criação do Código Civil,
autonomia para municípios.
Apesar destas suas boas intenções, as
crises não foram superadas, e membros do Partido Republicano de São Paulo e do
Rio queriam, que os militares se pusessem à frente de um movimento contra o
governo.
Quatro dias antes da proclamação da
república, Benjamin Constant,
Rui Barbosa, Quintino Bocaiúva, Francisco Glicério e Aristides Lobo procuraram
o Marechal Deodoro da Fonseca, a fim de convencê-lo a participar de uma
conspiração contra a monarquia.
Deodoro, diante da amizade que o unia a D.
Pedro II, titubeou, por achar que era um ato de traição. Mesmo diante da sua
resistência, os conspiradores prosseguiram em seu plano de golpe contra a
monarquia, que seria desfechado no dia 20.
Devido a alguns boatos, de que líderes do
movimento tinham sido presos, o 1º Regimento colocou-se em rebeldia contra o
governo.
Benjamin
Constant, apoiado pelas tropas do Quartel de São
Cristóvão, foi à procura de Deodoro, que embora adoentado colocou-se à frente
dos rebeldes.
Fato curioso deve ser citado a esta altura
dos acontecimentos. Quando os soldados liderados por Deodoro, diante do
quartel-general, as forças do governo, chegaram estacionadas no pátio, não se
opuseram à entrada de Deodoro. Uma atitude inusitada foi observada, pois, ao
ele descer do cavalo para adentrar o edifício, os soldados que ali estavam para
combatê-lo, não lhe embargaram os passos, antes apresentaram-lhe continência e
o aplaudiram.
Firmemente Deodoro subiu as escadas,
apresentando-se perante os ministros para comunicar-lhes o término do governo
imperial.
Ato contínuo, dirige-se a uma janela,
agita no ar o seu quepe de marechal e com todo o entusiasmo profere a
inesquecível frase:
- "Viva
a República!" -
No mesmo dia, o primeiro decreto do
governo provisório dos Estados Unidos do Brasil, proclamava a República
federativa, como forma de governo e a transformação das províncias em Estados.
O movimento foi uma conjugação de forças,
do Exército, dos fazendeiros do oeste paulista e dos representantes das camadas
médias urbanas.
Seu sucesso deveu-se em parte ao
enfraquecimento das oligarquias tradicionais e ao desprestígio da monarquia.
O Ministério da República, que já estava
escolhido desde o dia 11 de novembro, é estabelecido no mesmo dia 15, posse do
governo provisório, chefiado por Deodoro da Fonseca, inegavelmente o líder
indiscutível do movimento. Faziam parte do Ministério: Campos Sales, ministro
da Justiça; Aristides Lobo, do interior; Rui Barbosa, da Fazenda; Benjamin Constant, da Guerra; Eduardo Wanderkolk, da Marinha; Quintino Bocaiúva, das Relações
Exteriores; e Demétrio Ribeiro, Agricultura, Comércio e obras Públicas. O líder
inconteste deste ministério, inegavelmente, foi a preeminente figura de Rui
Barbosa.
A Proclamação da República, é aceita pela
maioria dos estados brasileiros, de uma maneira pacífica; apenas havendo alguma
contestação, no Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco.
D.
Pedro II e a República
A notícia da proclamação da República
chegou a D. Pedro, às 11:00 horas, do dia 16. Ele saiu de Petrópolis e
dirigiu-se para o Rio de Janeiro, juntamente com a família. Ali chegando,
recebe através do Major Solon Ribeiro o seguinte documento:
"Os
sentimentos democráticos da nação há muito preparados, hão agora despertados.
Obedecendo pois, às exigências do voto nacional, com todo respeito à dignidade
das funções públicas que acabais de exercer, somos forçados a notificar-vos que
o Governo Provisório espera do vosso Patriotismo o sacrifício de deixardes o
território brasileiro, com vossa família, no mais breve prazo possível".
Assinado - Marechal Deodoro da Fonseca.
No dia 7 de novembro, D. Pedro e sua
família embarcaram para Portugal, deixando para sempre o Brasil.
Jovem amigo, a grande Pátria Brasileira
ainda continua confiando na sua lealdade e força, para a realização dos seus
majestosos projetos para o futuro.
Mocidade brasileira, lute com fé e coragem
pela vitória dos ideais arquitetados através dos anos pelos que tornaram o
Brasil independente da pátria lusa, em 1822, e em 15 de novembro de 1883
deram-lhe uma forma de governo mais condizente com a evolução social, política,
econômica e religiosa do nosso mundo.
Para isto é necessário, que você molhe com
o seu suor o solo abençoado do nosso torrão, já regado com o sangue dos que
deram a vida pela nossa liberdade. Plante o nosso solo com as sementes benditas
do labor honesto, para que vejamos amadurecer sazonados frutos de glória e
honra para a grandeza da Pátria, mas sobretudo para honra e glória de Deus.
Esqueça-se um pouco do conforto da
civilização, e lembre-se de que pelos sertões brasileiros à fora, há milhares
de brasileiros precisando da nossa compreensão e apoio.
Os líderes de nossa pátria têm colocado a
sua esperança nos jovens, porque eles são idealistas e fortes, por isso vocês
não podem traí-los.
Jovens brasileiros, trabalhemos pelo
engrandecimento do Brasil, lutemos pelo seu progresso e bem-estar social. Não
olvidemos jamais a legenda da nossa bandeira.
Leiamo-la mais uma vez para pautarmos a
nossa vida por este lema tão sublime: Ordem e Progresso.
11
O dia de hoje é consagrado ao culto do
pavilhão nacional.
