A VOZ DA PROFECIA – MONTANO
DE BARROS
27-SEGUINDO OS PASSOS DE JESUS
31-DEZ ÁREAS CRÍTICAS DE UM CASAMENTO
37-IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS
47-POR QUE PERTENCER A UMA IGREJA
50-PODER PARA SER SEMELHANTE A JESUS
26
CONHECENDO POR
EXPERIÊNCIA
Pr. Montano de Barros
Deus é um Deus perfeito e eterno. Ele nunca erra. Ele nunca
muda (Malaquias 3:6). O apóstolo Tiago escreveu que “toda boa dádiva e todo dom
perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir
variação, ou sombra de mudança” (Tiago 1:17).
Se Deus mudasse, ainda que fosse no mínimo, deixaria de
ser perfeito. Se Suas leis, físicas ou morais, mudassem, não seriam perfeitas,
e nesse caso a anarquia, confusão, tomariam o lugar da ordem e harmonia.
Nosso Deus perfeito não poderia promulgar leis que não
fossem perfeitas. Salmo 19:7 diz que “a lei do Senhor é perfeita e restaura a
alma.” Paulo complementa dizendo que a lei “é santa, justa e boa” (Romanos
7:12). A lei divina, reflexo do caráter de Deus, não pode ser mudada, assim
como não mudam as leis que governam o mundo físico.
Desde quando existe a lei de Deus? Desde a criação do
mundo. Quando nossos primeiros pais pecaram, violaram princípios da divina lei.
A Bíblia diz que “onde não há lei, também não há transgressão” (Romanos
4:15). Muito antes de Deus haver escrito
Sua lei em tábuas de pedra, ela era conhecida e obedecida. Abraão, por exemplo,
conhecia a lei de Deus (Gênesis 26:5).
Quando a lei foi promulgada no Monte Sinai, este fumegava
e tremia (Êxodo 19:18). Havia um motivo
para essa fumaça e tremor do monte. Deus queria impressionar Seu povo de tal
maneira, que jamais esquecessem do que estava para lhes dar. E foi assim que receberam os mandamentos,
registrados em Êxodo capítulo 20, versículos 3 até o 17.
E Jesus? Qual foi a atitude de Cristo diante da lei, dos
mandamentos? Mateus 5:17 registra as palavras do Salvador: “Não penseis que vim
revogar (mudar) a lei ou os profetas, não vim para revogar, vim para
cumprir”. Em João 15:10, declarou: “Se
guardares os Meus mandamentos, permanecereis no Meu amor; assim como também Eu
tenho guardado os mandamentos de Meu Pai, e no Seu amor permaneço.”
A lei revela o pecado, pois é a norma da vida perfeita.
Quando alguém mente, a lei adverte: “Não dirás falso testemunho”. Quando alguém
se apropria do alheio, a lei mostra o pecado: “Não furtarás”. O apóstolo Paulo
escreveu que “pela lei vem o conhecimento do pecado” (Romanos 3:20). É por esta
razão que o apóstolo Tiago compara a lei de Deus a um espelho (Tiago 1:23 a
15). Como o espelho mostra o rosto limpo ou manchado, a lei revela se estamos
bem com Deus ou não. A lei apenas mostra nossa desesperadora situação. Ela não
tem poder de salvar. Ela aponta o nosso problema. E mostra Jesus, o divino
médico da alma, que pode nos curar.
A lei dos dez mandamentos não foi proferida
exclusivamente para o benefício dos hebreus. Os preceitos do decálogo foram
dados para a instrução e governo de todos. Dez preceitos breves, compreensivos
e dotados de autoridade, abrangem os deveres do homem para com Deus e seus
semelhantes.
Encontramos nossa responsabilidade para com Deus nos
primeiros quatro mandamentos – e nosso dever ao próximo, nos seis restantes
(Lucas 10:27).
Esses mandamentos, se observados, servem de proteção para
a família, igreja e sociedade. Quão lamentável é que eles são hoje esquecidos.
Pouco se fala deles até na própria igreja. As crianças e jovens quase os
desconhecem completamente. Não é de admirar que muitos deles estejam tão longe
de Deus e a criminalidade tem aumentado assustadoramente!
Algumas pessoas acreditam que obedecer à lei significa o
fim da liberdade. Mas, pense bem: quem é escravo – aquele que não pode viver
sem “drogas” ou quem não as usa? Quem é livre – aquele que obedece às leis do
país ou o que as transgride? Que liberdade há para o criminoso? Aquele que
transgride a lei, perde a sua liberdade – será preso. O cidadão que obedece às
leis é um homem livre. Por isso Tiago chama os 10 mandamentos de “lei da
liberdade” (Tiago 2:12).
A obediência do cristão aos 10 mandamentos não é para
conseguir a salvação, mas uma espontânea demonstração de haver esse cristão
sido salvo pela fé em Jesus. A salvação que Jesus dá ao que nEle crê, restaura
o homem à sua verdadeira glória e dignidade, livra o homem da escravidão de
vícios e pecados e o torna feliz. Salmo
119:1 diz que “felizes os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do
Senhor.”
A lei não nos salva, pois não tem poder para isso. O
papel do decálogo é mostrar o pecado e a norma da justiça. A lei nos conduz a
Cristo (Gálatas 3:24).
Também gostaria de ressaltar que a lei de Deus será a
norma do juízo. Eclesiastes 12:13 e 14, diz: “Teme a Deus e guarda os Seus
mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a
juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam
más.”
“Mãezinha”, dizia a menina, enquanto abraçava fortemente
sua mãe; “eu amo a senhora tanto, tanto, até no fundo do coração!” “Que bom,
querida”, respondeu a mãe, “isto me
alegra muito”. Passados alguns minutos, a mãe pediu: “Filhinha, poderia tomar
conta do nenê enquanto faço almoço?”
“Outra vez? A senhora já sabe que eu não gosto de fazer
isso; agora quero brincar.” E saiu para o quintal.
Essa menina amava realmente a sua mãe? Se fosse amor
sincero deveria ter prazer em cumprir suas ordens, porque a obediência é uma
expressão de amor. “Se Me amais, guardareis os Meus mandamentos.” João
14:15. “Porque este é o amor de Deus,
que guardemos os Seus mandamentos.” I João 5:3.
Tem você amado a Jesus?
Têm você guardado os mandamentos como gratidão pela salvação recebida?
Pense seriamente sobre isso e reavalie sua vida cristã.
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27
SEGUINDO OS PASSOS DE JESUS
Pr.
Montano de Barros
A Bíblia é muito clara ao dizer que Deus é o criador do
Universo e de nosso planeta (Hebreus 1:1 e 2). E Ele o fez em seis dias.
Gênesis 2:2 e 3 conta que “havendo Deus terminado no dia sétimo a Sua obra, que
fizera, descansou nesse dia de toda a Sua obra que tinha feito. E abençoou Deus
o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como
Criador, fizera.”
Perceba que o sábado, o sétimo dia, foi colocado como um memorial
comemorativo da criação do nosso mundo. Diz o texto que lemos que Deus
descansou no sétimo dia. Por quê? Estaria Ele cansado? Não! Em Isaías 40:28 está escrito que “Deus
não se cansa nem se fatiga.” O verbo
descansar no hebraico é “shabath” – e quer dizer “celebrar, descansar”. Deus que terminou Sua obra, Deus olhou tudo
que tinha feito e achou muito bom (Gênesis 1:31). Em outras palavras, Deus
sentiu alegria pelo que fizera. Deus celebrou a alegria da criação.
Além de descansar, Deus abençoou o sétimo dia. Como é importante termos a bênção de Deus,
pois a “bênção do Senhor enriquece” (Provérbios 10:22). O sétimo dia, o sábado,
tem uma bênção que os demais dias não têm.
Como vimos até agora, Deus descansou e abençoou o sétimo
dia. Mas, Ele fez mais ainda: santificou o sétimo dia. Santificar significa
separar para um fim santo. Deus separou o sábado para um fim sagrado. O quarto
mandamento diz: “Lembra-te do dia de sábado para o santificar. Seis dias
trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu
Deus: não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem teu servo, nem tua
serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque
em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao
sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia de sábado, e o
santificou.” Êxodo 20:8 a 11.
Em Ezequiel 20 verso 12 está escrito: “Também lhes dei os
Meus sábados, para servirem de sinal entre Mim e eles, para que soubessem que
Eu sou o Senhor que os santifica.” Já em
Isaías 58:13 Deus chama o sétimo dia da semana de “o Meu santo dia” e “santo
dia do Senhor”. Quando Jesus esteve na
Terra, Ele declarou ser o Senhor do sábado (Marcos 2:27 e 28). No Apocalipse, o apóstolo João diz que teve
uma visão “no dia do Senhor.”
Note as expressões: “O sétimo dia é o sábado do Senhor
teu Deus”, “Meus sábados”, “Meu Santo dia”, “santo dia do Senhor”, “Senhor do
Sábado” e “dia do Senhor”. Se
transferíssemos a instituição do dia de repouso para outro dia da semana, não
daria certo. Estaríamos alterando para um dia que Ele não descansou, que Ele
não abençoou e nem santificou. Igreja alguma, estado ou país, pode instituir
outro dia do Senhor.
Jesus guardava o sábado? Lucas 4:16 diz que sim. “Tinha
por costume” ir à igreja aos sábados. “Tenho guardado os mandamentos de Meu
Pai” (João 15:10). Jesus nunca
transgrediu o sábado. Ele guardava e honrava o dia que Ele mesmo instituiu na
criação do mundo. “Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim
para mudar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a
terra passem, nem um i ou um til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra”
(Mateus 5:17 e 18).
Além de guardar o sábado, Jesus ensinou como guardá-lo,
pois muitos haviam perdido o sentido espiritual do sábado. Declarou que “é
lícito fazer o bem aos sábados” (Mateus 12:12).
Jesus fazia o bem, no sábado – curava enfermos, dava vista aos cegos.
Num sábado, ao passarem por um lugar de colheita, estando Seus discípulos com
fome, concordou que eles pegassem algumas espigas para comerem o grão (Lucas
6:1). Repetidas vezes encontramos Jesus
esclarecendo aos judeus como devia ser a verdadeira obediência do Seu santo
dia, pois eles o haviam tornado um fardo em lugar de bênção. Eram centenas as
restrições absurdas que estabelecerem. Por exemplo, não atendiam a um doente no
sábado, nem curavam uma ferida; não levavam lenço no bolso; não andavam mais de
dois quilômetros. Eram proibidos até de se olhar num espelho no dia de sábado.
Amigo, a lei de Deus é uma lei de amor. E atos de
misericórdia não são por ela proibidos.
Ao Jesus profetizar a destruição de Jerusalém, que se deu
no ano 70, portando cerca de 40 anos após Sua ressurreição, Cristo aconselhou:
“Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado.” Mateus 24:20.
A fuga de Jerusalém não deveria ser no inverno – por
causa das noites frias no Oriente. E nem no sábado, pois, ao fugirem,
provocariam certa confusão e o próprio viajar no dia de sábado, não seria
condizente com a santificação desse dia. Jesus, pois, recomendou que, 40 anos
após Sua ressurreição, se lembrassem do sábado. “Lembra-te do dia do sábado!” E
a fuga de Jerusalém aconteceu numa quarta-feira.
Completando o Seu trabalho de criação em seis dias, Jesus
descansou no sétimo dia. Após completar Seu trabalho de salvação, com a morte
na cruz, Ele descansou na sepultura no sétimo dia. Na criação e na redenção,
Jesus descansou no sétimo dia – o sábado.
Os seguidores de Jesus foram cuidados em guardar o sábado
como o Mestre deles o havia feito. Maria, mãe de Jesus e as demais mulheres que
O acompanhavam, guardavam o sábado
(Lucas 23:54 a 56).
Esse depoimento de Lucas foi escrito cerca
de 25 anos depois da morte e ressurreição de Jesus. E ele identifica o dia
santo, dizendo que estava entre a sexta-feira e o primeiro dia da semana.
O apóstolo Paulo foi convocado por Deus para levar as
maravilhosas notícias de salvação aos povos que não eram judeus. Paulo guardava
o sábado entre as pessoas das mais diferentes nações.
Em Antioquia da Psídia foi aos sábados à igreja (Atos
18:1 a 4 e verso 11). Contando todos esses sábados, temos um total de 84
sábados mencionados no Novo Testamento, guardados por Paulo e os demais crentes
após a ressurreição de Jesus.
Na Nova terra o sábado também será guardado (Isaías 66:22
e 23). Por isso, gostaria de deixar com você uma das mais lindas promessas da
Bíblia. Ela está em Isaías 48:13 e 14 e diz: “Se desviares o pé de profanar o
sábado, e de cuidar dos teus próprios interesses no Meu santo dia, se chamares
ao sábado deleitoso e santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não
seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem
falando palavras vãs, então, te deleitarás no Senhor. Eu te farei cavalgar
sobre os altos da terra, e te sustentarei com a herança de Jacó; porque a boca
do Senhor o disse.”
Amigo, Jesus ergueu um monumento comemorativo de Sua obra
criadora: o sábado. Descansou, abençoou e santificou esse dia. E, você? Tem respeitado esse dia? Guardado e
santificado?
28
PERGUNTAS E RESPOSTAS - I
Pr.
Montano de Barros
A Voz da Profecia, desde 1943, mantém uma escola
rádio-postal onde, além dos cursos bíblicos enviados gratuitamente aos nossos
ouvintes, responde dúvidas e perguntas de nossos amigos.
No programa de hoje e no próximo quero apresentar a
resposta de algumas das perguntas que
temos recebido com freqüência sobre o tema “sábado ou domingo” como dia de
repouso.
A primeira delas: “É a guarda do domingo ensinada no Novo
Testamento?”
A palavra domingo não aparece na Bíblia. No Novo
Testamento encontramos oito referências ao primeiro dia da semana. Quatro delas
falam do mesmo assunto: as mulheres, seguidoras de Jesus, foram ao sepulcro no
primeiro dia da semana para ungir o corpo do Senhor. Você encontra essas
passagens em Mateus 28:1; Marcos 16:1 e 2; Lucas 24:1 e João 20:1. Nesses
textos não há qualquer indicação de que o primeiro dia da semana foi
considerado santo.
Examinemos os outros textos. Marcos 16:9 “Havendo Ele
ressuscitado de manhã cedo, no primeiro dia da semana, apareceu primeiro a
Maria Madalena”. Este verso declara que Jesus ressuscitou no primeiro dia da
semana. E como vemos, o texto bíblico não vai além disto – não diz que por essa
razão o primeiro dia da semana tornou-se santo, ou deve ser guardado.
Agora, João 20:19 – “Ao cair da tarde daquele dia, o
primeiro dia da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos,
COM MEDO DOS JUDEUS, veio Jesus. Pôs-Se no meio, e disse-lhes: Paz seja
convosco!” O versículo diz que a causa
de estarem reunidos era o medo que tinham dos judeus (trancaram as portas), e
não para comemorarem a ressurreição de Cristo. Em Marcos 16:14 Jesus reprovou Seus discípulos por descrerem
que Ele havia ressuscitado.
Leiamos agora Atos 20:7 – “No primeiro dia da semana,
estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo que devia seguir de
viagem no dia imediato exortava-os e prolongou o discurso até à meia-noite.”
Temos aqui uma reunião religiosa realizada no primeiro
dia da semana. Mas não há nela indicação de santidade do primeiro dia. Devemos
nos lembrar que o apóstolo Paulo estava viajando e realizava reuniões em
qualquer dia da semana. Ele havia passado em Trôade sete dias e aparentemente
realizou essa reunião, porque “devia seguir de viagem no dia imediato.” Talvez a reunião tenha sido relatada por
causa do incidente da ressurreição do jovem Êutico que caíra da janela.
O oitavo texto bíblico que menciona o primeiro dia da
semana está na primeira carta aos Coríntios, capítulo 16, versículo dois: “No
primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua
prosperidade, e vá juntando para que se não façam coletas quando eu for.”
Essa oferta da qual Paulo está mencionando aos crentes de
Corinto era destinada aos pobres de Jerusalém. No primeiro dia da semana, EM
CASA, devia ser ela separada. E aí, também, ser entregue ao apóstolo quando ele
chegasse. Assim estaria acumulada, para que não houvesse coletas apressadas de
última hora.
Assim, as oito referências do Novo Testamento ao primeiro
dia da semana não contêm mandamento quanto ao dever de observarmos esse dia;
nem a menor indicação de que ele é santo. Concluímos então que a igreja cristã
primitiva, no período em que viveram os apóstolos, não conheceu o primeiro dia
(o domingo) como dia santificado.
O cardeal Gibbons, arcebispo de Baltimore e primaz da
Igreja Católica nos Estados Unidos, declarou certa ocasião: “Podereis ler a
Bíblia do Gênesis ao Apocalipse, e não encontrareis uma única linha que
autorize a santificação do domingo. As Escrituras ordenam a observância do
sábado, dia que nós nunca santificamos.” – Faith of our Fathers, pág. 89.
Outra pergunta que chega com freqüência ao programa “A
Voz da Profecia”: “Qual é então a origem da guarda do domingo?”
Os apóstolos Paulo e Pedro previram que algo estranho
aconteceria com a igreja. Atos 20:29 e 30 diz: “Eu sei que depois da minha
partida... dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas
para arrastar os discípulos atrás deles.” O apóstolo Pedro, na sua segunda
carta, capítulo dois, versículos 1 e 2, escreveu: “Assim como no meio do povo
surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os
quais introduzirão dissimuladamente heresias destruidoras... e muitos seguirão
as suas práticas libertinas...”
E tudo isso aconteceu após a morte dos apóstolos.
