OS GRANDES DESAFIOS PARA A VITÓRIA
1 AS DESVANTAGENS DA
BELEZA FEMININA-PROVÉRBIOS 31.30
2 PPPPPPP-FÓRMULA PARA
VENCER NA VIDA
3 A SIMULAÇÃO COMO ARMA
PARA VENCER
4 COMO DESENVOLVER UMA
BOA PERSONALIDADE
5 O VALOR DE TER UM
LEMA E UM ALVO
7 O VALOR DE UMA
PEQUENA PALAVRA
8 SUGESTÕES PARA SER
VITORIOSO
9 CURIOSIDADES SOBRE OS
NOMES-ANTROPÔNIMOS
10 CURIOSIDADES SOBRE
OS NÚMEROS
12 DIFERENÇA ENTRE UMA
ESPOSA E UMA ESPIGA
1
AS
DESVANTAGENS
DA BELEZA FEMININA
Provérbios 31:30
Será que
Deus não criou a mulher bonita? Temos certeza que sim,
ele a criou formosa e bela, como então poderemos falar de desvantagens de
alguma coisa criada por Deus. Estas desvantagens vieram depois do pecado,
porque com ele surgiram o orgulho, a vaidade e a presunção. Daí concluir de
maneira irrefutável um grande e sábio rei: "A beleza é vaidade e engano, e
o seu valor é efêmero".
Duas vezes
por ano – conta-nos o Talmude – as jovens filhas de Jerusalém vestidas de branco,
com flores nos cabelos, iam dançar nas vinhas. Os moços ali apareciam para
vê-las e escolher cada um a sua noiva; mas, o que nos
interessa era o que as futuras esposas cantavam.
"Observar com atenção rapazes e tratai
de escolher bem; não vos iludais com a beleza, mas consultai antes a família,
as virtudes e nobreza das jovens, porque a graça e enganadora e a formosura
incerta e perecível".
Hoje
deveríamos ainda proclamar bem alto para que todos os moços ouvissem: não
escolham uma companheira para a vida unicamente porque ela tem um rosto bonito,
porque muitos já o têm feito e se arrependeram amargamente.
Vejamos
sucintamente algumas das desvantagens que têm de enfrentar as moças belas:
1ª) As
moças bonitas obtêm, via de regra, menos sucesso nos
estudos.
Esta
afirmação se encontra baseada em fatos.
"Dois professores da Universidade da
Califórnia, classificaram 600 moças, estudantes daquela escola pelo seu aspecto
físico. Examinaram os seus boletins e verificaram que as bonitas estavam 14
pontos abaixo das moças comuns na beleza".
As moças
que não são bonitas, compensam a deficiência de seus atrativos naturais,
dedicando-se mais aos estudos e desenvolvendo uma personalidade mais agradável.
As moças bonitas despendem muito mais tempo na frente de um espelho,
enfeitando-se inutilmente.
Há moças
que acreditam que a beleza é a coisa mais vital e importante do mundo, porém,
há valores, e há qualidades que sobrepujam muito a beleza física.
Afirmou
notável artista: "Pelo que tenho observado, os homens casam
de preferência com as moças joviais, animadas, compreensivas e bem
humoradas".
2ª) As
jovens formosas têm muito menos probabilidade de êxito em seus empregos,
conforme estatística apresentada na Revista Seleções de dezembro de 1950.
3ª) As
jovens bonitas têm menos probabilidade de um casamento feliz.
Benjamin Franklin aconselhava os jovens a desposarem mulheres feias, porque
estas se esforçariam mais para se tornarem boas esposas. Estatísticas têm
demonstrado que as possibilidades de um matrimônio feliz e duradouro são para
as moças bonitas, 25 por cento abaixo da média. Um dos pontos básicos para a
felicidade no casamento é uma vontade profundamente arraigada de dar, de
agradar e a pessoa bonita, acostumada ao endeusamento não sabe cultivar estas
virtudes.
D.
Francisco Manuel de Melo, escritor clássico de Portugal, em seu conhecido livro
Carta de Guia de Casados afirma que
estava indeciso se a beleza foi dada à mulher como prêmio ou como castigo, mas
depois de fazer várias ponderações concluiu que a beleza é um castigo, porque a
moça bonita, quase sempre é vaidosa, cheia de si, importante aos próprios
olhos, tornando-se assim antipática e insuportável.
4ª) A
moça bela tem menos possibilidade de ser virtuosa.
Galeão
Coutinho em seu livro Dona Marcolina,
assevera que a formosura e a virtude dificilmente caminham juntas.
Bertrand Russell,
grande filósofo e matemático inglês, no livro A Conquista da Felicidade diz que as pessoas que não são bonitas,
geralmente se tornam mais bondosas, para conquistarem a afeição dos outros.
Há um
provérbio que diz: "Quem tem mulher bonita e castelo em fronteira não lhe
falta canseira".
A mulher
bonita para muitos esposos é um eterno pesadelo. Quem sabe alguns de vocês
estão pensando, isto depende da virtude ou do caráter da esposa.
Eu faço
uma pergunta: Não acham que Sara era uma mulher virtuosa? Sim, mas isto não
impediu que Abraão perdesse o sono devido a beleza da sua distinta esposa.
5ª) A
jovem desprovida de atrativos físicos é mais prendada e dedicada aos trabalhos
domésticos.
A bonita
confia na beleza física para triunfar, a vida é fácil, todas as portas se abrem
com facilidade, ela não aprende a lutar, enquanto as desprovidas de formosura,
compensam com qualidades morais, os atributos efêmeros da fugidia beleza.
6ª) A
pessoa que não é bonita, tem mais probabilidade de envelhecer com atrativos.
Sócrates
denominava a beleza "uma tirania de curta duração".
Quando o
precário reinado da beleza termina, o envelhecimento é mais triste, porque é
difícil enfrentar a realidade.
A diretora
de uma organização feminina, relatou o seu assombro, ao comparecer a uma
reunião de ex-colegas de classe de há quarenta anos.
Disse:
"As meninas que naquela época eu invejava pela beleza, são hoje velhas mal
arrumadas e cansadas, enquanto outras, das quais eu chegara a sentir pena pelo
seu aspecto, eram agora as mulheres mais interessantes, mais vivas e atrativas
entre todas".
7ª) A
pessoa privilegiada com dotes físicos, quase sempre, é mais vaidosa, orgulhosa,
mas o pior são aquelas que se envaidecem pensando que são bonitas, não o sendo.
Mas as
desvantagens da beleza física são encontradas na própria Bíblia.
Há muitos
exemplos, mas estes são suficientes para provar nossas declarações.
Ezequiel 28: 17 - "Elevou-se o teu
coração por causa da tua formosura, corrompeste a sabedoria por causa do teu
resplendor".
Eis a
beleza sendo desvantagem não apenas ao sexo feminino, mas até a um anjo. Um dos
fatores preponderantes para a queda e ruína de Lúcifer foi a sua beleza. O
orgulho de Lúcifer é apresentado na figura do rei de Tiro.
Davi
cometeu grande pecado por causa da beleza de uma mulher.
II Samuel 11:2 - "E era esta mulher mui
formosa à vista".
Urias pagou
com a vida o haver-se casado com uma senhora formosa.
Sansão
ficou embevecido por Dalila, uma da mais belas moças do vale de Soreque,
mas esta jovem foi a sua perdição.
Abraão,
por casar-se com mulher de belíssima aparência, o hebraico diz que se vê com
prazer, vivia preocupado, chegando a mentir duas vezes. Gên. 12:11.
A Triste História de Rosaura
Montalbani
Uma das
mais trágicas desvantagens da beleza física, encontra-se na história de uma
moça italiana chamada Rosaura Montalbani. O relato pode parecer a alguns
fictício, sem vestígios de veracidade, porém ele nos é contado como realidade
no 1ivro As Maravilhas do Conhecimento
Humano de Henry Thomas.
Ouçam bem
aquelas pessoas que tanto valorizam o exterior, que endeusam o que é efêmero, o
trágico fim da mais fascinante mulher de Florença.
Rosaura Montalbani era tão linda, que quando chegava à
janela, grupos de pessoas ficavam em frente de sua casa extasiados,
boquiabertos diante de tanto esplendor físico.
Quando
entrava na Igreja os devotos voltavam o rosto a fim de ver aquele rosto
extraordinário.
O
pescadores chegaram
a tirar do rio Arno, corpos de rapazes, que ficaram apaixonados por ela, mas
não sendo correspondidos no amor, punham término à existência de maneira tão
trágica. Moços foram encontrados com um punhal no peito, por haverem sido
repelidos pela bela Rosaura.
Três vezes
foi levada ao tribunal pelos amargurados pais dos rapazes. De todas as vezes, a
única acusação que pesava sobre ela, era a sua deslumbrante beleza.
Mas Henry
Thomas nos diz que os juizes ficavam tão deslumbrados com sua fulgurante beleza,
que a mandavam em liberdade. Mas a história não termina aqui e possui alguns
lances mais dramáticos.
Certo dia,
o jovem duque de Florença, ficou profundamente apaixonado por Rosaura, e esta paixão o levou a um grande delírio, e
caindo em profunda melancolia, recolheu-se numa capela, fechando a porta. Como
era exímio artista do pincel, encheu as paredes e o teto, com figuras de
mulheres formosas, santas e anjos, mas todos com as mesmas feições de Rosaura. Seu pai não sabia onde o filho estava, e ao
procurá-lo, por toda a parte, forçou também a porta da capela, e eis a
desagradável surpresa, o jovem duque estava sentado no púlpito, imóvel, exceto
os olhos que corriam de uma pintura para outra. Enlouquecera diante das feições
do rosto de Rosaura.
Mais uma
vez ela foi levada à presença dos juízes. E sabem qual foi a sentença que ela
recebeu? Notem bem. Uma máscara em forma de caveira foi colocada sobre seu
rosto, e esta ela devia levar pelo resto da vida, a
fim de evitar que suas deslumbrantes feições causassem novas vítimas. Foi
condenada à prisão perpétua.
Trinta e
nove longos anos se passaram e sobe ao trono o Grão Duque Cosme; este dirigente
da Itália concedeu geral perdão a todos os prisioneiros do Estado.
Surpreso
ficou, quando encontrou o documento, que relatava o caso de uma mulher de
máscara negra, que fora condenada à prisão para o resto da vida, por ser
demasiado bela para viver em liberdade. Mandou buscar Rosaura
a sua presença e ordenou que a máscara lhe fosse tirada, quando isto foi feito,
pôs-se a contemplá-la longa e intensamente. Por fim exclamou: "Bela, essa
mulher!" Via uma pele fanada e olhos encovados. As feições de Rosaura haviam tomado a forma da caveira.
Esta
história, prezados jovens, nos mostra de modo convincente e insofismável as
desvantagens da beleza feminina.
Classificação das Mulheres
Há uma
classificação bastante significativa para as mulheres, colocando-as todas em
quatro classes e atentem bem, prezadas moças, para ver em que classe vocês
estão: feia-feia, feia-bela, bela-feia e bela-bela, levando-se em conta a beleza
física e a beleza moral ou do caráter, beleza externa e a beleza interna.
Os Moços e a Beleza Física
Quando se
fala em beleza, sempre pensamos no sexo feminino, pois é até denominado o sexo
belo, mas hoje, devido a inversão de valores que caracteriza a nossa época, há
muitos moços mais preocupados com enfeites exteriores do que com os atributos
de caráter, que devem caracterizar um jovem cristão de princípios elevados.
Se um
rapaz não deve olhar apenas para o exterior de uma jovem, muito menos a moça,
ao pensar no casamento, devia escolher um moço pelo seu aspecto físico.
De Absalão diz a Bíblia: Não havia em Israel homem tão belo
como Absalão, pois não possuía defeito algum. Apesar
disto o que sabemos de sua vida? Todos estamos cientes de que ela foi cheia de
lances negativos.
Mas Isaías
falando de Cristo afirma, "não tinha beleza nem formosura", isto é
beleza exterior, mas sua beleza interior, reflexo da beleza divina, era
impressionante e até hoje é a maior fonte de inspiração para todos os homens.
Prezados
jovens, a beleza física é passageira, fenece rapidamente, agrada apenas aos
olhos, mas a bondade, a beleza interior agrada ao coração. Não creiam na beleza
sofisticante, feita na base de cosméticos e
artificialidades, não creiam em ilusões.
Afirmou
notável pensador:
"Se Deus tivesse feito as mulheres como
elas se fazem, elas
morreriam de vergonha".
Almejem,
lutem denodadamente pela beleza de caráter, cultivem a beleza interior que as
capacitará para uma vida de mais utilidade nesta Terra e no final para as
mansões eternas.
Busquemos
todos esta beleza, na sublime fonte da verdadeira beleza – Cristo.
Nota: Este
assunto foi apresentado na Reunião dos Jovens no Instituto Adventista de Ensino
em 1952, 1957, 1963, 1973 e 1980.
2
PPPPPPP – UMA FÓRMULA MARAVILHOSA
PARA VENCER NA
VIDA
Estes 7
pp São Uma Fórmula Maravilhosa Para Vencer na Vida
Escreva os
7 pp numa cartolina com a seguinte legenda – Uma fórmula maravilhosa que o
ajudará a vencer na vida.
Pode
fazer-se um concurso entre os jovens para ver quem consegue acertar maior
número destas sete palavras iniciadas com a letra P. Mencione-se, por exemplo
que muitas das virtudes cristãs se iniciam por esta letra: polidez, prudência,
paciência, pureza, pontualidade, piedade, personalidade, perdão.
Que serão
estas sete letras que parecem apresentar um ritualismo misterioso?
Simplesmente
isto, são iniciais de sete palavras que cultivadas abrirão a porta de entrada
para o êxito na vida, sendo quatro verbos e três substantivos.
PREVER,
PREPARAR-SE, PERSEVERAR, PREVENIR, PRINCÍPIO, PONTUALIDADE
E PERFEIÇÃO.
Queremos esta tarde tecer
alguns comentários sobre cada uma delas.
Estas sete
palavras, são sete chaves que abrirão os portais do sucesso, e por serem de uso
fácil, o segredo do seu emprego pertence a todos vós, amigos jovens.
PREVER
Ver com
antecipação, antever, calcular, prognosticar.
Jovens,
devemos prever tudo o que nos possa acontecer. Como toda a nossa vida, todo o
nosso futuro decorre daquilo que somos e daquilo que fazemos, precisamos prever
as conseqüências de cada ato e de cada palavra.
Convenhamos que isto é difícil, mas é muito importante.
Uma frase
que pronunciamos impensadamente, sem prever as conseqüências,
pode acarretar-nos dissabores por muito tempo. Doutro lado, uma sentença dita a
seu tempo e com tato, pode trazer benefícios inestimáveis a grande número de
pessoas.
Para
prever devemos ser ponderados e possuir imaginação. O ato de prever pode ser
comparado a uma lamparina que ilumina o caminho do nosso futuro, mostrando os
percalços que devemos evitar.
É fácil,
prezados jovens, prever o que sereis no futuro baseando-nos no que sois agora.
Oxalá,
amigos estudantes, sejais previdentes em todos os vossos atos e o futuro
ser-vos-á risonho e promissor.
PREPARAR-SE
Desnecessário
se torna uma definição.
Há no
excelente livro Ciência do Bom Viver
esta frase lapidar:
"O cumprimento fiel dos deveres de hoje
é a melhor preparação para as provas de amanhã". Pág. 430.
Daí o
preparar-se ser igualmente importante, pois não é suficiente prever o que
acontecerá, é preciso preparar-se, senão os melhores planos terminarão num malogro
completo.
Vós que
estais no início do caminho da vida, não podeis desprezar as pequenas
oportunidades de preparar-vos para o futuro.
Para todos
os misteres da vida é necessário uma preparação.
A própria
natureza, como nos diz o Padre Manuel Bernardes, em seu livro Luz e Calor, nos dá lições eloqüentes de
conveniente preparação:
"As flores são preparação dos frutos,
os vapores e as nuvens preparação das chuvas, o sono de Adão preparação da
formação de Eva e o nascimento de João Batista, preparação da vinda de
Cristo". Pág. 154.
Pessoas
existem que não pensam no dia de amanhã, preferindo seguir o lema de Horácio
"carpe diem" – isto
é, goza o momento presente.
Nada de
importante nesta vida pode ser feito sem o devido preparo.
Se não
fosse outro o nosso objetivo neste momento, poderíamos ainda alongar-nos
falando sobre a preparação espiritual, que tem muito mais valor do que a
intelectual.
Depois de
prever e de preparar-se para a vida é preciso mais alguma coisa para alcançar o
nosso alvo, vindo então a terceira chave.
PERSEVERAR
Persistir
no mesmo estado de espírito, conservar-se firme e constante num princípio ou
numa resolução.
Todos
temos visto uma classe de pessoas, que constantemente está mudando de pianos,
de ocupações, de crenças e de partidos sem razões justificáveis. Nunca se
sentem bem na posição em que se acham, iniciam um empreendimento com muito
entusiasmo, estão satisfeitas, e parece que tudo vai às mil maravilhas. Mas, de
uma hora para outra, mudam de opinião, fazem novos planos, dizendo que
descobriram outra coisa melhor. Empreendem muitas coisas, mas não realizam
nada, porque não sabem perseverar.
Quantos
estudantes temos visto, inteligentes, que começaram uma carreira brilhante, mas
por possuírem uma personalidade volúvel, não chegaram ao fim,
em outras palavras, não souberam perseverar.
Disse um
grande pensador: "As grandes obras são executadas, não pela força, mas
pela perseverança".
Qualquer
coisa que desejamos dentro dos limites da possibilidade humana nós a
alcançaremos se tivermos forças de vontade e a perseverança para continuar
lutando até o fim.
