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CADA DIA COM DEUS – PEDRO APOLINÁRIO

 

1 O PRIMEIRO DIA DO ANO

 

2 TIRADENTES E O IDEAL DA LIBERDADE

 

3 DIA DO TRABALHO

 

4 DIA DAS MÃES

 

5 DIA DOS PAIS

 

6 DIA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

 

7 FESTA ANUAL DAS ÁRVORES

 

8 DIA DA CRIANÇA

 

9 DIA DO PROFESSOR

 

10 DIA DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

 

11 DIA DA BANDEIRA DO BRASIL

 

12 DIA DE AÇÃO DE GRAÇAS

 

13 DIA DA BÍBLIA

 

14 DIA DE NATAL


 

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TEMA  SUGESTIVO  PARA  O  DIA    DO  ANO

TOPO

 

Para o mundo cristão, inicia-se hoje mais um ano novo, e o 1º de Janeiro é conhecido como o "Dia da Confraternização dos Povos".

Este ideal é sublime, mas infelizmente os fatos cotidianos demonstram, claramente, que estamos muito longe de alcançar este belo desiderato. Mesmo sem ser pessimistas, olhando ao nosso redor concluímos que a humanidade está muito afastada da confraternização preconizada pelo nosso Salvador.

O ocaso de um velho ano e o despontar de um novo, nos levam a vibrar de contentamento, almejando dias muito melhores.

A frase mais ouvida e mais proferida neste dia é esta: "Feliz ano novo". Sem dúvida é uma sugestiva saudação, mas para sermos felizes há requisitos que devem ser cumpridos, sendo o principal, palmilhar o caminho com Cristo ao nosso lado. O relato que se segue, foi escrito, ou melhor adaptado por mim, há mais de 20 anos, sem haver anotado a fonte inspiradora.

Os anos de nossa vida podem ser comparados a livros, um dos quais se abre hoje, com 12 capítulos, perfazendo 365 páginas, cada uma com 24 linhas.

A diferença primordial, entre um livro comum e o livro figurado, que desejo apresentar-vos, neste momento, é esta: suas páginas estão em branco.

Cada um de nós tem que escolher o que vai escrever neste livro durante este ano.

Se cada página tem 24 linhas, que são as horas, em cada linha devemos escrever 60 palavras, cada uma correspondendo a um minuto.

Peçamos a Deus, que todos cheguemos à página 365, no dia 31 de dezembro. É possível que para alguém a tinta se extinga durante o ano, e se isto acontecer não é possível substituí-la por outra, desde que a tinta é nossa vida.

Para escrever temos que escolher as palavras que expressarão nossas idéias. As palavras neste livro especial que estamos apresentando são os atos, as ações da nossa vida.

Toda a pessoa que escreve tem um estilo próprio, distinto dos demais.

Em literatura damos o nome de estilista ao escritor que redige tão bem que merece ser imitado por outro. É nosso estilo de vida tão bom que pode servir de modelo para outros? Paulo disse: "Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo". I Cor. 11:1. Nosso estilo será vigoroso e agradável se imitarmos um bom modelo. O modelo perfeito a ser imitado no livro da vida é o deixado pelo grande Mestre – Jesus Cristo.

Se estilo é a maneira própria, pessoal, de cada pessoa redigir, no livro que hoje começaremos escrever, o estilo será a maneira como viveremos este ano.

A caneta é o instrumento que se usa para escrever. Quais os instrumentos usados para escrever no livro da vida? Boca, ouvidos, nariz, olhos e mãos. Como usaremos estes instrumentos para que o escrito seja agradável e de utilidade àqueles que o lerem?

Como foi o livro que ontem terminamos?

Que ficou escrito nele?

Boas ações?

Trabalho para Cristo?

Obediência aos reclamos divinos?

Amor ao próximo?

Desprendimento dos bens materiais?

Formamos bem o caráter?

Ou quem sabe apenas ficaram registrados palavras inconvenientes, atos egoístas, descuido no cumprimento dos deveres diários.

Fazendo um retrospecto à vida espiritual, que inscrições ali se encontram?

Apatia na vida religiosa, como deixar de ir à igreja, negligência na oração e no estudo da Bíblia?

Prática de ações inconvenientes, deixando páginas indignas de serem voltadas porque delas temos vergonha?

Como foram usadas as linhas, que são as horas, durante o ano que se finda? Aproveitadas em empreendimentos nobres e elevados ou gastas em coisas inúteis?

Se o livro que terminou ontem foi bem escrito, ele deve ser aperfeiçoado nesta nova edição. Se não foi, deve ser tirado de circulação e o volume deste ano deve ter uma orientação totalmente diferente.

Quem escreve deve cuidar com os rabiscos e borrões. Nossas redações devem ser corrigidas e passadas a limpo antes de serem entregues ao professor.

Na escola da vida, rabiscos e borrões são as falhas do nosso procedimento. Os erros do caráter precisam ser tirados de nós, através do sangue purificador de Cristo, antes da vida ser entregue ao Mestre dos mestres – o nosso Deus.

Se nossos trabalhos escritos necessitam dos sinais de pontuação, estabelecidos como pausas que nos esclarecem na boa compreensão das idéias, de maneira idêntica, no livro da vida também devem existir sinais de pontuação, ou pausas que devemos fazer em nossos atos, para concluir se eles são corretos ou não. Estas pausas na vida religiosa seriam os momentos de reflexão ou meditação.

Há livros, cujos autores se esmeraram tanto em seu aperfeiçoamento que eles permanecem para sempre. Este mesmo ideal de perfeição deve haver no livro que estamos escrevendo, para termos direito à vida eterna.

As palavras seguintes de Ellen G. White são muito oportunas para este momento:

"Ao entrardes em novo ano, fazei-o com a sincera resolução de vos dirigirdes para a frente e para cima. Seja vossa vida mais elevada e exaltada do que o foi até aqui. Não permitais que vosso alvo seja buscar vossos próprios interesses e prazeres, mas avançai na causa de vosso Redentor. Não permaneçais numa posição em que sempre necessitais servir-vos, e onde outros vos precisarão ajudar a conservar-vos no caminho estreito. Deveis ser fortes para exercerdes influência santificadora sobre outros. Podeis estar onde o interesse de vossa alma seja levado a fazer o bem aos outros, a confortar os tristes, a fortalecer o fraco, e a dar vosso testemunho em favor de Cristo onde quer que se vos ofereça uma oportunidade. Tende o alvo de em tudo, sempre, e em qualquer lugar honrar a Deus. Fazei com que vossa religião esteja em tudo". – Testimonies, Vol. II, págs. 261 e 262.

Nosso apelo é para que escrevamos nas páginas do livro da nossa existência, no ano de ....., coisas tão dignas e elevadas, que os anjos possam transcrevê-las para o memorial das boas ações, que se encontra nos Céus, e que nosso nome permaneça no Livro da Vida, descrito por João em Apoc. 13:8; 17:8 e 20:12.

 


 

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TIRADENTES E O  IDEAL  DA  LIBERDADE

 

Palestra para o Dia 21 de abril.

TOPO

 

Liberdade, Igualdade, Fraternidade! Eis três palavras belíssimas pelos transcendentes princípios que nos vêm à mente. Efetivamente, os direitos de liberdade, igualdade e fraternidade são inerentes a todo ser humano, visto que todos nós, seja qual for a raça a que pertençamos, seja qual for a nossa condição social, fomos criados pelo mesmo Deus.

Longas dissertações poderiam ser feitas sobre cada uma destas palavras. Hoje, porém, quero deter-me por alguns instantes no significado da liberdade, desde que ela foi a mola propulsora para a nossa independência política.

A liberdade é uma das mais altas prerrogativas do ser humano. Conduzir-se por si mesmo, realizar aquilo que deseja – eis o desejo supremo do ser humano.

Se a liberdade individual é necessária, para que possamos expandir todas as nossas faculdades, não menos necessária é ela nos agrupamentos de indivíduos, que são as nações.

De duas maneiras se manifesta a opressão exercida sobre uma nação. Opressão praticada pelos próprios governos e opressão levada a efeito por outra nação. Quando se verifica a primeira denominamos o governo de tirano. Compulsando as páginas da história veremos que muitas nações tiveram este tipo de governo.

A Grécia, com seu povo inteligente, nos forneceu uma sábia lição; seus filhos tiveram clara noção dos seus direitos, por isso depois de muitas lutas, estabeleceram um governo democrático, banindo assim as ditaduras e fornecendo um sublime exemplo aos povos de todo o mundo.

Se lançarmos um olhar retrospectivo ao passado do Brasil o que veremos? Uma colônia portuguesa localizava na América do Sul, ansiosa de se libertar do jugo estrangeiro. O exemplo dos Estados Unidos e de outras nações, libertando-se dos países de origem, fez com que ideal da liberdade tomasse conta da pátria brasileira.

A liberdade através dos séculos sempre teve os mais denodados defensores e os líderes mais devotados.

A nossa pátria não faz exceção a este princípio, porque estudando-lhe a história, concluiremos, que a liberdade foi uma nota constante, uma idéia permanente no ideal dos brasileiros, desde Anchieta, até o extermínio da ditadura já em nossos dias. E a prova magnífica nós a temos, conhecendo os vultos pátrios, que por ela lutaram com alma, coração e intelecto, não hesitando se necessário fosse chegar mesmo ao sacrifício em prol da liberdade.

 

Nossos Grandes Defensores da Liberdade

 

Inegavelmente, a primeira figura que em nossa terra batalhou pela liberdade foi Anchieta, que tudo fez para desarmar a fúria dos Tamoios aliados dos franceses.

No longínquo Maranhão, Jerônimo de Albuquerque, lutou desassombradamente contra a invasão francesa em seu estado, e incorporou seu nome a nossa história como um paladino da liberdade.

As batalhas de Guararapes, em Pernambuco, nada mais foram do que o desejo de libertar a pátria do domínio holandês, prosseguindo sem desfalecimento na conquista deste bem supremo da humanidade.

Outra acentuada manifestação da liberdade encontramos no distante 1641, entre paulistas, quando quiseram tornar rei Amador Bueno da Ribeira.

E o que foi a Guerra dos Mascates?

Nada mais, nada menos do que a manifestação do sentimento nativista desejoso de livrar o Brasil do jugo português.

As primeiras produções dos escritores brasileiros, tão impregnadas do sentimento nativista, que nada mais é do que um patriotismo  embrionário, como nos comprovam "A Ilha da Maré", de Manuel Botelho de Oliveira e as produções de Gregário de Matos Guerra.

Logo a seguir vem um grupo de jovens que estudou na França e que se impregnou de idéias libertárias vicejantes no Velho Mundo.

 

Tiradentes e a Inconfidência Mineira

 

Nosso objetivo primordial hoje, é dizer-lhes alguma coisa sobre o que foi a Inconfidência Mineira, e o papal preponderante que nela desempenhou Tiradentes. A Inconfidência Mineira, pode ser definida em poucas palavras, como um movimento conspiratório ocorrido em Vila Rica, em 1789, liderado por um grupo de brasileiros, com o objetivo de libertar nossa Pátria do despotismo português, para que o Brasil entrasse num regime de liberdade republicana. Esta insurreição teve como causa Principal o descontentamento nascido pela forma arbitrária com que Portugal explorava as nossas minas.

A bandeira que eles idealizaram, trazia aquela expressão latina que nos é muito familiar, um verso de Virgílio - "Libertas quae sera tamen" - Liberdade ainda que tardia. Esta frase foi para eles uma síntese luminosa e para todos os brasileiros tem sido uma diretriz segura através dos anos.

Este movimento foi frustrado, porque surgiram três delatores, sendo o mais conhecido Joaquim Silvério dos Reis.

Durante quatro longos anos se arrastou o processo (de 1789 até 1732) quando foi proclamada a sentença final, condenando todos os conspiradores à morte. Mostrando-se os companheiros de Tiradentes, arrependidos, conseguiram que a Rainha de Portugal, D. Maria I, comutasse a pena de morte em degredo perpétuo na África.

Tiradentes, ao contrário dos outros, se mostrou sempre valente e corajoso, não renegando jamais seus ideais de libertação do Brasil. Sua sentença de morte não foi abrandada, e, depois de padecer quatro anos de horrores, nas masmorras, foi enforcado na data que estamos comemorando hoje.

Ele foi o primeiro grande herói da Libertação Nacional, por isso é conhecido como o "Protomártir" da nossa independência.

Por Decreto-Lei do Presidente da República, foi Tiradentes proclamado Patrono Cívico da Pátria Brasileira.

 

Nota: Com algumas alterações, este assunto foi apresentado no 1.A.E., em 1960.

 

 


 


 

3

DIA DO TRABALHO

TOPO

 

Dia 1º de maio é a data do supremo arquiteto universal: o trabalho.

A escolha deste dia tem uma origem não muito agradável, pois o fato se passou no dia 1º de maio de 1886, quando mais de 100 mil operários entraram em greve em Chicago, pugnando por alguns direitos trabalhistas, como as 8 horas de trabalho por dia; desde que a duração da jornada diária era de 12, 14 e até 16 por dia. No dia 4 de maio houve um confronto violento com a polícia, resultando na morte de 7 policiais e de 66 feridos. Oito pessoas acusadas de anarquistas foram presas, consideradas como líderes da intentona e culpadas da morte dos policiais, 5 foram condenadas à morte por enforcamento. Em virtude destes lamentáveis incidentes, terem se iniciado no dia 1º de maio, esta data foi escolhida para as comemorações do dia do trabalho. A fixação desta data foi feita por uma Entidade Socialista, reunida em Paris, em 1889.

O Dia do Trabalho foi instituído no Brasil, pelo decreto n.º 4.859, de 26 de setembro de 1924. Seu reconhecimento como feriado nacional se deu no dia 6 de abril de 1949, com a lei n.º 662.

Esta comemoração já entrou no calendário universal. E tão notável é esta efeméride, que mesmo as ideologias sociais mais contrastantes e os sistemas políticos mais díspares a festejam com igual empenho. Neste dia milhares de bandeiras são desfraldadas por todas as partes do mundo, homenageando esta atividade que tem sido fator de saúde, felicidade e de progresso para a humanidade.

É através do trabalho que o indivíduo se integra em seu meio, isto é, vai cumprir seus deveres para consigo mesmo e para com os demais, colaborando efetivamente, para o desenvolvimento da Pátria.

O trabalho é direito de todos e dever social, pois somente através dele o homem se dignifica e as sociedades se preservam na continuidade do tempo. Ele foi instituído por Deus, na criação do mundo, para ser uma fonte perene de alegria, prazer e realização íntima.

Devemos destacar que esta ênfase que estamos dando ao trabalho, se refere ao labor profícuo e não ao trabalho que é nocivo ao homem.

Neste dia devemos destacar a obra benemérita de trabalhadores incansáveis como Pasteur, Gutemberg, Fulton, Abraão Lincoln, Benjamin Franklin, Stenphenson, Santos Dumont, Rui Barbosa e muitos outros vultos abnegados e indômitos que se destacaram com seus feitos para o bem da humanidade.

Mas o primeiro de maio, não apenas deve ser de exaltação aos expoentes da capacidade criativa e da inteligência humanas. Ele pertence também aos simples operários anônimos, que trabalhando diuturnamente contribuem para o progresso próprio, da família e das nações.

Não existem fronteiras que possam deter os largos passos do gigante Trabalho. Foi por isso que Napoleão Bonaparte declarou:

"Conheci o limite de minhas pernas, conheci o limite dos meus olhos. Não conheci nunca o do meu trabalho".

O valor do trabalho pode ser ilustrado com duas cidades gregas: Esparta e Atenas. Esparta, embora preocupada com o físico, era adversária do trabalho. Em Atenas, ao contrário, o trabalho era considerado uma honra e punidos os desocupados.

Que influência exerce hoje no mundo a altaneira Esparta? A resposta a esta pergunta pode ser sintetizada numa palavra. Nenhuma.