Enquanto viveram, os apóstolos foram os guardiões da verdade.
Esses falsos mestres que surgiram, eram mais filósofos do
que discípulos de Jesus, mais pagãos do que cristãos. Vejamos o que aconteceu:
o primeiro dia da semana era dedicado ao culto do Sol, pelos antigos
babilônios. Em 274, depois de Cristo, o imperador Aureliano adotou o culto do
Sol como a religião oficial do império romano. O astro-rei era o centro de
adoração, a principal divindade. Ao culto do sol – Sol Invicto, como lhe
chamavam – foi dedicado o primeiro dia da semana, que por isso era chamado no
latim “dies solis” - dia do sol. Assim, pela influência desses mestres, esse
dia do paganismo pouco a pouco penetrou na cristandade para facilitar a
“cristianização” dos pagãos.
Como você vê, a mudança do sábado para o domingo foi por
vontade humana e não divina. O homem desviou-se de Deus e do que está na Bíblia
Sagrada.
No próximo
programa estarei apresentando mais detalhes sobre a mudança do dia de repouso
tanto pelo poder estatal quanto pelo poder religioso.
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29
PERGUNTAS E RESPOSTAS - II
Pr.
Montano de Barros
No
último programa apresentei alguns dados bíblicos e históricos sobre a mudança
que o ser humano fez na lei de Deus, substituindo o sábado pelo domingo como
dia de repouso.
Vimos
que a palavra domingo não aparece na Bíblia. O “primeiro dia” da semana é
mencionado apenas oito vezes no Novo Testamento. A maioria dos textos está se
referindo a ressurreição de Jesus e nenhum desses versículos dá a mínima idéia de mudança ou celebração religiosa recomendada por
Cristo.
Conforme
prometi, quero apresentar hoje mais alguns dados históricos sobre esse tão
importante tema.
O
primeiro dia da semana era dedicado ao culto do Sol, pelos antigos babilônios.
Em 274, depois de Cristo, o imperador Aureliano adotou o culto do Sol como a
religião oficial do império romano. O astro-rei era o centro de adoração, a
principal divindade. Ao culto do sol – Sol Invicto, como lhe chamavam – foi
dedicado o primeiro dia da semana, que por isso era chamado no latim “dies solis” – dia do sol. Assim, pela influência desses mestres,
esse dia do paganismo pouco a pouco penetrou na cristandade para facilitar a
“cristianização” dos pagãos.
E como
chegou a observância do domingo a ser oficializada? Por um decreto do imperador Constantino
baixado em 7 de março de 321 da nossa era, que dizia o seguinte: “Que os juízes
e o povo das cidades, bem como os comerciantes repousem no venerável dia do
Sol. ...”
A
aparente conversão do imperador romano Constantino teve objetivos políticos: agradar
seus súditos cristãos. Como, porém, essa atitude contrariasse os outros súditos
pagãos, fez uma “acomodação”, introduzindo na igreja muitos dos seus costumes.
Cerca
de 40 anos mais tarde, no ano de 364, veio o decreto eclesiástico, a lei
tornou-se religiosa. Dizia assim: “Os cristãos não devem judaizar, ou estar
ociosos no sábado, mas trabalharão nesse dia; o dia do Senhor (domingo),
entretanto, honrarão especialmente, e como cristãos, não devem, se possível,
fazer qualquer trabalho nele. Se, porém, forem achados judaizados, serão separados de Cristo.” – Cânon 29 do
Concílio de Laodicéia.
Perceba,
amigo ouvinte, que a proibição de observar o sábado significa que esse dia
ainda era observado (guardado) no quarto século. Além da proibição em 364, do
Concílio de Laodicéia, outras proibições se seguiram,
fazendo com que o sábado fosse cada vez mais esquecido e o domingo mais
firmemente estabelecido. Porém, sempre houve fiéis que não aceitaram a mudança:
os Valdenses no Piemont guardaram o sábado mais de
mil anos, pois possuíam e estudavam a Bíblia. Na Etiópia, no século 17,
guardava-se o sábado como memorial da criação.
E se
formos às profecias, veremos o profeta Daniel predizendo que um poder
político-religioso cuidaria em mudar os tempos e lei (Daniel 7:25 e 8:12).
Uma
outra questão, levantada por muitos de nossos ouvintes é: “Não foi o sábado
feito só para os judeus?”
Marcos
2:27 responde: “O sábado foi estabelecido por causa do homem e não o homem por
causa do sábado.”
Perceba
que o sábado foi instituído na criação do mundo. Os judeus ainda nem existiam.
Deus fez o sábado para o homem, quer dizer, para toda a humanidade. Se o sábado
– o quarto mandamento – tivesse sido dado somente para os judeus, então toda a
lei – os 10 mandamentos – também seria só para eles. Nesse caso, os cristãos
poderiam adorar imagens, roubar, matar, adulterar, mentir, etc. Logicamente isto não pode ser assim. Então, o
quarto mandamento – o sábado – não era só para os judeus.
Outra
pergunta que recebemos: “Está correto os cristãos guardarem o domingo como
memorial da ressurreição de Jesus?”
Sem
dúvida alguma, a ressurreição de Jesus foi um grandioso acontecimento. Mas isso
não torna santo um dia. Aceitar a observância do domingo por este motivo não
tem base bíblica. Deus não autorizou essa mudança. Jesus também não autorizou.
Tampouco os apóstolos, que viveram muitos anos após a ressurreição de Jesus.
Se
você não sabia nada sobre esse assunto, talvez agora esteja se perguntando: “O
que devo fazer? Estou perdido?”
Quero
oferecer a resposta da Bíblia, que está em Atos 17:30 – “Ora, Deus não leva em
conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em
toda parte, se arrependam.” Na carta de
Tiago, capítulo 4, versículo 17, lemos: “Portanto, aquele que sabe que deve
fazer o bem e não o faz, nisso está pecando.”
Amigo,
se Deus não fosse tão exato, não teria sido necessário Jesus morrer para nos
salvar do pecado. Mas Cristo morreu para tirar o pecado e estabelecer a lei de
Deus no coração do ser humano.
Em
Romanos 3:31 o apóstolo Paulo escreveu que a fé não anula a lei. A fé confirma
a lei de Deus. Por isso, em Hebreus 8:10, está escrito: “... nas suas mentes
imprimirei as Minhas leis, também sobre os seus corações as inscreverei: e Eu
serei o seu Deus e eles serão o Meu povo.”
Se
queremos pertencer ao povo de Deus, devemos obedecer ao Senhor, custe o que
custar, mesmo que isso exija um sacrifício de nossa parte. Por isso, tome agora
a decisão de ficar ao lado de Jesus. Foi Ele mesmo quem disse: “Se Me amais,
guardareis os Meus mandamentos.”
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30
PORQUE ACREDITO NA BÍBLIA
Pr.
Montano de Barros
No
programa de hoje quero apresentar dez convincentes razões para se crer na
Bíblia, desde que se esteja disposto a tanto.
Podemos
acreditar na Bíblia, em pleno século 21? Seria a Bíblia mais do que um livro de
mitos e histórias para crianças? Confira
as 10 razões porque acredito nela:
Primeira:
A Bíblia afirma ter sido inspirada por Deus.
Ela foi escrita por pessoas comuns, mas essas pessoas foram guiadas pelo
Espírito Santo. (Segunda carta de Pedro, capítulo um, versículos 20 e 21). Por
ter sido inspirada por Deus, a Bíblia está em um nível diferente dos outros
livros.
Segunda
razão porque acredito na Bíblia: Jesus citou a Bíblia. Lucas 24:27 e 44, afirma
isso. Eu não acredito que Cristo fosse citar um livro de contos de fadas.
Terceira:
As profecias da Bíblia são corretas. O profeta Miquéias, que viveu cerca de 500
anos antes de Cristo, predisse que Jesus nasceria em Belém, na Judéia. A
profecia se cumpriu em cheio. O profeta Isaías, no capítulo 13, predisse que
Babilônia seria destruída; que ficaria sem moradores; se tornaria a casa de
aves de animais selvagens. Essa profecia teve um cumprimento literal – sem
falar em muitas outras.
A
quarta razão porque acredito na Bíblia: a arqueologia confirma a Bíblia.
Repetidamente, a arqueologia tem confirmado a veracidade da Bíblia. Vou citar
um caso. T. K. Cheyne disse, na edição de 1881 da Encyclopaedia Britannica, que as
passagens bíblicas sobre os hititas não podiam ser “tomadas estritamente como
documentos históricos” porque não havia evidências de que esse grupo tenha
existido. Hoje, graças à arqueologia, a Encyclopaedia
Britannica concorda com o que a Bíblia afirma sobre
os hititas.
A
quinta razão: a mensagem bíblica tem unidade. Embora cerca de 40 autores tenham
participado na elaboração dos escritos bíblicos, num período de mais ou menos
1.500 anos, não há contradições neles. Os autores não se chocam uns com os
outros.
A
sexta razão: a Bíblia dá lampejos científicos. Ela não é um livro de ciência,
mas não erra quando fornece um de seus flashes científicos. Jó 38:31 fala em
“atar... o sete-estrelo”. De fato, as sete estrelas da Plêiade se deslocam no
espaço numa mesma direção. R. J. Trumpler, do
Observatório Lick, na Austrália, diz que a estrelas
estão todas amarradas juntas e “voando como um bando de pássaros”. Nesse mesmo
texto do livro de Jó encontramos a frase “soltar os laços de Órion.” De fato,
as estrelas do laço de Órion viajam separadamente.
A
sétima razão porque acredito na Bíblia: ela resiste à ação do tempo e dos
críticos (Isaías 40:8). Apesar de todo tipo de ataque, incluindo aí a fúria dos
críticos, a Bíblia chega com vida e saúde ao século 21.
A
oitava razão: Deus e a Salvação constituem os temas centrais da Bíblia. Em
marcante contraste com outros escritos ditos “sagrados”, a Bíblia focaliza mais
Deus e a maneira como as pessoas podem ser salvas do que as façanhas humanas.
A nona
razão porque acredito na Bíblia: a Bíblia apresenta uma excelente ética. A
moralidade e a ética apresentadas pela Bíblia são contrárias à inclinação
natural das pessoas, mas não ao bom senso. “Felizes os pobres de espírito” e
“ame seus inimigos” são dois ensinamentos interessantes, não acha?
E a
décima razão porque acredito na Bíblia:
A Bíblia transforma vidas (Hebreus 4:12). Alguns anos trás, um militar visitou uma ilha
de canibais no Pacífico Sul. Certo dia, viu um velho sentado em frente à sua
cabana lendo um livro. Perguntou o que ele estava lendo. Levantando sua Bíblia,
o chefe disse: “Leio o livro de Deus”.
“Você
está meio ultrapassado, não?”, atacou o militar. “Em meu país não acreditamos
mais nesse livro. Achamos que ele não passa de um amontoado de mitos.”
O
velho chefe pensou devagar, então replicou: “Talvez vocês não acreditem na
Bíblia em sua terra. Mas esse Livro me fez um homem bom. Antes dele chegar
aqui, eu comeria você. Agora o Livro me mudou. Deixei de ser canibal. O Livro
de Deus mudou meu coração. Diga-me, homem branco, você quer que eu jogue o
Livro fora e coma você?”
O
experiente conselheiro Tim LaHaye segure alguns
passos para aproveitar melhor a leitura da Bíblia. Preste atenção:
Primeiro:
leia a Bíblia diariamente. A leitura da Bíblia é para a vida espiritual aquilo
que a alimentação é para a vida física. A maioria das pessoas gosta de ler a
Bíblia, devocionalmente, pela manhã. É mais fácil
programar a leitura bíblica para a parte da manhã; basta levantar 15 minutos
mais cedo.
Em
segundo lugar, marque a duração do tempo. É importante ter um tempo definido, e
15 minutos não é demais. A maioria das pessoas passa mais tempo que isso lendo
jornais ou assistindo ao noticiário da TV, ou em telefonemas desnecessários.
Em
terceiro lugar, marque um lugar definido. O lugar para fazer a leitura ajuda a
concentração e persistência. Os entendidos dizem que a leitura deve ser feita
na posição sentada, à uma mesa, e sem outros objetos na mesa, além da Bíblia.
Por
último, anote, sublinhe, releia e peça sabedoria de Deus para entender o livro dEle. Como Ele é o autor, Ele o ajudará com muita
satisfação. E, não esqueça: se você ler 3 ou 4 capítulos por dia, em um ano
lerá toda a Bíblia.
Caso você queira aprofundar o seu conhecimento da Bíblia,
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31
DEZ ÁREAS CRÍTICAS DE UM CASAMENTO
Pr.
Montano de Barros
As
regras para um bom casamento podem ser aprendidas, e a idade não é o maior
problema. Além do mais, ninguém já nasce feito um bom marido ou boa esposa. Por
isso, quero apresentar, no programa de hoje, 10 áreas críticas do casamento.
A
primeira é a comunicação. A comunicação envolve transmitir e receber. O
transmitir está relacionado com cada coisa que falamos ou demonstramos de forma
não verbal sobre nós mesmos.
O
receber corresponde a tudo que ouvimos ou percebemos e vemos na outra pessoa.
Só que antes de qualquer comunicação precisamos estar "ligados", e
isso é muito difícil. Desde bem cedo na vida, as pessoas são treinadas para
bloquear seus sentimentos porque não desejam ser vulneráveis, ser criticadas ou
receber desaprovação.
Para
haver comunicação é necessária uma boa sintonia entre duas pessoas. E uma
perfeita sintonia só é possível quando há confiança, compreensão e apreço. A
pessoa deve se sentir "em boas mãos", caso contrário, ela será muito
seletiva quanto a suas revelações.
A
segunda área crítica do casamento, que quero destacar é o carinho. Carinho tem
que ver com sua capacidade de dizer: "Eu te amo". Inclui palavras,
afetos físicos e tudo o que um faz pelo outro.
Uma
das mais trágicas constatações sobre a maioria dos casais, hoje em dia, é que
depois de casados não expressam o mesmo carinho dos tempos de namoro. Essa
omissão é problemática porque o que expressamos afeta nossos sentimentos. E se
nada expressamos, nossos sentimentos também se apagam.
A
terceira área crítica do casamento é o companheirismo. A capacidade de fazer os
outros se sentirem bem. É possível julgar a qualidade do companheirismo pelo
que representam os encontros com aquela pessoa, e se não há encontros...
Compare
seus encontros de agora com os do tempo do namoro. Vocês gostam de ficar juntos
a sós? Arranjam tempo para isso? Ou é exatamente o que não acontece? A maneira
como usam o tempo em que estão juntos é o que determina se há ou não
companheirismo.
A
quarta área crítica do casamento: interesses. Os interesses correspondem
àquelas coisas da vida pelas quais você toma a iniciativa. Esportes, hobbies,
passatempos artísticos ou devocionais, podem ser considerados interesses. Ou
seja, tudo aquilo que dá qualidade à vida.
Ter
e desenvolver interesses individuais é bom, mas não o suficiente. É o partilhar
coisas em comum, é o identificar-se com os alvos dos outros que acrescenta
laços e firma a unidade do casal. É
importante aprender juntos, desenvolver um projeto em comum, sentindo a
necessidade da participação do parceiro. O resultado será uma intimidade maior
com a outra pessoa.
A
quinta área crítica do casamento: valores. Todos têm uma escala de valores que
inclui dinheiro, crianças, sexo, política, religião e muitas outras coisas. O
que é importante para você também é importante para sua esposa ou marido?
Algumas pessoas nem mesmo sabem o que é importante para o cônjuge.
Os
valores religiosos, por exemplo, são muito importantes porque alargam os
propósitos da vida. Se crermos que fomos feitos à imagem divina, vamos nos
valorizar muito. E quem foi feito à imagem de Deus deve refletir essa imagem.
A
sexta área crítica do casamento é o sexo. Aqui se inclui todo o relacionamento
entre marido e mulher - não apenas um momento passageiro. O sexo está num
olhar, num toque na maneira de se relacionar. É um comportamento especial que
só existe entre marido e mulher. Se há relacionamento especial entre duas
pessoas também haverá sentimentos particulares. Se eles forem compartilhados
com outros, deixarão de ser particulares, especiais.
Muitas
pessoas acham que já perderam o charme. O problema não é que perderam o charme,
apenas deixaram de manifestar aquele comportamento que acende o charme.
A
família é a sétima área crítica do casamento. Suas relações com a família vão
refletir no relacionamento com o marido ou a esposa. Os papéis de marido e pai
e mãe e esposa são inter-relacionados. Os filhos serão afetados pelo seu melhor
ou pior relacionamento.
Como
você considera a família nessa questão que envolve você e o companheiro? Qual a
vez das crianças? As resoluções são tomadas levando em conta a
"equipe" toda, ou a jogada é individualista?
A
oitava área crítica do casamento é o social. Nenhum casamento é estável se
funcionar como um clube privado. O casamento é uma relação social que se
expande e se fortalece à medida que o seu amor extravasa atingindo a outras
pessoas que o circundam. Marido e mulher devem ter amigos comuns mais do que um
conjunto de amigos cada um.
Acho
que Deus designou a família para ser um centro irradiador de testemunho para
todo o Universo. A família não deve ser o fim do amor mas deve ser sua fonte.
Se você tem uma família solidária, esse relacionamento deve influenciar os
outros. Você deve se interessar pelas outras pessoas também.
Negócios
- é a nona área crítica do casamento. Esse é um importante recheio do
casamento. Compras, cheques, escolha de móveis, roupas, economias - essa parte
administrativa não pode ser isolada das demais atividades do lar. Os negócios
devem ser um fator de união do casal. Cada um deve saber o que outro está
fazendo e deve aprovar suas atitudes.
