Ícone

Descrição gerada automaticamente

 

ESTÁ ESCRITO – George Vandeman

 

01 ONDE ESTAVAS TU

02 AS FACES DA FOME

03 ERUPÇÃO REPENTINA

04 PEARL HARBOR

05 PORNOGRAFIA FATAL

06 VÍCIO DOENÇA OU PECADO

07 A CONSPIRAÇÃO DA NOVA ERA

08 NA CENA DO CRIME

09 SOCORRO POR FAVOR

10 ANJOS EM AÇÃO

11 MENSAGEM ALÉM DE NETUNO

12 O QUE EU GOSTO NOS JUDEUS

13 O SEU INVESTIMENTO SONHADO

14 SURPRESA FATAL

15 VAZAMENTO DE ÓLEO NO ÉDEN

16 OS PORTAIS DO INFERNO

17 O SEGREDO DE FÁTIMA

18 PROBLEMAS COM O PARAÍSO

19 ENCONTRANDO A VERDADE NAS ROCHAS

20 EM BUSCA DO CÁLICE SAGRADO

21 SUBSTITUINDO A OBSCENIDADE

22 DA TRINCHEIRA PARA A ETERNIDADE

23 A BATALHA INTERIOR

24 A DROGA QUE ANUNCIAMOS

25 MISTÉRIOS DA TERRA


 


 

1

ONDE ESTAVAS TU?

George Vandeman

TOPO

 

    Caminhava eu pela praia. O vento empurrava para trás as grandes ondas. Pensei naquEle que disse ao mar: "Sossegai!" e o mar se aquietou. 

    Observei as nuvens descrevendo uma trilha no céu, equilibrando-se sobre o nada. Então, pensei naquEle que as segura em Suas mãos. Observei os pássaros seguindo em direção ao sul e percebi que é Ele quem lhes ensina o caminho.

    Vi pelo telescópio uma nebulosa veloz e ponderei: como o Criador a colocou em sua órbita precisa? Vi pelo microscópio um minúsculo grão e concluí que o Universo foi projetado por um Mestre em matemática.

    Observei a borboleta em sua delicada beleza. Vi uma rosa se abrir. Ouvi o canto de um pássaro no arbusto. Ouvi um trovão de horizonte a horizonte! Pareceu-me a voz do Criador, fazendo a pergunta que havia feito há muito tempo antes: "Onde estavas quando Eu fiz tudo isso?"

    Provavelmente não existe um modo melhor de acabar com a vaidade de alguém do que fazer algumas perguntas que ele não saiba responder. Perguntas como aquelas feitas pelo próprio Criador a um homem chamado Jó.

    Jó era um homem que tinha tudo: riqueza, popularidade, família e amigos. Quando, de repente, de um só golpe, foi-lhe retirado tudo. Apenas sua esposa ficou e insistia para que ele amaldiçoasse a Deus e morresse.

    Enquanto Jó sentava-se nas cinzas e era tratado de suas feridas, três amigos vieram visitá-lo. Não precisavam se preocupar com o tempo, pois não tinham uma enfermeira para avisá-los que o horário de visitas havia terminado. Então eles se assentaram e assistiram a miséria de Jó durante sete dias sem dizer uma palavra. Quando finalmente falaram, acusaram Jó de ter cometido grandes erros que poderiam ser a causa de tão grande calamidade. Já pensou que confortadores miseráveis?!...

    Aí então, Deus no Céu, Criador do Universo, entrou em um diálogo com Jó. Você o encontrará nos capítulos 38 a 42 do livro que leva o seu nome: Jó. Foi a conversa mais interessante e fascinante já realizada até hoje.

Deus fez a Jó algumas perguntas bastante difíceis.

  Começando pelo versículo 4 até o 7 do capítulo 38, Ele disse: "Onde estavas tu quando Eu lançava os fundamentos da terra? Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam e rejubilavam todos os filhos de Deus?"  - Jó - Deus perguntou - onde estavas tu quando Eu lançava as fundações da Terra, quando fiz tudo existir? Onde estavas tu, então? Quando toda a criação se rejubilava diante da terra recém-formada, Eu pedi a tua orientação? Alguma vez entendeste como fiz isso? Eu criei a terra pela palavra e as estrelas da alva cantavam e assistiam, mas onde estavas tu?

    Então Deus tornou-se mais específico no versículo 16: "Ou entraste tu até as origens do mar ou passeaste no mais profundo do abismo? Jó, o que tu sabes sobre o fundo do mar e as vidas que coloquei lá?" Versículo 22: "Acaso entraste no depósito da neve, e viste os tesouros da saraiva? Jó, consegues explicar a neve na colina?" E voltando-se para o céu Ele pergunta no versículo 31: "Ou poderás tu atar as cadeias do Sete-estrelo, ou soltar os laços do Órion?"

    Naquela época tão distante, Jó não poderia ter entendido o significado dessas perguntas. Fotografias agora revelam que existem duzentas e cinqüenta estrelas nas cadeias do Sete-estrelo, todas à deriva no espaço numa direção comum. Todas juntas voando como um bando de pássaros em direção ao seu alvo. Deus consegue mantê-las juntas. Mas Jó poderia? Ele conseguiria pegar as estrelas e formar o cinturão de Órion? Esta é uma outra história.

    As três estrelas do cinturão de Órion formam uma linha reta quase perfeita. Linha reta para a nossa visão, é claro! Mas elas estão viajando em direções diferentes. Duas delas permanecem eventualmente se aproximando como se formassem uma só, enquanto a terceira vai se afastando de um modo que o cinturão não mais existe.

    Observe agora o versículo 32: " ... ou poderias tu guiar a Ursa com seus filhos?" Como Jó poderia guiar uma estrela? Sabemos agora que a Ursa é um sol fugitivo, correndo através do céu a 68 mil quilômetros por minuto. E Deus pergunta a Jó se ele poderia guiá-la.

    Deus, então, volta-se com outra pergunta (capítulo 39:1): "Sabes tu o tempo em que as cabras montêses têm os filhos?" E ainda outra pergunta bem interessante no versículo 13: "A avestruz bate as asas. Acaso, porém, tem asas e penas de bondade?"

    Charles Darwin afirmou uma vez que o "olho" nas penas do pavão quase lhe dava prostração nervosa porque nada em sua teoria da seleção natural poderia de modo algum explicá-lo. As plumas do avestruz são igualmente notáveis.

    Continua no versículo 19: "Ou dás tu força ao cavalo, ou revestirás o seu pescoço de crinas?"  Eu já tive cavalos e minhas crianças também tiveram um, e sei o que quer dizer. Mas continuando o texto, nos versículos 26 e 27:  ... ou é pela tua inteligência que voa o falcão, estendendo as asas para o sul? Ou é pelo teu mandado que se remonta a águia e faz alto o seu ninho?"

    Sabe, os gaviões e as águias têm um modo peculiar de voar que chamamos de planar. O gavião acha um local onde as correntes de ar estão subindo. Aí ele arroja seu corpo para a frente e começa a planar.

     As correntes ascendentes de ar ajudam os seus movimentos. A combinação das duas forças o faz planar, o que de fato é uma queda, e a pressão superior da corrente de ar o ajuda a manter-se movimentando-se em nível. Se a corrente for bastante forte, ela o erguerá.

    A águia cria seus filhotes entre as rochas e eles têm a oportunidade de aprender a voar, como uma criança aprende a andar. Eles precisam voar perfeitamente da primeira vez que deixam seu ninho nas alturas.

    Finalmente, Deus volta-se para o fundo do mar com mais uma pergunta que Jó não consegue responder. Jó 41:1: "Podes tu, com anzol, pegar o crocodilo ou lhe travar a língua com uma corda?" Pescador, o que você me diz? Consegue caçar uma baleia com anzol e linha?

    Evidentemente existem perguntas estarrecedoras no mundo natural. Existem maravilhas, mistérios que a ciência jamais conseguiu entender. Elas só podem ser explicadas através do poder do Criador.

     Por exemplo, vamos considerar o vôo migratório do "garganta branca", um pássaro da Europa Central. Esse pássaro voa do sul para o leste até chegar ao extremo Mediterrâneo. Aí ele vira e segue para o sul até o território dos lagos na África Central. Por quê?

    Um cientista concluiu que os pássaros devem voar guiados pelas estrelas, e para provar a sua teoria, ele guardou um ninho cheio de ovos, chocou-os e manteve os pássaros em um salão iluminado onde não conseguiam enxergar a luz do dia  nem o céu e as estrelas à noite, até estarem crescidos.  

     Havia um pássaro que ele chamou de Johnny. Quando os pássaros lá fora começaram a migrar, Johnny tornou-se inquieto. Ele foi levado até um planetário, onde em sua redoma, havia os padrões das estrelas iguais aos de fora. Johnny voou através do planetário em direção ao sudeste.

     Na noite seguinte, Johnny foi novamente solto no planetário. Desta vez, o padrão das estrelas era o do Egito. O pássaro voou na direção sul como se estivesse no Egito.

     Na próxima vez, o padrão de estrelas era igual ao das planícies da Rússia, mil milhas a oeste. Johnny mais uma vez voou direto para o Egito.

     Ele maravilhou a todos! Um pássaro que nunca havia visto as estrelas conseguia segui-las com precisão. Que tipo de cérebro ele tem para conhecer padrões de estrelas da primeira vez que as vê? A ciência é incapaz de responder.

    Novamente, uma das coisas mais impressionantes realizadas pela natureza é a colméia. Já ouviram falar da dança das abelhas? O Dr. Harold Clark a descreve: "As abelhas", diz ele, "enviam olheiros para encontrar novos campos com flores. Quando um deles é localizado, o olheiro enche o seu depósito de mel com néctar e retorna à colméia.     Lá, ele realiza uma curiosa performance. Após dar amostras do néctar a outras abelhas, ele fica bastante excitado, e com todas as abelhas seguindo-o pela colméia, ele faz a figura de um oito através da face da colméia. Um oito perfeito! O ângulo que ele faz na figura do oito indica às outras a direção do campo em relação à posição do sol. Mas, a que distância fica?

    As abelhas enxergam pouco. Elas voam alto e simplesmente não podem sair voando baixo até encontrarem o campo. Elas têm que saber a distância exata a percorrer antes de descerem para a terra.

     Portanto, em cada movimento da figura do oito, o olheiro faz a dança das abelhas balançando seu abdômen. O número de balanços em 15 segundos, informa a distância do campo. Mas o problema não é tão simples quanto parece.

     Um campo com o dobro da distância não será indicado com o dobro de balanços. Mais maravilhoso é o fato de que a distância não é uma questão de simples aritmética, mas um número de aritmética holográfica. Portanto, a abelha usa matemática aérea para dirigir as operárias aos campos de flores.

    Outra vez eu lhe pergunto: que tipo de cérebro elas possuem? A habilidade matemática demonstrada pelas abelhas comuns é tão notável que somente podemos observar e imaginar. Tal performance não consegue nos explicar se existe um Criador? Dificilmente não!

    Ou há algum dentre aqueles a quem Jó lançou um desafio: "Mas pergunta agora às alimárias, e cada uma delas to ensinará; e às aves do céu e elas to farão saber. Qual entre todos estes não sabe que a mão do Senhor fez isto?"

    Evidentemente existe um Criador. Sem dúvida foi Deus quem ensinou os pássaros a voar, a abelha a dançar. Fez esta Terra exatamente como disse que faria: "Os céus por sua palavra se fizeram e pelo sopro de sua boca o exército deles. Pois Ele falou e tudo se fez; Ele ordenou, e tudo passou a existir." Salmo 33:6,9.

    Sim, Deus criou a Terra pelo Espírito da Sua boca, e criou os céus do mesmo modo. Examinem comigo mais uma maravilha da criação. Desta vez, os gigantes do céu. Uma maravilha difícil para a mente humana entender.

    O mundo é grande para nós, mas pense por um momento em Júpiter. Este planeta tem doze vezes o tamanho da Terra. Pense no Sol, com um milhão e trezentas mil vezes o tamanho do nosso pequeno planeta. Imagine o quanto somos microscópicos em comparação com aquela linda estrela alaranjada na constelação de Órion, chamada Betelgeuse.

    Nosso Sol tem 1.384.000 quilômetros de diâmetro, mas Betelgeuse, cujas medidas foram feitas cuidadosamente por computador, tem 560 milhões de quilômetros de diâmetro. Para nos ajudar a entender estes tamanhos imensos, usaremos uma árvore ao lado da figura de um homem.

     Digamos que o homem mede um metro e oitenta. Vamos supor que este homem de 1,80m fosse visitar Júpiter. Lá ele seria proporcionalmente mais alto, pois Júpiter é maior que a Terra. Bem, em Júpiter ele mediria vinte metros. Se ele pudesse visitar um mundo do tamanho do nosso sol, com a altura proporcional, ele mediria 197 metros. Mas, qual seria a altura proporcional dele em um mundo do tamanho de Betelgeuse? Acreditem ou não, ele teria 98 quilômetros de altura. Ele seria mais alto que a altura na qual voam os aviões. Seu dedo indicador mediria 3.400 metros de comprimento; a íris dos olhos teria 161 metros de largura. Ele poderia ser facilmente ouvido ao falar pois sua boca teria a largura de 2.500 metros.

    Não diga a ninguém que o Pr. Vandeman disse que existem pessoas morando em Betelgeuse medindo 98 quilômetros de altura. O que estou tentado fazer é meramente ilustrar o que é um mundo gigante em comparação com os números e tamanhos que entendemos.

    Lembre-se, Betelgeuse é apenas uma das estrelas que avistamos na constelação de Órion. Apenas uma dos bilhões de estrelas do desconhecido universo de que fazemos parte.

     A vasta majestade de tudo estarrece a mente humana. Ao olhar o universo ilimitado de Deus, ficamos maravilhados, ficamos embevecidos, ficamos eufóricos com o que vemos! Mesmo um lampejo na brilhante e veloz distância da luz deixa o homem maravilhado. Mas a vastidão do espaço e a eternidade dos tempos não precisam nos aterrorizar, pois de uma coisa temos certeza: não somos partículas de poeira cósmica em um universo caótico sem propósito ou desígnio. Somos filhos do Deus infinito, o Criador de tudo.

    Uma estrela é grande. O homem é pequeno. Mas o homem é que é o astrônomo. É o homem que pode estudar, computar e apreciar a precisão divina das estrelas. O homem pode fazer o que a estrela não pode fazer. Ele pode pensar!

     Em nosso pequeno mundo, uma montanha é grande e vasta, e comparada a um bebê, ela é gigantesca. Mas um bebê é mais que uma montanha. Um bebê pode amar... O homem é muito mais que uma estrela, pois o homem pode adorar o seu Criador.

    É o milagre dos milagres, a maravilha das maravilhas, é a obra-prima da criação de Deus.

    Você e eu não podemos responder às perguntar que Deus fez a Jó. Talvez não possamos explicar todas as maravilhas da criação ou mesmo entendê-las. Mas, como Jó, podemos ficar confiantes e exclamar: "Eu sei que meu Redentor vive." Eu sei que meu Criador vive. Deus é nossa ciência e nossa canção.

    O Criador vive! Toda a matéria sabe disso. As estrelas sabem; todo o universo sabe, e um dia, não muito longe no futuro, Jó, você e eu, se escolhermos, nos juntaremos àquele grande coral dos redimidos. Participaremos do coral feliz que ecoa de mundo a mundo e de estrela a estrela.

 


 


 

2

AS FACES DA FOME

George Vandeman

TOPO

 

Eles viajam ao redor do mundo para se encontrar com a tragédia. Eles investem a vida nos habitantes do nosso planeta mesmo sabendo que terão um mínimo de chance de serem bem-sucedidos. Eles assumem posições heróicas nos vilarejos mais distantes da terra. Quem são essas pessoas que travam essa luta incansável contra a fome e as doenças? O que os torna fortes? E acima de tudo, numa época em que trinta e cinco mil seres humanos morrem diariamente de causas relacionadas com a fome, o que os faz pensar que é possível vencer esta guerra?

A fome é um problema estarrecedor. Todos os anos 13 a 18 milhões de pessoas morrem de fome. Para muitos de nós que raramente perdemos uma refeição, é muito difícil entender que mais pessoas morreram de fome durante os últimos dois anos do que na primeira e na segunda guerra mundial juntas. As estatísticas geralmente nos deixam indiferentes. Mas por trás de cada número há uma face, a face de uma mãe, de um bebê, de um avô, de um adolescente. Das 24 pessoas que morrem a cada minuto de causas relacionadas com a fome, 18 são crianças. Sim, o problema pode parecer grande demais. Como é que podemos ajudar os milhões de crianças nascidas na pobreza, carecendo dos cuidados mais básicos? Existem muitas crianças carentes; as necessidades são enormes. O que uma pessoa apenas pode fazer?

Bem, Olive Fulfer decidiu fazer alguma coisa, ajudar um bebê de cada vez. Ele afirma: "Estamos convidados a mãe para trazer o bebê ao centro de recuperação e o manteremos aqui várias semanas. Se este bebê não receber ajuda, não viverá muito tempo."

Algumas pessoas perguntam: "Como manter alimentadas todas essas pessoas desesperadas? Certamente não existe alimento suficiente para isso." As necessidades dessas pessoas são enormes. Não há alimento suficiente em sua terra desprovida. O problema se espalha por vastos continentes. O que uma pessoa pode fazer? Bem, Jim Rankin decidiu tentar ajudar uma lavoura de cada vez. Ele diz: "Muitos dos camponeses obtêm menos de 80% do mínimo necessário para a saúde e nutrição. Os camponeses escolhem um ou dois homens, mulheres, rapazes ou garotas e os mandam para treinamento. Nós os recolhemos, damos-lhes casa e comida e os treinamos na produção de alimentos, na saúde básica elementar, na nutrição e em primeiros socorros. Eles ficam conosco durante 16 semanas e então os mandamos de volta para a vila.

Quando ouvimos sobre as milhares de vilas isoladas em regiões distantes, cercadas pela pobreza crônica, os problemas novamente parecem insolúveis. O que uma pessoa pode fazer por essas outras pessoas trancadas nesse ciclo de pobreza, sujeira, doença e ignorância?