Todas as
realizações notáveis sempre encontrarão obstáculos, antes de se tornarem
realidade.
Edson fez
mais de 10 mil experiências, antes de conseguir realizar o seu primeiro disco
de fonógrafo, onde estavam gravadas as seguintes palavras: "Maria tinha um
cordeirinho".
Goethe, o
expoente máximo da literatura alemã disser "Só existem dois caminhos para
atingir um grande fim e para fazer alguma coisa de valor: a disciplina e a
perseverança".
Muitos
exemplos sugestivos dos grandes vultos do nosso mundo, poderiam ser citados
para provar o valor da perseverança.
Coelho
Neto, o escritor brasileiro mais produtivo e um dos mais corretos, em um de
seus discursos à mocidade brasileira, insistiu no valor da perseverança,
mostrando-nos que nada alcançaremos sem este atributo.
Podemos
aprender lições de perseverança com um pequeno inseto - a formiga. Timur, o famoso guerreiro, que conquistou rapidamente
várias nações do oriente, gostava de relatar aos seus amigos o seguinte fato
acontecido em sua juventude:
"Uma vez – dizia ele – vi-me obrigado
por meus inimigos a me refugiar em um edifício em ruínas, onde permaneci
sentado durante muitas horas. Desejando desviar o pensamento de minha condição
desesperada, fixei a vista em uma formiga que tentava subir por uma parede,
carregando um grão de trigo maior do que ela. Observei os esforços que
despendeu para conseguir o que desejava. O grão caiu no chão sessenta e nove
vezes, mas o inseto perseverou e por fim, na septuagésima vez, pôde chegar ao
alto". Termina ele dizendo: "Isto me confortou grandemente naqueles
momentos e jamais me esqueci da lição".
Que lição
estupenda para nós, o continuarmos na luta, quando não conseguimos nossos
objetivos na primeira ou segunda vez.
Jovens
promissores, usai mais esta chave e o futuro será vosso.
PREVENIR
Muito
semelhante a preparar-se.
Dispor
antecipadamente, precaver-se, acautelar-se.
Todos
conhecemos o adágio popular que diz: "O homem prevenido vale por
dez".
Será tão
útil o ato de prevenir? Sim.
Já
pensamos quantas doenças poderiam ser evitadas se nos preveníssemos contra
elas?
Quantas
contrariedades, dissabores, acidentes seriam afastados se fôssemos sempre
pessoas prevenidas?
O prevenir
significa que não devemos ficar parados, esperando a sorte grande, mas que
devemos por-nos em marcha sem receios nem
precipitação.
O
estudante que deseja ser pastor, deve começar bem cedo na vida estudantil a
prevenir-se com o material necessário que o capacitará a ser um obreiro
eficiente.
Quantos
jovens têm sofrido desilusões e fracassos porque não souberam prevenir-se.
O valor de
saber prevenir-se pode ser mostrado numa guerra. Quantas vidas salvas por
saberem prevenir-se e de outro lado quantas perdidas por desconsideração a esta
virtude.
Encontramos
nas Páginas Sagradas exemplos valorosos desta qualidade, mas chamemos a atenção
apenas para um.
Davi, o
sublime poeta dos Salmos, antes de sair à luta contra o desafiante Golias,
preparou algumas pedras, não esperando encontrá-las lá perto do gigante.
Quantas
pedras foram necessárias para derrotá-lo? Apenas uma. Quantas levou consigo?
Cinco. As outras quatro pedras ele as levou porque era um jovem prevenido.
Valorosos
estudantes desta Colina, experimentai o uso desta chave e será fácil alcançar o
sucesso.
PRINCÍPIO
Desnecessário
é explicar que tomamos princípio não no sentido de começo, origem, mas na
acepção de norma, preceito, regra.
O jovem
que almeja vencer, deve possuir princípios verdadeiros e força suficiente para transformá-los
em realidade.
A falta de
princípios inutiliza esforços sinceros, transformando em frangalhos humanos
jovens prometedores.
Não só no
terreno espiritual, mas também em todos os outros setores da atividade humana,
os verdadeiros sucessos dependem em grande parte de princípios exatos.
Ellen G. White diz no livro Educação: "Os princípios de
diligência, honestidade, economia, temperança e pureza, apresentados na palavra
de Deus, são o segredo do verdadeiro êxito".
O livro de
Provérbios contém uma coleção valiosa e edificante destes princípios.
Como
organização temos certos princípios que nos distinguem, princípios de saúde, de
temperança, de divertimentos, de procedimento, de estudos e muitos outros.
Somos firmes
aos princípios que conhecemos ou os quebramos com facilidade? Como é agradável
vermos jovens de princípios firmes, e como é decepcionante tratarmos com pessoa
sem princípios.
O jovem de
princípios não faz exame no sábado, não come nem bebe coisas prejudiciais à
saúde, jamais falta com a sua palavra.
PONTUALIDADE
Exatidão
no cumprimento dos seus deveres ou compromissos. Feito no tempo combinado,
preciso.
Mário
Gonçalves Viana no seu livro A Arte de
Estudar escreveu:
"A primeira marca denunciadora do homem
metódico, encontra-se na pontualidade".
A
pontualidade é tão necessária na vida profissional, quanto na social. Ser
pontual é fazer as coisas a tempo e não deixar para o último minuto o trabalho
para cuja preparação se dispôs de oito dias.
Há um país
no mundo que se tornou célebre pelo valor dado à pontualidade – a Inglaterra.
Já é tradicional a frase – "Pontualidade Britânica". E talvez seja o
Brasil uma das nações que menos valor dá a esta virtude.
Pontualidade
é sinônimo de disciplina mental, de respeito por si e pelos outros.
As pessoas
que não são pontuais fazem com que os outros percam muito tempo.
Os
impontuais sempre têm desculpas: um encontro, o relógio atrasado, doença, um
caso imprevisto, mas estas desculpas não satisfazem e só mostram uma vida
desorganizada.
Há num dos
livros de Napoleão Hill
– A Lei do Triunfo esta declaração sobre a pontualidade:
"Lembremo-nos de que quando marcamos um
encontro com alguém, assumimos a responsabilidade de ser pontuais e não temos o
direito de nos atrasar um minuto sequer".
O
estudante que se acostuma a ser impontual tem poucas probabilidades de alcançar
uma posição de destaque na vida profissional.
Se quereis ser vitoriosos,
usai esta chave maravilhosa – a pontualidade.
PERFEIÇÃO
Execução
ou acabamento completo.
É a chave de ouro que deve
fechar todos os nossos empreendimentos.
Queremos
referir-nos a uma perfeição relativa, pois perfeição absoluta em coisas humanas
é inatingível.
Olavo
Bilac, o sublime parnasiano, representa a perfeição como um castelo, no qual
ele se esforça, por todos os meios para entrar e não consegue. Esta comparação
se encontra no soneto intitulado – Perfeição. Bilac fez um denodado esforço
tentando conseguir a perfeição em suas formas poéticas, mas ele ficou muito
aquém do alvo colimado.
Renato Kehl
no livro Psicologia da Personalidade
condena a perfeição exagerada, por poder tornar-se uma mania. A pessoa nunca
realiza nada, porque nunca está satisfeita com o trabalho feito.
Falando em
perfeição, referimo-nos ao desejo de o melhor, de sermos cuidadosos e aplicados
em nossos afazeres.
Achamos
que cada moço e cada moça devia ler o livro Sê
Perfeito em Tudo o Que Fizeres, de Marden. Tive o
privilégio de o ler antes de vir ao Colégio e posso afiançar-vos, que ele muito
me ajudou a enfrentar os problemas estudantis.
É bem
nossa conhecida a frase:
"Se alguma coisa merece ser feita, ela
deve ser bem feita."
Quantas vezes ouvimos dos
chefes de departamento do nosso colégio frases desalentadoras e pessimistas,
por não encontrarem jovens capazes de fazerem um trabalho bem
feito. O jovem que executa um trabalho, se quiser triunfar na vida, deve
procurar fazê-lo o mais perfeito possível.
Estudantes
amigos, devereis procurar a perfeição na medida do possível nos trabalhos
escolares se é que tendes um alvo elevado.
Os grandes escritores são
aqueles que tiveram o desejo da perfeição.
Os músicos
famosos viveram e lutaram pela perfeição.
Os
cientistas renomados empreenderam ingentes esforços em prol da perfeição.
"A obra de Deus é perfeita em seu todo,
porque o é em todas as partes, por mais insignificantes. Ele molda a tênue
haste da grama com tanto cuidado como poria em fazer um mundo. Se desejamos ser
perfeitos, como é perfeito nosso Pai que está nos Céus, devemos ser fiéis, nas
coisas pequeninas." – Mensagens aos Jovens, págs. 144, 145.
Ao
terminar nossa mensagem nesta tarde o nosso apelo é este: Mocidade adventista,
apanágio glorioso da obra de Deus, cientes e confiantes estamos de que usareis
estas sete chaves mágicas, porque elas vos ajudarão a serdes vitoriosos nos
embates da vida.
Conforme
predileção pessoal estes pp podem ser substituídos por outros, tais como:
polidez, prudência, perdão, pureza, personalidade, paciência e piedade.
Palestra proferida na reunião
dos jovens, no I.A.E., na década de 1950.
3
A
SIMULAÇÃO COMO
ARMA PARA VENCER
Em 1950
tive a oportunidade de ler o livro A
Simulação na Luta pela Vida de José Ingenieros.
José Ingenieros
(1877-1925) foi um notável pensador e escritor
argentino. Destacou-se como preeminente médico psiquiatra e professor de
Psicologia. De seus múltiplos escritos, os dois livros que mais o notabilizaram
foram O
Homem Medíocre e A Simulação na Luta
pela Vida.
Inspirado
neste livro e baseado nos ricos subsídios que ele nos fornece, elaborei a
seguinte palestra, almejando que ela seja de utilidade para todos vocês, como
sua leitura me foi bastante proveitosa.
Que é
simulação? O dicionário nos dirá que é sinônimo de fingimento, disfarce,
fraude, engano, dar a aparência de alguma coisa que não corresponde à
realidade.
Quero
contar-vos um incidente de nossa vida colegial que bem ilustra o que é
simulação.
Um de
nossos estudantes, ao vir prestar exame de grego, em segunda época, chegou à
classe com a cabeça toda envolta em panos. Ao perguntar-lhe o que havia
acontecido, afirmou estar sofrendo de um forte resfriado, com muita dor de
ouvido. Posteriormente, soube que ele trazia um aparelho receptor no ouvido
para captar as explicações que outro colega iria transmitir de um aparelho que
eles haviam instalado, à noite, no porão do edifício. As experiências da noite
foram válidas, mas durante o dia se mostraram ineficazes e o moço foi
reprovado. Estava simulando doença, quando na realidade visava vantagens
escusas.
A
simulação é muito comum no lar, no trabalho, na escola, na política, enfim, em
toda a nossa sociedade.
A menina
que diz à mãe estar com dor de cabeça para não enxugar a louça, quando na
realidade não a está sentindo, é uma simuladora.
O aluno
que finge estar se sentindo mal para sair da classe, ou no dia do exame estar
doente para não fazer a prova, está simplesmente simulando.
Quantas
vezes você já simulou que estava doente para não ajudar os pais, para não
assistir às aulas, para faltar aos cultos? Tenho observado nos exames orais
(isto foi escrito há uns 25 anos), alunos que fingem ter estudado muito, para
que o professor seja complacente ao atribuir-lhe a nota. Alguns simulam uma
amnésia transitória, aparentando escavar no recôndito da mente, noções que
jamais adquiriram, para quebrar a severidade dos examinadores.
Há outra
classe curiosa entre os estudantes, são aqueles que gastaram horas e horas em
cima dos livros, mas querem dar a impressão, por palavras e atitudes, que não
estudaram nada, com o objetivo de mostrarem inteligência, já que aprenderam sem
estudar.
Lembro-me
bem de um estudante, no dia da prova, perguntava aos colegas – há prova hoje?
Posteriormente descobrimos que havia deitado tarde e que levantado de madrugada
para o estudo.
A
simulação difere da mentira no seguinte aspecto. Mentira é uma afirmação que
contrasta com a verdade, a simulação é um fato. A diferença pode ser mostrada
com este exemplo corriqueiro. Uma moça de 30 anos que declara ter 20 está
mentindo, mas outra de 20 que se veste e finge ser velha está simulando.
Infelizmente
a nossa sociedade se caracteriza pela simulação: finge este para subir na vida,
aquele para pedir e todos para poderem prosperar. Finge o ignorante que tem
capacidade, o sábio que é muito humilde, o velhaco que é homem sincero e
direito, os homens do governo que têm sempre um coração magnânimo para com o
povo, os políticos que visarão apenas o interesse daqueles que o elegeram,
quando irão visar apenas os seus.
Diante
destas afirmações e de muitas outras que poderiam ser acrescentadas concluímos
que os homens usam máscaras. A criança convivendo nesta sociedade, bem cedo
aprende a dissimular suas intenções. Com o passar dos anos ela reconhece a
utilidade deste fingimento e começa a aplicá-lo para fins utilitários.
A Simulação no Passado
A
simulação existe desde os primórdios da história da
humanidade, ou dizendo melhor desde que o pecado entrou no mundo, pois
Adão e Eva foram os primeiros simuladores, quando transgrediram a lei de Deus e
se apresentaram como muito inocentes.
Heródoto
nos relata que os gregos incidiram muito nesta peculiaridade. Ele narra o caso
de Pisístrato, que para satisfazer suas ambições
políticas, feriu-se em várias partes do corpo e se apresentou ao povo, dizendo
que havia sido ferido por seus inimigos.
Em um epigrama de Marcial, encontramos a história pitoresca e
fatídica de Célio, que fingia estar atacado de gota para não cumprir certas
obrigações da vida cortesã. Foi, porém, bastante infeliz, porque de tanto
fingir a enfermidade, acabou contraindo este mal verdadeiramente. Houve outro
que para fugir das perseguições colocou um emplastro nos olhos para passar por
cego. Depois de algum tempo ao retirar o emplastro, na realidade ele estava
privado da vista.
A Simulação na Bíblia
As páginas
sagradas nos fornecem múltiplos exemplos deste defeito de caráter, sendo talvez
os mais frisantes os seguintes:
1º)
Gênesis 27. Jacó simulou sob vários aspectos ser Esaú para enganar o seu pai.
2º) Labão
simulou tristeza pela partida secreta de Jacó. O livro Patriarcas e Profetas declara na página 193 o seguinte:
"Labão tinha retido para si o dote
matrimonial de suas filhas, e sempre tratara a Jacó com engano e aspereza; mas
com uma dissimulação característica censurou-o agora pela sua partida secreta,
a qual não dera ao pai oportunidade de fazer uma festa para a partida".
3º) I
Samuel 21. Neste capítulo se encontra relatado o mais frisante caso de
simulação da Bíblia. Davi se portou como uma pessoa totalmente tresloucada por
temer ao rei Aquis. Seus filhos parecem ter sido contaminados
pelo seu procedimento, pois Amon aparentou estar enfermo para satisfazer o seu
amor incestuoso, como nos relata II Samuel 13. Absalão
simulou ser grande amigo do povo quando aspirava ao trono.
4º) Judas.
Um estudo detido de sua vida nos revelará um dos maiores simuladores que a
Bíblia registra.
5º) Pedro
quando negou a Cristo, para simular não conhecer o Mestre, usou linguagem não
compatível com um discípulo do meigo Nazareno.
Simulação nos Animais
A
simulação não existe apenas entre os seres humanos, pois é muito comum entre os
animais. Os animais simulam na luta pela sobrevivência, dela colhendo
benefícios contra os inimigos ou contra o ambiente. Há animais que se disfarçam
mudando de cor, e outros que se ajuntam a objetos que têm a sua cor,
confundindo-se assim com eles. O exemplo clássico é o do camaleão, cuja cor se
harmoniza com o meio que o rodeia. Ele será mais terroso se permanecer entre a
ramagem das árvores e, mais esverdeado se permanecer entre a folhagem.
Tem-se
observado que, em geral, a coloração branca é o tom predominante nos animais
que vivem nas zonas polares; o amarelo e o terroso são as cores próprias dos
habitantes do deserto; o verde domina nas selvas tropicais perpetuamente
frondosas, enquanto os animais noturnos são de cores escuras. Tem-se observado
ainda, que os ovos de inúmeros animais se adaptam perfeitamente à cor do meio
onde são depositados, tornando-se difícil descobri-los.
São
numerosos os insetos que, em presença de seus inimigos simulam estarem mortos
ou se imobilizam para aproveitar sua semelhança com coisas inanimadas. Outros
animais simulam estar dormindo enquanto espreitam suas presas; o rato costuma
fingir-se de morto para escapar do gato; a raposa é célebre por seu fingimento,
tendo inspirado memorável livro de Goethe, e fábulas conhecidíssimas de todos
nós.
Muitos animais cobrem o corpo
com folhas, flores, etc., ficando perfeitamente
dissimulados sob o disfarce; para evitar o ataque dos seus adversários. Alguns
se cobrem com outros animais não comestíveis, para se livrarem dos inimigos.
Esse caso é análogo ao de alguns índios americanos, que costumam ocultar-se
debaixo do ventre dos cavalos, para não serem vistos pelos inimigos, quando
empreendem ataques de surpresa.
A Simulação e as Mulheres
José Ingenieros
declara que as mulheres são mais simuladoras que os homens, e muitas vezes as
lágrimas são usadas eficientemente para este fim. Há muitas que simulam
desmaios ou enfermidades para obterem qualquer vantagem.