E
a décima área crítica do casamento que quero destacar: reavaliação. Com essa
palavra quero lembrar a importância de o marido e a mulher trocarem idéias sobre o progresso de sua relação matrimonial. Essa
reflexão acerca dos rumos, avanços e retrocessos é fundamental para descobrir a
necessidade de alguma correção na rota ou para se ter uma idéia
global das circunstâncias.
Amigo,
todas essas 10 áreas críticas do casamento podem ser controladas se o casal
quiser, e é possível que muitos estejam tentando isso. Aliás, quase tudo pode
ser conseguido no casamento, se houver cooperação para isso. Ou seja, o lar
pode ser um "pedacinho do céu na Terra" ou um inferno, dependendo de
como se comportam marido e mulher.
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O ELOGIO NO CASAMENTO
Pr. Montano de Barros
Um casal viajava de automóvel durante as férias. Numa tarde
pararam junto a uma casa de campo ao ver um cartaz que anunciava a venda de suco
de maçã. Um velho agricultor e sua esposa saudaram amavelmente os turistas.
Enquanto
os viajantes bebiam o suco e conversavam, o velho agricultor mencionou que ele
e a esposa estavam casados e felizes há quase 50 anos. Em seguida, acrescentou:
"Creio que os melhores matrimônios são na realidade sociedades de
admiração mútua. Não é bom esconder nossos sentimentos. Minha esposa gosta de
um elogio de vez em quando, e eu também."
Amigo, este pedaço de filosofia rural me faz
lembrar uma definição de amizade, feita por um notável escritor: "Amizade
é o jogo agradável do intercâmbio de louvores." Contudo, quantas mulheres elogiam o marido
após este ter manobrado habilmente o automóvel ao enfrentar uma situação
difícil na estrada? E quantos maridos elogiam a esposa por ter lembrado de
costurar o botão que havia caído da camisa?
Devemos lembrar que os elogios voam sobre as
asas da divulgação de rumores tão rapidamente quanto os escândalos.
Quando
se tem à disposição o elogio, este instrumento tão eficaz para enriquecer a
estima própria do semelhante, é difícil entender porque são poucos os que se
interessam em dominar a arte de louvar os outros. O elogio é uma prática que
introduz calor humano e sentimentos agradáveis nas relações cotidianas, e
transforma a correria do mundo em música.
E em nenhum campo isto é mais certo do que no matrimônio. A mulher ou o
marido que está atentos para dizer uma frase
alentadora no momento oportuno, consegue uma valiosa apólice de seguro para seu
casamento.
Logicamente,
devemos ter o cuidado na maneira de fazer esse elogio. Nunca devemos
generalizar, já que isso enfraquece o pensamento positivo que você está
tentando transmitir. Por isso, seja específico.
Não
diga: "Que comida saborosa." Ofereça à esposa um elogio referente a
um prato em particular que foi delicioso. Não diga: "Você está muito
bonita hoje." Destaque um aspecto da aparência pessoal dela ou dele que
realça sua beleza. Se sua esposa baixou de 90 quilos para 65 quilos, não
procure lisonjeá-la dizendo: "Agora sim você tem uma outra aparência,
querida! Você não está mais levando por toda parte esse peso extra". É melhor abraçar a esposa pela cintura e
dizer: "Você está encantadora, querida, agora que tem novamente essa
silhueta elegante."
Amigo, nenhum de nós quer enganar ou adular
falsamente ou expressar em palavras emoções que não sentimos. Esta
insinceridade é facilmente descoberta e não beneficia ninguém. Na realidade, é
uma forma de mentira.
Mas,
não esqueça que podemos estar também mentindo quando retemos expressões de
afeto e admiração que um ser querido pode estar necessitando ouvir de forma,
quem sabe, desesperada.
Também
é importante o momento em que expressamos um elogio. Não espere muito para
dizer a uma pessoa que pregou um bom sermão, que deu uma boa aula, que cortou
bem o gramado, ou que teve um corte de cabelo atraente, ou preparou um bom
jantar, ou lhe fez um favor. Mas não faça isso de imediato, quando a pessoa
está esperando. Saiba aguardar. Depois, quando essa pessoa julgar que você se
esqueceu, expresse palavras de louvor, elogio. Isso terá um efeito
extraordinário!
Com
muita freqüência ouvimos que o matrimônio é um
desafio difícil e exigente. Talvez o complicamos demais. Em última instância, é
numa relação na qual dois seres humanos tratam de se sentir plenamente
realizados, e não pedem muito. Somente ocupar o primeiro lugar na vida afetiva
do cônjuge, sentir-se necessário para o outro, e ocasionalmente ouvir uma sincera expressão de apreço.
Não
é muito, mas é suficiente. Como dizem as Escrituras Sagradas: "Como maçãs
de ouro
em
salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo."
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33
FILHOS ADOLESCENTES
Pr. Montano de Barros
Imagine
o quadro: ele continua tendo a aparência de menino, mas não fala ou age como
menino. Tem apenas 11 anos de idade e, freqüentemente
parece um estranho em sua própria casa!
O
comportado garoto de ontem, agora refuga as pequenas tarefas domésticas e
desatende os conselhos e avisos. Quando o pai ou a mãe começam a falar com ele,
faz careta como que dizendo: "Sim, sim, quando é que vão parar com
isso?" Outras vezes fica amuado ou
espumando de raiva e grita: "Não é só você que sabe; eu também sei das
coisas."
A
criança cheia de alegria se desmancha em lágrimas por qualquer motivo, ou
metralha uma série de palavras que não aprendeu em casa. Rapazes alinhados se
tornam relaxados ou vice-versa. As crianças distraídas se tornam mais
distraídas ainda. Os gozadores se tornam insuportáveis.
Esse
é um pálido e típico quadro da adolescência. A maioria dos pais entra em
desespero. O que fazer? Como agir?
No
programa de hoje quero deixar algumas sugestões práticas para ajudar a resolver
os conflitos entre pais e filhos adolescentes.
A
primeira sugestão: aceite o fato que muitos pais de adolescentes estão passando
pela mesma experiência. Os pais tendem a pensar que estão sozinhos; que são as
únicas vítimas. Relaxe. Quase todos os lares têm uma criança nessa idade; às
vezes dois ou até três. Olhe em volta. Há vários pais com filhos nessa idade.
Nem todos eles estão malucos ou de cabelos brancos por isso. Alguns pais estão
até bem felizes; então, não se desespere.
A
segunda sugestão: Mantenha abertos os canais de comunicação. A adolescência é
uma época especialmente problemática por causa da incomunicabilidade, já que
tanto os pais quanto os filhos podem interromper a comunicação por apenas um
olhar atravessado, uma palavra sarcástica ou um franzir de testa. Será de
grande utilidade o ter estabelecido um bom relacionamento com seu filho nos
anos que antecedem a adolescência..
A
terceira sugestão: explique para o adolescente as alterações do organismo e
leve isso em conta. As alterações hormonais são a causa de muitos dos
desequilíbrios que seu filho está apresentando. É claro que ele está também
experimentando os limites impostos por seus pais, como que testando a
maturidade deles. Um dia, o pai e a mãe estão lidando com alguém que parece um
adulto, no outro, como uma criança. E o pior é que essa mudança é repentina. Se
tanto os pais como a criança entendem que a adolescência é um tempo de
variações hormonais, ambos estarão mais capacitados para lidar com ela. A
tensão pode ser algo positivo se todas as pessoas envolvidas mostrarem
compreensão e interesse.
A quarta sugestão é: faça planos antecipados.
Nenhuma criança salta dos dez para os vinte anos, apesar de que muitos pudessem
apreciar essa solução. Os pais dispõem de um certo número de anos antes, quando
ambos podem se tornar bem familiarizados com a criança. Tire vantagem desses
anos que antecedem a puberdade. Trabalhe
um pouco menos para passar mais tempo com seu filho. Ele aprenderá a
amar você, não somente por ser seu filho, mas porque ele o conhece bem.
Tenha
adaptabilidade. Esta é a quinta sugestão.
A rigidez familiar tem cortado a comunicação entre pais e filhos com
alguma freqüência. Não ouça toda sugestão de seus
bem-intencionados amigos e parentes que já naufragaram nos mares da
adolescência. Você pode até ouvir, mas adapte, inove, crie suas próprias
soluções de acordo com você e sua família.
Em
sexto lugar, mantenha o senso de humor. Sorria, faça trocadilhos, e seu
adolescente irá participar. Será uma forma de resolver ou afastar situações
agudas. Não estou sugerindo rir de seu filho adolescente, mas rir com ele. Se
você precisar rir fora de hora, faça isso sozinho. E, ria de você mesmo...
A
sétima sugestão para ajudar seu filho adolescente: lembre-se que você deixou de
ser mais
forte
do que seu filho. Não é mais possível "dar palmadas" ou
"sopapos". Você poderá até "tirar o couro do menino"; só
que isso não será a solução. Brigas e discussões não resolvem. É tempo de agir,
não apenas de falar sobre o que poderia ter sido. Se os limites estão sendo
ameaçados, eles deveriam ser reforçados. A suspensão de privilégios, nessa
época, é melhor do que discussões, brigas ou castigo corporal.
Como
oitava sugestão, admita que qualquer pai erra, não importa quem seja ele ou em
que posição esteja. Os pais causam maior mal insistindo nos erros do passado do
que de qualquer outra forma. Esqueça o passado. Você terá suficientes desafios
para hoje com seu adolescente, sem "ficar chorando o leite
derramado". Apenas "peça a
Deus" e "faça votos" para que tais erros não se repitam.
A
nona sugestão: Utilize a oração. Deus pode mudar mentes e corações. Como um pai
você pode influenciar "de fora para dentro" pelas palavras. Mas Deus
atua no íntimo. Ele também poderá ajudar você a saber o momento certo de falar
e quando ficar em silêncio. Ele vai dar as palavras e pensamentos que jamais
você os teria por si mesmo. Deus quer ajudar você a proteger seu jovem para que você não fique
desesperado ou desanimado.
Por
último, tenha apreciação pelo seu adolescente. Cada estágio do desenvolvimento
de uma criança deve representar um motivo de encanto e de felicidade para os
pais. Os anos da adolescência são aqueles usados pelos filhos para testar tudo
o que os pais ensinaram. Apesar de eles nunca admitirem isso, as crianças
desejam sentir a proximidade e influência dos pais nesse período - mas não de
forma intensa. Elas necessitam de liberdade.
Ame
seu filho. Aprecie seu filho. Esse adolescente é um presente de Deus para você.
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34
A FAMÍLIA E AS DÍVIDAS
Pr. Montano de Barros
Uma grande fonte de atritos em família, especialmente entre
o casal, é gerada por dificuldades financeiras.. É muito comum vermos a mulher,
os filhos, e mesmo o pai, pretendendo manter um nível de vida incompatível com
o nível de renda. O resultado? Tensões
crescentes, perda da paz de espírito, desentendimentos, noites em claro. Com freqüência, a saúde de alguém no lar é afetada de forma
profunda pelas tensões geradas a partir do desequilíbrio financeiro.
Estatísticas
mostram que grande parte das separações entre casais tem sua principal causa em
problemas de ordem financeira. Mais ainda: muitos lares têm sido arrasados pelo
suicídio de um dos cônjuges (geralmente o marido), arrastado a esse gesto
extremo por problemas financeiros no lar. Quão trágicas conseqüências
podem acarretar a ausência de cuidadoso planejamento doméstico!
Não
podemos ignorar que muitas vezes se deixa um mau exemplo aos filhos e a outros
membros da família, no tocante a este assunto. Deveríamos nos empenhar para que
este problema de dívidas não se torne "hereditário".
Há
mais uma conseqüência que preciso destacar. A Bíblia
apresenta valiosas lições com relação ao correto manejo das finanças pessoais e
domésticas.
Certamente
a Bíblia não pode ser considerada como um Manual de Administração Financeira,
mas observe quão precisa ela é ao destacar o ponto ao qual estou me referindo:
"O que toma emprestado, é servo de quem empresta" (Provérbios 22:7).
Nossa própria liberdade pessoal acaba sendo afetada quando nos vemos enlaçados
pela dívida. Ficamos servos de nossos credores.
Por
que surgem as dívidas? Parece que a
principal razão para o surgimento das dívidas é a ausência de correto
planejamento doméstico. Se nos acostumarmos a gastar no limite de nossa renda,
qualquer imprevisto poderá nos envolver em dívidas. Existem, entretanto, outras
razões, que em parte podem igualmente ser consideradas como falta de
planejamento:
Uma
delas é a forte tendência que temos de gastar descontroladamente quantias
aparentemente pequenas, exatamente pelo fato de parecerem pequenas. Este fator
pode mais facilmente nos conduzir para dívidas do que grandes gastos mal
feitos.
Outra
grande causa de dívidas é o desejo de ostentação. Muitas vezes a situação
financeira real não permite determinado gasto, mas o senso de que é necessário
igualar-se a outras pessoas no vestuário, nos móveis ou no carro, força a
compra do objeto desejado, ainda que à custa de fortes dívidas.
Existem,
evidentemente, imprevistos que podem gerar desequilíbrios financeiros. Mesmo
estes "imprevistos" podem, no entanto, ser pelo menos parcialmente
previstos; isso pode ser conseguido mediante a formação de uma certa reserva
financeira para atender exclusivamente a tais casos.
As
altas taxas de juros podem nos levar a situações muito embaraçosas. Sempre que
compramos a prazo, devemos estar certos da forma como são calculados os juros
embutidos na prestação. Não acredite em promoções do tipo "cinco vezes sem
acréscimo!" Calcular corretamente a taxa de juros é fundamental para se
saber se a compra é razoável ou não.
Recorrendo
novamente à sabedoria bíblica, descobrimos outra causa comum das dívidas:
"Quem fica por fiador de outra pessoa sofrerá males, mas o que foge de o
ser estará seguro" (Provérbios 11:15). Nos descartarmos de um
"gentil" pedido de fiança por parte de um amigo, pode ser algo
constrangedor, mas em geral é bem mais constrangedor ter que pagar dívidas que
avalizamos, e que em nada nos beneficiaram. É uma boa prática o casal
estabelecer entre si que nenhum dos dois prestará fiança.
O
uso descuidado de cartões de crédito e cheques pré-datados têm levado muitos a
situações desagradáveis. Os cartões facilitam nossa vida tanto quanto podem
amargurá-la. O uso de crédito pode ser vantajoso, desde que você tenha o
cuidado de anotar imediatamente as compras assim efetuadas, preferivelmente
deduzindo no ato a importância gasta, de seu saldo bancário correspondente.
A
última causa de dívidas que vou mencionar aqui é a ambição de ganhos muito
elevados. Qualquer mercado de investimentos, em condições normais, é regulado
pelo princípio do risco-retorno: quanto mais alto o risco do investimento,
maior o retorno oferecido por ele. Em outras palavras, se o retorno oferecido
for muito alto, esteja certo de que o risco anunciado é igualmente alto.
Como
eliminar as dívidas? Existem dois
caminhos básicos que necessitam ser percorridos simultaneamente por quem,
encontrando-se em situação de dívida, deseja sinceramente livrar-se dela e não
mais cair em suas garras. O primeiro é o caminho preventivo; o segundo, o
corretivo. Insisto em que ambos precisam ser percorridos paralelamente.
Além
de estar plenamente consciente de que a dívida é um sério problema, você deve
também estar decidido a eliminar a dívida a qualquer custo. Isso não é fácil,
mas certamente compensa. E a família toda deve participar dessa luta contra as
dívidas. Por isso, adote a prática da economia como um inarredável princípio de
vida. Negue-se a gastar sem qualquer necessidade.
Anote
todos os gatos, analisando-os cuidadosamente. Um dos cônjuges - aquele que
sente mais dificuldades em gastar - deve controlar o dinheiro da família.
Resolver
o problema das dívidas domésticas ou pessoais é algo que depende de muita
disciplina e total disposição àquilo que se propõe. O resultado é mais
compensador, em todos os sentidos - até mesmo o espiritual. Poupar antes e
gastar depois, calcular primeiro e depois partir para a decisão de dispêndio,
parecem ser duas regras áureas da economia doméstica.
Deixo
com você o pequeno poema escrito pelo sábio Sun Tzu,
que viveu no quarto século antes de Cristo: "Com muitos cálculos se pode
vencer;/ com poucos não se pode./ Que chances a menos de vitória/ tem quem não
faz nenhum cálculo!"
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35
O TEMPO EM FAMÍLIA
Pr. Montano de Barros
Um
dos mais sérios problemas da vida agitada de nossos dias é encontrar tempo para
se dedicar à família. É angustiosa a situação de inúmeros pais que saem de casa
pela manhã, antes de seus filhos acordarem e regressam do trabalho somente
depois que já estão dormindo. Os filhos crescem sem conhecerem de fato a seus
pais, a ponto de se tornarem mutuamente estranhos. Isso contribui para agravar
as tensões próprias da adolescência quando isso ocorre.
Outro
enorme contingente de maridos ou esposas que não são capazes de encontrar tempo
para a família, descobrem dramaticamente, quando o último filho se emancipa,
que um não conhece o outro. E qual não é a decepção quando se lembram que ainda
terão que viver o resto da vida sob o mesmo teto sem ter nenhuma motivação para
uni-los.
O
tempo dedicado à família é ouro. Freqüentemente,
entretanto, a possibilidade de viver uma relação enriquecedora para todos se vê
arruinada por diversos problemas. O medo da intimidade, a falta de um sistema
definido de prioridades, a desorganização e atitudes incorretas, parecem ser os
principais fatores da falta de tempo para o cultivo das relações familiares.