Cynthia Di Pinto decidiu que podia fazer alguma coisa: uma vila de cada vez. Ela afirma: "Quando o projeto começou nesta vila, havia muitos porcos correndo soltos. Havia poucos esgotos e muitas poças de lama. Isso tudo trazia doenças para a vila. As crianças estavam sempre doentes; havia muitos casos de diarréia. Assim que o projeto chegou e tivemos uma "treinadora para a vila", ela começou a ensinar nutrição e a ensinar as mães a cuidarem melhor de suas crianças. Assim, a saúde delas melhorou de fato. Elas prenderam os porcos, limparam todo o local, e também plantaram hortas. Portanto sua nutrição está bem melhor. E o melhor de tudo é que desenvolveu-se neles um verdadeiro orgulho.

Um simples necessidades como a água, pode ser um tremendo problema em muitas regiões do mundo. A falta de boas fontes resulta em péssimas colheitas, péssima higiene. Nos países do terceiro mundo, as epidemias podem ser localizadas em alguma fonte infectada onde um a vila inteira se utiliza dela para beber e banhar-se. O que uma pessoa pode fazer?

Gilbert Tan concluiu que poderia ajudar com um poço de cada vez. Ele diz: "O poço de água é vida para eles. Eles tinham dificuldade em obter essa água. Costumavam tirar água do esgoto da rua principal ou então do rio, que algumas vezes é salgado. Agora, com o poço, podem usar a água para beber, lavar e cozinhar."

Prover tratamento médico nessas comunidades isoladas na selva ou em povoados nas montanhas é uma tarefa gigantesca. Há incontáveis pessoas precisando desesperadamente de tratamento dentário, remédios, primeiros socorros, cirurgias. Uma vez que o hospital mais próximo há centenas ou até milhares de quilômetros distantes, o que pode ser feito?

O doutor Chester Kamu achou que podia fazer alguma coisa: atender um paciente de cada vez. Veja o que ele diz: "O que aconteceria se as pessoas simplesmente morressem? Não existe outro meio de obterem tratamento médico ou orientação. Tratamos destas pessoas, das doenças que elas têm, e ao mesmo tempo lhes falamos sobre o Médico dos médicos. Acho esta a parte a mais gratificante em meu trabalho como médico-piloto."

Todas essas pessoas que decidiram fazer alguma coisa, fazer parte do Trabalho da ADRA, Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais. Orgulho-me por esse ministério da minha igreja, a Igreja Adventista Do Sétimo Dia. A ADRA está trabalhando em 70 países ao redor do mundo, demonstrando o quanto pode ser feito.

Temos conosco o Pr. Ralph Watt, presidente da ADRA. Seja bem-vindo e obrigado pela presença.

Watt: É um prazer estar com você.

Vandeman: Obrigado. Fale-nos um pouco sobre seu trabalho, sua fantástica missão.

Watt: Nosso alvo como agência é proporcionar uma vida melhor para os necessitados. Como agência cristã, cremos que o exemplo de Cristo deve ser seguido. E, assim como Jesus andou fazendo o bem, também é nossa responsabilidade levar a graça de Deus para a vida de milhões que vivem na pobreza e necessidade.

Vandeman: Nós sabemos como Jesus fez isso. Como vocês estão fazendo?

Watt: Existem muitas maneiras pelas quais podemos ajudar. Atendemos o mais rapidamente possível. Por exemplo, nas épocas de catástrofes, levamos alimentos, roupas, abrigo, assistência médica às vítimas, como na Armênia. Ficamos nas comunidades e auxiliamos um programa de reabilitação fixando as pessoas em lares permanentes e empregos estáveis. Ajudamos as comunidades, construímos escolas, clínicas e estradas. Tentamos ensinar às pessoas as coisas simples que precisam saber para tornar melhor sua vida.

Vandeman: Acho que nossos amigos gostariam de saber como vocês estão cuidando da fome e das doenças.

Watt: A ADRA faz parte de um esforço de âmbito mundial para diminuir a mortalidade infantil e melhorar a saúde das mães e dos bebês. Creio que esta é uma das mais importantes iniciativas em que estamos envolvidos. Com este programa a amamentação e higiene e fornecendo alimento suplementar para eles.

Vandeman: De modo permanente, o Senhor diria que a educação é uma coisa importante?

Watt: O segredo é desenvolvimento. O aspecto do desenvolvimento é a auto-suficiência. Sem dúvida acreditamos que este é um dos pontos-chave para uma vida melhor, e para muitas pessoas no campo, isto significa melhor suprimento alimentício. Nossas iniciativas na agricultura visam ao aumento da produção de alimentos. Isso pode exigir a construção da estufas nas planícies altas dos Andes para aumentar as safras naquele clima. Ou talvez construir incubadeiras de peixe no Sarawak para aumentar a produção de alimentos. Na Tailândia, por exemplo, os lavradores podem tomar emprestando sementes de arroz da ADRA assim como você e eu tomamos dinheiro emprestado de um banco. Nós também temos programas destinados a emprestar a eles animais para os arados, se necessário. As iniciativas na agricultura são algumas das coisas emocionantes que podemos fazer.

Vandeman: Tremendamente prático e eficiente. Deus o abençoe e a obra que vem realizando. Obrigado, Ralph.

As pessoas estão fazendo a diferença. Mas há outro problema que muitos de nós não queremos enfrentar. Muitos acham difícil se envolver, é bem mais fácil ficar apático. Existem coisas que estão entre nós e existem as necessidades do mundo. Primeiro, há o problema do isolamento. Todas essas pessoas famintas parecem estar muito distantes.

Ficamos observando de uma grande distância as pessoas esperando sob o sol abrasador em algum deserto escaldante a chegada dos sacos de cereais. Jamais passamos por situação semelhante. O povo em desespero talvez fale um outro idioma e tenha uma cultura diferente, talvez até creia em um Deus diferente. É fácil ficar emocionalmente isolado de todas essas pessoas necessitadas lá longe, enquanto estamos a salvo em nosso conforto. De fato, nós não os identificamos como próximos, como nossos próximos. Mas as Escrituras têm algo bastante claro para dizer sobre esse tipo de isolamento. Provérbios 22:2 diz: "O rico e o pobre se encontraram: a todos os fez o Senhor."

Sim, partilhamos de um elo comum com o povo que pode parecer totalmente estanho em sua pobreza. e este é um elo muito importante: a irmandade dos filhos de Deus.

O mesmo Senhor que nos fez, os fez também. O mesmo Senhor que Se preocupa conosco Se preocupa com eles. Eles também são filhos de Deus. Sim, quando olhamos de perto, podemos ver em seus rostos esse elo comum. Seres humanos que riem, choram e têm esperanças, assim como nós. têm olhos que brilham de alegria, olhos que esmaecem com o desespero, assim como nós. Estes também são filhos de Deus. E Ele nos pede para sairmos de nosso isolamento e mostrarmos o Seu amor a todos aqueles que Ele chamou de nosso próximo.

a segunda coisa que fica entre nós e as necessidades do mundo é precisamente o que mais deveria capacita-nos a ajudar: abundância material. Nós no ocidente temos muito; nosso shoppings estão repletos de mercadorias. Temos fartura. Muitos de nós não têm necessidade de mais bens. Mas tragicamente, nossa bênçãos podem nos afastar daqueles que não são tão abastados. O materialismo tende a diminuir nossa sensibilidade às necessidades dos outros. Repetidas vezes têm sido demonstrado, infelizmente, que quanto mais as pessoas possuem, menos inclinadas estão a dar. Descobrimos que os mais generosos entre nós são muitas vezes os que estão mais próximos da pobreza.

Bem, acredite, Deus observa quando o rico fica mais rico e o pobre mais pobre. Seus profetas protestavam sistematicamente contra aqueles que cruzavam os braços deixando o necessitado sofre. Eles clamavam contra aqueles que, por ganância, se tornavam a causa da pobreza. O profeta Amós, uma vez ameaçou que Deus mandaria fogo sobre Judá e consumiria Jerusalém. E Amós nos revela parte do motivo: "... porque vendem o justo por dinheiro, e o necessitado por um par de sapatos. Suspirando pelo pó da terra sobre a cabeça dos pobres, eles pervertem o caminho dos mansos..." Amós 2:6 e 7.

Naqueles dias, um devedor podia ser vendido como escravo se não conseguisse saldar a sua dádiva. E Amós diz que seres humanos estavam sendo vendidos apenas por deverem um par de sapatos. Eles estavam pisando na cabeça dos pobres. É chocante pensar que vidas eram destruídas por causa de algumas moedas.

Mas pense no que está acontecendo hoje. Sim, com pouco dinheiro se pode comprar alimento no terceiro mundo suficiente para sustentar uma família inteira por uma semana. Mas e se vemos essas necessidades e nada fazemos? E se deixarmos pessoas morrerem pelo valor de um par de sapatos? O Novo Testamento reflete esta preocupação apaixonada pelo pobre. Paulo, por exemplo, foi muito claro sobre como devemos usar nossos recursos materiais. Recentemente alguns cristãos têm usado algumas passagens bíblicas como desculpa para simplesmente acumular mais riquezas. As bênçãos materiais passam a ser vistas como um fim em si mesmas. Mas esse não era o ponto de vista de Paulo. Veja esta promessa que o apóstolo fez aos cristãos em Corinto: "Para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus." II Coríntios 9:11

 

Aqui Paulo afirma que Deus é capaz de fazer de nós "ricos em todo sentido". Assim, se ficarmos ricos com bênçãos materiais, o que devemos fazer? Qual é o propósito desse tipo de riqueza? Paulo responde de modo claro; ser generoso em todas as ocasiões. Nossa generosidade resultará em grande ação de graças a Deus quando damos àqueles genuinamente necessitados. Eles agradecerão a Deus pelas bênçãos que os resgataram da fome, doença ou desespero. A Bíblia declara que dar ao pobre é um dos melhores investimentos que podemos fazer. Provérbios 19:17 diz: "O que se compadece do pobre empresta ao Senhor, que lhe retribuirá o seu benefício."

Quem dá aos pobres empresta a Deus. Não há melhor lugar para nossas bênçãos espirituais; não há modo melhor para romper a indiferença do materialismo.

Há uma última barreira entre nós e as necessidades do mundo no especialmente para os cristãos: é a tendência de ver nossa missão no mundo como puramente espiritual. Acreditamos que proclamar as boas-novas é nosso alvo principal. E é verdade. Mas às vezes vemos o atendimento às necessidades físicas como algo menos espiritual, algo um pouco abaixo de nossa verdadeira tarefa no mundo. Mas, é claro, Jesus não dividiu Seu ministério em "realmente" espiritual e "menos" espiritual. Pregar, curar e confortar faziam parte de um todo. O ministério de Jesus atendia a todas as necessidades do homem, todas elas. Ele proclamou o Reino, explicou seus princípios espirituais, curou os cegos, aleijado, os aflitos sem esperança; Ele expulsou demônios, recebeu os banidos socialmente, alimentou audiências famintas junto ao mar da Galiléia, e sempre demonstrou uma preocupação especial pelo pobre. Todos os que lêem as Escrituras vão se lembrar disso. Cristo nos pede para fazer uma obra similar no mundo - atender todas as necessidades do homem, tanto físicas quanto espirituais. Em sua segunda carta aos Coríntios, Paulo fala sobre exceder em diversas graças: exceder na fé, no testemunho, no amor; todas qualidades que devemos ver como "espirituais". Mas aí ele acrescenta: "... assim também abundeis nesta graça". II Coríntios 8:7.

Dar. Essa é a graça cristã. Isto é algo em que os cristãos também devem exceder, tanto quanto exceder na fé e no testemunho. Nesta capítulo, Paulo chama a atenção dos coríntios para Cristo, o qual sendo rico no Céu, tornou-Se pobre para o nosso bem, para que pudéssemos nos tornar ricos espiritualmente através da Sua pobreza.

Que exemplo de doação! O Salvador do mundo Se tornou pobre para que pudéssemos nos tornar ricos. O que fazemos com nossa bênçãos materiais tem muita importância. O que fazemos com relação ao pobre e necessitado é um componente chave da nossa fé. Jesus demonstrou quão importante isto é realmente na parábola concernente ao juízo final. Ele apresenta o mundo dividido perante Deus, o Rei. Alguns à Sua direita e alguns à esquerda, os salvos e os perdidos como as ovelhas e os bodes. Veja o que Ele diz àqueles dois grupos, e como Ele os divide: "Então dirá o rei aos que estiverem à sua direita: vinde, benditos de meu pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer; tive sede e mie destes de beber; era forasteiro e me hospedastes; estava nu e me vestistes..." Mateus 25:34-36.

Bem, ao ouvir tal elogio, o justo pergunta perplexo: "quando estivestes com fome ou sede ou fostes forasteiro?" E eis a resposta, versículo 40: "...em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes." O que fazemos com os pobres importa sim. O justo é caracterizado pelo que ele faz por "meus pequeninos irmãos". E o próprio Cristo Se identifica com os necessitados. Você quer servi-Lo"? Ele diz: "estou ali nos rostos tristes do faminto. Estou ali entre as mães com seus filhos mal nutridos no colo. Estou ali entre aqueles presos no círculo vicioso da doença e da pobreza. Você quer Me servir? Sirva-os."

Watt: Queremos agradecer a Deus pela inspiração do serviço que possibilita alimentar mais de um milhão de pessoas por dia nestes últimos anos. Deus, que fez brotar água da pedra, nos capacita a levar vida às planícies áridas. Jesus, que chama as criancinhas para Si, também nos chamou para o ministério do serviço.

Vandeman: Agradeço a Deus por Ministérios como a ADRA que está cumprindo o mandamento de Cristo para O servirmos cuidando dos necessitados. A fome mundial é um problema muito grande. Às vezes parece que podemos fazer bem pouco. Mas muito têm sido feito. Muitas pessoas têm sido salvas da doença e da inanição. E melhor de tudo, muitas estão sendo treinadas para a auto-suficiência e fuga do ciclo de pobreza. Oro para que cada um de nós encontre um modo de se tornar envolvido. Podemos todos ajudar, pessoalmente ou através de contribuições. Um bebê de cada vez, um poço de água de cada vez, uma fazenda de cada vez, uma vila de cada vez. Podemos fazer a diferença.

Por favor, não fique isolado; por favor, não pense nos necessitados como um problema distante em outro mundo. Jesus Cristo fez de todos eles o nosso próximo. E Ele nos pede para O vermos em cada um desses nossos pequenos irmãos.      


 


 

3

ERUPÇÃO REPENTINA

George Vandeman

TOPO

 

O Túnel de Amaro fica em um vale tropical, numa área de muito verde e muita água, no trecho de um dos solos mais ricos da Colômbia.

Os plantadores de arroz e algodão desfrutavam de mais uma estação muito próspera, quando de repente alguma coisa se abateu sobre a cidade, com uma força destruidora. Vinte mil pessoas desapareceram em poucos segundos. Naquele instante, após a tragédia, os poucos sobreviventes ficaram imaginando se haviam presenciado o fim do mundo.

Em 19 de setembro de 1985, às vinte e duas horas, o piloto Manuel Severo pilotava seu jato D.C. Oito, um jato de carga, em direção ao final de sua viagem, a cidade de Bogotá. O avião viajava a vinte e quatro mil pés sobrevoando um vulcão, conhecido como Nevado del Ruiz. Naquele exato momento, o vulcão que dormia há cerca de um século, voltou ruidosamente à vida. O piloto viu uma luz avermelhada subir a dois mil pés acima do seu avião. Em seguida veio uma chuva de cinzas que escureceu a aeronave eliminando toda a visibilidade. Fumaça, calor e cheiro de enxofre encheram a cabine. Mesmo assim, o piloto conseguiu pilotar seu avião por instrumentos e aterrisou em segurança. Outros mais abaixo não tiveram a mesma sorte.

Na cidade de Amaro, na base do vulcão, um homem falava com seu amigo pelo rádio. Ele começou a falar de modo comum sobre cinzas e pedras caindo por toda a cidade. De repente ele gritou: "Um momento, acho que a cidade está sendo inundada." Foram suas últimas palavras.

O cidadão A. Costa dormia em sua casa com o pai e quatro irmãos, quando uma parede cheia de lama tombou sobre eles. Ele ouviu estrondos através das paredes e portas da casa. A família correu em direção ao telhado, mas quando subiam uma parede ruiu sobre seu pai, deixando-o preso. Lutando desesperadamente no meio da lama, os rapazes conseguiram arrastá-lo para um lugar seguro, mas ele morreu horas mais tarde vomitando sangue.

Naquela noite, Rosa Maria estava em sua casa com duas crianças. A primeira coisa que ela ouviu foram os tremores de terra, e se recorda que de repente, a terra pareceu pesada, cheirando a enxofre. Um estrondo terrível parecia vir bem do fundo da terra. Uma onda de lama entrava na cidade. Rosa Maria ouviu casas explodirem e partirem-se na escuridão. Felizmente a casa dela ficava no morro e ela pegou suas crianças e subiu até o telhado. Através do luar, ela viu estarrecidos oitenta por cento da cidade simplesmente desaparecer sob aquele monte de lama. Rosa disse que parecia o fim do mundo.

Mais tarde, cientistas reconstituiram o que aconteceu naquela noite fatal. Nevado del Ruiz, na verdade, mandou bastante vapor e cinzas para o ar, mas não houve erupção de lava. Em vez da matéria superaquecida sair de seu pico, a água começou a escorrer pelos lados da montanha tornando-se rapidamente numa torrente que se transformou em lama com pedras e cinza. A enorme avalanche em breve correu pelos desfiladeiros numa velocidade de quarenta e cinco quilômetros por hora. Mas a cidade de Amaro, plantada às margens do leito de um rio, recebeu essa torrente de lama com toda a força.

Pela manhã, os poucos sobreviventes olhavam para aquele grande mar de lama. Vinte mil ou mais amigos e entes queridos ficaram enterrados ali. Eles simplesmente desapareceram debaixo da avalanche. Os sobreviventes vagaram por lá durante dias, dizendo que uma devastação tão grande era difícil de se aceitar. É difícil para nós também.