Existem
entre as mulheres caracteres consagrados pelos cânones artísticos, que no
conjunto constituem a beleza. Entre muitos outros bastará citar o frescor
juventude, a face rosada, o lábio vivo, a pupila brilhante como índices de
beleza feminina. As mulheres privadas destes caracteres, ou quando a natureza
foi avara em proporcionar-lhes estes atributos ou ainda quando a idade começa a
apagá-los, suprem-nos simulando com os vestidos, as pinturas e os mil enfeites
que existem.
Quem já
não viu solteironas de 40 anos fingirem ter 20. O tingir o cabelo e as
operações plásticas são exemplos eloqüentes deste
processo de enganar os semelhantes.
Outros Tipos de Simulação
Uma
simulação com características diferentes é a nascida do sentimento patriótico e
exercida pela classe dirigente sobre a classe dirigida, inculcando em sua mente
que o país é o melhor do mundo, sua história a mais gloriosa, seus escritores
os mais inspirados, seus filhos os mais inteligentes. Parece ser uma constante
entre as nações simularem superioridade perante as outras. O escritor patrício,
Afonso Celso, escreveu um livro intitulado "Porque me Ufano do meu
País", onde apresenta todas as coisas
nacionais como as maiores e melhores do mundo.
Em todas
as profissões existem simulações específicas: os ourives apresentam como ouro,
metais que estão longe de possuírem esta qualidade nobre. Os marceneiros
revestem com madeira fina e boa os móveis de tábua ordinária. Os simples
chacareiros, colocam na parte de cima das caixas, as melhores frutas e
verduras. Trabalhadores braçais fingem serem muito operosos, quando estão sendo
vigiados pelos responsáveis pelo trabalho.
Há
cantores que antes dos programas simulam resfriados com o objetivo de aumentar
o êxito ou atenuar o fracasso de sua execução.
A classe
mais numerosa de simuladores encontra-se entre os pedintes. Há muitos que
simulam doenças, quando na realidade são pessoas de boa saúde. Note esta página
curiosa do livro A Simulação na Luta pela
Vida, quando os jornais de Chicago denunciaram e a polícia descobriu um
sui-generis clube de mendigos:
"Foi ali encontrada uma chusma de
indivíduos perfeitamente sãos e alegres, que comiam, bebiam, jogavam, fumavam,
possuindo ainda uma biblioteca de filósofos clássicos para se entreterem nas
horas do ócio. Todos eles durante o dia, simulavam ser coxos, cegos, mudos,
idiotas surdos, e mendigavam pelas ruas da cidade; à noite, reuniam-se num
clube, para gozarem tranqüilamente o resultado de seu
trabalho diário.
"A polícia encontrou, numa das
dependências do prédio, grande quantidade de caleches para entrevados, muletas,
pernas de pau, sapatos simulando pés disformes, óculos e vendas para olhos,
bastões para anciãos débeis, barbas postiças, caixas de pintura destinadas a
simular sobre a epiderme toda espécie de chagas e pústulas, ocupando-se nesta especialidade
dois membros do clube, verdadeiros artistas do pincel. Havia numerosos cartazes
com inscrições apropriadas: sou cego de
nascimento, sou surdo-mudo por um
susto, inválido da guerra civil, adquiri a lepra prestando serviços a outros enfermos, etc.
Presos, verificou-se o seu excelente estado de saúde e perfeita aptidão para o
trabalho; desde muito tempo se haviam associado para explorarem a caridade dos
filantropos, em prejuízo dos verdadeiros pobres".
Esta
página nos deixa estarrecidos e contrafeitos, porque revela uma triste
realidade, que em maior ou menor escala se sucede em várias partes do mundo,
por vivermos numa sociedade fingida e afastada da orientação divina.
Antes de
concluir, seria oportuno citar casos curiosos de simulação, encontrados entre
os jovens que têm de fazer o serviço militar. Há grande número de enfermidades
que podem ser simuladas. Hoje os médicos estão alerta contra estes simuladores.
Muitos soldados ingleses provocaram a conjuntivite para obter baixa. Na grande
guerra européia foram constatados vários casos de
cataratas provocadas pela introdução de agulhas muito finas até o cristalino.
Dostoievski,
o conhecido romancista russo, e um dos maiores escritores de todos os tempos,
por questões políticas foi condenado à morte por fuzilamento. O czar lhe
concedeu perdão, mas apenas o fazendo no último momento. Ele foi cumprir pena
nas prisões da Sibéria, onde esteve dez anos, e um relato tétrico destes
amargurados dias se encontra na famosa obra Recordações
da Casa dos Mortos. Neste livro, que merece ser lido por todos, ele
apresenta casos inéditos de simulação entre os presos para conseguir a
liberdade.
Conclusão
Como
jovens cristãos devemos combater a simulação pelas seguintes razões:
Que diria
Cristo da simulação? Aprovaria ou condenaria este processo? Sua vida foi um
constante protesto contra a simulação.
A
simulação é uma arma de defesa na luta pela vida, mas uma arma de origem
satânica, porque é uma modalidade de mentira.
Sejamos sempre
verdadeiros, leais e autênticos em palavras e atos.
Estas
palavras bíblicas deviam sempre servir de diretriz em nossa vida:
"Finalmente, irmãos,
tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o
que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há
e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento".
Filipenses 4:8.
Tema
apresentado na Reunião de Cultura Geral em 1952.
4
COMO
ALCANÇAR UMA
BOA PERSONALIDADE?
Que é
personalidade?
É a
maneira da pessoa se comportar, a sua atitude ao enfrentar as diferentes
situações da vida, bem como o seu relacionamento com outras pessoas.
Renato
Kehl a definiu assim: Conjunto de atributos que caracterizam, psicologicamente,
um indivíduo.
Se isto é
personalidade o que seria uma boa personalidade? Tentemos uma definição.
É a
qualidade que algumas pessoas possuem de influírem positivamente sobre outras,
de serem apreciadas, de terem tal comportamento que as outras se sintam bem em
sua companhia.
Sendo que
nossa escola visa uma educação ampla e completa, esta deve incluir uma
personalidade atraente, simpática.
No livro Educação, página 13, encontramos este
profundo conceito, do relevante papel da escola, na preparação de nossos
jovens:
"A verdadeira educação significa mais
do que a prossecução de certo curso de estudos... Ela visa o
ser todo, e todo o período da existência possível ao homem. É o desenvolvimento
harmônico das faculdades físicas, intelectuais e espirituais".
Desta
afirmação concluímos: Uma educação completa, abrange o desenvolvimento de uma
personalidade agradável. Esta educação foi a que teve o nosso Salvador, como
lemos em Lucas 2:52 - "E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça,
diante de Deus e dos homens". Cristo foi a personalidade mais atraente que
já pisou nesta Terra.
Você já
parou, prezado jovem, para pensar como é a sua personalidade? Já fez uma auto-análise para procurar
melhorá-la?
É você atraído ou repelido
pelas pessoas com as quais entra em contato?
Ao nos
relacionarmos com algumas pessoas, quando nos tornamos mais íntimos, elas nos
confidenciam: - "Eu sou assim mesmo, não posso mudar a minha
personalidade".
Será
verdadeira esta afirmação de que a personalidade é inata, já vem do berço?
Vejamos o
que nos diz o autorizado médico e psicólogo Dr. H. C. Link: "A
personalidade não é determinada pela hereditariedade. Ela pode ser adquirida e
desenvolvida por qualquer ser humano, dependendo de sua iniciativa e força de
vontade".
Tenho aqui
sintetizados, 18 princípios, que praticados o ajudarão, amigo jovem, a formar
uma personalidade agradável e magnética.
1º)
Procure ser mais extrovertido do que introvertido.
Tome parte
ativa em múltiplos empreendimentos da vida social.
Aceite convites para participar em piqueniques, competições atléticas, reuniões
sociais (entre nós tome parte nas classes progressivas, na sociedade dos
jovens, pare alguns instantes para conversar com os amigos e com os colegas).
Assista a
formaturas, recitais, festas de aniversários, casamentos, faça visitas a
amigos, parentes.
2º) Pense
mais nos outros do que em você mesmo.
Jorge W. Child, grande filantropo, costumava dizer:
"Aprenda
a pensar nos outros, antes de pensar em você e terá muitos amigos". É
impossível a um egoísta ter agradável personalidade.
Alberto
Schweitzer, falando a um grupo de estudantes, assim se expressou: "Não sei
qual será o destino de vocês, mas uma coisa sei, os únicos que serão
verdadeiramente felizes, são os que tiverem buscado e descoberto a maneira de
servir".
Gabriela
Mistral disse: "Há a alegria de ser sincero e ser justo: há, porém, mais
do que isto a imensa alegria de servir".
O Dr.
Henry C. Link nos apresenta
o seguinte pensamento: "Personalidade é o grau exato de interesse que
determinada pessoa desperta em sua capacidade de servir aos outros".
3º) Tenha
um conceito humilde de você e de suas possibilidades.
Fale pouco
de suas qualidades e virtudes.
Émerson
dizia: "Todo homem que encontro é superior a mim em alguma coisa. E neste
particular eu aprendo dele".
Quanto
mais o homem se aproxima de Deus, menos se sente disposto a exaltar-se.
4º) Não
use palavras duras e ofensivas, mas expressões polidas e amáveis.
5º)
Desenvolva o espírito de perdão e de tolerância para com as faltas alheias.
Quero ler
uma carta que ilustra bem este espírito cultivado por almas generosas, dignas e
cristãs.
No dia 12
de outubro de 1968 foi cruelmente assassinado aqui em São Paulo, o jovem
capitão americano Charles Chandler,
estudante estagiário na Universidade de São Paulo. Qual a causa de sua
eliminação? Foi um protesto contra a guerra do Vietnã.
O
estudante brasileiro, William Schisler Filho, fazendo um curso de especialização
nos Estados Unidos, ao ter notícia deste desagradável acontecimento, sentiu o
desejo de transmitir aos pais do capitão a tristeza de ver ato tão covarde
associado ao nome do Brasil. Escreveu-lhes dizendo, que se conhecessem os
verdadeiros brasileiros, haveriam de ver o quanto aquele ato se distanciou do
espírito generoso de nosso povo, que sabe protestar sem matar.
Recebeu de
volta uma outra carta e é nesta que eu encontro um espírito excelente.
"O senhor erra em pensar que por causa
da morte de nosso filho, guardamos em nosso coração rancor contra o Brasil e
seu povo. Só temos compaixão pelas almas doentias que praticaram tão covarde
gesto. Nosso coração está tão cheio de orações e preces a favor dos dois
assassinos de nosso filho, que não há lugar nele para ódio a quem quer que
seja. Acontece, prezado senhor, que somos cristãos e amamos a todas as
criaturas de Deus. O nosso filho, como filho de Deus, procurou, da maneira como
soube, fazer do mundo um lugar melhor em que se viver. Sempre agiu com o desejo
de produzir algum bem na vida dos que seriam atingidos por seus atos.
"Rogamos que o senhor venha unir suas
preces às nossas, por todos os que praticam violência e são vítimas da
violência neste mundo. Há tanto ódio entre os homens hoje; precisamos
substituí-lo pelo amor".
Jo Allen e Robbie Chandler, pais do capitão Charles Rodney
Chandler. Louisiana.
6º)
Revele gosto e equilíbrio no porte e atitudes.
Traje-se
com gosto, mas sem extravagâncias. Não se esqueça de que a aparência exterior
influi, positiva ou negativamente sobre as pessoas com quem entramos em
contato.
7º) Esforce-se
para que a cortesia seja parte integrante de sua personalidade.
Lembre-se
sempre do provérbio inglês: "As boas maneiras e o bom traje abrem todas as
portas".
8º)
Encare com serenidade as situações desfavoráveis da vida. Tenha maturidade.
Não é
fácil tal comportamento, mas é possível, porque a história está repleta de
exemplos comprovativos desta virtude. O conselho do sábio Salomão em Prov.
16:32 é: "Domine o seu espírito".
Você não
pode perder a calma e até chegar a cometer desatinos diante dos problemas da
vida diária, como fazem algumas pessoas.
9º)
Tenha palavras de estímulo e incentivo para todos, louvando mesmo as pessoas
que se desincumbiram a contento de suas responsabilidades.
10º) Não
se ofenda com brincadeiras, mesmo a respeito da sua pessoa. Conserve sua
alegria, mesmo quando criticado.
Mantenha
um temperamento equilibrado. O temperamento é como que o fundo da
personalidade.
11º) Seja
uma pessoa despida de preconceitos raciais, religiosos, políticos, ou de
classe.
Vivemos
numa época de ódios, rancores e preconceitos. Como deve ser o nosso
comportamento nesta sociedade? Equilibrado e compreensivo.
12º)
Assuma a responsabilidade de seus erros.
Não culpe
os outros pelo seu mau procedimento.
13º)
Procure ser amigo de todos, mesmo que não tenha muita simpatia por eles.
É difícil,
mas vale a pena tentar e a
medida que for conseguindo este objetivo, sua personalidade estará melhorando.
14º)
Sempre que possível coopere com os demais.
Conserve
um espírito de harmonia. Procure sempre compreender os outros. Procure
descobrir por que ele age desta maneira?
15º)
Mantenha-se animado, confiante em Deus, otimista, mesmo que as coisas não
corram como almejava.
16º)
Saiba perder alegremente ao tomar parte em competições esportivas.
17º) Seja
comedido em suas palavras.
Não
exagere ao relatar incidentes da vida. Saiba quando é útil falar e quando é
conveniente calar. Ouça atentamente aquilo que os outros têm a lhe dizer.
18º) Dê à
religião um lugar importante em sua vida.
Leia com
interesse a Bíblia para pautar sua vida pelos seus nobres e elevados
ensinamentos.
O Dr.
Henry Link, psicólogo que
entrevistou mais de três mil pessoas, com problemas de personalidade, em seu
livro O Retorno à Religião, afirmou:
"Não há substituto para a Religião". Em outra parte
ele nos declara: "O mais grandioso e mais autêntico livro sobre
personalidade é ainda a Bíblia".
Estes 18
atributos poderiam ser assim sintetizados:
1º)
Cultive o amor e as outras sublimes virtudes do cristianismo.
2º)
Lembre-se sempre da regra áurea de quem possui a mais encantadora
personalidade. S. Mat. 7:12.
5
O
VALOR DE
TER UM LEMA E
UM ALVO
Estudando
a biografia dos grandes benfeitores da humanidade, deles muito podemos
aprender, como por exemplo – a dedicação ao estudo, a força de vontade que
exerceram para alcançar seus objetivos, mas há outra particularidade não menos
importante que muito contribuiu para se tornarem famosos, tiveram um lema e um
alvo na vida.
Lema e
alvo não são a mesma coisa, mas estão intimamente relacionados.
Lema é uma
sentença, um preceito escrito, uma regra de procedimento, uma máxima.
O lema
pode ser comparado a uma bússola que nos orienta, que nos mostra o caminho a
seguir.
Alvo é o
objetivo que temos em vista, é a meta colocada diante de nós, o ponto que
queremos alcançar.
Todos os
povos e muitos indivíduos isoladamente vivem sob a influência estimuladora de
uma frase ou de um lema sugestivo.
Ter um
lema é a prova convincente de que temos um padrão de procedimento, uma diretriz
própria na vida, um alvo em frente, e que tudo faremos para alcançá-lo.
Sendo
muitos os exemplos comprovatórios das afirmações anteriores citemos apenas
alguns:
1º) O lema
do Estado de São Paulo: "Non ducor, duco"
- Não sou conduzido, conduzo.
2?) O lema
da nossa querida pátria: "Ordem e Progresso".
Este lema
é expressivo, mas apenas lamentamos que ele ainda não tenha sido tomado a sério
por todos os nossos patrícios.
3º) O povo
suíço, vivendo numa nação tão pequena, mas ao mesmo tempo tão grande em suas idéias e seu valor, há séculos, tem como lema: "Um por
todos, todos por um".
4º)
Bolívar, o grande libertador sul americano, adotou aos
23 anos de idade este lema:
"Pelo
Deus de meus avós e a terra que me viu nascer, juro que minhas mãos nunca terão
descanso, nem repouso a minha alma, enquanto eu não quebrar os grilhões que nos
prendem a Espanha".
Ele teve
como alvo criar uma pátria livre, e devotou toda a sua vida para alcançar este
ideal. Combateu 15 anos, mas libertou a Venezuela, Colômbia, Equador, Bolívia e
Peru.
5º)
Oswaldo Cruz, o grande higienista brasileiro, o libertador do Rio de Janeiro da
febre amarela, adotou como lema para si esta frase:
"Não
esmorecer para não desmerecer".
Quantos
jovens que iniciaram a carreira estudantil têm esmorecido, desanimado pelas
coisas mais insignificantes, perdido o ânimo diante da menor dificuldade. O
estudante deveria tomar como exemplo a frase de Oswaldo Cruz.
6º) Rui Barbosa,
a figura inolvidável em nossa pátria, viveu e lutou denodadamente em prol do
seu lema. "O direito e a liberdade".
O
jornalista Alcindo Guanabara ao comentar a vida de Rui Barbosa declarou o
seguinte – a biografia de Rui poderia ser sintetizada na mais contundente das
sínteses: "Uma linha reta entre a liberdade e o direito".
7º) A
divisa de Pasteur
era esta: "É o homem que honra a posição e não a posição que honra o
homem".
Nesta
frase deviam pensar todos os homens hoje em dia, quando a luta pelos cargos
elevados é tão grande.
8º) Madame
Curie teve como alvor
"Trabalhar com desinteresse e sem outro motivo, senão o de beneficiar a
humanidade".
9º) Um
fazendeiro nos Estados Unidos tinha numa pequena moldura este dístico que era o
seu lema:
"Este é o dia
que fez o Senhor
Regozigemo-nos e alegremo-nos
nele".
Seu
objetivo ao ler com freqüência estas palavras, era
que elas o livrassem dos cuidados e o ajudassem a levar uma vida de alegria e
satisfação.