Especialistas
afirmam que a maioria das pessoas escolhe gastar seu tempo em coisas que evitam
a intimidade. O retraimento, os intercâmbios formais, o trabalho e as conversas
estereotipadas, são os instrumentos com os quais preenchemos nosso tempo
fugindo por completo das relações genuinamente profundas.
Pior
ainda, diante da iminência de encontros importantes, significativos, utilizamos
nosso tempo para elaborar truques psicológicos que resultem na convicção, nossa
e de nossos interlocutores, de que a intimidade é impossível ou, pelo menos,
inconveniente.
Depois
de nossa relação com Deus, as relações familiares deveriam ocupar o primeiro
lugar. A afirmação é correta até quando
temos que escolher entre a família e a igreja. Isso pode soar para alguns como
deslealdade a Deus, uma vez que a igreja é o recurso divino para aplicar os
planos de Deus em favor da humanidade. Só que não se pode esquecer que a
família é um segmento da igreja e é o que mais no afeta. De modo que é
ilegítimo o enfoque de alguns cristãos que, no fundo, utilizam as reuniões e
atividades da igreja como desculpa para abandonar suas responsabilidades com a
família.
É
importante acrescentar aqui que a freqüência a alguma
igreja contribui para desenvolver melhores padrões de comunicação,
companheirismo e comunhão entre os membros da família. E por outro lado, a vida
familiar equilibrada contribui para um melhor relacionamento de cada membro com
Deus.
Muitos
homens têm a tendência de colocar seu trabalho acima da família. Mas ocorre que
uma vida familiar satisfatória pode ser importante incentivo para uma vida
profissional de êxito. Também é verdade que muitos que fracassam em sua
profissão estão entre aqueles que arrastam consigo, de casa para o trabalho, um
acúmulo de problemas não resolvidos, ressentimentos, amarguras e ansiedades os
quais diminuem suas possibilidades de dedicação ao trabalho com o otimismo e a
eficiência necessários para o êxito. Vale a pena, portanto, dar à família a
atenção e o tempo que ela merece, até por uma questão de sucesso profissional.
Costuma-se
dizer que quando estamos razoavelmente organizados somos capazes de encontrar
tempo para tudo o que é importante. Se já temos um sistema definido de
prioridades no qual a família ocupa um lugar adequado, o passo seguinte é fazer
um cuidadoso planejamento a fim de assegurar períodos de tempo expressamente
separados para a família.
Especialmente
aqueles que, em função do seu trabalho, têm que atender a muitas pessoas e
marcam seus compromissos através de uma agenda fariam bem se assinalassem
períodos de tempo consagrados exclusivamente à família. É claro que não basta
só planejar, deve haver intenção de seguir o que foi planejado. Uma vez feito o
plano, não deve ser nenhum motivo de constrangimento rejeitar outros
compromissos para a mesma ocasião dizendo: “Sinto muito, mas tenho um programa
com minha família nesse horário. Vamos encontrar outra oportunidade.”
Mesmo
que tenhamos um definido sistema de prioridades e organizemos adequadamente o tempo,
ainda há a possibilidade de que tenhamos destinado apenas escassos momentos à
família. É importante então que usemos tais momentos da forma mais positiva.
Quanto,
mais curto é o tempo disponível, mais crucial é que seja aproveitado ao máximo
naquele tipo de interação capaz de enriquecer a vida de cada membro da família
e a própria unidade familiar. Deve ser evitado o espírito da crítica. Também é
desejável um espírito perdoador com relação aos erros e defeitos. Cada membro
da família deve ressaltar as virtudes dos outros, elogiar e ter palavras de
ânimo.
Os
preciosos momentos de vida familiar em conjunto devem ser aproveitados para
fazer planos e para dialogar com o objetivo de chegar a um consenso a respeito
de como enfrentar os problemas da vida. E o diálogo deve se caracterizar pelo
altruísmo manifestado pela honestidade, discrição, cortesia.
Deve
haver sensibilidade com relação aos sentimentos e o auto-conceito
de cada um, além de serenidade, bondade e espírito de aceitação.
Outra
parte importante e que não deve ser esquecida é a separação de algum tempo em
conjunto diariamente para que a família possa orar unida e estudar a Bíblia.
Toda a família que busca a força espiritual que se encontra na comunhão com
Deus, terá outros aspectos de sua vida também enriquecidos e bases mais firmes
para uma atmosfera de segurança, harmonia, paz e amor.
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“No princípio criou Deus os céus e a terra”. Estas são as
primeiras palavras da Bíblia em Gênesis um, versículo um. O testemunho bíblico
acerca da criação é farto e abundante. Desde o Gênesis, o livro dos começos,
até o Apocalipse, encontramos expressões que destacam o poder criador de Deus.
Pesquisadores e cientistas têm gastado anos e anos em
analisar a origem da vida em nosso Planeta. Porém, em todos esses estudos
científicos, se chega a um ponto remoto no passado em que não se é possível
provar mais nada. Daí para trás, de onde as coisas teriam surgido?
Entre crer que uma explosão deu origem à vida e crer num
Deus poderoso, que com Sua Palavra fez todas as coisas, eu prefiro crer no
relato bíblico da criação. A verdade de que Deus é o Criador torna relevante a
vida e dá significado a existência.
No Salmo 19 encontramos a excelência da criação descrita
numa das mais lindas poesias bíblicas: “Os céus manifestam a glória de Deus e o
firmamento anuncia a obra das Suas mãos. Um dia faz declaração há outro dia, e
uma noite mostra sabedoria a outra noite. Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as
suas vozes, em toda a extensão da terra, e as suas palavras até o fim do mundo.
Neles pôs uma tenda para o sol, que é qual noivo que sai
do seu tálamo e se alegra, como um herói, a correr o seu caminho. A sua saída é
desde uma extremidade dos céus e o seu curso até à outra extremidade deles; e
nada se furta ao seu calor.”
O próprio Jesus disse: “Não tendes lido que aquele que os
fez no princípio, macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai
e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?” (Mateus 19:4 e 5).
Com esse testemunho Cristo confirmou no Novo Testamento a criação como nos é
relatada no livro do Gênesis, onde encontramos as mesmas palavras no capítulo
dois, versículo vinte e quatro.
Ao relembrarmos as coisas que Deus criou nos enchemos de
admiração pela manifestação de Seu grande poder. No Salmo 33:6 lemos: “Pela
palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito
da Sua boca.”
Quando a Terra saiu das mãos do Seu criador era extraordinariamente
bela. A superfície era variada, contendo montanhas, colinas e planícies,
entrecortadas por grandes rios e formosos lagos. Graciosos arbustos e delicadas
flores encantavam a vista por todos os lados. As árvores eram majestosas e o ar
puro e saudável. Um sem número de peixes, aves e animais davam vida ao lindo
cenário.
Depois da Terra, Deus trouxe a existência o homem. Este
recebeu o domínio sobre tudo que seus olhos pudessem contemplar. E o próprio
Deus deu a Adão uma companheira.
Eva foi criada de uma costela tirada do lado de Adão,
significando que não o deveria dominar, como a cabeça, nem ser pisada sob os
pés como se fosse inferior, mas estar ao seu lado como igual, sendo amada e
protegida por ele.
O próprio Deus celebrou o primeiro casamento. Esta foi
uma das dádivas de Deus ao homem. E o casamento é ainda hoje uma bênção para a
humanidade quando os princípios divinos são obedecidos e seguidos nessa
relação.
A criação estava completa. “Os céus, e a terra e todo o
seu exército foram acabados. E viu Deus quanto fizera e eis que era muito bom”
(Gênesis 2:1 e 1:31). No entanto, Deus
achou que um repouso era essencial ao homem, mesmo no paraíso. O ser humano
necessitava por de lado seus próprios interesses e ocupações durante um dia
dentre os sete, para que pudesse de maneira mais ampla contemplar as obras de
Deus e meditar em Seu poder e bondade. Precisava de um sábado, de um descanso,
para se lembrar de Deus e lhe manifestar gratidão por tudo quanto desfrutava e
por tudo quanto recebera das mãos do Criador.
Foi assim que Deus criou o sétimo dia completando a Sua
obra. Diz o texto sagrado: “E havendo Deus terminado no dia sétimo a Sua obra
que fizera, descansou nesse dia de toda a Sua obra que tinha feito. E abençoou
Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que como
Criador, fizera” (Gênesis 2:2 e 3).
Perceba que tanto o casamento quanto o sábado têm sua origem na criação
do mundo e têm sido preservados através dos séculos. O próprio Deus estabeleceu
a primeira semana como um modelo a ser seguido.
E essa primeira semana foi constituída de sete dias
literais, ou seja, dias de 24 horas cada. Seis dias foram usados na criação. No
sétimo dia Deus descansou, abençoou e separou como dia especial para o homem.
Há um esforço no sentido de explicar a obra da criação
como resultante de causas naturais. Tentam também fazer a Bíblia parecer
contrária à ciência. Mas devemos nos lembrar: Deus é o fundamento de todas as
coisas. Toda verdadeira ciência está em harmonia com Suas obras. A ciência
desvenda maravilhas à nossa vista; explora novas profundidades; mas nada traz
de suas comprovadas pesquisas que esteja em conflito com a revelação divina.
Pelo contrário, aqueles que tomam a Palavra escrita como seu conselheiro, encontrarão
na ciência um auxílio para compreender a Deus.
Nenhuma mente finita pode compreender completamente a
existência, o poder, a sabedoria ou as obras do Criador. Porém, as obras da
criação confirmam do poder e grandeza de Deus. Creia e louve a Deus por isto!
No relato bíblico da Criação nós encontramos um Deus operando
com tal poder e perfeição que tudo o que veio à existência foi considerado
muito bom. Entre as maravilhas que Deus criou está o ser humano. Na verdade o
homem é a obra principal da criação.
Gênesis 1:26 e 27 conta: “Também disse Deus: façamos o
homem à nossa imagem e semelhança... Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à
imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”
Aí está, amigo ouvinte, a origem da raça humana. O homem
não veio à existência através de um processo, evoluindo de formas inferiores
até chegar ao que é hoje. A Palavra de Deus confirma ao longo de suas páginas
essa declaração. Na genealogia de Jesus, relatada no evangelho de Lucas,
encontramos no capítulo três, versículo 38, que na mais remota linhagem, Adão o
pai da humanidade, veio de Deus.
Davi, em um de seus Salmos, exalta a dignidade de Deus
como Criador e menciona: “Que é o homem para que dele te lembres? E o filho do
homem para que o visites? Fizeste-o, no entanto um pouco menor do que os anjos
e de glória e honra o coroaste” (Salmo 8:4 e 5).
Aí está o claro testemunho de que o ser humano foi
formado pelo Criador. E ao sair de Suas poderosas mãos, o homem era perfeito.
Seu rosto comunicava saúde, luz e vida. Sem ter experimentado o pecado mantinha
uma esfera de beleza, pureza e santidade. Adão refletia, verdadeiramente, a
imagem do seu Criador.
Mas em que sentido o homem possui a imagem de Deus? Ou
ainda, em que se manifesta a imagem divina no homem? Devemos enfatizar que ter
sido criado à imagem e semelhança de Deus, não significa igualdade pura.
O homem foi formado à imagem de Deus nos aspectos físico,
espiritual e intelectual. Mas acima de qualquer raciocínio ou conclusão
precipitada, queremos afirmar que tudo o que podemos e devemos saber acerca de
Deus está contido nas Escrituras Sagradas. Há muitos que vivem especulando
acerca de assuntos que a Bíblia não revela e acabam por perder a fé, o amor e a
esperança. Desanimam na vida cristã. Deuteronômio, capítulo 29, versículo 29,
nos aconselha a aceitarmos que “as coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso
Deus; mas as reveladas pertencem a nós e a nossos filhos para sempre”.
O aspecto fundamental neste assunto não é ficar
especulando acerca da forma física e espiritual ou acerca da capacidade mental
de Deus. Mas o ponto principal, bem diferente da especulação, é que o Senhor
formou o homem para viver em Sua companhia. Nisto consiste a base do tema da
criação do homem à imagem e semelhança de Deus.
O ato da criação da raça humana é uma manifestação do
amor de Deus. Entre outras coisas isto pode ser comprovado pela capacidade de
escolher, ou seja, a livre escolha, o livre-arbítrio com que foi criado o
homem.
O Senhor Deus sempre desejou que a família da Terra fosse
uma extensão da família celestial. Todavia, não impediu o homem de escolher
isso ou outro caminho diferente. Aí está a grande diferença entre os seres
humanos e as demais criaturas viventes. Os animais são irracionais. Não pensam.
Não raciocinam, nem possuem capacidade de escolha. O homem pode fazer tudo isso
e muito mais.
Podemos ver nas páginas da Bíblia muitos exemplos de Deus
desejando estar em companhia dos homens. Concluímos que o Senhor visitava Adão
e Eva no final de cada dia (Gênesis 3:8).
Mais tarde lemos acerca de Enoque que “andou com Deus e
não o viram mais, porquanto Deus para Si o tomou” (Gênesis 5:24). Está aí uma declaração poderosa que traduz o
desejo divino: andar com Seus filhos. Enoque desenvolveu tanto a amizade e o
companheirismo com Deus, que foi levado para viver sempre com o Senhor.
Pouco depois lemos a história de Abraão. Um dos mais
lindos e emocionantes relatos da Bíblia. No desenrolar dos fatos vemos como
Abraão buscou um relacionamento contínuo com Deus. E, por outro lado, vemos
como Deus buscou acompanhar e abençoar este Seu servo. Em várias oportunidades o apóstolo Paulo
exaltou a confiante fé de Abraão em Deus. Ele é até chamado de “Abraão, o pai
da fé”.
Mas é da carta de Tiago que extraímos o melhor título
para Abraão. Lemos no capítulo dois, versículo 23: “E creu Abraão em Deus, e
foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus”.
Que definição maravilhosa. Abraão, o amigo de Deus. Isso traduz
a experiência viva, o propósito para o qual o homem foi feito à imagem e
semelhança de Deus – ser amigo e companheiro do Seu Criador.
No entanto, o exemplo maior de companheirismo com os
homens foi dado por Deus quando Jesus Cristo veio estar entre nós assumindo a
natureza humana. O apóstolo Pedro menciona que “Ele andou por toda parte
fazendo o bem” (Atos 10:38). Embora Jesus usasse momentos reservados para Sua
comunhão íntima com o Pai, o maior tempo de Sua missão foi gasto com as
pessoas, ensinando, curando, aliviando a dor e o peso dos sofredores.
Mesmo sem o seu brilho original, o homem ainda reflete a
imagem de Deus. Possuímos uma consciência moral, um senso comum de certo ou
errado, bom ou mal. E isto pode se tornar dia a dia mais sensível se
cultivarmos um relacionamento divino com Deus através do estudo de Sua palavra
e pela oração. Por outro lado, o que restou no ser humano da imagem de Deus,
poderá ser completamente anulado se deixarmos os maus impulsos tomarem conta de
nossa natureza. Fazendo assim, dia a dia, apagaremos a semelhança com Deus.
Lembremos, pois, que o propósito de Deus ao criar o homem
à Sua imagem e semelhança foi estabelecer com a família humana, amizade e
companheirismo. Porque somos livres, podemos escolher um caminho de íntimo
contato com Deus. Tome essa decisão agora.
Quero estudar com você Efésios capítulo seis, versículo
12: “Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e, sim, contra os
principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra
as forças espirituais do mal, nas regiões celestes”.
Perceba que nesse verso o apóstolo Paulo menciona forças
espirituais com as quais o cristão tem de lutar. São forças do mal empenhadas numa cósmica
luta contra as forças do bem. No que respeita a nós homens, elas trabalham para
nos enganar, para nos arruinar espiritual e fisicamente, para nos levar à
perdição eterna.
Mas onde e como se originaram tais forças? Por estranho que pareça, a Bíblia revela que
se originaram no céu, entre os anjos de Deus. E foi o mais ilustre e destacado
deles que primeiro aninhou o mal no coração. O seu nome: Lúcifer, que significa
“portador de luz”. Descrevendo-o, sob o símbolo do rei de Tiro, a Bíblia
registra: “Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras preciosas te
cobrias” (Ezequiel 28:13 e 14). Lúcifer era o anjo assistente de Deus. Mas se
orgulhava de sua beleza e da elevada posição que ocupava. O profeta escreveu
ainda mais: “Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a
tua sabedoria por causa do teu resplendor” (versículo 17).
Noutra parte encontramos: “Tu dizias no teu coração:
subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo” (Isaías
14:13 e 14).
Movido pelo desejo de exaltação, Lúcifer semeou entre os
anjos acusações contra o Rei do Universo. Muitos – a terça parte – aceitaram
suas idéias e aderiram à sua causa (Apocalipse 12:3 e 4). Houve guerra no céu e
de lá foi expulso Lúcifer e seus seguidores (Apocalipse 12:7 e 9).
E como foi a raça humana envolvida nessa luta? Ocultando
a sua identidade, Satanás induziu Eva, nossa primeira mãe, a desobedecer uma
ordem de Deus. Havia no Jardim do Éden uma árvore cujo fruto eles não deviam
comer. Se comessem dela ficariam sujeitos à morte. Disfarçando-se de serpente,
Satanás se colocou na árvore e induziu Eva a comer o fruto proibido, afirmando
que ela não morreria. Eva comeu do fruto e Adão também. Assim, entrou o pecado
no mundo, separando o homem de Deus e ficando o primeiro casal, bem como seus
descendentes, sujeitos à ação do inimigo do bem e seus anjos.
Deus, porém, não abandonou o homem porque este Lhe
desobedeceu. Em Gênesis três, versículo 15, temos a promessa do descendente da
mulher – Jesus – que viria e esmagaria a cabeça da serpente – o diabo.