Observando essa tragédia à distância, o que ela significa? Por que aconteceu?

Existe um versículo nas Escrituras o quel eu creio traz muita luz sobre a questão. Encontra-se em Romanos 8:22, onde Paulo está nos falando sobre a ocasião em que o mundo será libertado daquilo que ele chama de servidão da corrupção: "Porque sabemos que toda a criação a um só tempo geme e suporta angústia até agora."

"As angústias" a que Paulo se refere é o nascimento de um novo mundo. O Rei dos Céus e a Sua segunda vinda. Essa é a esperança com que ele nos acena, mas enquanto isso, ele diz: "Haverá sofrimento, angústia, dor, porque a criação ainda está em servidão."

Como vê, o pecado afeta o nosso planeta de modo bem mais profundo do que a maioria imagina. Não é apenas uma questão de se quebrar algumas regras abstratas. O pecado, a separação de Deus, rompeu toda a criação. O rompimento vai mais fundo, a natureza sofre com isso tudo e aí vai crescendo, na esperança de se livrar da corrupção, o terrível caminho do pecado. A Bíblia também indica que estes crescimentos ou distúrbios se intensificarão à medida em que a vinda de Cristo se aproxima. Os sinais que precedem sua vinda incluem não apenas guerras e rumores de guerra, mas também terremotos em diversos lugares.

Quando Rosa Maria olhou para toda aquela devastação em Amaro e julgou estar vendo o fim do mundo, ela estava certa. Num sentido, aquela terrível avalanche era mais uma evidência das dores de parto de um novo reino, lutando para pôr fim à servidão da corrupção neste planeta. Eu também vejo naquela parede letal de lama descendo rápida para a cidade, uma imagem real do que o pecado irá fazer.

Sabe, quando ouvimos sobre o fim do mundo, muitas pessoas pensam nos terríveis julgamentos que Deus passará sobre nós. Elas visualizam sua ira consumidora chegando veloz e pondo um fim em nossa história. Mas não devemos nos esquecer que a verdadeira força destruidora é o pecado em si. O pecado, e não Deus, é o destruidor.

Em toda parte na Bíboia, o pecado é sempre identificado com a morte. Em Salmos 34:19, encontramos uma promessa a respeito do Senhor libertar o justo de todos os seus problemas e no versículo 21 lemos: "O infortúnio matará o ímpio."

Está bem claro, não está?

O infortúnio é o destruidor. O livro de Romanos começa com um longo exame da ira e do julgamento de Deus, mas é interessante como tal ira é definida. Três vezes no capítulo um fala-se em Deus abandonando o ímpio. Ele o abandona à sua vergonhosa lascívia. Ele o abandona à sua mente depravada. Podemos ver a ira de Deus quando Ele se afasta dos que não se arrependem. Ele, com tristeza, os deixa ir porque não abandonam o pecado. Então vêm os resultados: degradação e destruição final.

Vamos deixar uma coisa clara sobre o fim do mundo: o pecado é o destruidor. Deus nunca foi um intransigente. Acontece que Deus é forçado a retirar Sua mão e permitir que o mal soga seu curso até que o desastre nos varra totalmente.

O pecado é totalmente perigoso. É a avalanche que soterrou amaro, é destruidor e nosso mundo está cheio dele. Mas às vezes é difícil ver esse perigo. Nos tornamos cada vez mais imunes à prática de negócios escusos e torna-se uma coisa comum. Todo mundo tem sua jogada e nos acostumamos a isso. Pessoas sofrem ao nosso redor, mas o que podemos fazer? Acostumamo-nos a isso. Histórias destacando o sexo surgem por toda parte na TV e todo mundo ri. Acostumamo-nos a isso.

As Escrituras nos instam a nunca nos acostumarmos com isso. Ela sempre descreve o pecado como um desastre total. Não importa como ele se apresente, ela declara que o orgulho, a lascívia, a mentira e a ganância são coisas das quais devemos fugir. Temos que correr. Não podemos nos permitir achegar-nos a qualquer tipo de pecado. É perigoso. Muitos de nós afirmam a respeito disso: "Sim, realmente mudaríamos nossa atitude se pudéssemos. Sabemos que existem males que temos que enfrentar". Mas um incrível número de pessoas continua simplesmente adiando. Esperam por um dia melhor. Esperam até serem mais velhas, esperam que alguma coisa as empurre para o arrependimento. No entanto, sabem que não é assim. Algo está acontecendo enquanto estamos esperando. O pecado não fica inerte, ele está aumentando, ficando mais forte, transformando-se em uma enorma avalanche.

Uma das coisas mais trágicas a respeito do desastre em Amaro foi a seguinte: muitos dos moradores poderiam ter se salvado. Os cientistas vinham monitorando de perto o local e tudo indicava que Nevado del Ruiz poderia se reativar. O vulcão lançou fumaça e cinzas durante mais de um ano antes do desastre e em duas ocasiões lançou chuva de pedras e cinzas. As autoridades emitiram alerta às cidades próximas da montanha organizando vários planos para evitar a calamidade. Até mesmo mapas especiais foram desenhados mostrando o possível curso da avalanche resultante de uma erupção. Eles estavam absolutamente certos. O Instituto Geológico Nacional recomendou que as cidades na base do vulcão fossem evacuadas. Amaro era uma das cidades ameaçadas.

Uma equipe de cientistas italianos foi convidade para checar a situação. Eles fizeram um relatório alertando que uma erupção extremamente perigosa podia se esperada a qualquer momento.

Como resultado, as autoridades nomearam três grupos de especialistas para lidar com a ameaça. Um iria montar a periculosidade do vulcão, outro iria juntar informações sobre o que uma erupção poderia fazer e o terceiro formularia um plano de emergência. Todo esse trabalho foi realizado meses antes de ocorrer a catástrofe. Tomaram ciência do perigo. Os planos certos foram traçados, até mapas de possíveis avalanches foram desenhados. Mesmo assim, ninguém estava preparado.

Quando aquela parede de lama desceu para enterrar Amaro, os planos ainda estavam no papel. Nada havia sido implementado. Ninguém sabia exatamente quando o vulcão entraria em erupção. As pessoas continuavam adiando o abandono das cidades. Aquelas pessoas sbiam o que deveria ser feito, mas ninguém de fato estava fazendo. Ninguém estava procurando terrenos elevados quando a catástrofe ocorreu. Como um cientista disse: "O vulcão entrou em erupção cedo demais. Uma erupção repentina."

Que tragédia existe nessas palavras. Olhando o mar de lama que encobriu aquela cidade colombiana, ficamos pensando: o fim do mundo virá também assim? Desse mesmo jeito? A segunda vinda de Cristo virá cedo demais?

Virá para aqueles ainda apegados aos seus pecados. Virá cedo demais para aqueles que deciriam esperar um pouco mais. Se não buscarmos terrenos elevados seremos engolidos pela convulsão neste planeta, assim como o povo de Amaro foi coberto por um mar de lama. Será que todos os mapas traçados serão suficientes? Não adiantará termos calculado todos os desastres do final dos tempos. A única coisa que resolverá será ação imediata em escolhermos os terrenos elevados de Deus.

Você se lembra da história contada em Gênesis sobre Ló, que escapou por pouco da cidade de Sodoma? Sodoma havia se tornado pecaminosa há muitas décadas. A cidade toda estava saturada de impiedade e tal impiedade começara a se infiltrar na família de Ló. Um anjo veio para aletrá-los de que Sodoma estava para ser destruída. Eles hesitaram, relutaram. O pecado tinha uma poderosa força hipnótica sobre eles. Finalmente, os anjos tiveram que agarrar Ló fisicamente, com sua esposa e duas filhas, e retirá-los para fora da cidade condenada. Uma vez nos arredores, os anjos fizeram um alerta importante a eles: "Livra-te, salva a tua vida. Não olhes para trás nem páres em toda a campina. Foge para o monte, para que não pereças." Gênesis 19:17.

Esta era a informação. Uma avalanche de fogo estava descendo sobre a ímpia Sodoma. Ló tinha que procurar terrenos altos imediatamente. Tinha que agir agora, pois era perigoso demais demorar.

O pecado é muito sedutor. Até para darmos uma olhadinha para trás, o anjo alertou de maneira bem calara: vá ao terreno alto.

Temos que agir agora, antes que o fogo chegue. Antes que o vulcão entre em erupção. É um ato bem simples o que temos que realizar. É o mesmo recomendado por todos os apóstolos em suas pregações. Paulo resumiu tudo deste modo: "Testificando tanto a judeus como a gregos, o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo." Atos 20:21.

Temos que nos arrepender; dar as costas para o pecado que nos prende e entregar nossa vida a Cristo. Buscar o perdão de Deus e colocar nossa fé no Salvador Jesus Cristo. Não existe outro terreno elevado. Existe algum pecado que o está retendo neste momento? Alguma coisa que você ainda não está disposto a abrir mão? Por favor, não seja apanhado em algum pecado acalentado. Por favor, não fique atolado na lama.

Deixe-me explicar uma coisa: não estou falando dos pecados em que caímos a despeito de nosso compromisso com Cristo. Arrependimento e entrega com fé a Jesus significa uma mudança em nossa vida. Mas não significa que ficaremos sem pecado. Ainda temos fraquezas, mas não continuamos agarrados a um certo pecado recusando-nos a arrependermos. Não nos agarramos a uma coisa que sabemos ser errada. Arrependimento significa que colocamos tudo sobre a mesa perante Deus. Não deixamos nada para trás. Nós entregamos tudo a Ele e Ele abre os celeiros do Céu para nós, dando-nos perdão e aceitação incondicionais e o poder para crescer. Essa é a escolha que enfrentamos. Agarramo-nos ao pecado ou agarramo-nos a Deus. Essa escolha fará toda a diferença no final.

Horas após o vulcão lançar aquela avalanche de lama sobre a cidade de Amaro, pessoas tentavam de todas as maneiras alcançar os sobreviventes presos na lama. Um médico calculou que havia pelo menos umas mil vítimas com vida no meio dos destroços da cidade naquela grudenta camada cinza de lama de dois a quatro metros de espessura. Pode imaginar?

Na confusão, algumas vítimas foram achadas e perdidas novamente. Um homem se debatia desesperado no meio de pedaços de madeira na lama, com água até o pescoço. Eles o perderam e o recuperaram três vezes. Levou três horas para o tirarem de lá. Foram as horas mais trágicas para alguém que conseguiu suportar todo esse tempo. Alguns morreram mesmo quando os que os resgatavam tentavam desesperadamente salvá-los. Uma garota de treze anos permaneceu enterrada até o pescoço em um lugar durante dois dias, enquanto as equipes tentavam retirar os escombros ao redor dela e salvá-la. Finalmente, após sessenta horas de luta infrutífera, o esforço foi demais e o coração da jovem não resistiu.

Que tragédia terrível deve ter sofrido o povo na Colômbia. Aquele desastre nos fala de um outro bem maior que ocorrerá neste planeta. Nos lembra da avalanche final do pecado que resultará numa perda eterna.

Amigo, por favor, não seja apanhado agarrado a alguma fraqueza que você gosta. Que tragédia será perder tudo estando o resgate tão próximo, quando o terreno alto de Deus está ao alcance da mão.

Entregue a sua vida sem reservas ao Senhor Jesus Cristo agora mesmo. Não há um momento melhor. Não retenha nada para trás. Apenas volte-se dos seus pecados e coloque a sua fé no Grande Resgatador. Você quer fazer isto agora?


 


 

4

PEARL RARBOR

George Vanderman

TOPO

 

O que acontece a homens e mulheres comuns quando, de repente, se encontram aprisionados, rodeados de estranhos, e sob a mira de uma arma?

    O que acontece com seus relacionamentos, crenças e princípios? Que tipo de mundo eles criam quando todo o conforto e tudo que lhes é familiar são de repente tirados?

    Em 1943, dois mil estranhos tiveram que construir uma civilização do zero. Seguindo-se ao ataque japonês a Pearl Harbor, civis europeus e americanos que permaneceram na China sob controle japonês foram presos e mandados para campos de concentração. Um desses campos no norte da China ficou conhecido como "Acampamento Shantung". Gilkey passou a encarar essa experiência como um tipo de laboratório, onde as pessoas eram testadas, as estruturas sociais eram formadas e um novo mundo criado. Essa experiência provou ser uma revelação da humanidade em seus aspectos bons e ruins.

    Os habitantes do Acampamento Shantung representavam todas as facetas da sociedade. Havia executivos de companhias de petróleo, viciados em drogas, monges católicos,  missionários protestantes, secretárias inglesas e jogadores de beisebol americanos.

    Todos ficavam amontoados em dormitórios e barracos, forçados à intimidade com pessoas totalmente estranhas.  Aos poucos, essas pessoas tiveram que inventar um jeito de sobreviver em meio a condições tão adversas. A comunidade tinha que se alimentar, as construções tinham que ser reformadas, um sistema sanitário necessitava ser montado, um hospital tinha que ser criado. O grupo precisava se organizar e as tarefas deviam ser delegadas, e  tudo isso sob os olhos atentos dos inimigos japoneses.

    Sabe, de certa forma, todos temos muito em comum com esses civis do Acampamento Shantung. Podemos ver um reflexo da nossa atual realidade  nesse campo de concentração.

    Esse mundo, como um todo, é mantido preso pelo poder do pecado. Ouça esta declaração de I João 1:9: "Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno."

    Sabe, existe um adversário, um inimigo que transformou a Terra num acampamento. Suas armas demoníacas estão apontadas para nós, assim como as metralhadoras naquele campo de concentração em Shantung.

    Pedro diz: "... o diabo, vosso adversário, anda em derredor, como o leão que ruge procurando alguém para devorar." I Pedro 5:8.

    Palavras familiares, não? É a nossa realidade. Estamos em território inimigo e assim como aqueles internos de Shantung, não conseguimos afastar a sensação de que pertencemos a outro lugar. Pense nisso. O lar não é aqui onde bebês nascem com AIDS, onde as guerras nunca acabam, onde pais alcoólatras maltratam terrivelmente seus filhos. As coisas não deviam ser assim!

    Sabemos que há um jeito melhor e um mundo melhor, como uma lembrança quase esquecida a qual nos agarramos. Então a pergunta é: como podemos viver no acampamento Terra? Existe meio de se ter uma vida saudável enquanto este adversário está rosnando para nos devorar?

    Langdon Gilkey descobriu muita coisa sobre a vida sob pressão lá no Acampamento Shantung que tem muito a nos dizer.

    Naquele pequeno modelo de mundo, logo se tornou muito claro quais valores realmente importavam e quais não importavam.

    Entre os internos amontoados naquele campo, havia homens e mulheres de posições e classes sociais amplamente diferentes: de industriais super-ricos a trabalhadores comuns, de senhoras da alta sociedade a empregadas. Mas quando as pessoas passavam pelos portões do acampamento, nada disso importava muito. A única coisa que contava era sobreviver. Isso significava que as pessoas tinham que colocar a cozinha para funcionar e tinham que limpar vasos sanitários entupidos.       Todos os símbolos de "status" se tornaram irrelevantes: dinheiro, laços de família, sofisticação e até a educação. Nada disso podia colocar um indivíduo acima de seu vizinho. O que importava era cada pessoa fazer o que lhe cabia para manter todo mundo vivo.

    Então, um presidente de companhia cortava legumes ao lado de um ex-viciado em drogas. Esposas ricas e mimadas tinham que levar o lixo para fora com ex-prostitutas.  Todos os acessórios que os seres humanos normalmente acalentam foram postos de lado no Acampamento Shantung. Cada pessoa era um indivíduo que tinha que contribuir para o bem comum.

    Mas um tipo de valor fazia uma diferença enorme naquele acampamento. Havia uma coisa que finalmente importava,   o caráter moral.

    No Acampamento Shantung, Gilkey percebeu que os valores morais e espirituais não eram apenas uma boa opção; eram os valores mais altos. Eles determinavam acima de qualquer coisa se os internos iriam sobreviver.

    Havia sempre o problema, por exemplo, de se arrumar espaço para todo mundo. Quando chegavam mais internos ao campo, tinha-se que arranjar espaço. Mas todos estavam insuportavelmente amontoados. Quem iria abrir mão de seu precioso espaço?

    Nessa situação de extrema pressão, eram somente aqueles dispostos a fazerem sacrifícios pessoais  que salvavam o dia. Sem eles, o campo teria se degenerado num infindável conflito por causa de espaço.Durante os primeiros dias, as latrinas estavam entupidas e terrivelmente imundas. Alguém tinha que limpar aquela sujeira, mas esse era um trabalho muito repulsivo! No final,  vários missionários com um pano amarrado à boca entravam nos banheiros e os limpavam.

    Havia o problema da justa distribuição de comida para pessoas famintas. Sem restrições morais haveria infindáveis discussões quanto a quem se serviria a mais. Também havia uma grande tentação de se roubar certos produtos escassos da cozinha. Sempre se poderia justificar um pequeno furto dizendo que havia crianças famintas em casa. Sem valores morais e espirituais, aquele campo teria caído numa grande anarquia, com todos brigando por sua respectiva porção de alimentos.     Homens e mulheres de total confiança foram escolhidos para presidir à preparação da comida e sua distribuição. A justiça era fundamental naquele mundo faminto e inseguro do Acampamento Shantung. Um dos que melhor ilustrou os valores que mais importavam foi um missionário escocês chamado Eric Liddle. Ele foi descrito por outro interno como "sem dúvida alguma, a pessoa mais solicitada,  mais respeitada e amada no campo".Uma prostituta russa, mais tarde, relatou que Liddle foi o único homem que fez alguma coisa por ela sem querer algo em troca. Logo que ela chegou ao campo, sozinha e desprezada, ele lhe fez umas prateleiras  das quais ela  precisava muito. Numa nervosa reunião dos internos, cada um dos presentes exigia que o outro desse um jeito nos jovens irrequietos do campo que estavam criando confusão. Liddle sugeriu uma solução. Ele organizou esportes, artesanato e aulas para os meninos e começou a passar as tardes com eles. Porém, ele não participava dos jogos aos domingos. Liddle acreditava em guardar esse dia como um dia sagrado do Senhor.      Na verdade, ele era o ex-corredor mundial cuja história fora contada no filme "Carruagens de Fogo". Ele tinha sacrificado a medalha de ouro nas Olimpíadas de 1924 em sua modalidade favorita, os 100 metros rasos, porque a prova de qualificação estava marcada para um domingo.  Embora pressionado por todos, desde o treinador até o príncipe da Inglaterra, ele não cedeu. Ele não violaria um princípio pela glória olímpica. Então, a equipe relutou e o escalou para os 400 metros rasos, considerada uma corrida de fundo naquela época, Liddle, sem outra opção, deu tudo de si naquela prova e ganhou o ouro. Então, no Acampamento Shantung, ele disse aos jovens que sentia muito mas que não podia participar dos jogos aos domingos. A maioria protestou e os rapazes decidiram organizar uma partida de hóquei por conta própria. Terminou numa terra-de-ninguém porque não havia quem os controlasse.No domingo seguinte, Liddle apareceu no campo para ser o juiz do jogo. Foi um ato pequeno, mas que jogou muita luz sobre seus valores. Ele não disputaria o ouro olímpico se tivesse que violar seu dia de descanso , mas impediria que um grupo de jovens aprisionados brigasse.

