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OS GRANDES DESAFIOS PARA A VITÓRIA

 

1 AS DESVANTAGENS DA BELEZA FEMININA-PROVÉRBIOS 31.30

 

2 PPPPPPP-FÓRMULA PARA VENCER NA VIDA

 

3 A SIMULAÇÃO COMO ARMA PARA VENCER

 

4 COMO DESENVOLVER UMA BOA PERSONALIDADE

 

5 O VALOR DE TER UM LEMA E UM ALVO

 

6 O JOVEM E SEU IDEAL

 

7 O VALOR DE UMA PEQUENA PALAVRA

 

8 SUGESTÕES PARA SER VITORIOSO

 

9 CURIOSIDADES SOBRE OS NOMES-ANTROPÔNIMOS

 

10 CURIOSIDADES SOBRE OS NÚMEROS

 

11 O NÚMERO 6 O 7 E O 666

 

12 DIFERENÇA ENTRE UMA ESPOSA E UMA ESPIGA

 

13 CANAL 23

 

14 ACRÓSTICO

 

15 DISCURSO SEM VERBOS


 


 

1

AS  DESVANTAGENS  DA  BELEZA  FEMININA

 

Provérbios 31:30

TOPO

 

Será que Deus não criou a mulher bonita? Temos certeza que sim, ele a criou formosa e bela, como então poderemos falar de desvantagens de alguma coisa criada por Deus. Estas desvantagens vieram depois do pecado, porque com ele surgiram o orgulho, a vaidade e a presunção. Daí concluir de maneira irrefutável um grande e sábio rei: "A beleza é vaidade e engano, e o seu valor é efêmero".

Duas vezes por ano – conta-nos o Talmude – as jovens filhas de Jerusalém vestidas de branco, com flores nos cabelos, iam dançar nas vinhas. Os moços ali apareciam para vê-las e escolher cada um a sua noiva; mas, o que nos interessa era o que as futuras esposas cantavam.

"Observar com atenção rapazes e tratai de escolher bem; não vos iludais com a beleza, mas consultai antes a família, as virtudes e nobreza das jovens, porque a graça e enganadora e a formosura incerta e perecível".

Hoje deveríamos ainda proclamar bem alto para que todos os moços ouvissem: não escolham uma companheira para a vida unicamente porque ela tem um rosto bonito, porque muitos já o têm feito e se arrependeram amargamente.

Vejamos sucintamente algumas das desvantagens que têm de enfrentar as moças belas:

1ª) As moças bonitas obtêm, via de regra, menos sucesso nos estudos.

Esta afirmação se encontra baseada em fatos.

"Dois professores da Universidade da Califórnia, classificaram 600 moças, estudantes daquela escola pelo seu aspecto físico. Examinaram os seus boletins e verificaram que as bonitas estavam 14 pontos abaixo das moças comuns na beleza".

As moças que não são bonitas, compensam a deficiência de seus atrativos naturais, dedicando-se mais aos estudos e desenvolvendo uma personalidade mais agradável. As moças bonitas despendem muito mais tempo na frente de um espelho, enfeitando-se inutilmente.

Há moças que acreditam que a beleza é a coisa mais vital e importante do mundo, porém, há valores, e há qualidades que sobrepujam muito a beleza física.

Afirmou notável artista: "Pelo que tenho observado, os homens casam de preferência com as moças joviais, animadas, compreensivas e bem humoradas".

2ª) As jovens formosas têm muito menos probabilidade de êxito em seus empregos, conforme estatística apresentada na Revista Seleções de dezembro de 1950.

3ª) As jovens bonitas têm menos probabilidade de um casamento feliz.

Benjamin Franklin aconselhava os jovens a desposarem mulheres feias, porque estas se esforçariam mais para se tornarem boas esposas. Estatísticas têm demonstrado que as possibilidades de um matrimônio feliz e duradouro são para as moças bonitas, 25 por cento abaixo da média. Um dos pontos básicos para a felicidade no casamento é uma vontade profundamente arraigada de dar, de agradar e a pessoa bonita, acostumada ao endeusamento não sabe cultivar estas virtudes.

D. Francisco Manuel de Melo, escritor clássico de Portugal, em seu conhecido livro Carta de Guia de Casados afirma que estava indeciso se a beleza foi dada à mulher como prêmio ou como castigo, mas depois de fazer várias ponderações concluiu que a beleza é um castigo, porque a moça bonita, quase sempre é vaidosa, cheia de si, importante aos próprios olhos, tornando-se assim antipática e insuportável.

4ª) A moça bela tem menos possibilidade de ser virtuosa.

Galeão Coutinho em seu livro Dona Marcolina, assevera que a formosura e a virtude dificilmente caminham juntas.

Bertrand Russell, grande filósofo e matemático inglês, no livro A Conquista da Felicidade diz que as pessoas que não são bonitas, geralmente se tornam mais bondosas, para conquistarem a afeição dos outros.

Há um provérbio que diz: "Quem tem mulher bonita e castelo em fronteira não lhe falta canseira".

A mulher bonita para muitos esposos é um eterno pesadelo. Quem sabe alguns de vocês estão pensando, isto depende da virtude ou do caráter da esposa.

Eu faço uma pergunta: Não acham que Sara era uma mulher virtuosa? Sim, mas isto não impediu que Abraão perdesse o sono devido a beleza da sua distinta esposa.

5ª) A jovem desprovida de atrativos físicos é mais prendada e dedicada aos trabalhos domésticos.

A bonita confia na beleza física para triunfar, a vida é fácil, todas as portas se abrem com facilidade, ela não aprende a lutar, enquanto as desprovidas de formosura, compensam com qualidades morais, os atributos efêmeros da fugidia beleza.

6ª) A pessoa que não é bonita, tem mais probabilidade de envelhecer com atrativos.

Sócrates denominava a beleza "uma tirania de curta duração".

Quando o precário reinado da beleza termina, o envelhecimento é mais triste, porque é difícil enfrentar a realidade.

A diretora de uma organização feminina, relatou o seu assombro, ao comparecer a uma reunião de ex-colegas de classe de há quarenta anos.

Disse: "As meninas que naquela época eu invejava pela beleza, são hoje velhas mal arrumadas e cansadas, enquanto outras, das quais eu chegara a sentir pena pelo seu aspecto, eram agora as mulheres mais interessantes, mais vivas e atrativas entre todas".

7ª) A pessoa privilegiada com dotes físicos, quase sempre, é mais vaidosa, orgulhosa, mas o pior são aquelas que se envaidecem pensando que são bonitas, não o sendo.

Mas as desvantagens da beleza física são encontradas na própria Bíblia.

Há muitos exemplos, mas estes são suficientes para provar nossas declarações.

Ezequiel 28: 17 - "Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a sabedoria por causa do teu resplendor".

Eis a beleza sendo desvantagem não apenas ao sexo feminino, mas até a um anjo. Um dos fatores preponderantes para a queda e ruína de Lúcifer foi a sua beleza. O orgulho de Lúcifer é apresentado na figura do rei de Tiro.

Davi cometeu grande pecado por causa da beleza de uma mulher.

II Samuel 11:2 - "E era esta mulher mui formosa à vista".

Urias pagou com a vida o haver-se casado com uma senhora formosa.

Sansão ficou embevecido por Dalila, uma da mais belas moças do vale de Soreque, mas esta jovem foi a sua perdição.

Abraão, por casar-se com mulher de belíssima aparência, o hebraico diz que se vê com prazer, vivia preocupado, chegando a mentir duas vezes. Gên. 12:11.

 

A Triste História de Rosaura Montalbani

 

Uma das mais trágicas desvantagens da beleza física, encontra-se na história de uma moça italiana chamada Rosaura Montalbani. O relato pode parecer a alguns fictício, sem vestígios de veracidade, porém ele nos é contado como realidade no 1ivro As Maravilhas do Conhecimento Humano de Henry Thomas.

Ouçam bem aquelas pessoas que tanto valorizam o exterior, que endeusam o que é efêmero, o trágico fim da mais fascinante mulher de Florença.

Rosaura Montalbani era tão linda, que quando chegava à janela, grupos de pessoas ficavam em frente de sua casa extasiados, boquiabertos diante de tanto esplendor físico.

Quando entrava na Igreja os devotos voltavam o rosto a fim de ver aquele rosto extraordinário.

O pescadores chegaram a tirar do rio Arno, corpos de rapazes, que ficaram apaixonados por ela, mas não sendo correspondidos no amor, punham término à existência de maneira tão trágica. Moços foram encontrados com um punhal no peito, por haverem sido repelidos pela bela Rosaura.

Três vezes foi levada ao tribunal pelos amargurados pais dos rapazes. De todas as vezes, a única acusação que pesava sobre ela, era a sua deslumbrante beleza.

Mas Henry Thomas nos diz que os juizes ficavam tão deslumbrados com sua fulgurante beleza, que a mandavam em liberdade. Mas a história não termina aqui e possui alguns lances mais dramáticos.

Certo dia, o jovem duque de Florença, ficou profundamente apaixonado por Rosaura, e esta paixão o levou a um grande delírio, e caindo em profunda melancolia, recolheu-se numa capela, fechando a porta. Como era exímio artista do pincel, encheu as paredes e o teto, com figuras de mulheres formosas, santas e anjos, mas todos com as mesmas feições de Rosaura. Seu pai não sabia onde o filho estava, e ao procurá-lo, por toda a parte, forçou também a porta da capela, e eis a desagradável surpresa, o jovem duque estava sentado no púlpito, imóvel, exceto os olhos que corriam de uma pintura para outra. Enlouquecera diante das feições do rosto de Rosaura.

Mais uma vez ela foi levada à presença dos juízes. E sabem qual foi a sentença que ela recebeu? Notem bem. Uma máscara em forma de caveira foi colocada sobre seu rosto, e esta ela devia levar pelo resto da vida, a fim de evitar que suas deslumbrantes feições causassem novas vítimas. Foi condenada à prisão perpétua.

Trinta e nove longos anos se passaram e sobe ao trono o Grão Duque Cosme; este dirigente da Itália concedeu geral perdão a todos os prisioneiros do Estado.

Surpreso ficou, quando encontrou o documento, que relatava o caso de uma mulher de máscara negra, que fora condenada à prisão para o resto da vida, por ser demasiado bela para viver em liberdade. Mandou buscar Rosaura a sua presença e ordenou que a máscara lhe fosse tirada, quando isto foi feito, pôs-se a contemplá-la longa e intensamente. Por fim exclamou: "Bela, essa mulher!" Via uma pele fanada e olhos encovados. As feições de Rosaura haviam tomado a forma da caveira.

Esta história, prezados jovens, nos mostra de modo convincente e insofismável as desvantagens da beleza feminina.

 

Classificação das Mulheres

 

Há uma classificação bastante significativa para as mulheres, colocando-as todas em quatro classes e atentem bem, prezadas moças, para ver em que classe vocês estão: feia-feia, feia-bela, bela-feia e bela-bela, levando-se em conta a beleza física e a beleza moral ou do caráter, beleza externa e a beleza interna.

 

Os Moços e a Beleza Física

 

Quando se fala em beleza, sempre pensamos no sexo feminino, pois é até denominado o sexo belo, mas hoje, devido a inversão de valores que caracteriza a nossa época, há muitos moços mais preocupados com enfeites exteriores do que com os atributos de caráter, que devem caracterizar um jovem cristão de princípios elevados.

Se um rapaz não deve olhar apenas para o exterior de uma jovem, muito menos a moça, ao pensar no casamento, devia escolher um moço pelo seu aspecto físico.

De Absalão diz a Bíblia: Não havia em Israel homem tão belo como Absalão, pois não possuía defeito algum. Apesar disto o que sabemos de sua vida? Todos estamos cientes de que ela foi cheia de lances negativos.

Mas Isaías falando de Cristo afirma, "não tinha beleza nem formosura", isto é beleza exterior, mas sua beleza interior, reflexo da beleza divina, era impressionante e até hoje é a maior fonte de inspiração para todos os homens.

Prezados jovens, a beleza física é passageira, fenece rapidamente, agrada apenas aos olhos, mas a bondade, a beleza interior agrada ao coração. Não creiam na beleza sofisticante, feita na base de cosméticos e artificialidades, não creiam em ilusões.

Afirmou notável pensador:

"Se Deus tivesse feito as mulheres como elas se fazem, elas  morreriam de vergonha".

Almejem, lutem denodadamente pela beleza de caráter, cultivem a beleza interior que as capacitará para uma vida de mais utilidade nesta Terra e no final para as mansões eternas.

Busquemos todos esta beleza, na sublime fonte da verdadeira beleza – Cristo.

 

Nota: Este assunto foi apresentado na Reunião dos Jovens no Instituto Adventista de Ensino em 1952, 1957, 1963, 1973 e 1980.

 

 


 


 

2

PPPPPPP – UMA  FÓRMULA  MARAVILHOSA  PARA  VENCER  NA  VIDA

 

TOPO

 

Estes 7 pp São Uma Fórmula Maravilhosa Para Vencer na Vida

 

Escreva os 7 pp numa cartolina com a seguinte legenda – Uma fórmula maravilhosa que o ajudará a vencer na vida.

Pode fazer-se um concurso entre os jovens para ver quem consegue acertar maior número destas sete palavras iniciadas com a letra P. Mencione-se, por exemplo que muitas das virtudes cristãs se iniciam por esta letra: polidez, prudência, paciência, pureza, pontualidade, piedade, personalidade, perdão.

Que serão estas sete letras que parecem apresentar um ritualismo misterioso?

Simplesmente isto, são iniciais de sete palavras que cultivadas abrirão a porta de entrada para o êxito na vida, sendo quatro verbos e três substantivos.

PREVER,  PREPARAR-SE,  PERSEVERAR,  PREVENIR, PRINCÍPIO,  PONTUALIDADE  E  PERFEIÇÃO.

Queremos esta tarde tecer alguns comentários sobre cada uma delas.

Estas sete palavras, são sete chaves que abrirão os portais do sucesso, e por serem de uso fácil, o segredo do seu emprego pertence a todos vós, amigos jovens.

 

PREVER

 

Ver com antecipação, antever, calcular, prognosticar.

Jovens, devemos prever tudo o que nos possa acontecer. Como toda a nossa vida, todo o nosso futuro decorre daquilo que somos e daquilo que fazemos, precisamos prever as conseqüências de cada ato e de cada palavra. Convenhamos que isto é difícil, mas é muito importante.

Uma frase que pronunciamos impensadamente, sem prever as conseqüências, pode acarretar-nos dissabores por muito tempo. Doutro lado, uma sentença dita a seu tempo e com tato, pode trazer benefícios inestimáveis a grande número de pessoas.

Para prever devemos ser ponderados e possuir imaginação. O ato de prever pode ser comparado a uma lamparina que ilumina o caminho do nosso futuro, mostrando os percalços que devemos evitar.

É fácil, prezados jovens, prever o que sereis no futuro baseando-nos no que sois agora.

Oxalá, amigos estudantes, sejais previdentes em todos os vossos atos e o futuro ser-vos-á risonho e promissor.

 

PREPARAR-SE

 

Desnecessário se torna uma definição.

Há no excelente livro Ciência do Bom Viver esta frase lapidar:

"O cumprimento fiel dos deveres de hoje é a melhor preparação para as provas de amanhã". Pág. 430.

Daí o preparar-se ser igualmente importante, pois não é suficiente prever o que acontecerá, é preciso preparar-se, senão os melhores planos terminarão num malogro completo.

Vós que estais no início do caminho da vida, não podeis desprezar as pequenas oportunidades de preparar-vos para o futuro.

Para todos os misteres da vida é necessário uma preparação.

A própria natureza, como nos diz o Padre Manuel Bernardes, em seu livro Luz e Calor, nos dá lições eloqüentes de conveniente preparação:

"As flores são preparação dos frutos, os vapores e as nuvens preparação das chuvas, o sono de Adão preparação da formação de Eva e o nascimento de João Batista, preparação da vinda de Cristo". Pág. 154.

Pessoas existem que não pensam no dia de amanhã, preferindo seguir o lema de Horácio "carpe diem" – isto é, goza o momento presente.

Nada de importante nesta vida pode ser feito sem o devido preparo.

Se não fosse outro o nosso objetivo neste momento, poderíamos ainda alongar-nos falando sobre a preparação espiritual, que tem muito mais valor do que a intelectual.

Depois de prever e de preparar-se para a vida é preciso mais alguma coisa para alcançar o nosso alvo, vindo então a terceira chave.

 

PERSEVERAR

 

Persistir no mesmo estado de espírito, conservar-se firme e constante num princípio ou numa resolução.

Todos temos visto uma classe de pessoas, que constantemente está mudando de pianos, de ocupações, de crenças e de partidos sem razões justificáveis. Nunca se sentem bem na posição em que se acham, iniciam um empreendimento com muito entusiasmo, estão satisfeitas, e parece que tudo vai às mil maravilhas. Mas, de uma hora para outra, mudam de opinião, fazem novos planos, dizendo que descobriram outra coisa melhor. Empreendem muitas coisas, mas não realizam nada, porque não sabem perseverar.

Quantos estudantes temos visto, inteligentes, que começaram uma carreira brilhante, mas por possuírem uma personalidade volúvel, não chegaram ao fim, em outras palavras, não souberam perseverar.