Ao contrário, a luz que cintila ainda hoje, em todos os ramos da atividade humana, provindo da Atenas laboriosa dos nossos antepassados é digna de honra e menção.

Com simples, mas profundas palavras, Raquel Prado exaltou o trabalho declarando:

"Como te bendigo, ó trabalho! És estimulo e escopo. Revigoras a alma e acalentas o coração.

"Que seria da vida sem os momentos profícuos de um labor produtivo! Tudo se estiolaria em torno, se o trabalho não levasse o homem à arena de todas as conquistas. Enquanto a ociosidade aniquila as energias e conduz o indivíduo para a estrada do vício, que destrói aspirações e nulifica a vontade, o trabalho nobilita, eleva e dirige a uma rota de felicidade.

"O trabalho é ar, luz, vida e grandiosidade! Faz esquecer angústias, purifica a dor com os liames da sua envoltura absorvente.

"Como eu te bendigo, ó trabalho! Se não fosses tu, eu seria um trapo na mão do destino! Como nuvem que se esgarça e se desfaz ao sopro dos vendavais, assim seria eu na tempestade da vida".

Devemos ter orgulho dos frutos da nossa atividade, ainda que sejam modestos e singelos. Tudo que nos custou esforço, tenacidade, é digno de apreço. Nenhum trabalho honesto é vergonhoso. Diante desta afirmativa concluímos que o humilde varredor da rua é tão útil quanto o prefeito da cidade. A superioridade do homem se acha mais na dedicação com que cumpre sua tarefa, do que nas altas posições alcançadas, às vezes, até por meios escusos.

 

Dois Exemplos Sugestivos

 

1 – Em uma entrevista dada para a Revista Mocidade, setembro de 1376, o Dr. Zerbini declarou entusiasticamente:

"Minha mocidade foi só trabalho.

"Meu depoimento para os moços é um só: Não se distingue um rapaz do outro pela inteligência. Inteligência e idéias novas todo o mundo tem. A diferença está em como a pessoa trata a idéia nova. O tratamento da idéia nova é que é importante. E isso só se faz com trabalho muito intenso. Se tive algum progresso na medicina e na minha vida, foi porque meu pai me ensinou a trabalhar sem parar. Se a pessoa trabalhar dessa maneira em qualquer campo da atividade humana ela irá vencer. Só há um segredo, trabalhar".

Apela depois para que os moços façam um balanço de suas atividades para concluírem que na realidade, eles trabalham muito pouco, ou perdem muito tempo com coisas sem valor.

2 – Amador Aguiar, o notável idealizador deste imenso conjunto de bancos do Bradesco, proclamou alto e bom som, que o segredo do seu sucesso podia resumir-se em uma só palavra – trabalho. Ele afirmou: o trabalho e não o capital constrói o mundo. Deus trabalhou seis dias e no sétimo descansou.

 

Valor ou Vantagens do Trabalho

 

Dentre os múltiplos valores do trabalho podem ser destacados estes:

1º) Ele praticado com intensidade, durante o dia, é o melhor antídoto contra a falta de apetite e a insônia.

Quem trabalha fisicamente nunca se queixa da falta de apetite, nem tão pouco o molesta a insânia, pois Salomão declara que doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco, quer coma muito. Ecles. 5:12.

2º) Uma vida de ocupação no trabalho útil e a melhor fonte de felicidade.

Se fôssemos acostumados desde a infância a não permanecer ociosos, não conheceríamos jamais o mau humor.

3º) Progresso ou realização pessoal.

Trabalha ou morre é a divisa da natureza. A inação traz atrofia física, intelectual e moral.

O diretor de uma grande companhia americana declarou:

"Quanto mais intimamente chego a conhecer os grandes homens de negócios, tanto mais me convenço da realidade de que o que o mundo considera como gênio é, em geral, a simples capacidade de continuar realizando trabalho árduo".

Lincoln, certa vez, escreveu uma carta a seu irmão, da qual quero destacar alguns excertos, porque ilustram bem o nosso assunto:

"Quando cheguei a Charleston, soube que estavas para vender o sítio, a fim de te transferires para Missouri. Venho pensando nesta tua idéia e agora posso dizer-te que seria tolice fazê-lo. Que poderás obter melhor em que Missouri do que aqui? A terra lá é mais fértil?

"Se queres trabalhar mesmo, meu caro irmão, não existe melhor lugar do que onde estás agora. Se, porém, não queres, então a coisa muda de figura: não progredirás aí, aqui ou em qualquer parte. Não adianta mudares de um lado para outro.

"Se chegares a desfazer-te da propriedade, aposto a vida em como jamais tornarás a possuir outra, com espaço suficiente para nela seres enterrado... Não interpretes mal os termos desta carta. Não te escrevo aborrecido. Faço-o com o sincero desejo de que, se possível, reconheças a verdade, e esta consiste em que, se estás relativamente empobrecido, é porque, durante toda a vida tens sido um tanto indolente. E tuas razões para justificar o fato de que  não melhoras de vida, não passam de meras desculpas e enganam apenas a ti mesmo. O único remédio para a tua situação é de decidires firmemente a trabalhar, mas trabalhar de verdade..."

Carta bastante franca e dura, não acha o prezado leitor?

Carta idêntica a esta podia ser escrita a muita gente em nossa pátria e mesmo a alguns de nossos familiares.

E esta mesma doença, que estava matando o irmão de Lincoln, chamada preguiça, continua arruinando a vida de muitos de nossos jovens.

4º) Ele é uma salvaguarda contra os vícios.

No precioso livro Mensagens aos Jovens, sua autora escreveu:

"Uma das mais seguras salvaguardas contra o mal é a ocupação útil, ao passo que a ociosidade é uma das maiores maldições; pois o vício, o crime e a pobreza lhe seguem o rastro. Os que estão continuamente ocupados, que andam satisfeitos em suas lidas diárias, são os membros úteis da sociedade." Pág. 214.

Se todos estivessem ocupados os crimes desapareceriam, os vícios teriam idêntico fim, pois sabemos que é a da ociosidade que brotam as chagas sociais, que maculam a nossa sociedade.

O lema adotado por uma das academias literárias do Rio de Janeiro, devia ser também a divisa da nossa juventude: "Ignavia Funganda et Fugienda". Esta frase latina significa: A preguiça deve ser evitada e afugentada.

 

Como Deve Ser Realizado o Trabalho?

 

O trabalho deve ser realizado com prazer, pois se assim não for ele se torna uma escravidão. Para isto é necessário que a pessoa escolha uma profissão para a qual ela se sinta vocacionada, para poder declarar como um velho, depois de completar 70 anos: "Trabalho muito; o trabalho é a minha satisfação; a minha saúde e a minha felicidade".

Os trabalhadores desajustados são os que mais sofrem e mais se revoltam contra a atividade que exercem, e da qual não têm coragem de se afastar, a fim de enveredar por outro caminho, que os leve ao prazer de trabalhar e ao prazer de produzir.

Carlyle, por inspiração escreveu: "Bendito o homem que encontrou o seu trabalho! Que não peça ele qualquer outra bênção!"

 

Conclusão

 

Deus é o exemplo máximo do trabalho. O apóstolo João, em seu evangelho cap. 5, verso 17 relata as palavras de Cristo: "Meu pai trabalha até agora, e eu trabalho também".

Sejamos amantes do trabalho bem feito.

Trabalhemos com afinco e com amor. Sigamos o exemplo máximo do grande Mestre – Jesus Cristo, o ser mais nobre, mais puro e mais perfeito que já passou por este mundo; foi carpinteiro na oficina de Seu Pai. Podemos afirmar que o seu trabalho de aplainar madeiras era esmerado. Permitamos que o supremo artista do universo seja o aplainador das arestas do nosso caráter.

 

Pensamentos Sobre o Trabalho

 

"Reze, como se tudo dependesse de Deus: e trabalhe, como se tudo dependesse do homem". Cardeal Spellman

"Viver sem trabalhar é a primeira maldição da vida". Mantegazza

"O trabalho afasta de nós três grandes males: o tédio, o vício e a necessidade". Voltaire

"A vida nem é um dia de festa, nem um dia de luta; é somente um dia de trabalho". Tournier

"O maior talento dos homens vitoriosos foi confiar apaixonadamente na eficácia do trabalho". Monsenhor Spalding

"Se, humilde e alegremente, nosso trabalho é oferecido ao Senhor, adquire um valor eterno. Neste sentido, permite-nos transformar o temporal em eterno. É esta a honra do trabalho, a suprema recompensa do operário". Henri Rollet.

 

 


 


 

4

MENSAGEM PARA O  DIA  DAS  MÃES

TOPO

 

Hoje é o dias das mães. É o dia em que voltamos nosso pensamento e o nosso coração, de modo muito especial, para a figura daquela que merece de maneira destacada nosso respeito e consideração. Entre as muitas datas de comemoração a fatos e vultos, nenhuma mais evocadora e sugestiva do que esta. E digo mais, nenhuma tão significativa e justa.

Este dia tem uma significação muito profunda, porque nele se presta uma homenagem, muito sincera e merecida à mulher que tem sido a inspiradora de grandes homens, a primeira conselheira de todos aqueles que se têm notabilizado no mundo dos negócios, da política, das descobertas, das artes, enfim de todos os empreendimentos humanos.

Sem dúvida, prezados filhos, vos lembrastes de um presente rico ou pobre para a vossa mãe, mas não vos esqueçais de que a maior e mais apreciável dádiva para a mãe, é sempre o carinho e o amor dos filhos. Esta é a única recompensa que elas esperam de vós por tudo que fizeram, pelas lágrimas derramadas, pelas amarguras que tantas vezes sentiram.

Lembremo-nos também daquelas, que por já haverem descansado não podem receber a nossa homenagem, mas podem ser lembradas em nossas orações e com um singelo ramo de flores sobre a tumba fria. Não vos esqueçais também, de que podeis prestar-lhes homenagem vivendo de acordo com os conselhos que ela, em vida, vos dispensou.

Por último lembremo-nos ainda daquelas que por toda a vida desejaram um filho, mas por não alcançarem este sonho, adotaram crianças e têm sido para elas as mais ternas e dedicadas das mães.

Rememoremos neste dia a famosa estrofe de Casimiro de Abreu, escrita no exílio, longe da pátria e da mãe:

Eu guardo no peito a imagem querida,

do mais verdadeiro,

do mais puro amor.

Minha Mãe!

 

Origem Desta Data

 

De acordo com investigações insuspeitas, a idealizadora do "Dias das Mães" foi Miss Anna H. Jarvis.

Em 1302, Anna Jarvis, perdeu seu pai, e no dia 9 de maio de 1905, a sua mãe.

Com a morte dos pais, ela sofreu muitíssimo, pois desde menina era reconhecida como raro exemplo de amor filial. Foi no segundo domingo do mês de maio de 1907, que se realizou a primeira celebração do "Dia das Mães", em uma reunião íntima, como homenagem à mãe de Anna Jarvis. No entanto, a primeira celebração pública se realizou no dia 10 de maio de 1908, conforme consta da placa comemorativa, que se encontra na igreja episcopal de Grafton, West Virgínia.

Em maio de 1914, o "Dia das Mães" foi incluído no calendário federal dos Estados Unidos. O deputado Heflin, autor da proposta disse, no ato da assinatura do decreto pelo presidente Woodrow Wilson, estando presente Anna Jarvis: "Nunca uma bandeira nacional foi usada para festejar tão bela quanto sagrada comemoração".

 

Sua Introdução no Brasil

 

Foi a Associação Cristã de Moços, que teve a iniciativa, no Brasil, de consagrar um dia do mês de maio às mães. Passou-se o acontecimento em 1919, em reunião presidida pela escritora brasileira Júlia Lopes de Almeida.

Mas, a sua oficialização em nossa pátria, partiu de uma iniciativa da Senhora Alice de Toledo Tibiriçá, que na qualidade de presidente do II Congresso Internacional Feminino, em Junho de 1931, se dirigiu ao Presidente Getúlio Vargas, nos seguintes termos:

"As mulheres do Brasil, reunidas por um alto ideal de confraternização feminina, para trabalhar pelo progresso do país e da sociedade, desejam homenagear as mães brasileiras – o maior fator de nosso aperfeiçoamento morai – pedindo através desta mensagem a oficialização do "Dias das Mães", no segundo domingo de maio, a exemplo do que já se fez nos Estados Unidos da América do Norte".

Atendendo a esta solicitação, o Governo, instituiu oficialmente o "Dia das Mães", no segundo domingo de maio.

 

A Tradição dos Dois Cravos

 

Partiu também de Anna Jarvis a delicada idéia dos dois cravos: vermelho e branco. Ficou estabelecido que os filhos, cujas mães estivessem vivas, deviam apresentar-se com um cravo vermelho na lapela, e aqueles que fossem órfãos, usariam o cravo branco. A sugestão foi bem aceita e generalizou-se imediatamente.

A flor vermelha, no dizer de Humberto de Campos, é o símbolo da ternura e da alegria, enquanto a flor branca é uma terna representação do carinho e da saudade.

 

O Valor de Uma Mãe

 

Infelizmente, muitos de nós só sabemos dar valor ao que temos, depois de o haver perdido. Se fosse possível, muitos milionários de bens materiais estariam dispostos a dar toda a fortuna para ter ao lado sua querida mãe! Mas podemos conjecturar, que muitas vezes, aquela que lhes orientou os primeiros passos na vida, foi entristecida pelo seu procedimento reprovável.

Humberto de Campos, certa vez, exprimiu muito bem o quanto vale nossa mãe:

"O ouro da terra pode comprar um título, um trono, um império, uma situação na política ou um nome notável na História; não dá, porém, jamais a mãe e quem a perdeu".

Quando escreveu isto ele havia perdido a sua mãe.

A mãe, disse alguém, é a imagem humana da Providência Divina. Nem todos os seres são mães, mas todos são filhos, logo não pode haver quem desaprove ou desprestigie a homenagem às mães. Desse modo, desnecessário se torna afirmar que não havendo preito mais merecido do que o destinado a elas, os filhos devem expressar-lhes sua leal homenagem de reconhecimento e gratidão.

Disse alguém com muita propriedade o seguinte: "Muitas das coisas mais belas do mundo nos são oferecidas em profusão: rosas às dúzias, estrelas por galáxias, flores e árvores repletas de neve, nós as usufruímos com liberalidade, mas mãe só temos uma."

Se as mães não têm produzido grandes obras artísticas e literárias, nem compuseram extraordinárias sinfonias, nem descobriram famosos inventos, elas educaram e prepararam estes notáveis homens que se destacaram em todos os ramos dos empreendimentos humanos. Por isso estes filhos deviam levantar-se chamando-as de "bem-aventuradas".

Durante os primeiros anos a mãe é, em muitas maneiras para a criança, o que Deus é para o homem. Talvez seja esta a razão por que Jorge Herbert disse: "Uma boa mãe vale por uma centena de mestres".

A vida dos filhos está em função da vida das mães. A alegria, o bem-estar e a felicidade destas dependem da alegria, do bem-estar e da felicidade daqueles. Se todos os filhos se compenetrassem dessa dependência, ouviriam e praticariam os conselhos maternos e só um desejo alimentariam: torná-las as mulheres mais felizes do mundo.

 

Responsabilidade das Mães

 

Prezadas mães que me ouvis, olhando para o anverso da medalha, não vos esqueçais, de que não existe glória sem responsabilidade. Se a mais pura, a mais espontânea e sincera manifestação de elogios se deve às mães; se o melhor lugar do coração lhes deve estar reservado, compenetrai-vos bem da grande e importante responsabilidade que pesa sobre vossos ombros. Como formadoras de personalidades, sois responsáveis pelo alicerce do prédio da vida humana. As mães é que plantam ou regam as primeiras sementes na formação do caráter. E o primeiro material que entra na formação do espírito dificilmente se extingue.

Este dia não deve ser apenas um pretexto sugestivo para esta comemoração tão grata. Ele deve ser um dia de grandes lições morais, um dia impregnado de profundo sentido educativo.