    O caráter de Eric Liddle era cativante e admirável. Ele não usava sua posição para dominar, mas a usava como uma expressão dos princípios mais importantes, valores que ele nutria a cada dia que passava.      Todos os dias, às 6 horas da manhã, ele passava na ponta dos pés pelos companheiros que dormiam. Sentava-se à uma mesa chinesa baixa, acendia uma lamparina sobre sua Bíblia e a lia. O Acampamento Shantung jogou um faixo de luz no que realmente importava. Os valores que contavam lá, também são os valores que contam aqui no acampamento Terra.

    Como podemos viver uma vida sã e saudável num mundo dominado por um leão devorador? Somente nos agarrando a valores morais e espirituais, . Eles são o que conta; são tudo o que podemos levar conosco deste planeta.

    Pedro fala sobre a segunda vinda de Cristo como um evento que separa o  valor supremo do que  não é. Ele descreve os elementos se derretendo e o céu desaparecendo com furor, e depois diz: "Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade, esperando e apressando a vinda do dia de Deus." II Pedro 3:11,12.

    Qual é a única coisa que importa, que realmente importa depois do Apocalipse? Vidas santificadas. Tudo mais é destruído, exceto nossa relação com Deus.

    Todos aqueles símbolos de "status" varridos no Acampamento Shantung, também serão varridos na segunda vinda. Riqueza, posição, poder, contatos, não vão significar nada. A única coisa que vai importar é a qualidade de nossa vida com Deus. Isso é que é eterno. Isso é o que vai durar.     O acampamento Terra está se acabando meu amigo, mas podemos trabalhar agora pelo que é eterno. Centralizar nossa vida em Jesus como nosso Salvador e Senhor é a garantia de fazermos parte do que é duradouro. Não seremos varridos com o que é temporário e superficial.

    No acampamento Shantung havia muitos motivos para as pessoas se desesperarem. Além de estarem longe de seus lares, sempre estavam sob a mira das armas de seus inimigos. Mas a pior coisa era a insegurança. Os internos nunca tinham certeza se teriam o que comer. Não podiam saber quando os guardas  ficariam agressivos, e a possibilidade real de extermínio sempre pairava sobre eles.

    Com esse tipo de incerteza, era fácil para alguns mergulharem na apatia, sentirem-se vítimas indefesas. Mas uma coisa impedia que a vida perdesse o sentido. Langdon Gilkey se recorda: "Havia um vívido significado que mantinha todos espiritualmente vivos: a esperança do fim da guerra."

    Os internos especulavam sem cessar sobre quando esse dia chegaria. Mas como Gilkey coloca: "Por mais distante que o grande dia parecesse com os anos se passando, seu brilho nunca se apagou. Nós vivíamos literalmente pela nossa fé nele. Então, tudo que tornava ali a nossa vida  negra  seria retirado e todas as coisas boas de que sentíamos falta nos seriam devolvidas."

    Sabe amigo, hoje nossa vida adquire sentido por uma esperança semelhante ; ela nos mantém espiritualmente vivos. João fala do dia em que Cristo irá aparecer gloriosamente e nós O veremos tal como Ele é. Depois o apóstolo continua: "E qualquer que nele tenha esta esperança purifica-se a si mesmo como também ele é puro." I João 3:3.

    A esperança de ver Jesus chegando triunfante para acabar com essa longa guerra contra o pecado nos mantém lutando. Somos motivados a nos purificar, a abrir mão de distrações menores e a nos concentrar nos valores que realmente contam.

    Essa esperança é que dá sentido a cada dia que vivemos no acampamento Terra.

    Pois bem, na manhã de 16 de agosto de 1945 um menininho correu pelo acampamento Shantung gritando que tinha vislumbrado um avião no céu. Todos os residentes saudáveis correram para o campo de esportes e olharam para as nuvens. Lá estava ele! Do tamanho de uma gaivota chegando pelas montanhas ocidentais. Enquanto o avião se aproximava, os 1500 residentes que restavam sentiram que ele podia estar vindo buscá-los.

    Uma grande corrente elétrica parecia ter disparado naquela multidão. Alguns começaram a gritar: "Mas é um avião grande! Com quatro motores! Olhem, está voando baixo! Está quase tocando nas árvores!"

    À medida em que o barulho do avião aumentava, alguém gritou: "Vejam! Tem a bandeira americana pintada na lateral!"

E aí, num atordoamento incrédulo, vozes se agitavam: "Vejam! Estão acenando para nós! Eles sabem quem somos! Vieram nos buscar!"

    Bem, nesse ponto a excitação era maior do que aqueles cansados  e saudosos sobreviventes   podiam conter. O pandemônio se instaurou.

    As pessoas corriam em círculos gritando com toda a força de seus pulmões e sacudindo os braços. Pessoas dignas começaram a abraçar outras com quem mal tinham falado durante dois anos. Mulheres e homens ingleses distintos não continham a emoção. Outros riam histericamente ou choravam como bebês.

    Langdon Gilkey relata o que sentiu: "Aquele avião era o nosso avião. Tinha sido mandado para nós, para  dizer-nos que a guerra tinha acabado. Era aquele toque pessoal, a garantia de que seríamos de novo incluídos no mundo mais amplo."

    De repente toda a gritaria parou e 1500 pessoas engoliram em seco quando viram a porta do avião se abrir e de lá saltarem homens que começaram a descer lentamente em pára-quedas. Isso era demais para acreditar! Seus salvadores não viriam apenas qualquer dia. Eles viriam hoje, agora, para o meio deles!

    Essa descoberta explodiu como uma bomba na multidão e todos começaram a correr em direção ao portão do campo. Ninguém parou para pensar no perigo dos guardas armados, nas metralhadoras apontadas das torres para eles . Dois anos e meio de frustração, solidão e dor transformaram-se numa avalanche humana. Ela se espalhou pela estrada do campo, chegou ao portão da frente e o derrubou. Os guardas espantados só olhavam. A inundação de pessoas em êxtase que corriam e gritavam passou por um vilarejo chinês vizinho e chegou a um campo de milho onde os pára-quedistas estavam descendo.

 Aproximando-se, Gilkey recorda, os soldados eram quase como deuses: altos, sadios, enérgicos. Afinal, tinham vindo das nuvens para salvá-los.

    Rapidamente inteirando-se da situação, o pára-quedista chefe pediu para ser levado ao campo, para que pudesse "assumir o comando lá". Essa declaração casual levou os internos a outro rompante de excitação. Era um pensamento maravilhoso: "O inimigo não vai mais nos governar".

Então, aquela inundação humana carregando os pára-quedistas nos ombros e comemorando alegremente, voltou ao acampamento e entrou no alojamento do comandante japonês.

    Bem, ele e os outros guardas se renderam sem resistência. A guerra tinha acabado, a liberdade tinha chegado. O mundo nascera de novo.

    Amigo, essa é a esperança que podemos nutrir agora, no acampamento Terra. Nosso Deus, nosso Salvador, vai descer das nuvens para nos salvar.

    Essa longa noite de tristeza e sofrimento vai desaparecer. Essa longa história de terror, de crueldade do homem contra o homem, finalmente vai cessar.

    A luta solitária e abatida num mundo dominado pelo pecado vai acabar. Vai haver júbilo no dia de Sua vinda. Haverá gritos de alegria quando percebermos: "Ele está chegando! Eu posso ver os anjos tocando as trombetas!" O som fica mais alto, a nuvem de glória fica mais brilhante e perceberemos: "Ele está me vendo! Ele sabe quem eu sou! Ele veio me buscar!"

    Sim, nós vamos querer correr, gritar, sacudir os braços. Vamos nos tornar uma inundação humana que será levada ao Filho de Deus. Vamos saber com uma alegria indescritível: "Esse é o meu Deus. Ele vem me buscar. Não qualquer dia, mas hoje, neste minuto!"

    Meu amigo, quero de todo o coração estar lá. Quero estar olhando  para cima,  pronto para receber meu Salvador. Quero estar pronto para ir para casa. Junte-se agora a essa viva esperança !


 


 

5

PORNOGRAFIA FATAL

George Vandeman

TOPO

 

Manhã de terça-feira, vinte e quatro de janeiro de 1989. Enquanto o sol dourado se erguia sobre os campos verdejantes do lado de fora da prisão estadual da Flórida, um véu negro caiu sobre o rosto de Theodore Robert Bundy.

Theodore Robert Bundy foi executado às 7h16 desta manhã, na cadeira elétrica da prisão estadual.

A mãe de T.R.Bundy afirmou: "Perder nosso filho amado não podemos. Não o criamos para ser esse tipo de pessoa. Demos a ele uma boa educação, mas alguma coisa aconteceu com ele em alguma época depois que ele saiu desta casa. Ele desenvolveu dentro de si alguns costumes terríveis."

O que o teria transformado num maníaco assassino? Bundy culpou o seu vício pela pornografia como a causa principal de sua mortífera paixão.

Por toda a estrada que leva à Prisão Estadual da Flórida, a notícia da morte de Bundy fez com que a multidão que a aguardava comemorasse. Todos gritaram. Todos. Eles soltaram fogos. Eles bateram em frigideiras dizendo: "Terça é dia de fritura!" Podemos entender a ira deles em relação a Bundy.

Se alguém mereceu o corredor da morte, bem como a cadeira elétrica, Ted Bundy foi esse alguém, disse Bob Martinez, Governador da Flórida.

Mesmo assim, pessoas ponderadas ficaram tristes com o verdadeiro carnaval que fizeram do lado de fora da prisão. A multidão chegou a aplaudir quando o carro fúnebre branco passou carregando o corpo de Bundy.

Alívio? Sim. Não resta a menor dúvida. Bundy havia aterrorizado várias regiões do país com seus crimes horríveis.

Ele iludiu dúzias de moças para que confiassem nele, muitas vezes fingindo estar ferido ou ter defeito físico. Então ele as submeteu a horríveis torturas antes de tirar-lhes a vida.

A polícia do Colorado capturou Bundy, mas ele fugiu para a Flórida, onde continuou com seus crimes horrendos.

Finalmente, cercado e levado à justiça, Bundy fez a sua própria defesa em seu julgamento, brincando com o sistema legal.

Foi sentenciado, finalmente, ao corredor da morte, impassível, sempre negando sua culpa.

Quando pressionado por um repórter sobre um crime particularmente horrendo, ele zombou: "O que representa uma pessoa a menos na face da terra, afinal?" Que horror! Que insensibilidade incrível! Como pôde um bom rapaz, de um lar cristão, tornar-se talvez o homem mais temido e odiado da América?

Bundy em pessoa responde a essa pergunta em uma entrevista com o Dr. James C. Dobson, psicólogo e diretor de "Focalizando a Família", uma organização sem fins lucrativos dedicada à preservação da família.

O dramático diálogo aconteceu poucas horas antes da execução de Bundy.

Dr. Dobson: Nos autos, você é culpado de ter matado muitas mulheres e moças. É verdade?

Bundy: Sim. Sim. É verdade.

Dr. Doson: Vamos voltar então para suas raízes. Primeiramente você foi criado, segundo eu soube, no que você considera um lar saudável.

Bundy: Sem dúvida.

Dr. Dobson: Não foi molestado fisicamente, não foi molestado sexualmente nem emocionalmente.

Bundy: Não. De modo algum. Isso é parte da tragédia em toda esta situação, pois fui criado num lar maravilhoso, com pai e mãe dedicados e amorosos. Eu pertenço a uma família de cinco filhos. Um lar onde nós, quando crianças, éramos as prioridades na vida de nossos pais. Íamos regularmente à igreja. Eu tinha pais cristãos que não bebiam, não fumavam e não jogavam. Não havia agressões nem brigas em casa. Não estou dizendo que aquilo era o paraíso...

Dr. Dobson: Não era um lar perfeito.

Bundy: Não. Não. Eu não sei se existe um lar assim, mas era um ótimo e sólido lar cristão. Espero que ninguém procure o caminho mais fácil, simplesmente culpando minha família em ter contribuído para isto, porque eu sei e estou tentando transmitir do modo mais sincero possível o que aconteceu. Acho que esta é a mensagem que eu quero transmitir.

Quando eu tinha doze ou treze anos, por aí, eu conheci, fora de casa novamente, nas lojas de revistas e nas lanchonetes locais, a pornografia leve. Acho que expliquei a você, Dr. Dobson, como os meninos fazem.

Nós explorávamos os quintais dos fundos, os corredores e cantinhos de nossa vizinhança e muitas vezes as pessoas jogavam ali o lixo e objetos quando limpavam sua casa. De vez em quando, encontrávamos livros pornográficos da pesada. Figuras do tipo mais explícito do que aqueles que encontrávamos nas lojas de revistas. E isso também incluía coisas do tipo "revistas de detetives".

Dr. Dobson: Aquelas que incluem violência?

Bundy: Sim. Sim, e isto é uma coisa que eu gostaria de enfatizar como sendo um dos tipos maus prejudiciais de pornografia. Isto eu estou falando por experiência pessoal, da dura e fria experiência pessoal.

O tipo mais prejudicial de pornografia é aquele que envolve violência e violência sexual, porque o casamento dessas duas forças, que eu conheço muito bem, faz aflorar um comportamento terrível, terrível demais para descrever.

Dr. Dobson: Agora, explique-me como é isso. O que se passava na sua mente naquela ocasião?

Bundy: Está bem, mas antes de prosseguirmos, é importante para mim que o povo acredite no que estou dizendo. Quero dizer que não estou culpando a pornografia, não estou dizendo que ela fez com que eu saísse e fizesse certas coisas. Eu assumo total responsabilidade por tudo o que fiz. A questão aqui não é essa. A questão é de que modo este tipo de literatura contribuiu e ajudou a moldar esse tipo de comportamento violento.

Dr. Dobson: Isso alimentou suas fantasias.

Bundy: É isso. Bem, no princípio ela alimenta esse tipo de processo de pensamento, então, em certa ocasião, é o instrumento na sua cristalização, transformando-o em algo que chega a ser quase uma entidade separada dentro de nós. A essa altura, você está próximo. Eu estava próximo de agir segundo esses tipos de pensamentos.

Dr. Dobson: Eu gostaria de entender isso. Você tinha ido o mais longe que poderia ter ido em sua vida de fantasias...

Bundy: Certo.

Dr. Dobson: Com o material impresso, isto é, vídeos...

Bundy: Filmes, revistas e tudo.

Dr. Dobson: Aí veio a necessidade de dar aquele pequeno passo, o grande passo, em direção da ação física.

Bundy: E acontece... Aconteceu em estágios, gradualmente. Não tem necessariamente de acontecer da noite para o dia, pelo menos na minha experiência com pornografia. Não a comum, mas a que focaliza a violência com sexo. É assim que ficamos viciados nela, pois eu vejo isso como uma espécie de vício, como outros tipos de vícios. Eu procurava sempre um material mais forte, mais explícito, com variedades gráficas. Assim como um vício, você fica desejando algo mais forte e mais forte. Algo que lhe dê uma sensação maior de excitação, até você atingir o ponto em que começa a pensar se talvez a prática não lhe daria algo além de apenas ler ou ficar olhando.

Dr. Dobson: Por quanto tempo você ficou nesse ponto até chegar de fato atacar alguém?

Bundy: Eu sentia fortes inibições contra o comportamento criminoso e violento que estava condicionado dentro de mim. Essas inibições foram produzidas dentro de mim, em meu meio-ambiente, em minha vizinhança, em minha igreja, em minha escola. Coisas que diziam: "Não! Isso é errado. Mesmo pensar nisso é errado. Fazer é mais errado ainda." Eu estava na borda, estava diante dos últimos vestígios da restrição.

As barreiras para se fazer alguma coisa estavam sendo testadas constantemente e agredidas, atacadas pela vida de fantasias que era grandemente alimentada pela pornografia.

Dr. Dobson: Nas primeiras vezes, você estava sempre meio bêbado quando fazia essas coisas, não é mesmo?

Bundy: Sim. Sim.

Dr. Dobson: E era sempre assim?

Bundy: Eu diria que geralmente era assim. Quase sem exceção.

Dr. Dobson: Muito bem, se eu entendi direito, travava-se uma batalha dentro de você, havia as convicções que você tinha aprendido. Havia o certo e o errado que lhe ensinaram quando criança, bem como essa paixão incontida alimentada pela pornografia violenta que endurecera seu íntimo e essas coisas estavam em guerra entre si.

Bundy: Sim.

Dr. Dobson: Então, com o álcool arrefecendo suas inibições, você se soltou.

Bundy: Sim. E pode-se resumir a coisa toda dessa forma, sim senhor.

Dr. Dobson: Ted, após cometer seu primeiro homicídio, qual foi o efeito emocional em você? O que aconteceu nos dias que se seguiram?

Bundy: Ao acordar pela manhã, e pensar no que eu tinha feito, com a mente clara e todos os meus sentimentos morais e éticos intactos naquele momento, fiquei absolutamente horrorizado por ter sido capaz de fazer uma coisa daquelas.