Há muitos
homens que colocam diante de seus olhos, em cima da escrivaninha, poesias
sublimes e frases emulativas para os ajudarem a enfrentar os problemas da vida.
Sei de um que pôs um sugestivo poema no espelho, para lê-lo todas as manhãs
enquanto fazia a barba.
Em meu
escritório, num lugar bem visível está colocada esta poesia que recebi enquanto
estudante aqui no Colégio e peço licença para a ler:
Seja qual for teu pensamento,
amigo,
Só pensa o que possa aprovar Jesus,
Fales à multidão, ou só contigo,
Não digas o que tema a Sua luz.
Seja qual for a página que leias,
Não leias
nada, insulso ou fascinante,
Que te pusesse o coração em peias,
Se visses a Jesus no mesmo instante.
Seja qual for o canto de alegria,
Não cantes nunca o que a Jesus enfade,
E jamais seja de tua autoria,
Qualquer escrito que lhe
desagrade.
Quer seja
no trabalho ou no folguedo,
Não faças
nada que te envergonhasse,
E nunca sigas rumo em que, com medo,
Evites encontrá-Lo,
face a face.
O grande
filósofo Kant, já dissera há muito tempo, que um lema tem uma importância
extraordinária na vida do homem. Eis as suas palavras:
"Todo
ato de vontade é o produto de um lema expresso ou subentendido, consciente ou
inconsciente".
Personagens Bíblicos e Seu Lema
Na Bíblia
encontramos personagens que pautaram sua vida por lemas inspiradores.
a) O
primeiro que merece nossa consideração é o de José.
Ele está
relatado em Gênesis 39:9, última parte:
"Como, pois
cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?"
Sua divisa
foi ser fiel e puro.
A palavra
de José revela o poder do princípio religioso.
Sua fé e
integridade foram experimentadas por grandes provas, mas ele saiu vitorioso. Por que? Porque ele tinha uma diretriz firme e inabalável.
b) Calebe,
depois que visitou a terra de Canaã apresentou o seu depoimento, que pode ser
classificado como o seu lema, ou melhor o objetivo que tinha em vista.
"Subamos, e possuamos a terra, porque
certamente prevaleceremos contra ela". Núm. 13:30.
c) Josué
24:15 "Eu e a minha casa serviremos ao Senhor".
d) Dentre
todas as divisas relatadas na Bíblia nenhuma talvez mais sugestiva do que a de
Ester.
"Irei e perecendo pereço". Ester
4:16.
e) No
livro de Rute 1:16 encontramos a sua extraordinária determinação, e não faremos
nenhuma violência ao texto se o apresentarmos como o seu lema.
f) Cristo
quando de sua estada nesta Terra também adotou um lema extraordinário, e toda a
sua vida terrestre foi uma conseqüência deste lema:
"Amar a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como a si mesmo".
Não apenas
este foi o seu lema, mas Ele sugere que seja adotado por nós.
g) Dentre
tantas citações de Paulo qual achais que seria o seu lema? Sem precisar pensar
muito colocaria este.
"Para mim o viver é Cristo". Fil.
1:21.
Todos nós
conhecemos esta passagem, mas já pensamos bem na sua profundeza, nas lições
maravilhosas que ela encerra, no elevado significado que tinha para ele e que
pode ter para nós?
Nesta
passagem temos o segredo para a frutuosa vida cristã que Paulo levou. Notai primeiro
que Paulo sabia qual o alvo que tinha em vista, por isso nenhuma dúvida ou
incerteza o perturbava. Saber o que se quer é a primeira condição para o
sucesso. Diz a Bíblia que o homem que tem espírito repartido é inconstante em
todos os seus caminhos. Tiago 1:8.
Nada de
importante se faz, prezados jovens, sem que se tenha em vista um alvo fixo.
Permiti
perguntar-vos: Sabeis o que quereis? Se perguntássemos aos moços aí fora, quem
sabe teríamos respostas como as seguintes:
Para nós o
viver consiste em divertir-nos.
Uma
segunda classe afirmaria: para nós o viver consiste em ganhar dinheiro.
Um terceiro
grupo, mais diminuto, talvez respondesse: nossa ambição é dominar o mundo,
mandar em nossos semelhantes.
Notai bem
que todas estas classes vivem para si mesmas. O libertino, o avarento, o
ambicioso, todos sob formas diversas dão culto a si mesmos, vivem só para si.
Que diferença com o apóstolo Paulo que vivia para Cristo!
Lema é uma
palavra muito familiar entre nós, pois todos os anos as turmas que se formam
saem para a vida prática sob a inspiração de um lema.
Dentre os
lemas adotados há alguns que nos chamam a atenção pela profundidade de seus
pensamentos.
Lamentável
também é pensarmos, que muitos dos formandos, pouca atenção deram na vida
prática às lições profundas que seus lemas procuravam inspirar.
Alguns
lemas dos teologandos:
Tudo pelo Mestre;
Lutar é Vencer;
Em Deus
faremos proezas;
Com Cristo
Venceremos;
Amor,
Trabalho e Sacrifício;
Cristo à
nossa Geração;
Consumir-se
iluminando.
Os
contadores de 1945 tiveram como lema:
Trabalho,
Perseverança e Honestidade.
Os
normalistas apresentaram lemas não menos sugestivos:
Educar
para a Eternidade;
Viver para Educar.
Os
ginasianos tiveram preferência pelos lemas em latim.
Ad Augusta per Angusta, que traduzido significaria - A Resultados sublimes por
Veredas Estreitas.
A minha
turma do ginásio, de 1942, escolheu este lema:
"Luceam dum
peream" - Brilharei
ainda que pereça.
Hoje,
depois que 40 anos se passaram, com efeito muitos ginasianos de 42 acabaram
brilhando. Se você não acreditar pense nos seguintes: Enoch de Oliveira, Nevil
Gorski, Orlando Ritter,
Honório Perdomo, Mário Roque, Dr. Geraldo Lietzke, Dr. Edgard Berger, Paulo Bork.
Quero
concluir com a sugestão de que cada jovem deste Colégio, escolha um lema e que
este vos ajude a alcançar o alvo que tendes proposto em vossa vida.
Após
alcançar alvos materiais e intelectuais o meu desejo é que a nossa vida se
resuma nesta síntese maravilhosa do apóstolo Paulo:
"Para
mim o viver é Cristo".
Tema
apresentado no C.A.B., na sexta-feira à noite, no dia 19/09/1952, mas muito
próprio para a reunião dos jovens.
6
Ideal –
palavra muito vaga, empregada sem muita propriedade.
Se
consultarmos os dicionários concluiremos que eles são omissos em definir ideal.
Rui
Barbosa, falando à mocidade de nossa Pátria, num de seus eloqüentes
discursos, afirmou que: "ideal não se define, mas nós o vemos na vida das
pessoas. É o amor abnegado, o interesse pela sorte da humanidade".
Ideal é
tudo que alheia o homem de si mesmo e o eleva a inspirações mais sublimes e a
consecuções mais elevadas.
Poderemos
ainda definir ideal como aquilo a que mais alto aspiramos, o alvo de nossos
desejos, o esforço em demanda da perfeição.
Disse José
Ingenieros:
"Os poetas cantam um ideal, o sábio
define ideal, o santo ensina ideal, o herói executa ideal" e eu acrescentaria
– o jovem adventista deve possuir um ideal elevado e não medir esforços e
sacrifícios para alcançá-lo.
Se a
mocidade é idealista, deveríeis vós jovens adventistas ser diferentes? Não,
deveríeis ser os mais idealistas, porque temos diante de nós o trabalho mais
sublime deste mundo – A salvação de almas para Cristo.
"Mais elevado do que o sumo pensamento
humano pode atingir, é o ideal de Deus para com Seus filhos." (Educação,
pág. 18)
Pensemos
um pouco. Será que há vantagens em possuir um ideal? O que seria do nosso mundo
se não fossem os idealistas, que se gastaram e se sacrificaram para que
tivéssemos muitas das coisas que hoje possuímos?
Estudando
a biografia dos grandes benfeitores da humanidade, concluímos que todos tiveram
um ideal e lutaram denodadamente até atingi-lo. Ilustremos com fatos verídicos
esta nossa afirmação:
1 -
Oswaldo Cruz teve o alvo de livrar o Rio de Janeiro da febre amarela, não sendo
fácil a tarefa, pois, lutou com a ignorância e incompreensão reinantes naquela
época, mas graças a perseverança de que era possuído viu seus esforços coroados
de êxito. Para isto ele se inspirou na frase que adotou como lema:
"Não
esmorecer, para não desmerecer".
2 -
Santos Dumont desde criança
teve o desejo de voar, e após anos de estudos, experiências e tentativas
conseguiu o seu objetivo. Se a glória do invento da aviação coube a nossa
pátria, nós a devemos a um jovem sonhador e idealista.
3 -
Irineu Evangelista de Sousa, conhecido pelo título de Visconde de Mauá.
Foi graças
a este idealista nacional, que o Brasil teve as suas primeiras estradas de
ferro, a construção do telégrafo submarino e outros grandes empreendimentos que
contribuíram para a grandeza da pátria brasileira. Gastou nestes empreendimentos mais de mil contos de réis do seu próprio
bolso. Por que fez tudo isto? Porque tinha objetivo de engrandecer a Pátria.
Esta frase
de sua autoria define-lhe completamente a
personalidade,
"A
tenacidade que Deus plantou em minha vida era indomável".
4 -
Castro Alves.
Foi a luta
pelo ideal de ver extinta a escravidão no Brasil, que levou este notável poeta
a dedicar a sua pena de ouro a favor dos humildes africanos.
5 - César
Lates.
Ainda jovem já é conhecido no
mundo da ciência por suas descobertas.
6 -
General Rondon.
O maior
sertanista do Brasil, hoje mui merecidamente elevado ao mais alto grau do nosso
exército – Marechal. Rondon tem dedicado toda a vida a um ideal – a pacificação
dos índios. Hoje, apesar de seus quase 90 anos, pois nasceu em 1865, continua
trabalhando com todo o denodo a favor da causa que abraçou, a de mostrar que os
índios têm o direito de serem tratados como seres humanos, idênticos a nós.
Talvez tereis notado que os exemplos apresentados são apenas de
brasileiros e o fiz a propósito, porque para falar sobre ideal não é preciso
ilustrar com Pasteur,
Benjamin Franklin,
Abraão Lincoln
e muitos outros estrangeiros, basta citar exemplos de nossa terra que os temos
em abundância.
Exemplos de Idealismo Bíblico
1º) José
é um dos jovens mais idealistas da Bíblia.
Os seus
sonhos vêm a se transformar em ideais mais tarde.
O seu
ideal de pureza sempre será citado como exemplo a nossa mocidade.
2º)
Moisés sonhava com o livramento do povo de Deus.
3º)
Paulo com seu ideal da pregação do evangelho a todo o mundo é uma figura que
nos impressiona sobremaneira. Foi este ideal que o levou a sacrificar-se para
que o mundo conhecesse a Cristo.
4º) Foi
ainda o ideal da pregação do evangelho a todo o mundo, que fez com que os
pioneiros deste movimento dessem o melhor de si e que entregassem os seus bens
para a propagação das boas novas ao mundo necessitado.
A
humanidade não possuiria seus bens presentes se alguns idealistas não os
tivessem conquistado, gastando-se para que tivéssemos dias melhores.
Pensemos,
o que seria de nossas casas sem a luz elétrica, o rádio, o jornal, a máquina de
lavar roupa, a enceradeira, a máquina de escrever, a geladeira, o automóvel, o
trem, o avião e tantas outras máquinas modernas inventadas por alguns espíritos
idealistas!
Todas
estas coisas foram criadas por pessoas que não estavam satisfeitas com o mundo
em que viviam e almejavam algo melhor.
Não apenas
os indivíduos isoladamente, mas também as nações como uma coletividade precisam
ser idealistas. Foi o ideal da liberdade, que levou a nação brasileira a
trabalhar pela nossa independência, começando com Tiradentes até chegar a
muitos que contribuíram para a nossa libertação do jugo português.
A mola
mágica do idealismo é que tem impulsionado a todos os setores da atividade
humana a projetar-se.
Os
cientistas na quietude dos laboratórios têm gastado o melhor de sua vida com o
objetivo de tornar sua pátria famosa.
É o ideal
que leva os literatos a se esmerarem para que seus livros transponham as
fronteiras da pátria.
Os ideais
podem ser comparados a faróis, que de trechos em trechos iluminam a estrada da
vida, mostrando-nos o alvo que devemos atingir.
Não
achais, prezados estudantes, que vale a pena ter um ideal? Alguém escreveu:
"Os anos enrugam o rosto, renunciar ao ideal enruga a alma".
O jovem
sem ideal fracassa diante das primeiras dificuldades, fraqueja ante o primeiro
obstáculo a vencer.
Se há em
vós o desejo de serdes mais úteis á causa do Mestre,
não deveis ficar satisfeitos com o que sabeis, mas deveis ter o alvo de
progredir mais e mais lutando com todo o ardor para que este se torne uma
realidade em vossa vida.
O nosso
Salvador muito espera de vós, mocidade idealista, e ciente estou de que não
ireis decepcioná-lo.
Envelhecemos
não por ter vivido certo número de anos, mas sim por abandonarmos o nosso
ideal.
Os nossos
votos são que os vossos anseios sejam abençoados por Deus e que cada jovem que
nos ouve alcance o seu ideal.
Nota –
Esta palestra foi inspirada no livro O
Homem Medíocre de José Ingenieros
e proferida para os nossos jovens em 1954.
"Estremeceu
a Pátria; viveu no trabalho e nunca perdeu o ideal".
Rui
Barbosa
7
O
VALOR DE
UMA PEQUENA PALAVRA
É uma
palavra composta de apenas três letras. Em gramática é apenas um monossílabo.
Referimo-nos à palavra não.
Em São
Mateus 5:37 lemos: "Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que
disto passar, vem do maligno".
Há pessoas
que não sabem quando dizer sim,
quando dizer não.
Todos
conhecemos pessoas que não sabem falar a verdade, desconhecendo totalmente a
virtude da veracidade. Em contrapartida podemos lembrar-nos de indivíduos que
nunca dizem uma mentira.
As
palavras de Cristo nos devem levar a pensar que precisamos, muitas vezes, dizer
sim e outras vezes dizer não.
Muito se
tem escrito sobre o valor de viver positivamente. Os psicólogos nos informam
que faz bem a saúde desenvolver uma atitude positiva
para com a vida e que não enobrece a ninguém viver no domínio dos negativismos.
Norman Vincent Peale, considerado nos Estados Unidos o ministro de milhões de
ouvintes, e também muito conhecido no Brasil, especialmente, através do seu
livro O Poder do Pensamento Positivo,
insiste bastante na tecla da necessidade de vivermos positivamente. Apesar
destas úteis sugestões, há momentos em que é necessário e mesmo essencial saber
dizer não e permanecer firme nesta
atitude.
Aprenda a
dizer não.
Muita
gente vive uma vida atormentada, só porque não sabe dizer um não firme e ao mesmo tempo amável.
Quando nos
pedem coisas emprestadas, que não gostamos de emprestar, temos coragem
suficiente para dizer não?
Ao nos
pedirem para fazermos algumas coisas que nos complicarão muito a vida,
explicamos prudentemente a razão da nossa recusa?
Se os
amigos nos oferecem alguma comida que não suportamos, comemos por delicadeza
para depois nos arrependermos?
Li de uma
dona de casa, que conseguiu serenidade, quando resolveu o problema de dizer
não. Explica ela: "Eu me guio por algumas regras fixas". Se um
vendedor bate à porta, ela diz delicadamente, mas com firmeza, "Meu marido
não permite que eu compre coisa alguma na porta".
Tenho um
colega que resolveu o problema de ficar fiador da seguinte maneira: Combinou
com a esposa que não ficaria fiador de ninguém sem primeiro a consultar.
Uma pessoa
de minha família ponderava: Seguindo à orientação bíblica não devo ficar como
fiador. Prov. 6:1-5.
Ao dizer não mostre que o seu desejo era dizer sim. Pondere que refletiu sobre o caso,
e deve ter feito mesmo, e apresente as suas razões com sinceridade. Deve-se
fazer a pessoa sentir que o seu problema foi compreendido ainda que a resposta
seja não.
O doutor William
Reilly, autor de um livro
sobre relações humanas, dá o seguinte conselho aos diretores de companhias
sobre a maneira de tratar o empregado que quer aumento de salário, sem o
merecer. "Sim, compreendo que você tem necessidade de um aumento, mas para
que eu o possa dar, precisamos fazer com que seus serviços tenham mais
relevância para a companhia. Vamos ver como se pode resolver este problema. O
que você resolveria se estivesse no meu lugar?" Passe então a pesar os
prós e os contras para mostrar o motivo por que a resposta tem de ser negativa.
Salomão
nos apresenta um salutar conselho em Prov. 1:10 :
"Filho meu, se os pecadores querem
seduzir-te, não consintas".
Relata-nos
a história que o filho do Rei Luís XVI e Maria Antonieta foi enviado para a
casa de um sapateiro.
O envio do menino para esta
casa teve uma dupla finalidade: 1ª) os pais tinham sido guilhotinados. 2ª) para
que o sapateiro, que era um homem de baixa moral, corrompesse o menino. Quando
o mandavam fazer alguma coisa ilícita ele respondia: "Eu não posso fazer
isso". Ao lhe perguntarem a razão deste procedimento, ele afirmava:
"Sou filho do rei."
O
sapateiro apesar de sua insistência não conseguiu levar o pequeno para os maus
caminhos. Muitas razões podem ser apresentadas para esta atitude, mas em nosso
contexto, aquela que foi mais decisiva é a seguinte: Ele sabia dizer não.