O Brasil monárquico teve a sua bandeira
muito bonita, trazendo no centro a Coroa Imperial.
Proclamada a República, quatro dias depois,
ou seja no dia 19 de novembro de 1889 o governo provisório decretou o tipo
definitivo da nossa bandeira.
Assis Cintra assim se expressou:
"Cada povo do mundo tem seu símbolo
para representar a sua Pátria: chama-se Bandeira.
Na Bandeira estão reunidos todos os
grandes sentimentos nacionais. Ela é figura viva, material, visível, resumida,
de um dos mais nobres predicados humanos: o amor da Pátria".
Nossa bandeira é o símbolo em que a Pátria
se deve espelhar. Ela deve enfeixar as aspirações e os anelos cívicos.
Este símbolo deve merecer de nossos alunos
um culto esclarecido.
A máxima aspiração a que nos leva, está
resumida em seu lema e é com progressiva, industriosa ordem que devemos
arvorá-la sempre.
O culto à bandeira é a síntese eloqüente do amor à Pátria. Prestar-lhe a homenagem do
nosso respeito e do nosso carinho, é alguma coisa mais do que a simples
observância de uma obrigação banal: é o mais nobre e alevantado cumprimento de
um dever cívico, que, ao mesmo tempo, honra ao cidadão e dignifica a Pátria.
Ao contemplarmos muitas bandeiras,
concluiremos que incontestavelmente o nosso pavilhão nacional é o mais belo,
não só pela magnífica combinação de cores, mas sobretudo pela significação
patriótica de seus símbolos.
Firmino Costa, se expressou com muita
objetividade sobre nossa bandeira:
"Amado pavilhão auriverde, inspira em
nosso coração o amor da Pátria! Este nome Brasil, que fazes lembrar, nós o
consideramos sagrado, e nem gracejando, seremos capares de profaná-lo.
Prestaremos sincera homenagem ao teu inseparável companheiro, que é o Hino
Nacional. Respeitaremos sempre a Constituição e as Leis da República. Não
havemos de quebrar, por nenhum motivo, a nossa solidariedade com os interesses
pátrios. Harmonizaremos com o patriotismo a nossa profissão, a nossa família, a
vida, servindo à nossa Pátria do melhor modo que nos for possível.
O
Simbolismo das Cores
Desde criança, na escola primária,
aprendemos o simbolismo das suas cores.
O verde é a
roupagem das nossas florestas e das campinas luxuriantes; é a cor dileta da
esperança.
O amarelo,
símbolo do ouro que existe em abundância nas estranhas do nosso solo, ele hoje
continua a nos lembrar dos veios inexauríveis das riquezas desta terra
abençoada.
O azul é a
cor do nosso céu que nos faz olhar para o infinito do espaço onde paira a luz
eterna e divina da bondade, justiça e misericórdia de Deus.
O branco
representativo da paz com que sempre sonhamos e graças ao todo-poderoso até
hoje temos desfrutado esse privilégio.
Sublimes
Páginas Inspiradas na Bandeira
A bandeira tem inspirado páginas
imorredouras de nossos artistas da palavra, e nada mais próprio do que
transcrever aqui algumas dessas gemas da nossa literatura.
A Nossa Bandeira
Júlia Lopes de Almeida
"Verde, da cor dos mares e das
florestas que embelezam a nossa terra desde a serra de Roraima até à barra do
Chuí; azul, como o céu infinito em que abre os braços lúcidos o Cruzeiro do
Sul; dourada, como o sol que alegra o espaço e fecunda os campos, a nossa
bandeira retrata nas suas cores as supremas maravilhas do universo!
Filhos do sul ou filhos do norte, qual de
nós não vibrará de entusiasmo ao senti-la aclamada pelos outros povos? Qual de
nós não se comoverá vendo-a desfraldada em país estranho, ou não sentirá capaz
das maiores audácias para a defender de uma afronta e livrá-la de uma derrota?
A nossa bandeira é como um pálio
confraternizador sobre a cabeça de todos os brasileiros. Unamo-nos para
honrá-la na sua grandeza e para que ela seja sempre para nós, além do símbolo
da Pátria, o símbolo do Bem, da Razão, da Justiça. Só é inatingível o que é
impecável, só é forte o que é puro. São as virtudes do povo que tornam a sua
bandeira respeitada; são os seus trabalhos, os seus empreendimentos, o poder da
sua inteligência, a inteireza de seu caráter e a magnitude do seu coração que
lhe dão prestígio diante de todo o mundo.
Assim, estorcemo-nos para que à sombra de
nossa bandeira só nasçam e se desenrolem boas ações. Que ela pacifique gentes
inimigas, quer tremule nos mastros sobre as águas inquietas quer pensa nas
cidades sobre os telhados abrigadores do homem; que ela, que tem na cor a
sugestão da esperança, sorria ao estrangeiro em doce acolhimento, acenando-nos
a todos para um futuro bonançoso e amplo.
Irmãos do norte! Irmãos do sul, amigos!
Unamo-nos em torno da nossa bandeira; que os elos que nos ligam não se
dessoldem nunca, para que seja grande a sua glória e poderosa a sua
Força".
A
Bandeira
Leôncio
Correia
Sagrado pavilhão de minha Pátria!
Canto
Simbólico da Paz: O hino, para saudar-te
Feito
devera ser das bizarrias da
arte,
Num
poema de amor harmonioso e santo!
Pois
que és um livre povo, o pálio,
o verbo, o manto,
Na
escola, no quartel, no
amor, em toda a parte
Onde sejas erguido, adorado estandarte,
Não
te borrife ou manche uma gota de pranto.