Dr. Dobson: E você havia sentido isso antes?

Bundy: Não existe em absoluto um jeito de descrever. Primeiro, a ânsia brutal de fazer esse tipo de coisa; depois, o que acontece é mais ou menos satisfatório e revigorante, após eu dispender toda aquela energia. Revigorante, mas basicamente eu voltava a ser eu mesmo outra vez. Eu quero que as pessoas entendam isto também.

Não estou dizendo isto gratuitamente, porque é importante que as pessoas entendam isto: basicamente eu era uma pessoa normal. Eu vivia uma vida normal, com exceção deste pequeno, mas muito potente, muito destrutivo segmento que eu mantinha em segredo, guardado só para mim. Eu não deixava ninguém saber a respeito.

Acho que as pessoas precisam reconhecer que aqueles iguais a mim, que têm sido influenciados pela violência nos meios de comunicação, em particular pela violência pornográfica, não são nenhuma espécie de monstros inerentes. Nós somos seus filhos e somos seu marido. Crescemos em famílias comuns. A pornografia pode estender as mãos e pegar um garoto de qualquer casa hoje. Ela me pegou do meu lar, há vinte, trinta anos, por mais diligentes que fossem meus pais.

Eles foram diligentes em proteger seus filhos, e por mais cristão que fosse nosso lar, tínhamos um maravilhoso lar cristão, não há proteção contra esse tipo de influência que está à solta em uma sociedade que a tolera.

Veja, não sou nenhum cientista social e não fiz nenhuma pesquisa.

Eu não vou fazer de conta que sei o que os cidadãos em geral pensam sobre isto, mas eu vivi na prisão por muito tempo e conheci muitos homens que foram motivados a cometer violência assim como eu. Sem exceção, cada um deles esteve profundamente envolvido com pornografia, sem dúvida e sem exceção, profundamente influenciados e consumidos pelo vício da pornografia.

Não há a menor dúvida a respeito. Os próprios estudos do FBI sobre assassinatos em série, mostram que o interesse mais comum entre os que assassinaram em série é a pornografia. É verdade!

É um fato, eu lhe garanto, existem muitas crianças brincando pelas ruas deste país hoje que vão ser mortas amanhã ou no dia seguinte ou talvez no mês seguinte, porque outra criança está lendo esse tipo de coisa que está disponível nos meios de comunicação hoje.

Vandeman: Que conversa mais alarmante e comovente. Quero agradecer ao Dr. Dobson e ao programa "Focalizando a Família" por ceder trechos desta entrevista.

Alguns críticos afirmam que a entrevista de Bundy foi apenas uma última tentativa desesperada para salvar sua vida. Isso não pode ser verdade, uma vez que esta entrevista estava sendo planejada seis meses antes. Outros críticos acusaram o Dr. Dobson de interferir no sistema de justiça da Flórida, tentando adiar a execução de Bundy, ou então cancelá-la.

Tal acusação também é inteiramente falsa. O Dr. Dobson reconhece que, se algum criminoso merecia morrer, esse era Ted Bundy.

"Focalizando a Família" apenas deu a Bundy a oportunidade que ele pedira para alertar o mundo sobre a atração fatal da pornografia.

A pornografia tem muitos defensores entre aqueles que a acham pessoalmente de mau gosto. Eles defendem sua existência para proteger seu próprio direito constitucional de liberdade de expressão, querendo impedir a censura a todo custo.

Na realidade, porém, todos nós não cremos na censura até um certo grau? Que pessoa responsável defenderia a pornografia para as crianças e a exploração criminosa das crianças? Obviamente certos limites devem ser estabelecidos.

Liberdade de expressão sem limites não pode existir. A pergunta chave aqui é: onde traçaremos o limite?

O que nossos antepassados tinham em mente quando garantiram a liberdade de expressão em nossa constituição? Os que estudam história sabem que os que escreveram a constituição, estavam resguardando o país contra a repressão religiosa e política.

Você acha que eles teriam arriscado a vida para que platéias sedentas de sangue pudessem se inspirar com o massacre sangrento do Texas? Por quanto tempo uma sociedade sadia poderá tolerar o chocante e revoltante abuso de mulheres?

Temos que tolerar uma avalanche de violência e obscenidades para proteger a constituição?

Os produtores da pornografia vivem nos lembrando dos seus direitos constitucionais, mas as mulheres e crianças não têm direitos também? O direito de andarem pelas ruas sem terem medo de serem atacadas?

Alguns sugerem: "Se você não gosta da pornografia, não compre, não olhe, afaste-se dela."

Acho que não percebem o ponto. Outros estão consumindo pornografia, criminosos como Ted Bundy. Quando aqueles que têm tendência à violência vêem-na na pornografia explícita, podem ouvir uma voz do mal sussurrando: "Vão e façam o mesmo."

Se a pornografia levasse apenas um décimo de um por cento dos homens americanos a cometerem atos criminosos, cerca de dez mil estupradores e assassinos estariam à solta.

Evidentemente podemos e devemos nos opor à pornografia, porque ela ameaça o público. Não na base da preferência religiosa, você entende, já que a fé não pode ser legislada. Nosso objetivo é apenas uma sociedade segura.

Vimos na entrevista de Bundy, que a pornografia leve, como a de certas revistas, provê uma abertura para a pornografia violenta e pesada. Pode também contribuir para a fabulosa média de divórcios.

Pense nisso por um instante. Quantos homens estão abandonando sua esposa por mulheres mais jovens. Podemos duvidar que uma das razões para isto é que a pornografia tem destruído sua apreciação pelo que eles já possuem em casa?

Esta epidemia de divórcios sobrecarrega os já superocupadas processos de divórcio. Pior, filhos sem um pai por perto têm mais chances de se tornarem criminosos.

A pornografia tem que levar parte da culpa pelas fragmentadas famílias do país.

Por favor, reflita sobre este comentário final de Ted Bundy.

Bundy: Aqueles a quem eu feri e aqueles a quem causei tanta dor, mesmo que não acreditem na minha expressão de arrependimento e remorso, acreditarão no que estou dizendo agora.

Existe prejuízo em suas cidades, em suas comunidades, com pessoas iguais a mim hoje, cujos perigosos impulsos estão sendo alimentados diariamente pela violência nas variadas formas de comunicação, particularmente a violência sexual.

Vandeman: Um sóbrio alerta, sem dúvida, para todos que têm ouvidos para ouvir. Muitos têm conjecturado se Ted Bundy arrependeu-se de seus crimes horríveis.

Somente Deus sabe, é claro, mas as indicações são de que ele finalmente se arrependeu e confiou em Jesus como seu Salvador.

Esperamos que sim, embora alguns parecem duvidar que Deus poderia perdoar Ted Bundy.

Por quê? Não existe poder no sangue de nosso Senhor Jesus Cristo para perdoar o mais terrível pecador?

Jesus prometeu: "O que vier a mim, de modo nenhum o lançarei fora." João 6:37.

Volte comigo até meados dos anos setenta, nos dias que se seguiram ao "Watergate". Após Chuck Colson ser solto da prisão, ele não se esqueceu dos homens e mulheres ainda atrás das grades.

Um dia, em 1981, com uma equipe do seu ministério, ele visitava os presidiários na penitenciária do estado de Indiana.

Segundo Chuck menciona em seu livro "Um Deus de Amor", o grupo entrou através do labirinto dos blocos de cela de concreto até o conjunto de portas duplas que levavam ao corredor da morte.

O carcereiro abriu as portas das celas individuais. Um a um, os condenados timidamente se aventuraram a misturarem-se com Colson e seus voluntários. Colson pregou uma breve mensagem da Bíblia. Todos eles deram as mãos para cantarem: "Preciosa Graça".

Após a oração, o grupo de Colson despediu-se dos prisioneiros e começou a sair. Estavam todos em um setor fechado entre dois enormes portões, quando notaram que um componente do grupo estava faltando.

Colson voltou para buscar o homem. O voluntário, um homem branco e baixinho de uns cinqüenta e poucos anos, estava em pé lado a lado com um rapaz negro, lendo juntos a Bíblia.

"Sinto muito, temos que sair", Colson disse olhando para o relógio. Além do mais, o tempo era pouco. Um avião aguardava lá fora para levar Colson a um encontro com o governador.

O voluntário olhou para ele e disse suavemente: "Dê só mais um minutinho, por favor, isto é importante". Aí acrescentou: "Sabe, sou o Juiz Clement, o mesmo que sentenciou James Brewer aqui, à morte. Mas agora ele é meu irmão e queremos um minuto para orarmos juntos."

Colson menciona: "Fiquei paralisado na porta da cela. Pouco importava quem eu deixei esperando. Diante de mim estavam dois homens: um impotente, o outro poderoso; um era negro, o outro branco; um tinha sentenciado o outro à morte. Em qualquer outro lugar além do reino de Deus, aquele preso teria matado o juiz com suas próprias mãos, ou ao menos desejado. Agora eram um em Cristo. O rosto de ambos refletia uma indescritível expressão de amor enquanto oravam juntos."

Ao saírem da prisão, o juiz Clement disse a Colson que todos os dias, durante quatro anos, desde que sentenciara Brewer à morte, vinha orando pela salvação dele. Graças a Deus que tais orações foram atendidas.

Sim, James Brewer era um homem salvo ali no corredor da morte. Tanto o juiz como o prisioneiro condenado à morte permaneceram limpos perante o Senhor. Iguais aos olhos de Deus. Igualmente perdidos longe de Cristo; igualmente salvos em Cristo. Sabe, o Céu vem para nós não por sermos merecedores, mas por termos confiado nossa vida ao Senhor Jesus Cristo.

Meu amigo, a maravilhosa graça de Deus, que salvou o juiz Clement e James Brewer, é a sua única esperança e a minha também. Tem mais, a mesma graça transformadora que uniu o coração daqueles inimigos no tribunal, pode renovar nossos relacionamentos também. Existe poder em nosso Senhor Jesus Cristo para superar qualquer paixão que possa ter escravizado sua alma.

Apelo para que você entregue sua vida a Ele agora mesmo.


 


 

6

VÍCIO: DOENÇA OU PECADO?

George Vandeman

TOPO

 

Em Washington, pessoas estão se matando. Tudo por causa de uma ampola de crack (cocaína cristalizada). Os viciados em cocaína são vítimas de uma doença? E quanto aos viciados em álcool e fumo... Isso é uma doença, ou ousamos chamar de pecado? Seja o que for, existe ajuda se você precisar dela hoje.

Traficantes e dependentes enchem as ruas das grandes cidades. Precisando de dinheiro para sustentar seu hábito, prostitutas e ladrões andam pelos becos. Pessoas chegam a cometer homicídios por causa de uma ampola de crack. A fronteira sul da América é um canal do tráfico de drogas, sabia? A polícia vem travando uma batalha perdida... Para cada rei das drogas que ela consegue agarrar, surgem dois em seu lugar. E o mais perturbador de tudo é que os americanos tem uma demanda insaciável por esse produto químico.

Curiosamente, a questão da droga surgiu durante a campanha presidencial de 1988 como o problema número um da América. O presidente Bush no dia de sua posse enfatizou sua promessa de lutar contra o abuso das drogas. Eu estava sentado na plataforma atrás desse líder recém-empossado quando ele disse estas palavras: "Este flagelo tem que acabar."

O flagelo da dependência das drogas foi particularmente perverso na capital dos Estados Unidos. Como prova disso, em 1988 a cidade de Washington teve o mais alto índice de homicídios da nação. Quando as mortes atingiram o máximo durante o primeiro trimestre de 1989, percebeu-se que algo drástico tinha que ser feito, e rapidamente.  O presidente Bush nomeou William Bennett como o novo diretor do gabinete, na Casa Branca, do Conselho Nacional de Entorpecentes, o Czar federal das drogas.

Com um desafio maior do que seu título, Bennett lançou um ataque sem precedentes sobre o problema das drogas em Washington. Foi um projeto de 80 milhões de dólares para derrubar os traficantes e seus comparsas.

Os pais sabem que o contingente policial não é suficiente para salvar seus filhos do uso de drogas. Ficam em dúvida sobre o que dizer aos adolescentes... Especialmente quando a geração mais jovem ressalta a inconsistência de muitos adultos. Eles dizem: "Vocês me chamam de dependente, mas e quanto às suas bebidas? O álcool também não é uma droga? E quanto aos seus cigarros cheios de nicotina?"

Esses jovens tem sua razão, temos que admitir. Muitos adultos dão um exemplo fatal ao ter seus próprios vícios. Mais de mil fumantes morrem por dia devido a esse hábito. E quem pode computar o custo do alcoolismo em lares desfeitos, ossos quebrados e promessas não cumpridas?

Bem, chega de falar sobre o problema. Ouvimos a respeito todos os dias. Vamos procurar soluções. A verdadeira batalha deve ser ganha na mente e no coração dos consumidores. Se a demanda de drogas não parar, os fornecedores sempre acharão um meio de contrabandear sua mercadoria. Portanto a  demanda de drogas, a dependência em si, deve ser confrontada. Isto levanta uma questão: estamos discutindo uma doença ou um pecado? A resposta é importante. Sabe, alguns sugerem que a dependência é um destino pré-determinado, algo programado desde o nascimento nos gens. Se isso for verdade, como você pode culpar um dependente por cumprir seu destino? Mas, por outro lado, se a dependência é um comportamento que pode ser evitado, um pecado a ser destruído, não há desculpa para a dependência da cocaína, ou o hábito do fumo e da bebida.

A primeira página de um jornal da Califórnia trouxe o triste relato de uma motorista bêbada que matou três adolescentes na rodovia 101. Eles caminhavam pelo acostamento da estrada em busca de ajuda para o seu carro enguiçado, quando foram atropelados por ela. Seu nível de álcool no sangue era o dobro do limite legal de intoxicação na Califórnia. Tragicamente, na noite anterior essa mesma motorista tinha sido detida por dirigir embriagada, e em seguida solta. As autoridades estão acusando-a de assassinato. Bem, se essa motorista é uma vítima indefesa de uma doença que ela não pode controlar, então a sociedade não deve responsabilizá-la pela morte daqueles adolescentes. Mas se ela pode ter escolhido, quanto a embriagar-se de novo na noite em que matou os garotos, será que ela não deve ser responsabilizada?

Não faz muito tempo um grupo de pessoas suscitou muita controvérsia ao desafiar a crença de que o alcoolismo é uma doença. Na verdade, foi só a partir dos anos sessenta que essa noção de que o vício é uma doença tornou-se popular. E muitos psicólogos cristãos e pastores, quase que por omissão, aceitaram as conclusões de pesquisadores seculares. Agora, muitos especialistas reconhecem que o alcoolismo é um problema de comportamento em vez de meramente uma doença.

Herbert Fingarette é consultor sobre alcoolismo e  dependência da Organização Mundial de Saúde e pesquisador do Centro Stanford para estudos avançados e ciência comportamental. Ele recentemente escreveu o livro: Beber Excessivamente: o Mito do Alcoolismo como Doença. O mito, notou? Ele sugere no livro que ver o hábito como uma doença é ignorar a  responsabilidade e "negar a dimensão espiritual" da dependência do álcool. Fingarette nos lembra que não existe qualquer evidência científica que indique que os alcoólicos são incapazes de fazer algo para banir seu hábito. É a fixação do que bebe que determina o consumo do álcool. Atualmente, ele acrescenta: "Nenhuma autoridade de expressão aceita o conceito clássico de doença para o  alcoolismo."

Suponha que algumas pessoas sofram de uma  fraqueza genética para o alcoolismo. Todos nós sofremos compulsões e predisposições para pecar de um modo ou de outro. E toda vez que cedemos a estas fraquezas, temos que enfrentar as  conseqüências. Os alcoólicos e todos os demais com dependências devem assumir a responsabilidade por seu comportamento. Eles não são vítimas indefesas, do mesmo modo como as vítimas que eles costumam atingir. Considere isto. Pode parecer bonito e compassivo dizer aos amigos dependentes que eles não tem culpa por seu problema, que eles são vítimas de uma doença que não podem controlar. Mas pense bem nisso, amigo... O que estarão ouvindo realmente de nós é que eles não tem mais jeito. Isto é péssimo para eles, e não é verdade. Os dependentes podem se erguer e obter ajuda. Mas enquanto não assumirem a responsabilidade por sua dependência eles jamais agirão de modo responsável. Portanto vamos incentivar as pessoas para que mudem. Isto é importante. Quando unimos nossa vontade com a  força de Deus, podemos fazer tudo através de Cristo. Seu amor nos dá força.

Há anúncios na TV americana para que os dependentes busquem ajuda para seu problema. Obviamente o dependente pode desprezar a ajuda, ao contrário das doenças em que não temos saída a não ser buscar ajuda. Portanto, o alcoolismo é uma "desordem de comportamento", não apenas uma "doença". E francamente, "desordem de comportamento" é apenas um outro meio de dizer "pecado".

O que a Bíblia diz sobre a dependência?  Bem, a Palavra de Deus não exalta a natureza humana, eu lhe garanto. Ela é muito franca sobre o problema do pecado que todos nós sofremos. Jeremias dezessete, nove diz: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto..."

Este problema do pecado é considerado um tipo de doença, de certo modo. Vemos isso em Isaías um, cinco.  "...Toda a cabeça está enferma e todo o coração fraco."

Evidentemente a dependência pode ser considerada uma doença no sentido de que todo pecado é uma doença... Mas não é uma doença como o sarampo, sobre o qual não temos controle. E desde que a responsabilidade humana está envolvida na dependência, é de se esperar que a Bíblia tenha alguma advertência sincera sobre esse comportamento destrutivo, você não acha?  E ela tem.

No Novo Testamento o apóstolo Paulo enumera vários pecados, incluindo entre eles coisas como o adultério e o ódio. Gálatas cinco, versículo vinte e um descreve isto de modo bem forte:  "Invejas,  homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus."

Esta é uma declaração forte da Palavra de Deus. A bebedice é relacionada com várias práticas pecaminosas que nos desqualificam para o Céu. Por favor,  entenda que o Senhor não nos considera culpados quando nos arrependemos de nossos pecados e vamos honestamente até Ele buscar ajuda, mesmo quando lutamos e falhamos. O que nos rouba a vida eterna é a teimosa recusa em enfrentar nossos pecados e trocá-los pelo que Jesus tem a nos oferecer. Esse é o problema.