Somos
filhos do Rei dos reis e como estamos respondendo àqueles que nos querem levar
às más ações? Estamos dizendo não ou
condescendendo com suas insinuações?
Exemplos de Pessoas que Souberam Dizer
Não
O livro Medicações Matinais de 1966, pág. 90,
apresentou-nos estas idéias:
"Algumas pessoas acham difícil dizer não. Acham que precisam dizer sim para agradar a seus amigos, e que se
disserem não deixariam de ser
benquistas. É importante para todos nós saber quando convêm concordar e quando
ficar só. Quando os pecadores nos convidam para unir-nos com eles, é tempo de
dizer não. Melhor é perder um amigo e
salvar vossa alma ao que conservar amizades duvidosas que vos prejudiquem o
desenvolvimento do caráter.
"Muitas revistas hoje em dia se
especializam no estudo de palavras. Uma pessoa que desejava acrescentar
interesse a esse assunto, perguntou a certos especialistas qual era a palavra
mais mal-empregada, e qual a mais útil. Esmagadora maioria votou em sim como a mais mal
empregada e não como a mais
útil. Quão desastroso é dizermos sim
quando devemos dizer não."
1º) José.
Este
valoroso jovem hebreu, respondeu com um sonoro "não", quando a
tentadora esposa de Potifar o abordou com blandícias.
Nenhuma outra palavra o teria salvo desta perigosa
situação.
2º) Davi.
Quando
seus servos o aconselharam a que matasse Saul, ele respondeu: "Não
estenderei a mão contra o meu senhor, pois é ungido de Deus". I Sam.
24:10.
3º)
Daniel e seus companheiros na corte babilônica.
O
"não" de Daniel ao convite para participar do alimento do rei
tornou-se um exemplo clássico de convicção.
Daniel
também disse não à imposição dos sátrapas e presidentes do rei Dario.
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego foram decididos em dizer não para o rei
Nabucodonosor. "Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus
deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste." Dan. 3:18.
4º)
Vasti recusou apresentar-se perante uma multidão de bêbados. Ela foi decidida
ao dizer não ao rei Assuero, embora
essa sua decisão lhe custasse a perda da realeza. Ester 1:17.
5º)
Neemias.
Os
inimigos de Neemias conspiraram procurando intimidá-lo, para que ele não
prosseguisse na reedificação dos muros, mas ele tinha uma firme decisão de
continuar com todo o entusiasmo, por isso deu esta resposta:
"Enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou
fazendo grande obra, de modo que não poderei descer..." Neem. 6:3.
6º)
Cristo nas tentações.
O nosso
Salvador disse não às insinuações de Satanás para que lhe fizesse a vontade.
Mat. 4:7 diz: "Não tentarás o Senhor teu Deus".
7º)
Einstein.
Como todo o homem ilustre este
cientista recebia milhares de cartas.
Uma
companhia cinematográfica ofereceu-lhe um cheque em branco, para que ele
estabelecesse a quantia por quanto se sujeitava a aparecer por alguns minutos
num filme.
Grande
indústria de automóveis ofereceu-lhe um carro no valor de 25 mil dólares,
apenas para que se deixasse fotografar ao lado dele com uma legenda mais ou
menos assim: "É meu e o uso todos os dias".
Além
desses dois casos, há centenas de outros, aos quais a resposta do criador da
teoria da relatividade sempre foi "não".
8º)
Charles Lindbergh.
Aviador
norte-americano, que em 1927 ganhou um prêmio de 25.000 dólares, por ter sido o
primeiro aviador a voar entre Nova Iorque e Paris, sem escalas.
"Fazendo
esta viagem em seu avião O Espírito de S.
Luís em 33 h e 30 minutos, ele imediatamente se tornou um herói mundial.
Recebeu cerca de três milhões de cartas de felicitações, e duzentos e cinqüenta mil cabogramas e telegramas. Ofertas de negócios
num total de seis milhões de dólares lhe foram feitas. Seus presentes, que
foram necessários três blindados para transportar, incluíam um avião-miniatura
de diamante, distintivos e medalhas, cruzes, taças, variedades de
condecorações. A maior festa pública até então realizada na cidade de Nova
Iorque, foi dada em sua honra". M.M. 23/01/1966.
Uma
companhia de cigarros ofereceu-lhe milhões de dólares para que ele declarasse
que durante a viagem havia fumado tal marca de cigarro. A proposta era
tentadora, mas Lindbergh
não fumava e firmemente declarou: "Não posso fazê-lo porque isto seria uma
grande mentira."
Era também
abstêmio e em todos os banquetes que lhe ofereciam, ele declarava firmemente
que não tomava bebidas alcoólicas.
Quando os
nossos jovens são convidados para o cinema, baile e outras festas duvidosas
qual tem sido sua atitude? Sabem eles com firmeza e polidez dizer não?
Infelizmente,
há também muitos exemplos de pessoas, que foram incapazes de dizer
"não".
Eva devia
ter dito não ã serpente quando sugeria que ela comesse da árvore da ciência do
bem e do mal. A incapacidade de dizer "não" foi o pecado original de
Adão.
Se Sansão,
Salomão, Saul, Judas e muitos outros personagens bíblicos tão-somente tivessem
aprendido a dizer "não" eles ter-se-iam livrado de incontáveis
aflições.
A nossa
oração devia ser esta:
Senhor, no
momento da tentação, concede-me a fortaleza de propor-me a dizer
"não", e dizê-lo sem hesitação nem reserva.
Não
Jônatas Braga
Ofereceu-me um dia um certo moço
a taça
Onde havia um
licor...
Eu respondi-lhe então,
Fitando o seu olhar de alma
perdida e lassa,
Eu respondi-lhe: Não.
Falou-me alguém do jogo e
quis levar-me um dia
À casa onde se encontra a dor,
a perdição;
Que coisa algum menino a isso respondia?
Eu respondi-lhe: Não.
Alguém se riu de mim por eu fugir do mal,
Não
jurar, não mentir, nem dar afirmação
Àquilo que não vi. Que importa?
Afinal é melhor dizer: Não.
Se queres parecer um
homem, disse alguém,
Toma um cigarro e
fuma.
E eu mostrei então,
Meu
distintivo manda praticar o bem
E respondi-lhe ainda:
Não.
8
SUGESTÕES PARA VOCÊ SER VITORIOSO
Aquele que
quer ser bem sucedido precisa saber responder
adequadamente a estas perguntas: Que devo fazer para triunfar? Que vou fazer na
vida ou o que serei no futuro? É necessário, sem dúvida, consultar a vocação.
Como saber
se a pessoa tem dom para esta ou aquela profissão? Através da orientação
educacional, com seus testes vocacionais, podemos consultar nossos gostos e
tendências. Há sempre pessoas capacitadas que nos poderão orientar.
Artur W.
Spalding escreveu:
"Desejo, porém, chamar a atenção dos pais
ao fato de serem eles, em grande parte, responsáveis pela escolha da carreira
de seus filhos. Os pais não devem querer forçar os filhos em moldes
predeterminados. Eu poderia desejar muito que meu filho seguisse minha carreira
de professor mas, se ele prefere ser médico, e mostra
aptidões para essa profissão, cumpre-me animá-lo nesse sentido. Os pais devem
por tal forma perceber a inclinação do espírito dos filhos e suas aptidões que
lhes possam fazer sugestões e aconselhá-los quanto a sua carreira. E devem
também proporcionar-lhes certo preparo e experiência nas atividades práticas da
vida, que lhes dêem alguma base para se tornarem
cidadãos úteis, aptos a servir à Pátria e aos semelhantes em suas necessidades.
"É lamentável ver pais que adquiriram
certa fortuna, manterem em ociosidade seus filhos já crescidos, numa vida sem
objetivo, instruindo-se, talvez, mas nada fazendo para se ajudarem a si mesmos,
ou tornarem-se eficientes em algum ramo de atividade prática. Mesmo olhando-se
ao lado econômico, quem poderá garantir que esses filhos tenham sempre
recursos? A fortuna dos pais poderá dissipar-se antes de poder ser fruída pelos
filhos, ou ser desbaratada pela incapacidade dos mesmos.
"Uma moça que não foi ensinada nas
artes domésticas, ou em qualquer maneira de ganhar a subsistência, poderá
tornar-se a esposa de um homem pobre, ou nunca vir a casar-se, tendo de prover
o próprio sustento. Um rapaz habituado ao luxo, e incapaz de fazer algo de
valor, será fraco e desprezado entre seus companheiros. Qualquer filho assim
criado está-se encaminhando para a ruína". – O Atalaia, Dez.
de 1968, pág. 7.
É
indispensável para que a pessoa se realize no trabalho, fazendo-o com
entusiasmo e dedicação que ela goste da atividade a que se dedica.
Quantas
pessoas há, para quem o trabalho que não tem significação especial.
Lembramo-nos do desabafo patético de alguém que nos confiava: "Tornei-me
médico para agradar a meu pai; mas não exerço a profissão para não prejudicar a
humanidade".
Descoberta
a vocação e escolhido o futuro trabalho, é preciso adquirir os conhecimentos
básicos, para o programa traçado que se deseja realizar.
Há muitos
requisitos, que devem ser cumpridos pelo jovem, para alcançar o alvo proposto,
mas creio que os três essenciais seriam estes: estudo, esforço e perseverança.
É bom ter um alvo elevado, mas este pouco valerá se não houver perseverança
para alcançá-lo.
Oswaldo
Cruz, notável médico e destacado cientista brasileiro, adotou como lema em sua
vida a seguinte frase: "Não esmorecer para não desmerecer".
Impulsionado por esta frase conseguiu extinguir a insidiosa febre amarela que
assolava o Rio de Janeiro.
É
fundamental para que o jovem seja vitorioso, traçado um programa, que ele o
cumpra inteiramente. Deve-se evitar as muitas solicitações da vida que tendem a
afastar do caminho a palmilhar. Aqueles que se estão preparando para o futuro
devem estar conscientes de que não é possível servir a dois senhores ao mesmo
tempo. O estudante deve canalizar todas as suas forças para atingir o objetivo
previsto.
Às vezes,
impressiona-nos o observar, como algumas pessoas vencem galhardamente em vários
ramos de atividade. Ser-nos-ia benéfico, examinar detidamente seu procedimento,
para descobrir as razões que as levaram ao êxito completo. Jamais deve ser olvidada
a seguinte frase: A vitória também tem seu preço, quase sempre bem elevado.
A primeira
estância da Canção do Tamoio de Gonçalves Dias, além de sua beleza poética
ensina-nos a grande lição de que para alcançar a vitória é necessário lutar.
Não chores, meu
filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate
Que os fracos
abate
Que os fortes, os
bravos,
Só pode exaltar.
Um dos
homens mais bem sucedidos, na América do Norte, declarou que seu sucesso foi
devido a um credo, que sua esposa escreveu, quando se casaram, e que ele, após
assinar, manteve sempre em cima de sua escrivaninha.
O credo
declarava:
"Creio em mim mesmo. Creio nos que
trabalham comigo. Creio nos meus amigos e em minha família. Creio que Deus Te
emprestará tudo que necessito para triunfar, contanto que eu me esforce para
vencer por meios honestos. Creio na oração e nunca fecharei os olhos para
dormir, sem agradecer a Deus e pedir a sua divina orientação, a fim de ser
paciente com os outros e tolerante com os que não crêem
como eu. Creio que o triunfo é resultado de esforço inteligente e não depende
de sorte, de companheiros ou de meu chefe. Creio que tirarei da vida exatamente
o que nela colocar e assim tratarei os outros como quero que me tratem.
Prestarei o melhor serviço de que for capaz, porque jurei a mim mesmo vencer na
vida e sei que o triunfo é sempre resultado de esforço consciente e
eficaz".
A vitória
é o resultado de uma multiplicidade de fatores, sendo talvez o principal deles
o exato cumprimento do dever.
Robertson, de
Brighton, declarou a
respeito do dever o seguinte:
"Não basta que o homem preserve a sua
vida, não basta que ele chegue à glória, é preciso que cumpra com o seu
dever".
Cristo,
antes de seu ministério público, no lar, cumpria a rigor todas as obrigações de
criança, de adolescente e de jovem. Mais tarde em Seu ministério sagrado, tudo
fazia baseado no sentimento do dever para com Deus e para com os homens, como
nos atesta o relato sagrado.
Rui
Barbosa, o expoente máximo da intelectualidade brasileira, apesar de sua
inteligência privilegiada, pouco teria alcançado, não fosse seu esforço e
perseverança nos estudos, como ele mesmo nos afirma em vários passos de sua
notável obra. Eis um de seus conselhos aos jovens:
"É a assiduidade na educação metódica e
sistemática de nós mesmos o que descobre as grandes vocações e amadurece os
grandes escritores, os grandes artistas, os grandes inventores, os grandes
homens de estado".
Esta
declaração nos faz compreender a frase atribuída a Thomas Edison: "O gênio é 99% de transpiração e
1% de inspiração".
O êxito
tem um preço elevado como vemos nos pensamentos seguintes:
O Preço do Êxito
Deseja ter
êxito, porém está disposto a pagar o preço?
Durante
quanto tempo permanece desanimado? Os problemas que o preocupam se refletem em
seu rosto?
Tem ânimo
para realizar o que outros deixaram inconcluso? Possui coragem para tentar
efetuar o que a maioria dos homens nunca se animaram a fazer?
Tem,
suficiente perseverança para esforçar-se, e continuar na luta depois de haver
fracassado várias vezes?
Tem
coragem para prosseguir apesar da injustiça e da oposição?
Pode
manter-se constantemente na direção correta, resistindo a toda tentação?
Tem
paciência necessária para planejar todo o seu trabalho, até nos mínimos
pormenores?
O êxito se
encontra em toda a parte. Você poderá comprá-lo a qualquer hora, desde que seja
capaz de pagar o preço. – Seleto.
Regras Fundamentais Para o Êxito
Aqui são
sugeridas 20 regras simples, mas fundamentais, e se praticadas, tornar-se-ão o
endereço certo para ser vitorioso:
1ª) Ter
um alvo elevado e concentrar todas as energias para alcançá-lo.
2ª)
Possuir disposição para trabalhar além do que nos pagam para fazê-lo.
3ª)
Depositar u máximo de confiança no poder de Deus e em seus desígnios para
conosco.
4ª)
Saber tirar proveito dos próprios fracassos.
5ª)
Desenvolver uma personalidade agradável.
6ª) Ser
perseverante nos estudos e em todos os empreendimentos. "Não pare e não
volte", era a inscrição que se lia numa ponte, em determinada localidade.
Os que param e retrocedem, diante das pequenas escaramuças da vida, jamais
alcançam seus objetivos.
7ª)
Cumprir com dedicação e entusiasmo os pequenos deveres da vida.
8ª) Ser
amante do trabalho, cultivando o prazer de fazê-lo bem feito.
Mesmo o trabalho mais humilde é honroso, dignificando o homem.
9ª) Amar
a verdade e odiar a mentira.
10ª) Ser
capaz de subordinar os próprios interesses ao bem estar
dos outros.
11ª)
Adquirir habilidade para tomar decisões rápidas e mantê-las com firmeza.
12ª)
Manter uma aparência pessoal atraente.
13ª)
Cultivar o hábito da pontualidade.
14ª)
Desenvolver os princípios de cortesia ou boas maneiras no trato com os
superiores, iguais e inferiores.
15ª) Ter
capacidade de trabalhar com os outros num espírito de harmonia.
16ª) Ter
o hábito de gastar um pouco menos do que o salário que recebe.
17ª)
Cultivar o espírito de iniciativa e liderança.
18ª)
Vencer o desânimo e o pessimismo, cultivando em seu lugar o otimismo e o
entusiasmo em todas as coisas.
19ª) Ter
domínio próprio.
20ª)
Praticar a regra áurea ensinada por Cristo: "Tudo quanto, pois, quereis
que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a lei e
os profetas". S. Mateus 7:12.
Tema
apresentado na reunião de Cultura Geral, provavelmente em 1972.
9
CURIOSIDADES SOBRE NOMES – ANTROPÔNIMOS
Pessoas
existem que fazem interessantes coleções, como por exemplo um advogado de São
Paulo, que coleciona as frases escritas nos caminhões; cognominadas por alguém
como a sabedoria do irmão da estrada, sem dúvida, muitas delas originais e
utilíssimas para o nosso folclore.
Há muitos
anos, interessei-me pelo estudo dos nomes de pessoas, colecionando interessante
material, que desejo repartir com aqueles que se interessam pelo assunto.
O estudo
dos nomes é atrativo, tanto no seu significado etimológico, quanto na
excentricidade que alguns deles apresentam, a começar com a Bíblia, onde o nome
tinha um significado mais profundo e mais pessoal, porque o nome revela o
caráter, ou alguma circunstância por ocasião do nascimento ou da personalidade
de quem o recebia, parecendo que os pais, contra a própria vontade, sabiam
profetizar com exatidão, o que iria acontecer.
Sirvam de
confirmação os seguintes exemplos:
a)
Matusalém,
cujo nome significa, quando eu morrer virá o dilúvio. Ellen G. White diz que
Matusalém morreu no ano do dilúvio.
b)
Esaú
foi chamado de Edom, por ser apreciador de um manjar
vermelho, o guisado de lentilhas. Edom em hebraico
significa vermelho. Esta é a razão dos descendentes de Esaú até hoje serem
chamados de edomitas.
Tão
abarcante é o estudo dos nomes na Bíblia, que seria necessário uma extensa
monografia, para estudá-los satisfatoriamente. Em nossa apostila sobre as
Testemunhas de Jeová (III Edição) há um estudo de 18 páginas para os nomes de
Deus e de Cristo nas Sagradas Escrituras. Apenas acrescentarei o seguinte:
Isaías fala sobre a vinda do nome de Javé. Que significa isto? Significa que o
nome Javé representa a plenitude do poder, santidade e graça de Deus, revelados
em Seu caráter.