Disse um grande pensador: "As grandes obras são executadas, não pela força, mas pela perseverança".

Qualquer coisa que desejamos dentro dos limites da possibilidade humana nós a alcançaremos se tivermos forças de vontade e a perseverança para continuar lutando até o fim.

Todas as realizações notáveis sempre encontrarão obstáculos, antes de se tornarem realidade.

Edson fez mais de 10 mil experiências, antes de conseguir realizar o seu primeiro disco de fonógrafo, onde estavam gravadas as seguintes palavras: "Maria tinha um cordeirinho".

Goethe, o expoente máximo da literatura alemã disser "Só existem dois caminhos para atingir um grande fim e para fazer alguma coisa de valor: a disciplina e a perseverança".

Muitos exemplos sugestivos dos grandes vultos do nosso mundo, poderiam ser citados para provar o valor da perseverança.

Coelho Neto, o escritor brasileiro mais produtivo e um dos mais corretos, em um de seus discursos à mocidade brasileira, insistiu no valor da perseverança, mostrando-nos que nada alcançaremos sem este atributo.

Podemos aprender lições de perseverança com um pequeno inseto - a formiga. Timur, o famoso guerreiro, que conquistou rapidamente várias nações do oriente, gostava de relatar aos seus amigos o seguinte fato acontecido em sua juventude:

"Uma vez – dizia ele – vi-me obrigado por meus inimigos a me refugiar em um edifício em ruínas, onde permaneci sentado durante muitas horas. Desejando desviar o pensamento de minha condição desesperada, fixei a vista em uma formiga que tentava subir por uma parede, carregando um grão de trigo maior do que ela. Observei os esforços que despendeu para conseguir o que desejava. O grão caiu no chão sessenta e nove vezes, mas o inseto perseverou e por fim, na septuagésima vez, pôde chegar ao alto". Termina ele dizendo: "Isto me confortou grandemente naqueles momentos e jamais me esqueci da lição".

Que lição estupenda para nós, o continuarmos na luta, quando não conseguimos nossos objetivos na primeira ou segunda vez.

Jovens promissores, usai mais esta chave e o futuro será vosso.

 

PREVENIR

 

Muito semelhante a preparar-se.

Dispor antecipadamente, precaver-se, acautelar-se.

Todos conhecemos o adágio popular que diz: "O homem prevenido vale por dez".

Será tão útil o ato de prevenir? Sim.

Já pensamos quantas doenças poderiam ser evitadas se nos preveníssemos contra elas?

Quantas contrariedades, dissabores, acidentes seriam afastados se fôssemos sempre pessoas prevenidas?

O prevenir significa que não devemos ficar parados, esperando a sorte grande, mas que devemos por-nos em marcha sem receios nem precipitação.

O estudante que deseja ser pastor, deve começar bem cedo na vida estudantil a prevenir-se com o material necessário que o capacitará a ser um obreiro eficiente.

Quantos jovens têm sofrido desilusões e fracassos porque não souberam prevenir-se.

O valor de saber prevenir-se pode ser mostrado numa guerra. Quantas vidas salvas por saberem prevenir-se e de outro lado quantas perdidas por desconsideração a esta virtude.

Encontramos nas Páginas Sagradas exemplos valorosos desta qualidade, mas chamemos a atenção apenas para um.

Davi, o sublime poeta dos Salmos, antes de sair à luta contra o desafiante Golias, preparou algumas pedras, não esperando encontrá-las lá perto do gigante.

Quantas pedras foram necessárias para derrotá-lo? Apenas uma. Quantas levou consigo? Cinco. As outras quatro pedras ele as levou porque era um jovem prevenido.

Valorosos estudantes desta Colina, experimentai o uso desta chave e será fácil alcançar o sucesso.

 

PRINCÍPIO

 

Desnecessário é explicar que tomamos princípio não no sentido de começo, origem, mas na acepção de norma, preceito, regra.

O jovem que almeja vencer, deve possuir princípios verdadeiros e  força suficiente para transformá-los em realidade.

A falta de princípios inutiliza esforços sinceros, transformando em frangalhos humanos jovens prometedores.

Não só no terreno espiritual, mas também em todos os outros setores da atividade humana, os verdadeiros sucessos dependem em grande parte de princípios exatos.

Ellen G. White diz no livro Educação: "Os princípios de diligência, honestidade, economia, temperança e pureza, apresentados na palavra de Deus, são o segredo do verdadeiro êxito".

O livro de Provérbios contém uma coleção valiosa e edificante destes princípios.

Como organização temos certos princípios que nos distinguem, princípios de saúde, de temperança, de divertimentos, de procedimento, de estudos e muitos outros.

Somos firmes aos princípios que conhecemos ou os quebramos com facilidade? Como é agradável vermos jovens de princípios firmes, e como é decepcionante tratarmos com pessoa sem princípios.

O jovem de princípios não faz exame no sábado, não come nem bebe coisas prejudiciais à saúde, jamais falta com a sua palavra.

 

PONTUALIDADE

 

Exatidão no cumprimento dos seus deveres ou compromissos. Feito no tempo combinado, preciso.

Mário Gonçalves Viana no seu livro A Arte de Estudar escreveu:

"A primeira marca denunciadora do homem metódico, encontra-se na pontualidade".

A pontualidade é tão necessária na vida profissional, quanto na social. Ser pontual é fazer as coisas a tempo e não deixar para o último minuto o trabalho para cuja preparação se dispôs de oito dias.

Há um país no mundo que se tornou célebre pelo valor dado à pontualidade – a Inglaterra. Já é tradicional a frase – "Pontualidade Britânica". E talvez seja o Brasil uma das nações que menos valor dá a esta virtude.

Pontualidade é sinônimo de disciplina mental, de respeito por si e pelos outros.

As pessoas que não são pontuais fazem com que os outros percam muito tempo.

Os impontuais sempre têm desculpas: um encontro, o relógio atrasado, doença, um caso imprevisto, mas estas desculpas não satisfazem e só mostram uma vida desorganizada.

Há num dos livros de Napoleão Hill – A Lei do Triunfo esta declaração sobre a pontualidade:

"Lembremo-nos de que quando marcamos um encontro com alguém, assumimos a responsabilidade de ser pontuais e não temos o direito de nos atrasar um minuto sequer".

O estudante que se acostuma a ser impontual tem poucas probabilidades de alcançar uma posição de destaque na vida profissional.

Se quereis ser vitoriosos, usai esta chave maravilhosa – a pontualidade.

 

PERFEIÇÃO

 

Execução ou acabamento completo.

É a chave de ouro que deve fechar todos os nossos empreendimentos.

Queremos referir-nos a uma perfeição relativa, pois perfeição absoluta em coisas humanas é inatingível.

Olavo Bilac, o sublime parnasiano, representa a perfeição como um castelo, no qual ele se esforça, por todos os meios para entrar e não consegue. Esta comparação se encontra no soneto intitulado – Perfeição. Bilac fez um denodado esforço tentando conseguir a perfeição em suas formas poéticas, mas ele ficou muito aquém do alvo colimado.

Renato Kehl no livro Psicologia da Personalidade condena a perfeição exagerada, por poder tornar-se uma mania. A pessoa nunca realiza nada, porque nunca está satisfeita com o trabalho feito.

Falando em perfeição, referimo-nos ao desejo de o melhor, de sermos cuidadosos e aplicados em nossos afazeres.

Achamos que cada moço e cada moça devia ler o livro Sê Perfeito em Tudo o Que Fizeres, de Marden. Tive o privilégio de o ler antes de vir ao Colégio e posso afiançar-vos, que ele muito me ajudou a enfrentar os problemas estudantis.

É bem nossa conhecida a frase:

"Se alguma coisa merece ser feita, ela deve ser bem feita."

Quantas vezes ouvimos dos chefes de departamento do nosso colégio frases desalentadoras e pessimistas, por não encontrarem jovens capazes de fazerem um trabalho bem feito. O jovem que executa um trabalho, se quiser triunfar na vida, deve procurar fazê-lo o mais perfeito possível.

Estudantes amigos, devereis procurar a perfeição na medida do possível nos trabalhos escolares se é que tendes um alvo elevado.

Os grandes escritores são aqueles que tiveram o desejo da perfeição.

Os músicos famosos viveram e lutaram pela perfeição.

Os cientistas renomados empreenderam ingentes esforços em prol da perfeição.

"A obra de Deus é perfeita em seu todo, porque o é em todas as partes, por mais insignificantes. Ele molda a tênue haste da grama com tanto cuidado como poria em fazer um mundo. Se desejamos ser perfeitos, como é perfeito nosso Pai que está nos Céus, devemos ser fiéis, nas coisas pequeninas." – Mensagens aos Jovens, págs. 144, 145.

Ao terminar nossa mensagem nesta tarde o nosso apelo é este: Mocidade adventista, apanágio glorioso da obra de Deus, cientes e confiantes estamos de que usareis estas sete chaves mágicas, porque elas vos ajudarão a serdes vitoriosos nos embates da vida.

Conforme predileção pessoal estes pp podem ser substituídos por outros, tais como: polidez, prudência, perdão, pureza, personalidade, paciência e piedade.

 

Palestra proferida na reunião dos jovens, no I.A.E., na década de 1950.

 

 


 


 

3

A  SIMULAÇÃO  COMO  ARMA  PARA  VENCER

 

TOPO

 

Em 1950 tive a oportunidade de ler o livro A Simulação na Luta pela Vida de José Ingenieros.

José Ingenieros (1877-1925) foi um notável pensador e escritor argentino. Destacou-se como preeminente médico psiquiatra e professor de Psicologia. De seus múltiplos escritos, os dois livros que mais o notabilizaram foram O Homem Medíocre e A Simulação na Luta pela Vida.

Inspirado neste livro e baseado nos ricos subsídios que ele nos fornece, elaborei a seguinte palestra, almejando que ela seja de utilidade para todos vocês, como sua leitura me foi bastante proveitosa.

Que é simulação? O dicionário nos dirá que é sinônimo de fingimento, disfarce, fraude, engano, dar a aparência de alguma coisa que não corresponde à realidade.

Quero contar-vos um incidente de nossa vida colegial que bem ilustra o que é simulação.

Um de nossos estudantes, ao vir prestar exame de grego, em segunda época, chegou à classe com a cabeça toda envolta em panos. Ao perguntar-lhe o que havia acontecido, afirmou estar sofrendo de um forte resfriado, com muita dor de ouvido. Posteriormente, soube que ele trazia um aparelho receptor no ouvido para captar as explicações que outro colega iria transmitir de um aparelho que eles haviam instalado, à noite, no porão do edifício. As experiências da noite foram válidas, mas durante o dia se mostraram ineficazes e o moço foi reprovado. Estava simulando doença, quando na realidade visava vantagens escusas.

A simulação é muito comum no lar, no trabalho, na escola, na política, enfim, em toda a nossa sociedade.

A menina que diz à mãe estar com dor de cabeça para não enxugar a louça, quando na realidade não a está sentindo, é uma simuladora.

O aluno que finge estar se sentindo mal para sair da classe, ou no dia do exame estar doente para não fazer a prova, está simplesmente simulando.

Quantas vezes você já simulou que estava doente para não ajudar os pais, para não assistir às aulas, para faltar aos cultos? Tenho observado nos exames orais (isto foi escrito há uns 25 anos), alunos que fingem ter estudado muito, para que o professor seja complacente ao atribuir-lhe a nota. Alguns simulam uma amnésia transitória, aparentando escavar no recôndito da mente, noções que jamais adquiriram, para quebrar a severidade dos examinadores.

Há outra classe curiosa entre os estudantes, são aqueles que gastaram horas e horas em cima dos livros, mas querem dar a impressão, por palavras e atitudes, que não estudaram nada, com o objetivo de mostrarem inteligência, já que aprenderam sem estudar.

Lembro-me bem de um estudante, no dia da prova, perguntava aos colegas – há prova hoje? Posteriormente descobrimos que havia deitado tarde e que levantado de madrugada para o estudo.

A simulação difere da mentira no seguinte aspecto. Mentira é uma afirmação que contrasta com a verdade, a simulação é um fato. A diferença pode ser mostrada com este exemplo corriqueiro. Uma moça de 30 anos que declara ter 20 está mentindo, mas outra de 20 que se veste e finge ser velha está simulando.

Infelizmente a nossa sociedade se caracteriza pela simulação: finge este para subir na vida, aquele para pedir e todos para poderem prosperar. Finge o ignorante que tem capacidade, o sábio que é muito humilde, o velhaco que é homem sincero e direito, os homens do governo que têm sempre um coração magnânimo para com o povo, os políticos que visarão apenas o interesse daqueles que o elegeram, quando irão visar apenas os seus.

Diante destas afirmações e de muitas outras que poderiam ser acrescentadas concluímos que os homens usam máscaras. A criança convivendo nesta sociedade, bem cedo aprende a dissimular suas intenções. Com o passar dos anos ela reconhece a utilidade deste fingimento e começa a aplicá-lo para fins utilitários.

 

A Simulação no Passado

 

A simulação existe desde os primórdios da história da humanidade, ou dizendo melhor desde que o pecado entrou no mundo, pois Adão e Eva foram os primeiros simuladores, quando transgrediram a lei de Deus e se apresentaram como muito inocentes.

Heródoto nos relata que os gregos incidiram muito nesta peculiaridade. Ele narra o caso de Pisístrato, que para satisfazer suas ambições políticas, feriu-se em várias partes do corpo e se apresentou ao povo, dizendo que havia sido ferido por seus inimigos.

Em um epigrama de Marcial, encontramos a história pitoresca e fatídica de Célio, que fingia estar atacado de gota para não cumprir certas obrigações da vida cortesã. Foi, porém, bastante infeliz, porque de tanto fingir a enfermidade, acabou contraindo este mal verdadeiramente. Houve outro que para fugir das perseguições colocou um emplastro nos olhos para passar por cego. Depois de algum tempo ao retirar o emplastro, na realidade ele estava privado da vista.

 

A Simulação na Bíblia

 

As páginas sagradas nos fornecem múltiplos exemplos deste defeito de caráter, sendo talvez os mais frisantes os seguintes:

1º) Gênesis 27. Jacó simulou sob vários aspectos ser Esaú para enganar o seu pai.

2º) Labão simulou tristeza pela partida secreta de Jacó. O livro Patriarcas e Profetas declara na página 193 o seguinte:

"Labão tinha retido para si o dote matrimonial de suas filhas, e sempre tratara a Jacó com engano e aspereza; mas com uma dissimulação característica censurou-o agora pela sua partida secreta, a qual não dera ao pai oportunidade de fazer uma festa para a partida".

3º) I Samuel 21. Neste capítulo se encontra relatado o mais frisante caso de simulação da Bíblia. Davi se portou como uma pessoa totalmente tresloucada por temer ao rei Aquis. Seus filhos parecem ter sido contaminados pelo seu procedimento, pois Amon aparentou estar enfermo para satisfazer o seu amor incestuoso, como nos relata II Samuel 13. Absalão simulou ser grande amigo do povo quando aspirava ao trono.

4º) Judas. Um estudo detido de sua vida nos revelará um dos maiores simuladores que a Bíblia registra.

5º) Pedro quando negou a Cristo, para simular não conhecer o Mestre, usou linguagem não compatível com um discípulo do meigo Nazareno.

 

Simulação nos Animais

 

A simulação não existe apenas entre os seres humanos, pois é muito comum entre os animais. Os animais simulam na luta pela sobrevivência, dela colhendo benefícios contra os inimigos ou contra o ambiente. Há animais que se disfarçam mudando de cor, e outros que se ajuntam a objetos que têm a sua cor, confundindo-se assim com eles. O exemplo clássico é o do camaleão, cuja cor se harmoniza com o meio que o rodeia. Ele será mais terroso se permanecer entre a ramagem das árvores e, mais esverdeado se permanecer entre a folhagem.

Tem-se observado que, em geral, a coloração branca é o tom predominante nos animais que vivem nas zonas polares; o amarelo e o terroso são as cores próprias dos habitantes do deserto; o verde domina nas selvas tropicais perpetuamente frondosas, enquanto os animais noturnos são de cores escuras. Tem-se observado ainda, que os ovos de inúmeros animais se adaptam perfeitamente à cor do meio onde são depositados, tornando-se difícil descobri-los.

São numerosos os insetos que, em presença de seus inimigos simulam estarem mortos ou se imobilizam para aproveitar sua semelhança com coisas inanimadas. Outros animais simulam estar dormindo enquanto espreitam suas presas; o rato costuma fingir-se de morto para escapar do gato; a raposa é célebre por seu fingimento, tendo inspirado memorável livro de Goethe, e fábulas conhecidíssimas de todos nós.

Muitos animais cobrem o corpo com folhas, flores, etc., ficando perfeitamente dissimulados sob o disfarce; para evitar o ataque dos seus adversários. Alguns se cobrem com outros animais não comestíveis, para se livrarem dos inimigos. Esse caso é análogo ao de alguns índios americanos, que costumam ocultar-se debaixo do ventre dos cavalos, para não serem vistos pelos inimigos, quando empreendem ataques de surpresa.

 

A Simulação e as Mulheres

 

José Ingenieros declara que as mulheres são mais simuladoras que os homens, e muitas vezes as lágrimas são usadas eficientemente para este fim. Há muitas que simulam desmaios ou enfermidades para obterem qualquer vantagem.