Lembra da história que Cristo contou sobre o filho pródigo? Aquele jovem abandonou seu pai e saiu de casa indo para bem longe, onde desperdiçou tudo numa vida dissoluta. Finalmente, a Bíblia diz, ele "caiu em si". Em outras palavras, ele confrontou o seu comportamento. Aí ele tomou a grande decisão e disse a si mesmo. "Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: pai, pequei contra o céu e perante ti..."  (Lucas 15:18)  Chega de viver erradamente aqui. Chega de desculpas. O pródigo assumiu total responsabilidade por suas bebedeiras e as chamou de pecado. Ele disse: "eu pequei." Aí ele fez algo a respeito... Ele agiu indo para casa. O pai correu para receber seu filho arrependido, perdoando-o total e livremente com a declaração: "porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado." (Lucas 15:24)  Note que o filho tinha-se perdido, estava espiritualmente morto. Não apenas doente, mas perdido. Graças a Deus, agora que o rapaz havia confrontado seu comportamento de dependência e ido para a casa de seu pai, ele estava vivo e salvo.

Os alcoólicos não estão perdidos por beberem, mas apenas por rejeitarem a Jesus Cristo como seu refúgio e buscarem em vez disso, seu consolo na garrafa. Os dependentes de drogas não estão perdidos por causa do desejo insaciável. Acontece que eles se entregam a uma falsa realização em lugar daquela que jesus oferece.

Vamos sondar um pouco mais fundo a natureza do pecado, o porquê da entrega à dependência ser pecado. Em Romanos 13, versículos 13 e 14 encontramos o seguinte: "Andemos honestamente, como de dia, não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja; mas revesti-vos do Senhor jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências."

Toda imoralidade, inclusive bebedeira, é um fraco substituto de Jesus em nossa vida. Quando estamos solitários, Ele quer que encontremos companhia Nele, não no pecado. Quando sofremos stress, ele nos convida para ir até Ele e descansar. Quando estamos felizes, Ele sente prazer ao compartilharmos nossa alegria com Ele. Amigo, por quais quer que sejam as razões que levem as pessoas a beber ou usar drogas, sejam essas drogas cocaína, fumo ou qualquer outra... Jesus quer que em vez disso dependamos Dele. É por isso que o texto citado nos diz para "revestirmos do Senhor Jesus Cristo".

Para ter um tal relacionamento, a Bíblia diz,  devemos evitar provisão para a carne e satisfazer seus desejos. Portanto diga não ao pecado e diga sim a jesus!

Vamos tornar tudo isto prático: Se a sua luta é  contra o álcool, retire as cervejas da sua geladeira. Livre-se delas. Se cocaína é o seu problema, jogue-a pelo esgoto. Você fuma? Jogue fora seus cigarros. Talvez você precise de aconselhamento profissional... Encontre alguém que possa ajudá-lo com sua dependência. Não confie naqueles que pensam que sabem mais do que Deus sobre enfrentar e confessar nossos pecados. Acima de tudo, meu amigo, ponha Jesus em primeiro lugar na sua vida!

Lembre-se, as dependências são a expressão do vazio sem Cristo. Podemos encontrar nossa realização Nele e no que ele oferece, em vez de ficarmos brincando com as falsidades do diabo. Há uma razão muito especial para tratarmos nosso corpo com responsabilidade. O Senhor jesus sacrificou Sua vida para que pudéssemos pertencer a Ele. "Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus." (I Coríntios 6: 19,20).

Pense nisso... O Deus vivo e amoroso faz residência dentro de nosso corpo e da nossa mente! Naturalmente, tal privilégio traz suas responsabilidades. Se Deus faz de nosso corpo humano Seu templo, o mínimo que podemos fazer é cuidar bem dele. Você não acha?

Os cristãos previdentes reconhecem isso agora. Os adventistas do sétimo dia, há mais de um século, entendem que a boa religião se interessa pela boa saúde. Por isso eles não fazem uso do fumo e das bebidas e dão ênfase às vantagens dos exercícios, do ar puro, da luz do sol e de uma dieta balanceada. O viver saudável compensa? É claro que sim. O estilo de vida dos adventistas abstendo-se das bebidas alcoólicas e do fumo, e fazendo uma dieta de alimentos naturais os ajuda a viver de sete a nove anos mais do que a população em geral, segundo as pesquisas... Com 50 por cento a menos de casos de câncer e doenças do coração. Amigo, estou com 73 anos de idade e agradeço a Deus pela boa saúde. Juntamente com os cristãos mais conservadores, os adventistas do sétimo dia ensinam a total abstinência no álcool. Não podia ser de outro modo, se encontramos na Palavra de Deus essa instrução em Coríntios 10, versículo 31:  "Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus."

O que existe, mesmo em um copo de vinho que possa glorificar a Deus? Você acha que o álcool nos ajuda a sermos melhores pais e melhores cônjuges? Ele nos torna cidadãos mais responsáveis? Mais trabalhadores? Cristãos mais fiéis? Não, amigo, eu não consigo ver nada no álcool que glorifique a Deus. E você, consegue? Alguns dizem que um copo  ocasional de vinho tem efeito medicinal... Mas os médicos atualmente sugerem alternativas que não tem o potencial de uma arma carregada do vinho. Sem dúvida nossa única segurança contra o alcoolismo é a total abstinência. A dependência entra sorrateiramente, e se instala até nos que bebem social e responsavelmente. Porque no momento de crise pessoal, eles se vêem dependendo cada vez mais de um gole, e depois disso eles sentem dificuldades em diminuir a dose. Foram fisgados. E o custo da dependência é assustador, especialmente hoje em dia.

Nos tempos bíblicos se uma pessoa se embebedasse ela poderia cair do seu jumento. Atualmente, a intoxicação causa acidentes fatais. E quando consideramos o aumento do índice de divórcios e as muitas tentações que empanam a  nossa integridade, percebemos quão importante é nos dias de hoje ouvir o alerta das Escrituras quanto a orarmos e sermos sóbrios. Sim, a Bíblia nos oferece um substituto maravilhoso para o álcool. Efésios 5:18 diz: "E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito."

De que modo somos cheios do Espírito? Confiando a nossa vida a Jesus dia a dia, nos submetendo à orientação de Deus através da Sua palavra. Lembre-se, para vencer o álcool, a cocaína, o fumo ou qualquer outra coisa, não é o bastante "apenas dizer não". Devemos também dizer "sim" a Jesus, confiando nossa vida a Ele. Aí o Espírito de Deus poderá nos fortalecer para honrá-Lo com nosso corpo... O seu templo.

Recordo-me agora de Tom Benefiel. Em certa época ele era um dependente de drogas em Long Beach, Califórnia, vivendo loucamente com sua namorada. aí, sem que Tom soubesse ela começou a assistir o programa "Está Escrito" tornando-se uma expectadora regular. Logo ela começou a pensar diferente sobre o modo como estava vivendo com Tom.

Quando convidei nosso público de casa para assistir uma série de reuniões que eu estava realizando na comunidade ali perto, ela compareceu. De algum modo ela conseguiu levar o Tom com ela. E lá estavam eles na primeira fila, Tom com seus cabelos longos e contas coloridas. Ele estampava um largo sorriso... Não porque estava particularmente feliz por estar na igreja. Tom sempre estampava aquele sorriso quando estava drogado. Eu o vi ali sorrindo para mim, de modo que retribuí o sorriso. Eu não sabia porque ele estava sorrindo, eu só achei que ele era um hippie feliz. Mas naquela noite o bom Deus abriu a mensagem do seu amor para a mente drogada do Tom. Noite após noite ele voltou, sempre na primeira fila. O Espírito Santo trouxe o arrependimento a seu coração e o ganhou para Cristo. Um ponto crucial na conversão de Tom foi quando ele decidiu enfrentar o seu problema de drogas e considerar pecado aquela dependência. E sabe duma coisa, o dia do batismo dele foi uma experiência gloriosa.       

Aí surgiu a questão: O que Tom iria fazer de sua vida? Seu corpo e mente de vinte e sete anos tinham sido castigados pelas drogas. Um emprego rentável parecia impossível. Mas o pastor local deu uma sugestão surpreendente... Por que não pensar em seu pastor?

Um pastor, mas justo isso? Tom orou quanto à idéia e reconheceu a orientação de Deus. Uma série de milagres dramáticos abriu o caminho para ele cursar a Universidade de Loma Linda, onde Tom obteve sempre ótimas notas. O Senhor curou a mente marcada pelas drogas de Tom.

Após ter se formado, a Igreja Adventista do Sétimo Dia o convidou para trabalhar em um programa de testemunhos para estudantes em Oxnard, Califórnia. Foi lá que ele conheceu sua esposa, Annie.

Hoje eles formam uma dinâmica dupla pastoral, e grandes amigos meus, ganhando almas para o Senhor Jesus Cristo.

Deus transformou a vida de Tom, trazendo a ele a paz e o poder de Jesus Cristo... E sabe, Ele pode fazer o mesmo por você.

ESTÁ ESCRITO

Caixa postal, 1800

20001-970 RIO DE JANEIRO RJ

Telefone: (021) 284 9090

Fax:      (021) 254 7165

Caos você queira aprofundar o seu conhecimento da Bíblia, solicite agora mesmo o Curso Bíblico do programa  "Está Escrito". Ele inteiramente grátis. Teremos o maior prazer em atender sua solicitação.

Entre em contato agora mesmo.

Muito obrigado.


 


 

7

A CONSPIRAÇÃO DA NOVA ERA

George Vandeman

TOPO

 

Ojay é uma comunidade na montanha na costa da Califórnia. Ojay é um grande centro de ensinamentos da Nova Era. Aonde quer que vá, você vê evidências da Nova Era. Se você viaja pela rodovia você vê cristais de quartzo pendurados nos espelhos dos carros que passam, se visita o shopping nota estantes recobertas com papel de parede da Nova Era, quando assiste um show de entrevistas, lá estará a atriz Shirley MacLaine falando com entusiasmo sobre a Nova Era.

    O que é essa Nova Era, afinal? O movimento Nova Era é um caldeirão cheio de religiões pagãs orientais, misturadas com o espiritismo e temperadas com uma pitada de cristianismo, tudo isso de maneira suficiente para tornar os conceitos da Nova Era saborosos para a sociedade ocidental. O movimento surgiu em 1960 e as raízes de seus ensinamentos vêm de muito antes disso, mas somente nos anos 80 foi que a Nova Era teve sua explosão de popularidade.

    Agora, nos anos 90, ela está se tornando mais agressiva do que nunca. Existe algum tipo de conspiração global nisso tudo? Para descobrir, vamos consultar um livro que os adeptos da Nova Era tratam como sua Bíblia: "A Conspiração Aquário" de Marilyn Ferguson. Ela fala do movimento Nova Era como uma "rede sem líderes, mas uma obra poderosa para realizar uma mudança radical nos Estados Unidos." Portanto há uma rede de adeptos trabalhando para revolucionar a nossa sociedade, mas Ferguson afirma que eles não possuem liderança centralizada.

    Isto é verdade, até o momento não encontrei nenhuma evidência de estrutura humana de  autoridade. Nada como um partido político ou uma organização religiosa. Entretanto, o  pesquisador e editor cristão Kenneth Wade tem uma sugestão interessante sobre uma conspiração.

    Li em seu livro "Segredos da Nova Era" o seguinte: "embora ele (o movimento Nova Era) não seja uma organização alinhavada em nível humano, em minhas leituras eu descobri fortes evidências de que existe uma organização em nível sobrenatural que vem trabalhando para unir a rede de pessoas que estão ouvindo os vários espíritos que proclamam a iminência da Nova Era".

    Existe alguma conspiração sobrenatural? Forças espíritas controlam realmente o movimento mundial da Nova Era? Não resta dúvida que, seres espíritas estão envolvidos. Como um enxame hiperativo de abelhas, esses espíritos estão constantemente comunicando novas mensagens da Nova Era através da meditação e mediunidade. Médiuns, são seres humanos que transmitem as mensagens dos espíritos, muitas vezes em estado de transe. 

    A pergunta importante é: quem são esses espíritos? Eles são anjos de Deus ou demônios do diabo? Embora muitos espíritos da Nova Era usem nomes de personagens da Bíblia, suas mensagens indicam outra fonte porque contradizem a verdade da Bíblia.

    Essa questão de mediunidade relembra como o diabo falou com Eva no Jardim do Éden, quando comunicou suas mentiras através da serpente a fim de lançar este mundo na ruína. O alvo do inimigo continua o mesmo. Portanto, temos uma verdadeira conspiração. Satanás e seus anjos caídos usando a meditação da Nova Era e usando médiuns pretende enganar o mundo inteiro... inclusive você e eu.

    Existe uma canção popular dos anos 60 que proclama o alvorecer da "Era de Aquário". Esta "Era de Aquário" é o objetivo da Nova Era de uma era pós-cristã aqui na Terra. Como eles pensam que isso acontecerá? A autora de "A Conspiração Aquário" explica: "temos em nós o poder de fazer a paz dentro de nosso ego distorcido e com os outros, de curar nossa terra natal e a terra inteira."

    Os discípulos da Nova Era imaginam que podem salvar a Terra da guerra, do crime, da poluição e de todas as outras ameaças. Por isso se reuniram há algum tempo atrás, para sua convergência harmônica.

    Num fim de semana de agosto de 1987, os seguidores da Nova Era do mundo inteiro se congregaram em 36 pontos que consideram sagrados. Reuniram-se em locais como o Grand Canyon, monte Shasta na Califórnia, nas Pirâmides do Egito e no monte Fuji, no Japão.  Eles estiveram de mãos dadas, num círculo, emitindo um som particular. Estavam emitindo a palavra hindu "om". Supõem-se que esta palavrinha "om", das escrituras hindu possui um tremendo poder, capaz de gerar força cósmica suficiente para criar uma nova era de paz e amor.

    Houve uma razão para o grupo da Nova Era ter escolhido aquele fim de semana em particular de 17 de agosto? Bem, o plano foi esboçado pela primeira vez "há cinco mil anos". De acordo com algumas culturas antigas, este é um momento em que tem início o fim do mundo, de modo que muitas pessoas meditam e pensam de maneira positiva e assim são capazes de continuar adiante crendo portanto que este será o início do fim. Esta foi a finalidade daquele fim de semana.

    A esperança de uma nova era falhou para eles naquela mesma noite. O vôo 255 da Northwest caiu em Detroit, foi o segundo maior desastre aéreo da história dos Estados Unidos até aquele dia. Coisas que os seguidores da Nova Era não esperavam  no fim de semana de danças ao sol.

    A atuação dos médiuns foi o grande evento da convergência harmônica. Famosas personalidades já falecidas, revelaram supostamente seus desejos harmônicos através dos médiuns.

    Em pequenas elevações de uma planície abaixo do monte Shasta, 200 peregrinos de Los Angeles pagaram 35 dólares cada um para ouvirem reverentemente o apóstolo João (dos tempos bíblicos, supostamente) falar a eles através do médium Jerry Bowman.

    Não vai nos custar 35 dólares para saber o que o verdadeiro apóstolo João disse sobre a Nova Era. No Novo Testamento ele nos indicou a segunda vinda de Jesus como nossa esperança para o futuro e não a transformação mágica da Terra aqui e agora.

    Um outro conflito entre os ensinos da Nova Era e a fé cristã envolve a reencarnação, a crença de que as almas são recicladas neste mundo de uma vida para a próxima. Segundo a Bíblia, vivemos apenas uma vez neste mundo: "E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o juízo..." (Hebreus 9:27) Portanto morremos apenas uma vez antes de sermos julgados.

    A reencarnação da Nova Era tem as suas raízes nos credos hindu e budista, modificada em função dos americanos, que querem se sentir bem sobre si mesmos. A propósito, você já pensou por que as pessoas que crêem na reencarnação, parecem sempre pensar que foram alguém importante em eras passadas? Talvez um cavaleiro do rei Artur... Você raramente ouve alguém declarar:

    – Em minha vida passada eu transportava esterco.

    A escritora da Nova Era, Corrine McLaughlin, escrevendo para a publicação New Realities, reconheceu o problema: "Uma boa explicação para a popularidade dos médiuns agora, é que eles dizem às pessoas tudo o que os seus egos sempre quiseram ouvir: 'você pode ter tudo o que quiser, você merece, você é perfeito assim como é, portanto, não precisa se esforçar para ser uma pessoa melhor' ".

    Você quer ser bajulado pela falsidade ou você quer saber a verdade sobre si mesmo? A própria McLaughlin disse assim:

    – O modo mais certo de se evitar obter informação falsa, de ser enganado ou controlado por algum médium, é simplesmente não consultá-los.

    Não existem muitas publicações da Nova Era com as quais eu esteja de acordo, mas eu concordo com essa.

    Uma prova forte dos atraentes enganos envolvidos na reencarnação aconteceu com a própria Shirley MacLaine. Ela foi se consultar com um médium na tentativa de superar uma crise pessoal. Determinada a ser objetiva, ela estava de certo modo cética com relação a toda Nova Era. Durante o transe, de repente a entidade que era canalizada revelou o caso secreto que MacLaine estava tendo com um homem chamado Gerry. E mais, até citou as palavras que o casal tinha trocado particularmente.

    MacLaine ficou aturdida. Compelida com a revelação, ela depositou sua fé nas entidades mediúnicas. Sua crença se fortaleceu quando outro espírito explicou porquê ela e Gerry sentiam tanta atração um pelo outro: eles tinham sido casados numa vida anterior, portanto pertenciam um ao outro naturalmente.

    "Pertenciam um ao outro"... era justamente isso que uma consciência perturbada iria querer ouvir. MacLaine estava fisgada. Ela tornou-se uma integrante entusiasta da Nova Era e está agora no movimento como um destacado apóstolo.