Os Salmos
associam o nome de Javé com a sua Justiça (89:15-16), com sua fidelidade
(89:24), com sua salvação (96:2), com sua santidade (99:31), com sua bondade
(100:4-5), com seu amor (119:55), com sua verdade (138:2), e com sua glória
(148:13).
A Bíblia
nos diz que pela nossa vida podemos blasfemar, poluir, desonrar o nome de Deus
e podemos também dar graças, temer, honrar, proclamar e bendizer o Seu santo
nome.
Em 1958,
apresentei, numa capela de cultura geral, o significado dos nomes de nossos
alunos dos cursos colegial, normal, comercial e teológico.
Em 1961,
noutra capela, fiz novamente um estudo de nomes curiosos e excêntricos
existentes em nossa pátria – Citamos vários trocadilhos e brincadeiras
semelhantes a esta, que naquele tempo tinha muita significação:
Eu pinto
telas, e o Jânio Quadros.
Eu sou de
ferro, e o Ademar de Barros.
Eu compro
uma chácara, e o Henrique Teixeira Lott.
Eu dou
salto, e o Mário Pinotti
(era o ministro da Saúde).
Eu sou
sincero, e o Cid Franco.
Se eu não
fizer, o Alfredo Fará.
No estudo
dos nomes encontramos alguns que são pitorescos e curiosos, enquanto outros são
extravagantes, ridículos e estultos.
Sabemos
muito bem que o nome, mais do que uma simples e despretensiosa convenção
social, funciona como o cartão de visita de uma pessoa, sua apresentação aos
outros, sua própria aceitação dentro da sociedade.
Para
certas pessoas, seus nomes excêntricos, exercem influência psicológica deprimente
ou mesmo nociva sobre a personalidade, como é fácil provar.
Por
exemplo, é sempre humilhante para um homem, possuir um nome feminino como
muitos já constataram.
A Revista
Veja, 09/10/74, noticiou o seguinte: A noiva de um moço de Belo Horizonte,
chamado Florisbelo, exigiu que ele o trocasse por um
outro, mais masculino.
Em Teófilo
Otoni, uma conhecida cidade de Minas, uma menina cuja mãe morreu no parto
recebeu o cruel e fatídico nome de Assassina.
Nomes
exóticos como os de Florisbelo e Assassina, o
antropólogo San Martins, já coletou às centenas em Minas Gerais, ao longo de um
paciente trabalho que consumiu mais de 10 anos Ele pretende reuni-los, agora,
no seu Manual de Folclore, a ser
editado em breve. Algumas das preciosidades, ele antecipa:
Em Catas
Altas, pequena comuna na região de ouro Preto, vivem as irmãs Fé, Esperança e
Caridade. Em São Francisco, um político arrebanha votos anunciando seu nome de
Brasiliano Brasílio Brás. Na Zona da Mata, os irmãos Lacerda foram batizados,
pela ordem, como Cifra, Cedilha, Vírgula e Cifrão.
Muitos
desses nomes extravagantes são anteriores ao decreto federal n.º 4.857, de 9 de
novembro de 1939, que determinava explicitamente, em seu artigo 69, que
"os oficiais do registro civil não podem
registrar prenomes suscetíveis de expor ao ridículo seus portadores".
Psicólogos
nos advertem que um nome fora dos padrões normais, pode significar um peso
intolerável para uma criança que o carregue, levando-se em conta as
brincadeiras absolutamente naturais, mas também naturalmente cruéis de seus
companheiros. O nome ridículo pode marginalizar a
criança, levando-a a um perigoso trauma psicológico.
Apesar da
determinação do governo, de 1939, nomes inconvenientes continuaram sendo
colocados com a conivência de certos cartórios, por isso, em 1974, o senador
Rui Santos, insistiu na mesma tecla, encaminhando um projeto para que os
oficiais do Registro civil não registrem nomes, que criem constrangimento aos
seus portadores: Rui Santos, lembrou, ao justificar sua iniciativa, que desde
quando era deputado vinha condenando o abuso "da invenção de nomes para
dar a filhos".
O que mais
me admira neste sentido, não é tanto os nomes extravagantes que pais
irresponsáveis e ignorantes, muitas vezes, com pretensão de originalidade, atribuem
aos seus filhos, mas sim, os responsáveis pelos cartórios, que se espera, sejam
mais esclarecidos, registrarem estas esquisitices.
Observe
este nome Catacisco, colocado no filho em virtude de
tomar uma parte do nome paterno Francisco, e outra do nome materno Catarina.
Existem
mais pessoas do que imaginamos, que têm aversão ou, mesmo horror ao nome que
possuem e de bom grado o trocariam por outro.
A Mudança do Nome
Pode uma
pessoa mudar o seu nome?
De acordo
com o Curador Geral dos Registros Públicos, os nomes apenas podem ser mudados,
nos casos em que as pessoas receberam nomes ridículos como: Himeneu Casamentício das Dores Conjugais, Camilo de Cadê o Negócio,
Manoelina Terebintina Capitulina
do Amor Divino, Rosa Simione de Cavalo Brito.
Caberia
bem neste estudo, um aspecto dos nomes que foram substituídos por pseudônimos,
muitos dos quais se notabilizaram em vários ramos da atividade humana, mas
parece que com certa ênfase na literatura. Podemos citar alguns bastante
conhecidos:
A famosa
poetisa Chilena, Lucila Godoy Algayaga, prêmio nobel
de literatura, conhecidíssima pelo pseudônimo de Gabriela Mistral.
Tristão de
Ataíde, nosso famoso crítico literário, tem como nome real Alceu de Amoroso
Lima.
Quais
seriam os fatores conscientes e inconscientes que levaram Poquelin a mudar para
Moliere, Beyle para
Stendhal, Tribault para Anatole France, Herzog para André Maurois, Langhorne
Clemens para Mark Twain,
Lucila Dupont para o nome masculino de George Sand e para concluir, Voltaire que aos 24
anos trocou o nome de família, que era Arouet o que adotou e com o qual se tornou célebre.
Os
chineses davam aos filhos um "nome de leite", isto é, um primeiro
nome que os próprios filhos, mais tarde, poderiam ou não modificar de acordo
com a sua predileção.
Certa
feita, alguns jornalistas, fizeram um levantamento na Câmara dos Deputados e
verificaram que os nomes de animais e árvores predominavam no Poder
Legislativo, para o qual foram eleitos 12 Oliveiras, 10 Pereiras, 6 Carvalhos,
5 Silveiras, 4 Nogueiras, 2 Limas, 1 Pinheiro, 8
Carneiros, 4 Coelhos, 2 Pintos, 2 Bezerras, 1 Leão e 1 Cordeiro.
Evidentemente
a flora e a fauna ali se achavam bem representadas. Ao escrever esta frase,
veio-me à mente o curioso incidente no qual se envolveram o historiador e
diplomata Oliveira Lima e o irreverente satírico Emílio de Meneses.
Oliveira
Lima era alto e muito gordo. Sua esposa Dona Flora Cavalcanti, delgada de
corpo, formava com o esposo violento contraste.
Certa
tarde o casal passou na frente de um grupo de pessoas, onde se achava Emílio de
Meneses. Ao vê-los, o poeta exclamou:
"Ali
vão a Flora e a Fauna Brasileiras?"
Alguém
teve a imprudência de publicar a pilhéria no jornal; Oliveira Lima, enraivecido
com a frase, para humilhante, publicou violento artigo em "O Estado de São
Paulo", chamando Emílio de Meneses de bêbado, vadio e outros adjetivos
injuriosos.
A resposta
de Emílio de Meneses veio em forma de um soneto, bastante injusto e
acrimonioso:
De carne mole e pele
bambalhona,
Ante a própria
figura se extasia.
Como oliveira –
ele não dá azeitona,
Como lima – parece melancia.
Atravancando a porta que ambiciona,
Não deixa
entrar nem entra. É uma mania!
Dão-lhe por isso
a alcunha brincalhona
De "paravento
da diplomacia".
Não existe exemplar
na atualidade,
De corpo tal e ambição tamanha,
Nem para intriga igual habilidade.
Eis, em resumo, essa
figura estranha:
Tem mil léguas
quadradas de vaidade
Por milímetro cúbico de banha!...
Nomes Curiosos
Síntese de
uma palestra pronunciada no I.A.E., no dia 31/08/1961.
Denominamos
onomástica o estudo dos nomes próprios. Destes, os dois grupos mais
significativos são os antropônimos – nomes próprios de pessoas, e os topônimos
– nomes de lugares.
A nossa
sucinta palestra de hoje apresentará algumas curiosidades antroponímicas.
Há uma
tendência de pôr nos filhos nomes de personagens célebres, porque os pais estão
persuadidos de que nos seus pimpolhos está o gênio que tais nomes simbolizam.
Por isso encontramos no passado muitos Alexandres, Napoleões, Homeros, Washingtons e entre nós
os Getúlios, Ruis, Juscelinos,
Ademares, Jânios e muitos
outros...
Logo
depois da Revolução Francesa, tornaram-se comuns os nomes de Danton e Robespierre.
As Marias
e os Josés, proliferaram muito em Portugal e no Brasil, por influência da
Igreja Católica.
Garcia
Redondo, proferiu há anos, em S. Paulo espirituosa conferência sobre nomes e
sobrenomes de pessoas do Brasil. Sobre negras chamadas Claras ou das Neves.
Sobre valentões chamados Pacíficos. Sobre terríveis pecadores com o nome de
Jesus.
De sua
palestra nos valemos para enriquecer o nosso assunto:
Garcia
Redondo, sendo engenheiro, certo dia foi procurado por alguém que queria
construir uma casa. Esse homem bateu à porta e foi dizendo ao senhor que lhe
apareceu: Quero falar com o Dr. Redondo. "Sou eu", disse Garcia
Redondo, que por sinal era muito magro e alto.
- Não,
disse o homem, é com o engenheiro.
- Sou eu,
repetiu Garcia Redondo.
- Mas é
com o Senhor seu pai que eu quero falar.
- Esse não
está aqui e não é engenheiro.
- Então o
senhor é que é o engenheiro Redondo?
-
Precisamente.
De que se
admira?
- É que eu
fazia idéia de que o senhor fosse muito mais velho,
gordo, muito gordo, redondo enfim.
Após esta
declaração, Garcia Redondo lhe perguntou: "E o senhor como se chama?"
-
Oliveira, um seu criado.
Garcia
Redondo fixou-o atentamente, olhando-o dos pés à cabeça.
Diante da
admiração do engenheiro, o Sr. Oliveira perguntou-lhe.
- O que se
está passando?
- Garcia
Redondo, com toda a naturalidade retrucou-lhe: "O senhor deve estar
enganado, não pode ter o nome de Oliveira, pois não tem raízes, galhos, folhas
e não produz azeitonas.
O conde de Monsaraz, poeta muito
conhecido em Portugal, chamava-se Antônio de Macedo Papança.
Um dia, ao
entrar numa pensão, o dono o cumprimentou em voz alta dizendo: "Bom dia
senhor Papança." Logo um senhor que estava
tomando a refeição na estalagem exclamou: "Papança!
O senhor chama-se Papança. E como Monsaraz
o olhasse admirado, acrescentou sorrindo:
- É que eu
me chamo Papão.
Ouviu-se
uma gargalhada e logo um outro freguês, que estava adiante disse: "Papança e Papão. Essa é muito boa, pois fiquem sabendo que
eu me chamo Pança."
Eis como o
acaso reuniu num mesmo sítio das terras Lusitanas, um Papança,
um Papão e um Pança com o mesmo objetivo, o de encher a pança.
Os jornais
noticiaram há algum tempo, que a Sra. Gláucia de Andrade Só, havia contraído
casamento com o Sr. Pimenta. Depois de casada, essa senhora, passou a chamar-se
Gláucia de Andrade Só Pimenta. Imaginem que nome ardido.
Os pais
deviam usar o bom senso ao atribuir nomes aos filhos, evitando assim combinações
desastrosas, como estes dois nomes de alunas do nosso Colégio. Wilma Luca e Daica Brito. Ao se casarem, recebendo o sobrenome do esposo
livraram-se da seqüência não muito agradável.
Todos nós
já ouvimos falar de nomes célebres da História Universal, como Frederico Barba
Roxa, Ricardo Coração de Leão e João Sem Terra.
Estes
nomes: João Palma de Santa Rita, Joaquim Ramos de Oliveira e Manuel Ramos de
Arruda são nomes botânicos, ornamentais e floridos. Há pouco tempo tivemos
Nereu Ramos e Flores da Cunha, nomes que se notabilizaram na política
brasileira.
O Sr.
Rolando Caio da Rocha, possui um nome que mostra a sua preocupação e receio
constante, que ao rolar ele caía da rocha.
O nome
Florentina de Pinho, forma a frase: flor em tina de pinho. E por falar em
Pinho, quem não conhece no meio adventista as famílias Pinho e Campos? João
Pinho se casou com a Ester Campos. A primeira filha deste casal recebeu o nome
de Flora de Campos Pinho.
O nome
feminino Malvina Pereira forma uma frase incompleta, pois não nos declara o que
a pessoa mal viu na pereira.
O
senhores João
Fachada de Casa Nobre e Antônio Gaio de Penaforte,
talvez não se sintam muito a vontade com os nomes que
receberam de seus genitores.
Vital
Brasil, notável médico brasileiro, impressionado com o número de pessoas que
morriam em conseqüência de picadas de cobra,
dedicou-se intensamente à produção do soro antiofídico, instalando o Instituto
Butantã, que tanto tem feito na solução deste problema nacional. Ele deve ter
pensado assim: Vi Tal Brasil necessitando de alguém que o auxiliasse, que me
atirei a essa nobre e elevada empreitada.
A
possuidora do nome Felicidade Perpétua de Macedo parece que estava solicitando
constantemente felicidade perpétua dê-ma cedo. A
felicidade perpétua é melhor cedo do que tarde. O senhor Jacinto Soares de
Campos, nesta época de poluição do ar, vive feliz, pois declara a todos: Já
sinto só ares de campos. De fato é bem mais agradável
do que sentir ares de cidade.
Manuel
Sola de Sá Pato, parece ser uma incoerência, mas é um nome real. Casou-se e
dessa união apareceram muitas solinhas de sapatinhos.
O senhor
Felício de Arco e Flecha, apesar do seu nome, nunca andou com arco e flecha. Um
dos secretários de educação do Estado do Rio tinha como nome de família Flexa, escrito
com X. Alguém ponderou que uma das razões para o ensino não ir bem naquela
unidade da federação era esta: o próprio dirigente do ensino, não sabia
escrever o seu nome corretamente, já que Flecha deve ser grafado desta maneira.
Joaquim
José Faria Ovo é um nome que sempre está no condicional, indicando o que o seu
autor faria se fosse ave.
Temos aqui
no colégio, um nome bastante conhecido, que está sempre no futuro. Sabeis qual
ê? É o do professor Hélio que nos declara que ele sempre Será Fino. Olhando a
sua compleição física, cremos que ele sempre estará de acordo com o seu nome.
Treze de Maio de 1888, não indica apenas a data da abolição da escravatura no
Brasil, mas o nome de uma pessoa que nasceu exatamente naquele dia.
Um conde
de Portugal deu os seguintes nomes às suas duas filhas:
Celeste
Aurora do Jardim dos Anjos e Branca Açucena do Jardim dos Anjos. Nomes
terrestres e angélicos, mas bastante evocativos.
Um cidadão
brasileiro chamava-se Bento Coelho do Amaral Feio. Mas este não é o único feio
que existe, pois no Ginásio do Estado onde estudei havia um professor com o
sobrenome de Feio. A esposa do Feio não devia ser Feio,
porque atentaria contra as regras de concordância da gramática, devia ser
Senhora Feia. Bela e Linda são nomes femininos existentes entre nós, embora nem
todas as portadoras destes nomes façam jus ao título que levam.
Pacífico
Armando Guerra é um nome disparatado, porque não é possível ser pacífico e
armar guerra.
Outro nome
contraproducente é o do senhor Francisco Caldeira de Pinho, desde que não
existe nenhuma caldeira que possa ser feita de pinho.
Pinho
Carneiro, Carneiro Leão e Carvalho Pinto são nomes incoerentes.
Rosa de
Oliveira é tão disparatado como Nogueira de Carvalho, Leite Penteado e Carvalho
Lebre.
Capote
Valente, célebre advogado de S. Paulo, tem um nome disparatadíssimo, porque
podemos encontrar um capote resistente, agasalhador, quente, mas um capote
brigão, valente, isto nunca. E dizem que o Dr. Valente era um dos homens mais
calmos e pacatos de S. Paulo. Até hoje temos em Pinheiros a Rua Capote Valente.
Gelásio Pimenta é um nome antitético, pois a
sua primeira parte da idéia duma substância fria,
gelada, enquanto a segunda tem conotação de algo que queima ou arde.
Ainda
nomes paradoxais encontramos em Bárbaras que são cândidas e Cândidas que são
bárbaras. Um Gordo que é magro e um Magro que é gordo. Um Grande que é pequeno
e um Pequeno que é grande. Um Branco que é preto e um Preto que é branco. Um
Cordeiro que é lobo e um Lobo que é cordeiro.
Clara
Branca das Neves é um nome alvíssimo na sua formação, porém, a sua possuidora
era uma preta retinta.
Quando
presidente de mesas eleitorais, deparei com vários disparates onomásticos, ao
aparecerem as Claras e Clarices bem escuras, mas a
senhora Preto, esposa de um de nossos ex-estudantes, que de preto sã tinha o
nome.