Existem entre as mulheres caracteres consagrados pelos cânones artísticos, que no conjunto constituem a beleza. Entre muitos outros bastará citar o frescor juventude, a face rosada, o lábio vivo, a pupila brilhante como índices de beleza feminina. As mulheres privadas destes caracteres, ou quando a natureza foi avara em proporcionar-lhes estes atributos ou ainda quando a idade começa a apagá-los, suprem-nos simulando com os vestidos, as pinturas e os mil enfeites que existem.

Quem já não viu solteironas de 40 anos fingirem ter 20. O tingir o cabelo e as operações plásticas são exemplos eloqüentes deste processo de enganar os semelhantes.

 

Outros Tipos de Simulação

 

Uma simulação com características diferentes é a nascida do sentimento patriótico e exercida pela classe dirigente sobre a classe dirigida, inculcando em sua mente que o país é o melhor do mundo, sua história a mais gloriosa, seus escritores os mais inspirados, seus filhos os mais inteligentes. Parece ser uma constante entre as nações simularem superioridade perante as outras. O escritor patrício, Afonso Celso, escreveu um livro intitulado "Porque me Ufano do meu País", onde apresenta todas as coisas nacionais como as maiores e melhores do mundo.

Em todas as profissões existem simulações específicas: os ourives apresentam como ouro, metais que estão longe de possuírem esta qualidade nobre. Os marceneiros revestem com madeira fina e boa os móveis de tábua ordinária. Os simples chacareiros, colocam na parte de cima das caixas, as melhores frutas e verduras. Trabalhadores braçais fingem serem muito operosos, quando estão sendo vigiados pelos responsáveis pelo trabalho.

Há cantores que antes dos programas simulam resfriados com o objetivo de aumentar o êxito ou atenuar o fracasso de sua execução.

A classe mais numerosa de simuladores encontra-se entre os pedintes. Há muitos que simulam doenças, quando na realidade são pessoas de boa saúde. Note esta página curiosa do livro A Simulação na Luta pela Vida, quando os jornais de Chicago denunciaram e a polícia descobriu um sui-generis clube de mendigos:

"Foi ali encontrada uma chusma de indivíduos perfeitamente sãos e alegres, que comiam, bebiam, jogavam, fumavam, possuindo ainda uma biblioteca de filósofos clássicos para se entreterem nas horas do ócio. Todos eles durante o dia, simulavam ser coxos, cegos, mudos, idiotas surdos, e mendigavam pelas ruas da cidade; à noite, reuniam-se num clube, para gozarem tranqüilamente o resultado de seu trabalho diário.

"A polícia encontrou, numa das dependências do prédio, grande quantidade de caleches para entrevados, muletas, pernas de pau, sapatos simulando pés disformes, óculos e vendas para olhos, bastões para anciãos débeis, barbas postiças, caixas de pintura destinadas a simular sobre a epiderme toda espécie de chagas e pústulas, ocupando-se nesta especialidade dois membros do clube, verdadeiros artistas do pincel. Havia numerosos cartazes com inscrições apropriadas: sou cego de nascimento, sou surdo-mudo por um susto, inválido da guerra civil, adquiri a lepra prestando serviços a outros enfermos, etc. Presos, verificou-se o seu excelente estado de saúde e perfeita aptidão para o trabalho; desde muito tempo se haviam associado para explorarem a caridade dos filantropos, em prejuízo dos verdadeiros pobres".

Esta página nos deixa estarrecidos e contrafeitos, porque revela uma triste realidade, que em maior ou menor escala se sucede em várias partes do mundo, por vivermos numa sociedade fingida e afastada da orientação divina.

Antes de concluir, seria oportuno citar casos curiosos de simulação, encontrados entre os jovens que têm de fazer o serviço militar. Há grande número de enfermidades que podem ser simuladas. Hoje os médicos estão alerta contra estes simuladores. Muitos soldados ingleses provocaram a conjuntivite para obter baixa. Na grande guerra européia foram constatados vários casos de cataratas provocadas pela introdução de agulhas muito finas até o cristalino.

Dostoievski, o conhecido romancista russo, e um dos maiores escritores de todos os tempos, por questões políticas foi condenado à morte por fuzilamento. O czar lhe concedeu perdão, mas apenas o fazendo no último momento. Ele foi cumprir pena nas prisões da Sibéria, onde esteve dez anos, e um relato tétrico destes amargurados dias se encontra na famosa obra Recordações da Casa dos Mortos. Neste livro, que merece ser lido por todos, ele apresenta casos inéditos de simulação entre os presos para conseguir a liberdade.

 

Conclusão

 

Como jovens cristãos devemos combater a simulação pelas seguintes razões:

Que diria Cristo da simulação? Aprovaria ou condenaria este processo? Sua vida foi um constante protesto contra a simulação.

A simulação é uma arma de defesa na luta pela vida, mas uma arma de origem satânica, porque é uma modalidade de mentira.

Sejamos sempre verdadeiros, leais e autênticos em palavras e atos.

Estas palavras bíblicas deviam sempre servir de diretriz em nossa vida:

"Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento". Filipenses 4:8.

 

Tema apresentado na Reunião de Cultura Geral em 1952.

 

 


 


 

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COMO  ALCANÇAR  UMA  BOA  PERSONALIDADE?

 

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Que é personalidade?

É a maneira da pessoa se comportar, a sua atitude ao enfrentar as diferentes situações da vida, bem como o seu relacionamento com outras pessoas.

Renato Kehl a definiu assim: Conjunto de atributos que caracterizam, psicologicamente, um indivíduo.

Se isto é personalidade o que seria uma boa personalidade? Tentemos uma definição.

É a qualidade que algumas pessoas possuem de influírem positivamente sobre outras, de serem apreciadas, de terem tal comportamento que as outras se sintam bem em sua companhia.

Sendo que nossa escola visa uma educação ampla e completa, esta deve incluir uma personalidade atraente, simpática.

No livro Educação, página 13, encontramos este profundo conceito, do relevante papel da escola, na preparação de nossos jovens:

"A verdadeira educação significa mais do que a prossecução de certo curso de estudos... Ela visa o ser todo, e todo o período da existência possível ao homem. É o desenvolvimento harmônico das faculdades físicas, intelectuais e espirituais".

Desta afirmação concluímos: Uma educação completa, abrange o desenvolvimento de uma personalidade agradável. Esta educação foi a que teve o nosso Salvador, como lemos em Lucas 2:52 - "E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens". Cristo foi a personalidade mais atraente que já pisou nesta Terra.

Você já parou, prezado jovem, para pensar como é a sua personalidade? Já fez uma auto-análise para procurar melhorá-la?

É você atraído ou repelido pelas pessoas com as quais entra em contato?

Ao nos relacionarmos com algumas pessoas, quando nos tornamos mais íntimos, elas nos confidenciam: - "Eu sou assim mesmo, não posso mudar a minha personalidade".

Será verdadeira esta afirmação de que a personalidade é inata, já vem do berço?

Vejamos o que nos diz o autorizado médico e psicólogo Dr. H. C. Link: "A personalidade não é determinada pela hereditariedade. Ela pode ser adquirida e desenvolvida por qualquer ser humano, dependendo de sua iniciativa e força de vontade".

Tenho aqui sintetizados, 18 princípios, que praticados o ajudarão, amigo jovem, a formar uma personalidade agradável e magnética.

1º) Procure ser mais extrovertido do que introvertido.

Tome parte ativa em múltiplos empreendimentos da vida social. Aceite convites para participar em piqueniques, competições atléticas, reuniões sociais (entre nós tome parte nas classes progressivas, na sociedade dos jovens, pare alguns instantes para conversar com os amigos e com os colegas).

Assista a formaturas, recitais, festas de aniversários, casamentos, faça visitas a amigos, parentes.

2º) Pense mais nos outros do que em você mesmo.

Jorge W. Child, grande filantropo, costumava dizer:

"Aprenda a pensar nos outros, antes de pensar em você e terá muitos amigos". É impossível a um egoísta ter agradável personalidade.

Alberto Schweitzer, falando a um grupo de estudantes, assim se expressou: "Não sei qual será o destino de vocês, mas uma coisa sei, os únicos que serão verdadeiramente felizes, são os que tiverem buscado e descoberto a maneira de servir".

Gabriela Mistral disse: "Há a alegria de ser sincero e ser justo: há, porém, mais do que isto a imensa alegria de servir".

O Dr. Henry C. Link nos apresenta o seguinte pensamento: "Personalidade é o grau exato de interesse que determinada pessoa desperta em sua capacidade de servir aos outros".

3º) Tenha um conceito humilde de você e de suas possibilidades.

Fale pouco de suas qualidades e virtudes.

Émerson dizia: "Todo homem que encontro é superior a mim em alguma coisa. E neste particular eu aprendo dele".

Quanto mais o homem se aproxima de Deus, menos se sente disposto a exaltar-se.

4º) Não use palavras duras e ofensivas, mas expressões polidas e amáveis.

5º) Desenvolva o espírito de perdão e de tolerância para com as faltas alheias.

Quero ler uma carta que ilustra bem este espírito cultivado por almas generosas, dignas e cristãs.

No dia 12 de outubro de 1968 foi cruelmente assassinado aqui em São Paulo, o jovem capitão americano Charles Chandler, estudante estagiário na Universidade de São Paulo. Qual a causa de sua eliminação? Foi um protesto contra a guerra do Vietnã.

O estudante brasileiro, William Schisler Filho, fazendo um curso de especialização nos Estados Unidos, ao ter notícia deste desagradável acontecimento, sentiu o desejo de transmitir aos pais do capitão a tristeza de ver ato tão covarde associado ao nome do Brasil. Escreveu-lhes dizendo, que se conhecessem os verdadeiros brasileiros, haveriam de ver o quanto aquele ato se distanciou do espírito generoso de nosso povo, que sabe protestar sem matar.

Recebeu de volta uma outra carta e é nesta que eu encontro um espírito excelente.

"O senhor erra em pensar que por causa da morte de nosso filho, guardamos em nosso coração rancor contra o Brasil e seu povo. Só temos compaixão pelas almas doentias que praticaram tão covarde gesto. Nosso coração está tão cheio de orações e preces a favor dos dois assassinos de nosso filho, que não há lugar nele para ódio a quem quer que seja. Acontece, prezado senhor, que somos cristãos e amamos a todas as criaturas de Deus. O nosso filho, como filho de Deus, procurou, da maneira como soube, fazer do mundo um lugar melhor em que se viver. Sempre agiu com o desejo de produzir algum bem na vida dos que seriam atingidos por seus atos.

"Rogamos que o senhor venha unir suas preces às nossas, por todos os que praticam violência e são vítimas da violência neste mundo. Há tanto ódio entre os homens hoje; precisamos substituí-lo pelo amor".

Jo Allen e Robbie Chandler, pais do capitão Charles Rodney Chandler. Louisiana.

6º) Revele gosto e equilíbrio no porte e atitudes.

Traje-se com gosto, mas sem extravagâncias. Não se esqueça de que a aparência exterior influi, positiva ou negativamente sobre as pessoas com quem entramos em contato.

7º) Esforce-se para que a cortesia seja parte integrante de sua personalidade.

Lembre-se sempre do provérbio inglês: "As boas maneiras e o bom traje abrem todas as portas".

8º) Encare com serenidade as situações desfavoráveis da vida. Tenha maturidade.

Não é fácil tal comportamento, mas é possível, porque a história está repleta de exemplos comprovativos desta virtude. O conselho do sábio Salomão em Prov. 16:32 é: "Domine o seu espírito".

Você não pode perder a calma e até chegar a cometer desatinos diante dos problemas da vida diária, como fazem algumas pessoas.

9º) Tenha palavras de estímulo e incentivo para todos, louvando mesmo as pessoas que se desincumbiram a contento de suas responsabilidades.

10º) Não se ofenda com brincadeiras, mesmo a respeito da sua pessoa. Conserve sua alegria, mesmo quando criticado.

Mantenha um temperamento equilibrado. O temperamento é como que o fundo da personalidade.

11º) Seja uma pessoa despida de preconceitos raciais, religiosos, políticos, ou de classe.

Vivemos numa época de ódios, rancores e preconceitos. Como deve ser o nosso comportamento nesta sociedade? Equilibrado e compreensivo.

12º) Assuma a responsabilidade de seus erros.

Não culpe os outros pelo seu mau procedimento.

13º) Procure ser amigo de todos, mesmo que não tenha muita simpatia por eles.

É difícil, mas vale a pena tentar e a medida que for conseguindo este objetivo, sua personalidade estará melhorando.

14º) Sempre que possível coopere com os demais.

Conserve um espírito de harmonia. Procure sempre compreender os outros. Procure descobrir por que ele age desta maneira?

15º) Mantenha-se animado, confiante em Deus, otimista, mesmo que as coisas não corram como almejava.

16º) Saiba perder alegremente ao tomar parte em competições esportivas.

17º) Seja comedido em suas palavras.

Não exagere ao relatar incidentes da vida. Saiba quando é útil falar e quando é conveniente calar. Ouça atentamente aquilo que os outros têm a lhe dizer.

18º) Dê à religião um lugar importante em sua vida.

Leia com interesse a Bíblia para pautar sua vida pelos seus nobres e elevados ensinamentos.

O Dr. Henry Link, psicólogo que entrevistou mais de três mil pessoas, com problemas de personalidade, em seu livro O Retorno à Religião, afirmou: "Não há substituto para a Religião". Em outra parte ele nos declara: "O mais grandioso e mais autêntico livro sobre personalidade é ainda a Bíblia".

 

Estes 18 atributos poderiam ser assim sintetizados:

 

1º) Cultive o amor e as outras sublimes virtudes do cristianismo.

2º) Lembre-se sempre da regra áurea de quem possui a mais encantadora personalidade. S. Mat. 7:12.

 

 


 


 

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O  VALOR  DE  TER  UM  LEMA  E  UM  ALVO

 

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Estudando a biografia dos grandes benfeitores da humanidade, deles muito podemos aprender, como por exemplo – a dedicação ao estudo, a força de vontade que exerceram para alcançar seus objetivos, mas há outra particularidade não menos importante que muito contribuiu para se tornarem famosos, tiveram um lema e um alvo na vida.

Lema e alvo não são a mesma coisa, mas estão intimamente relacionados.

Lema é uma sentença, um preceito escrito, uma regra de procedimento, uma máxima.

O lema pode ser comparado a uma bússola que nos orienta, que nos mostra o caminho a seguir.

Alvo é o objetivo que temos em vista, é a meta colocada diante de nós, o ponto que queremos alcançar.

Todos os povos e muitos indivíduos isoladamente vivem sob a influência estimuladora de uma frase ou de um lema sugestivo.

Ter um lema é a prova convincente de que temos um padrão de procedimento, uma diretriz própria na vida, um alvo em frente, e que tudo faremos para alcançá-lo.

Sendo muitos os exemplos comprovatórios das afirmações anteriores citemos apenas alguns:

1º) O lema do Estado de São Paulo: "Non ducor, duco" - Não sou conduzido, conduzo.

2?) O lema da nossa querida pátria: "Ordem e Progresso".

Este lema é expressivo, mas apenas lamentamos que ele ainda não tenha sido tomado a sério por todos os nossos patrícios.

3º) O povo suíço, vivendo numa nação tão pequena, mas ao mesmo tempo tão grande em suas idéias e seu valor, há séculos, tem como lema: "Um por todos, todos por um".

4º) Bolívar, o grande libertador sul americano, adotou aos 23 anos de idade este lema:

"Pelo Deus de meus avós e a terra que me viu nascer, juro que minhas mãos nunca terão descanso, nem repouso a minha alma, enquanto eu não quebrar os grilhões que nos prendem a Espanha".

Ele teve como alvo criar uma pátria livre, e devotou toda a sua vida para alcançar este ideal. Combateu 15 anos, mas libertou a Venezuela, Colômbia, Equador, Bolívia e Peru.

5º) Oswaldo Cruz, o grande higienista brasileiro, o libertador do Rio de Janeiro da febre amarela, adotou como lema para si esta frase:

"Não esmorecer para não desmerecer".

Quantos jovens que iniciaram a carreira estudantil têm esmorecido, desanimado pelas coisas mais insignificantes, perdido o ânimo diante da menor dificuldade. O estudante deveria tomar como exemplo a frase de Oswaldo Cruz.

6º) Rui Barbosa, a figura inolvidável em nossa pátria, viveu e lutou denodadamente em prol do seu lema. "O direito e a liberdade".

O jornalista Alcindo Guanabara ao comentar a vida de Rui Barbosa declarou o seguinte – a biografia de Rui poderia ser sintetizada na mais contundente das sínteses: "Uma linha reta entre a liberdade e o direito".

7º) A divisa de Pasteur era esta: "É o homem que honra a posição e não a posição que honra o homem".

Nesta frase deviam pensar todos os homens hoje em dia, quando a luta pelos cargos elevados é tão grande.

8º) Madame Curie teve como alvor "Trabalhar com desinteresse e sem outro motivo, senão o de beneficiar a humanidade".

9º) Um fazendeiro nos Estados Unidos tinha numa pequena moldura este dístico que era o seu lema:

"Este é o dia que fez o Senhor

Regozigemo-nos e alegremo-nos nele".