Lembras o céu formoso, evocas a grandeza
De tudo quanto traz
de esplêndido consigo
A nossa exuberante e linda natureza:
Que de infâmia o Destino amigo te ressalve,
Oh! de ordem e progresso imaculado abrigo,
Sagrado pavilhão da minha Pátria! Salve!
O poeta patrício Correia Júnior escreveu:
Deus te
salve, Bandeira!
Bandeira
do Brasil – que hoje airosa palpitas
Sob
as bênçãos do azul, sem nódoa, sem labéu.
E, onde em
letras de luz, foram por Deus inscritas,
Como um poema imortal de estrofes infinitas,
As promessas da terra e as estrelas do céu!
Bandeira
do Brasil – cheia de brilho
e graça!
Sacrossanta
visão da minha Pátria em flor,
Mostrando
a cada olhar e cada alma que passa
O glorioso
porvir reservado a uma raça,
Da
grandeza de um povo o passado valor.
A nossa bandeira recorda os feitos do
passado, a marcha titânica dos desbravadores, a epopéia
da Independência, o abolicionismo, a proclamação da República e bem perto de
nós as lutas sangrentas da guerra mundial, onde os nossos soldados inspirados
no estandarte nacional alcançaram brilhante vitória.
Neste pendão há um significado que a
pobreza de minhas palavras não pode traduzir.
Nosso anseio é que nossa bandeira nos
envolva em suas dobras amorosas e que nós sejamos dignos de amar sempre nossa
extremada Pátria.
I.A.E., 19 de novembro de 1957.
12
DIA NACIONAL
DE AÇÃO DE GRAÇAS
Última Quinta-feira de novembro.
Passagem sugestiva - S. Tiago 1:17.
"Toda
boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem
não pode existir variação ou sombra de mudança".
Seguem-se três excertos, que podem ser
usados com propriedade, para esta data tão significativa.
"Graças vos sejam dadas, Senhor, hoje
e todos os dias, pelas muitas bênçãos que derramastes sobre vossos filhos
brasileiros.
Graças, em primeiro lugar, pela magnífica
unidade na fé, no espírito, no amor e na solidariedade, que fizeram da vossa
terra de Santa Cruz uma só nação.
Pelas belezas com que ornastes nosso chão.
Pelos animais que povoam nossas florestas e nossos rios. Pelas flores
perfumadas dos vales. E pela árvore solitária na montanha.
Pelos pássaros que cantam vossa glória, na
hora de nascer nosso irmão, o sol. E por sua luz e calor, lembrança da vossa
majestade.
Pela graça de tantos irmãos, vindos de
terra distante, para entre nós encontrar vida nova. Novo lar. Novas aspirações.
Vossas inspirações.
Graças pelas riquezas semeadas de vossa
Mão bendita.
Mas, graças também pelas provações. Por
elas, enrijecemos o caráter. Com elas, aprendemos a sofrer. Sem elas, não
merecíamos as manifestações – e são tantas – da vossa bondade.
Conservai-nos, pois, Senhor, no vosso
amor. Mantende-nos sob a guarda de vossos anjos e santos. A fim de que, chegada
nossa hora, possamos contemplar vossa face.
E dizer em coro, com os irmãos de antes de
nós: santo, santo, santo, é o Senhor do universo. Hosana nas alturas.
Amém".
Mensagem do Presidente João Figueiredo no
Dia de Ação de Graças, 22/11/1979.
O espírito de gratidão dignifica o homem
contribuindo para a sua felicidade.
Pense nos acontecimentos de um dia e veja
se não há motivos para louvar a Deus.
Analise os privilégios que você teve, as
bênçãos que recebeu durante este ano e agradeça de todo o coração ao doador de
todas as dádivas.
A página que se segue, de Michel Quioist, do livro Poemas
Para Rezar, pág. 77, merece nossa consideração:
"Obrigado
É preciso saber dizer muito obrigado. Nossos dias são ricos dos presentes que o
Senhor nos oferece. Se soubéssemos olhá-los e fazer deles um inventário,
seríamos cada noite como um "rei por um dia", inebriados e felizes de
tantos bens oferecidos. Seríamos então reconhecidos diante de Deus, confiantes
porque Ele nos dá tudo, alegres porque sabemos que todos os dias Ele renovará
seus presentes. Tudo é dom de Deus, mesmo as coisas mais pequeninas, e é o
conjunto desses presentes que fazem uma vida, bela ou sombria, segundo a
maneira de utilizá-los".
Singela Gratidão
Agnaldo
Leite do Sacramento
Há na minha alma
Uma gratidão alegre,
Uma melodia, uma canção,
Um grande segredo que posso contar.
Eu me dirijo a você, menino, menina,
moça, rapaz e adulto.
Ainda nem havia nascido
E alguém muito me amou,
Vindo a morrer por mim.
Aquela vida preciosa, tudo fez;
Posso recordá-lo assim também:
Quando estou desanimado,
Simplesmente me lembro dos seus pés
Que caminharam até o local de morrer por
mim;
Quando me parece faltar a fé,
Lembro-me do seu olhar que pousava
docemente
Sobre os seus inimigos;
Quando a razão quer me enganar,
E a descrença assaltar,
Vejo-o conversando com Pilatos,
Sendo a verdade;
Quando o mundo zomba, lembro-me daquele
povo
Que lhe chicoteava todo o corpo;
Quando o mundo rejeita a sua mensagem,
Lembro-me que Ele já se apresentava
Sem aparência e sem formosura;
Quando a morte se aproximar,
Vê-Lo-ei ainda mais...
Só há na minha alma uma eterna gratidão.
Os céus se alargaram com sua morte;
Sepulcros se abriram com sua ressurreição;
Anjos, querubins e serafins já cantam.