José
Fatiota Nova (Fatiota vem de fato - terno), era o nome de um maltrapilho que
mendigava nos subúrbios do Rio de Janeiro e que talvez nunca na vida, tivesse
vestido uma fatiota nova.
Horácio
Penteado era o nome de um senhor inteiramente careca, por isso só andava
penteado no nome.
O Sr. João
Casadinho, possuía um nome, que nos dá a entender que fosse um moço casado há
pouco tempo, porém era de um solteiro que morreu com mais de 80 anos.
No Brasil
tivemos as firmas: Domingos e Dias Santos, Leão Manso e Pato Bravo, Pires e
Leite Salgado, Matos e Campos e muitas outras existem por esses brasis afora
com nomes paradoxais.
Alguns
poderão estar pensando que muitos destes nomes citados são lucubrações
inexistentes, mas não o são, prezados estudantes, são todos nomes de pessoas
reais que existiram e outros ainda existem.
No Ceará
encontra-se um cidadão chamado: Raimundo Raio da Estrada de Ferro.
No
Instituto dos Beneficiários do Rio de Janeiro alguém colecionou uma lista de
nomes deste jaez:
Rodo
Metálico, José Casou de Calças Curtas, Prodamor
Conjugal de Marina e Marixa, João Cólica.
No Pará
existe a família Campos, com os irmãos Prólogo, Capítulo, Errata e Epílogo de
Campos.
Em Porto
Alegre há as irmãs Europa, Ásia, África e Oceania, dizendo o genitor que ainda
espera completar sua mapoteca filial com América, Pacífico, Atlântico e
Báltico.
Em João
Pessoa existe uma professora com o nome de Dona Mariazinha Peguei-Te.
Além dos
nomes bizarros, já citados, podemos acrescentar:
Adão Neto
Religioso.
Aniversário
José de Freitas.
Antônio
Noivo da Silva.
Antônio
Vinte de Julho de Mil Oitocentos e Cinqüenta e Cinco.
Bonfilho Vinte Filho.
Brasil
Primeiro Centenário da Independência.
Bernardino
Lopes Quatorze Voltas.
Estrada de
Ferro Central do Paraná.
Francisco
Doce.
Gentileza
de Queirós Pimenta.
Goiânia Goianita de Goiás.
José
Esteves Pastor da Igreja.
José
Quarto Filho.
Lúcio Sete
de Abril.
Maria
Jantar Oliveira.
Maria
Mária Mariá.
Maria
Verônica Conceição Sebesta.
Modesto
Pedregulho.
Oliveira
Filho e Neto.
Pedro
Nunes Folgado.
Pedro
Prazer de Nossa Senhora.
Pontino Sessenta e Quatro.
Teresinha
Barbuda Pereira.
Valdomiro
Eduardo e Seus 39.
Arlindo
Barba de Jesus.
Cafiaspirina Cruz.
João Cara
de José.
Céu Azul
do Sol Poente.
A.B.C.
Lopes.
Restos
Mortais de Catarina.
Inocêncio
Coitadinho Sossegado de Oliveira.
Vitório
Carne e Osso.
Maria
Passa Cantando.
Graciosa
Rodela.
Joaquim
Escova de Palha.
Manuel
Prego e Machado.
Magnésia Bisurada do Patrocínio.
Antônio
Noites e Dias.
Juana
Mula.
João Pensa
Bem.
Napoleão
Estado de Pernambuco.
Remédio
Amargo.
Marimbondo
de Andrade.
Rolando
Pela Escada Abaixo.
Naída Navinda Navolta Pereira.
José Maria
Guardanapo.
Francisco
Filho de Chinelo.
Ermínio
Nacional Futuro da Pátria Brasileira.
E para
concluir o sempre citado e por todos conhecido:
Um Dois
Três de Oliveira Quatro.
10
Em todos
os ramos do saber humano há maravilhas, que descobertas, produzem satisfação a
quem se dedica a tais estudos.
A língua
portuguesa, não faz exceção a esta regra, até bem ao contrário, é riquíssima em
questões interessantes, que podem ser apreciadas por todos nós.
Os dois
ramos mais interessantes sobre curiosidades lingüísticas
são encontrados na etimologia e na semântica.
Vasco
Botelho do Amaral, ilustre pesquisador da pátria lusa, após dedicados e
prolongados anos de estudo, escreveu o livro de 690 páginas Mistérios e Maravilhas da Língua Portuguesa,
que há alguns anos tive o privilégio de ler. Neste livro ele declarou o
seguinte:
"Há tantos mistérios e maravilhas em
nossa língua que se uma pessoa tivesse milhões de vidas e as gastasse nestes
estudos não chegaria ao fim".
Embora a
minha palestra não seja sobre assuntos deste livro, desejo apenas destacar que
foi com ele que aprendi a diferença entre as nossas palavras saco e saca, poço
e poça, barco e barca, cesto e cesta, vaio e vaia etc.
"Estes nomes embora não denotem sexo, têm, contudo, duas
terminações, uma masculina, outra correspondente feminina. O que há de notável
com estes nomes, é que na terminação feminina exprimem o mesmo objeto que na
masculina; porém, com menos altura e profundidade, e com mais âmbito ou largura;
no que há, por certo, uma imitação dos entes criados da natureza, em que as
fêmeas, sendo menos altas que os machos, apresentam, contudo maior bojo ou
capacidade. Assim, o cesto é mais alto e menos largo que a cesta, o saco que a
saca, o barco que a barca". Págs. 116 e 117.
Seria
também interessante notar a diferença que há entre madeiro e madeira, lenho e
lenha. Os entendidos nos dizem que a forma masculina é proveniente do neutro
singular latino, e de fato, guarda entre nós, a idéia
de singularidade; por isso dizemos que Cristo foi pregado no madeiro. A forma
feminina tem a idéia de pluralidade, pois assim
terminavam as palavras neutras no plural em grego e latim. As palavras madeira
e lenha, em nossa língua, confirmam esta significação.
Hoje
estudaremos alguma coisa sobre os números, ou palavras derivadas dos números.
Os romanos para a representação de seus algarismos adotaram certos sinais
rudimentares, representando, por exemplo, cada unidade por um traço, isto de um
a quatro.
Cinco V é
a grosseira imagem da mão.
Daí
começaram VI, VII, até dez, que são dois VV, superpostos pelo vértice ou duas
mãos. Os romanos ao entrarem em contato com os gregos eliminaram as letras
aspiradas que não podiam pronunciar corretamente, mas aproveitaram essas letras
para representarem números. O representou o número mil e a metade
dele 500 = D.
Passemos
especificamente ao estudo de alguns números.
Número Um
Do número
um latino temos em português uno, unidade, único, unir, reunir, algum, nenhum, etc. Não necessitamos explicar estas formas porque
são do conhecimento de todos nós.
Número Dois
Deste
número temos muitos derivados em português. A palavra dúvida é derivada de
dois, pois quem está em dúvida está entre dois estados de alma. O mesmo
acontece com dúbio.
As formas di e dis significam dois em grego
e correspondem a bi e bis em latim. As formas seguintes comprovam o seu
significado:
Dilema =
dois proveitos.
Diploma =
documento oficial expedido em duplicata.
Primitivamente era uma peça
oficial gravada numa placa dupla de bronze.
Dístico =
dois versos.
Dígamo = dois casamentos.
Bifurcar =
dois ramos.
Bígamo =
que tem dois cônjuges ao mesmo tempo.
Bisar =
querer duas vezes.
Duelo =
combate entre duas pessoas.
Número Três
O número
três deu origem a tribo, que era a terça parte do povo romano. E daí nasceu
tributo, a parte do imposto que recai na tribo. Tribuno era o diretor da tribo.
O comício
da tribo era feito na tribuna, donde vem também tribunal.
Com o
tributo veio o verbo atribuir, que era dar o que parecia justo ou pagar o
tributo justamente.
As
sacerdotisas gregas profetizavam sobre o trípode (um estrado de três pés), e
como auguravam males futuros diziam que tripudiavam sobre as desgraças humanas.
Triunfo –
era um grito e aclamação tríplice ao deus Baco. Depois passou a designar a
honra que se concedia aos generais que alcançavam grandes vitórias.
Triságio – Hino religioso que começa com as
palavras latinas Sanctus, Sanctus, Sanctus. Triságio significa em grego
três santos.
Há muitas
outras palavras em português onde aparece o elemento tri, basta pensar em:
tricolor, tricromia, triciclo, triângulo, tríade, tridátilo.
Número Quatro
As formas
derivadas de quatro, em português, são menos representativas do que as dos
números anteriores.
Quarto –
medida que tem a quarta parte de uma outra maior. Quarto como parte da casa,
foi assim designado pelo fato da habitação estar
dividida em quatro partes.
Quadro e
quadra = quatro lados.
Caderno – coleção de quatro folhas de papel; vem do latim quaternum.
Cátedra e
cadeira – João Ribeiro vê na origem destas palavras o número quatro, todavia o
dicionário de Morais dá outra explicação (kata =
sobre e hedra = assento).
Número Cinco
Em
Portugal, as propriedades rurais, correspondentes às nossas chácaras recebem o
nome de quintas, assim chamadas, porque o rendeiro tinha a quinta parte dos
frutos.
Na
história do Brasil conhecemos bem a palavra quinto, que era o imposto de 20% ou
a quinta parte que o erário português cobrava das minas de ouro do Brasil.
Derivado
ainda de cinco temos a palavras quinhão, primitivamente era a ração da quinta
parte. O verbo aquinhoar, que significa partilhar, distribuir, etimologicamente
significa dividir em quinhões ou em cinco partes.
No dialeto
eólico da Grécia o número cinco era pompe, derivado
deste número temos Pompeu e Pompílio, que dizer o quinto filho da família.
Os romanos
por falta de originalidade em atribuir nomes aos filhos, eles os chamavam de Secundus,
Tercius, Quartus, Quintus, etc.
A palavra Pôncio também significa quinto no dialeto osco da Itália.
De origem
persa temos a palavra ponche (punch)
que significa cinco. É nome de uma bebida como sabemos, mas o que isto tem que
ver com cinco? É bem simples, recebeu este nome porque cinco eram os
ingredientes que entravam na preparação desta bebida usada pelos orientais.
Ponche ou poncho é também o nome de uma espécie de capa de lã, assim denominada
por extensão psicológica. Esta capa aquece a pessoa, assim como o faz a bebida.
Em grego,
cinco é pente, do qual temos várias derivações em português, como as seguintes
palavras:
Pentateuco
– cinco livros;
Pentecostes
é cinqüenta em grego.
O pente
que usamos para pentear o cabelo, foi assim chamado porque os primeiros tinham
apenas cinco dentes.
Será que a
expressão: "Mandar alguém para os quintos dos infernos" tem que ver
com o número cinco? Sim, tem que ver. Explica-se pelo bárbaro costume de quintar os regimentos, isto é, tirar um de cada cinco para
ser castigado em caso de indisciplina coletiva. Processo análogo era o método
de dizimar ou fuzilar um de cada dez.
Há em
português a expressão "quintessência" que significa, extrato levado ao
último apuramento, a parte mais pura; na química a parte mais ativa e de maior
virtude. Significa ainda o melhor, o essencial de um discurso ou de um livro.
Esta expressão tem origem grega, pois sabemos que eles tinham 4 elementos (ar,
água, terra e fogo) e o quinto era o corpo livre de todas as impurezas – o
éter, que recebia o nome de quinta essência.
Número Seis
Depois de
cinco, os números apresentam menos derivados interessantes; dizem os
pesquisadores que talvez a razão seja esta: os povos primitivos dificilmente
contariam além de cinco, que representa a mão.
Sesmaria
era a sexta parte da terra dada para ser cultivada.
Derivação
curiosa apresenta a palavra sesta – hora de descanso, depois do almoço. Na
contagem das horas, a começar do nascer do sol, como é usada na Bíblia a hora
sexta era a do meio dia.
O verbo
assestar = apontar, dirigir, tem sua origem em seis, porque vem da sexta parte
do círculo.
O vocábulo
bissexto, que significa o dia que de quatro em quatro anos se acrescenta ao mês
de fevereiro, é proveniente do calendário Juliano. Recebeu este nome por ser o
segundo sexto dia que se intercala a 25 de fevereiro, antes das calendas de
março.
Os latinos
usavam o processo de chamar os dias de calendas, de onde nos vem a palavra
calendário – Calendas e calendário são provenientes do verbo grego caleo – chamar.
Será
também útil o conhecimento desta expressão. "Ad Kalendas
Gregas" – Para as calendas gregas. Assim dizer: Vamos deixar isto para as
calendas gregas, é o mesmo que dizer para o dia de São Nunca, desde que os
gregos nunca tiveram essa divisão do tempo, que era usada pelos romanos.
Número Sete
Do numeral
sete temos semana – septem-mane = sete manhãs ou sete
dias.
Temos
ainda o Sete-Estrelo, nome popular da plêiade, constelação composta de sete
estrelas. Esta constelação foi de considerável importância para os navegadores,
por isso recebeu esse nome do verbo grego pleo =
navegar. Por metáfora, recebeu o nome de plêiade, um grupo dos melhores poetas
líricos de Alexandria.
Os
estudantes de Literatura Brasileira estão bem lembrados da Plêiade Mineira em
nossa literatura.
Número Oito
Este
algarismo não apresenta derivações populares.
Número Nove
O nosso
vocábulo novo é derivado do número nove. Nove marcava o começo de uma numeração
tetrádica – de quatro a quatro.
Número Dez
Dez
culmina com o sistema de contar pelos dedos. De dez temos dezembro, décimo mês
do antigo calendário romano. Da mesma maneira que os nomes setembro, outubro e
novembro referem-se ao sétimo, oitavo e nono mês. No antigo calendário romano o
ano começava em março.
Derivado
de dez temos também Décio, que era o décimo filho. Evidentemente o nome perdeu
a sua significação etimológica, já que pouquíssimos Décios
seriam o décimo filho.
O nosso
termo tão questionado – dinheiro – também é proveniente de dez, ou melhor de
denário que era dez vezes a unidade ínfima, o as. As, em latim, era a unidade
que servia de termo de comparação para as moedas.
Decano –
em latim era o suboficial que comandava dez soldados. O mais velho entre dez
frades. Hoje o membro mais velho em qualquer corporação civil ou religiosa.
Cem
Cem em
grego é hecaton,
do qual temos muitas formas em português como:
hectare - medida equivalente a cem ares,
hectograma -
cem gramas,
hectolitro - cem litros,
Das
palavras usadas com hecaton, uma das mais
interessantes é hecatombe – cem bois. Era um sacrifício em que matavam cem
bois. Por extensão de sentido a palavra passou a designar o sacrifício de
muitas vítimas, matança humana.
Conto
Há alguns
anos quando a base para o nosso dinheiro era o mil réis,
muito se falava no conto, que era mil vezes mil réis. Muitas vezes pensei: por
que recebia o nome de conto de réis? Conto vem de
cômputo – número. Conto era um milhão de réis.
O padre
Manuel Bernardes escreveu que a biblioteca de Alexandria possuía mais de um
conto de livros, isto é, um milhão de livros. Ou quem sabe também mais de um
livro de contos.
Na
administração portuguesa havia a casa dos contos, equivalente em nossos dias ao
tesouro. Em Ouro Preto, até hoje, ainda é conhecida a Casa dos tontos, onde
Cláudio Manuel da Costa se enforcou.
Zero
A palavra
zero vem do árabe, pois sabemos que eles foram grandes cultores da matemática.
Embora a palavra seja árabe, a representação vem dos gregos.
Nas Tábuas
de Ptolomeu, a letra 0 representava a ausência de qualquer valor, e foi tirada
da primeira letra da palavra grega = ouden, que
significa nada.
Pela
exposição feita até aqui se pode ver quanta curiosidade há em alguns números.
Nota
: Este tema foi
sugerido, em sua maior parte, pelo interessante e útil livro "Curiosidades
Verbais" de João Ribeiro, e apresentado na Semana de Português, em
setembro de 1964 no 1.A.E.
11
De acordo
com o professor Christian
Chen, em seu livro Os Números na Bíblia,
pág. 81, o número seis é mencionado 199 vezes na Bíblia. "Seis" é o
número do homem, porque o homem foi criado no sexto dia da criação. O
"6" está aquém do "7", que é o número da perfeição. É o
número do homem no seu estado de independência sem o cumprimento do eterno
propósito de Deus.
"Seis"
é também o número do trabalho. Marca a conclusão da criação como trabalho de
Deus. Deus trabalhou seis dias, depois "descansou no sétimo dia".
Na página
82 Christian Chen
declara:
"Atualmente,
segundo a Bíblia, este é um perfeito número de imperfeição".
O antigo
"deus sol" do paganismo tinha o número místico de 666. A ciência
astrológica pagã, dividiu o céu estrelado em 35 constelações, cujos números
foram arranjados num quadro (como o que se segue), e usados como um selo ou
amuleto, pelos sacerdotes pagãos, adoradores do sol.
"Sigilia Solis"
"O Selo do Sol"
1 |
32 |
34 |
3 |
35 |
6 |
30 |
8 |
27 |
28 |
11 |
7 |
20 |
24 |
15 |
16 |
13 |
23 |
19 |
17 |
21 |
22 |
18 |
14 |
10 |
26 |
12 |
9 |
29 |
25 |
31 |
4 |
2 |
33 |
5 |
36 |
Estes
nomes somados vertical, horizontal ou diagonalmente, dão o total de 111. As
somas das seis colunas, computadas vertical ou horizontalmente perfazem 666.
Este foi o "número sagrado" do "deus sol" e constitui o seu
selo.