Seu objetivo ao ler com freqüência estas palavras, era que elas o livrassem dos cuidados e o ajudassem a levar uma vida de alegria e satisfação.

Há muitos homens que colocam diante de seus olhos, em cima da escrivaninha, poesias sublimes e frases emulativas para os ajudarem a enfrentar os problemas da vida. Sei de um que pôs um sugestivo poema no espelho, para lê-lo todas as manhãs enquanto fazia a barba.

Em meu escritório, num lugar bem visível está colocada esta poesia que recebi enquanto estudante aqui no Colégio e peço licença para a ler:

 

Seja qual for teu pensamento, amigo,

pensa o que possa aprovar Jesus,

Fales à multidão, ou contigo,

Não digas o que tema a Sua luz.

 

Seja qual for a página que leias,

Não leias nada, insulso ou fascinante,

Que te pusesse o coração em peias,

Se visses a Jesus no mesmo instante.

 

Seja qual for o canto de alegria,

Não cantes nunca o que a Jesus enfade,

E jamais seja de tua autoria,

Qualquer escrito que lhe desagrade.

 

Quer seja no trabalho ou no folguedo,

Não faças nada que te envergonhasse,

E nunca sigas rumo em que, com medo,

Evites encontrá-Lo, face a face.

 

O grande filósofo Kant, já dissera há muito tempo, que um lema tem uma importância extraordinária na vida do homem. Eis as suas palavras:

"Todo ato de vontade é o produto de um lema expresso ou subentendido, consciente ou inconsciente".

 

Personagens Bíblicos e Seu Lema

 

Na Bíblia encontramos personagens que pautaram sua vida por lemas inspiradores.

a) O primeiro que merece nossa consideração é o de José.

Ele está relatado em Gênesis 39:9, última parte:

"Como, pois cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?"

Sua divisa foi ser fiel e puro.

A palavra de José revela o poder do princípio religioso.

Sua fé e integridade foram experimentadas por grandes provas, mas ele saiu vitorioso. Por que? Porque ele tinha uma diretriz firme e inabalável.

b) Calebe, depois que visitou a terra de Canaã apresentou o seu depoimento, que pode ser classificado como o seu lema, ou melhor o objetivo que tinha em vista.

"Subamos, e possuamos a terra, porque certamente prevaleceremos contra ela". Núm. 13:30.

c) Josué 24:15 "Eu e a minha casa serviremos ao Senhor".

d) Dentre todas as divisas relatadas na Bíblia nenhuma talvez mais sugestiva do que a de Ester.

"Irei e perecendo pereço". Ester 4:16.

e) No livro de Rute 1:16 encontramos a sua extraordinária determinação, e não faremos nenhuma violência ao texto se o apresentarmos como o seu lema.

f) Cristo quando de sua estada nesta Terra também adotou um lema extraordinário, e toda a sua vida terrestre foi uma conseqüência deste lema:

"Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo".

Não apenas este foi o seu lema, mas Ele sugere que seja adotado por nós.

g) Dentre tantas citações de Paulo qual achais que seria o seu lema? Sem precisar pensar muito colocaria este.

"Para mim o viver é Cristo". Fil. 1:21.

Todos nós conhecemos esta passagem, mas já pensamos bem na sua profundeza, nas lições maravilhosas que ela encerra, no elevado significado que tinha para ele e que pode ter para nós?

Nesta passagem temos o segredo para a frutuosa vida cristã que Paulo levou. Notai primeiro que Paulo sabia qual o alvo que tinha em vista, por isso nenhuma dúvida ou incerteza o perturbava. Saber o que se quer é a primeira condição para o sucesso. Diz a Bíblia que o homem que tem espírito repartido é inconstante em todos os seus caminhos. Tiago 1:8.

Nada de importante se faz, prezados jovens, sem que se tenha em vista um alvo fixo.

Permiti perguntar-vos: Sabeis o que quereis? Se perguntássemos aos moços aí fora, quem sabe teríamos respostas como as seguintes:

Para nós o viver consiste em divertir-nos.

Uma segunda classe afirmaria: para nós o viver consiste em ganhar dinheiro.

Um terceiro grupo, mais diminuto, talvez respondesse: nossa ambição é dominar o mundo, mandar em nossos semelhantes.

Notai bem que todas estas classes vivem para si mesmas. O libertino, o avarento, o ambicioso, todos sob formas diversas dão culto a si mesmos, vivem só para si. Que diferença com o apóstolo Paulo que vivia para Cristo!

Lema é uma palavra muito familiar entre nós, pois todos os anos as turmas que se formam saem para a vida prática sob a inspiração de um lema.

Dentre os lemas adotados há alguns que nos chamam a atenção pela profundidade de seus pensamentos.

Lamentável também é pensarmos, que muitos dos formandos, pouca atenção deram na vida prática às lições profundas que seus lemas procuravam inspirar.

Alguns lemas dos teologandos:

Tudo pelo Mestre;

Lutar é Vencer;

Em Deus faremos proezas;

Com Cristo Venceremos;

Amor, Trabalho e Sacrifício;

Cristo à nossa Geração;

Consumir-se iluminando.

Os contadores de 1945 tiveram como lema:

Trabalho, Perseverança e Honestidade.

Os normalistas apresentaram lemas não menos sugestivos:

Educar para a Eternidade;

Viver para Educar.

Os ginasianos tiveram preferência pelos lemas em latim.

Ad Augusta per Angusta, que traduzido significaria - A Resultados sublimes por Veredas Estreitas.

A minha turma do ginásio, de 1942, escolheu este lema:

"Luceam dum peream" - Brilharei ainda que pereça.

Hoje, depois que 40 anos se passaram, com efeito muitos ginasianos de 42 acabaram brilhando. Se você não acreditar pense nos seguintes: Enoch de Oliveira, Nevil Gorski, Orlando Ritter, Honório Perdomo, Mário Roque, Dr. Geraldo Lietzke, Dr. Edgard Berger, Paulo Bork.

Quero concluir com a sugestão de que cada jovem deste Colégio, escolha um lema e que este vos ajude a alcançar o alvo que tendes proposto em vossa vida.

Após alcançar alvos materiais e intelectuais o meu desejo é que a nossa vida se resuma nesta síntese maravilhosa do apóstolo Paulo:

"Para mim o viver é Cristo".

 

Tema apresentado no C.A.B., na sexta-feira à noite, no dia 19/09/1952, mas muito próprio para a reunião dos jovens.

 

 


 


 

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O  JOVEM  E  SEU  IDEAL

 

TOPO

 

Ideal – palavra muito vaga, empregada sem muita propriedade.

Se consultarmos os dicionários concluiremos que eles são omissos em definir ideal.

Rui Barbosa, falando à mocidade de nossa Pátria, num de seus eloqüentes discursos, afirmou que: "ideal não se define, mas nós o vemos na vida das pessoas. É o amor abnegado, o interesse pela sorte da humanidade".

Ideal é tudo que alheia o homem de si mesmo e o eleva a inspirações mais sublimes e a consecuções mais elevadas.

Poderemos ainda definir ideal como aquilo a que mais alto aspiramos, o alvo de nossos desejos, o esforço em demanda da perfeição.

Disse José Ingenieros:

"Os poetas cantam um ideal, o sábio define ideal, o santo ensina ideal, o herói executa ideal" e eu acrescentaria – o jovem adventista deve possuir um ideal elevado e não medir esforços e sacrifícios para alcançá-lo.

Se a mocidade é idealista, deveríeis vós jovens adventistas ser diferentes? Não, deveríeis ser os mais idealistas, porque temos diante de nós o trabalho mais sublime deste mundo – A salvação de almas para Cristo.

"Mais elevado do que o sumo pensamento humano pode atingir, é o ideal de Deus para com Seus filhos." (Educação, pág. 18)

Pensemos um pouco. Será que há vantagens em possuir um ideal? O que seria do nosso mundo se não fossem os idealistas, que se gastaram e se sacrificaram para que tivéssemos muitas das coisas que hoje possuímos?

Estudando a biografia dos grandes benfeitores da humanidade, concluímos que todos tiveram um ideal e lutaram denodadamente até atingi-lo. Ilustremos com fatos verídicos esta nossa afirmação:

1 - Oswaldo Cruz teve o alvo de livrar o Rio de Janeiro da febre amarela, não sendo fácil a tarefa, pois, lutou com a ignorância e incompreensão reinantes naquela época, mas graças a perseverança de que era possuído viu seus esforços coroados de êxito. Para isto ele se inspirou na frase que adotou como lema:

"Não esmorecer, para não desmerecer".

2 - Santos Dumont desde criança teve o desejo de voar, e após anos de estudos, experiências e tentativas conseguiu o seu objetivo. Se a glória do invento da aviação coube a nossa pátria, nós a devemos a um jovem sonhador e idealista.

3 - Irineu Evangelista de Sousa, conhecido pelo título de Visconde de Mauá.

Foi graças a este idealista nacional, que o Brasil teve as suas primeiras estradas de ferro, a construção do telégrafo submarino e outros grandes empreendimentos que contribuíram para a grandeza da pátria brasileira. Gastou nestes empreendimentos mais de mil contos de réis do seu próprio bolso. Por que fez tudo isto? Porque tinha objetivo de engrandecer a Pátria.

Esta frase de sua autoria define-lhe completamente a personalidade,

"A tenacidade que Deus plantou em minha vida era indomável". 

4 - Castro Alves.

Foi a luta pelo ideal de ver extinta a escravidão no Brasil, que levou este notável poeta a dedicar a sua pena de ouro a favor dos humildes africanos.

5 - César Lates.

Ainda jovem já é conhecido no mundo da ciência por suas descobertas.

6 - General Rondon.

O maior sertanista do Brasil, hoje mui merecidamente elevado ao mais alto grau do nosso exército – Marechal. Rondon tem dedicado toda a vida a um ideal – a pacificação dos índios. Hoje, apesar de seus quase 90 anos, pois nasceu em 1865, continua trabalhando com todo o denodo a favor da causa que abraçou, a de mostrar que os índios têm o direito de serem tratados como seres humanos, idênticos a nós.

Talvez tereis notado que os exemplos apresentados são apenas de brasileiros e o fiz a propósito, porque para falar sobre ideal não é preciso ilustrar com Pasteur, Benjamin Franklin, Abraão Lincoln e muitos outros estrangeiros, basta citar exemplos de nossa terra que os temos em abundância.

 

Exemplos de Idealismo Bíblico

 

1º) José é um dos jovens mais idealistas da Bíblia.

Os seus sonhos vêm a se transformar em ideais mais tarde.

O seu ideal de pureza sempre será citado como exemplo a nossa mocidade.

2º) Moisés sonhava com o livramento do povo de Deus.

3º) Paulo com seu ideal da pregação do evangelho a todo o mundo é uma figura que nos impressiona sobremaneira. Foi este ideal que o levou a sacrificar-se para que o mundo conhecesse a Cristo.

4º) Foi ainda o ideal da pregação do evangelho a todo o mundo, que fez com que os pioneiros deste movimento dessem o melhor de si e que entregassem os seus bens para a propagação das boas novas ao mundo necessitado.

A humanidade não possuiria seus bens presentes se alguns idealistas não os tivessem conquistado, gastando-se para que tivéssemos dias melhores.

Pensemos, o que seria de nossas casas sem a luz elétrica, o rádio, o jornal, a máquina de lavar roupa, a enceradeira, a máquina de escrever, a geladeira, o automóvel, o trem, o avião e tantas outras máquinas modernas inventadas por alguns espíritos idealistas!

Todas estas coisas foram criadas por pessoas que não estavam satisfeitas com o mundo em que viviam e almejavam algo melhor.

Não apenas os indivíduos isoladamente, mas também as nações como uma coletividade precisam ser idealistas. Foi o ideal da liberdade, que levou a nação brasileira a trabalhar pela nossa independência, começando com Tiradentes até chegar a muitos que contribuíram para a nossa libertação do jugo português.

A mola mágica do idealismo é que tem impulsionado a todos os setores da atividade humana a projetar-se.

Os cientistas na quietude dos laboratórios têm gastado o melhor de sua vida com o objetivo de tornar sua pátria famosa.

É o ideal que leva os literatos a se esmerarem para que seus livros transponham as fronteiras da pátria.

Os ideais podem ser comparados a faróis, que de trechos em trechos iluminam a estrada da vida, mostrando-nos o alvo que devemos atingir.

Não achais, prezados estudantes, que vale a pena ter um ideal? Alguém escreveu: "Os anos enrugam o rosto, renunciar ao ideal enruga a alma".

O jovem sem ideal fracassa diante das primeiras dificuldades, fraqueja ante o primeiro obstáculo a vencer.

Se há em vós o desejo de serdes mais úteis á causa do Mestre, não deveis ficar satisfeitos com o que sabeis, mas deveis ter o alvo de progredir mais e mais lutando com todo o ardor para que este se torne uma realidade em vossa vida.

O nosso Salvador muito espera de vós, mocidade idealista, e ciente estou de que não ireis decepcioná-lo.

Envelhecemos não por ter vivido certo número de anos, mas sim por abandonarmos o nosso ideal.

Os nossos votos são que os vossos anseios sejam abençoados por Deus e que cada jovem que nos ouve alcance o seu ideal.

 

Nota – Esta palestra foi inspirada no livro O Homem Medíocre de José Ingenieros e proferida para os nossos jovens em 1954.

 

"Estremeceu a Pátria; viveu no trabalho e nunca perdeu o ideal".

Rui Barbosa

 

 


 


 

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O  VALOR  DE  UMA  PEQUENA  PALAVRA

 

TOPO

 

É uma palavra composta de apenas três letras. Em gramática é apenas um monossílabo. Referimo-nos à palavra não.

Em São Mateus 5:37 lemos: "Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar, vem do maligno".

Há pessoas que não sabem quando dizer sim, quando dizer não.

Todos conhecemos pessoas que não sabem falar a verdade, desconhecendo totalmente a virtude da veracidade. Em contrapartida podemos lembrar-nos de indivíduos que nunca dizem uma mentira.

As palavras de Cristo nos devem levar a pensar que precisamos, muitas vezes, dizer sim e outras vezes dizer não.

Muito se tem escrito sobre o valor de viver positivamente. Os psicólogos nos informam que faz bem a saúde desenvolver uma atitude positiva para com a vida e que não enobrece a ninguém viver no domínio dos negativismos.

Norman Vincent Peale, considerado nos Estados Unidos o ministro de milhões de ouvintes, e também muito conhecido no Brasil, especialmente, através do seu livro O Poder do Pensamento Positivo, insiste bastante na tecla da necessidade de vivermos positivamente. Apesar destas úteis sugestões, há momentos em que é necessário e mesmo essencial saber dizer não e permanecer firme nesta atitude.

Aprenda a dizer não.

Muita gente vive uma vida atormentada, só porque não sabe dizer um não firme e ao mesmo tempo amável.

Quando nos pedem coisas emprestadas, que não gostamos de emprestar, temos coragem suficiente para dizer não?

Ao nos pedirem para fazermos algumas coisas que nos complicarão muito a vida, explicamos prudentemente a razão da nossa recusa?

Se os amigos nos oferecem alguma comida que não suportamos, comemos por delicadeza para depois nos arrependermos?

Li de uma dona de casa, que conseguiu serenidade, quando resolveu o problema de dizer não. Explica ela: "Eu me guio por algumas regras fixas". Se um vendedor bate à porta, ela diz delicadamente, mas com firmeza, "Meu marido não permite que eu compre coisa alguma na porta".

Tenho um colega que resolveu o problema de ficar fiador da seguinte maneira: Combinou com a esposa que não ficaria fiador de ninguém sem primeiro a consultar.

Uma pessoa de minha família ponderava: Seguindo à orientação bíblica não devo ficar como fiador. Prov. 6:1-5.

Ao dizer não mostre que o seu desejo era dizer sim. Pondere que refletiu sobre o caso, e deve ter feito mesmo, e apresente as suas razões com sinceridade. Deve-se fazer a pessoa sentir que o seu problema foi compreendido ainda que a resposta seja não.

O doutor William Reilly, autor de um livro sobre relações humanas, dá o seguinte conselho aos diretores de companhias sobre a maneira de tratar o empregado que quer aumento de salário, sem o merecer. "Sim, compreendo que você tem necessidade de um aumento, mas para que eu o possa dar, precisamos fazer com que seus serviços tenham mais relevância para a companhia. Vamos ver como se pode resolver este problema. O que você resolveria se estivesse no meu lugar?" Passe então a pesar os prós e os contras para mostrar o motivo por que a resposta tem de ser negativa.

Salomão nos apresenta um salutar conselho em Prov. 1:10 : 

"Filho meu, se os pecadores querem seduzir-te, não consintas".

Relata-nos a história que o filho do Rei Luís XVI e Maria Antonieta foi enviado para a casa de um sapateiro.

O envio do menino para esta casa teve uma dupla finalidade: 1ª) os pais tinham sido guilhotinados. 2ª) para que o sapateiro, que era um homem de baixa moral, corrompesse o menino. Quando o mandavam fazer alguma coisa ilícita ele respondia: "Eu não posso fazer isso". Ao lhe perguntarem a razão deste procedimento, ele afirmava: "Sou filho do rei."