E ao homem
Foi dada uma nova canção!
Recebe, Senhor, a singela gratidão.
13
Se olharmos ao nosso calendário, veremos
que ele assinala muitos dias, que devem ser destacados para comemorações
específicas como: Dia da Criança, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia do Professor,
Dia do Funcionário Público, Dia da Secretária, Dia da Enfermeira, Dia da
Árvore, Dia do Motorista e muitos outros.
A Bíblia, o livro por excelência, merecia
também um dia, ou como assinalou Luís Waldvogel:
"Melhor seria Semana da Bíblia", ou Mês, ou Ano da Bíblia, pois da
Bíblia devem ser os 365 dias dos anos de nossa vida".
Carlos Trezza, em seu prestativo livro, A Reconquista do Homem, disse e disse
muito bem:
"As
Escrituras Sagradas são incontestavelmente um dos mais eficientes instrumentos
de cultura, de progresso, de promoção da paz social. A Bíblia educa o cidadão,
ensinando-lhe a sujeição às regras do bem comum, regras que emanam da família
para a sociedade, porque sua leitura faz o bom filho, a esposa leal, o pai
modelar. Em suma ela gera o cidadão perfeito e útil à comunidade. Por isso
dizia Tolstoi, e com razão: Sem a Bíblia, o
desenvolvimento da criança e do homem é impossível".
A Bíblia está repleta de sugestivas
promessas; de conforto, consolo e ânimo para as horas difíceis e aflitivas; de
ensino para palmilharmos com segurança a estrada da vida; de advertência para
não fazermos escolhas erradas. Devemos lê-la cada dia se quisermos ter uma
saudável vida espiritual e manter sempre acesa a lâmpada da fé, pois ela
declara que sem fé é impossível agradar a Deus.
As belezas das mensagens contidas neste
livro extraordinário fazem com que ele seja o mais conhecido em todo o
Universo.
Aliás, foi com ele que Gutenberg inaugurou
seu invento, sem dúvida alguma, depois do alfabeto a maior descoberta da
inteligência humana, por haver possibilitado a difusão do conhecimento. A
descoberta da imprensa marcou o início de uma nova era de progresso, fazendo
desaparecer as barreiras que impediam a difusão de informações.
Graças ao alfabeto, à imprensa, às
sociedades Bíblicas, aos idealistas tradutores, pode-se ler a Bíblia em quase
todas as línguas, por menos significativas que elas sejam como o esquimó, o malgache e o ouolof.
Os próprios católicos, que durante
séculos, a trataram com reservas e desconfianças, hoje a colocam no pedestal
que lhe pertence.
Notem as palavras seguintes de Dom Eugênio
Sales em sua mensagem para o Dia da Bíblia.
"Em
um mundo onde é crescente a agitação e o isolamento, nessas páginas temos
seguramente o melhor interlocutor. Ali está o conforto para os desiludidos, que
não obtiveram no imenso progresso da técnica e da ciência a razão da própria
existência, os famintos, materialmente ou não, recebem um alimento que os
reanima.
"A
explicação é encontrar-se na Sagrada Escritura, um Deus que se revela aos
homens, em todos os tempos, pois a Palavra divina não se cristaliza na
História, a ela ultrapassa e transcende".
O Dia da Bíblia visa, primordialmente,
exaltar o valor do Livro Sagrado, mas nenhuma significação terá esta data se
ela não despertar em nós o desejo de ler cada dia suas mensagens de amor.
Para aqueles que estão menos
familiarizados com suas sublimes páginas, seria aconselhável iniciar a leitura
pelo evangelho de Marcos, passando depois às epístolas de João e Pedro e a
seguir os Salmos. Num mundo repleto de dúvidas e incertezas, as mensagens
transmitidas nos salmos trazem esperança e confiança.
Toda ela é útil, mas há excertos que são
verdadeiras jóias, especialmente nos Evangelhos, nas
Epístolas, em Provérbios, Isaías e nos Salmos onde o coração encontra refúgio,
nas horas difíceis, e disposição para prosseguir até a vitória final.
Particularmente, o livro que mais aprecio
é o de Salmos. Há alguns anos li este livro poético fazendo uma seleção dos
trechos que reputei mais belos e que representam poderosas mensagens
espirituais:
Eis alguns exemplos:
Sal. 1; 4:7-8; 8; 15; 19; 22:23-30; 23;
24; 25:1-7; 27:1-2; 29; 32; 34; 37:5, 7, 16, 25; 40:5, 8, 17; 46:1; 47:6-9;
50:15; 51:10, 17; 54:22; 56:11; 57:5; 61; 67; 71:5; 84:11-12; 90:12; 91:1-4;
96:9; 98; 103:1-5; 104:1; 106:1-5; 117; 119; 121; 122; 126; 130; 146; 148; 150.
Devemos separar uma hora nobre, segundo as
possibilidades de cada um, para usufruir do privilégio de meditar nos sublimes
ensinamentos que a Palavra de Deus nos transmite.
No Dia da Bíblia, nossos pensamentos devem
voltar-se para Cristo, a figura principal deste Livro e dar graças a Deus
porque ele nos revela o sublime plano da Salvação.
O Dia da Bíblia deve fortificar-nos,
restaurar-nos na comunhão com o Seu autor, pela leitura constante de suas
mensagens, como a única solução para este mundo conturbado e insatisfeito.
A Bíblia Sagrada promove a fortaleza moral
do indivíduo e a grandeza dos povos e das nações. Os seus ensinamentos edificam
o caráter na verdade e libertam a pessoa dos vícios e do pecado. Todo aquele
que honestamente busca a Deus, na Bíblia, alcança poderes espirituais
extraordinários, que o capacitam a levar vida reta e honrosa, diante de Deus e
dos homens.