Quando o
título do verdadeiro Cristo (diversamente grafado nos Evangelhos), foi escrito
na cruz, apareceu em latim, grego e hebraico. S. João 19:19 e 20. Da mesma
forma os "nomes" de Apoc. 13:1 (ou títulos)
do "anticristo", assumidos e dados em vários tempos, cada um em sua
própria língua, chega ao número místico do sol, isto é, 666. Isto é exatamente
o que foi predito em Apoc. 13:18.
Conforme o
registro da História da Igreja, a primeira pessoa que procurou estudar este
número, foi o Pai da Igreja Irineu (130-202 AD), chegando a declarar a besta
como sendo o anticristo, cujo valor numérico de seu nome era 666.
Entendidos
no assunto, aplicaram aqui e acolá, este número a outras pessoas, mas no início
do século XVII, teólogos e professores aplicaram este número ao chefe do
romanismo (o Papa); a quem qualificaram de anticristo, por se encontrar
liderando doutrinas contrárias à Bíblia e a Cristo consequentemente. O
professor M. A. Helwig (1572-1643), grande erudito em
grego e latim, encontrou nas línguas hebraica, grega e latina 15 títulos, cujo
valor numérico dos algarismos somados, dão o número 666.
Como tais
cálculos eram feitos?
Em
primeiro lugar, devemos ter em mente, que nas línguas hebraica, grega e latina
as letras eram usadas com valor numérico, assim o número 666, usado em Apoc. 18, aparece no grego representado pelas letras Ki, Csi e Estigma – v.
Em segundo
lugar, quando João escreveu o Apocalipse, existia a chamada ciência críptica (cripto em grego significa oculto) porque
ocultava o nome, referindo-se à pessoa pelo valor numérico do seu nome.
Ilustremos esta prática com o nome do Dr. Reginaldo Soares da Silva, cujo valor
hipotético das letras somam 618. Assim naquele tempo, para proteger a pessoa do
Dr. Reginaldo, em vez de alguém se referir ao seu nome, diria apenas: o 618 fez
isto, foi a tal lugar, vai chegar logo.
Vejamos
agora, os mais comuns nomes ou títulos latinos, gregos e hebraicos, estudados
pelo Professor N. A. Helwing e outros pesquisadores
aplicados ao Papa, cuja soma do valor numérico das letras atinge 666.
I – Latinos
1
) "Vicarius
Filii Dei" (Vigário do
Filho de Deus).
Este nome
aparece na Constituição da Igreja Católica Romana - Decrecut Cratiani,
Prima Pars, Distinctio XCVI, "Beatus Petrus in terris Vicarius Filii Dei
videtur Constitutus".
Este
título, hoje, não é usado na tríplice coroa do Papa,
mas crêem os estudiosos que deve ter sido usado em algum
tempo no passado. O importante é que ele se encontra no cânon da lei.
2) "Vicarius
Generalis Dei in Terris"
(Vigário Geral de Deus na Terra).
Título
assumido pelo Papa de Roma, no Concílio de Trento - 1543 a 1563 A.D. Este
Concílio restaurou os dogmas da Igreja Católica Romana e condenou o
protestantismo.
"Horae
Apocalipticae" de
Elliott, nota sobre Apocalipse 13:18.
3) Dux Cleri - condutor do Clero.
Título
assumido pelo Papa, que pretende ser a cabeça de todos os ministros de Cristo.
4) Dic Lux - anuncia ou proclama a luz.
5) Ordinarius
Ovilis Pastor - Pastor do
aprisco comum.
Cada uma
destas 5 frases em latim somam 666.
Todas elas
são blasfêmias porque usurpam, em cada caso, as prerrogativas do Espírito
Santo, verdadeiro representante de Cristo na Terra. S. João 14:16, 17, 26;
15:26; 16:7-16.
II – Gregos
6) v (Lateinos)
"O homem que fala latim".
Observando
o papado, notaremos uma peculiaridade, enquanto as línguas sagradas da Bíblia
são o hebraico e o grego, o Papa quando fala, ex-catedra,
sempre o faz em latim; os serviços religiosos, até há pouco tempo, eram todos
em latim. Sua Bíblia é a "Vulgata", ou seja
a versão latina das Sagradas Escrituras, que a Igreja Católica considera como
autoridade infalível na Crítica Textual, em vez do grego e do hebraico. Lateinos nas letras gregas eqüivale
a 666.
7) (He Latine Basileia). "O reino
latino". Desde janeiro de 754 A.D., quando Pepino conferiu ao Papa Estêvão
II a primeira doação dos Estados Papais, o Pontífice Romano sempre tem
pretendido ser um rei temporal. Ele foi privado desse privilégio em 20 de
setembro de 1870, por Vítor Emanuel II, e sua morada limitada ao Vaticano, como
um prisioneiro de si mesmo. Em 12 de fevereiro, de 1929, Mussolini restaurou-lhe algumas partes de seus antigos domínios.
Desde então, o Sumo Pontífice, é outra vez "rei". Esta expressão
também perfaz o número 666.
Os nomes
de 400 outros têm sido provados em grego, porém, nenhum deles completa o número
666.
8) (Ekklesia Italiká). "Igreja da Itália". A Igreja Católica
Romana é a Igreja Nacional da Itália, como a Episcopal o é da Inglaterra.
Igreja da Itália em grego é igual a 666 (5, 20, 20, 30, 8, 200, 10, 1, 10, 300,
1, 30, 10, 20, 1 = 666).
9) v (Papeiskós)
"Papista". Cada um que aceita o Pontificado do Papa de Roma é um
"Papista". É muito significativo que a palavra grega
"Papista" também dá 666. As somas de outros nomes têm sido provadas,
tais como Batista, Adventista, Metodista, etc., mas
nenhum destes perfaz o número 666, salvo a palavra " Papeiskós"
(80, 1, 80, 5, 10, 200, 20, 70, 200).
II – Hebraicos
10)(Romith)
"Romana", ou seja a "filha de
Roma". O nome profético, favorito para a Igreja Judaica, foi a "Filha
de Jerusalém" ou a "Filha de Sião". A Bíblia fala também da
"Filha de Babilônia", a "Filha do Egito", etc.; porém,
nenhum deles, ou qualquer outra soma de nomes que têm sido examinados em
hebraico, perfaz o número 666, salvo Romith. (Resh eqüivale a 200, vav a 6, men 40, iod 10, 10, tau a 400.
Soma 666).
11) (Romithi)
"Romano",
ou "Filho de Roma", em face do elemento central no Papismo ser um
homem – o Papa de Roma. É significativo o fato de que a forma masculina da
palavra "Romithi", indicando em si mesma o
Sumo Pontífice, resulte no número 666.
Nota:
Ninguém poderá encontrar outro poder, cujos vários nomes em hebraico, grego e
latim dêem o total de 666, como a soma dos valores
numéricos das letras separadas. Porém, o Papado como foi visto nestas 11
frases, está selado com este número profético.
É ainda
bastante significativo, o fato do número do poder papal, ser semelhante ao
número sagrado dado antigamente ao "deus sol". A conclusão lógica a
que chegamos, é que o Papado é o antiga adoração pagã
do sol, disfarçado no Poder Supremo do Cristianismo.
Vale a
pena notar ainda, que domingo (Sunday,
em inglês, e Sontag,
em alemão) era o dia pagão do sol, recebendo seu lugar na Igreja Cristã, como
um usurpador do sábado do Senhor. Apocalipse14:9-12; 15:2; 16:2.
Antes de
concluir esta parte, seria bom saber, que outros nomes têm sido propostos em
hebraico, grego e latim para chegar ao número 666. Em todos os casos, o arranjo
tem sido feito de maneira astuciosa, com as letras destas três línguas, a fim
de produzir o requerido número 666.
Dentre
estes nomes destacam-se: Nero, Martinho Lutero, Mahomé,
Napoleão, Bismarck, Kaiser, Mussolini, Hitler e Ellen Gould White.
O Número Sete na Bíblia e Fora Dela
Há uma
frase, bastante usada entre nós, que declara ser o sete o número da perfeição.
Em seis
dias fez o Senhor os céus, a Terra, o Mar e todas as coisas, e vendo que a sua
obra era perfeita, Ele
descansou no sétimo dia.
Na Bíblia,
este número, tem uma preponderância digna de destaque, aparecendo nada menos de
735 vezes.
No livro do Professor Christian Chen, já anteriormente citado, pág. 83,
ele afirma:
"Sete
é o número da perfeição, geralmente com ênfase espiritual. Em hebraico a
palavra "sete" é "Chevah". Vem da
raiz "Sabah", ser cheio ou satisfeito, ter bastante. Portanto, o
significado da palavra "sete" é dominado por esta raiz, pois no
sétimo dia, Deus descansou do trabalho da Criação. Estava pleno e completo, e
bom e perfeito. Nada poderia ser acrescentado ou tirado dele sem prejudicá-lo.
Sete vezes Deus fez o comentário sobre suas obras, "É bom". Ele
estava satisfeito e então descansou. É o sete, portanto, que sela com perfeição
e inteireza aquilo em relação ao qual é usado".
O Senhor
disse em Gên. 4:15 – "Portanto qualquer matar a Caim, sete vezes será
castigado."
Sete anos
Jacó serviu por Raquel. Gên. 29:18.
No Salmo
119, verso 164, lemos:
"Sete vezes no dia eu te louvo pela
justiça dos teus
juízos".
Em Prov.
24:16 há esta declaração:
"Porque sete vezes cairá o justo, e se
levantará".
Certo dia,
Pedro querendo patentear a Jesus sua bondade pessoal disse: "Senhor, até
quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete
vezes?" A lei mosaica determinava até sete vezes. Mas Cristo vai além e
diz a Pedro: "Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes
sete". S. Mateus 18:21, 22.
Iríamos
muito longe se fôssemos estudar todas as referências bíblicas ao número sete.
Sete
animais limpos entraram na arca.
Sete anos
foram os de fome e sete os de fartura.
Moisés
recusou sete vezes quando foi chamado para livrar o povo de Deus.
Sete eram as bênçãos e sete as
maldições no antigo Israel. Deut. 7 e 28.
Jesus
chorou sete vezes, e sete foram as suas frases pronunciadas sobre o madeiro.
O livro de
Apocalipse, em seu primeiro capítulo, nos fala nas sete igrejas, que significam
as várias fases históricas da Igreja de Cristo. A Bíblia também nos fala das
sete estrelas, dos sete espíritos, dos sete candeeiros, dos sete anjos e dos
sete selos. Todos esses sete têm uma significação especial, revelam fases
históricas da Igreja até a segunda vinda de Cristo.
Sete são
os dias da semana e esta contagem do tempo é a
contagem perfeita, porque foi estabelecida por Deus.
Sete são
as notas do piano.
Sete as
cores do arco-íris.
Sete as maravilhas
do mundo.
Sete as
colinas de Roma antiga.
Sete os
sábios da Grécia. etc., etc.
12
DIFERENÇA ENTRE UMA ESPOSA E
UMA ESPIGA
Futura
Esposa
Quando eu te
vejo, natural, sorrindo
Varrer a casa ou
preparar a mesa,
Calma, na graça de teu porte lindo,
Como o porte ideal de uma
princesa;
Quando eu te
vejo os passos dirigindo
À nossa igreja, à qual te julgo presa,
E ali orar, com teu fervor infindo,
E a chama da fé mantendo acesa;
Quando eu te
vejo a cuidar da roupa,
ou, na cozinha, os pratos preparando...
Aquele doce..
esta cheirosa sopa...
- Então, doce mulher, eu te bendigo,
E, sozinho, em minha alma vou pensando:
- Feliz do homem
que casar contigo!
Futura
Espiga
Quando eu te
vejo, leviana e tonta,
Correr as ruas, decotada e rindo,
De mini-saia que a
decência afronta,
Mandando olhares e
outro olhar pedindo;
Quando eu te
vejo, sem te dares conta
Amando a moda, e ao
cinema indo,
Pintando as unhas
de felina ponta,
E da cozinha, com pavor, fugindo;
Quando eu te
vejo, ó cabecinha oca,
Calças compridas,
botas, maneirando,
Cheia de gírias
mundanais na boca;
- Vejo que Deus te fez
para castigo,
E vou piedosamente lamentando:
- Ai do infeliz
que se casar contigo!
13
CANAL
23
Uma
tradução diferente do Salmo 23 feita pelos apaixonados da televisão.
Se você é
um grande apreciador da televisão, aqui se encontra a nova redação do Salmo 23
dos telespectadores.
Este Salmo
passa a ser o Canal 23, sendo esta a sua linguagem:
1.
Sendo
o televisor o meu pastor, sempre me faltará o crescimento espiritual.
2.
O
televisor faz sentar-me muitas horas por semana, nos pastos mundanos, para
levantar-me vazio das coisas de Deus. Transporta-me para junto das águas
poluídas do mundanismo. Guia-me pelas sendas decadentes do crime e da
degenerescência moral, porque sou grande apreciador de suas cenas escabrosas.
3.
Ele
renova meu conhecimento das coisas mundanas, desperta em mim prazeres ilícitos,
afastando o desejo de estudar a Palavra de Deus e de assistir aos cultos.
4.
Mesmo
estando para morrer, continuarei em frente do televisor, enquanto ele
funcionar, porque seus programas me estimulam e suas músicas e sua imagem me
confortam.
5.
Ele
me oferece uma mesa repleta de muita distração, traz o mundo para dentro de
minha casa, para orientar minha família. Enche-me a cabeça das sujidades do
mundo de tal maneira que o cálice da indignidade transborda. Falo tanto de suas
apresentações, especialmente das novelas, que não há tempo para o culto
individual e em família.
6.
Diante
desta realidade, o mal, a miséria, e muitos vícios seguir-se-ão todos os dias
da minha vida e no final habitarei no lugar preparado para o diabo, os anjos
maus e os infiéis para todo o sempre.
14
ACRÓSTICO
Em 1868,
no dia do aniversário de D. Pedro II, um dos grandes jornais do Rio de Janeiro
publicou os seguintes versos em homenagem ao Imperador:
Oh!
Excelso Monarca, eu vos saúdo!
Bem
como vos saúda o mundo inteiro,
O mundo que conhece as vossas glórias...
Brasileiros, erguei-vos e
de um brado
O monarca saudai, saudai com hinos,
Do dia de dezembro o dois faustoso.
O dia que nos trouxe mil venturas!
Relembra o nascer d' alma a artilharia
E parece dizer em tom festivo:
Império do Brasil, cantai, cantai!
Festival harmonia reina em
todos:
Alegres, elevemos os corações!
Zelemos, decantando-a sem cessar
A excelsa Imperatriz, a mãe dos pobres,
Não
olvidemos também de festejar,
Neste dia imortal, que é
para ela
O dia venturoso em que nascera
Sempre grande, imortal Pedro II.
Esta
poesia escondia, no entanto, uma perfídia. Era nada mais que um acróstico,
cujas letras iniciais de cada verso formavam a seguinte frase:
"O
bobo do Rei faz anos".
O
magnânimo D. Pedro II, não teve interesse em averiguar, para descobrir o autor
desta brincadeira de mau gosto.
15
D.
Antônio de Macedo Costa
Primeira
regra de estilo, uma das principais e porventura a mais esquecida de todas: a
naturalidade, por oposição à afetação ridícula.
Quanto
autor no galarim da fama, réu desse delito, e quantos oradores, aliás dignos de
encômios pelos dotes singulares de seu engenho e imaginação, responsáveis
perante a crítica sisuda, por falta de uma nobre simplicidade no estilo e
boleio de suas frases!
Muita
atenção, orador noviço, para este ponto capital! Nada de ornatos supérfluos,
apegados como parasitos a uma palavra: miserável ouropel por cima de
pensamentos muitas vezes ocos, sem solidez alguma,
só para engano da vista de espíritos superficiais ou de mau gosto.
Um brilho
fosforescente e um deslumbramento passageiro como de um jogo de artifício – tal
o único mérito desses campanudos oráculos do púlpito cristão.
Idéias, porém, sólidas, bem deduzidas, ordem
rigorosa de raciocínio, doutrinas exatas lealmente expostas, isso nunca! Não
assim os Bossuets, os Bourdaloues, os Massiluns e todos os outros grandes da eloquência
do púlpito do grande século de Luís XIV.
Que nobre
simplicidade! Que naturalidade sublime! Que opulenta sobriedade! Qual rio
caudaloso por entre margens ora severas e escarpadas, ora floridas e risonhas,
mas sempre formosas de naturalidade, assim o pensamento desses famosos gênios
por entre a frase, ora simples, ora mais ornada, sempre, porém, em relação com
o assunto, cheia de graças ingênuas, de louçainhas despretensiosas.
Ministros
do Altíssimo, culpados dessa espécie de profanação da palavra santa!
Desgraçados de vós por esse abuso tão estranho dos dons de Deus e das graças do
nosso divino mistério! Mas, nem mais palavras! Sobre desvios como esses, só
lágrimas e muitas lágrimas!
LEIA UMA VEZ POR
MÊS E PRATIQUE
DIARIAMENTE
2 4 6 8 10 12
Digais |
Sabeis |
Diz |
Sabe |
Dirá |
Não sabe |
Façais |
Podeis |
Faz |
Pode |
Fará |
Não deve |
Acrediteis |
Ouvis |
Acredita |
Ouve |
Acreditará |
Não é |
Gasteis |
Tendes |
Gasta |
Tem |
Gastará |
Não tem |
Julgueis |
Vedes |
Julga |
Vê |
Julgará |
Não é |
Não |
Tudo Quanto |
Porque Aquele que |
Tudo Quanto |
Muitas Vezes |
O que |
1 3 5 7 9 11
Regra
áurea achada nas ruínas de Persépolis, cidade construída por Dario e incendiada
por Alexandre em 331 A.C., gravada numa pedra como símbolo.