O sapateiro apesar de sua insistência não conseguiu levar o pequeno para os maus caminhos. Muitas razões podem ser apresentadas para esta atitude, mas em nosso contexto, aquela que foi mais decisiva é a seguinte: Ele sabia dizer não.

Somos filhos do Rei dos reis e como estamos respondendo àqueles que nos querem levar às más ações? Estamos dizendo não ou condescendendo com suas insinuações?

 

Exemplos de Pessoas que Souberam Dizer Não

 

O livro Medicações Matinais de 1966, pág. 90, apresentou-nos estas idéias:

"Algumas pessoas acham difícil dizer não. Acham que precisam dizer sim para agradar a seus amigos, e que se disserem não deixariam de ser benquistas. É importante para todos nós saber quando convêm concordar e quando ficar só. Quando os pecadores nos convidam para unir-nos com eles, é tempo de dizer não. Melhor é perder um amigo e salvar vossa alma ao que conservar amizades duvidosas que vos prejudiquem o desenvolvimento do caráter.

"Muitas revistas hoje em dia se especializam no estudo de palavras. Uma pessoa que desejava acrescentar interesse a esse assunto, perguntou a certos especialistas qual era a palavra mais mal-empregada, e qual a mais útil. Esmagadora maioria votou em sim como a mais mal empregada e não como a mais útil. Quão desastroso é dizermos sim quando devemos dizer não."

 

1º) José.

Este valoroso jovem hebreu, respondeu com um sonoro "não", quando a tentadora esposa de Potifar o abordou com blandícias. Nenhuma outra palavra o teria salvo desta perigosa situação.

2º) Davi.

Quando seus servos o aconselharam a que matasse Saul, ele respondeu: "Não estenderei a mão contra o meu senhor, pois é ungido de Deus". I Sam. 24:10.

3º) Daniel e seus companheiros na corte babilônica.

O "não" de Daniel ao convite para participar do alimento do rei tornou-se um exemplo clássico de convicção.

Daniel também disse não à imposição dos sátrapas e presidentes do rei Dario.

Sadraque, Mesaque e Abede-Nego foram decididos em dizer não para o rei Nabucodonosor. "Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste." Dan. 3:18.

4º) Vasti recusou apresentar-se perante uma multidão de bêbados. Ela foi decidida ao dizer não ao rei Assuero, embora essa sua decisão lhe custasse a perda da realeza. Ester 1:17.

5º) Neemias.

Os inimigos de Neemias conspiraram procurando intimidá-lo, para que ele não prosseguisse na reedificação dos muros, mas ele tinha uma firme decisão de continuar com todo o entusiasmo, por isso deu esta resposta:

"Enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer..." Neem. 6:3.

6º) Cristo nas tentações.

O nosso Salvador disse não às insinuações de Satanás para que lhe fizesse a vontade. Mat. 4:7 diz: "Não tentarás o Senhor teu Deus".

7º) Einstein.

Como todo o homem ilustre este cientista recebia milhares de cartas.

Uma companhia cinematográfica ofereceu-lhe um cheque em branco, para que ele estabelecesse a quantia por quanto se sujeitava a aparecer por alguns minutos num filme.

Grande indústria de automóveis ofereceu-lhe um carro no valor de 25 mil dólares, apenas para que se deixasse fotografar ao lado dele com uma legenda mais ou menos assim: "É meu e o uso todos os dias".

Além desses dois casos, há centenas de outros, aos quais a resposta do criador da teoria da relatividade sempre foi "não".

8º) Charles Lindbergh.

Aviador norte-americano, que em 1927 ganhou um prêmio de 25.000 dólares, por ter sido o primeiro aviador a voar entre Nova Iorque e Paris, sem escalas.

"Fazendo esta viagem em seu avião O Espírito de S. Luís em 33 h e 30 minutos, ele imediatamente se tornou um herói mundial. Recebeu cerca de três milhões de cartas de felicitações, e duzentos e cinqüenta mil cabogramas e telegramas. Ofertas de negócios num total de seis milhões de dólares lhe foram feitas. Seus presentes, que foram necessários três blindados para transportar, incluíam um avião-miniatura de diamante, distintivos e medalhas, cruzes, taças, variedades de condecorações. A maior festa pública até então realizada na cidade de Nova Iorque, foi dada em sua honra". M.M. 23/01/1966.

Uma companhia de cigarros ofereceu-lhe milhões de dólares para que ele declarasse que durante a viagem havia fumado tal marca de cigarro. A proposta era tentadora, mas Lindbergh não fumava e firmemente declarou: "Não posso fazê-lo porque isto seria uma grande mentira."

Era também abstêmio e em todos os banquetes que lhe ofereciam, ele declarava firmemente que não tomava bebidas alcoólicas.

Quando os nossos jovens são convidados para o cinema, baile e outras festas duvidosas qual tem sido sua atitude? Sabem eles com firmeza e polidez dizer não?

Infelizmente, há também muitos exemplos de pessoas, que foram incapazes de dizer "não".

Eva devia ter dito não ã serpente quando sugeria que ela comesse da árvore da ciência do bem e do mal. A incapacidade de dizer "não" foi o pecado original de Adão.

Se Sansão, Salomão, Saul, Judas e muitos outros personagens bíblicos tão-somente tivessem aprendido a dizer "não" eles ter-se-iam livrado de incontáveis aflições.

A nossa oração devia ser esta:

Senhor, no momento da tentação, concede-me a fortaleza de propor-me a dizer "não", e dizê-lo sem hesitação nem reserva.

 

 

Não

                       Jônatas Braga

 

Ofereceu-me um dia um certo moço a taça

Onde havia um licor...

Eu respondi-lhe então,

Fitando o seu olhar de alma perdida e lassa,

Eu respondi-lhe: Não.

 

Falou-me alguém do jogo e quis levar-me um dia

À casa onde se encontra a dor, a perdição;

Que coisa algum menino a isso respondia?

Eu respondi-lhe: Não.

 

Alguém se riu de mim por eu fugir do mal,

Não jurar, não mentir, nem dar afirmação

Àquilo que não vi. Que importa?

Afinal é melhor dizer: Não.

 

Se queres parecer um homem, disse alguém,

Toma um cigarro e fuma.

E eu mostrei então,

Meu distintivo manda praticar o bem

E respondi-lhe ainda: Não.

 


 


 

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SUGESTÕES  PARA  VOCÊ  SER  VITORIOSO

 

TOPO

 

Aquele que quer ser bem sucedido precisa saber responder adequadamente a estas perguntas: Que devo fazer para triunfar? Que vou fazer na vida ou o que serei no futuro? É necessário, sem dúvida, consultar a vocação.

Como saber se a pessoa tem dom para esta ou aquela profissão? Através da orientação educacional, com seus testes vocacionais, podemos consultar nossos gostos e tendências. Há sempre pessoas capacitadas que nos poderão orientar.

Artur W. Spalding escreveu:

"Desejo, porém, chamar a atenção dos pais ao fato de serem eles, em grande parte, responsáveis pela escolha da carreira de seus filhos. Os pais não devem querer forçar os filhos em moldes predeterminados. Eu poderia desejar muito que meu filho seguisse minha carreira de professor mas, se ele prefere ser médico, e mostra aptidões para essa profissão, cumpre-me animá-lo nesse sentido. Os pais devem por tal forma perceber a inclinação do espírito dos filhos e suas aptidões que lhes possam fazer sugestões e aconselhá-los quanto a sua carreira. E devem também proporcionar-lhes certo preparo e experiência nas atividades práticas da vida, que lhes dêem alguma base para se tornarem cidadãos úteis, aptos a servir à Pátria e aos semelhantes em suas necessidades.

"É lamentável ver pais que adquiriram certa fortuna, manterem em ociosidade seus filhos já crescidos, numa vida sem objetivo, instruindo-se, talvez, mas nada fazendo para se ajudarem a si mesmos, ou tornarem-se eficientes em algum ramo de atividade prática. Mesmo olhando-se ao lado econômico, quem poderá garantir que esses filhos tenham sempre recursos? A fortuna dos pais poderá dissipar-se antes de poder ser fruída pelos filhos, ou ser desbaratada pela incapacidade dos mesmos.

"Uma moça que não foi ensinada nas artes domésticas, ou em qualquer maneira de ganhar a subsistência, poderá tornar-se a esposa de um homem pobre, ou nunca vir a casar-se, tendo de prover o próprio sustento. Um rapaz habituado ao luxo, e incapaz de fazer algo de valor, será fraco e desprezado entre seus companheiros. Qualquer filho assim criado está-se encaminhando para a ruína". – O Atalaia, Dez. de 1968, pág. 7.

É indispensável para que a pessoa se realize no trabalho, fazendo-o com entusiasmo e dedicação que ela goste da atividade a que se dedica.

Quantas pessoas há, para quem o trabalho que não tem significação especial. Lembramo-nos do desabafo patético de alguém que nos confiava: "Tornei-me médico para agradar a meu pai; mas não exerço a profissão  para não prejudicar a humanidade".

Descoberta a vocação e escolhido o futuro trabalho, é preciso adquirir os conhecimentos básicos, para o programa traçado que se deseja realizar.

Há muitos requisitos, que devem ser cumpridos pelo jovem, para alcançar o alvo proposto, mas creio que os três essenciais seriam estes: estudo, esforço e perseverança. É bom ter um alvo elevado, mas este pouco valerá se não houver perseverança para alcançá-lo.

Oswaldo Cruz, notável médico e destacado cientista brasileiro, adotou como lema em sua vida a seguinte frase: "Não esmorecer para não desmerecer". Impulsionado por esta frase conseguiu extinguir a insidiosa febre amarela que assolava o Rio de Janeiro.

É fundamental para que o jovem seja vitorioso, traçado um programa, que ele o cumpra inteiramente. Deve-se evitar as muitas solicitações da vida que tendem a afastar do caminho a palmilhar. Aqueles que se estão preparando para o futuro devem estar conscientes de que não é possível servir a dois senhores ao mesmo tempo. O estudante deve canalizar todas as suas forças para atingir o objetivo previsto.

 

Às vezes, impressiona-nos o observar, como algumas pessoas vencem galhardamente em vários ramos de atividade. Ser-nos-ia benéfico, examinar detidamente seu procedimento, para descobrir as razões que as levaram ao êxito completo. Jamais deve ser olvidada a seguinte frase: A vitória também tem seu preço, quase sempre bem elevado.

A primeira estância da Canção do Tamoio de Gonçalves Dias, além de sua beleza poética ensina-nos a grande lição de que para alcançar a vitória é necessário lutar.

Não chores, meu filho;

Não chores, que a vida

É luta renhida:

Viver é lutar.

A vida é combate

Que os fracos abate

Que os fortes, os bravos,

pode exaltar.

 

Um dos homens mais bem sucedidos, na América do Norte, declarou que seu sucesso foi devido a um credo, que sua esposa escreveu, quando se casaram, e que ele, após assinar, manteve sempre em cima de sua escrivaninha.

O credo declarava:

"Creio em mim mesmo. Creio nos que trabalham comigo. Creio nos meus amigos e em minha família. Creio que Deus Te emprestará tudo que necessito para triunfar, contanto que eu me esforce para vencer por meios honestos. Creio na oração e nunca fecharei os olhos para dormir, sem agradecer a Deus e pedir a sua divina orientação, a fim de ser paciente com os outros e tolerante com os que não crêem como eu. Creio que o triunfo é resultado de esforço inteligente e não depende de sorte, de companheiros ou de meu chefe. Creio que tirarei da vida exatamente o que nela colocar e assim tratarei os outros como quero que me tratem. Prestarei o melhor serviço de que for capaz, porque jurei a mim mesmo vencer na vida e sei que o triunfo é sempre resultado de esforço consciente e eficaz".

A vitória é o resultado de uma multiplicidade de fatores, sendo talvez o principal deles o exato cumprimento do dever.

Robertson, de Brighton, declarou a respeito do dever o seguinte:

"Não basta que o homem preserve a sua vida, não basta que ele chegue à glória, é preciso que cumpra com o seu dever".

Cristo, antes de seu ministério público, no lar, cumpria a rigor todas as obrigações de criança, de adolescente e de jovem. Mais tarde em Seu ministério sagrado, tudo fazia baseado no sentimento do dever para com Deus e para com os homens, como nos atesta o relato sagrado.

Rui Barbosa, o expoente máximo da intelectualidade brasileira, apesar de sua inteligência privilegiada, pouco teria alcançado, não fosse seu esforço e perseverança nos estudos, como ele mesmo nos afirma em vários passos de sua notável obra. Eis um de seus conselhos aos jovens:

"É a assiduidade na educação metódica e sistemática de nós mesmos o que descobre as grandes vocações e amadurece os grandes escritores, os grandes artistas, os grandes inventores, os grandes homens de estado".

Esta declaração nos faz compreender a frase atribuída a Thomas Edison: "O gênio é 99% de transpiração e 1% de inspiração". 

O êxito tem um preço elevado como vemos nos pensamentos seguintes:

 

O Preço do Êxito

 

Deseja ter êxito, porém está disposto a pagar o preço?

Durante quanto tempo permanece desanimado? Os problemas que o preocupam se refletem em seu rosto?

Tem ânimo para realizar o que outros deixaram inconcluso? Possui coragem para tentar efetuar o que a maioria dos homens nunca se animaram a fazer?

Tem, suficiente perseverança para esforçar-se, e continuar na luta depois de haver fracassado várias vezes?

Tem coragem para prosseguir apesar da injustiça e da oposição?

Pode manter-se constantemente na direção correta, resistindo a toda tentação?

Tem paciência necessária para planejar todo o seu trabalho, até nos mínimos pormenores?

O êxito se encontra em toda a parte. Você poderá comprá-lo a qualquer hora, desde que seja capaz de pagar o preço. – Seleto.

 

Regras Fundamentais Para o Êxito

 

Aqui são sugeridas 20 regras simples, mas fundamentais, e se praticadas, tornar-se-ão o endereço certo para ser vitorioso:

1ª) Ter um alvo elevado e concentrar todas as energias para alcançá-lo.

2ª) Possuir disposição para trabalhar além do que nos pagam para fazê-lo.

3ª) Depositar u máximo de confiança no poder de Deus e em seus desígnios para conosco.

4ª) Saber tirar proveito dos próprios fracassos.

5ª) Desenvolver uma personalidade agradável.

6ª) Ser perseverante nos estudos e em todos os empreendimentos. "Não pare e não volte", era a inscrição que se lia numa ponte, em determinada localidade. Os que param e retrocedem, diante das pequenas escaramuças da vida, jamais alcançam seus objetivos.

7ª) Cumprir com dedicação e entusiasmo os pequenos deveres da vida.

8ª) Ser amante do trabalho, cultivando o prazer de fazê-lo bem feito. Mesmo o trabalho mais humilde é honroso, dignificando o homem.

9ª) Amar a verdade e odiar a mentira.

10ª) Ser capaz de subordinar os próprios interesses ao bem estar dos outros.

11ª) Adquirir habilidade para tomar decisões rápidas e mantê-las com firmeza.

12ª) Manter uma aparência pessoal atraente.

13ª) Cultivar o hábito da pontualidade.

14ª) Desenvolver os princípios de cortesia ou boas maneiras no trato com os superiores, iguais e inferiores.

15ª) Ter capacidade de trabalhar com os outros num espírito de harmonia.

16ª) Ter o hábito de gastar um pouco menos do que o salário que recebe.

17ª) Cultivar o espírito de iniciativa e liderança.

18ª) Vencer o desânimo e o pessimismo, cultivando em seu lugar o otimismo e o entusiasmo em todas as coisas.

19ª) Ter domínio próprio.

20ª) Praticar a regra áurea ensinada por Cristo: "Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a lei e os profetas". S. Mateus 7:12.

 

Tema apresentado na reunião de Cultura Geral, provavelmente em 1972.

 

 


 


 

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CURIOSIDADES  SOBRE  NOMES    ANTROPÔNIMOS

 

TOPO

 

Pessoas existem que fazem interessantes coleções, como por exemplo um advogado de São Paulo, que coleciona as frases escritas nos caminhões; cognominadas por alguém como a sabedoria do irmão da estrada, sem dúvida, muitas delas originais e utilíssimas para o nosso folclore.

Há muitos anos, interessei-me pelo estudo dos nomes de pessoas, colecionando interessante material, que desejo repartir com aqueles que se interessam pelo assunto.

O estudo dos nomes é atrativo, tanto no seu significado etimológico, quanto na excentricidade que alguns deles apresentam, a começar com a Bíblia, onde o nome tinha um significado mais profundo e mais pessoal, porque o nome revela o caráter, ou alguma circunstância por ocasião do nascimento ou da personalidade de quem o recebia, parecendo que os pais, contra a própria vontade, sabiam profetizar com exatidão, o que iria acontecer.

Sirvam de confirmação os seguintes exemplos:

a)    Matusalém, cujo nome significa, quando eu morrer virá o dilúvio. Ellen G. White diz que Matusalém morreu no ano do dilúvio.

b)    Esaú foi chamado de Edom, por ser apreciador de um manjar vermelho, o guisado de lentilhas. Edom em hebraico significa vermelho. Esta é a razão dos descendentes de Esaú até hoje serem chamados de edomitas.