Nesta data, seria oportuno que às mães fossem lembradas suas obrigações. Para que não fugissem da sua árdua responsabilidade de ampararem os filhos e sobretudo pelo preceito e pelo exemplo, comunicar-lhes energias morais que imunizem os filhos, contra as forças desagregadoras da nossa sociedade.

Deveis saber, queridas mães, que a infância dos vossos filhos se vos apresenta como a feliz oportunidade para os orientardes bem a fim de escolherem somente o que possa honrar a família, a pátria e a Deus.

 

A Positiva Influência de Uma Mãe Virtuosa

 

Dentre tantos significativos exemplos, destaquemos apenas estes:

a) Emanuel Kant, o famoso filósofo alemão, repetia, muitas vezes, a decisiva influência, que sua dedicada mãe exerceu sobre sua personalidade. Senhora de poucas letras, mas de alma grande, dedicou o filho na sublime senda da moral e da virtude. Gostava de passear com o filho pelo meio da natureza, chamando-lhe a atenção para o amor e o poder de Deus.

Kant declarou no final da vida:

"Nunca me esqueci de minha mãe, porque foi ela que fez germinar o bem que sinto na alma."

b) Sobre o túmulo de uma mãe, no cemitério do Monte Parnaso há este significativo epitáfio: "Repousa em paz minha mãe! O teu filho sempre te obedecerá!"

c) Cornélia – a mãe dos Gracos.

A muito conhecida e sempre repetida história de Cornélia deve ser mais uma vez relembrada.

Cornélia era conhecida na História Romana como a "Filha de Cipião", título para ela sem dúvida honroso e dignificante, mas por uma questão de fórum íntimo, ela decidiu que se tornaria conhecida como a "Mãe dos Gracos". Dedicou-se com tanto amor, zelo e ternura à educação de seus filhos, que eles vieram a exceder o nome e a fama do seu avô – Cipião.

Dois pequenos incidentes são suficientes para comprovarem nossas assertivas:

1º) Certo dia quando as amigas lhe pediram que mostrasse suas jóias, ela apresentou seus filhos, dizendo: "Eis aqui as minhas jóias".

2º) Quando seus filhos faleceram, o governo reconhecendo os seus grandes méritos e a decisiva influência materna sobre eles, erigiu em uma das praças de Roma uma estátua, em homenagem à mãe, com a seguinte inscrição: "Cornélia – Mãe dos Gracos".

d) "Tudo o que sou e espero ser, devo-o a esse anjo, a minha mãe" – afirmou Abraão Lincoln.

e) Relembraríamos a quem tiver a responsabilidade de proferir palestras na Escola, na Igreja, ou em quaisquer outras Entidades, no "Dia das Mães" a oportunidade e o valor de realçar a influência positiva e benfazeja da mãe de Moisés, Samuel, Jesus e outras mulheres da Bíblia na formação e educação de seus filhos.

 

Conclusão

 

Ao concluir, sem usar substantivos eruditos, nem adjetivos retumbantes, desejo depor o meu modesto, mas comovido preito de gratidão à minha mãe, a quem deva muito do pouco que alcancei na vida e também às prestimosas e dedicadas mães da minha igreja e da nossa comunidade.

 

Queridas mães, vós sois no mundo o que há de mais puro e de mais santo; por vós somos nós o que somos, e sem vós esta vida seria vazia e sem significação. E se em nós, algum bem existe, a vós o devemos. Que a memória e recordações do vosso amor e sacrifícios, nos ajudem a viver uma vida mais pura e mais conforme com aquele modelo, que vós idealizastes para nós algum dia, embalando o berço entre lágrimas e alegrias.

 

Prece às Mães

 

As palavras seguintes, de Maciel de Oliveira, são oportunas para este dia e eu até lhe daria o título de "Prece às Mães".

 

"Esse amor é imutável. Somente a dedicação da mãe pelo filho nunca sofreu modificações. Essa dedicação é a mesma em todos os séculos e em todos os corações femininos. Tremule nervosamente a flama da tendência romântica no espírito humano ou ruja o ímpeto da propensão moderna na alma da criatura e o entusiasmo da mãe pelo filho prossegue inabalável.

"Louvemos, portanto, essas almas jamais corrompidas pelas influências externas, louvemos portanto esses corações, fontes de amor puro e os sustentáculos de uma espécie que sobrevive graças à virtude das mães.

"Louvemos, portanto, este "Dia das Mães" tão carinhosamente festejado como sinal de respeito e estima.

"Louvemos, portanto, essas almas nascidas para o mesmo fim, para a mesma missão de desprendimento, de apreensões, de cuidados, de dor e de grandeza.

"Aleluia festiva reine nas expansões dos que ainda podem gozar da convivência de sua mãe viva e emoção de saudade palpite por um instante, no espírito dos que tiveram de evocar, neste dia, o vulto de sua mãe extinta".

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ser Mãe

                                  Coelho Neto

 

Ser mãe é desdobrar, fibra por fibra

o coração!  Ser mãe é ter no alheio

lábio que suga, o pedestal do seio,

onde a vida, o amor cantando vibra.

 

Ser mãe é ser um anjo, que se libra

sobre um berço dormindo! é ser anseio,

é ser temeridade, é ser receio,

é ser força, que os males equilibra!

 

Todo o bem, que a mãe goza, é bem do filho,

espelho, em que se mira afortunada,

luz, que lhe põe nos olhos novo brilho!

 

Ser mãe é andar chorando num sorriso!

Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!

Ser mãe é padecer num paraíso!

 

 


 


 

5

DIA DOS PAIS

TOPO

 

Uma observação atenta ao nosso calendário, notará que ele assinala grande número de dias especiais, como o dia do engenheiro, da secretária, do enfermeiro, do aviador, do motorista, do trabalho, do professor, das mães, etc., etc.

Quando alguns destes dias se projetaram sobremaneira, alguém se lembrou de que haviam olvidado os pais, não lhe dedicando uma data especial. Se havia o "Dia das Mães" nada mais justo que houvesse também um para honrar os pais. Quando esta nobre idéia se consubstanciou críticas surgiram, declarando que ela tinha nascido na mente de algum ambicioso comerciante, ávido por vender artigos masculinos. É possível que interesses materiais tenham contribuído para que a idéia triunfasse, desde que não é possível fazer nítida separação, em nossa sociedade de consumo, entre os valores materiais e os afetivos e culturais.

Triunfante a idéia, de um dia dedicado aos pais, restava apenas a sua fixação, e talvez por analogia com o Dia das Mães, no 2º domingo de maio, foi escolhido o 2º domingo de agosto, para homenageá-los.

Os filhos devem ter sempre em mente, que para os pais, muito mais significativo do que um presente neste dia é o procedimento honroso, o tratamento afável e respeitoso durante cada dia do ano.

O conselho bíblico é bastante explícito: "Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa". Efés. 6:2. Este é o verso, mas os pais jamais devem olvidar o anverso da medalha que declara: "E vós pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor". Efés. 6:4.

Para que os filhos honrem os pais, é necessário que estes tenham um procedimento digno de honra. Como esperar que o filho honre o pai que negligencia o sustento para a sua família? Como honrar um pai bêbado que chegando a casa bate na esposa? Como honrar um pai desonesto, briguento e imoral?

Conscientizem-se os pais que este título é sobremodo honroso, porém ele acarreta deveres e responsabilidades.

A exposição que se segue, foi enviada pelo senhor Rubens Luís Wile, ao jornalista Gumercindo Fleury, que a publicou na Gazeta do dia 16-08-1356, como homenagem ao Dia dos Pais.

Não tenho condições de adiantar se o artigo é de autoria da pessoa  que o enviou ou não.

Lendo-o você julgará da sua oportunidade ou não.

 

Prece aos Pais

 

"Tu que me deste o maior bem que se pode dar a um ser humano, tu que me deste a vida, não me negarás, estou convicto, todo teu carinho, toda tua dedicação, toda tua vida mesmo, para que eu me desincumba a contento do compromisso moral que assume todo aquele que nasce neste planeta, de contribuir com seu trabalho, com seu esforço e com seu exemplo, para que a Humanidade evolua científica, intelectual, espiritual e moralmente. E eu, que ainda só sei pedir, peço-te do mais recôndito do meu coração que, neste dia que te é dedicado, por um minuto apenas, cesses as tuas lutas, suspendas os teus trabalhos, esqueças as tuas mágoas e desilusões, adie tuas alegrias e, refreando tuas paixões, sem fanatismo algum, religioso, político ou científico e sem nenhum preconceito de raça, classe ou nacionalidade, nesta pausa que te peço, medites sobre o destino da Humanidade.

"Vê bem o Mundo que me depositarás nas mãos amanhã; observa bem a Sociedade em cujo seio eu viverei no porvir; contempla bem o Lar que eu terei de constituir no futuro. Já meditaste alguma vez? Não? Então repara...

"A Humanidade me dá idéia de uma multidão de alucinados a correr, de cabelos em desalinho, desvairados, de olhos esbugalhados, já exaustos mias continuando a correr em busca de alguma coisa que nem eles próprios, talvez saibam o que seja. Mas creia, meu pai, é a insegurança, é a dúvida, é a ansiedade, é a incerteza do dia de amanhã que os leva ao desespero. A Humanidade busca a Paz e a não encontra. Por que? Observa a Sociedade de nossos dias e terás a resposta.

"A Ambição, a Cobiça, o Egoísmo, a Vaidade, a Hipocrisia, a Desonestidade, o Orgulho e o Ódio substituíram todas as virtudes e levam os homens, muita vez, em face da inversão dos valores morais, a ter vergonha de serem honestos, como disse certa vez o nosso grande Rui. Portanto, meu pai, atente bem para isto, que a tua missão é árdua. A reforma da Humanidade e da Sociedade deverá se processar dentro da Célula Mater que é o Lar.

"Ensina-me, portanto, principalmente pelo exemplo, a ser conformado, modesto, altruísta, simples, sincero, honesto, humilde e caridoso; ensina-me, enfim, a ver em cada ser humano um irmão e a amar toda a Humanidade simplesmente pelo prazer de amar. Faze com que eu, como já disse alguém, até aos dez anos te tema, até aos vinte te respeite e até a morte te ame; até aos dez anos, sê meu Mestre, até aos vinte, meu Pai e até o fim da vida meu Amigo. E se tu fores materialista, não importa o conceito que faças do Princípio Criador, inculca-me como norma de conduta toda aquela filosofia de vida, que o célebre francês enfeixou nestas quatro linhas:

"Tende por templo – o Universo;

"Por altar – a Consciência

"Por imagem – Deus

"Por lei – a Caridade".

"Se assim agires, meu pai, terás me preparado para o futuro um Lar mais feliz, uma Sociedade mais fraterna e uma Humanidade mais Humana que instalarão no mundo o tão desejado Reino de Paz e de Harmonia.

"Assim seja". Amém.

 

Os Dez Mandamentos dos Pais

 

Estes dez mandamentos foram afixados numa loja de Oxford, Inglaterra :

I - Amarás a teu filho com todas as forças de teu coração, mas usando sabiamente a cabeça.

II - Não pensarás em teu filho como algo que te pertença, mas como uma pessoa.

III - Considerarás seu respeito e amor não como algo a ser exigido, mas como algo que vale a pena ganhar.

IV - Sempre que perderes a paciência com a imaturidade e os disparates do teu filho, pensa nas tolices e nos erros que praticaste na idade dele.

V - Lembra-te ser privilégio de teu filho fazer de ti um herói e considerar tuas idéias corretas.

VI - Lembra-te também de que teu  exemplo é  mais eloqüente que as recriminações e as lições de moral.

VII - Lutarás para ser um letreiro na estrada da vida e não uma vala na qual a roda se imobiliza.

VIII - Ensinarás teu filho a manter-se por si e a travar suas próprias batalhas.

IX - Ensiná-lo-ás a ver a beleza, a praticar a bondade, a amar a verdade e a viver em clima de amizade.

X - Farás do lugar que habitas um verdadeiro lar – um céu de felicidade para ti próprio, para teus filhos, para teus amigos, e para os amigos de teus filhos.

 

Mensagem de um Filho no "Dia do Papai"

José de Sousa Marques

Pai bondoso:

Reconheço o quanto você tem feito por mim e o seu desejo de ver-me numa posição muito mais elevada do que a sua.

Assumo, neste seu dia, o compromisso de honra de ajudá-lo no esforço que realiza por mim: a vitória que conseguirmos será menos minha do que sua. Esteja certo, também, de que onde eu estiver, você estará sempre comigo; a distância, entre posições sociais, será anulada pelo amor filial, que me dá a segurança de que tenho em você o melhor amigo, que Deus me deu, meu querido Pai.

 

Ser Pai

Ricardo Omar da Silva Azevedo

 

Ser pai é ter um peito generoso

Capaz de se imolar pelo dever,

É se julgar feliz, ser orgulhoso,

Sentindo o próprio sangue reviver...

Ser pai é achar o céu sempre formoso,

Refletido nos olhos de outro ser!...

Não desejar na vida maior gozo

Do que -lo cercado de prazer!...

Ser pai é querer bem a Natureza

Que, corporificando o pensamento,

Nos faz rever um mundo de beleza.

É colher mais um grau de perfeição,

É ter, quer na alegria ou no tormento,

O cérebro ligado ao coração...

 

 


 


 

6

DISCURSO  CÍVICO  PARA  A  INDEPENDÊNCIA  DO  BRASIL

TOPO

 

Administradores, professores, alunos e membros da nossa comunidade, que aqui nos reunimos nesta manhã de 7 de setembro, para comemorar os 160 anos de nossa Independência.

Neste dia, de profunda significação para a Pátria Brasileira, de leste a oeste, dos pampas gaúchos até a região exuberante da Amazônia, o Brasil gigante se rejubila com o passo cadenciado do desfile de seus estudantes, este apanágio glorioso da pátria; e dos seus soldados, estes intrépidos defensores dos nossos direitos políticos, conquistados pela independência.

Para boa compreensão do acontecimento de sete de setembro de 1822, devemos reportar-nos a vários incidentes anteriores, que prepararam o ambiente para esta grande data. As batalhas de Guararapes, em Pernambuco, nada mais foram do que o desejo de libertar a Pátria do domínio holandês.

Outra acentuada manifestação de nossa independência encontramos no distante 1641, entre paulistas, quando quiseram tornar rei Amador Bueno da Ribeira.

Moços brasileiros, estudantes na Europa, impulsionados pelas idéias da liberdade e entusiasmados pela independência dos Estados Unidos, idealizaram também a independência para o Brasil. Voltando à Pátria deram apoio e incentivo à Inconfidência Mineira, que pode ser definida como um movimento conspiratório para libertar nossa Pátria do despotismo português.

Esta insurreição, teve como causa principal, o descontentamento nascido pela forma arbitrária com que Portugal explorava as nossas minas.

A bandeira por eles idealizada tinha como emblema aquela frase latina muito nossa conhecida – "Libertas quae sera tamen" – Liberdade ainda que tardia. Esta frase para eles e também para nós é uma síntese luminosa do desejo da independência.

O movimento foi frustrado, porque surgiram três delatores, sendo o mais conhecido Joaquim Silvério dos Reis.

Alguns se acovardaram, retrataram-se, pediram clemência, mas como Tiradentes se mostrou corajoso, foi enforcado no dia 21 de abril de 1792.

Ele foi o primeiro grande herói da Libertação Nacional, por isso é conhecido como o "Protomártir" da nossa independência.

A volta de D. João VI a Portugal, em março de 1821, precipitou os acontecimentos para a nossa independência. Antes de embarcar D. João VI deu a D. Pedro I o seguinte conselho: "Se o Brasil vier a se separar de Portugal, coloque a Coroa sobre sua própria cabeça, antes que algum aventureiro lance mão dela".

Logo vêm ordens de Lisboa para que D. Pedro regresse a Portugal. Pedidos e mais pedidos de brasileiros lhe são enviados, para que ele desobedeça às ordens lusitanas e continue em nossa terra.