O pivô da controvérsia entre as forças do bem e as forças
do mal é a Lei de Deus. Segundo o diabo, a lei divina é arbitrária, restringe a
liberdade individual, é impossível de ser obedecida. Quando Jesus esteve na
Terra ele tentou o Salvador especialmente no que respeita à obediência. Após um
jejum de 40 dias e 40 noites, o Senhor teve fome, e Satanás se aproveitou da
tentação para lhe tentar. Não teve êxito.
E
a cósmica controvérsia entre as forças do bem e as do mal atingiu seu clímax no
Calvário. Pela ação de Satanás os líderes religiosos da nação escolhida
rejeitaram e perseguiram o Enviado do Céu. Jesus foi entregue ao poder
dominante dos romanos. Um dos discípulos traiu a Cristo. Em conexão com Seu
julgamento foi Ele açoitado, cuspido. E, em meio a zombarias, foi por fim
crucificado. Mas o amor e fiel obediência que Cristo demonstrou, diante da
crueldade de Satanás, desmascararam o arqui-rebelde e
asseguraram, a sua destruição.
Hoje a grande controvérsia se desenrolada furiosamente em
torno da autoridade de Cristo, a Lei de Deus e a Palavra do Senhor – a Bíblia.
Foram desenvolvidos modos de encarar a interpretação das Escrituras que deixam
pouco ou nenhum espaço para revelação divina. A Bíblia é tratada como se não
fosse diferente de outros livros antigos, e analisada com a mesma metodologia.
Grande número de cristãos, incluindo teólogos, não encaram a Bíblia como a
Palavra de Deus, a infalível revelação de Sua vontade. Colocam em dúvida o
ensino bíblico sobre Jesus, questionando a Sua natureza, o Seu nascimento
virginal, os Seus milagres e Sua ressurreição.
Como seres humanos enfrentamos, pois uma luta mortal
contra os poderes das trevas. Repetindo as palavras de Paulo: “... a nossa luta
não é contra sangue e a carne, e, sim, contra os principados e potestades,
contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do
mal...” (Efésios 6:12). Os anjos caídos nos tentam ao pecado. Tudo fazem para enganar, para fazer
crer na mentira. Apresentam-se como espíritos dos mortos, operam milagres,
curas. Fazem adivinhações. Tudo para desviar a humanidade de Deus, de Jesus.
Para vencermos nesta luta nós necessitamos de Deus. O
apóstolo afirma: “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais
resistir no dia mau” (Efésios 6:13 a 18). Nesses versos a armadura é descrita
com detalhes. Devemos estar cobertos com
a verdade; vestidos da couraça da justiça, a justiça de Cristo; segurar
o escudo da fé – a fé em Jesus e usar a espada do Espírito, que é a Bíblia
Sagrada.
Gostaria de destacar, nessa armadura, a fé em Cristo, que
venceu Satanás. A fé nos une ao Salvador, que nos estende todo o poder para a
vitória sobre o mal. É ainda o apóstolo Paulo que diz em Filipenses 4:13:
“Posso enfrentar todas as situações pelo poder que Cristo me dá”.
Prezado ouvinte, diante dessa grande guerra entre o bem e
o mal, diante da ação de tão perigosos inimigos, vá ao Salvador Jesus agora.
Confie nEle e receba o poder e a vitória sobre o pecado e tenha paz com Deus.
Quando Deus criou o homem, Deus o criou para ser livre. A
capacidade de escolha foi concedida à humanidade a fim de que o homem pudesse
desenvolver seu caráter. Se não fosse assim, o homem seria como uma máquina, um
robô. Possuindo livre arbítrio nossos primeiros pais tiveram a oportunidade de
exercer a faculdade da escolha, quanto a aceitarem e obedecerem ao plano de
Deus, ou não.
A vida de Adão e Eva não era ociosa no paraíso. Diz o
relato bíblico que “Deus pôs o homem no Jardim do Éden par ao lavrar e o
guardar” (Gênesis 2:15). Os animais também receberam nomes dados por Adão.
Assim nossos primeiros pais estavam envolvidos com as atividades normais da
vida e viviam felizes no seu relacionamento mútuo, bem como no seu
relacionamento com Deus.
Os versos 16 e 17 do mesmo capítulo dois relatam uma
instrução do Senhor: “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da
árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela
comerdes, certamente morrerás.”
Essa orientação nos indica que Deus se comunicava
diretamente, face a face, com Adão e Eva. Isso nos serve de base também para
concluirmos que o Senhor tomava tempo para instruir pessoalmente o primeiro
casal. Não erramos em afirmar que Deus lhes contou a história da rebelião
ocorrida da no céu e que eles não estavam livres da presença do tentador. Mas,
se desejassem, poderiam seguir fiéis e leais ao Criador. Enquanto quisessem,
seriam felizes e permaneceriam livres das conseqüências do pecado.
Mas isso não aconteceu. No capítulo três de Gênesis
encontramos o triste relato de como Adão e Eva cederam as insinuações de
Satanás.
Muitas pessoas incrédulas têm zombado da maneira como a
Bíblia trata e apresenta esse assunto. Ele é muito mais abrangente do que o
simples comer um fruto proibido. Percebemos em todos os aspectos a perfeita
harmonia de caráter de um Deus que é plenamente Santo e plenamente justo.
Sendo o homem livre, e existindo o pecado, era necessário
que Adão e Eva, por sua própria escolha, manifestassem o desejo de serem fiéis
a Deus ou não. Houvesse Deus estabelecido uma prova difícil e todos o julgariam
tirano e arbitrário. Escolhendo Deus uma única árvore, num lugar onde havia
tantas outras e com tanta variedade de frutos, mostrou Sua bondade, simpatia e
misericórdia para com o par inocente.
O ato de comer do fruto mostrou que Adão e Eva
acreditaram mais nas palavras da serpente, que até então não havia falado, do
que nas palavras de Deus. O problema central da queda do homem foi a
desconfiança, falta de fé nas orientações de Deus.
A serpente, que foi usada como médium, por Satanás,
apresentou para eles uma outra versão dos resultados de se comer daquele fruto.
E entre crer na palavra do Criador, e crer nas palavras da serpente, Adão e Eva
escolheram as palavras da serpente. Que tragédia!
Deus dissera que iriam morrer. Satanás mentiu dizendo que
não morreriam. Em Gênesis três,
A primeira, a separação entre Deus e o homem. Sendo Deus Santo
e perfeito, todo pecado não subsiste na Sua presença. Assim, Adão e Eva não
poderiam mais ver a face de Deus. O profeta Isaías menciona que são os nossos
pecados que nos fazem separação entre nós e o nosso Deus (Isaías 59:2).
A segunda, é a separação da natureza humana. Sendo o
homem criado perfeito, puro e santo, sem nenhuma inclinação para o mal, essa
natureza foi manchada e corrompida. Após o pecado, o homem passou a ter uma
natureza dividida entre o bem e o mal. Perdeu a capacidade natural de fazer o
bem e obedecer a Deus embora tenha restado algo em si da imagem de Deus com que
foi criado. A vontade do homem passou a ser pecaminosa.
Uma terceira separação que podemos destacar como
conseqüência do pecado é no
relacionamento humano. Caso quisesse, Adão poderia ter resistido à oferta de
Eva. Mas, por amor a ela, Adão consentiu também em comer. Quando Deus perguntou
o porquê do ato errado, Adão acusou a mulher (Gênesis 3:12).
Dessa maneira, a partir de então, não poderia mais
existir pura liberdade e total democracia. Sempre haveria dominador e dominados
(verso 16). As diferenças e injustiças sociais que marcaram a história da
humanidade, e maltratam ainda hoje, nada mais são do que conseqüência do
pecado.
A quarta separação ocasionada pelo pecado é entre o homem
e natureza. Quando Deus criou o homem, deu-lhe amplo domínio sobre toda a
natureza (Gênesis 1:26). Após o pecado, o homem perdeu esse domínio. Satanás,
levando o homem ao pecado, tirou esse direito. Lemos na segunda carta aos
Coríntios 4:4 que Satanás é chamado o “deus deste século”.
E uma quinta separação ocasionada pelo pecado é a
separação na própria natureza. Também aqui vemos a existência do bem e do mal.
Era bela, perfeita, simétrica. Com o pecado, o quadro ficou feio. Na carta aos
Romanos, capítulo 8:22, Paulo escreveu que “toda a criação geme e está
justamente com dores de parto até agora”.
Mas a pior de todas as conseqüências do pecado é a morte.
Deus disse: “Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra;
porque dela foste tomada, porquanto és pó, e em pó te tornarás.”
O apóstolo Paulo confirmou essa sentença quando afirmou
que “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23). Deus é o autor e doador da
vida. Pelo poder que emana de Deus todos os seres vivos são conservados com
vida. Quando o homem pecou, automaticamente ficou separado de Deus e naquele
mesmo momento começou a morrer.
Todos nós nos tornamos pecadores também. Muitas pessoas
pensam que pecadores são aqueles que praticam pecados ou más ações. Isto está
certo, mas não revela a outra face do assunto. Paulo, na mesma carta aos
Romanos, capítulo 5, verso 12, diz o seguinte: “Portanto, assim como por meio
de um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a
morte passou a todos os homens porque todos pecaram.”
Amigo ouvinte, Deus não apenas proferiu sentenças e
castigos, mas fez também uma promessa. Que um dia, Alguém nascido de mulher
seria o único e suficiente capaz de anular a serpente. Deus estava, desta
maneira, assegurando a possibilidade de vida para a humanidade. Ainda que
viessem a morrer nesta vida, teriam a promessa e a certeza de ressuscitarem e
viverem de acordo com o plano de Deus, quando Ele restaurasse o mundo e
eliminasse o pecado. Essa é a nossa certeza!
O apóstolo Paulo falando da mais trágica de todas as conseqüências
do pecado, escreveu: “Porque o salário do pecado é a morte”. Que tristeza seria
se fosse a única declaração que a Bíblia trouxesse sobre este assunto.
Felizmente Paulo então conclui: “mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna,
por Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 6:23).
Há um conforto no coração do homem com esta mensagem. Nós
fomos feitos para a vida. E não aceitamos a morte. Todas às vezes que vamos a
um cemitério sepultar um amigo ou alguém da família os piores sentimentos
despertam em nós. Isto acontece porque dentro de cada um de nós existe uma
vontade muito forte de viver.
Quando Adão e Eva pecaram Deus vetou o acesso deles à
Árvore da Vida mas, ao mesmo tempo, lhes abriu um caminho de esperança e
salvação. Deus fez a promessa de que viria alguém, nascido de mulher, para
pagar o alto preço que o pecado exigia: a morte.
Essa morte ocasionada pelo pecado não é simplesmente a
morte física. Estou me referindo ao fato em si e sobretudo ao que isso
representa. A morte significa a pior e mais amarga de todas as separações.
A condição humana após a transgressão era viver uma
existência sujeita a todos os transtornos que o pecado trouxe: dor, sofrimento,
angústia, injustiça, dissensões e depois, morrer, sem ter nenhuma esperança de
algo superior. Esta seria a história se não fosse o plano de Deus.
O desejo de vida no homem é tão forte que a maioria das
pessoas acredita no prolongamento da vida após a morte. Por isso é que surgiram
várias teorias que defendem o fato de o ser humano possuir uma alma imortal.
Morre o corpo, mas a alma não. No entanto, não é isso que a Palavra de Deus
ensina.
O triste fato, amigo ouvinte, é que tendo escolhido o
pecado, o homem se tornou mortal. E não há prolongamento de vida após a morte.
Esta foi a primeira mentira proferida por Satanás e ainda continua enganando
milhões de pessoas da mesma forma como Eva foi enganada.
Mas o amor de Deus não poderia permitir que a humanidade
ficasse escrava do pecado para sempre. Para isso alguém precisaria pagar o
preço desse pecado. E foi aí que entrou o plano de Deus.
No evangelho de João, 3:15 a 18, encontramos: “Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo
aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o
Seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse
salvo por Ele. Quem crê nEle não é condenado, mas quem não crê, já está
condenado; porquanto não crê no nome do Unigênito Filho de Deus.”
O amor de Deus é algo tão maravilhoso e extraordinário
que só poderá ser compreendido plenamente na eternidade. Se passaram centenas
de anos desde o momento em que Deus foi ao Jardim do Éden na tarde daquele dia
e então chamou: “Adão, onde estás?” (Gênesis 3:9). Nessa procura divina vemos o
resumo do evangelho. O homem pecou e se escondeu de Deus. O Senhor, no entanto,
foi em busca daqueles que haviam se perdido.
Ao Jesus nascer neste mundo, segundo a primeira promessa
de Gênesis 3:15, Deus veio em pessoa se aproximar da humanidade pecadora. Jesus
aqui viveu identificado com as coisas dos homens. Cresceu, trabalhou, sofreu.
Conheceu as dificuldades e problemas que todos nós enfrentamos. Suportou provas
e tentações. Mas resistiu a tudo e em todas as coisas não foi achado nEle
pecado algum.
Em Seu ministério de três anos e meio, Jesus se
identificou com os pobres, miseráveis e sofredores deste mundo. Dedicou seu
tempo aliviando a carga daqueles que padeciam as tristes conseqüências do
pecado. Ao findar Sua missão, Jesus enfrentou a morte. Morte é separação.
Eternamente em companhia de Deus Pai e do Espírito Santo, Jesus temeu não
suportar a dor horrível da separação. Na noite de Sua extrema agonia, Ele orou:
“Pai, se possível passa de Mim esse cálice, todavia não seja como Eu quero, mas
como Tu queres” (Mateus 26:39).
Jesus foi condenado e crucificado. Por Sua vida justa,
Jesus adquiriu o direito de pagar o preço que o pecado impôs. Com Sua morte,
derramando Seu sangue inocente, Jesus pagou o preço requerido pelo pecado de
Adão e Eva.
No momento de Sua morte, Jesus assumiu a culpa de todos
os pecados que haviam sido cometidos e a culpa de todos os pecados que haveriam
de ser praticados ainda. Como Jesus é plenamente Deus e se tornou plenamente
humano, Ele era o Único que poderia morrer e tornar a viver por Seu próprio
poder. Lemos em João 10:17 a 18 “Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida
para tornar a tomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho
poder para a dar e poder para tornar a tomá-la.”
Assim sendo, quando Jesus ressuscitou e obteve a
confirmação de que Seu sacrifício havia sido suficiente para pagar o preço do
pecado, se tornou em Salvador da humanidade. Ele subiu ao céu e o Espírito
Santo veio para atuar no coração dos homens a fim de que estes aceitem a
proposta de vida que Deus lhes está fazendo.
Mas, que proposta é esta?
Deus está propondo a vida para todos os seres humanos que desejarem. Sua
proposta é para todos, indistintamente. Não há escolha de pessoas para
receberem a proposta divina e outras não. Não importa quem você é, sua raça ou
cor, religião ou profissão, escolaridade ou quanto dinheiro você tem. Nada
disso faz diferença. Para Deus somos todos membros da grande família humana e
todos são alcançados pela oferta de Deus.
E como isso funciona? O que eu preciso fazer para aceitar
a vida que Deus me oferece? Nada. Simplesmente você aceita. Deus fez tudo o que
era necessário para que tivéssemos vida. Jesus pagou totalmente o preço que o
pecado exigiu. Ele pode perfeitamente dar vida para todos os que aceitarem Sua
oferta de amor. Você vai aceitar, agora?
Em uma conversa com um influente líder dos judeus chamado
Nicodemos, Jesus afirmou que “se alguém não nascer de novo, não pode ver o
reino de Deus” (João 3:3).
Nicodemos havia ouvido Cristo pregar e havia visto os
milagres que Ele fizera. Tinha a convicção de que o humilde profeta da Galiléia
era o enviado do Céu. Nicodemos reconhecia em Jesus um grande Mestre, mas não O
via como um Salvador.
Jesus sabia disso e foi direto ao ponto.”Nicodemos, você
precisa nascer novamente”. Com estas
palavras o Mestre queria fazer uma revolução na vida religiosa daquele líder
judeu. Nicodemos ficou chocado. Não era ele um descendente de Abraão? Não era
ele um fariseu, um dos homens mais rigorosos na prática da religião em Israel?
Ele, Nicodemos, ter de nascer de novo??
Sabe, amigo ouvinte, muitos hoje pensam assim também.
Estão certos de que se acham salvos e nada mais necessitam. Não são eles
membros da igreja tal? Não ocupam nela elevados cargos?
Visivelmente irritado, Nicodemos disse a Jesus, com
ironia: “Como pode um homem nascer, sendo velho?” Sem descer ao terreno da argumentação, e de
modo solene, Jesus insistiu no Seu ponto: “Em verdade, em verdade te digo: Quem
não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é
nascido da carne, é carne; e o que é nascido do Espírito, é espírito. Não fique
admirado ao te dizer: importa que você nasça novamente.” João 3:5-7.
Sim, de nada vale a nossa profissão de cristianismo, a
posição que ocupamos na igreja, as boas obras que fazemos, se não
experimentamos o novo nascimento. A qualificação para o céu envolve mais do que
palavras, mais que mera profissão, mais do que atos exteriores.
Perceba que na segunda vez que Jesus falou, foi bem mais
claro. Cristo tinha em mente não o nascimento natural, mas o nascimento do
Espírito. A esperança do homem está em receber um novo elemento – um elemento
de cima, do Deus Salvador. Por isso é importante destacar que as palavras do
original grego, traduzidas por “nascer de novo”, podem ser traduzidas por
“nascer do alto”.