    A atual explosão de interesse na América pelo espiritismo vem de uma minissérie na televisão baseada nas aventuras de MacLaine na Nova Era. E as livrarias B. Dalton informaram que as vendas dos livros sobre as entidades e o oculto quase duplicaram durante a semana em 1987 quando a minissérie de MacLaine foi ao ar.

    Tragicamente, até cristãos estão sendo agarrados pela empolgação da Nova Era. Eles não notam o absoluto conflito entre aquilo que os da Nova Era crêem e o que as Escrituras ensinam. Ken Wade resume as diferenças em seu livro. Ele escreve: "A Nova Era é uma mudança do conceito cristão de um Deus pessoal e amoroso para a crença de que os seres humanos são seu próprio deus. É uma mudança da crença na morte, no julgamento e ressurreição para a crença da reencarnação; da crença no Céu e inferno para a crença de que criamos nosso próprio Céu ou inferno aqui mesmo na Terra; da crença na graça de Deus para os pecadores para a crença de que cada indivíduo deve pagar os seus próprios erros em repetidas vidas de sofrimento; da crença que existe um Deus controlando o nosso destino para a crença de que devemos, através da evolução planejada, aperfeiçoar nosso próprio grupo."

    Vamos examinar mais fundo a vasta diferença, entre os ensinamentos da Nova Era e o cristianismo: John Randolph, da Nova Era, fez uma incrível predição em seu livro "Os Super-seres": "quando o homem perceber sua identidade de deus, uma raça de deuses reinará no universo".

    Imagine a blasfêmia: a raça humana sendo uma raça de deuses! Isto é apenas o eco da primeira grande mentira do diabo canalizada através da serpente: "Então a serpente disse à mulher: certamente não morrereis... E sereis como Deus..." (Gênesis 3:4-5)

    Ao fazer seres humanos como Deus, os adeptos a Nova Era rebaixam Jesus ao nosso nível. Um dos livros populares da Nova Era afirma: "o Filho de Deus não é Jesus, mas sim nossa consciência combinada com Cristo." Isto se deriva do hinduísmo básico.

    Os da Nova Era podem falar muito sobre Jesus, mas não é o Jesus que encontramos na Bíblia, o único Senhor da criação e único Salvador da humanidade. A Nova Era oferece uma falsificação de Jesus. A profetisa Elizabeth Clare, em seu livro "Os Anos Perdidos de Jesus", diz que Jesus entre os 12 e 30 anos, viajou até a Índia e estudou com swamis hindus. Alguns da Nova Era acusam o cristianismo de suprimir provas sobre o aprendizado místico de Cristo no Oriente. Eles se imaginam fazendo um favor ao mundo ao revelar o verdadeiro caráter de Jesus e seus ensinamentos.

     Eu prefiro crer no que a Bíblia nos diz sobre Jesus, e você? A Bíblia diz que somente através de Jesus podemos ir até Deus. Ele é o único caminho, a única verdade e a vida. Isto é tão essencial para a nossa fé que Deus estabeleceu um encontro especial semana após semana para nós adorarmos Jesus Cristo como Senhor: "porque o filho do homem até do sábado é senhor." (Mateus 12:8)

    Portanto o sábado é o dia que nos faz lembrar que Jesus Cristo é o Senhor. Semana após semana, no sétimo dia, Ele nos convida para nosso culto, nossa expressão de fé nEle, como nosso Criador e Redentor. As raízes da adoração no sábado vem de muito antes do tempo de Moisés, vem desde o princípio.

    Na noite de sexta da semana da criação, o Senhor convidou Adão e Eva para participarem da celebração sabatina da Sua obra. O sétimo dia, o sábado, nos convida a comemorar a obra de Deus por nós como nosso Criador.

    Há outra razão para adorarmos a Deus, outra razão para santificarmos o sétimo dia. Lembra do Calvário? É final de tarde de sexta, quase hora de saudar o sábado. Jesus, pendurado na cruz, relembra tudo o que fez por nossa salvação. Aí em Seus últimos suspiros Ele proclama:

    – Está consumado.

    Em outras palavras estava dizendo:

    – Missão cumprida; humanidade redimida.

    Nosso Senhor repousou no dia do sábado em honra a Sua obra terminada, assim como Ele fez após a criação.  Só que desta vez ele descansou no túmulo.

    Após o repouso do sábado, Cristo ressuscitou e ascendeu ao trono no Céu. Ora, a idéia de adorar no sábado, o sétimo dia do quarto mandamento, pode ser nova a você ou você pode ter ouvido que a guarda do sábado é legalista. Nada poderia estar mais próximo da verdade porque afinal, a palavra sábado em si quer dizer descanso, isso é o oposto de trabalho.  Cada semana o sábado nos aponta para longe de nosso trabalho para repousarmos na obra de Deus.

    Esse é o Evangelho puro e simples. Todas as semanas o sábado nos chama para honrar aqueles dois fatos da vida: criação e salvação. O sábado é parecido com uma bandeira. A bandeira de uma nação não tem valor por si só; ela só é especial pelo que representa. Do mesmo modo o sábado em si não tem nenhum valor, exceto porque representa as maiores coisas que Deus fez por nós, os motivos de nós o adorarmos. Se o sábado tivesse sido fielmente lembrado por todos, não haveria coisas como a heresia da Nova Era.

    Mentes sinceras estão perguntando: devemos confiar na Bíblia como verdade? Será que os cristãos sinceros tem se confundido ao ponto de seguir crenças não-bíblicas? Talvez você queira investigar esta questão do repouso no sábado.

    Quero lhe contar a emocionante história de Will Baron. Will foi criado num lar cristão, mas suas pesquisas de "um significado mais profundo da vida" o jogaram no calabouço da Nova Era.  Will foi fisgado quando lia um livro da Nova Era sobre stress. Fascinando, ele quis saber mais. Assim foi visitar uma feira de médiuns, onde ficou conhecendo um médium.

    Intrigado, ele decidiu pesquisar mais a fundo o oculto, indo assistir "o caminho iluminado" no Centro Metafísico em Los Angeles. Lá, uma mulher disse em transe, o nome completo de um dos amigos de Will. Ora, Will jamais conhecera a mulher e ela nunca tinha ouvido falar desse amigo dele. "Quem, se não Deus poderia comunicar uma informação tão íntima?" – Will pensou.

    Totalmente convencido sobre a Nova Era, Will passou a dedicar-se ao mundo sombrio da psicologia mística, da reencarnação e de outros conceitos do oculto. A certa altura ele chegou a falar em línguas ao estilo pentecostal. Um dia enquanto meditava, experimentou a incrível visita de um famoso espírito guia hindu, Djwhal Dhul. Esse ser majestoso parecia-se com o Jesus pintado pelos artistas.

    Este guia anunciou que Will tinha sido escolhido para ser um discípulo especial, um sacerdote em treinamento. Dia a dia Will recebia instruções específicas de seu espírito mestre particular e obedecia imediatamente. Ele chegou a deixar seu emprego de engenheiro e mudou-se para o exterior, para a comunidade Findhorn na Escócia, um importante centro da Nova Era.

     Após seis meses lá, o espírito ordenou que Will voltasse para a América. Também disse a ele onde morar e até que carro comprar, citando o modelo específico. Aí, esse espírito ordenou que Will tomasse emprestado grandes somas em dinheiro para donativos ao Novo Centro da Nova Era.

    Perto da falência e emocionalmente abatido, Will era um escravo do seu guia da Nova Era.  Então o diabo se excedeu em ganância. O médium chefe do centro em que Will assistia recebeu ordens para transformar seu grupo em uma igreja "cristã" da Nova Era. Todos tiveram que começar a ler a Bíblia a fim de enfrentar os cristãos em seu próprio terreno e "convertê-los" para a crença da Nova Era.

    Will recebeu ordens especiais dos espíritos para inflitrar-se nas igrejas cristãs em Los Angeles. A estratégia do diabo falhou. Ao ler a Bíblia, Will encontrou o verdadeiro Jesus. O Senhor da criação e da salvação. O Senhor do sábado.

    Feliz em sua nova fé, Will foi batizado, e agora tem uma vida totalmente nova de paz com Deus e a certeza da vida eterna em Cristo. Graças a Deus pelo que Ele fez na vida de Will.

    E quanto a você? Já encontrou o verdadeiro Jesus? Você pode aceitá-Lo como seu Salvador e Senhor agora mesmo.

AO AMADO

Letra: Guilherme Kerr

Música: Sérgio Pimenta e Guilherme Kerr

Ao Amado de minh'alma cantarei.

Fica bem cantar louvores a Jesus.

Como sóis de intensidade em plena luz,

tal a glória do Amado eu cantarei.

Ele é meu Amado, meu Salvador

    Senhor da Vida e preferido meu.

    Ele é luz que arde em resplendor,

    é aquEle que a Bíblia diz ser Deus.

    Autor da vida, Cristo, meu Senhor.

    Amado meu, pra sempre, Amado meu.

É Jesus razão maior de eu viver,

de existir, de conhecer e prosseguir

sem jamais desanimar frente ao porvir,

de lutar, cansar, mas nunca esmorecer.

Gravado por Sonete no EELP-0194 do Ministério "Está Escrito"

Oração

Pai celeste, obrigado por Jesus, meu Criador e Salvador. Eu O aceito completamente em minha vida. Quero segui-Lo fielmente, até aquele alegre dia quando Ele virá através das nuvens para me levar para o Céu. Esta é a minha abençoada esperança de uma "nova era". No nome precioso de Cristo oro, amém.

 


 


 

8

NA CENA DO CRIME

George Vandeman

TOPO

 

Você está andando à noite por uma rua escura e desconhecida,  quando, de repente, ouve os gritos abafados de uma mulher. Eles estão vindo de um beco ainda mais escuro. Nervoso, você se aproxima e olha na direção dos sons. Duas figuras parecem estar lutando nas sombras. O que você deve fazer? Chamar a atenção do agressor? Talvez você se coloque em perigo. Ligar para a polícia? Mas talvez seja apenas uma briga de namorados. Você não tem certeza, então para que se envolver?

Trinta e oito pessoas não quiseram se envolver em uma terrível noite na cidade de Nova Iorque, em 1964. Uma jovem chamada Kitty Genovese foi esfaqueada várias vezes por um agressor e depois abandonada. Arrastando-se pela calçada, passando por vários prédios, ela gritou socorro. Algumas luzes se acenderam, algumas cortinas se entreabriram, mas ninguém saiu de casa para ajudá-la. Logo o agressor voltou e começou a esfaquear Kutty de novo. A moça gritava em agonia enquanto 38 pessoas ouviam e recusavam a intervir.

Finalmente, Kitty Genovese sangrou até a morte numa calçada de rua, sozinha. Seus gritos não provocaram resposta.

As notícias desse ocorrido chocaram toda a nação. Não sabíamos como tínhamos nos tornado tão isolados uns dos outros.

Desde então, numerosos estudos tentaram determinar por que tantas pessoas permanecem passivas na cena de um crime enquanto outras fazem alguma coisa para ajudar.

Algumas pessoas intervêm. Pessoas como John Ayer. Em setembro de 1983, John, um mecânico de 34 anos, passava de carro por um bairro violento em South Dada County, na Flórida, quando vi um grupo de uns 20 homens cercando um veículo parado que tinha acabado de colidir com outro carro. John diminuiu a velocidade e notou que os homens estavam se esgueirando pela janela para assaltar uma moça assustada que estava dentro do carro. Um já havia arrancado a pulseira dela. Os homens insistiram para que John fosse embora gritando para ele:

- Ela está bem!

Mas ele queria ver por si mesmo. Parou, desceu de seu furgão e andou pelo meio deles até o carro parado. John forçou a porta amassada e disse à mulher, Ângela Vivier, calma e firmemente:

- Você vem comigo. Você vai ficar bem.

Ela desceu lentamente do carro, John passou o braço pelo ombro dela e começou a escoltá-la até o seu furgão, mas os homens foram atrás. Atingiram Ângela na cabeça, roubaram sua bolsa, e ela curvou-se apavorada. Alguém acertou John violentamente no queixo e ele também caiu, mas levantou-se imediatamente.

Nesse momento, quando os dois estavam sendo atacados, um motorista que passava tocou a buzina fazendo com que os agressores recuassem por um instante, dando a John e Ângela a chance de correrem para o furgão e fugirem dali.

Mais tarde, quando John estava se recuperando de seus ferimentos no hospital, Ângela, profundamente grata, trouxe-lhe flores. O Presidente Reagan enviou-lhe um telegrama de louvor e a Comissão dos Cidadãos Contra o Crime da Grande Miami concedeu-lhe um prêmio. Muitas pessoas que ele não conhecia ofereceram-se para ajudá-lo de alguma forma. Um admirador disse: "Todos nós gostaríamos de fazer o que ele fez, mas quantos de nós teríamos feito?"

Quantos de nós nos envolveríamos? Quantos de nós venceríamos nosso medo e isolamento?

O isolamento é um problema enorme no nosso mundo. Cada vez menos pessoas parecem capazes de estender a mão para as outras. Além de nossas janelas com grades e portas trancadas, a maioria de nós mal conhece seus vizinhos.

O círculo de nossa vida se tornou menor. Você já notou? Nossa capacidade de agir além de nossos estritos interesses enfraqueceu.

Eu gostaria de lhe falar sobre um homem que rompeu esse tipo de isolamento mais dramaticamente que qualquer outro. Ele estendeu a mão quando todas as outras estavam se fechando. Gostaria de levá-los à cena de um dos crimes mais abomináveis da História e à vítima desse crime.

Aquele homem estendeu a mão aos seus vizinhos necessitados, o fez mesmo quando estava sendo brutalmente assassinado. A provação desse homem começou num jardim, no Jardim do Gestsêmani. Jesus Cristo havia levado três de seus discípulos mais próximos lá uma noite, para um momento de oração. Ele precisava de forças para enfrentarm o que estava para Lhe acontecer dali a poucas horas.

Veja, diferente da maioria das vítimas, Jesus sabia exatamente que tipo de crime seria cometido contra Ele. Ele viu claramente o espectro da crucificação. Viu a morte lente e agonizante na cruz, os membros pregados, o corpo estirado até quase se quebrar, o peito contorcido em busca de ar. Jesus sabia que enfrentaria tortura. Mas muito mais horripilante que essa dor física era a possibilidade de Seu Pai lhe virar as costas, de esquecê-Lo, expressando Sua ira contra o pecado que Jesus optou por redimir. Isso, mais que qualquer outra coisa enchia Cristo de aflição. Então Ele cambaleou, já sentindo o terrível fardo do pecado pesando sobre Si.

Jesus virou-se instintivamente para Pedro, Tiago e João e disse a esses homens o que está registrado em Mateus 26:38: "... a minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui e vigiai comigo."

Imagine que situação trágica! Depois, afastando-se um pouco no meio das oliveiras, Jesus caiu no chão. Começou a orar desesperadamente. O horror do pecado era incontrolável. Ele se sentiu completamente isolado no meio da tempestade. Se ao menos Ele soubesse que seus amigos queridos entendiam e agradeciam o sacrifício que Ele estava por fazer... Ele ansiava por saber que eles estavam orando com Ele.

Então voltou aonde eles estavam no jardim e viu, por incrível que pareça, que eles estavam num sono profundo. Tiago e João... os homens que tinham abertamente declarado: "Sim, somos capazes de beber do cálice contigo", simplesmente caíram no sono. E Pedro, aquele que prometeu: "Nunca vou abandoná-lo. Vou contigo até a prisão e a morte", estava dormindo, talvez até roncando.

Agora pense um minuto no que Jesus poderia ter dito a esses três homens, quando os acrodou. Podia ter dito: "Durante esses três anos, eu joguei minha vida inteira em vocês. Abdiquei tudo por vocês, mas na única hora em que eu precisei de vocês, vocês me abandonaram." Mas Jesus não disse isso. Ao contrário, a fraqueza dos discípulos provocou a preocupação e a simpatia de Cristo. Abaixando-se perto do sonolento Pedro, Ele disse: "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação." (Mateus 26:41)

Depois disse: "O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca."

Eu acho que essas são algumas das palavras mais incríveis jamais ditas.

A atenção de todo o Universo estava voltada ao que Cristo estava fazendo naquele momento. Esse é o epicentro da História, Cristo deve tomar a decisão mais importante que determina o destino humano. No entanto, vemos Sua atenção desviada para aqueles que Ele ama. No meio de Sua provação, Jesus estende a mão a Seus frágeis companheiros, preocupado se eles conseguiriam suportar o julgamento que viria.

Pouco depois, Jesus suportou o escárnio de um julgamento diante de Pilatos e do Sinédrio. Aí, soldados romanos cortaram as costas de Cristo com um chicote, afundaram uma coroa de espinhos em Sua cabeça e riram cruelmente dele. O crime havia começado de verdade. Havia testemunhas, muitas delas passivas. Elas encheram as estreitas ruas de Jerusalém e olharam para Jesus, enquanto Ele levava uma pesada cruz de madeira nas costas ensangüentadas e era ferido por lanças romanas.

Algumas mulheres choraram e ao ver isso, Jesus as ouviu. Em Sua própria dor intensa, Ele ouviu os sons do pranto. Então virou-se para essas observadoras e disse: "... filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas e por vossos filhos." Lucas 23:28.

Veja, os pensamentos do Salvador se voltaram para a destruição de Jerusalém e para o que essas mulheres e suas famílias teriam que suportar durante esse tempo. Ele ainda estendia Sua mão, rompendo aquele isolamento.

Finalmente, Cristo chegou à principal cena do crime: o Gólgota, lugar chamado caveira. Ali, Seus membros foram amarrados e pregados na cruz. As mãos que haviam curado e abençoado tantos não mais podiam se mover. A força que Ele usava para dar vida a tantos estava rapidamente se esgotando. Mas nada podia impedi-Lo de estender a mão, nada podia impedi-lo de perdoar. Os surpresos soldados romanos envolvidos em seu trabalho desprezível, ouviram essas palavras saindo dos lábios da vítima: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." Lucas 23:34.

Uma multidão olhava à distância enquanto Jesus era colocado entre dois ladrões. Ela viu quando o sol se pôs diante dele enquanto sangue corria de seus ferimentos. Alguns observadores até riram dele. Mas a vítima, em meio a esse terrível crime, continuava estendendo a mão.