No dia 9 de Janeiro de 1822, uma verdadeira massa popular acorreu ao Senado, para unir-se a comissão encarregada de entregar a D. Pedro, uma lista com milhares de assinaturas, rogando-lhe que permanecesse no Brasil.

Após ser feita a leitura do pedido por José Clemente Pereira, D. Pedro respondeu: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto: diga ao povo que fico".

"O Dia do Fico" foi um marco decisivo para a nossa independência.

Após o Dia do "Fico", derrotou as tropas de Jorge Avilez e consolidou-se na regência do país.

Posteriormente, ao organizar-se o gabinete do qual fazia parte José Bonifácio, foi outorgado a D. Pedro o título de "Defensor Perpétuo do Brasil".

José Bonifácio torna-se a figura de maior destaque, objetivando a nossa libertação do jugo português. O Patriarca da Independência, conseguiu de D. Pedro um decreto, determinando que nenhuma lei elaborada em Lisboa fosse executada no Brasil sem a aprovação do regente.

O episódio culminante para a nossa independência ocorreu em S. Paulo, às margens do riacho Ipiranga, aproximadamente às 16:00 horas, quando D. Pedro e sua comitiva regressavam de Santos.

Ao receber cartas de Portugal com decretos arrogantes e provocadores, humilhando-o chamavam-no de rapazinho; concluiu que chegara o momento preciso de tomar uma decisão.

Ruborizado, amarrota os papéis, atira-os ao chão, volta-se para a guarda que estava pouco adiante e exclama.

"Laços fora soldados!" Todos arrancam os laços portugueses de seus uniformes. D. Pedro, solene prossegue: "Camaradas! As cortes de Lisboa querem mesmo escravizar o Brasil; cumpre, portanto, declarar já sua independência. Estamos definitivamente separados de Portugal".

Todos os liderados responderam com uma eloqüente frase: Viva a liberdade e a independência do Brasil.

Entusiasmado com este apoio, agitando a luzente espada, solenemente, gritou as tradicionais palavras: "Independência ou morte! – seja a nossa divisa de hoje em diante."

Relata-nos a história, que naquela mesma noite, D. Pedro I entrou no teatro da cidade de S. Paulo para assistir a uma apresentação. A notícia do "Grito do Ipiranga" já se espalhara entre os habitantes da cidade, por isso ele foi recebido como um herói nacional. Um grupo de homens e mulheres entoaram com todo o entusiasmo o hino da independência, composto pelo próprio D. Pedro. Calorosas ovações e aplausos ecoaram, saudando a intrepidez daquele homem que ousara enfrentar a tirania das cortes portuguesas. Nesse ínterim, o Padre Ildefonso Xavier, levantando-se da poltrona e apontando na direção de D. Pedro, gritou por três vezes: "Viva o primeiro rei do Brasil!" Sim, esta frase era a confirmação do brado – "Independência ou Morte!", que se ouvira às margens do Ipiranga naquela tarde.

A frase escolhida para as comemorações da Semana da Pátria deste ano declara: "A Independência do Brasil é o resultado do esforço dos seus cidadãos".

Muitas vezes ouvimos dos lábios de nossos homens públicos esta expressão: Somos independentes!; pronunciada mais por influências emocionais, do que o resultado de um frio amadurecimento intelectual e racional. Mas onde está aquela expressiva mentalidade cívica, esperada de cada brasileiro, que devia trabalhar com idealismo para o progresso da Pátria, e para a independência econômica e cultural de cada um de nossos patrícios. Se fôssemos verdadeiramente independentes, não veríamos milhares e milhares de crianças morrendo de fome, num país de tantos recursos e possibilidades.

Muitos afirmam: Somos independentes! Nas não possuem aquele espírito de laboriosidade, que deve impulsionar todo verdadeiro patriota a trabalhar pelo engrandecimento do Brasil, para que atinjamos uma posição privilegiada no cenário das nações. Somos independentes! Mas onde se encontra a libertação total da ignorância responsável pelas inúmeras superstições do nosso povo, pelos preconceitos de toda a espécie, que atingem a quase todas as classes sociais?

Se fôssemos verdadeiramente independentes, estaríamos livres do analfabetismo, esta mancha que nos coloca numa situação humilhante diante das nações cultas do mundo.

Enquanto nos Estados Unidos, 95% das crianças em idade escolar estão matriculadas em algum estabelecimento de ensino, em nossa pátria não atingimos a 60%, contribuindo para este baixo índice os estados do Maranhão, Paraíba, Piauí e Alagoas.

Notem este quadro desolador: Para cada 1.000 alunos do curso primário, há no curso médio: Japão 850, EUA 357, Uruguai 262, URSS 216, Argentina 207, Brasil 178.

Esta estatística é de 20 anos atrás, hoje, 1982, as estatísticas nos apresentam uma situação bem mais alvissareira.

Prezados estudantes, patriotismo não é apenas cantar os hinos pátrios, ou marchar em datas cívicas, ou desfraldar o auriverde pendão que representa a pátria brasileira.

Patriotismo ou melhor civismo é dedicar-se ao estudo, desde que o estudo conquista o conhecimento, o conhecimento refina a mentalidade, motivando o progresso e a exaltação dos direitos humanos.

E o que dizer do trabalho?

O trabalho honesto em prol da comunidade é um dever cívico, e a nota propulsora do mais lídimo patriotismo. O trabalho conjugado de todos, seria o elemento mais eficiente, para a construção do progresso e para exterminar a fome, que ameaça tantas crianças inocentes em várias plagas do nosso torrão natal.

Administradores desta Instituição, professores que mourejamos com o mesmo ideal e estudantes privilegiados desta colmeia do saber, irmanados no mesmo propósito, sejamos constantes no estudo e no trabalho, desenvolvendo um espírito cívico e patriótico, para a construção de um país melhor para nossos descendentes.

 

Nota: Discurso feito com algumas variantes, no dia 7 de setembro de 1967 e 1982, no Instituto Adventista de Ensino.

 

 


 


 

7

FESTA ANUAL DAS ÁRVORES

TOPO

 

A primeira festa das árvores em nossa Pátria, foi realizada na cidade paulista de Araras, no dia 7 de junho de 1902.

Foi orador oficial desse acontecimento o escritor patrício Coelho Neto.

Esta data é comprovada pela Ata da Câmara Municipal de Araras e pelo artigo de Coelho Neto em "O Estado de S. Paulo", do dia 08-06-1902.

Ele iniciou seu artigo com as seguintes palavras:

"Realizou-se ontem, pela primeira vez no Brasil a Festa das Árvores", e assim o concluiu:

"Que essa festa seja imitada em toda a República onde só a Política tem sido mais funesta que o machado".

"A Festa Anual das Árvores", foi oficializada pelo Presidente Humberto Castelo Branco, com o Decreto n.º 55.795, de 24-02-65, que no Art. 1º declara:

"Fica instituída, em todo o território nacional, a Festa Anual das Arvores, em substituição ao chamado "Dia da Árvore", atualmente comemorado no dia 21 de setembro".

Nos estados do Sul esta efeméride deve ser realizada na semana com início no dia 21 de setembro.

Tinha sido o Governador Armando de Sales Oliveira quem assinou, em 1936, o Decreto n.º 7.625, fixando a data da Festa da Árvore a 21 de Setembro de cada ano.

 

Leis Protegendo as Árvores

 

Já em Carta Régia de 13 de março de 1797, o Governo Português, alarmado com a ruína e destruição das matas do Brasil, impunha severas penas aos assassinos das árvores.

José Bonifácio de Andrada e Silva protestava contra o seu aniquilamento pelas "chamas devastadoras da ignorância", pois que "precisamos conservar, como herança sagrada para nossa posteridade, as antigas florestas virgens, que pela sua vastidão e frondosidade caracterizam o nosso belo País".

Astréia Waldeck, do Serviço Florestal do Ministério da Agricultura, quando, em 1960, se instalou a Campanha da Educação Florestal, promovida pelo Acordo entre a União e o Estado de São Paulo, denunciou que no Brasil eram destruídos, anualmente, mais de 30.000 quilômetros quadrados de matas, e, se não fossem tomadas reais providências haveria extinção "das florestas do Sul dentro de 25 anos, as da região Leste em 22 anos e as do Nordeste em 15".

Diante desta triste realidade, os governos Federais, Estaduais e Municipais elaboraram leis e decretos, às vezes até drásticos, para coibir esta devastação desordenada.

O paisagista Burle Marx nos alertava em 1974:

"Se continuarmos com a devastação de nossas matas, o Brasil se tornará, dentro de pouco tempo, um enorme deserto". Concluiu: "Não podemos destruir o poder verde em torre do progresso".

Benjamin Franklin, já no seu tempo, sentenciou:

"Se as cidades forem destruídas e os campos conservados, as cidades ressurgirão; mas se queimarem os campos e conservarem as cidades, estas não sobreviverão".

 

Campanhas Educativas em Favor das Nossas Árvores

 

Nossos homens de letras e de Estado sempre foram denodados defensores da conservação de nossas árvores.

As seguintes palavras do jornalista Roberto Fontes Gomes nos devem levar à reflexão:

"Os dias são normalmente tristes nas cidades que cresceram muito. Nelas, o elemento verde é raro e as construções ocultam a apoteose do entardecer... O cenário quase sempre é cinza e o ar carregado de impurezas. Por isto, urge que se amplie uma mentalidade favorável à defesa de nossos jardins".

Coelho Neto, como deputado, em inflamados discursos, condenou a derrubada indiscriminada das matas.

Monteiro Lobato, o ardoroso defensor de grandes causas nacionais, em um de seus artigos para os jornais, em 1914, lamentava a "desastrada queima das matas", cujo problema dizia ele precisava ser "encarado e resolvido"; e com urgência e seriedade acrescentaria eu.

O Código Florestal, prevê um programa de ensino pela proteção das árvores, junto a todas as escolas do Brasil, e estabelece que os livros escolares de leitura deverão conter textos de educação florestal, previamente aprovados pelo Conselho Federal de Educação (art. 42).

Em "Nova Antologia Brasileira da Árvore", a educadora Maria Teresa Cavalheiro, pág. 51 nos orienta:

"Pais e mestres devem incentivar a literatura infantil referente à flora para que as crianças reconheçam o seu valor."

Orienta ainda sobre as principais árvores que devem ser plantadas durante a "Festa Anual das Árvores".

Devem ser estimulados concursos de canteiros plantados por grupos de crianças e redações sobre a importância da árvore.

Convém que sejam feitas visitas coletivas ao Instituto de Botânica, Horto Florestal, aos parques e reservas florestais de cada Estado.

Mário Graciotti declara:

"Um país começa a ser grande quando ama verdadeiramente as árvores, as crianças e os livros".

Esta declaração nos faz lembrar do conhecido provérbio oriental que declara o seguinte: para o homem ter sua missão cumprida sobre a terra, deve plantar uma árvore, escrever um livro e deixar um filho.

O exemplo dignificante do saudoso prefeito Faria Lima deveria ser lembrado em todas as escolas do Brasil, que com o "slogan": "Plante uma árvore e cresça com ela", conseguiu que as crianças se tornassem verdadeiras colaboradoras na arborização da cidade de São Paulo.

Danton, na sua prisão, exclamava: "Ah! se somente eu pudesse ver uma árvore!"

O convencional da revolução francesa, sentindo, no fundo do seu cárcere, a nostalgia da árvore ausente, como que estava lamentando a falta de sua própria liberdade, simbolizada no vegetal altivo e sobranceiro que, quanto mais livre, cresce mais vigoroso e mais belo se forma.

 

Utilidade e Beleza

 

"Diz o que abateu uma árvore:

- O homem precisa de ti: porque tu és a Utilidade. Estás presente em tudo o que nos serve. De uma tua irmã veio o cabo do machado que te feriu. E tombaste para ser andaime, tapume, caibros, vigas, ripas, soalho, rodapés, esquadrias, batentes, portas, janelas, caixilhos, balaústres, degraus, corrimãos da nossa casa... E dessa casa farás um lar, sendo lenho para o fogo da lareira, para a cadeira do descanso, para a mesa do sustento, para o leito do sono, para o armário da roupa, para a arca dos valores, para a estante dos livros, para a banca do trabalho, para o lápis da escrita, para a régua do desenho... O homem precisa de ti: porque tu és a Utilidade.

Diz o que plantou uma árvore:

- O homem precisa de ti: porque tu és a Beleza. Estás presente em tudo o que nos encanta. De uma tua irmã veio o cabo da enxada que abriu a terra para plantar-te. E tu te ergueste para ser o traço-de-união entre essa terra e o céu e, como tal derramar a sombra que refresca, desprender a floração que perfuma, desdobrar o colorido que deslumbra, oferecer o fruto que apetece, abrigar o ninho que palpita... E para dar uma artística razão-de-ser ao sol, que em ti é ouro de glória, ao luar, que em ti é prata de nobreza, à chuva, que em ti é diamante de diadema, à névoa, que em ti é véu de noivado... O homem precisa de ti, porque tu és a Beleza.

Assim falaram da árvore – da sua Utilidade e da sua Beleza – o que abateu e o que plantou uma árvore, ora existe uma Utilidade na Beleza, como existe uma Beleza na Utilidade".

Estas foram palavras de Guilherme de Almeida, prefaciando a Nova Antologia Brasileira da Árvore de Maria Teresa Cavalheiro.

Coelho Neto, no memorável artigo escrito para "O Estado de S. Paulo" assim escreveu sobre a Festa das Árvores em Araras:

"Opondo-se ao machado, aí vão os meninos das escolas e como a marcha do Pequeno Polegar através a brenha. No conto, o pirralhito espalha o grão para batizar o caminho, por onde pretende tornar ao lar; na festa de ontem, as crianças plantaram os germes da floresta nova que há de fazer voltar à pátria a beleza perdida e, como a árvore é a boa fada protetora da terra, com ela virão as águas fecundas, virá a saúde, virá a riqueza e, ao apelo dos frondosos ramos sussurrantes, acorrerão do exílio os pássaros espavoridos, regressarão do homísio, os animais rechaçados e reaparecerão aqui, ali, como filhas emergindo do mistério, sobre os campos arrasados e tristes, como oceanos desertos, verdes florestas floridas, reivindicando para o Brasil a glória apagada de ser o país maravilhoso da beleza e da fertilidade".

Bacon, nos "Ensaios", lembrou que "Deus Onipotente começou plantando um jardim, porque em verdade este é o mais puro  dos prazeres humanos".

E a maior glória do seu jardim foi a árvore da vida.

Gênesis 2:3 afirma: "Do solo fez o Senhor brotar toda sorte de árvores agradável à vista e boa para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim..."

Os frutos desta árvore destinavam a dar vida. Gên. 3:22.

Os vitoriosos no final, terão o privilégio de comer desta árvore que se encontra no paraíso de Deus. Apoc. 2:7.

 

Velhas Árvores

Olavo Bilac

 

Olha estas árvores, mais belas

Do que as árvores novas, mais amigas:

Tanto mais belas, quanto mais antigas,

Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas

Vivem, livres de fomes e fadigas;

E em seus galhos abrigam-se as cantigas

E os aromas das aves tagarelas...

 

Não choremos, amigo, a mocidade!

Envelheçamos rindo! envelheçamos

Como as árvores fortes envelhecem!

 

Na glória da alegria e da bondade,

Agasalhando os pássaros nos ramos,

Dando sombra e consolo aos que padecem!

 

A Árvore

Ad. de René Barreto

 

Cavemos a terra, plantemos nossa árvore

Que amiga bondosa ela aqui nos será;

Um dia, ao voltarmos, pedindo-lhe abrigo,

Ou flores, ou frutos, ou sombra, dará.

 

O céu generoso nos regue esta planta;

O sol de dezembro lhe seu calor;

A terra, que é boa, lhe firme as raízes

E tenha, as folhas, frescura e verdor.