O novo nascimento – o nascer do alto – é uma
transformação operada pelo Espírito Santo. “Quando o Espírito de Deus toma
posse do coração, transforma a vida. Os pensamentos pecaminosos são afastados,
as más ações são renunciadas; o amor, a humildade e paz tomam o lugar da ira,
da inveja e da contenda. A alegria substitui a tristeza, e o semblante reflete
a luz do céu.” (DTN, p. 122)
E em que circunstâncias o Espírito Santo opera essa
transformação? Ele nos faz nascer de
novo, espiritualmente falando, quando cremos em Jesus como nosso Salvador
pessoal; quando recebemos a Cristo em nosso coração, pela fé. Nicodemos também
quis saber isto, e Jesus lhe disse: “... do modo como Moisés levantou a
serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado, para
que todo o que nEle crê tenha a vida eterna.” (João 3:14 e 15). Lá no deserto, quando alguém era picado por
uma cobra e olhava para serpente de
bronze que fora levantada por Moisés, sarava. Assim também o pecador que olha
para o Cristo levantado no Calvário, crendo nEle como Salvador pessoal, é
curado do veneno do pecado e é salvo.
A luz que irradia da cruz revela o amor de Deus. Esse
amor nos atrai a Ele. Se não resistirmos a essa atração seremos levados ao pé
da cruz em arrependimento pelos pecados que crucificaram o Salvador. Então, o
Espírito de Deus, mediante a fé, produz uma nova vida na alma. Os pensamentos e
desejos são colocados em obediência à vontade de Cristo. O coração, o espírito,
são novamente criados à imagem dAquele que opera em nós para sujeitar a Si
mesmo todas as coisas. Então a lei de Deus é escrita na mente e no coração, e
podemos dizer com Cristo: Tenho prazer em fazer a Tua vontade, ó Deus meu. (DTN,
124 e 125).
Prezado ouvinte: como João Batista na antiguidade, eu te
digo: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Olhe
para Jesus, sobre a cruz. Creia nEle como teu Salvador. O Espírito Santo vai te
transformar, vai fazer de você um novo homem, uma nova mulher – um cidadão do
reino celestial.
42
O CRISTO CRUCIFICADO
Com certeza você já ouviu muitos pregadores que declaram
pregar a Cristo. Eles pregam, falam sobre Jesus, mas não o Cristo crucificado.
Falam de Jesus como grande mestre, como filósofo e psicólogo. Mas não seguem o
Salvador até a cruz. Não sobem o monte do calvário. Não sentem a terra tremer
sob os pés. Não vêem o Sol escurecer. Não ouvem o brado: “Deus meu, Deus meu,
por que me desamparaste?” E também acabam não ouvindo a exclamação de triunfo:
“Está consumado!” São pessoas que não vêem o Senhor sair da tumba, na manhã da
ressurreição e não crêem que Ele é a ressurreição e a vida (João 11:25).
Amigo ouvinte: só as pessoas que crêem no Cristo
crucificado, no Cristo que morreu pelos
pecados do mundo, podem aceitar esta declaração. Foi por isso que o apóstolo
Paulo disse aos cristãos de Corinto que não viera ali para pregar ensinos
filosóficos. “Quero falar de Jesus Cristo, e este crucificado” (Primeira carta
aos Coríntios, 2:2). O adjetivo “este” no grego, é enfático! Deus conceda que aqueles que se chamam
pregadores tenham esse mesmo lema de Paulo!
Do ponto de vista humano, pregar o Cristo crucificado era
pregar mensagem inaceitável, fazer trabalho condenado ao fracasso. Para os
judeus, quem sofria a pena de crucifixão era maldito (Gálatas 3:13). E entre os
romanos, a morte de cruz era reservada para os piores indivíduos dentre os que
não eram cidadãos do império. Por isso Paulo declarou que o Cristo crucificado
era “escândalo para os judeus” e “loucura para os gentios” (Primeira carta aos
Coríntios, 1:23). Paulo constatou isso
quando foi pregar o evangelho em Atenas. Sentiu que não adiantava tentar usar a
lógica com lógica, filosofia a filosofia, eloqüência a eloqüência. O trabalho
não deu o resultado esperado. Daí por diante não quis pregar senão Cristo,
“poder de Deus e sabedoria de Deus”
(versículo 24).
Todos nós sabemos que o ser humano é pecador. Que o
salário do pecado é a morte (Romanos 6:23). Todos nós temos uma sentença de
morte. De si mesmo o homem nada pode fazer para se livrar dela – não pode se
lavar dos pecados já cometidos, não pode se tornar santo. Não pode se livrar do
pecado e da condenação até que Alguém por ele morra, tomando o seu lugar; até
ver, pela fé, o Cristo por ele crucificado.
Amigo ouvinte, Deus não quer que morramos, mas sim que
vivamos. Ele não tem “prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se
converta do seu caminho, e viva” (Ezequiel 33:11).
O Cristo crucificado foi o meio de salvação em todos os
tempos. Tão logo o homem pecou, Deus instituiu o sistema de sacrifícios
simbólicos. Abel, no seu ato de adoração
a Deus, imolou animais “das primícias do seu rebanho” (Gênesis 4:4).
Noé, após o dilúvio, “tomando de animais limpos e de aves
limpas, ofereceu holocaustos sobre o altar” (Gênesis 8:20). Abraão, o amigo de
Deus, onde quer que ia, edificava um altar ao Senhor, para imolação de
sacrifícios. No culto diário realizado no santuário dos hebreus, a partir do
monte Sinai, um cordeiro de um ano era queimado sobre o altar, cada manhã e
cada tarde. Esses animais, que deviam ser sem defeito, representavam o
“Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29).
Se qualquer de nós pregadores proclamar outro evangelho
que não o do Cristo crucificado, estaremos perdendo de vista o nosso chamado.
Não estaremos dando o evangelho completo. Não estaremos abrindo a porta do céu
aos pecadores e trazendo paz aos corações preocupados.
A cruz apresenta três grandes verdades do evangelho. Em
primeiro lugar, ela nos diz que o pecado é uma realidade – uma realidade
espiritual grave. O apóstolo Tiago escreveu que “o pecado, uma vez consumado,
gera a morte” (Tiago 1:5). A cruz do calvário, onde o Filho de Deus derramou
Sua vida na morte, por haver assumido os pecados do mundo, foi a suprema
demonstração disto.
Em segundo lugar, a cruz proclama que a morte de Cristo
providenciou expiação do pecado, plena e definitiva. A nossa dívida foi
cancelada. “Nessa vontade”, diz o autor sagrado, “é que temos sido
santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas.
Ora, todo sacerdote se apresenta dia após dia a exercer o serviço sagrado e a
oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover
pecados.
Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único
sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, aguardando, daí em
diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. Porque
com uma única oferta aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados”
(Hebreus 10:10-14).
Em terceiro lugar, a cruz revela o amor de Deus pelo
pecador. Paulo escreveu que “Deus prova o Seu próprio amor para conosco, pelo
fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5:8). O amor de Deus, demonstrado na
cruz, está acima das dúvidas e sustenta a fé nas horas escuras da vida. Hoje, Jesus está dizendo: “Você sabe que está
em pecado? Lembre que eu morri por você. Está oprimido, perseguido e aflito por
minha causa e a do evangelho? Lembre do
meu amor ao dar a minha vida por você. Quando os deveres parecem duros e
severos, lembre que por amor suportei a cruz, desprezando a vergonha.”
Amigo ouvinte: é o Cristo da cruz o teu Salvador? Se não,
por que não ir a Ele agora? A vida é curta e incerta. Creia em Jesus como teu
todo-suficiente Salvador. Não há outro caminho para a verdadeira vida. Não há
outro caminho para o céu.
O Messias foi por longo tempo anunciado, profetizado,
aguardado. Ao longo dos séculos que antecederam o nascimento do nosso Senhor Jesus,
Deus enviou profetas para ensinar, advertir e conduzir Seu povo no caminho da
verdade.
Isaías foi um deles. No capítulo 7, versículo 14,
escreveu: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamarão
Emanuel”. Emanuel significa “Deus conosco”.
O nascimento virginal de Jesus nesta Terra não tinha outro significado a
não ser Deus assumindo a forma humana para estar conosco.
No capítulo 9 de Isaías, verso 6, lemos: “Porque um
menino nos nasceu, um filho se nos deu, o governo está sobre Seus ombros; e o
Seu nome será Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai da Eternidade, Príncipe
da Paz”. Como grande libertador, Jesus
haveria de trazer paz para todos os que andavam oprimidos pelo pecado.
E sobre aqueles que aceitassem a salvação e o perdão
libertador é dito: “Assim voltarão os resgatados do Senhor e virão a Sião com
júbilo e perpétua alegria lhes coroará as cabeças; gozo e alegria alcançarão e
deles fugirão a dor e o gemido.” (Isaías 51:11).
Este verso nos faz pensar numa cena que é muito comum em
nossos dias: assistir pela televisão pessoas e famílias envolvidas com
seqüestro e resgate de alguém muito especial. Paga-se o preço estipulado e a
pessoa é posta em liberdade. Momentos de emoção, de lágrimas e risos, e
profunda alegria marcando o reencontro com a família e os amigos.
Este fato, hoje tão corriqueiro, é uma ilustração do que
Deus deseja operar em nosso favor. Um inimigo nos raptou e um preço foi
estabelecido. Jesus se ofereceu para pagar com Sua própria vida o preço do novo
resgate. Seu sangue inocente e Sua vida pura, foram suficientes para pagar o
alto preço que o pecado impôs. Deus espera que haja um reencontro feliz, cheio
de alegria, daquele que foi resgatado com seu Libertador.
Um exemplo dessa felicidade pode ser visto no encontro do
publicano Zaqueu. Está registrado no evangelho de Lucas, capítulo 19. Nesse
episódio ficou claramente definido o objetivo da missão de Cristo. Está escrito
no verso 10: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia
perdido.”
Num dos mais encantadores Salmo, o 19, verso 4, Davi
conclui sua linda poesia dirigindo-se ao Senhor como sua Rocha e seu
libertador. A afirmação de Jesus ser Salvador, Libertador, Redentor, é
encontrada em toda a Bíblia.
Estou falando em libertador e libertação porque há
escravizador e escravo. Deus criou o homem para ser livre e exercer a faculdade
da livre escolha. Satanás, com sua astúcia, enganou Adão e Eva, que se tornaram
escravos do pecado. Essa condição passou para todos os descendentes do primeiro
casal. diabo.
Amigo ouvinte, Deus não criou a Terra e o homem para
estarem debaixo do domínio escravizado do diabo. Mesmo o homem tendo pecado e
mesmo o pecado tendo passado para todos quantos nasceram neste mundo, Deus
formulou um plano para libertação. Mas até que Jesus viesse cumprir esse plano,
muitos séculos se passaram. Porém, a promessa permaneceu vívida na mente de
todos aqueles que esperavam a libertação dos pecados.
O método de Deus para lembrar o plano de resgate foi o
sistema sacrifical. Um cordeiro, sem macha ou defeito, deveria morrer todas as
vezes que alguém pecasse. Na fase patriarcal a família se reunia em torno do
patriarca e ele mediava os sacrifícios. Na era mosaica ou sacerdotal, o pecador
trazia aos sacerdotes um cordeirinho, de um ano, sem mancha e sem defeito.
Depois de haver confessado seu pecado, o próprio pecador matava o animal. Isso
era uma constante lembrança da terrível conseqüência do pecado e também que um
inocente morria no lugar do pecador. Isto, é lógico, era apenas um sistema
simbólico que apontava para Jesus, que haveria de vir e morrer, pagando com Sua
vida justa e pura, sem pecado, o preço exigido para a salvação da raça humana.
E assim aconteceu! Durante anos e anos, milhares e
milhares de inocentes cordeiros foram sacrificados. Então Jesus, já tendo
nascido neste mundo, apresentou-se a João Batista para ser batizado. E quando
João o viu disse: “Eis aí o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Ali estava o grande libertador
que viera para salvar e resgatar a humanidade das mãos do inimigo.
É importante destacar também que Jesus nos libertou de
três coisas. Primeiramente, nos libertou da condenação do pecado. Romanos 8:1
diz que “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.” No capítulo
6, verso 22, lemos mais: “agora libertados do pecado e feitos servos de Deus,
tendes o vosso fruto para santificação e por fim a vida eterna.
Além de nos libertar da condenação do pecado, Jesus nos
liberta do poder do pecado. Romanos 6:17 e 18, diz: “Mas graças a Deus, tendo
sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes
entregue. E libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.” O pecado impediu que o homem pudesse viver em
obediência à vontade de Deus. Jesus quebrou esse poder, nos libertando, nos
capacitando para viver uma vida segundo os princípios revelados na Sua Palavra.
Jesus também nos liberta da presença do pecado.
Apocalipse 21:4 registra esta promessa: “E Deus limpará de seus olhos toda a
lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as
primeiras coisas passaram.”
Amigo ouvinte, depois de pagar o preço para nos libertar
da condenação do pecado ao morrer na cruz do Calvário, e nos comunicar um poder
maior, nos libertando do poder do pecado, nos capacitando para vivermos uma
vida justa, Jesus promete que nos libertará para sempre da presença do pecado.
Já pensou como isso é maravilhoso? Aceite essa libertação agora e seja salvo em
Jesus.
A mensagem do perdão é uma das mais lindas a atraentes na
Palavra de Deus. No livro do profeta Isaías, 1:18, lemos: “Vinde e arrazoemos,
diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como escarlata eles se tornarão
brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão
como a branca lã.”
O perdão divino vai muito além do que simplesmente
declarar alguém inocente. O perdão de Deus não só remove a condenação, como
oferece poder para que o pecador não continue na prática do pecado. O perdão
tem que ver com a transformação do interior. O perdão não é somente necessário
para eliminar a culpa por estarmos manchados pelo carmesim ou pela escarlata. O
perdão de Deus, vai além. Ele transforma isso à semelhança da cor da neve ou da
lã, simbolizando pureza.
Na triste experiência de Davi, rei de Israel, ao cometer uma
sucessão de pecados iniciado no adultério com Bate Seba, foi ele despertado
pelo profeta Natã. Reconhecendo seu pecado, o inspirado rei escreveu o Salmo
51. Aí encontramos três pedidos específicos que nos ajudam a entender a
extensão dos efeitos do perdão de Deus em nossa vida.
Nos versos um e dois Davi pede a Deus respeitosamente
perdão e purificação. Interessante esse pedido. Na primeira carta de João,
capítulo um, versículo nove nós lemos que Deus é fiel para nos perdoar e nos
purificar. No evangelho de João, 19:34, lemos que “um dos soldados feriu a
Jesus no lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.” O sangue é o símbolo
do perdão e a água o símbolo da purificação. Com a morte de Cristo, não só é
perdoado todo pecado, mas também é purificado aquele que o praticou. Davi rogava a Deus por perdão e purificação.
E o terceiro pedido do rei que encontramos nessa oração do Salmo 51 está no
verso 10: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito
reto”. Davi pedia transformação
interior.
Amigo ouvinte, o perdão isenta de condenação. Jesus já
pagou o preço e sofreu a sentença! A purificação limpa a sujeita deixada
naqueles que se envolvem com o pecado. E a transformação interior, como
resultado da atuação do Espírito Santo na vida humana, capacita o indivíduo a
viver segundo a vontade de Deus reclamada nas Escrituras.
Alguns julgam que para reclamar a bênção do perdão devem
primeiro demonstrar que estão reformados. Mas isto não é assim! Jesus aprecia
que nos acheguemos a Ele assim como somos, pecadores e desamparados. Podemos ir
a Ele com todas as nossas fraquezas, leviandades e pecaminosidade. É Seu prazer
nos receber em Seus braços de amor, perdoar nossos pecados e nos purificar de
toda a impureza.
Aqui é onde milhares erram – não crêem que Jesus lhes
perdoa. Mas devemos saber que é privilégio de todos os que quiserem, pois,
perdão é oferecido amplamente para todo pecador.
Amigo ouvinte, as promessas de Deus são para você que me
ouve e para eu também. Elas são para todo transgressor arrependido. Força e
graça foram providas por meio de Cristo, sendo levadas para todo aquele que
crê. Ninguém é tão pecaminoso que não possa encontrar força, pureza e justiça
em Jesus.
Deus não trata conosco da mesma maneira que os homens
finitos tratam uns aos outros. Os pensamentos do Pai Celestial são de
misericórdia, amor e terna compaixão. Em Isaías 55:7, temos o convite: “Deixe o
ímpio o seu caminho, e o homem mau os seus pensamentos, e se converta ao
Senhor, que se compadecerá dele; torne para o vosso Deus, porque grandioso é em
perdoar.” Que promessa maravilhosa! Deus é grandioso em perdoar!
Satanás está pronto para tirar de nós toda centelha de
esperança e todo raio de luz. Mas não devemos consentir com as insinuações do
inimigo do bem. Não devemos dar ouvidos ao tentador e sim lembrarmos que Jesus
morreu para que pudéssemos viver. Deus desfaz nossas transgressões como a névoa
os pecados, como a neblina (Isaías 44:22).
Sim, temos um Pai compassivo que está ansioso para nos
perdoar. A parábola do filho pródigo, registrada em Lucas, capítulo 15 confirma
essa verdade. Mesmo possuindo riquezas e conforto, o filho mais jovem pediu ao
pai sua parte da herança e saiu em busca de prazeres numa terra distante.
Tendo gastado toda a sua fortuna foi abandonado pelos
próprios amigos na mais completa miséria. E enquanto cuidava de porcos se
alimentava da comida deles e lembrava de quantos empregados na casa do pai
estavam em melhores condições. Então decidiu o que haveria de dizer ao pai e
tendo se levando partiu em direção à casa paterna.