A Folha da Manhã, do dia 13 de fevereiro
de 1949 trouxe a seguinte notícia, sob o título A Força dos Versículos da
Bíblia:
Os jornais e as revistas dos Estados
Unidos relataram um acontecimento que põe em relevo, mais uma vez, os recursos
espirituais de que a humanidade pode fazer uso para combater o mal. Além disso,
o mesmo fato deu à Bíblia uma atualidade pela qual nunca esperaram os profetas
e os apóstolos.
O caso é o seguinte: A senhora Oretta Huck, do Colorado, leitora assídua da
Bíblia, como a maioria das mulheres estadunidenses, certo dia saiu para fazer
visitas e compras. Ao passar por um trecho semideserto de Denver, foi abordada por um ladrão,
que lhe apontou o revólver para o peito, com a tradicional frase: o dinheiro ou
a vida. Por qualquer circunstância que nem a Sra. Oretta Huck conseguiu explicar, em presença do salteador armado,
sentiu ela que uma grande serenidade lhe inundava o espírito. E recitou alguns
versos dos salmos de Davi:
"Apartai-vos de mim, todos os que
praticais a iniqüidade." Sal. 6:8.
"Ainda que eu ande pelo vale da
sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo: a tua vara e o
teu cajado me consolam." Sal. 23:4.
"Bondade e misericórdia certamente me
seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor para todo o
sempre." Sal. 23:6.
O salteador ouviu tudo isto e murmurou:
O.k., minha senhora. Tenho a impressão de que a senhora está com a razão. E
desapareceu...
Pensamentos
sobre a Bíblia
"Sob qualquer aspecto que encaremos a
Bíblia, seja com referência à revelação ou história ou moralidade, é uma fonte
de conhecimentos como não há semelhante em nenhuma terra ou reino".
John
Quinei Adams, ex-presidente dos
Estados Unidos.
"Os livros sagrados têm sido o meu
estudo diário e a minha vigilante
contemplação. Se permanecermos nos princípios ensinados pela Bíblia,
nosso país prosseguirá, progredindo sempre".
Daniel Webster
"Apegai-vos à Bíblia, como a âncora
principal de nossas liberdades, escrevei em vosso coração e praticai-o em vossa
vida. À influência desse livro é que devemos o progresso da verdadeira
civilização e para ele volvemos os olhos como nosso guia no futuro".
Grant,
Ex-presidente dos Estados Unidos.
"Considero as Escrituras Sagradas a
filosofia mais sublime."
Newton
"Para que o homem conseguisse
conhecimento pleno de verdadeira moralidade, eu não necessitaria fazer mais do
que enviá-lo ao Novo Testamento. Só esse livro basta". John Locke
"Progrida
o mundo quanto quiser, desenvolvam-se ao máximo todos os ramos de pesquisas.
Nada tomará o lugar da Bíblia." Goethe
"Livro de minha alma – aqui o tenho:
é a Bíblia. Não o encerro na biblioteca, entre os de estudo, conservo-o sempre
à minha cabeceira, à mão. É dele que tiro a água para a minha sede de verdades;
é dele que tiro o pão para a minha fome de consolo; é dele que tiro a luz nas
trevas das minhas agonias". Coelho Neto
"Eu amo a Bíblia. Eu leio-a todos os
dias, e, quanto mais a leio tanto mais a amo. Há alguns que não gostam da
Bíblia. Eu não os entendo; não compreendo tais pessoas; mas, eu a amo; amo a
sua simplicidade e amo as suas repetições e reiterações da verdade. Como disse,
eu leio-a quotidianamente e gosto dela cada vez mais". D. Pedro II
Representação
Sugestiva para o Dia da Bíblia
A
Bíblia e a Sua Influência Poderosa
(Explicação: Aparece, em um canto do
cenário, uma moça com vestes compridas e uma faixa, onde se lê: "A
Bíblia", e ainda com uma Bíblia em suas mãos. À sua frente, e juntas,
aparecem quatro moças com vestes compridas também e com faixas com suas,
respectivas inscrições. Elas representam em sua ordem: a nação, a escola, o lar
e a igreja).
A Nação – Vedes este Livro? É a Bíblia. O
Livro mais maravilhoso, mais útil, mas conhecido. Eu represento a Nação e tenho
uma palavra de agradecimento à Bíblia, porque este Livro tem exercido salutar e
benéfica influência em minha vida e em minha história. Tenho muitos inimigos,
todos eles hipócritas, que pretendem fazer-me bem, quando somente males me
causam; seus nomes vós os conheceis, pois que vos perseguem também. São eles o
maldito licor, a prostituição, os jogos de azar e outros mais; mas conto entre
meus melhores amigos a Bíblia, porque ela é uma conselheira insuperável.
Aponta-me o caminho digno a seguir e me apresenta uma base firme, sobre a qual
eu possa levantar o edifício de minha história. Diz-me que a justiça me
engrandece mais do que o pecado me afronta. E assim é. Eu vejo em minhas irmãs
as demais nações. Os Estados Unidos são uma grande e próspera nação porque seus
alicerces estão na Bíblia. Como eu quero ser grande também, vou incentivar a
circulação da Bíblia, estimular sua leitura e vou reger minha vida segundo seus
princípios. E por vós, que tem feito este Livro?
A Escola – Sim. Eu represento a Escola.
Por mim passam todas as gerações, os futuros cidadãos e pais de família. Graças
à influência deste Livro, as escolas públicas tiveram sua origem na Alemanha no
século XVI. A Bíblia contém o mais alto e enobrecedor ensinamento. Ela me ajuda
a forjar o bom caráter na juventude; também é para mim uma muralha de defesa
contra os ensinos do ceticismo, do materialismo e do racionalismo. Nela aprendi
que o princípio da sabedoria é o temor de Deus.