 

Plantemos nossa árvore, que a árvore amiga

Seus ramos frondosos aqui abrirá;

Um dia, ao voltarmos, em busca de flores,

Com as flores, bons frutos e sombra dará.


 

8

DIA  DA  CRIANÇA

TOPO

 

O Folheto "A Codificação dos Direitos da Criança" promoção do Governo do Estado de São Paulo, 1978, trouxe a seguinte introdução, sob o título:

 

A Codificação dos Direitos da Criança

 

"A criança tem sido a pedra de toque de todas as civilizações desde a mais remota antigüidade, até os tempos presentes. Em nossos dias, as sociedades que mais se jactam de possuir um alto padrão de organização e uma consciência das mais elevadas dos valores humanos inscrevem a criança e seus direitos no ápice de seus ideais e na primeira linha de suas preocupações.

"Sob o paganismo, pouca atenção se dava à criança. Em Esparta, era comum o espetáculo do sacrifício dos seres que tinham a desventura de nascer com alguma deformidade física, pois, negava-se-lhes o direito de viver, ou por outra, a sociedade recusava-se a reconhecer o seu dever de ampará-los e criá-los. Eram eliminados sumariamente.

"Inegavelmente, o advento do Cristianismo assinalou a redenção da criança. A frase do Divino Mestre – "Deixai vir a mim os pequeninos" (Luc. 18:16) – característica da comovente cena evangélica em que foi pronunciada – sintetiza verdadeiramente os direitos da criança, pois marcou sua reabilitação. De então para cá, com efeito, a criança é um ser titular de direitos, pois não só lhe é conferida posição de destaque na sociedade dos fiéis, como é ela alvo de atenção e desvelos para com sua proteção física e material, seu bem-estar em suma, em todos os países civilizados. Proclamados definitivamente os direitos da criança, nunca deixaram de ser contemplados nas legislações dos povos, passando daí em diante a se fazerem presentes na estrutura de programas e a inspirar atividades das administrações públicas".

 

O nosso Código do Menor de 1927, hoje evidentemente já ultrapassado, pelas novas condições políticas, sociais e econômicas estabelece:

1) A criança terá o que for necessário para o seu desenvolvimento físico, mental, espiritual e social, dentro das condições indispensáveis de liberdade e de dignidade.

2) A criança ao nascer tem direito a um nome e a uma nacionalidade. E, mesmo antes de nascer, deverá receber o amparo e proteção indispensáveis à sua saúde e desenvolvimento.

3) A criança tem direito aos benefícios da previdência social e a viver principalmente sob os cuidados de seus próprios pais, sempre que for possível, e em atmosfera familiar favorável ao desenvolvimento de sua personalidade.

4) A criança tem direito à educação gratuita, dada no lar e na escola, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana.

5) A criança tem direito, em qualquer circunstância, a receber, em primeiro lugar, proteção e resguardo.

6) A criança tem direito de ser protegida, contra as formas de exploração. Não poderá de forma alguma ser empregada em ocupação que lhe prejudique a saúde ou a educação, o seu desenvolvimento físico ou moral.

7) A criança tem direito de ser protegida contra os preconceitos de raça, religião, cor, idioma, nacionalidade ou classe.

8) A criança incapaz física, mental ou socialmente, tem o direito de receber a educação reclamada pela sua incapacidade.

9) Na organização da maternidade e infância em todo o País, com a estreita cooperação da União, Estados e Municípios, instituições públicas e particulares, buscar-se-á de modo sistemático e permanente, criar para as mães e para as crianças condições que permitam àquelas uma sadia e segura maternidade e a estas garantam a satisfação de seus direitos essenciais.

10) A criança terá direito a uma justiça especial, constituída como um órgão declarador e assegurador do direito que lhe assiste à assistência social.

O Departamento Nacional da Criança elaborou um Código dos Direitos da Criança Brasileira e promoveu sua difusão:

"A toda criança nascida ou residente no Brasil reconhecemos os seguintes direitos, empenhando-nos, cada um na medida de suas forças, por proporcioná-los, sobretudo àqueles que a má hora feriu ou deixou ao desamparo:

1) Ser atendida desde o seio materno, e nascer bem, evitando o quanto possível os riscos de morte, doença deformidade; ou

2) Ser criada sob o carinho maternal e no ambiente da família, ou, na falta deste, num que se lhe aproxime o mais possível;

3) Nunca sofrer fome ou penar por insuficiência de alimentos nutritivos indispensáveis;

4) Ser tratada como criança, e como tal respeitada e atendida nos seus justos interesses e aspirações;

5) Receber os princípios de educação que a preparem para a vida, e lhe permitam tomar consciência do seu próprio destino;

6) Receber assistência médica e higiênica que lhe evite riscos de doença e de morte;

7) Jamais ficar abandonada à sua sorte, sem amparo material, social e moral, eficiente e carinhoso;

8) Não ser menosprezada por motivos de família, ilegitimidade, pobreza, raça, religião, deformidade física ou mental;

9) nunca ser vítima de crueldades ou exploração, nunca ser submetida a trabalhos que lhe possam prejudicar o desenvolvimento normal e a saúde, o caráter, a educação, a liberdade, a alegria de viver;

10) Nunca permanecer segregada da convivência social, proporcionada às suas condições pessoais;

11) Não ser considerada criminosa e responsável em falta social, devendo em tal caso receber assistência judiciária especializada e os corretivos adequados;

12) Ser, com sua mãe, a primeira a receber socorros em caso de calamidade pública".

 


 


 

9

DIA  DO  PROFESSOR

TOPO

 

Festejamos hoje, 15 de outubro, o "Dia do Professor". Todos os dias poderiam ser chamados o seu dia, porque o mestre pode ser lembrado durante todos os dias do ano, porque exerce uma influência muito mais decisiva em nossa sociedade do que imaginamos.

O professor precisa encarar a sua profissão como a missão mais alta que se pode confiar ao homem, isto é, formar e educar os homens; é uma missão que responde aos nobres anseios religiosos, patrióticos e humanos.

Poderíamos sintetizar a grandiosidade da missão do professor nestas palavras de Emílio Zola:

"Uma nação valerá o que nela valer o seu professor primário".

Todos nós nos recordamos saudosos do primeiro contato que com ele tivemos na infância. Todos nós nos lembramos da grandeza da sua missão e de quanto lhe devemos na orientação de nossa personalidade. Sem dúvida, o professor merece ser envolvido por nossa gratidão e justiça, numa pálida retribuição às canseiras, às dedicações e aos anseios das grandes horas de amizade e carinho que nos proporcionou.

A professora Cecília Bueno dos Reis homenageada no dia do professor em 1976 declarou:

"O curso primário é a época certa para o plantio das melhores sementes no coração das crianças, garantindo uma futura colheita, farta e feliz".

O grande educador Fernando de Azevedo, proferiu certa feita esta frase que deve ser relembrada no "Dia do Professor":

"A missão mais alta que se pode confiar ao homem é a de formar e educar os homens".

Dostoievsky, o notável romancista russo, afirmou que o ideal do professor deve ser este: tornar o seu discípulo melhor, mas para isto ele precisa ensinar muito mais pelo exemplo do que por preceito.

O Mestre que ensina a ciência sem educar o caráter do discípulo realiza obra incompleta. Vieira declarou que instruir é construir – a inteligência, a cultura e o caráter. O caráter é o alicerce que reveste os jovens e velhos da couraça moral, que os torna invulneráveis nos combates da vida.

 

Com propriedade declarou Goethe: "O talento se forma na solidão; o caráter, nas tormentas do mundo".

Educar não é apenas ensinar, é dirigir bem a vida do aluno, de tal maneira que ele se torne no futuro um cidadão útil aos seus semelhantes e ao seu país. Educar e preparar o adolescente para a vida prática, descobrir-lhe a vocação e habilitá-lo ao exercício da carreira a que se destina.

 

Todos aqueles que tratam do problema do magistério insistem sempre na mesma tecla – o professor é muito mal remunerado, embora esta situação seja real e muito agravada no magistério primário em alguns estados do nosso Brasil.

 

O exercício do magistério não é função mercenária. Nós que exercemos o magistério não nos devemos preocupar com a questão monetária. Mas no mundo em que vivemos, precisamos estar presos a contingências materiais, dirá alguém; embora isto seja real, como educadores devemos librar-nos acima da materialidade deste mundo. O professor que ministra suas aulas apenas pensando na remuneração é um mercenário, quando seu trabalho deve ser um sacerdócio.

 

A sua missão pode ser quase comparada a um ministério divino, pois se do médico se declara que sua missão é divina – "divinum opus" – a do professor é algo mais divina, porque trata com o espírito, plasma inteligências, isto é, lida com a parte mais nobre do ser humano.

 

Requisitos Para Ser Um Bom Professor

 

1º) O primeiro requisito de um bom professor é conhecer bem a matéria que ensina. "O professor que não estuda por prazer, faça-o por dever".

2º) O segundo requisito do professor é gostar da sua profissão. Se gostamos da nossa profissão não apenas seremos um professor bem sucedido, mas também uma pessoa realizada e feliz, o que é muito importante em todas as atividades, mas, especialmente, no magistério.

3º) Precisa ser pontual.

4º) Deve primar pela assiduidade. Seu alvo deve ser este: só faltar à aula por um motivo muito impelente.

5º) Usar da máxima justiça que lhe é possível.

6º) Manter disciplina.

7º) Necessita ser bondoso e paciente.

8º) Deve ser imparcial, compassivo, confiante em Deus.

9º) Deve ter um conhecimento profundo da natureza humana e ter genuíno amor por seus alunos.

10º) Sua personalidade, entre outros, precisa ainda destes atributos: serenidade, maneira simples e discretas, perseverança, alegria e otimismo, ter domínio próprio, ser digno de respeito.

Em 1931, uma pesquisa feita entre 1.002 professores primários e secundários, nos Estados Unidos, apontou 1.513 qualidades de um bom professor. Todas estas qualidades foram condensadas por um estudioso em 10 predicados essenciais para ser um bom mestre.

Eis os 10:

1) Sociabilidade, 2) Capacidade de afeição em geral (amor ao aluno), 3) Boa aparência pessoal (donde simpatia, carisma), 4) Afabilidade, 5) Aptidão técnica, 6) Personalidade sugestiva, 7) Capacidade de trabalho e de execução, 8) Condições de decisão e de liderança, 9) Generosidade, 10) Discernimento rápido.

 

A professora Cecília Bueno dos Reis, já mencionada neste artigo, escreveu um poema, o "Alfabeto da Mestra" criando uma breve frase para cada uma das 23 letras que o formam, verdadeira mensagem de otimismo, fé e amor ao magistério;

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ame seus alunos;

Bendiga sua profissão;

Creia no poder da educação;

Discipline sua classe;

Eduque pelo exemplo;

Firme-se em Deus;

Garanta um mundo cada vez melhor;

Honre a missão da mestra;

Instrua com a orientação divina;

Julgue-se antes de julgar seus alunos;

Leia os livros que orientaram os grandes educadores;

Medite sobre os conselhos dos grandes mestres;

Neutralize os rumores pessimistas;

Orgulhe-se de ser mestra;

Persista na verdade;

Queira o melhor para seus alunos;

Respeite seus educandos para ser respeitada;

Sorria. Sorrindo ilumine sua sala de aula;

Trabalhe com amor;

Unifique sua classe;

Vença pela confiança no poder do grande Mestre;

X ?

Zele com carinho por estes itens e descubra por si mesmo o X do êxito dos excelentes professores.

 

 

O Que é Ser Professor?

Adaptado por Pedro Apolinário

 

Ser Professor é ter disposição para trabalhar com todas as veras da alma em prol dos alunos;

Ser Professor é visitar as livrarias para comprar livros da sua especialidade, mantendo-se assim atualizado;

Ser Professor é compreender a psicologia humana para atrair o aluno como ele merece;

Ser Professor, não é deixar transpirar segredos profissionais, mas sim, manter em torno de si, uma auréola de discreção e sigilo;

Ser Professor é ser muito cuidadoso na sua linguagem, para ser um exemplo ao aluno, do falar correto;

Ser Professor é evitar palavras ríspidas, termos vulgares da gíria, usando em seu lugar, vocabulário rico, correto e nobre;

Ser Professor é ser discreto na sua conversação, não falando em voz alta para chamar a atenção dos circunstantes. A frase de Schopenhauer é importante: "O barulho produzido por uma pessoa é inversamente proporcional a sua inteligência".

Ser Professor não é viver apenas preocupado com o tempo da aposentadoria;

Ser Professor, não é descarregar covardemente os recalques e complexos nos alunos, mas sim abeberar-se nos sublimes ensinamentos contidos na "Oração da Mestra";

Ser Professor, não é apenas dar algumas aulas por dia e fora da classe comportar-se, como se não fosse um educador;

Ser Professor é obedecer ao Código de Ética Profissional, sem se impressionar se os outros colegas fazem o mesmo ou deixam de fazê-lo;

Ser Professor é revelar na classe os atributos cristãos, que o Mestre dos Mestres nos ensinou.

 

Os conceitos que se seguem são transcritos do livro Pioneer American Educators onde se exalta a nobreza da missão do professor.

 

O Professor

 

O professor é um profeta: ele prepara os alicerces de amanhã.

O professor é um artista: ele amolda o gesso precioso do desenvolver da personalidade.

O professor é um amigo: seu coração corresponde à fé e devoção de seus alunos.

O professor é um cidadão: ele é escolhido e autorizado para melhorar a sociedade.

O professor é um intérprete: pelo exemplo de sua vida procura guiar a juventude.

O professor é um criador: ele lida com os mais altos valores da civilização.

O professor é um repositório de cultura: ele descortina o caminho para a apuração do gosto, atitudes sãs, finura de maneiras e desenvolvimento da inteligência.

O professor é um idealizador: para ele as jovens vidas a seu cargo fazem parte de um sistema que se fortificará à luz da verdade.

O professor é um pioneiro: está sempre tentando o impossível e vencendo.

O professor é um reformador: procura remover os obstáculos que enfraquecem e destroem a vida.

O professor é um crente: tem uma fé inabalável na melhoria da humanidade.

 

Raul Pila, por volta de 1958, comentando um projeto que transitava pela Câmara dos Deputados, a propósito da reforma do ensino médio, disse ao Ministro da Educação e à douta Comissão de Educação e Cultura, entre outras coisas o seguinte:

"O problema fundamental do ensino no Brasil, é o problema do professor e do aluno, isto é, professores que saibam e queiram ensinar, alunos que desejem aprender. Sem esta reforma, que eu ainda não sei como se poderá realizar, vãs serão todas as demais reformas".

O programa "Enciclopédia do Ar", da Rádio Gazeta, realizou no dia 10 de outubro de 1355, um programa especial em homenagem à "Semana do Professor". Tendo comparecido à reunião a professora Carolina Ribeiro, secretária da Educação do Estado de S. Paulo, convidada a falar, num brilhante improviso disse as seguintes palavras, aqui reproduzidas na íntegra, em virtude dos seus elevados e sublimes conceitos:

"Diante deste microfone da Rádio Gazeta poderia parecer que estava falando para um auditório abstrato, tal porém não acontece, tenho diante de mim jovens que representam tão bem a primavera, porque eles trazem em si o perfume da juventude e essa essência de gratidão para com os mestres. A Rádio Gazeta promovendo esta solenidade dá um exemplo vivo, porque jornalismo e educação se completam. Provera Deus que todo jornal fosse uma grande escola, provera Deus que toda a escola fosse um órgão de publicidade de educação.

"Na "Semana do Professor", vejam bem, não é mais um "Dia do Professor", já é uma semana, e praza Deus que seja dentro em breve um mês, um mês inteiro, uma vida inteira de respeito à grande missão do educador, e para impor esse respeito à missão do educador; respeitem-se primeiro os próprios mestres, dignificando a sua missão, elevando seu conceito de educadores, esquecendo-se, completamente de que são pagos para educar, instruir, conduzir sempre mais longe, mais alto. Que grande e que sublime tarefa a ser exercida pelos homens, pelas mulheres, pelos jovens, pelos velhos de minha terra.