No verso 20 está a atitude do pai para com o filho
pródigo. “E quando ainda estava longe, seu pai o viu, e movido de íntima
compaixão, correndo lançou-lhe ao pescoço e o beijou.” É assim que Deus promete tratar a todos nós
que nos extraviamos nos caminhos do pecado.
Em Jeremias 31:3 temos outra declaração maravilhosa: “Com
amor eterno te amei, com bondade te atrai.”
Amigo ouvinte, cada desejo de voltar para Deus não é senão a atuação do
Espírito Santo, atraindo o perdido para o amante coração paterno.
O filho pródigo caiu aos pés do pai e reconheceu ser
indigno de ser tratado como filho. Pede para ser recebido como empregado. Mas o
pai não só perdoa, purifica e também ordena que a condição do filho seja
transformada. Vestes, anel e uma grande festa marcam o retorno ao lar. E é assim que Deus quer fazer conosco. Ao aceitarmos Seu convite e nos aproximarmos
dEle como somos e estamos, o infinito amor do Pai nos oferece o perdão,
purifica e nos transforma.
Além de ser nosso advogado (I João 2:1) Jesus também
promete jamais se lembrar de nossos pecados (Salmo 103:12). Não esqueça disso.
Deus quer jogar todo o teu pecado nas profundezas do mar (Miquéias 7:19) e
oferecer uma vida renovada pelo Seu amor e pelo Seu poder. É só querer. É só
aceitar agora.
A
Bíblia diz, em Eclesiastes 3:1 a 7, que tudo tem o seu tempo determinado. “Há
tempo de nascer, de morrer, de plantar, de arrancar o que se plantou... de
derribar, de construir... tempo de chorar e de ri... tempo de guardar e tempo
de jogar fora... tempo de ficar calado e tempo de falar...”
Se todas as coisas têm o seu tempo próprio, qual é o
tempo para o mais importante da vida: o acerto de contas com Deus, a preparação
para o céu? A resposta está nas palavras de Jesus: “Buscai em primeiro lugar o
reino de Deus e a Sua justiça.” (Mateus 6:33).
Sim, amigo ouvinte, o reino de Deus vem primeiro. Deve estar sempre em
primeiro lugar.
Mas, infelizmente, não é que isso que normalmente vemos
por aí. A maioria dos jovens diz que só buscará a Deus quando adulto. Já o
adulto diz que quando ficar velho vai pensar nas coisas de Deus. Primeiro vem a
educação, o preparo para a vida. Então vem o ganhar a vida, a aquisição de
riquezas. Muitos também colocam em primeiro lugar a família. Todas essas coisas
são importantes, têm o seu lugar. Mas no plano de Deus elas são secundárias.
Vêm depois. Deus deve vir primeiro. O restante deve vir como conseqüência de
buscarmos a Deus primeiramente.
Jesus ensinou esse princípio por algumas razões. A
primeira delas é a incerteza da vida. Pessoa alguma, jovem ou adulto, pode ter
certeza de estar vivo amanhã. Quantos são repentinamente arrebatados pela
morte, mesmo quando estão gozando de plena saúde. A Bíblia até adverte: “Não te
glories do dia de amanhã, porque não sabes o que trará à luz.” (Provérbios
27:1). Somos inclinados a fazer planos para o futuro sem levar a Deus em conta.
O apóstolo Tiago descreveu isto com as seguintes palavras: “Atendei agora, vós
que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos e
teremos lucros. Vós não sabeis o que acontecerá amanhã. Que é a vossa vida?
Sois apenas como a neblina que aparece por um instante e logo se dissipa. Em
vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como faremos
isto ou aquilo.” (Tiago 4:13-15).
Em segundo lugar, Jesus ensinou o princípio de buscarmos
a Deus primeiro porque quanto mais tempo vivemos com o pecado no coração, mais
difícil fica abandoná-lo. O pecado é como uma doença grave que se torna mais
difícil ser curada com o passar do tempo. A Bíblia diz que as iniqüidades
prendem o perverso “e com as cordas do seu pecado será detido” (Provérbios
5:22).
A terceira razão é que devemos viver da maneira como Deus
se agrada. Se o que Ele pede de nós é que deve ser feito, é justo e próprio,
por que demorar? Por que viver fora do caminho eterno quando podemos andar
nele? Se Deus merece que O amemos e sirvamos, por que dar a Ele só o restinho
dos últimos dias de vida?
E a quarta razão porque Jesus ensinou que devemos buscar
o reino de Deus em primeiro lugar: é no caminho do Senhor que possuímos
felicidade – a felicidade verdadeira. Por que não a buscaríamos em primeiro
lugar? É fato que os prazeres do mundo apelam à natureza propensa ao pecado que
trazemos do berço – natureza que a Bíblia chama de “pecaminosa” (Romanos 8:3).
Mas esses prazeres nos corrompem e nos degradam. Eles são passageiros, levam ao
sofrimento e por fim à morte, à perdição.
A Bíblia apresenta muitos exemplos de homens que agiram
prontamente quando ouviram o chamado divino. Quando Jesus chamou Pedro e André
eles, “no mesmo instante, deixaram o barco de seu pai” e seguiram o Mestre
(Mateus 4:18 a 22). Perceba: imediatamente O seguiram, no mesmo instante O
seguiram.
Representando a numerosa classe dos que deixaram para
depois a maior decisão da vida, temos o exemplo de Félix, governador da Judéia
e Samaria. Num encontro que teve com o apóstolo Paulo, Félix ouviu “acerca da
justiça, do domínio próprio e do juízo vindouro.” Assustado com tudo que
ouvira, desconsiderou o convite de Deus. Pediu que Paulo se retirasse e, quando
tivesse tempo, o chamaria novamente (Atos 24:25). Félix deixou para depois a
decisão de abandonar o mal. E, quanto se saiba, não teve outra oportunidade. “O
caminho do mais tarde”, como diz um ditado espanhol, “leva a cidade do nunca.”
Deixar para mais tarde o reino de Deus é arma eficaz nas
mãos do diabo. Por isso, dos passos da vida, o mais importante e o mais urgente
é o da entrega a Deus.
O próprio Cristo perguntou: “Que adianta o homem ganhar o
mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mateus 16:26). Por isso, o conselho do
Senhor: “... buscai primeiro o reino de Deus e a Sua justiça.” Já o apóstolo
Paulo argumenta: “... eis agora o tempo sobremodo oportuno, eis agora o dia da
salvação.” (II Coríntios 6:2). Agora é o tempo próprio. Hoje é o dia.
Amigo ouvinte, por longo tempo talvez, você tem ouvido a
voz de Deus a te chamar pelas mensagens do programa A Voz da Profecia, mas
ainda não decidiu receber a Cristo no coração. Seja longo ou curto esse tempo,
hoje, mais uma vez Ele fala: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a
Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele
Comigo.” (Apocalipse 3:20).
Decida agora, de uma vez por todas, abrir a porta do
coração. Dar a Jesus o primeiro e mais importante dos lugares de tua vida. Só
assim você estará seguro.
É muito natural que as pessoas ao serem batizadas, passem
a pertencer a uma igreja. A Bíblia apresenta várias figuras que nos ajudam a
compreender a influência positiva da Igreja na vida dos crentes.
Tanto no Velho como no Novo Testamento, o uso que se faz
da palavra igreja, aponta para uma reunião ocorrida através de uma convocação.
Acima de tudo, a Bíblia retrata a igreja como sendo uma instituição divina. O
apóstolo Paulo a chama de Igreja de Deus (Atos 20:28).
As raízes da igreja cristã se encontram no Velho
Testamento, nas várias fases que o povo de Deus passou. Desde os patriarcas,
quando a igreja centralizava-se na família, até Israel vir a ser uma nação, os
ideais e objetivos não foram alterados. Ao longo desses séculos, o Senhor Deus
desejou criar a mais ampla igreja da Terra – uma igreja onde representantes de
todas as nações do mundo viessem para adorar e aprender do Deus verdadeiro.
Depois, retornariam e ensinariam o seu próprio povo a mensagem de salvação.
Com a morte de Jesus a missão de Israel chegou ao fim.
Com a ressurreição de Cristo, a igreja cristã foi estabelecida. Ao perderem sua
missão, os judeus passaram a ser como qualquer outro povo e em seu lugar Deus
estabeleceu uma nova nação, a Igreja, composta de cidadãos de todas as nações.
Esta igreja, da qual fazem parte todos os que aceitam a Jesus, deve levar
avante a missão anteriormente confiada aos judeus.
Foi desta maneira que a igreja do Novo Testamento, a
igreja apostólica, se tornou uma organização independente e separada de uma
nação. As fronteiras nacionais foram removidas, se tornando uma igreja mundial.
Algumas comparações que encontramos na Bíblia nos ajudam
a compreender a natureza e a importância da igreja.
Uma delas é a comparação a um corpo. Efésios 2:16 nos diz
que “a cruz reconciliou todos os crentes em um só corpo com Deus”. E no
capítulo 1:23 o apóstolo afirma que a igreja é o corpo de Cristo.
Conseqüentemente, Cristo é a “cabeça da Igreja” (capítulo 5:23).
Em Seu amor, Deus concedeu a cada membro um dom que o
habilita a desempenhar sua função. Assim como cada órgão é vital para o
funcionamento do corpo humano, o bom êxito da missão da igreja depende do
funcionamento de cada membro, segundo o dom recebido de Deus. Todos são
importantes e possuem valor à vista do céu, da mesma forma como os mais
pequeninos órgãos são importantes para o corpo humano.
A igreja também é comparada a um templo e destaca a
santidade. A igreja é o edifício de Deus do qual Jesus Cristo é o Seu
fundamento, a pedra angular. Na primeira carta aos coríntios, capítulo 3:11,
lemos: “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do qual foi posto, o
qual é Jesus Cristo.” E, em Efésios 2:20
encontramos: “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele
mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular.”
Assim,
o fundamento, a base da Igreja é Jesus. Ela não está fundada sobre homens, mas
sobre o próprio Filho de Deus. Da mesma forma como o alicerce provê toda a
segurança de um edifício, assim também Jesus, sendo o fundamento da igreja,
traz para ela toda a segurança necessária.
A igreja também é representada na Bíblia como uma noiva.
O destaque aí é para a pureza. Jesus é o noivo. E o amor dEle pela igreja é tão
grande a ponto de dar a vida por ela. “E isto Ele fez, para que a santificasse,
tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra” (Efésios 5:25 e
28).
Na comparação da igreja como uma família encontramos duas
importantes lições quanto a maneira que as pessoas se juntam à essa família, a
igreja. Em Romanos 8:14 e 15, o apóstolo Paulo menciona a adoção. Quando
aceitamos a Jesus, não somos mais escravos do pecado, mas sim, filhos de Deus,
por quem somos adotados e, pelo Espírito, passarmos a ser conduzidos. Por
intermédio da fé em Cristo, todos aqueles que são batizados passam a ser
membros integrantes da família de Deus que também é chamada de família de fé
(Efésios 2:19 e Gálatas 6:10).
Há outras comparações mais, porém a que gostaria de
encerrar a palestra de hoje é a comparação da igreja como um exército.
Através dos séculos a igreja tem enfrentado a necessidade
de lutar contra inimigos internos e externos. Embora deslumbrantes vitórias e
memoráveis progressos hajam sido conquistados, a igreja não conseguiu seu
triunfo final. Dentro da igreja a luta existe porque há dois grupos chamados por Jesus de trigo e joio. Esse
conflito continuará até quando Jesus voltar.
Já a luta externa é contra Satanás, que está irado contra
a Igreja, sabendo que pouco tempo lhe resta (Apocalipse 12:12). Apesar das
tribulações, a vitória é certa, pois Jesus nos garantiu: “Aquele que perseverar
até o fim, este será salvo” (Mateus 24:13).
Finalmente, por ocasião do retorno de nosso Senhor Jesus
Cristo, estará em pé diante dEle, a igreja vitoriosa que triunfou sobre todas
as lutas e venceu o inimigo. Nessa ocasião, Jesus irá apresentá-la como igreja
gloriosa, e os fiéis de todos os tempos estarão em pé diante do Rei dos reis e
do Senhor dos senhores para receberem o Seu galardão.
Que você também possa estar, juntamente conosco, ali,
naquele dia.
Certa vez um líder religioso anunciou uma reunião
especial onde daria oportunidade a todos que desejassem para apresentar suas
acusações contra a igreja. No dia marcado, lá estavam as pessoas. O primeiro
acusador disse:
- Os membros da igreja não são melhores do que os outros.
Não vivem de acordo com o que professam.
- Sim, disse o pregador, isto infelizmente é verdade.
- Os pastores não são dedicados como eram antigamente,
disse outro acusador.
- Infelizmente isto também é verdade, admitiu o líder.
E assim, continuaram as acusações, uma após a outra,
tomando cerca de uma hora. Então, o pastor leu a lista toda de observações em
voz alta e a seguir amassou o papel e o jogou no lixo, dizendo: - Senhores, as
acusações contra a igreja, seus membros e seus pastores, são válidas. Mas
nenhuma palavra foi dita contra o Senhor da igreja, Jesus Cristo.
Então, em poucas palavras ele lhes falou de Cristo como o
Guia infalível e convidou a todos que aceitassem a Jesus e cressem nele. 49
pessoas atenderam o apelo.
Embora sendo uma comunidade de santos, a igreja não é uma
sociedade perfeita. Um pecador puritano, chamado Richard Baxter, comparou a
igreja a um hospital. E quem se atreveria a criticar um hospital pelo fato de
seus internados estarem doentes?
O Senhor Jesus disse que “os sãos não precisam de médicos
e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento”
(Lucas 5:31 e 32).
Somente aqueles que se acham justos demais ou mesmo
aqueles que não reconhecem suas profundas necessidades espirituais se afastam
da igreja. A igreja pode ser imperfeita e seus membros falhos, mas devemos
olhar com confiança para o Senhor Jesus e Ele nos ouvirá e capacitará a viver
acima das deficiências.
Em um documento antigo a igreja foi comparada a arca de
Noé. “Se não fosse a tempestade lá fora não seria possível suportar o cheiro
dentro dela.” Alguns desanimados com os
problemas chegam a preferir a tempestade
lá fora. Mas quando abandonam a arca para enfrentar os riscos dos vendavais que
sopram sobre o mundo, enchem-se da comunhão com Deus e com seus irmãos.
Nas penitenciárias, o maior castigo imposto aos presos é
o confinamento individual na solitária. Deus nos criou para vivermos em
comunhão com Ele e uns com os outros. Apesar de todas as suas deficiências,
encontramos na Igreja a força que nos é transmitida na companhia uns dos
outros.
O sentimento de grupo, de não se estar só, de saber que
outros estão no mesmo caminho, enfrentando as mesmas lutas, mas mesmo assim
continuam juntos, é uma preciosidade para todos.
O fato de existirem muitas religiões e todas elas se
proclamarem possuidoras da verdade, pode confundir muita gente. No entanto, a
busca da verdade não é tão complicada quanto parece. O Senhor Deus é a única
fonte de verdade. Sua revelação, a Bíblia, se encontra à nossa disposição para
ser investigada e nas páginas desse livro sagrado encontramos conhecimento do
caminho que Ele deseja que sigamos. Jesus chegou a prometer que o espírito da
verdade nos guiaria a toda a verdade (João 16:13).
Todos aqueles que tiverem no seu íntimo o sincero desejo
de andar no caminho indicado por Deus, não podem seguir as pegadas humanas, mas
devem buscar com oração a direção certa. Há muitas pessoas enganando e
ludibriando. Jesus advertiu que isto aconteceria pouco antes da Sua vinda.
Lemos em Mateus 24:24: “porque surgirão falsos cristos e falsos profetas
operando grande sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios
eleitos.” Portanto, não devemos aceitar
as conversas e tradições humanas, mas devemos seguir aquilo que o Senhor nos
revelou em Sua Palavra. Procedendo assim qualquer pessoa sincera chegará ao
caminho verdadeiro que só Deus pode indicar.
No Salmo 55:22 encontramos mais uma forte razão para
irmos a igreja: “Confia os teus cuidados ao Senhor, e Ele te susterá: jamais
permitirá que o justo seja abalado”.
Os encontros periódicos com Deus em Seu Santuário nos
permitem aliviar o coração do peso opressivo dos problemas, cuidados e
aflições. O culto com os seus cânticos de louvor, as orações dirigidas ao
Senhor e o cuidadoso estudo da Palavra, ajudam a curar muitas feridas, e
diminuem as tristezas além de levarem conforto ao coração e manterem o ânimo em
tempos de aflições e perplexidades. Certamente por conhecer essas bênçãos, Davi
desejava estar para sempre na casa do Senhor (Salmo 23:6).
O navio Wieland, em uma de suas viagens, levava
engaiolados um grande número de pássaros. Quando estava em alto mar, um dos
pássaros fugiu. Levantando vôo, distanciou-se da embarcação e desapareceu.
Desfrutando a liberdade em sua plenitude, a pequena ave cortava os ares batendo
alegremente as asas. Passadas, porém, algumas horas, o pássaro apareceu de
novo, se esforçando por alcançar o navio. Finalmente cansada e não encontrando
lugar para ficar, pousou no convés da embarcação. Havia voado para bem longe, mas
depois, com grande ansiedade buscava de novo o navio, já não mais considerando
uma prisão, mas o seu querido lar.
Amigo ouvinte, a experiência desse pássaro ilustra o
imenso drama vivido por milhares de pessoas que se afastam de Deus e da igreja.