Tão abarcante é o estudo dos nomes na Bíblia, que seria necessário uma extensa monografia, para estudá-los satisfatoriamente. Em nossa apostila sobre as Testemunhas de Jeová (III Edição) há um estudo de 18 páginas para os nomes de Deus e de Cristo nas Sagradas Escrituras. Apenas acrescentarei o seguinte: Isaías fala sobre a vinda do nome de Javé. Que significa isto? Significa que o nome Javé representa a plenitude do poder, santidade e graça de Deus, revelados em Seu caráter.

Os Salmos associam o nome de Javé com a sua Justiça (89:15-16), com sua fidelidade (89:24), com sua salvação (96:2), com sua santidade (99:31), com sua bondade (100:4-5), com seu amor (119:55), com sua verdade (138:2), e com sua glória (148:13).

A Bíblia nos diz que pela nossa vida podemos blasfemar, poluir, desonrar o nome de Deus e podemos também dar graças, temer, honrar, proclamar e bendizer o Seu santo nome.

Em 1958, apresentei, numa capela de cultura geral, o significado dos nomes de nossos alunos dos cursos colegial, normal, comercial e teológico.

Em 1961, noutra capela, fiz novamente um estudo de nomes curiosos e excêntricos existentes em nossa pátria – Citamos vários trocadilhos e brincadeiras semelhantes a esta, que naquele tempo tinha muita significação:

Eu pinto telas, e o Jânio Quadros.

Eu sou de ferro, e o Ademar de Barros.

Eu compro uma chácara, e o Henrique Teixeira Lott.

Eu dou salto, e o Mário Pinotti (era o ministro da Saúde).

Eu sou sincero, e o Cid Franco.

Se eu não fizer, o Alfredo Fará.

No estudo dos nomes encontramos alguns que são pitorescos e curiosos, enquanto outros são extravagantes, ridículos e estultos.

Sabemos muito bem que o nome, mais do que uma simples e despretensiosa convenção social, funciona como o cartão de visita de uma pessoa, sua apresentação aos outros, sua própria aceitação dentro da sociedade.

Para certas pessoas, seus nomes excêntricos, exercem influência psicológica deprimente ou mesmo nociva sobre a personalidade, como é fácil provar.

Por exemplo, é sempre humilhante para um homem, possuir um nome feminino como muitos já constataram.

A Revista Veja, 09/10/74, noticiou o seguinte: A noiva de um moço de Belo Horizonte, chamado Florisbelo, exigiu que ele o trocasse por um outro, mais masculino.

Em Teófilo Otoni, uma conhecida cidade de Minas, uma menina cuja mãe morreu no parto recebeu o cruel e fatídico nome de Assassina.

Nomes exóticos como os de Florisbelo e Assassina, o antropólogo San Martins, já coletou às centenas em Minas Gerais, ao longo de um paciente trabalho que consumiu mais de 10 anos Ele pretende reuni-los, agora, no seu Manual de Folclore, a ser editado em breve. Algumas das preciosidades, ele antecipa:

Em Catas Altas, pequena comuna na região de ouro Preto, vivem as irmãs Fé, Esperança e Caridade. Em São Francisco, um político arrebanha votos anunciando seu nome de Brasiliano Brasílio Brás. Na Zona da Mata, os irmãos Lacerda foram batizados, pela ordem, como Cifra, Cedilha, Vírgula e Cifrão.

Muitos desses nomes extravagantes são anteriores ao decreto federal n.º 4.857, de 9 de novembro de 1939, que determinava explicitamente, em seu artigo 69, que "os oficiais do registro civil não podem registrar prenomes suscetíveis de expor ao ridículo seus portadores".

Psicólogos nos advertem que um nome fora dos padrões normais, pode significar um peso intolerável para uma criança que o carregue, levando-se em conta as brincadeiras absolutamente naturais, mas também naturalmente cruéis de seus companheiros. O nome ridículo pode marginalizar a criança, levando-a a um perigoso trauma psicológico.

Apesar da determinação do governo, de 1939, nomes inconvenientes continuaram sendo colocados com a conivência de certos cartórios, por isso, em 1974, o senador Rui Santos, insistiu na mesma tecla, encaminhando um projeto para que os oficiais do Registro civil não registrem nomes, que criem constrangimento aos seus portadores: Rui Santos, lembrou, ao justificar sua iniciativa, que desde quando era deputado vinha condenando o abuso "da invenção de nomes para dar a filhos".

O que mais me admira neste sentido, não é tanto os nomes extravagantes que pais irresponsáveis e ignorantes, muitas vezes, com pretensão de originalidade, atribuem aos seus filhos, mas sim, os responsáveis pelos cartórios, que se espera, sejam mais esclarecidos, registrarem estas esquisitices.

Observe este nome Catacisco, colocado no filho em virtude de tomar uma parte do nome paterno Francisco, e outra do nome materno Catarina.

Existem mais pessoas do que imaginamos, que têm aversão ou, mesmo horror ao nome que possuem e de bom grado o trocariam por outro.

 

A Mudança do Nome

 

Pode uma pessoa mudar o seu nome?

De acordo com o Curador Geral dos Registros Públicos, os nomes apenas podem ser mudados, nos casos em que as pessoas receberam nomes ridículos como: Himeneu Casamentício das Dores Conjugais, Camilo de Cadê o Negócio, Manoelina Terebintina Capitulina do Amor Divino, Rosa Simione de Cavalo Brito.

Caberia bem neste estudo, um aspecto dos nomes que foram substituídos por pseudônimos, muitos dos quais se notabilizaram em vários ramos da atividade humana, mas parece que com certa ênfase na literatura. Podemos citar alguns bastante conhecidos:

A famosa poetisa Chilena, Lucila Godoy Algayaga, prêmio nobel de literatura, conhecidíssima pelo pseudônimo de Gabriela Mistral.

Tristão de Ataíde, nosso famoso crítico literário, tem como nome real Alceu de Amoroso Lima.

Quais seriam os fatores conscientes e inconscientes que levaram Poquelin a mudar para Moliere, Beyle para Stendhal, Tribault para Anatole France, Herzog para André Maurois, Langhorne Clemens para Mark Twain, Lucila Dupont para o nome masculino de George Sand e para concluir, Voltaire que aos 24 anos trocou o nome de família, que era Arouet o que adotou e com o qual se tornou célebre.

Os chineses davam aos filhos um "nome de leite", isto é, um primeiro nome que os próprios filhos, mais tarde, poderiam ou não modificar de acordo com a sua predileção.

Certa feita, alguns jornalistas, fizeram um levantamento na Câmara dos Deputados e verificaram que os nomes de animais e árvores predominavam no Poder Legislativo, para o qual foram eleitos 12 Oliveiras, 10 Pereiras, 6 Carvalhos, 5 Silveiras, 4 Nogueiras, 2 Limas, 1 Pinheiro, 8 Carneiros, 4 Coelhos, 2 Pintos, 2 Bezerras, 1 Leão e 1 Cordeiro.

Evidentemente a flora e a fauna ali se achavam bem representadas. Ao escrever esta frase, veio-me à mente o curioso incidente no qual se envolveram o historiador e diplomata Oliveira Lima e o irreverente satírico Emílio de Meneses.

Oliveira Lima era alto e muito gordo. Sua esposa Dona Flora Cavalcanti, delgada de corpo, formava com o esposo violento contraste.

Certa tarde o casal passou na frente de um grupo de pessoas, onde se achava Emílio de Meneses. Ao vê-los, o poeta exclamou:

"Ali vão a Flora e a Fauna Brasileiras?"

Alguém teve a imprudência de publicar a pilhéria no jornal; Oliveira Lima, enraivecido com a frase, para humilhante, publicou violento artigo em "O Estado de São Paulo", chamando Emílio de Meneses de bêbado, vadio e outros adjetivos injuriosos.

A resposta de Emílio de Meneses veio em forma de um soneto, bastante injusto e acrimonioso:

De carne mole e pele bambalhona,

Ante a própria figura se extasia.

Como oliveira – ele não azeitona,

Como lima – parece melancia.

Atravancando a porta que ambiciona,

Não deixa entrar nem entra. É uma mania!

Dão-lhe por isso a alcunha brincalhona

De "paravento da diplomacia".

 

Não existe exemplar na atualidade,

De corpo tal e ambição tamanha,

Nem para intriga igual habilidade.

 

Eis, em resumo, essa figura estranha:

Tem mil léguas quadradas de vaidade

Por milímetro cúbico de banha!...

 

Nomes Curiosos

 

Síntese de uma palestra pronunciada no I.A.E., no dia 31/08/1961.

Denominamos onomástica o estudo dos nomes próprios. Destes, os dois grupos mais significativos são os antropônimos – nomes próprios de pessoas, e os topônimos – nomes de lugares.

A nossa sucinta palestra de hoje apresentará algumas curiosidades antroponímicas.

Há uma tendência de pôr nos filhos nomes de personagens célebres, porque os pais estão persuadidos de que nos seus pimpolhos está o gênio que tais nomes simbolizam. Por isso encontramos no passado muitos Alexandres, Napoleões, Homeros, Washingtons e entre nós os Getúlios, Ruis, Juscelinos, Ademares, Jânios e muitos outros...

Logo depois da Revolução Francesa, tornaram-se comuns os nomes de Danton e Robespierre.

As Marias e os Josés, proliferaram muito em Portugal e no Brasil, por influência da Igreja Católica.

Garcia Redondo, proferiu há anos, em S. Paulo espirituosa conferência sobre nomes e sobrenomes de pessoas do Brasil. Sobre negras chamadas Claras ou das Neves. Sobre valentões chamados Pacíficos. Sobre terríveis pecadores com o nome de Jesus.

De sua palestra nos valemos para enriquecer o nosso assunto:

Garcia Redondo, sendo engenheiro, certo dia foi procurado por alguém que queria construir uma casa. Esse homem bateu à porta e foi dizendo ao senhor que lhe apareceu: Quero falar com o Dr. Redondo. "Sou eu", disse Garcia Redondo, que por sinal era muito magro e alto.

- Não, disse o homem, é com o engenheiro.

- Sou eu, repetiu Garcia Redondo.

- Mas é com o Senhor seu pai que eu quero falar.

- Esse não está aqui e não é engenheiro.

- Então o senhor é que é o engenheiro Redondo?

- Precisamente.

De que se admira?

- É que eu fazia idéia de que o senhor fosse muito mais velho, gordo, muito gordo, redondo enfim.

Após esta declaração, Garcia Redondo lhe perguntou: "E o senhor como se chama?"

- Oliveira, um seu criado.

Garcia Redondo fixou-o atentamente, olhando-o dos pés à cabeça.

Diante da admiração do engenheiro, o Sr. Oliveira perguntou-lhe.

- O que se está passando?

- Garcia Redondo, com toda a naturalidade retrucou-lhe: "O senhor deve estar enganado, não pode ter o nome de Oliveira, pois não tem raízes, galhos, folhas e não produz azeitonas.

O  conde de Monsaraz, poeta muito conhecido em Portugal, chamava-se Antônio de Macedo Papança.

Um dia, ao entrar numa pensão, o dono o cumprimentou em voz alta dizendo: "Bom dia senhor Papança." Logo um senhor que estava tomando a refeição na estalagem exclamou: "Papança! O senhor chama-se Papança. E como Monsaraz o olhasse admirado, acrescentou sorrindo:

- É que eu me chamo Papão.

Ouviu-se uma gargalhada e logo um outro freguês, que estava adiante disse: "Papança e Papão. Essa é muito boa, pois fiquem sabendo que eu me chamo Pança."

Eis como o acaso reuniu num mesmo sítio das terras Lusitanas, um Papança, um Papão e um Pança com o mesmo objetivo, o de encher a pança.

Os jornais noticiaram há algum tempo, que a Sra. Gláucia de Andrade Só, havia contraído casamento com o Sr. Pimenta. Depois de casada, essa senhora, passou a chamar-se Gláucia de Andrade Só Pimenta. Imaginem que nome ardido.

Os pais deviam usar o bom senso ao atribuir nomes aos filhos, evitando assim combinações desastrosas, como estes dois nomes de alunas do nosso Colégio. Wilma Luca e Daica Brito. Ao se casarem, recebendo o sobrenome do esposo livraram-se da seqüência não muito agradável.

Todos nós já ouvimos falar de nomes célebres da História Universal, como Frederico Barba Roxa, Ricardo Coração de Leão e João Sem Terra.

Estes nomes: João Palma de Santa Rita, Joaquim Ramos de Oliveira e Manuel Ramos de Arruda são nomes botânicos, ornamentais e floridos. Há pouco tempo tivemos Nereu Ramos e Flores da Cunha, nomes que se notabilizaram na política brasileira.

O Sr. Rolando Caio da Rocha, possui um nome que mostra a sua preocupação e receio constante, que ao rolar ele caía da rocha.

O nome Florentina de Pinho, forma a frase: flor em tina de pinho. E por falar em Pinho, quem não conhece no meio adventista as famílias Pinho e Campos? João Pinho se casou com a Ester Campos. A primeira filha deste casal recebeu o nome de Flora de Campos Pinho.

O nome feminino Malvina Pereira forma uma frase incompleta, pois não nos declara o que a pessoa mal viu na pereira.

O senhores João Fachada de Casa Nobre e Antônio Gaio de Penaforte, talvez não se sintam muito a vontade com os nomes que receberam de seus genitores.

Vital Brasil, notável médico brasileiro, impressionado com o número de pessoas que morriam em conseqüência de picadas de cobra, dedicou-se intensamente à produção do soro antiofídico, instalando o Instituto Butantã, que tanto tem feito na solução deste problema nacional. Ele deve ter pensado assim: Vi Tal Brasil necessitando de alguém que o auxiliasse, que me atirei a essa nobre e elevada empreitada.

A possuidora do nome Felicidade Perpétua de Macedo parece que estava solicitando constantemente felicidade perpétua dê-ma cedo. A felicidade perpétua é melhor cedo do que tarde. O senhor Jacinto Soares de Campos, nesta época de poluição do ar, vive feliz, pois declara a todos: Já sinto só ares de campos. De fato é bem mais agradável do que sentir ares de cidade.

Manuel Sola de Sá Pato, parece ser uma incoerência, mas é um nome real. Casou-se e dessa união apareceram muitas solinhas de sapatinhos.

O senhor Felício de Arco e Flecha, apesar do seu nome, nunca andou com arco e flecha. Um dos secretários de educação do Estado do Rio tinha como nome de família Flexa, escrito com X. Alguém ponderou que uma das razões para o ensino não ir bem naquela unidade da federação era esta: o próprio dirigente do ensino, não sabia escrever o seu nome corretamente, já que Flecha deve ser grafado desta maneira.

Joaquim José Faria Ovo é um nome que sempre está no condicional, indicando o que o seu autor faria se fosse ave.

Temos aqui no colégio, um nome bastante conhecido, que está sempre no futuro. Sabeis qual ê? É o do professor Hélio que nos declara que ele sempre Será Fino. Olhando a sua compleição física, cremos que ele sempre estará de acordo com o seu nome. Treze de Maio de 1888, não indica apenas a data da abolição da escravatura no Brasil, mas o nome de uma pessoa que nasceu exatamente naquele dia.

Um conde de Portugal deu os seguintes nomes às suas duas filhas:

Celeste Aurora do Jardim dos Anjos e Branca Açucena do Jardim dos Anjos. Nomes terrestres e angélicos, mas bastante evocativos.

Um cidadão brasileiro chamava-se Bento Coelho do Amaral Feio. Mas este não é o único feio que existe, pois no Ginásio do Estado onde estudei havia um professor com o sobrenome de Feio. A esposa do Feio não devia ser Feio, porque atentaria contra as regras de concordância da gramática, devia ser Senhora Feia. Bela e Linda são nomes femininos existentes entre nós, embora nem todas as portadoras destes nomes façam jus ao título que levam.

Pacífico Armando Guerra é um nome disparatado, porque não é possível ser pacífico e armar guerra.

Outro nome contraproducente é o do senhor Francisco Caldeira de Pinho, desde que não existe nenhuma caldeira que possa ser feita de pinho.

Pinho Carneiro, Carneiro Leão e Carvalho Pinto são nomes incoerentes.

Rosa de Oliveira é tão disparatado como Nogueira de Carvalho, Leite Penteado e Carvalho Lebre.

Capote Valente, célebre advogado de S. Paulo, tem um nome disparatadíssimo, porque podemos encontrar um capote resistente, agasalhador, quente, mas um capote brigão, valente, isto nunca. E dizem que o Dr. Valente era um dos homens mais calmos e pacatos de S. Paulo. Até hoje temos em Pinheiros a Rua Capote Valente.

Gelásio Pimenta é um nome antitético, pois a sua primeira parte da idéia duma substância fria, gelada, enquanto a segunda tem conotação de algo que queima ou arde.

Ainda nomes paradoxais encontramos em Bárbaras que são cândidas e Cândidas que são bárbaras. Um Gordo que é magro e um Magro que é gordo. Um Grande que é pequeno e um Pequeno que é grande. Um Branco que é preto e um Preto que é branco. Um Cordeiro que é lobo e um Lobo que é cordeiro.

Clara Branca das Neves é um nome alvíssimo na sua formação, porém, a sua possuidora era uma preta retinta.

Quando presidente de mesas eleitorais, deparei com vários disparates onomásticos, ao aparecerem as Claras e Clarices bem escuras, mas a senhora Preto, esposa de um de nossos ex-estudantes, que de preto sã tinha o nome.