"Eu olho para longe, e me vejo bem longe, professora primária, depois professora secundária, depois diretora primária, depois diretora secundária, diretora de Escola Normal e de Instituto de Educação. Hoje, por uma dessas casualidades, um homem de governo, achou que para a Secretaria da Educação deveria ir uma educadora.

"Ontem bem longe educando, hoje educando, e amanhã voltando à planície, não importa, educando sempre porque todos nos educamos onde quer que estejamos, pela palavra, pelos exemplos, pelas nossas atitudes. Ai dos mestres que não educam, porque levar para o pessimismo, para o derrotismo, ensinar agruras, ensinar com palavras amargas, com atitudes de revolta não é educar, é deseducar.

"Professores que me ouvis por acaso, não penseis que após 48 anos de magistério e de educação eu me sinta cansada ou derrotada. Não! Nós não temos o direito de envelhecer, o mestre como o sacerdote tem que entrar todos os dias em sua sala de trabalho cantando como canta o sacerdote: "Entrarei para o altar de Deus, do Deus que alegra a juventude". E por mais cabelos brancos que se amontoem, por mais rugas que surjam no rosto, enquanto houver no coração calor, ideal, não se envelhece; envelhecem os derrotistas, envelhecem os pessimistas, envelhecem os semeadores de desilusões e o professor não pode desiludir-se, ele tem que se renovar todos os anos com as turmas novas que recebe, ele tem que ser jovem com os jovens se quiser atrair o coração da juventude. Os que deverão ser mestres, aprendam pelo amor à Pátria, pelo amor a Deus, que ser mestre é ser quase um novo Cristo, porque Cristo apenas aceitou um título que ele julgou imenso, o de "Mestre".

"Mestres que me ouvis, despertai! E eu quero repetir-vos o que dizia Alberto de oliveira: 'Fazei surgir da mocidade os clarões da esperança, salvemos o Brasil'."

 

 


 


 

10

PROCLAMAÇÃO  DA  REPÚBLICA

TOPO

 

De todos os países da América do Sul, o Brasil foi o único, no final do século, daqueles que se tornaram independentes, a viver sob o regime monárquico.

O fato explica-se por não ter havido uma ruptura político-militar.

A proclamação da República no Brasil, acha-se indissoluvelmente associada a mudanças sociais, que se vinham processando desde a guerra com o Paraguai e em particular, a abolição da escravatura, que lançou na oposição ao regime os proprietários de terras.

A transformação da monarquia em República, foi mais uma conseqüência das mudanças sociais e econômicas efetuadas em nosso país.

As idéias republicanas vicejaram entre nós desde o período colonial, vindo a concretizar-se em 1889, estimuladas por uma série de mudanças. Podem ser citados como fatores efetivos os meios de transporte (as ferrovias e os barcos a Vapor), o início da industrialização do país e o incremento da população urbana. Outro processo decisivo, para esta transformação política, foi a fundação no Rio de Janeiro do Partido Republicano. Seu manifesto, publicado em 1870, teve profunda repercussão em São Paulo, resultando na famosa convenção Republicana de 1873, realizada em Itu. Esta convenção foi o primeiro passo decisivo para a criação do Partido Republicano Paulista. Em conseqüência direta deste Partido, a idéia republicana se propagou por todo o país, surgindo clubes e jornais interessados em difundir estes princípios.

O povo, influenciado pela intensiva propaganda republicana, feita por vultos preeminentes de nossa Pátria, como Quintino Bocaiúva, Aristides Lobo, Saldanha Marinho, Benjamin Constant, Silva Jardim, Prudente de Morais e outros, almejava intensamente um governo republicano, eleito por todos os brasileiros.

Os chefes republicanos, desde 1887, anteviam a possibilidade de recorrer ao Exército, para que por seu intermédio a monarquia fosse derrubada.

Dentre as razões fundamentais, de descontentamento com o governo imperial, deve ser colocado em primeiro plano os atos arbitrários e injustos do ministério contra militares dignos e honrados. D. Pedro II, apesar de sua probidade e espírito de justiça, já idoso e alquebrado pelas responsabilidades administrativas, não teve firmeza para extinguir o foco de descontentamento. O resultado imediato foi, que as próprias forças armadas, que estavam ao lado do governo, uniram-se à causa republicana.

O visconde de ouro Preto, que assumiu o Ministério em junho de 1889, lutou denodadamente para que a monarquia fosse preservada.

Com este objetivo em vista, empreendeu uma série de reformas, tais como: a liberdade de culto, criação do Código Civil, autonomia para municípios.

Apesar destas suas boas intenções, as crises não foram superadas, e membros do Partido Republicano de São Paulo e do Rio queriam, que os militares se pusessem à frente de um movimento contra o governo.

Quatro dias antes da proclamação da república, Benjamin Constant, Rui Barbosa, Quintino Bocaiúva, Francisco Glicério e Aristides Lobo procuraram o Marechal Deodoro da Fonseca, a fim de convencê-lo a participar de uma conspiração contra a monarquia.

Deodoro, diante da amizade que o unia a D. Pedro II, titubeou, por achar que era um ato de traição. Mesmo diante da sua resistência, os conspiradores prosseguiram em seu plano de golpe contra a monarquia, que seria desfechado no dia 20.

Devido a alguns boatos, de que líderes do movimento tinham sido presos, o 1º Regimento colocou-se em rebeldia contra o governo.

Benjamin Constant, apoiado pelas tropas do Quartel de São Cristóvão, foi à procura de Deodoro, que embora adoentado colocou-se à frente dos rebeldes.

Fato curioso deve ser citado a esta altura dos acontecimentos. Quando os soldados liderados por Deodoro, diante do quartel-general, as forças do governo, chegaram estacionadas no pátio, não se opuseram à entrada de Deodoro. Uma atitude inusitada foi observada, pois, ao ele descer do cavalo para adentrar o edifício, os soldados que ali estavam para combatê-lo, não lhe embargaram os passos, antes apresentaram-lhe continência e o aplaudiram.

Firmemente Deodoro subiu as escadas, apresentando-se perante os ministros para comunicar-lhes o término do governo imperial.

Ato contínuo, dirige-se a uma janela, agita no ar o seu quepe de marechal e com todo o entusiasmo profere a inesquecível frase:

- "Viva a República!" -

No mesmo dia, o primeiro decreto do governo provisório dos Estados Unidos do Brasil, proclamava a República federativa, como forma de governo e a transformação das províncias em Estados.

O movimento foi uma conjugação de forças, do Exército, dos fazendeiros do oeste paulista e dos representantes das camadas médias urbanas.

Seu sucesso deveu-se em parte ao enfraquecimento das oligarquias tradicionais e ao desprestígio da monarquia.

O Ministério da República, que já estava escolhido desde o dia 11 de novembro, é estabelecido no mesmo dia 15, posse do governo provisório, chefiado por Deodoro da Fonseca, inegavelmente o líder indiscutível do movimento. Faziam parte do Ministério: Campos Sales, ministro da Justiça; Aristides Lobo, do interior; Rui Barbosa, da Fazenda; Benjamin Constant, da Guerra; Eduardo Wanderkolk, da Marinha; Quintino Bocaiúva, das Relações Exteriores; e Demétrio Ribeiro, Agricultura, Comércio e obras Públicas. O líder inconteste deste ministério, inegavelmente, foi a preeminente figura de Rui Barbosa.

A Proclamação da República, é aceita pela maioria dos estados brasileiros, de uma maneira pacífica; apenas havendo alguma contestação, no Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco.

 

D. Pedro II e a República

 

A notícia da proclamação da República chegou a D. Pedro, às 11:00 horas, do dia 16. Ele saiu de Petrópolis e dirigiu-se para o Rio de Janeiro, juntamente com a família. Ali chegando, recebe através do Major Solon Ribeiro o seguinte documento:

"Os sentimentos democráticos da nação há muito preparados, hão agora despertados. Obedecendo pois, às exigências do voto nacional, com todo respeito à dignidade das funções públicas que acabais de exercer, somos forçados a notificar-vos que o Governo Provisório espera do vosso Patriotismo o sacrifício de deixardes o território brasileiro, com vossa família, no mais breve prazo possível".

Assinado - Marechal Deodoro da Fonseca.

No dia 7 de novembro, D. Pedro e sua família embarcaram para Portugal, deixando para sempre o Brasil.

 

Jovem amigo, a grande Pátria Brasileira ainda continua confiando na sua lealdade e força, para a realização dos seus majestosos projetos para o futuro.

Mocidade brasileira, lute com fé e coragem pela vitória dos ideais arquitetados através dos anos pelos que tornaram o Brasil independente da pátria lusa, em 1822, e em 15 de novembro de 1883 deram-lhe uma forma de governo mais condizente com a evolução social, política, econômica e religiosa do nosso mundo.

Para isto é necessário, que você molhe com o seu suor o solo abençoado do nosso torrão, já regado com o sangue dos que deram a vida pela nossa liberdade. Plante o nosso solo com as sementes benditas do labor honesto, para que vejamos amadurecer sazonados frutos de glória e honra para a grandeza da Pátria, mas sobretudo para honra e glória de Deus.

Esqueça-se um pouco do conforto da civilização, e lembre-se de que pelos sertões brasileiros à fora, há milhares de brasileiros precisando da nossa compreensão e apoio.

Os líderes de nossa pátria têm colocado a sua esperança nos jovens, porque eles são idealistas e fortes, por isso vocês não podem traí-los.

Jovens brasileiros, trabalhemos pelo engrandecimento do Brasil, lutemos pelo seu progresso e bem-estar social. Não olvidemos jamais a legenda da nossa bandeira.

Leiamo-la mais uma vez para pautarmos a nossa vida por este lema tão sublime: Ordem e Progresso.

 


 

11

A  BANDEIRA  DA  NOSSA  PÁTRIA

TOPO

 

O dia de hoje é consagrado ao culto do pavilhão nacional.

O Brasil monárquico teve a sua bandeira muito bonita, trazendo no centro a Coroa Imperial.

Proclamada a República, quatro dias depois, ou seja no dia 19 de novembro de 1889 o governo provisório decretou o tipo definitivo da nossa bandeira.

Assis Cintra assim se expressou:

"Cada povo do mundo tem seu símbolo para representar a sua Pátria: chama-se Bandeira.

Na Bandeira estão reunidos todos os grandes sentimentos nacionais. Ela é figura viva, material, visível, resumida, de um dos mais nobres predicados humanos: o amor da Pátria". 

Nossa bandeira é o símbolo em que a Pátria se deve espelhar. Ela deve enfeixar as aspirações e os anelos cívicos.

Este símbolo deve merecer de nossos alunos um culto esclarecido.

A máxima aspiração a que nos leva, está resumida em seu lema e é com progressiva, industriosa ordem que devemos arvorá-la sempre.

O culto à bandeira é a síntese eloqüente do amor à Pátria. Prestar-lhe a homenagem do nosso respeito e do nosso carinho, é alguma coisa mais do que a simples observância de uma obrigação banal: é o mais nobre e alevantado cumprimento de um dever cívico, que, ao mesmo tempo, honra ao cidadão e dignifica a Pátria.

Ao contemplarmos muitas bandeiras, concluiremos que incontestavelmente o nosso pavilhão nacional é o mais belo, não só pela magnífica combinação de cores, mas sobretudo pela significação patriótica de seus símbolos.

Firmino Costa, se expressou com muita objetividade sobre nossa bandeira:

"Amado pavilhão auriverde, inspira em nosso coração o amor da Pátria! Este nome Brasil, que fazes lembrar, nós o consideramos sagrado, e nem gracejando, seremos capares de profaná-lo. Prestaremos sincera homenagem ao teu inseparável companheiro, que é o Hino Nacional. Respeitaremos sempre a Constituição e as Leis da República. Não havemos de quebrar, por nenhum motivo, a nossa solidariedade com os interesses pátrios. Harmonizaremos com o patriotismo a nossa profissão, a nossa família, a vida, servindo à nossa Pátria do melhor modo que nos for possível.

 

O Simbolismo das Cores

 

Desde criança, na escola primária, aprendemos o simbolismo das suas cores.

O verde é a roupagem das nossas florestas e das campinas luxuriantes; é a cor dileta da esperança.

O amarelo, símbolo do ouro que existe em abundância nas estranhas do nosso solo, ele hoje continua a nos lembrar dos veios inexauríveis das riquezas desta terra abençoada.

O azul é a cor do nosso céu que nos faz olhar para o infinito do espaço onde paira a luz eterna e divina da bondade, justiça e misericórdia de Deus.

O branco representativo da paz com que sempre sonhamos e graças ao todo-poderoso até hoje temos desfrutado esse privilégio.

 

Sublimes Páginas Inspiradas na Bandeira

 

A bandeira tem inspirado páginas imorredouras de nossos artistas da palavra, e nada mais próprio do que transcrever aqui algumas dessas gemas da nossa literatura.

 

A Nossa Bandeira

Júlia Lopes de Almeida

 

"Verde, da cor dos mares e das florestas que embelezam a nossa terra desde a serra de Roraima até à barra do Chuí; azul, como o céu infinito em que abre os braços lúcidos o Cruzeiro do Sul; dourada, como o sol que alegra o espaço e fecunda os campos, a nossa bandeira retrata nas suas cores as supremas maravilhas do universo!

Filhos do sul ou filhos do norte, qual de nós não vibrará de entusiasmo ao senti-la aclamada pelos outros povos? Qual de nós não se comoverá vendo-a desfraldada em país estranho, ou não sentirá capaz das maiores audácias para a defender de uma afronta e livrá-la de uma derrota?

A nossa bandeira é como um pálio confraternizador sobre a cabeça de todos os brasileiros. Unamo-nos para honrá-la na sua grandeza e para que ela seja sempre para nós, além do símbolo da Pátria, o símbolo do Bem, da Razão, da Justiça. Só é inatingível o que é impecável, só é forte o que é puro. São as virtudes do povo que tornam a sua bandeira respeitada; são os seus trabalhos, os seus empreendimentos, o poder da sua inteligência, a inteireza de seu caráter e a magnitude do seu coração que lhe dão prestígio diante de todo o mundo.

Assim, estorcemo-nos para que à sombra de nossa bandeira só nasçam e se desenrolem boas ações. Que ela pacifique gentes inimigas, quer tremule nos mastros sobre as águas inquietas quer pensa nas cidades sobre os telhados abrigadores do homem; que ela, que tem na cor a sugestão da esperança, sorria ao estrangeiro em doce acolhimento, acenando-nos a todos para um futuro bonançoso e amplo.

Irmãos do norte! Irmãos do sul, amigos! Unamo-nos em torno da nossa bandeira; que os elos que nos ligam não se dessoldem nunca, para que seja grande a sua glória e poderosa a sua Força".

 

A  Bandeira

                                 Leôncio Correia

Sagrado pavilhão de minha Pátria!

Canto Simbólico da Paz: O hino, para saudar-te

Feito devera ser das bizarrias da arte,

Num poema de amor harmonioso e santo!

 

Pois que és um livre povo, o pálio, o verbo, o manto,

Na escola, no quartel, no amor, em toda a parte

Onde sejas erguido, adorado estandarte,

Não te borrife ou manche uma gota de pranto.

 

Lembras o céu formoso, evocas a grandeza

De tudo quanto traz de esplêndido consigo

A nossa exuberante e linda natureza:

 

Que de infâmia o Destino amigo te ressalve,

Oh! de ordem e progresso imaculado abrigo,

Sagrado pavilhão da minha Pátria! Salve!

 

O poeta patrício Correia Júnior escreveu:

 

Deus te salve, Bandeira!

Bandeira do Brasil – que hoje airosa palpitas

Sob as bênçãos do azul, sem nódoa, sem labéu.