O Lar – Pois, amigas minhas, eu sou o Lar,
e não posso ficar atrás. Tenho também, como vós, uma palavra. Os lares
constituem a armação óssea no organismo de toda nação. Devo muito a este Livro.
O bem que em mim existe, ele é que me tem proporcionado. Leio suas páginas
benditas diariamente. Minha vida moral está muito ameaçada, mas neste livro
encontro força e refrigério. Os melhores lares são aqueles que não se apartam
de suas sábias instruções. "Instrui o menino no caminho em que deve andar,
e até quando envelhecer não se desviará dele".
A Igreja – Chegou a minha vez. Eu sou a
Igreja, e, talvez, mais que vós, tenho que agradecer à Bíblia, porque em grande
parte devo a ela a minha existência. Desempenho uma missão divina no mundo, e
sou a luz inextinguível de Deus na terra, mas devo todas as minhas vitórias a
este Livro. Quando me oriento estritamente por ele, a vitória me sorri; quando,
como em alguns períodos tristes de minha história, me desvio de seus ensinos, o
fracasso me abate. Toda a minha seiva, a tiro dali; ela é para mim um manancial
de vida e espada invencível do Espírito. Eu a guardo em meu seio como a herança
mais preciosa e o mais rico tesouro. Com ela irei sempre, de luta em luta, até
a consumação dos séculos.
A Bíblia – Tenho-vos escutado com a máxima
atenção e com apurado interesse. Agradeço vossas palavras. Mas desejo dizer-vos
que toda essa grandeza, essa influência e esse poder não são meus. Devo-os a
Cristo, o Filho de Deus, porque é ele o centro de minha mensagem, o coração que
me dá vida. Sem ele, eu seria um livro como outro qualquer. Minha missão é
proclamar Seu nome. Meu objetivo, manifestar sua glória. Minha ambição, que
todos os homens cheguem a conhecê-lo como seu Salvador.
Sim, e como o tendes reconhecido, eu sou a
Bíblia. Eu abro as minhas páginas de ouro aos que me buscam. Para todos tenho
uma mensagem de amor. Se estiverdes tristes, em mim achareis alegria; se
estiverdes sedentos, eu dou a água da vida; se estiverdes famintos, eu vos
regalo com pão substancioso.
Eu venho de um lugar: o céu; vivo em um
mundo: a Terra; proclamo uma mensagem: o evangelho; apelo a um ser: o homem;
glorifico o meu autor: Deus. O segredo de minha grandeza, o centro de minhas
palavras e o selo de minha vitória é Jesus.
Eu sou a luz: quero guiar-vos; eu sou a
verdade: quero instruir-vos; eu sou a vida: quero salvar-vos.
Eu sou a carta do viajante, a estreia do
navegante, espada do soldado e a arma invencível do cristão.
Lede minhas palavras, pregai minhas
mensagens, amai meus ensinos, obedecei aos meus mandamentos e vivei meus
preceitos.
Minhas vitórias, e tudo o mais deponho
humildemente aos pés de Jesus Cristo.
(Então, a Nação, a Escola, o Lar e a
Igreja cantam o hino "Minha Bíblia". Enquanto cantam, a Bíblia se
retira).
Esta representação foi tirada do livro Florilégio Cristão de Rosalee M. Appleby, págs. 133-141.
14
Leitura bíblica - S. Lucas 1:26-33.
Natal é sinônimo de boas novas e Esperança
de Salvação.
A palavra natal, proveniente do latim, natalis, significa: nascimento, ou
dia do aniversário do nascimento. Para o mundo cristão é o dia do nascimento de
Cristo.
É o feriado mais importante da
cristandade.
O
Dia e o Mês do Nascimento de Cristo
Duas fontes insuspeitas, a história
sagrada e a profana não nos dão nenhuma informação segura, para comemorarmos
este evento no dia 25 de dezembro.
Não possuímos elementos suficientes para
fixar, nem o dia, nem o mês do nascimento de Cristo.
A tradicional data de 25 de dezembro, para
esta comemoração cristã, não apresenta nenhuma base bíblica.
Se esta é a realidade como nasceu então o
25 de dezembro?
Vejamos o que algumas fontes nos dizem:
John
Davis faz uma declaração peremptória: "A data de
25 de dezembro, como natalício de Jesus, começou no 4º século, sem autoridade
que a justifique".
O Manual Bíblico (de Halley) afirma na
pág. 435 o seguinte:
"Celebra-se
atualmente o Natal a 25 de dezembro. Não há, na Bíblia, nada que indique essa
data. Apareceu primeiro no ocidente, como dia do nascimento de Jesus no quarto
século. No oriente era o dia 6 de janeiro. O fato de se agasalharem os pastores
com os seus rebanhos no campo, ao ar livre, da primavera ao outono, e não de
ordinário no inverno, sugere que Jesus pode não ter nascido nessa estação
fria".
A Enciclopédia Barsa tece o seguinte
comentário sobre o Natal:
"Nos
primeiros séculos, o Natal cristão era comemorado ora a 6 de janeiro, ora a 25
de março, e em alguns lugares a 25 de dezembro. O dia 25 de dezembro aparece
pela primeira vez no calendário de Philocalus (354). No
ano 245, o teólogo Orígenes repudiava a idéia de se
festejar o nascimento de Cristo 'como se
fosse um faraó'. A data atual foi fixada no ano de 440, a fim de cristianizar
grandes festas pagãs realizadas neste dia: a festa mitraica
(religião persa que rivalizava com o cristianismo nos primeiros séculos), que
celebrava o natalis invicti Solis
(nascimento do vitorioso Sol) e várias outras festividades decorrentes do
solstício do inverno, como a Saturnália, em Roma e os
cultos solares entre os persas e os germânicos".