Cansados com as restrições que a religião parece impor, fascinados pela
liberdade que o mundo oferece, abandonam a santa embarcação. E aqueles que não
se perdem na amplidão do mal, podem regressar ao navio e desfrutar da comunhão
com Deus e com os irmãos. Descobrem que a igreja lhes proporciona a mais
perfeita liberdade para a prática de tudo que é bom e seguro. Foi por essa razão
que Davi escreveu: “Vale mais um dia nos teus átrios do que mil em outra parte”
(Salmo 84:10).
Embora a igreja possa nos proporcionar tantos benefícios,
jamais nos esqueçamos: a salvação é um dom de Deus através de Jesus. A igreja
não pode salvar ninguém. Ela nos ajuda em nossa caminhada para o céu, nos
estimula a prosseguir ao lado de nossos irmãos, buscando os mesmos ideais
eternos, mas salvação só em Jesus.
Que as razões apresentadas no programa de hoje sejam um
verdadeiro estímulo para que você possa estar em comunhão com Deus e a igreja,
buscando sempre o caminho da verdade encontrado nas Sagradas Escrituras.
Pastor Montano de Barros
Falar em Igreja remanescente pode soar um tanto estranho
para alguns. Remanescente quer dizer aquilo que sobrou, resto. A idéia de
igreja remanescente está intimamente ligada a todos os outros segmentos da
igreja cristã ao longo dos séculos e desde o seu estabelecimento por Jesus.
João relata o seguinte em Apocalipse 1:10 e 11: “Eu fui
arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz,
como de trombeta, que dizia: O que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete
igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a
Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia.”
O que segue nos capítulos dois e três de Apocalipse são
as mensagens para as igrejas dessas 7 cidades. Esses lugares não eram
fictícios, eram reais. Essas igrejas e comunidades realmente existiram. E cada
mensagem está composta de elementos intimamente relacionados com o modo de vida
desses cristãos que viviam no primeiro século de nossa era. Os estudiosos da
Bíblia também afirmam que cada igreja representa um período da igreja cristã ao
longo de sua existência.
Assim sendo, a igreja de Éfeso representa a igreja cristã
do ano 31 ao ano 100 de nossa era. Esmirna do ano 100 ao 323. Pérgamo, de
A interpretação profética do Apocalipse fortalece o fato
de que estamos vivendo no período final da história da igreja cristã. Somando
isso aos sinais que marcam a brevidade da volta do Senhor Jesus a esta Terra,
cremos que realmente estamos vivendo num período muito especial.
Diante de todo esse contexto, voltemos a falar no tema do
remanescente. Apocalipse 13:17 diz que “o dragão irou-se contra a mulher, e foi
fazer guerra ao restante de sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus
e tem o testemunho de Jesus Cristo.” A inclusão da palavra “resto”, aqui nesse
verso, está ligada à grande ação perseguidora ocorrida na Idade Média, onde se
registram os mais terríveis crimes praticados contra a humanidade. Em linguagem
profética, o dragão representa a Satanás. A mulher simboliza a igreja. A
intenção satânica era destruir da face da terra o segmento fiel do
cristianismo. Na verdade essa página escura da história registra as horríveis
barbaridades cometidas contra fiéis inocentes.
Em todas as fases da Igreja, Deus sempre teve um
remanescente que manteve acesa a chama da verdade ensinada por Jesus e por Sua
palavra. Isso é importante. Um movimento religioso não pode ter e não tem um
fim em si mesmo. A igreja não é o objetivo final. Ela é um instrumento que,
puro e verdadeiro, nos conduzirá à vida eterna. E se for um movimento falso,
nos levará a destruição.
O remanescente mencionado na Bíblia tem algumas
características especiais. Primeiramente, conforme Apocalipse 12:17, eles são
aqueles contra quem Satanás investe de maneira especial. O inimigo de Deus fica
aborrecido ao ver pessoas viverem de acordo com a vontade do Senhor. Em segundo
lugar, são aqueles que fazem parte semente da mulher, ou seja, da igreja pura e
verdadeira que se manteve fiel ao longo dos séculos desde a sua fundação. Em
terceiro, é dito no texto bíblico que o remanescente é composto por pessoas que
guardam os mandamentos de Deus.
A obediência aos santos princípios do Eterno é marca
inconfundível daqueles que pertencem ao povo de Deus. Esses mandamentos estão
claramente identificados em Êxodo no capítulo 20. E ao longo de toda a Bíblia,
Velho e Novo Testamento, os dez mandamentos da Santa Lei são confirmados.
Há uma tendência de se alterar aquilo que o Senhor
ordenou. Porém, a maior implicância recai sobre o quarto mandamento, ou seja a
guarda do sábado como dia de repouso dedicado exclusivamente para Deus. Os
demais mandamentos são defendidos enquanto que o quarto é atacado
duramente. Porém, não devemos esquecer
que o remanescente valoriza e respeita TODOS os mandamentos.
Uma quarta característica do remanescente é o testemunho
de Jesus. Apocalipse 19:10 nos ajuda a entendermos isso. O texto diz que o
testemunho de Jesus é o espírito de profecia. Assim, junto com o remanescente,
deve estar um guia profético que se harmonize com toda a revelação da Bíblia.
Perceba também que as características do remanescente são
confirmadas em Apocalipse 14:12: “Aqui está a paciência dos santos, aqui estão
os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus.”
A Bíblia não aponta para nenhum título ou nome de igreja,
denominando esta ou aquela congregação como sendo a verdadeira. A palavra de
Deus, no entanto, apresenta claras características que auxiliarão o crente
sincero a buscar a igreja que realmente preencha essas qualidades. Esta é mais
uma prova da capacidade de escolha do ser humano.
Amigo ouvinte, Deus tem um plano que em breve vai ser
completado e somente aqueles que lhe forem fiéis serão levados para a vida
eterna. Estamos nós entre estes? Nosso desejo é que você e eu possamos estar
entre aqueles que serão achados fiéis por ocasião da volta do Senhor Jesus a
esta Terra.
O Senhor Jesus é nosso perfeito modelo. Diz a Bíblia que
“foi Ele tentado em todas as coisas, mas sem pecado” (Hebreus 4:15). Sendo
assim, Sua vida pura, santa e imaculada, se constitui no único padrão digno de
ser imitado.
Em sua primeira carta, capítulo 2:6, o apóstolo João nos
adverte: “aquele que diz que permanece nEle, esse deve também andar assim como
Ele andou.” Esta palavra tem um profundo significado para todos os cristãos.
Aceitar a Jesus como Salvador pessoal, receber o perdão
dos pecados e ser batizado é uma parte no processo da experiência cristã. Após
o batismo se inicia uma nova vida. O apóstolo Paulo afirma que “se alguém está
em Cristo é nova criatura” (II Coríntios 5:17).
Esta vida nova acontece porque a pessoa passa a viver
conforme os ensinamentos da palavra de Deus. Antes, ela seguia suas próprias
convicções e se orientava por sua própria vontade. Estando em Cristo, a pessoa
passa a seguir a vontade divina. Isso provoca uma mudança de comportamento e
também no relacionamento com outras pessoas.
O verdadeiro cristão não é aquele que diz ter aceitado a
Jesus. O cristão de verdade é aquele que vive uma vida semelhante à vida de
Jesus.
O próprio Cristo afirma isto ao dizer: “Assim, pois,
pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que diz: Senhor, Senhor! entrará
no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai” (Mateus 7:20 e 21).
Essas palavras de Jesus nos ajudam a compreender que o cristianismo de fato, é
aquele que acontece na prática. E isto vem como resultado da aceitação
verdadeira de Cristo como Salvador pessoal.
Ora, se ser cristão é viver de acordo como Jesus viveu,
resta saber como foi que Jesus viveu e então seguir os Seus passos, ou como
lemos antes, andar como Ele andou.
Jesus, desde a Sua infância, colocou a Deus, o Pai, em
primeiro lugar. Tudo o que Ele fez e realizou aqui na Terra, foi resultado de
Seu contato com Deus o Pai. Nos preciosos ensinamentos do Sermão da Montanha, o
Senhor nos orientou: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e Sua justiça, e
todas as demais coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33). Não devemos levar uma vida ansiosa e
preocupada com os aspectos materiais, de tal maneira que se tornam uma obsessão
em nosso viver. Há muitas pessoas que só pensam em trabalho, ganhar, comprar,
gastar. Sua mente só se ocupa disso. Jesus nos ensinou por palavras e atos que
a vida é muito mais do que isso. Embora o trabalho e as coisas materiais sejam
necessárias, Deus deve ocupar o primeiro lugar na vida do ser humano. Quando
fizermos isso, todas as demais coisas nos serão dadas. Isso não elimina a
necessidade do trabalho. Jesus foi muito trabalhador. O trabalho foi dado para
ser uma bênção na vida do ser humano. Portanto, o princípio de buscar a Deus em
primeiro lugar, só coloca um equilíbrio entre as coisas materiais e
espirituais.
Jesus foi um filho obediente e um irmão amigo. Lucas, em
seu evangelho, registra no capítulo 2:51 que “desceu com eles [os pais] para
Nazaré, e lhes era submisso”.
Esta pequena, porém importante declaração, nos ajuda a
compreender que Jesus, mesmo sendo o Deus encarnado, foi fiel e leal à Sua
família. A Bíblia não nos relata muita coisa do relacionamento de Jesus com
seus pais e irmãos; mas do que temos disponível nas Escrituras, vemos um
exemplo digno de ser imitado.
No livro de Atos, capítulo 10:38, temos a seguinte
declaração de Pedro: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e
poder, o qual andou por toda a parte fazendo o bem”. Foi exatamente isto que caracterizou a vida
de Jesus – fazendo o bem para a humanidade. Assim também devemos proceder. É
necessário que busquemos a Deus, que amemos nossos familiares, mas é muito
importante agir com honestidade, bondade e carinho para com os semelhantes.
Assim faria Jesus.
O que mais poderíamos dizer com respeito ao modo de vida
de Cristo? Tanta coisa poderia ser acrescentada aqui, mas eu incluiria o texto
de Filipenses 2:8, o qual menciona que Jesus “a Si mesmo se humilhou,
tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”. Humildade e obediência são duas
características aqui mencionadas. O verdadeiro cristianismo elimina o orgulho,
o egoísmo, o sentimento de superioridade, e dá lugar a um espírito humilde,
onde cada pessoa, independente de sua condição social e cultural é vista como
filho de Deus. O cristão fiel é também fiel na obediência. Obediência não
somente é seguir ordem, mas é fazer isso com respeito.
Romanos 8:9 nos diz que “se alguém não tem o espírito de
Cristo, esse tal não é dEle”. De forma que é muito importante termos a certeza
de que somos de Jesus, e que Seu Espírito habita em nós. Por isso Ele deseja que nossos frutos
demonstrem o que somos. Na carta aos Gálatas, Paulo menciona esses frutos:
amor, alegria, paz, paciência, benevolência, bondade, fé, mansidão, domínio
próprio (Gálatas 5:22).
Amigo ouvinte, isto nos leva a concluir que, aqueles que
são de Jesus, possuem o Espírito de Jesus. E isto se manifesta num caráter que
pode ser visto nesses frutos mencionados por Paulo. Em primeiro lugar, uma vida
de amor, amor a Deus e ao próximo. O cristão deve ter um viver marcado pela
alegria e a paz de ter sido salvo e perdoado por Jesus. Esta alegria e paz se
estendem àqueles com quem convivemos. A paciência, a bondade e atos de
benevolência se tornam integrantes do caráter do cristão sincero. A vida cristã
é acima de tudo uma vida de fé e confiança em Deus. O domínio próprio ajuda o
cristão a conter seu mau gênio, e ser manso para com todos e em qualquer
circunstância.
Assim vive o cristão verdadeiro. Assim andou Jesus,
deixando essas pegadas para que pudéssemos segui-Lo. Permita Deus, que todos
nós, sejamos imitadores de Nosso Senhor, e onde quer que estejamos, o brilho de
nossa vida ilumine aqueles que estão ao nosso redor.
Hoje eu quero falar com você sobre como podemos ser
semelhantes a Jesus.
Encontramos na Bíblia inúmeras promessas para aqueles que
desejam ser seguidores fiéis de Cristo. Uma delas foi feita pelo salmista:
“Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nEle e o mais Ele fará” (Salmo 37:5).
Já o apóstolo Paulo, na carta aos Filipenses, 4:13, escreveu: “Tudo posso
naquele que me fortalece”. E ainda, na mesma carta, capítulo 2:13, lemos:
“porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua
boa vontade.”
Amigo ouvinte, essas promessas nos asseguram um viver
vitorioso em Cristo Jesus. Portanto, entendemos que o poder para seguirmos os
passos de Nosso Senhor nos é dado por Deus. O que devemos fazer é buscar esse
poder que está à nossa disposição. E esta é a chave de toda a questão.
A buscas dessa força, desse poder, não pode ser avaliada
por sentimentos humanos. Ela não pode ser medida por quanta ambição ou quanto
desejo a pessoa tem de ser semelhante a Jesus. Em João 14:4 nós lemos o que
Jesus disse: “Estai em Mim e Eu em vós”.
Teremos poder e força do Céu, na medida que buscarmos estar em Jesus.
Por isso é assegurado: “Pedi e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e
abrir-se-vos-á. Porque o que pede recebe; e o que busca, encontra; e ao que
bate, se abre” (Mateus 7:7 e 8).
Considerando a questão num terreno um pouco mais prático,
como é que podemos estar com Jesus? Como é que se dá a busca do poder, para
sermos semelhantes a Ele? Vou falar
sobre isso agora.
Podemos estar em Jesus quando tomamos tempo para estudar
a Sua revelação, ou seja, a Bíblia. É nas sagradas pátinas que Deus se
apresenta a nós e se torna conhecido de Seus filhos. Ao estudarmos os planos de
Deus; ao verificarmos a maneira como o Senhor guiou o Seu povo através dos
séculos; ao conhecermos o Seu caráter revelado na forma como lidou com aqueles
que se relacionaram com Ele; ao tomarmos contato com Suas promessas e profecias
e experimentarmos o Seu cumprimento, estaremos permanecendo em Jesus.
É através da Bíblia que Deus fala ao nosso coração. Ela é
a Palavra dEle. Portanto, quando lemos a Bíblia, estamos na verdade lendo o que
Deus deixou para nós; as lições que comunicam graça, sabedoria, poder para
vivermos à semelhança da vida de Cristo.
Uma outra maneira pela qual nos é dado poder, é através
da oração, da prece. Se pela Bíblia, Deus fala a nós, é pela oração que nós
falamos com Deus. E assim se estabelece um vínculo que não será jamais
destruído. A verdadeira prece não é composta por frases formuladas ou
expressões formais. A oração genuína é o abrir do coração a Deus, como muitas
vezes fazemos com um amigo.
Jesus gastou horas em oração. Embora fosse divino, não
usou Seus poderes para realizar as Suas atividades. Antes, com humildade,
buscava o poder vindo do alto, nas muitas horas que passava em oração.
Muitas pessoas têm uma idéia errada acerca da oração.
Pensam que para falar com Deus é necessário estar em uma igreja. Mas não é
assim. Moisés orou a Deus no deserto, diante de uma sarça ardente. Jonas orou
ao Senhor dentro do ventre de um grande peixe. Paulo e Silas na prisão,
cantavam hinos e oravam a Deus. A Bíblia não determina que devemos orar num
determinado local e em definida posição.
Entendemos que, sempre que for possível, devemos nos
ajoelhar diante de Deus. Isso indica respeito e reverência devidos somente ao
Criador. Porém, não significa que só podemos orar se estivermos nessa posição.
Podemos falar com Deus onde quer que estejamos e na posição que nos
encontramos. O ouvido divino sempre está aberto para ouvir o clamor e a súplica
de Seus filhos.
Temos vários conselhos bíblicos sobre a oração. Jesus
orientou: “Mas, tu quando orares, entra no teu aposento, e fechando a tua
porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê secretamente, te
recompensará. E orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que
pensam que por muito falarem serão ouvidos” (Mateus 6:6 e 7). E, na seqüência,
nos versos 9 e 13, encontramos a oração modelo, conhecida como o “Pai Nosso”.
Aqui está um singelo modelo a ser seguido. Nessa oração estão expostas as nossas
mais profundas necessidades.
Não há fundamento bíblico para dirigirmos nossas preces a
qualquer outro que não seja Deus. Somente Ele é digno de nosso culto, de nossa
adoração, porquanto Ele é o nosso Criador.
Jesus também nos orientou que devemos fazer as preces no Nome Dele (João
14:13 e 14).
O apóstolo Paulo, na carta aos colossenses, 4:2, lembra:
“Perseverai em oração, velando nela com ação de graças”. É muito importante que nossas preces não se
constituam apenas de pedidos. O espírito de gratidão e reconhecimento nos
ajudará a perceber quantas dádivas temos recebido das mãos do nosso Pai
celestial. Quantas vezes só nos
lembramos de Deus apenas para fazer pedidos e poucas vezes nos lembramos de
agradecer...
Um elemento muitíssimo importante na oração é a fé. Jesus
assim afirmou: “Por isso vos digo que tudo o que pedirdes, orando, crede que o
recebereis” (Marcos 11:24). E Tiago, enfatiza em sua carta, capítulo 1:5,
“Peça, porém, com fé, não duvidando; porque o que duvida é semelhante a onda do
mar que é levada pelo vento e lançada para outra parte”.
Amigo ouvinte, que você também tenha a certeza de que
podemos permanecer em Jesus, quando tomar tempo para estudar a Bíblia e ao
orar. É aí que experimentamos um poder que excede toda compreensão e nos
tornamos semelhantes a Jesus. Recebemos poder para viver uma vida vitoriosa e
crescemos na experiência que nos direciona para uma semelhança completa com
Cristo nosso Senhor.