E, onde em letras de luz, foram por Deus inscritas,

Como um poema imortal de estrofes infinitas,

As promessas da terra e as estrelas do céu!

 

Bandeira do Brasil – cheia de brilho e graça!

Sacrossanta visão da minha Pátria em flor,

Mostrando a cada olhar e cada alma que passa

O glorioso porvir reservado a uma raça,

Da grandeza de um povo o passado valor.

 

A nossa bandeira recorda os feitos do passado, a marcha titânica dos desbravadores, a epopéia da Independência, o abolicionismo, a proclamação da República e bem perto de nós as lutas sangrentas da guerra mundial, onde os nossos soldados inspirados no estandarte nacional alcançaram brilhante vitória.

Neste pendão há um significado que a pobreza de minhas palavras não pode traduzir.

Nosso anseio é que nossa bandeira nos envolva em suas dobras amorosas e que nós sejamos dignos de amar sempre nossa extremada Pátria.

 

I.A.E., 19 de novembro de 1957.


 

12

DIA  NACIONAL  DE  AÇÃO  DE  GRAÇAS

TOPO

 

Última Quinta-feira de novembro.

Passagem sugestiva - S. Tiago 1:17.

"Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança".

Seguem-se três excertos, que podem ser usados com propriedade, para esta data tão significativa.

"Graças vos sejam dadas, Senhor, hoje e todos os dias, pelas muitas bênçãos que derramastes sobre vossos filhos brasileiros.

Graças, em primeiro lugar, pela magnífica unidade na fé, no espírito, no amor e na solidariedade, que fizeram da vossa terra de Santa Cruz uma só nação.

Pelas belezas com que ornastes nosso chão. Pelos animais que povoam nossas florestas e nossos rios. Pelas flores perfumadas dos vales. E pela árvore solitária na montanha.

Pelos pássaros que cantam vossa glória, na hora de nascer nosso irmão, o sol. E por sua luz e calor, lembrança da vossa majestade.

Pela graça de tantos irmãos, vindos de terra distante, para entre nós encontrar vida nova. Novo lar. Novas aspirações. Vossas inspirações.

Graças pelas riquezas semeadas de vossa Mão bendita.

Mas, graças também pelas provações. Por elas, enrijecemos o caráter. Com elas, aprendemos a sofrer. Sem elas, não merecíamos as manifestações – e são tantas – da vossa bondade.

Conservai-nos, pois, Senhor, no vosso amor. Mantende-nos sob a guarda de vossos anjos e santos. A fim de que, chegada nossa hora, possamos contemplar vossa face.

E dizer em coro, com os irmãos de antes de nós: santo, santo, santo, é o Senhor do universo. Hosana nas alturas. Amém".

Mensagem do Presidente João Figueiredo no Dia de Ação de Graças, 22/11/1979.

 

O espírito de gratidão dignifica o homem contribuindo para a sua felicidade.

Pense nos acontecimentos de um dia e veja se não há motivos para louvar a Deus.

Analise os privilégios que você teve, as bênçãos que recebeu durante este ano e agradeça de todo o coração ao doador de todas as dádivas.

A página que se segue, de Michel Quioist, do livro Poemas Para Rezar, pág. 77, merece nossa consideração:

"Obrigado É preciso saber dizer muito obrigado. Nossos dias são ricos dos presentes que o Senhor nos oferece. Se soubéssemos olhá-los e fazer deles um inventário, seríamos cada noite como um "rei por um dia", inebriados e felizes de tantos bens oferecidos. Seríamos então reconhecidos diante de Deus, confiantes porque Ele nos dá tudo, alegres porque sabemos que todos os dias Ele renovará seus presentes. Tudo é dom de Deus, mesmo as coisas mais pequeninas, e é o conjunto desses presentes que fazem uma vida, bela ou sombria, segundo a maneira de utilizá-los".

 

 

 

Singela Gratidão

                                      Agnaldo Leite do Sacramento

 

Há na minha alma

Uma gratidão alegre,

Uma melodia, uma canção,

Um grande segredo que posso contar.

Eu me dirijo a você, menino, menina,

moça, rapaz e adulto.

Ainda nem havia nascido

E alguém muito me amou,

Vindo a morrer por mim.

Aquela vida preciosa, tudo fez;

Posso recordá-lo assim também:

 

Quando estou desanimado,

Simplesmente me lembro dos seus pés

Que caminharam até o local de morrer por mim;

 

Quando me parece faltar a fé,

Lembro-me do seu olhar que pousava docemente

Sobre os seus inimigos;

 

Quando a razão quer me enganar,

E a descrença assaltar,

Vejo-o conversando com Pilatos,

Sendo a verdade;

 

Quando o mundo zomba, lembro-me daquele povo

Que lhe chicoteava todo o corpo;

 

Quando o mundo rejeita a sua mensagem,

Lembro-me que Ele já se apresentava

Sem aparência e sem formosura;

 

Quando a morte se aproximar,

Vê-Lo-ei ainda mais...

 

Só há na minha alma uma eterna gratidão.

 

Os céus se alargaram com sua morte;

Sepulcros se abriram com sua ressurreição;

Anjos, querubins e serafins já cantam.

E ao homem

Foi dada uma nova canção!

Recebe, Senhor, a singela gratidão.

 

 


 


 

13

DIA  DA  BÍBLIA

TOPO

 

Se olharmos ao nosso calendário, veremos que ele assinala muitos dias, que devem ser destacados para comemorações específicas como: Dia da Criança, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia do Professor, Dia do Funcionário Público, Dia da Secretária, Dia da Enfermeira, Dia da Árvore, Dia do Motorista e muitos outros.

A Bíblia, o livro por excelência, merecia também um dia, ou como assinalou Luís Waldvogel: "Melhor seria Semana da Bíblia", ou Mês, ou Ano da Bíblia, pois da Bíblia devem ser os 365 dias dos anos de nossa vida".

Carlos Trezza, em seu prestativo livro, A Reconquista do Homem, disse e disse muito bem:

"As Escrituras Sagradas são incontestavelmente um dos mais eficientes instrumentos de cultura, de progresso, de promoção da paz social. A Bíblia educa o cidadão, ensinando-lhe a sujeição às regras do bem comum, regras que emanam da família para a sociedade, porque sua leitura faz o bom filho, a esposa leal, o pai modelar. Em suma ela gera o cidadão perfeito e útil à comunidade. Por isso dizia Tolstoi, e com razão: Sem a Bíblia, o desenvolvimento da criança e do homem é impossível".

 

A Bíblia está repleta de sugestivas promessas; de conforto, consolo e ânimo para as horas difíceis e aflitivas; de ensino para palmilharmos com segurança a estrada da vida; de advertência para não fazermos escolhas erradas. Devemos lê-la cada dia se quisermos ter uma saudável vida espiritual e manter sempre acesa a lâmpada da fé, pois ela declara que sem fé é impossível agradar a Deus.

As belezas das mensagens contidas neste livro extraordinário fazem com que ele seja o mais conhecido em todo o Universo.

Aliás, foi com ele que Gutenberg inaugurou seu invento, sem dúvida alguma, depois do alfabeto a maior descoberta da inteligência humana, por haver possibilitado a difusão do conhecimento. A descoberta da imprensa marcou o início de uma nova era de progresso, fazendo desaparecer as barreiras que impediam a difusão de informações.

Graças ao alfabeto, à imprensa, às sociedades Bíblicas, aos idealistas tradutores, pode-se ler a Bíblia em quase todas as línguas, por menos significativas que elas sejam como o esquimó, o malgache e o ouolof.

Os próprios católicos, que durante séculos, a trataram com reservas e desconfianças, hoje a colocam no pedestal que lhe pertence.

Notem as palavras seguintes de Dom Eugênio Sales em sua mensagem para o Dia da Bíblia.

"Em um mundo onde é crescente a agitação e o isolamento, nessas páginas temos seguramente o melhor interlocutor. Ali está o conforto para os desiludidos, que não obtiveram no imenso progresso da técnica e da ciência a razão da própria existência, os famintos, materialmente ou não, recebem um alimento que os reanima.

"A explicação é encontrar-se na Sagrada Escritura, um Deus que se revela aos homens, em todos os tempos, pois a Palavra divina não se cristaliza na História, a ela ultrapassa e transcende".

O Dia da Bíblia visa, primordialmente, exaltar o valor do Livro Sagrado, mas nenhuma significação terá esta data se ela não despertar em nós o desejo de ler cada dia suas mensagens de amor.

Para aqueles que estão menos familiarizados com suas sublimes páginas, seria aconselhável iniciar a leitura pelo evangelho de Marcos, passando depois às epístolas de João e Pedro e a seguir os Salmos. Num mundo repleto de dúvidas e incertezas, as mensagens transmitidas nos salmos trazem esperança e confiança.

Toda ela é útil, mas há excertos que são verdadeiras jóias, especialmente nos Evangelhos, nas Epístolas, em Provérbios, Isaías e nos Salmos onde o coração encontra refúgio, nas horas difíceis, e disposição para prosseguir até a vitória final.

Particularmente, o livro que mais aprecio é o de Salmos. Há alguns anos li este livro poético fazendo uma seleção dos trechos que reputei mais belos e que representam poderosas mensagens espirituais:

Eis alguns exemplos:

Sal. 1; 4:7-8; 8; 15; 19; 22:23-30; 23; 24; 25:1-7; 27:1-2; 29; 32; 34; 37:5, 7, 16, 25; 40:5, 8, 17; 46:1; 47:6-9; 50:15; 51:10, 17; 54:22; 56:11; 57:5; 61; 67; 71:5; 84:11-12; 90:12; 91:1-4; 96:9; 98; 103:1-5; 104:1; 106:1-5; 117; 119; 121; 122; 126; 130; 146; 148; 150.

Devemos separar uma hora nobre, segundo as possibilidades de cada um, para usufruir do privilégio de meditar nos sublimes ensinamentos que a Palavra de Deus nos transmite.

No Dia da Bíblia, nossos pensamentos devem voltar-se para Cristo, a figura principal deste Livro e dar graças a Deus porque ele nos revela o sublime plano da Salvação.

O Dia da Bíblia deve fortificar-nos, restaurar-nos na comunhão com o Seu autor, pela leitura constante de suas mensagens, como a única solução para este mundo conturbado e insatisfeito.

A Bíblia Sagrada promove a fortaleza moral do indivíduo e a grandeza dos povos e das nações. Os seus ensinamentos edificam o caráter na verdade e libertam a pessoa dos vícios e do pecado. Todo aquele que honestamente busca a Deus, na Bíblia, alcança poderes espirituais extraordinários, que o capacitam a levar vida reta e honrosa, diante de Deus e dos homens.

A Folha da Manhã, do dia 13 de fevereiro de 1949 trouxe a seguinte notícia, sob o título A Força dos Versículos da Bíblia:

Os jornais e as revistas dos Estados Unidos relataram um acontecimento que põe em relevo, mais uma vez, os recursos espirituais de que a humanidade pode fazer uso para combater o mal. Além disso, o mesmo fato deu à Bíblia uma atualidade pela qual nunca esperaram os profetas e os apóstolos.

O caso é o seguinte: A senhora Oretta Huck, do Colorado, leitora assídua da Bíblia, como a maioria das mulheres estadunidenses, certo dia saiu para fazer visitas e compras. Ao passar por um trecho semideserto de Denver, foi abordada por um ladrão, que lhe apontou o revólver para o peito, com a tradicional frase: o dinheiro ou a vida. Por qualquer circunstância que nem a Sra. Oretta Huck conseguiu explicar, em presença do salteador armado, sentiu ela que uma grande serenidade lhe inundava o espírito. E recitou alguns versos dos salmos de Davi:

"Apartai-vos de mim, todos os que praticais a iniqüidade." Sal. 6:8.

"Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo: a tua vara e o teu cajado me consolam." Sal. 23:4.

"Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor para todo o sempre." Sal. 23:6.

O salteador ouviu tudo isto e murmurou: O.k., minha senhora. Tenho a impressão de que a senhora está com a razão. E desapareceu...

 

Pensamentos sobre a Bíblia

 

"Sob qualquer aspecto que encaremos a Bíblia, seja com referência à revelação ou história ou moralidade, é uma fonte de conhecimentos como não há semelhante em nenhuma terra ou reino".

John Quinei Adams, ex-presidente dos Estados Unidos.

"Os livros sagrados têm sido o meu estudo diário e a minha vigilante  contemplação. Se permanecermos nos princípios ensinados pela Bíblia, nosso país prosseguirá, progredindo sempre".

Daniel Webster

"Apegai-vos à Bíblia, como a âncora principal de nossas liberdades, escrevei em vosso coração e praticai-o em vossa vida. À influência desse livro é que devemos o progresso da verdadeira civilização e para ele volvemos os olhos como nosso guia no futuro".

Grant, Ex-presidente dos Estados Unidos.

"Considero as Escrituras Sagradas a filosofia mais sublime."

Newton

"Para que o homem conseguisse conhecimento pleno de verdadeira moralidade, eu não necessitaria fazer mais do que enviá-lo ao Novo Testamento. Só esse livro basta". John Locke

"Progrida o mundo quanto quiser, desenvolvam-se ao máximo todos os ramos de pesquisas. Nada tomará o lugar da Bíblia." Goethe

"Livro de minha alma – aqui o tenho: é a Bíblia. Não o encerro na biblioteca, entre os de estudo, conservo-o sempre à minha cabeceira, à mão. É dele que tiro a água para a minha sede de verdades; é dele que tiro o pão para a minha fome de consolo; é dele que tiro a luz nas trevas das minhas agonias". Coelho Neto

"Eu amo a Bíblia. Eu leio-a todos os dias, e, quanto mais a leio tanto mais a amo. Há alguns que não gostam da Bíblia. Eu não os entendo; não compreendo tais pessoas; mas, eu a amo; amo a sua simplicidade e amo as suas repetições e reiterações da verdade. Como disse, eu leio-a quotidianamente e gosto dela cada vez mais". D. Pedro II 

 

Representação Sugestiva para o Dia da Bíblia

 

A Bíblia e a Sua Influência Poderosa

 

(Explicação: Aparece, em um canto do cenário, uma moça com vestes compridas e uma faixa, onde se lê: "A Bíblia", e ainda com uma Bíblia em suas mãos. À sua frente, e juntas, aparecem quatro moças com vestes compridas também e com faixas com suas, respectivas inscrições. Elas representam em sua ordem: a nação, a escola, o lar e a igreja).

 

A Nação – Vedes este Livro? É a Bíblia. O Livro mais maravilhoso, mais útil, mas conhecido. Eu represento a Nação e tenho uma palavra de agradecimento à Bíblia, porque este Livro tem exercido salutar e benéfica influência em minha vida e em minha história. Tenho muitos inimigos, todos eles hipócritas, que pretendem fazer-me bem, quando somente males me causam; seus nomes vós os conheceis, pois que vos perseguem também. São eles o maldito licor, a prostituição, os jogos de azar e outros mais; mas conto entre meus melhores amigos a Bíblia, porque ela é uma conselheira insuperável. Aponta-me o caminho digno a seguir e me apresenta uma base firme, sobre a qual eu possa levantar o edifício de minha história. Diz-me que a justiça me engrandece mais do que o pecado me afronta. E assim é. Eu vejo em minhas irmãs as demais nações. Os Estados Unidos são uma grande e próspera nação porque seus alicerces estão na Bíblia. Como eu quero ser grande também, vou incentivar a circulação da Bíblia, estimular sua leitura e vou reger minha vida segundo seus princípios. E por vós, que tem feito este Livro?

A Escola – Sim. Eu represento a Escola. Por mim passam todas as gerações, os futuros cidadãos e pais de família. Graças à influência deste Livro, as escolas públicas tiveram sua origem na Alemanha no século XVI. A Bíblia contém o mais alto e enobrecedor ensinamento. Ela me ajuda a forjar o bom caráter na juventude; também é para mim uma muralha de defesa contra os ensinos do ceticismo, do materialismo e do racionalismo. Nela aprendi que o princípio da sabedoria é o temor de Deus.