A Enciclopédia Britânica, ao falar do
nascimento de Jesus tece seus comentários mais ou menos no mesmo diapasão:
"Nada
sabemos do dia certo do seu nascimento. Lá pelo século II os cristãos orientais
celebravam o Natal no dia 6 de janeiro. Em 354, nas igrejas ocidentais,
incluindo as de Roma, celebrava-se o Natal a 25 de dezembro; era uma data
erroneamente dada como o solstício do inverno, em que os dias começam a
aumentar; data já da festa central do mitraísmo, o 'natalis invicti Solis' ou o aniversário do sol
invencível. As igrejas orientais fixaram-se no dia 6 de janeiro e acusaram seus
irmãos ocidentais de adoração do Sol e idolatria, mas no fim do 4º século, o 25
de dezembro foi também adotado no oriente".
Os comentários até aqui apresentados nos
levam à seguinte conclusão:
O homem, ao afastar-se de Deus, cria seus
próprios cultos, e destes o que mais se destacou, entre os pagãos, foi o culto
ao sol, por ser a fonte suprema de energia e o causador de toda a fecundidade.
A prova da valorização deste astro celeste encontra-se no significado dos
seguintes nomes históricos: Faraó (Sol), Belsazar
(príncipe de bel-sol), Nabucodonosor (ó sol, protege a minha coroa).
O dia 25 de dezembro era o aniversário do
deus sol.
Se o dia do nascimento de Cristo é
ignorado, a realidade do seu nascimento é um fato histórico de profunda
significação para nós.
A fixação do dia 25 de dezembro pode ter
nascido por uma questão de conveniência.
A história nos confirma que Constantino,
em 313, adotou o cristianismo como a sua religião e também a dos seus súditos.
Este fato levou os dirigentes da Igreja a raciocinarem, ser uma boa política,
transformar as festas mais populares dos pagãos convertidos, em festas cristãs.
Entre os romanos havia o Carnaval, do dia
17 a 24 de dezembro; e, no dia seguinte, o dia 25, era o maior dia religioso
para eles, o dia do culto do deus Sol. Esta data foi escolhida com o objetivo
de cristianizar grandes festas pagãs, como acabamos de mencionar.
A Grande Enciclopédia Portuguesa e
Brasileira (de brasileira ela tem apenas o nome), declara:
"O
clero romano teria julgado oportuno substituir a festa pagã (Natalis solis invicti) por uma festa cristã, e era
natural que pensasse no nascimento daquele que, segundo o Evangelho, era a
verdadeira luz do mundo." Em vez de luz, com mais propriedade deviam ter
dito, o verdadeiro sol. Verbete. Natal.
Estudiosos palestinenses
são unânimes em afirmar, que o nascimento de Cristo, não poderia ter sido em 25
de dezembro, pelo fato dos pastores estarem pernoitando, no campo, com os
rebanhos. Para eles o nascimento de Cristo foi ou no mês de abril ou em
outubro.
Fatos,
Curiosidades e Tradições Ligados ao Natal
1º) A Estrela
Mat. 2:2 declara: "Porque vimos a sua
estrela no Oriente, e viemos para adorá-Lo".
O que era essa estrela? As interpretações
são muitas.
a) Talvez um corpo luminoso, criado a
propósito por Deus, para servir de guia aos magos, como foi a coluna de nuvem e
a de fogo, na peregrinação de Israel pelo deserto.
Deus podia ter feito o milagre para
anunciar a vinda de Seu Filho à Terra.
Este fenômeno sobrenatural foi
interpretado pelos magos como cumprimento da profecia de Balaão: uma estrela
procederá de Jacó". Num. 24:17.
b) Poderia ter sido uma personalidade, como
um anjo que teria guiado os magos a Jerusalém.
c) Outros identificam a estrela com algum
astro ou conjunto de astros (planetas, estrelas, cometas), que se revelaram de
acordo com os pianos divinos, mas sem saírem de suas funções ou manifestações
naturais.
d) Deus criou nessa época, uma verdadeira
estrela no firmamento.
e) O astrônomo Kepler e outros afirmam ter
sido uma conjunção de planetas.
2º) Árvore de Natal
Sua origem é controvertida, já que os
pesquisadores faiam de Lutero como o seu introdutor. Em uma noite de Natal,
caminhando por uma floresta de pinheiros, contemplou embevecido milhares de
estrelas brilhando por entre os galhos cobertos de neve. A sublimidade daquele
quadro o levou a tomar um galho de pinheiro e levar para casa. Após enfeitá-lo
com velas acesas, mostrou-o aos filhos a fim de que eles também desfrutassem da
sua beleza.
Para outros, este costume vem do século
passado. Originou-se nos países nórdicos e daí se espalhou para o mundo.
Esta árvore é um símbolo de paz, alegria e
esperança de uma vida melhor.
3º) Cartões de Natal
Tiveram sua origem na Inglaterra, por
volta de 1843, quando o senhor Henry
Cole enviou aos amigos um cartão alusivo a este evento.
O cartão com votos de felicidade deu
início a esta simpática tradição, que tanto transtorna as repartições dos
correios.
4º) Papai Noel. Noel quer dizer natal em
francês.