José Fatiota Nova (Fatiota vem de fato - terno), era o nome de um maltrapilho que mendigava nos subúrbios do Rio de Janeiro e que talvez nunca na vida, tivesse vestido uma fatiota nova.

Horácio Penteado era o nome de um senhor inteiramente careca, por isso só andava penteado no nome.

O Sr. João Casadinho, possuía um nome, que nos dá a entender que fosse um moço casado há pouco tempo, porém era de um solteiro que morreu com mais de 80 anos.

No Brasil tivemos as firmas: Domingos e Dias Santos, Leão Manso e Pato Bravo, Pires e Leite Salgado, Matos e Campos e muitas outras existem por esses brasis afora com nomes paradoxais.

Alguns poderão estar pensando que muitos destes nomes citados são lucubrações inexistentes, mas não o são, prezados estudantes, são todos nomes de pessoas reais que existiram e outros ainda existem.

No Ceará encontra-se um cidadão chamado: Raimundo Raio da Estrada de Ferro.

No Instituto dos Beneficiários do Rio de Janeiro alguém colecionou uma lista de nomes deste jaez:

Rodo Metálico, José Casou de Calças Curtas, Prodamor Conjugal de Marina e Marixa, João Cólica.

No Pará existe a família Campos, com os irmãos Prólogo, Capítulo, Errata e Epílogo de Campos.

Em Porto Alegre há as irmãs Europa, Ásia, África e Oceania, dizendo o genitor que ainda espera completar sua mapoteca filial com América, Pacífico, Atlântico e Báltico.

Em João Pessoa existe uma professora com o nome de Dona Mariazinha Peguei-Te.

Além dos nomes bizarros, já citados, podemos acrescentar:

Adão Neto Religioso.

Aniversário José de Freitas.

Antônio Noivo da Silva.

Antônio Vinte de Julho de Mil Oitocentos e Cinqüenta e Cinco.

Bonfilho Vinte Filho.

Brasil Primeiro Centenário da Independência.

Bernardino Lopes Quatorze Voltas.

Estrada de Ferro Central do Paraná.

Francisco Doce.

Gentileza de Queirós Pimenta.

Goiânia Goianita de Goiás.

José Esteves Pastor da Igreja.

José Quarto Filho.

Lúcio Sete de Abril.

Maria Jantar Oliveira.

Maria Mária Mariá.

Maria Verônica Conceição Sebesta.

Modesto Pedregulho.

Oliveira Filho e Neto.

Pedro Nunes Folgado.

Pedro Prazer de Nossa Senhora.

Pontino Sessenta e Quatro.

Teresinha Barbuda Pereira.

Valdomiro Eduardo e Seus 39.

Arlindo Barba de Jesus.

Cafiaspirina Cruz.

João Cara de José.

Céu Azul do Sol Poente.

A.B.C. Lopes.

Restos Mortais de Catarina.

Inocêncio Coitadinho Sossegado de Oliveira.

Vitório Carne e Osso.

Maria Passa Cantando.

Graciosa Rodela.

Joaquim Escova de Palha.

Manuel Prego e Machado.

Magnésia Bisurada do Patrocínio.

Antônio Noites e Dias.

Juana Mula.

João Pensa Bem.

Napoleão Estado de Pernambuco.

Remédio Amargo.

Marimbondo de Andrade.

Rolando Pela Escada Abaixo.

Naída Navinda Navolta Pereira.

José Maria Guardanapo.

Francisco Filho de Chinelo.

Ermínio Nacional Futuro da Pátria Brasileira.

 

E para concluir o sempre citado e por todos conhecido:

Um Dois Três de Oliveira Quatro.


 


 

10

CURIOSIDADES  SOBRE  OS  NÚMEROS

 

TOPO

 

Em todos os ramos do saber humano há maravilhas, que descobertas, produzem satisfação a quem se dedica a tais estudos.

A língua portuguesa, não faz exceção a esta regra, até bem ao contrário, é riquíssima em questões interessantes, que podem ser apreciadas por todos nós.

Os dois ramos mais interessantes sobre curiosidades lingüísticas são encontrados na etimologia e na semântica.

Vasco Botelho do Amaral, ilustre pesquisador da pátria lusa, após dedicados e prolongados anos de estudo, escreveu o livro de 690 páginas Mistérios e Maravilhas da Língua Portuguesa, que há alguns anos tive o privilégio de ler. Neste livro ele declarou o seguinte:

"Há tantos mistérios e maravilhas em nossa língua que se uma pessoa tivesse milhões de vidas e as gastasse nestes estudos não chegaria ao fim".

Embora a minha palestra não seja sobre assuntos deste livro, desejo apenas destacar que foi com ele que aprendi a diferença entre as nossas palavras saco e saca, poço e poça, barco e barca, cesto e cesta, vaio e vaia etc.

"Estes nomes embora não denotem sexo, têm, contudo, duas terminações, uma masculina, outra correspondente feminina. O que há de notável com estes nomes, é que na terminação feminina exprimem o mesmo objeto que na masculina; porém, com menos altura e profundidade, e com mais âmbito ou largura; no que há, por certo, uma imitação dos entes criados da natureza, em que as fêmeas, sendo menos altas que os machos, apresentam, contudo maior bojo ou capacidade. Assim, o cesto é mais alto e menos largo que a cesta, o saco que a saca, o barco que a barca". Págs. 116 e 117.

Seria também interessante notar a diferença que há entre madeiro e madeira, lenho e lenha. Os entendidos nos dizem que a forma masculina é proveniente do neutro singular latino, e de fato, guarda entre nós, a idéia de singularidade; por isso dizemos que Cristo foi pregado no madeiro. A forma feminina tem a idéia de pluralidade, pois assim terminavam as palavras neutras no plural em grego e latim. As palavras madeira e lenha, em nossa língua, confirmam esta significação.

Hoje estudaremos alguma coisa sobre os números, ou palavras derivadas dos números. Os romanos para a representação de seus algarismos adotaram certos sinais rudimentares, representando, por exemplo, cada unidade por um traço, isto de um a quatro.

Cinco V é a grosseira imagem da mão.

Daí começaram VI, VII, até dez, que são dois VV, superpostos pelo vértice ou duas mãos. Os romanos ao entrarem em contato com os gregos eliminaram as letras aspiradas que não podiam pronunciar corretamente, mas aproveitaram essas letras para representarem números. O representou o número mil e a metade dele 500 = D.

Passemos especificamente ao estudo de alguns números.

 

Número Um

 

Do número um latino temos em português uno, unidade, único, unir, reunir, algum, nenhum, etc. Não necessitamos explicar estas formas porque são do conhecimento de todos nós.

 

Número Dois

 

Deste número temos muitos derivados em português. A palavra dúvida é derivada de dois, pois quem está em dúvida está entre dois estados de alma. O mesmo acontece com dúbio.

As formas di e dis significam dois em grego e correspondem a bi e bis em latim. As formas seguintes comprovam o seu significado:

Dilema = dois proveitos.

Diploma = documento oficial expedido em duplicata.

Primitivamente era uma peça oficial gravada numa placa dupla de bronze.

Dístico = dois versos.

Dígamo = dois casamentos.

Bifurcar = dois ramos.

Bígamo = que tem dois cônjuges ao mesmo tempo.

Bisar = querer duas vezes.

Duelo = combate entre duas pessoas.

 

Número Três

 

O número três deu origem a tribo, que era a terça parte do povo romano. E daí nasceu tributo, a parte do imposto que recai na tribo. Tribuno era o diretor da tribo.

O comício da tribo era feito na tribuna, donde vem também tribunal.

Com o tributo veio o verbo atribuir, que era dar o que parecia justo ou pagar o tributo justamente.

As sacerdotisas gregas profetizavam sobre o trípode (um estrado de três pés), e como auguravam males futuros diziam que tripudiavam sobre as desgraças humanas.

Triunfo – era um grito e aclamação tríplice ao deus Baco. Depois passou a designar a honra que se concedia aos generais que alcançavam grandes vitórias.

Triságio – Hino religioso que começa com as palavras latinas Sanctus, Sanctus, Sanctus. Triságio significa em grego três santos.

Há muitas outras palavras em português onde aparece o elemento tri, basta pensar em: tricolor, tricromia, triciclo, triângulo, tríade, tridátilo.

 

Número Quatro

 

As formas derivadas de quatro, em português, são menos representativas do que as dos números anteriores.

Quarto – medida que tem a quarta parte de uma outra maior. Quarto como parte da casa, foi assim designado pelo fato da habitação estar dividida em quatro partes.

Quadro e quadra = quatro lados.

Caderno – coleção de quatro folhas de papel; vem do latim quaternum.

Cátedra e cadeira – João Ribeiro vê na origem destas palavras o número quatro, todavia o dicionário de Morais dá outra explicação (kata = sobre e hedra = assento).

 

Número Cinco

 

Em Portugal, as propriedades rurais, correspondentes às nossas chácaras recebem o nome de quintas, assim chamadas, porque o rendeiro tinha a quinta parte dos frutos.

Na história do Brasil conhecemos bem a palavra quinto, que era o imposto de 20% ou a quinta parte que o erário português cobrava das minas de ouro do Brasil.

Derivado ainda de cinco temos a palavras quinhão, primitivamente era a ração da quinta parte. O verbo aquinhoar, que significa partilhar, distribuir, etimologicamente significa dividir em quinhões ou em cinco partes.

No dialeto eólico da Grécia o número cinco era pompe, derivado deste número temos Pompeu e Pompílio, que dizer o quinto filho da família.

Os romanos por falta de originalidade em atribuir nomes aos filhos, eles os chamavam de Secundus, Tercius, Quartus, Quintus, etc. A palavra Pôncio também significa quinto no dialeto osco da Itália.

De origem persa temos a palavra ponche (punch) que significa cinco. É nome de uma bebida como sabemos, mas o que isto tem que ver com cinco? É bem simples, recebeu este nome porque cinco eram os ingredientes que entravam na preparação desta bebida usada pelos orientais. Ponche ou poncho é também o nome de uma espécie de capa de lã, assim denominada por extensão psicológica. Esta capa aquece a pessoa, assim como o faz a bebida.

Em grego, cinco é pente, do qual temos várias derivações em português, como as seguintes palavras:

Pentateuco – cinco livros;

Pentecostes é cinqüenta em grego.

O pente que usamos para pentear o cabelo, foi assim chamado porque os primeiros tinham apenas cinco dentes.

Será que a expressão: "Mandar alguém para os quintos dos infernos" tem que ver com o número cinco? Sim, tem que ver. Explica-se pelo bárbaro costume de quintar os regimentos, isto é, tirar um de cada cinco para ser castigado em caso de indisciplina coletiva. Processo análogo era o método de dizimar ou fuzilar um de cada dez.

Há em português a expressão "quintessência" que significa, extrato levado ao último apuramento, a parte mais pura; na química a parte mais ativa e de maior virtude. Significa ainda o melhor, o essencial de um discurso ou de um livro. Esta expressão tem origem grega, pois sabemos que eles tinham 4 elementos (ar, água, terra e fogo) e o quinto era o corpo livre de todas as impurezas – o éter, que recebia o nome de quinta essência.

 

Número Seis

 

Depois de cinco, os números apresentam menos derivados interessantes; dizem os pesquisadores que talvez a razão seja esta: os povos primitivos dificilmente contariam além de cinco, que representa a mão.

Sesmaria era a sexta parte da terra dada para ser cultivada.

Derivação curiosa apresenta a palavra sesta – hora de descanso, depois do almoço. Na contagem das horas, a começar do nascer do sol, como é usada na Bíblia a hora sexta era a do meio dia.

O verbo assestar = apontar, dirigir, tem sua origem em seis, porque vem da sexta parte do círculo.

O vocábulo bissexto, que significa o dia que de quatro em quatro anos se acrescenta ao mês de fevereiro, é proveniente do calendário Juliano. Recebeu este nome por ser o segundo sexto dia que se intercala a 25 de fevereiro, antes das calendas de março.

Os latinos usavam o processo de chamar os dias de calendas, de onde nos vem a palavra calendário – Calendas e calendário são provenientes do verbo grego caleo – chamar.

Será também útil o conhecimento desta expressão. "Ad Kalendas Gregas" – Para as calendas gregas. Assim dizer: Vamos deixar isto para as calendas gregas, é o mesmo que dizer para o dia de São Nunca, desde que os gregos nunca tiveram essa divisão do tempo, que era usada pelos romanos.

 

Número Sete

 

Do numeral sete temos semana – septem-mane = sete manhãs ou sete dias.

Temos ainda o Sete-Estrelo, nome popular da plêiade, constelação composta de sete estrelas. Esta constelação foi de considerável importância para os navegadores, por isso recebeu esse nome do verbo grego pleo = navegar. Por metáfora, recebeu o nome de plêiade, um grupo dos melhores poetas líricos de Alexandria.

Os estudantes de Literatura Brasileira estão bem lembrados da Plêiade Mineira em nossa literatura.

 

Número Oito

 

Este algarismo não apresenta derivações populares.

 

 

Número Nove

 

O nosso vocábulo novo é derivado do número nove. Nove marcava o começo de uma numeração tetrádica – de quatro a quatro.

 

Número Dez

 

Dez culmina com o sistema de contar pelos dedos. De dez temos dezembro, décimo mês do antigo calendário romano. Da mesma maneira que os nomes setembro, outubro e novembro referem-se ao sétimo, oitavo e nono mês. No antigo calendário romano o ano começava em março.

Derivado de dez temos também Décio, que era o décimo filho. Evidentemente o nome perdeu a sua significação etimológica, já que pouquíssimos Décios seriam o décimo filho.

O nosso termo tão questionado – dinheiro – também é proveniente de dez, ou melhor de denário que era dez vezes a unidade ínfima, o as. As, em latim, era a unidade que servia de termo de comparação para as moedas.

Decano – em latim era o suboficial que comandava dez soldados. O mais velho entre dez frades. Hoje o membro mais velho em qualquer corporação civil ou religiosa.

 

Cem

 

Cem em grego é hecaton, do qual temos muitas formas em português como:

hectare          - medida equivalente a cem ares,

hectograma  - cem gramas,

hectolitro     - cem litros,

Das palavras usadas com hecaton, uma das mais interessantes é hecatombe – cem bois. Era um sacrifício em que matavam cem bois. Por extensão de sentido a palavra passou a designar o sacrifício de muitas vítimas, matança humana.

 

Conto

 

Há alguns anos quando a base para o nosso dinheiro era o mil réis, muito se falava no conto, que era mil vezes mil réis. Muitas vezes pensei: por que recebia o nome de conto de réis? Conto vem de cômputo – número. Conto era um milhão de réis.

O padre Manuel Bernardes escreveu que a biblioteca de Alexandria possuía mais de um conto de livros, isto é, um milhão de livros. Ou quem sabe também mais de um livro de contos.

Na administração portuguesa havia a casa dos contos, equivalente em nossos dias ao tesouro. Em Ouro Preto, até hoje, ainda é conhecida a Casa dos tontos, onde Cláudio Manuel da Costa se enforcou.

 

Zero

 

A palavra zero vem do árabe, pois sabemos que eles foram grandes cultores da matemática. Embora a palavra seja árabe, a representação vem dos gregos.

Nas Tábuas de Ptolomeu, a letra 0 representava a ausência de qualquer valor, e foi tirada da primeira letra da palavra grega  = ouden, que significa nada.

Pela exposição feita até aqui se pode ver quanta curiosidade há em alguns números.

 

Nota : Este tema foi sugerido, em sua maior parte, pelo interessante e útil livro "Curiosidades Verbais" de João Ribeiro, e apresentado na Semana de Português, em setembro de 1964 no 1.A.E.


 


 

11

O  NÚMERO  6,  o  7   e  o  666

 

TOPO

 

De acordo com o professor Christian Chen, em seu livro Os Números na Bíblia, pág. 81, o número seis é mencionado 199 vezes na Bíblia. "Seis" é o número do homem, porque o homem foi criado no sexto dia da criação. O "6" está aquém do "7", que é o número da perfeição. É o número do homem no seu estado de independência sem o cumprimento do eterno propósito de Deus.

"Seis" é também o número do trabalho. Marca a conclusão da criação como trabalho de Deus. Deus trabalhou seis dias, depois "descansou no sétimo dia".

Na página 82 Christian Chen declara:

"Atualmente, segundo a Bíblia, este é um perfeito número de imperfeição".

O antigo "deus sol" do paganismo tinha o número místico de 666. A ciência astrológica pagã, dividiu o céu estrelado em 35 constelações, cujos números foram arranjados num quadro (como o que se segue), e usados como um selo ou amuleto, pelos sacerdotes pagãos, adoradores do sol.

        "Sigilia Solis"                                         "O Selo do Sol"

 

    1

  32

  34

    3

   35

   6

  30

    8

  27

  28

   11

   7

  20

  24

  15

  16

   13

  23

  19

  17

  21

  22

   18

  14

  10

  26

  12

    9

   29

  25

  31

    4

    2

  33

     5

  36

 

Estes nomes somados vertical, horizontal ou diagonalmente, dão o total de 111. As somas das seis colunas, computadas vertical ou horizontalmente perfazem 666. Este foi o "número sagrado" do "deus sol" e constitui o seu selo.