O Lar – Pois, amigas minhas, eu sou o Lar, e não posso ficar atrás. Tenho também, como vós, uma palavra. Os lares constituem a armação óssea no organismo de toda nação. Devo muito a este Livro. O bem que em mim existe, ele é que me tem proporcionado. Leio suas páginas benditas diariamente. Minha vida moral está muito ameaçada, mas neste livro encontro força e refrigério. Os melhores lares são aqueles que não se apartam de suas sábias instruções. "Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele".

A Igreja – Chegou a minha vez. Eu sou a Igreja, e, talvez, mais que vós, tenho que agradecer à Bíblia, porque em grande parte devo a ela a minha existência. Desempenho uma missão divina no mundo, e sou a luz inextinguível de Deus na terra, mas devo todas as minhas vitórias a este Livro. Quando me oriento estritamente por ele, a vitória me sorri; quando, como em alguns períodos tristes de minha história, me desvio de seus ensinos, o fracasso me abate. Toda a minha seiva, a tiro dali; ela é para mim um manancial de vida e espada invencível do Espírito. Eu a guardo em meu seio como a herança mais preciosa e o mais rico tesouro. Com ela irei sempre, de luta em luta, até a consumação dos séculos.

A Bíblia – Tenho-vos escutado com a máxima atenção e com apurado interesse. Agradeço vossas palavras. Mas desejo dizer-vos que toda essa grandeza, essa influência e esse poder não são meus. Devo-os a Cristo, o Filho de Deus, porque é ele o centro de minha mensagem, o coração que me dá vida. Sem ele, eu seria um livro como outro qualquer. Minha missão é proclamar Seu nome. Meu objetivo, manifestar sua glória. Minha ambição, que todos os homens cheguem a conhecê-lo como seu Salvador. 

Sim, e como o tendes reconhecido, eu sou a Bíblia. Eu abro as minhas páginas de ouro aos que me buscam. Para todos tenho uma mensagem de amor. Se estiverdes tristes, em mim achareis alegria; se estiverdes sedentos, eu dou a água da vida; se estiverdes famintos, eu vos regalo com pão substancioso.

Eu venho de um lugar: o céu; vivo em um mundo: a Terra; proclamo uma mensagem: o evangelho; apelo a um ser: o homem; glorifico o meu autor: Deus. O segredo de minha grandeza, o centro de minhas palavras e o selo de minha vitória é Jesus.

Eu sou a luz: quero guiar-vos; eu sou a verdade: quero instruir-vos; eu sou a vida: quero salvar-vos.

Eu sou a carta do viajante, a estreia do navegante, espada do soldado e a arma invencível do cristão.

Lede minhas palavras, pregai minhas mensagens, amai meus ensinos, obedecei aos meus mandamentos e vivei meus preceitos.

Minhas vitórias, e tudo o mais deponho humildemente aos pés de Jesus Cristo.

(Então, a Nação, a Escola, o Lar e a Igreja cantam o hino "Minha Bíblia". Enquanto cantam, a Bíblia se retira).

Esta representação foi tirada do livro Florilégio Cristão de Rosalee M. Appleby, págs. 133-141.

 

 


 


 

14

DIA DE NATAL

TOPO

 

Leitura bíblica - S. Lucas 1:26-33.

Natal é sinônimo de boas novas e Esperança de Salvação.

A palavra natal, proveniente do latim, natalis, significa: nascimento, ou dia do aniversário do nascimento. Para o mundo cristão é o dia do nascimento de Cristo.

É o feriado mais importante da cristandade.

 

O Dia e o Mês do Nascimento de Cristo

 

Duas fontes insuspeitas, a história sagrada e a profana não nos dão nenhuma informação segura, para comemorarmos este evento no dia 25 de dezembro.

Não possuímos elementos suficientes para fixar, nem o dia, nem o mês do nascimento de Cristo.

A tradicional data de 25 de dezembro, para esta comemoração cristã, não apresenta nenhuma base bíblica.

Se esta é a realidade como nasceu então o 25 de dezembro?

Vejamos o que algumas fontes nos dizem:

John Davis faz uma declaração peremptória: "A data de 25 de dezembro, como natalício de Jesus, começou no 4º século, sem autoridade que a justifique".

O Manual Bíblico (de Halley) afirma na pág. 435 o seguinte:

"Celebra-se atualmente o Natal a 25 de dezembro. Não há, na Bíblia, nada que indique essa data. Apareceu primeiro no ocidente, como dia do nascimento de Jesus no quarto século. No oriente era o dia 6 de janeiro. O fato de se agasalharem os pastores com os seus rebanhos no campo, ao ar livre, da primavera ao outono, e não de ordinário no inverno, sugere que Jesus pode não ter nascido nessa estação fria".

A Enciclopédia Barsa tece o seguinte comentário sobre o Natal:

"Nos primeiros séculos, o Natal cristão era comemorado ora a 6 de janeiro, ora a 25 de março, e em alguns lugares a 25 de dezembro. O dia 25 de dezembro aparece pela primeira vez no calendário de Philocalus (354). No ano 245, o teólogo Orígenes repudiava a idéia de se festejar o nascimento de Cristo  'como se fosse um faraó'. A data atual foi fixada no ano de 440, a fim de cristianizar grandes festas pagãs realizadas neste dia: a festa mitraica (religião persa que rivalizava com o cristianismo nos primeiros séculos), que celebrava o natalis invicti Solis (nascimento do vitorioso Sol) e várias outras festividades decorrentes do solstício do inverno, como a Saturnália, em Roma e os cultos solares entre os persas e os germânicos".

A Enciclopédia Britânica, ao falar do nascimento de Jesus tece seus comentários mais ou menos no mesmo diapasão:

"Nada sabemos do dia certo do seu nascimento. Lá pelo século II os cristãos orientais celebravam o Natal no dia 6 de janeiro. Em 354, nas igrejas ocidentais, incluindo as de Roma, celebrava-se o Natal a 25 de dezembro; era uma data erroneamente dada como o solstício do inverno, em que os dias começam a aumentar; data já da festa central do mitraísmo, o 'natalis invicti Solis' ou o aniversário do sol invencível. As igrejas orientais fixaram-se no dia 6 de janeiro e acusaram seus irmãos ocidentais de adoração do Sol e idolatria, mas no fim do 4º século, o 25 de dezembro foi também adotado no oriente".

Os comentários até aqui apresentados nos levam à seguinte conclusão:

O homem, ao afastar-se de Deus, cria seus próprios cultos, e destes o que mais se destacou, entre os pagãos, foi o culto ao sol, por ser a fonte suprema de energia e o causador de toda a fecundidade. A prova da valorização deste astro celeste encontra-se no significado dos seguintes nomes históricos: Faraó (Sol), Belsazar (príncipe de bel-sol), Nabucodonosor (ó sol, protege a minha coroa).

O dia 25 de dezembro era o aniversário do deus sol.

Se o dia do nascimento de Cristo é ignorado, a realidade do seu nascimento é um fato histórico de profunda significação para nós.

A fixação do dia 25 de dezembro pode ter nascido por uma questão de conveniência.

A história nos confirma que Constantino, em 313, adotou o cristianismo como a sua religião e também a dos seus súditos. Este fato levou os dirigentes da Igreja a raciocinarem, ser uma boa política, transformar as festas mais populares dos pagãos convertidos, em festas cristãs.

Entre os romanos havia o Carnaval, do dia 17 a 24 de dezembro; e, no dia seguinte, o dia 25, era o maior dia religioso para eles, o dia do culto do deus Sol. Esta data foi escolhida com o objetivo de cristianizar grandes festas pagãs, como acabamos de mencionar.

A Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira (de brasileira ela tem apenas o nome), declara:

"O clero romano teria julgado oportuno substituir a festa pagã (Natalis solis invicti) por uma festa cristã, e era natural que pensasse no nascimento daquele que, segundo o Evangelho, era a verdadeira luz do mundo." Em vez de luz, com mais propriedade deviam ter dito, o verdadeiro sol. Verbete. Natal.

Estudiosos palestinenses são unânimes em afirmar, que o nascimento de Cristo, não poderia ter sido em 25 de dezembro, pelo fato dos pastores estarem pernoitando, no campo, com os rebanhos. Para eles o nascimento de Cristo foi ou no mês de abril ou em outubro.

 

Fatos, Curiosidades e Tradições Ligados ao Natal

 

1º) A Estrela

Mat. 2:2 declara: "Porque vimos a sua estrela no Oriente, e viemos para adorá-Lo".

O que era essa estrela? As interpretações são muitas.

a) Talvez um corpo luminoso, criado a propósito por Deus, para servir de guia aos magos, como foi a coluna de nuvem e a de fogo, na peregrinação de Israel pelo deserto.

Deus podia ter feito o milagre para anunciar a vinda de Seu Filho à Terra.

Este fenômeno sobrenatural foi interpretado pelos magos como cumprimento da profecia de Balaão: uma estrela procederá de Jacó". Num. 24:17.

b) Poderia ter sido uma personalidade, como um anjo que teria guiado os magos a Jerusalém.

c) Outros identificam a estrela com algum astro ou conjunto de astros (planetas, estrelas, cometas), que se revelaram de acordo com os pianos divinos, mas sem saírem de suas funções ou manifestações naturais.

d) Deus criou nessa época, uma verdadeira estrela no firmamento.

e) O astrônomo Kepler e outros afirmam ter sido uma conjunção de planetas.

2º) Árvore de Natal

Sua origem é controvertida, já que os pesquisadores faiam de Lutero como o seu introdutor. Em uma noite de Natal, caminhando por uma floresta de pinheiros, contemplou embevecido milhares de estrelas brilhando por entre os galhos cobertos de neve. A sublimidade daquele quadro o levou a tomar um galho de pinheiro e levar para casa. Após enfeitá-lo com velas acesas, mostrou-o aos filhos a fim de que eles também desfrutassem da sua beleza.

Para outros, este costume vem do século passado. Originou-se nos países nórdicos e daí se espalhou para o mundo.

Esta árvore é um símbolo de paz, alegria e esperança de uma vida melhor.

3º) Cartões de Natal

Tiveram sua origem na Inglaterra, por volta de 1843, quando o senhor Henry Cole enviou aos amigos um cartão alusivo a este evento.

O cartão com votos de felicidade deu início a esta simpática tradição, que tanto transtorna as repartições dos correios.

4º) Papai Noel. Noel quer dizer natal em francês.

Sem mencionar nomes e datas, as fontes históricas nos dizem que nasceu com o São Nicolau, que os holandeses levaram para a América do Norte. Este personagem fictício, que viajava de trenó, entrava pelas chaminés das lareiras e colocava presentes nos sapatos vazios das crianças. Esta ficção foi se transformando até adquirir as características que hoje conhecemos.

5º) os Três Reis Magos

A Bíblia (Mat. 2:1-2) não relata que eram três e muito menos reis.

A palavra grega magoi designava na Medo-Pérsia os que se ocupavam com os segredos da natureza, astrologia e medicina. Comentaristas falam em "cientistas orientais".

Deviam ser vários, mas a tradição fala em três, por trazerem três espécies de dádivas: ouro, incenso e mirra. A tradição também lhes atribui os nomes de Gaspar, Belquior e Baltazar.

Os presentes eram simbólicos para a pessoa de Cristo: ouro para o rei, incenso para o Sumo Sacerdote, e mirra para o grande médico.

A disposição dos magos em presentearem a Cristo deve ser um exemplo para ofertarmos nossas dádivas a Sua igreja.

Ellen G. White nos aconselha a ensinarmos os filhos a colocarem na árvore presentes para Cristo.

6º) O Canto – Noite Feliz

Em nosso hinário aparece sob o título: Tudo é Paz n.º 73.

O padre Joseph Mohr, de uma pequena igreja austríaca, em 1918, certa noite estava triste pelo fato de não haver música de órgão naquele natal, porque os ratos haviam roído os foles do órgão. Com este estado de espírito, foi dar um passeio pelas imediações da sua paróquia. A lua e as estrelas cintilando tornavam a noite amena, tranqüila e inspiradora. Aquela cena o fez imaginar como teria sido a noite em que Jesus nasceu em Belém e as palavras da canção "Noite Feliz" lhe brotaram espontaneamente. De volta à igreja, passou-as para o papel, apresentando-as a seguir a Franz Gruber, mestre do coro, com o pedido de que fizesse a música.

Na próxima noite de natal, enternecidos, os membros da igreja entoaram o belo hino – "Noite Feliz".

A esposa do regente após ouvir o hino, com visão profética, declarou: Nós morreremos, mas "Noite Feliz" há de viver por muito tempo. Não existe hoje, nenhum lugar no mundo, na noite de natal, onde estas palavras não sejam entoadas.

 

Conclusão

 

Embora os fatos até aqui apresentados, nos convençam da realidade de que ninguém pode determinar, com segurança, o dia do nascimento de Cristo e a Bíblia não ordene esta celebração, como cristãos somos beneficiados, espiritualmente, em meditar no significado do nosso Salvador ter nascido neste mundo.

Infelizmente, esta festa religiosa, está totalmente desvirtuada de suas nobres e elevadas finalidades, que é apontar para o nascimento do Filho de Deus – o nosso Salvador. O que existe hoje relacionado com o natal é apenas uma preocupação mercantilista – vender e comprar presentes. É o comer e o beber desbragadamente, tornando-se uma terrível ofensa à simplicidade do ser que nasceu em Belém. Onde fica o espírito de Cristo? Este é colocado de lado e substituído pelas orgias e pelo "comamos e bebamos porque amanhã morreremos".

Para nós cristãos o natal deve trazer à nossa memória o quadro sublime do milagre dos milagres, a encarnação do Filho de Deus. São João 1:14 declara que o Verbo se fez carne para habitar entre nós.

Este fato histórico, deve relembrar-nos duas grandes palavras da Teologia: amor e salvação. S. João 3: 16 realça a sublimidade desse amor que traz como conseqüência da salvação.

Devemos ver no natal a cristalização do magnífico amor, que atinge a toda a humanidade, apelando para que esta aceite a grande salvação, que lhe é oferecida graciosamente.

Mais importante do que o dia e o lugar em que Cristo nasceu é o fato de Ele ter nascido para ser o nosso Salvador, e agora, é Ele nascer em nosso coração e ali habitar para que a nossa vida possa ser totalmente transformada por Sua presença benfazeja.

 

Prece de Natal

Rui Barbosa

 

"Mistério divino, em cujo seio, há mil e novecentos anos, se desenvolve a civilização humana, perdoa aos que deste lugar de fraquezas e paixões ousam desflorar com o pensamento a Tua pureza. Os moldes da única eloquência capaz de Te não profanar quebram-se com a última inspiração dos Teus livros sagrados. Desde então, de cada vez que o homem se desengana do homem, e a alma precisa do ideal eterno, na melancolia das épocas agitadas e tenebrosas, diante da injustiça ou da dúvida da opressão ou da miséria, é no cristal das Tuas fontes que se vai saciar a nossa sede. Deixaste-as abertas na rocha da Tua verdade, e há dezenove séculos que borbotam com o mesmo frescor sempre das primeiras lágrimas daquela cuja eternidade virginal desabotoava hoje na flor da redenção cristã".

"Tamanha é a Tua grandeza que excede todas as do Universo e da razão: o espaço, o tempo, o infinito, acima dos quais a cruz da Tua tragédia espantosa parece maior que os vôos da metafísica, as imensidades do cálculo e as hipóteses do sonho. Daí a palavra e a imaginação recuam assombradas, balbuciando. A criatura sente o Teu amor, mas tremendo. Vê-se alvorecer a eternidade na magnificência de um abismo que se rasga no Céu; mas nas suas arestas alguma coisa há de sombra e ameaça. De onde, porém, Tu penetras no coração, de todos com a doçura de uma carícia universal, é daquele presepe, onde a Tua bondade nos amanheceu um dia no sorriso de uma criança".

 

 

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