Sem mencionar nomes e datas, as fontes
históricas nos dizem que nasceu com o São Nicolau, que os holandeses levaram
para a América do Norte. Este personagem fictício, que viajava de trenó,
entrava pelas chaminés das lareiras e colocava presentes nos sapatos vazios das
crianças. Esta ficção foi se transformando até adquirir as características que
hoje conhecemos.
5º) os Três Reis Magos
A Bíblia (Mat. 2:1-2) não relata que eram
três e muito menos reis.
A palavra grega magoi designava na Medo-Pérsia os
que se ocupavam com os segredos da natureza, astrologia e medicina.
Comentaristas falam em "cientistas orientais".
Deviam ser vários, mas a tradição fala em três,
por trazerem três espécies de dádivas: ouro, incenso e mirra. A tradição também
lhes atribui os nomes de Gaspar, Belquior e Baltazar.
Os presentes eram simbólicos para a pessoa
de Cristo: ouro para o rei, incenso para o Sumo Sacerdote, e mirra para o
grande médico.
A disposição dos magos em presentearem a
Cristo deve ser um exemplo para ofertarmos nossas dádivas a Sua igreja.
Ellen G. White nos aconselha a ensinarmos
os filhos a colocarem na árvore presentes para Cristo.
6º) O Canto – Noite Feliz
Em nosso hinário aparece sob o título:
Tudo é Paz n.º 73.
O padre Joseph Mohr, de uma pequena igreja
austríaca, em 1918, certa noite estava triste pelo fato de não haver música de
órgão naquele natal, porque os ratos haviam roído os foles do órgão. Com este
estado de espírito, foi dar um passeio pelas imediações da sua paróquia. A lua
e as estrelas cintilando tornavam a noite amena, tranqüila
e inspiradora. Aquela cena o fez imaginar como teria sido a noite em que Jesus
nasceu em Belém e as palavras da canção "Noite Feliz" lhe brotaram
espontaneamente. De volta à igreja, passou-as para o papel, apresentando-as a
seguir a Franz Gruber,
mestre do coro, com o pedido de que fizesse a música.
Na próxima noite de natal, enternecidos,
os membros da igreja entoaram o belo hino – "Noite Feliz".
A esposa do regente após ouvir o hino, com
visão profética, declarou: Nós morreremos, mas "Noite Feliz" há de
viver por muito tempo. Não existe hoje, nenhum lugar no mundo, na noite de
natal, onde estas palavras não sejam entoadas.
Conclusão
Embora os fatos até aqui apresentados, nos
convençam da realidade de que ninguém pode determinar, com segurança, o dia do
nascimento de Cristo e a Bíblia não ordene esta celebração, como cristãos somos
beneficiados, espiritualmente, em meditar no significado do nosso Salvador ter
nascido neste mundo.
Infelizmente, esta festa religiosa, está
totalmente desvirtuada de suas nobres e elevadas finalidades, que é apontar
para o nascimento do Filho de Deus – o nosso Salvador. O que existe hoje
relacionado com o natal é apenas uma preocupação mercantilista – vender e comprar
presentes. É o comer e o beber desbragadamente, tornando-se uma terrível ofensa
à simplicidade do ser que nasceu em Belém. Onde fica o espírito de Cristo? Este
é colocado de lado e substituído pelas orgias e pelo "comamos e bebamos
porque amanhã morreremos".
Para nós cristãos o natal deve trazer à
nossa memória o quadro sublime do milagre dos milagres, a encarnação do Filho
de Deus. São João 1:14 declara que o Verbo se fez carne para habitar entre nós.
Este fato histórico, deve relembrar-nos
duas grandes palavras da Teologia: amor e salvação. S. João 3: 16 realça a
sublimidade desse amor que traz como conseqüência da
salvação.
Devemos ver no natal a cristalização do
magnífico amor, que atinge a toda a humanidade, apelando para que esta aceite a
grande salvação, que lhe é oferecida graciosamente.
Mais importante do que o dia e o lugar em
que Cristo nasceu é o fato de Ele ter nascido para ser o nosso Salvador, e
agora, é Ele nascer em nosso coração e ali habitar para que a nossa vida possa
ser totalmente transformada por Sua presença benfazeja.
Prece de Natal
Rui Barbosa
"Mistério
divino, em cujo seio, há mil e novecentos anos, se desenvolve a civilização
humana, perdoa aos que deste lugar de fraquezas e paixões ousam desflorar com o
pensamento a Tua pureza. Os moldes da única eloquência capaz de Te não profanar
quebram-se com a última inspiração dos Teus livros sagrados. Desde então, de
cada vez que o homem se desengana do homem, e a alma precisa do ideal eterno,
na melancolia das épocas agitadas e tenebrosas, diante da injustiça ou da
dúvida da opressão ou da miséria, é no cristal das Tuas fontes que se vai
saciar a nossa sede. Deixaste-as abertas na rocha da Tua verdade, e há dezenove
séculos que borbotam com o mesmo frescor sempre das primeiras lágrimas daquela
cuja eternidade virginal desabotoava hoje na flor da redenção cristã".
"Tamanha
é a Tua grandeza que excede todas as do Universo e da razão: o espaço, o tempo,
o infinito, acima dos quais a cruz da Tua tragédia espantosa parece maior que
os vôos da metafísica, as imensidades do cálculo e as
hipóteses do sonho. Daí a palavra e a imaginação recuam assombradas,
balbuciando. A criatura sente o Teu amor, mas tremendo. Vê-se alvorecer a
eternidade na magnificência de um abismo que se rasga no Céu; mas nas suas
arestas alguma coisa há de sombra e ameaça. De onde, porém, Tu penetras no
coração, de todos com a doçura de uma carícia universal, é daquele presepe,
onde a Tua bondade nos amanheceu um dia no sorriso de uma criança".