Quando o título do verdadeiro Cristo (diversamente grafado nos Evangelhos), foi escrito na cruz, apareceu em latim, grego e hebraico. S. João 19:19 e 20. Da mesma forma os "nomes" de Apoc. 13:1 (ou títulos) do "anticristo", assumidos e dados em vários tempos, cada um em sua própria língua, chega ao número místico do sol, isto é, 666. Isto é exatamente o que foi predito em Apoc. 13:18.

Conforme o registro da História da Igreja, a primeira pessoa que procurou estudar este número, foi o Pai da Igreja Irineu (130-202 AD), chegando a declarar a besta como sendo o anticristo, cujo valor numérico de seu nome era 666.

Entendidos no assunto, aplicaram aqui e acolá, este número a outras pessoas, mas no início do século XVII, teólogos e professores aplicaram este número ao chefe do romanismo (o Papa); a quem qualificaram de anticristo, por se encontrar liderando doutrinas contrárias à Bíblia e a Cristo consequentemente. O professor M. A. Helwig (1572-1643), grande erudito em grego e latim, encontrou nas línguas hebraica, grega e latina 15 títulos, cujo valor numérico dos algarismos somados, dão o número 666.

Como tais cálculos eram feitos?

Em primeiro lugar, devemos ter em mente, que nas línguas hebraica, grega e latina as letras eram usadas com valor numérico, assim o número 666, usado em Apoc. 18, aparece no grego representado pelas letras Ki, Csi e Estigma – v.

Em segundo lugar, quando João escreveu o Apocalipse, existia a chamada ciência críptica (cripto em grego significa oculto) porque ocultava o nome, referindo-se à pessoa pelo valor numérico do seu nome. Ilustremos esta prática com o nome do Dr. Reginaldo Soares da Silva, cujo valor hipotético das letras somam 618. Assim naquele tempo, para proteger a pessoa do Dr. Reginaldo, em vez de alguém se referir ao seu nome, diria apenas: o 618 fez isto, foi a tal lugar, vai chegar logo.

Vejamos agora, os mais comuns nomes ou títulos latinos, gregos e hebraicos, estudados pelo Professor N. A. Helwing e outros pesquisadores aplicados ao Papa, cuja soma do valor numérico das letras atinge 666.

 

I – Latinos

1 ) "Vicarius Filii Dei" (Vigário do Filho de Deus).

Este nome aparece na Constituição da Igreja Católica Romana - Decrecut Cratiani, Prima Pars, Distinctio XCVI, "Beatus Petrus in terris Vicarius Filii Dei videtur Constitutus".

Este título, hoje, não é usado na tríplice coroa do Papa, mas crêem os estudiosos que deve ter sido usado em algum tempo no passado. O importante é que ele se encontra no cânon da lei.

2) "Vicarius Generalis Dei in Terris" (Vigário Geral de Deus na Terra).

Título assumido pelo Papa de Roma, no Concílio de Trento - 1543 a 1563 A.D. Este Concílio restaurou os dogmas da Igreja Católica Romana e condenou o protestantismo.

"Horae Apocalipticae" de Elliott, nota sobre Apocalipse 13:18.

3) Dux Cleri - condutor do Clero.

Título assumido pelo Papa, que pretende ser a cabeça de todos os ministros de Cristo.

4) Dic Lux - anuncia ou proclama a luz.

5) Ordinarius Ovilis Pastor - Pastor do aprisco comum.

Cada uma destas 5 frases em latim somam 666.

Todas elas são blasfêmias porque usurpam, em cada caso, as prerrogativas do Espírito Santo, verdadeiro representante de Cristo na Terra. S. João 14:16, 17, 26; 15:26; 16:7-16.

 

II – Gregos

6) v (Lateinos) "O homem que fala latim".

Observando o papado, notaremos uma peculiaridade, enquanto as línguas sagradas da Bíblia são o hebraico e o grego, o Papa quando fala, ex-catedra, sempre o faz em latim; os serviços religiosos, até há pouco tempo, eram todos em latim. Sua Bíblia é a "Vulgata", ou seja a versão latina das Sagradas Escrituras, que a Igreja Católica considera como autoridade infalível na Crítica Textual, em vez do grego e do hebraico. Lateinos nas letras gregas eqüivale a 666.

7)  (He Latine Basileia). "O reino latino". Desde janeiro de 754 A.D., quando Pepino conferiu ao Papa Estêvão II a primeira doação dos Estados Papais, o Pontífice Romano sempre tem pretendido ser um rei temporal. Ele foi privado desse privilégio em 20 de setembro de 1870, por Vítor Emanuel II, e sua morada limitada ao Vaticano, como um prisioneiro de si mesmo. Em 12 de fevereiro, de 1929, Mussolini restaurou-lhe algumas partes de seus antigos domínios. Desde então, o Sumo Pontífice, é outra vez "rei". Esta expressão também perfaz o número 666.

Os nomes de 400 outros têm sido provados em grego, porém, nenhum deles completa o número 666.

8)  (Ekklesia Italiká). "Igreja da Itália". A Igreja Católica Romana é a Igreja Nacional da Itália, como a Episcopal o é da Inglaterra. Igreja da Itália em grego é igual a 666 (5, 20, 20, 30, 8, 200, 10, 1, 10, 300, 1, 30, 10, 20, 1 = 666).

9) v (Papeiskós) "Papista". Cada um que aceita o Pontificado do Papa de Roma é um "Papista". É muito significativo que a palavra grega "Papista" também dá 666. As somas de outros nomes têm sido provadas, tais como Batista, Adventista, Metodista, etc., mas nenhum destes perfaz o número 666, salvo a palavra " Papeiskós" (80, 1, 80, 5, 10, 200, 20, 70, 200).

 

II – Hebraicos

10)(Romith) "Romana", ou seja a "filha de Roma". O nome profético, favorito para a Igreja Judaica, foi a "Filha de Jerusalém" ou a "Filha de Sião". A Bíblia fala também da "Filha de Babilônia", a "Filha do Egito", etc.; porém, nenhum deles, ou qualquer outra soma de nomes que têm sido examinados em hebraico, perfaz o número 666, salvo Romith. (Resh eqüivale a 200, vav a 6, men 40, iod 10, 10, tau a 400. Soma 666).

11)  (Romithi)

"Romano", ou "Filho de Roma", em face do elemento central no Papismo ser um homem – o Papa de Roma. É significativo o fato de que a forma masculina da palavra "Romithi", indicando em si mesma o Sumo Pontífice, resulte no número 666.

Nota: Ninguém poderá encontrar outro poder, cujos vários nomes em hebraico, grego e latim dêem o total de 666, como a soma dos valores numéricos das letras separadas. Porém, o Papado como foi visto nestas 11 frases, está selado com este número profético.

É ainda bastante significativo, o fato do número do poder papal, ser semelhante ao número sagrado dado antigamente ao "deus sol". A conclusão lógica a que chegamos, é que o Papado é o antiga adoração pagã do sol, disfarçado no Poder Supremo do Cristianismo.

Vale a pena notar ainda, que domingo (Sunday, em inglês, e Sontag, em alemão) era o dia pagão do sol, recebendo seu lugar na Igreja Cristã, como um usurpador do sábado do Senhor. Apocalipse14:9-12; 15:2; 16:2.

Antes de concluir esta parte, seria bom saber, que outros nomes têm sido propostos em hebraico, grego e latim para chegar ao número 666. Em todos os casos, o arranjo tem sido feito de maneira astuciosa, com as letras destas três línguas, a fim de produzir o requerido número 666.

Dentre estes nomes destacam-se: Nero, Martinho Lutero, Mahomé, Napoleão, Bismarck, Kaiser, Mussolini, Hitler e Ellen Gould White.

 

O Número Sete na Bíblia e Fora Dela

 

Há uma frase, bastante usada entre nós, que declara ser o sete o número da perfeição.

Em seis dias fez o Senhor os céus, a Terra, o Mar e todas as coisas, e vendo que a sua obra era perfeita, Ele  descansou no sétimo dia.

Na Bíblia, este número, tem uma preponderância digna de destaque, aparecendo nada menos de 735 vezes.

 No livro do Professor Christian Chen, já anteriormente citado, pág. 83, ele afirma:

"Sete é o número da perfeição, geralmente com ênfase espiritual. Em hebraico a palavra "sete" é "Chevah". Vem da raiz "Sabah", ser cheio ou satisfeito, ter bastante. Portanto, o significado da palavra "sete" é dominado por esta raiz, pois no sétimo dia, Deus descansou do trabalho da Criação. Estava pleno e completo, e bom e perfeito. Nada poderia ser acrescentado ou tirado dele sem prejudicá-lo. Sete vezes Deus fez o comentário sobre suas obras, "É bom". Ele estava satisfeito e então descansou. É o sete, portanto, que sela com perfeição e inteireza aquilo em relação ao qual é usado". 

O Senhor disse em Gên. 4:15 – "Portanto qualquer matar a Caim, sete vezes será castigado."

Sete anos Jacó serviu por Raquel. Gên. 29:18.

No Salmo 119, verso 164, lemos:

"Sete vezes no dia eu te louvo pela justiça dos teus  juízos".

Em Prov. 24:16 há esta declaração:

"Porque sete vezes cairá o justo, e se levantará".

Certo dia, Pedro querendo patentear a Jesus sua bondade pessoal disse: "Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?" A lei mosaica determinava até sete vezes. Mas Cristo vai além e diz a Pedro: "Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete". S. Mateus 18:21, 22.

Iríamos muito longe se fôssemos estudar todas as referências bíblicas ao número sete.

Sete animais limpos entraram na arca.

Sete anos foram os de fome e sete os de fartura.

Moisés recusou sete vezes quando foi chamado para livrar o povo de Deus.

Sete eram as bênçãos e sete as maldições no antigo Israel. Deut. 7 e 28.

Jesus chorou sete vezes, e sete foram as suas frases pronunciadas sobre o madeiro.

O livro de Apocalipse, em seu primeiro capítulo, nos fala nas sete igrejas, que significam as várias fases históricas da Igreja de Cristo. A Bíblia também nos fala das sete estrelas, dos sete espíritos, dos sete candeeiros, dos sete anjos e dos sete selos. Todos esses sete têm uma significação especial, revelam fases históricas da Igreja até a segunda vinda de Cristo.

Sete são os dias da semana e esta contagem do tempo é a contagem perfeita, porque foi estabelecida por Deus.

Sete são as notas do piano.

Sete as cores do arco-íris.

Sete as maravilhas do mundo.

Sete as colinas de Roma antiga.

Sete os sábios da Grécia. etc., etc.

 

 


 


 

12

DIFERENÇA  ENTRE  UMA  ESPOSA  E  UMA  ESPIGA

 

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Futura Esposa

 

Quando eu te vejo, natural, sorrindo

Varrer a casa ou preparar a mesa,

Calma, na graça de teu porte lindo,

Como o porte ideal de uma princesa;

Quando eu te vejo os passos dirigindo

À nossa igreja, à qual te julgo presa,

E ali orar, com teu fervor infindo,

E a chama da mantendo acesa;

Quando eu te vejo a cuidar da roupa,

ou, na cozinha, os pratos preparando...

Aquele doce.. esta cheirosa sopa...

- Então, doce mulher, eu te bendigo,

E, sozinho, em minha alma vou pensando:

- Feliz do homem que casar contigo!

 


 

 

 

 

Futura Espiga

 

Quando eu te vejo, leviana e tonta,

Correr as ruas, decotada e rindo,

De mini-saia que a decência afronta,

Mandando olhares e outro olhar pedindo;

Quando eu te vejo, sem te dares conta

Amando a moda, e ao cinema indo,

Pintando as unhas de felina ponta,

E da cozinha, com pavor, fugindo;

Quando eu te vejo, ó cabecinha oca,

Calças compridas, botas, maneirando,

Cheia de gírias mundanais na boca;

- Vejo que Deus te fez para castigo,

E vou piedosamente lamentando:

- Ai do infeliz que se casar contigo!

 


 


 

13

CANAL  23

 

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Uma tradução diferente do Salmo 23 feita pelos apaixonados da televisão.

Se você é um grande apreciador da televisão, aqui se encontra a nova redação do Salmo 23 dos telespectadores.

Este Salmo passa a ser o Canal 23, sendo esta a sua linguagem:

 

1.   Sendo o televisor o meu pastor, sempre me faltará o crescimento espiritual.

2.   O televisor faz sentar-me muitas horas por semana, nos pastos mundanos, para levantar-me vazio das coisas de Deus. Transporta-me para junto das águas poluídas do mundanismo. Guia-me pelas sendas decadentes do crime e da degenerescência moral, porque sou grande apreciador de suas cenas escabrosas.

3.   Ele renova meu conhecimento das coisas mundanas, desperta em mim prazeres ilícitos, afastando o desejo de estudar a Palavra de Deus e de assistir aos cultos.

4.   Mesmo estando para morrer, continuarei em frente do televisor, enquanto ele funcionar, porque seus programas me estimulam e suas músicas e sua imagem me confortam.

5.   Ele me oferece uma mesa repleta de muita distração, traz o mundo para dentro de minha casa, para orientar minha família. Enche-me a cabeça das sujidades do mundo de tal maneira que o cálice da indignidade transborda. Falo tanto de suas apresentações, especialmente das novelas, que não há tempo para o culto individual e em família.

6.   Diante desta realidade, o mal, a miséria, e muitos vícios seguir-se-ão todos os dias da minha vida e no final habitarei no lugar preparado para o diabo, os anjos maus e os infiéis para todo o sempre.

 


 


 

14

ACRÓSTICO

 

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Em 1868, no dia do aniversário de D. Pedro II, um dos grandes jornais do Rio de Janeiro publicou os seguintes versos em homenagem ao Imperador:

 

Oh! Excelso Monarca, eu vos saúdo!

Bem como vos saúda o mundo inteiro,

O mundo que conhece as vossas glórias...

Brasileiros, erguei-vos e de um brado

O monarca saudai, saudai com hinos,

Do dia de dezembro o dois faustoso.

O dia que nos trouxe mil venturas!

Relembra o nascer d' alma a artilharia

E parece dizer em tom festivo:

Império do Brasil, cantai, cantai!

Festival harmonia reina em todos:

Alegres, elevemos os corações!

Zelemos, decantando-a sem cessar

A excelsa Imperatriz, a mãe dos pobres,

Não olvidemos também de festejar,

Neste dia imortal, que é para ela

O dia venturoso em que nascera

Sempre grande, imortal Pedro II.

 

Esta poesia escondia, no entanto, uma perfídia. Era nada mais que um acróstico, cujas letras iniciais de cada verso formavam a seguinte frase:

"O bobo do Rei faz anos".

O magnânimo D. Pedro II, não teve interesse em averiguar, para descobrir o autor desta brincadeira de mau gosto.

 

 


 


 

15

DISCURSO  SEM  VERBOS

 

D. Antônio de Macedo Costa

 

Primeira regra de estilo, uma das principais e porventura a mais esquecida de todas: a naturalidade, por oposição à afetação ridícula.

Quanto autor no galarim da fama, réu desse delito, e quantos oradores, aliás dignos de encômios pelos dotes singulares de seu engenho e imaginação, responsáveis perante a crítica sisuda, por falta de uma nobre simplicidade no estilo e boleio de suas frases!

Muita atenção, orador noviço, para este ponto capital! Nada de ornatos supérfluos, apegados como parasitos a uma palavra: miserável ouropel por cima de pensamentos muitas vezes ocos, sem solidez alguma, só para engano da vista de espíritos superficiais ou de mau gosto.

Um brilho fosforescente e um deslumbramento passageiro como de um jogo de artifício – tal o único mérito desses campanudos oráculos do púlpito cristão.

Idéias, porém, sólidas, bem deduzidas, ordem rigorosa de raciocínio, doutrinas exatas lealmente expostas, isso nunca! Não assim os Bossuets, os Bourdaloues, os Massiluns e todos os outros grandes da eloquência do púlpito do grande século de Luís XIV.

Que nobre simplicidade! Que naturalidade sublime! Que opulenta sobriedade! Qual rio caudaloso por entre margens ora severas e escarpadas, ora floridas e risonhas, mas sempre formosas de naturalidade, assim o pensamento desses famosos gênios por entre a frase, ora simples, ora mais ornada, sempre, porém, em relação com o assunto, cheia de graças ingênuas, de louçainhas despretensiosas.

Ministros do Altíssimo, culpados dessa espécie de profanação da palavra santa! Desgraçados de vós por esse abuso tão estranho dos dons de Deus e das graças do nosso divino mistério! Mas, nem mais palavras! Sobre desvios como esses, só lágrimas e muitas lágrimas!

 

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Digais

Sabeis

Diz

Sabe

Dirá

Não sabe

Façais

Podeis

Faz

Pode

Fará

Não deve

Acrediteis

Ouvis

Acredita

Ouve

Acreditará

Não é

Gasteis

Tendes

Gasta

Tem

Gastará

Não tem

Julgueis

Vedes

Julga

Julgará

Não é

Não

Tudo

Quanto

Porque

Aquele que

Tudo

Quanto

Muitas Vezes

O que

1              3                     5                 7                  9                  11

 

Regra áurea achada nas ruínas de Persépolis, cidade construída por Dario e incendiada por Alexandre em 331 A.C., gravada numa pedra como símbolo.

 

 

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