Um dos ladrões que morriam com Ele pediu que fosse lembrado no reino que viria. Jesus fez uma promessa brilhante na escuridão que O envolvia. Ele disse: "... estarás comigo no paraíso." Lucas 23:43.

Aí Jesus olhou para baixo e viu sua mão chorando descontroladamente. Imagine como ela se sentiu. Como ela se recuperaria da provação de ver seu filho assassinado? Quem cuidaria dela no futuro, depois que Ele se fosse? Jesus viu João, o discípulo mais aftuoso e receptivo a seus ensinamentos. Ele era a resposta. Quem melhor poderia confortar Maria com suas lembranças do que um discípulo amado? E João também poderia se beneficiar cuidando de Maria. Ele também gostaria muito de suas recordações carinhosas, então Jesus lutou para ganhar fôlego  e disse meio rouco: "Mulher, eis teu filho". Olhando para João, Ele disse: "Eis tua mãe". Fato consumado. Os dois ficaram unidos um ao outro.

Jesus, no entanto, não ficaria isolado. Em meio a esse crime horrendo Ele estendeu a mão até o fim. Em nosso mundo repleto de atos violentos, Jesus sobressai como uma vítima extraordinariamente poderosa. Ele mudou vidas enquanto sofria o pior que os homens podiam Lhe causar, e Jesus sobressai como aquele que quer romper o isolamento, o nosso isolamento.

Veja, nós também temos que estender a mão. Temos que fazer algo quanto à vítima presa naquela cruz. Estamos todos lá, na cena do crime, quer percebamos ou não. Nós todos somos parte desse drama. Porque é pela nossa indiferença que Jesus está morrendo. Foi o nosso isolamento, nosso egoísmo que tornou tal sacrifício necessário. Nós fracassamos, nós fomos indiferentes incontáveis vezes, ao invés de estendermos a mão para ajudar os outros. E a nossa culpa é o que está esmagando a vida dessa vítima no Gólgota. Então, o que vamos fazer? Como vamos responder? Vamos premanecer passivos ou intervir ativamente?

Creio que podemos aprender algo sobre nossas respostas vendo novamente como as pessoas responderam a outros crimes.

Sabia que psicólogos e pesquisadores tentando compreender a diferença entre um bom samaritano como John Ayer e os vizinhos indiferentes de Kitty Genovese descobriram algumas respostas interessantes?

Depois de 20 anos de estudos, eles finalmente salientaram causas-chaves para o que chamam de "o efeito passivo", ou seja, a tendência das pessoas no local de um crime permanecerem passivas e não intervirem.

Primeiro, é bem menos provável que uma pessoa ajude se há outros observadores presentes. As testemunhas tendem a difundir a responsabilidade. Elas pensam: "Bem, só uma pessoa precisa chamar a polícia, então outra pessoa vai chamar".

As pessoas também tendem a olhar para os demais para determinar o que está acontencendo. Elas julgam a gravidade da situação pelo comportamento dos outros observadores. Se ninguém está ajudando, as pessoas pensam que talvez essa pessoa realmente não precise ou não queira ajuda. Temos um problema semelhante em relação ao que a vítima fez na cruz. Há tantos outros observadores por perto, tantas pessoas olham para a cruz e simplesmente vão embora, tantas permanecem impassíveis. Dá para imaginar?

É fácil para nós cairmos na mesma indiferença quando as outras pessoas não se envolvem.

Veja, a cruz é um crime terrível, de arrebatar o coração, O inocente cruelmente maltratado pelos culpados. E é o nosso próprio pecado, nosso próprio egoísmo que expôs Cristo a tal punição. No entanto, quando olhamos o crime e a multidão reunida em volta da cruz, quando vemos as pessoas olhando para ela à distância, é possível esquecer tudo a respeito. Talvez n   ão seja nada tão grave afinal. Reconhecemos vagamente que aconteceu alguma coisa no Gólgota, mas será que temos realmente que intervir? Será que temos que nos envolver? Temos realmente que arriscar nossa vida? Se as outras pessoas não estão se arriscando, por que nós devemos?

Os pesquisadores estudando esse "efeito passivo" levantaram um outro fator que determina de forma clara o quão ativamente as pessoas vão intervir quando um crime é cometido. Esse fator é se as testemunhas se identificam ou não de perto com a vítima.

Por exemplo, quando três homens roubaram um motorista de táxi na cidade de Nova Iorque, o ocorrido logo se espalhou pelo rádio para outros taxistas da área. Conseqüentemente, acredite ou não, 29 motoristas de táxi acabaram caçando os suspeitos por dois bairros da cidade e finalmente pegaram os homens e os entregaram à polícia. Os motoristas de táxi sentiam que a vírima era "um de nós", e que eles tinham que permanecer juntos.

Amigo, como olhamos para a vítima, Cristo, presa na cruz? Ele é realmente "um de nós"? Ou Ele é apenas uma figura que saiu da História? Algum símbolo religioso distante? Mas o fato é que Ele é uma vítima que se identificou totalmente conosco, os passivos. E finalmente, assumiu toda a extensão de nosso pecado. Ele se tornou um de nós e o fez enquanto Seus amigos e companheiros ficavam ociosos na cena do crime.

Nós já estávamos envolvidos, amigo, todos estávamos lá; na cena do crime. O sangue de Cristo respingou em nossas mãos. Nossos pecados estavam esmagando Sua vida. E esse Cristo abençoado estende a mão para nós, observadores passivos. Ele nos suplica, como suplicou a Pedro, Tiago e João para vigiarem e orarem, porque não podemos ficar sozinhos. Nossa carne é fraca. Precisamos da força de outrem.

Sim, Cristo continua estendendo a mão para nós suplicando o perdão do Pai enquanto as lanças O perfuram. Nós não sabemos o que fazemos, diz Ele tentando justificar o fato de termos ficado aí indiferentes por tanto tempo.

Ele nos oferece o perdão, um escape de nossa própria culpa esmagadora. E Ele também nos oferece um lugar com Ele no paraíso, assim como fez com o ladrão na cruz. Nós podemos estar com Ele para sempre. Tudo isso Ele oferece na cena do crime. Em Sua própria agonia Ele estende a mão para nós, os passivos. O que vamos fazer? Como vamos responder à mais nobre das vítimas? Vale a pena arriscar a vida por Ele.


 

9

SOCORRO, POR FAVOR!

George Vandeman

TOPO

 

Para a maioria de nós é um ato estranho e incompreensível. Não podemos imaginar como as pessoas podem fazer isso consigo mesmas. Mas para alguns seres humanos angustiados, parece ser o único passo que podem dar, a única saída: o suicídio.

De que modo por fim à própria vida pode ser visto como uma solução? Como podem as pessoas encararem a aterradora probabilidade da morte e vê-la como resposta aos seus problemas?

Um número assustador de pessoas faz isso a cada ano. Existe algo que possamos fazer para ajudá-las a optar pela vida?

Temos sido informados dolorosamente do tremendo índice de crimes nas grandes cidades. Os jornais dão em manchetes diariamente assassinatos horrendos cometidos a cada dia por jovens criminosos e por razões cada vez mais triviais.

Outra tragédia, porém, atrai bem menos a atenção da imprensa. Você sabia que mais pessoas morrem por suicídio a cada ano do que por homicídio?

Cerca de trinta mil seres humanos nos Estados Unidos cometerão suicídio durante os próximos doze meses. Trinta mil pessoas virão a acreditar que a morte é melhor do que continuar a existir. Isso é estarrecedor! Mas a mais perturbadora de todas as estatísticas envolve os nossos jovens. O índice de suicídio entre os jovens de 15 a 24 anos aumentou grandemente nestas últimas décadas. Cerca de cinco mil adolescentes se matam a cada ano.

Cinco mil vidas jovens se acabam, pense nisso, e cerca de duzenos e cinqüenta mil jovens, um quarto de milhão, tentam sem sucesso, por fim à vida a cada ano. Podemos realmente aliviar tal tragédia?

Quão horrível deve parecer a vida para uma pessoa na flor da idade que começa a pensar em pôr fim em tudo. Alguma coisa está terrivelmente errada. Nós todos que estamos assistindo essa calamidade se desenrolar, perguntamos a nós mesmos: "Há alguma coisa que podemos fazer para ajudar? Há alguma coisa que uma pessoa pode fazer par impedir uma outra de cometer suicídio? Ou tudo isso simplesmente está fora de nosso controle?"

Bem, como vamos concluir, outras pessoas podem de fato ajudar aquelas que estão pensando em pôr fim à vida.

hoje vamos examinar alguns dos modos específicos de fazermos isso.

Em primeiro lugar, devemos entender que muitos dos que tentam se matar estão, na realidade, clamando por socorro. Estão morrendo por socorro. Eles querem que alguém se importe. Mesmo que possa transparecer que estão deixando todos de fora, eles precisam desesperadamente de outro ser humano para adentrar suas trevas e entendê-los.

Pensamentos de suicídio, são muitas vezes gritos distorcidos de socorro. Portanto, é melhor aprendermos a ouvir tais gritos e a entendê-los. Quanto mais cedo os ouvirmos, melhor. Acho que você concorda.

Existem certos sinais que indicam se um indivíduo pode ser um suicida. Muitas vezes a pessoa irá dizer a alguém que sente vontade de se matar. Ela deixa dicas quanto a pôr fim em tudo. Ela pode dizer que a sua família irá ficar melhor sem ela.

Temos que prestar atenção a essas declarações. Muitos de nós temos presumido que a pessoa está apenas deprimida e que acabará superando essa depressão, pensamos que suas dificuldades eventualmente passarão.

Isso pode ser verdade, mas o problema é que ela poderá procurar uma saída final antes que venha surgir qualquer outra solução. Ela pode chegar a concluir que a sua depressão é interminável.

Portanto, amigo, ouça cuidadosamente o que as pessoas dizem quanto elas estão profundamente deprimidas. Tente captar nisso gritos disfarçados de socorro.

Existem outro sinais para detectarmos um suicida. Muitas vezes, ele começa a se desfazer de seus bens pessoais. Ele distribuirá entre os amigos alguns itens que tenham significado especial.

Devemos ser sensíveis a quaisquer sinais quando uma pessoa estiver embrulhando suas coisas, pondo em ordem todos os seus negócios pendentes.

Após constatarmos que uma pessoa tenha se tornado suicida, podemos então começar a ajudar.

Falar com ela, ouvir, continuar falando, continuar ouvindo. Ouvir é maravilhoso; é uma fonte de vida. Vamos usar esse instrumento.

A pessoa desesperada pode não ser muito comunicativa a princípio. Ela muitas vezes se fecha em sua própria concha escura. Ela poder até ser hostil, mas fique junto dela. Ore por uma abertura, Deus responderá.

Tente entender a situação. A certa altura ela se abrirá. Se possível, encoraje-a a procurar ajuda profissional.

A psicólogo Edwin Shneidman vem fazendo suicidas desabafarem há 40 anos. Ele compilou detalhadas histórias mentais, chamadas Autópsias Psicológicas, que tem esclarecido porque as pessoas tiram a própria vida. Escrevendo em "Psicologia Hoje", o Dr, Shneidman recentemente apontou várias razões-chaves.

Primeira: o suicida está tentando fugir de uma dor intensa, às vezes física, geralmente psicológica. É o que devemos reconhecer quando comecármos a falar com ele. Sua dor é tão forte que domina tudo o mais.

Ouça agora as palavras de uma moça que saltou de um edifício e milagrosamente sobreviveu. Foi assim que ela explicou o que estava acontecendo em sua mente: "Eu estava tão desesperada! Eu senti que não podia enfrentar aquilo. Tudo era um terrível redemoinho de confusão. Eu pensei comigo mesma que só tinha uma coisa a fazer. Eu tenho que perder a consciência. É o único modo de fugir disso. O único meio de perder a consciência, eu pensei, é saltar de um lugar bastante alto. Fui até o quinoto andar, e tudo ficou muito escuro assim de repente, e tudo que eu pude ver foi a sacada. Subi nela e aí então simplesmente me soltei. Eu estava tão desesperada... Só havia desespero, horror e o silêncio de tudo. Não havia nenhum som e eu como que entrei em "câmara lenta" quando subi naquela sacada. Eu saltei, e foi como se estivesse flutuando... então, apaguei."

Essa mulher, como ela diz, "tinha que perder a consciência". Ela tinha que fugir daquele terrível redemoinho. Sua dor era tão grande que a única solução parecia ser ficar sem consciência.

Nosso primeiro trabalho na ajuda, é simplesmente fazer um coisa: diminuir sua dor.

A Dr. Shneidman, por exemplo, descobriu que se você reduzir o nível do sofrimento, mesmo que só um pouco, o suicida optará por viver.

Muitas vezes, apenas a presença de um amigo confortador, diminuirá o isolamento que uma pessoa desesperada sente, e assim, diminui a sua dor.

Portanto, fale, ouça, entenda. Procure meios de interferir naquilo que está causando seu desespero.

O profeta Isaías nos dá um lindo retrato do trabalho do servo do Senhor, que se aplica ao trabalho cristão no mundo. Isaías 61:1: "O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos."

Isto é o que o Espírito de Deus pode fazer por nosso intermédio. Podemos ser aquele que leva a cura ao desesperado. Podemos levar alívio àqueles que se debatem na prisão escura da depressão.

Qualquer um, com os recursos do Espírito, tem muito a dar àqueles cujo sofrimento os leva em direção ao suicídio. Nós temos o remédio; nós temos o bálsamo; nós temos o conforto.

Lembre-se, portanto, o primeiro passo na ajuda ao suicida, é diminuir o nível do sofrimento. Estar lá para dar ajuda e conforto.

Agora estamos prontos para o próximo passo.

Ele envolve outra característica daqueles que concluíram que precisam se matar. Trata-se de uma sensação de impotência e desesperança. Eles vêem suas opções grandemente limitadas.

Vejas as palavras de um rapaz que tentou se matar com uma pistola. Ele também sobreviveu milagrosamente e foi assim que tentou explicar o que estava acontecendo dentro de si, quando atirou em si mesmo:

"Eu tinha feito o que podia e continuava afundando. Fiquei por muitas horas buscando respostas, e não encontrava nenhuma. Então um amigo se ofereceu para me vender uma arma e eu a comprei. Naquele dia, comecei a dizer às pessoas. Minha mente ficou fixa naquele meu alvo. Meu pensamento era: `Breve estará tudo acabado.' Eu iria encontrar a paz que há muito buscava. A vontade de sobreviver e vencer tinha sido esmagada e derrotada. Eu senti que tinha agora o poder na mão para controlar o meu destino. Assim, preferi morrer a tentar mudar. Eu só conseguia pensar em mim e minha obsessão. A morte havia me engolido muito antes de eu ter puxado o gatilho. O mundo através dos meus olhos parecia morrer comigo. Chega uma ocasião quando todas as coisas cessam de brilhar. Quando os raios de esperança se perdem."

Trágico, trágico! Este jovem simplesmente não via esperança. Nenhuma outra saída além da morte. Ele fez tudo o que podia, ele pensou, mas continuava afundando.

O suicida falha tipicamente em fazer uma coisa muito importante: olhar para a variedade de respostas a seus problemas. Eles tendem a restringir drasticamente suas opções, vendo geralmente apenas dias possibilidades: Livrarem-se do problema completamente, ou tirarem a sua vida simplesmente. Seu sofrimento e desespero tiram-lhe todas as outras opções.

Após termos aliviado em pouco o sofrimento dessas pessoas, devemos tentar o próximo passo e ajudá-las a ampliar suas opções. Muitos de nós temos que fazer escolhas na vida que envolvem possibilidades desagradáveis. Você sabe disso tão bem quanto eu. Nosso objetivo é selecionar a menos dolorosa.

Fazer um suicida simplesmente escrever uma lista das possíveis opções para a sua situação às vezes consegue afastar aquele idéia fixa em sua mente. É nessa altura também, que eles podem se tornar mais abertos ao aconselhamento.

Isso é importante. Podemos fazer isso sozinhos, a menos, claro, que não entendamos de aconselhamento. Eles estarão mais prontos a aceitar ajuda profissional se este for o meio de descobrir mais soluções.

O que o suicida precisa desesperadamente é de ESPERANÇA  .

Geralmente ele foi abatido por uma longa série de calamidades. Parece inútil prosseguir. Para ele, pelo menos, como é que as coisas poderão melhorar?

O que temos a fazer é persuadi-lo de que existe esperança; de que os dolorosos padrões do passado não têm que se repetir no futuro.

Sabe, essa é a parte principal das boas novas do evangelho. Nós não temos que ficar acorrentados ao passado. Não importa quantas vezes tenhamos fracassado, não importa quantos já tenham falhado conosco, Deus é capaz de nos dar o primeiro dia outra vez. Nosso  Criador é o Deus dos novos começos.

Veja a entusiástica saudação de Pedro em sua primeira epístola: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança mediante a ressureição de Jesus Cristo dentre os mortos." I Pedro 1:3.

O Pai é especialista em novos nascimentos, novos princípios. Ele pode fazer o passado ir embora e aqueles que inicial um relacionamento com Ele, são nascidos de novo "para uma viva esperança".

É esta viva esperança que o desesperançado tanto precisa. Uma esperança no presente, uma esperança que o afeta agora mesmo onde ele está.

Ela é baseada em quê? É baseada na ressureição de Cristo. Esse, afinal, é o maior exemplo de Deus criando uma nova opção em uma situação aparentemente sem vitória.

Seu Filho foi rejeitado pelo povo escolhido. Até os amigos mais próximos de Jesus O tinham abandonado ou traído. Os pecados do mundo tinham tirado a vida do Filho de Deus. Parecia não haver, do ponto de vista humano, qualquer saída desta calamidade.

No meio desta escuridão, entretanto, Cristo irrompe do túmulo, vivo, saudável e triunfante.

Após suportar o pior que os homens cruéis Lhe haviam infringido, Jesus emergiu como o Salvador do mundo.

Deus vira as coisas de cabeça para baixo. Transforma tragédia em vitória. Ele conduz eventos caóticos para uma forma significativa. Este é o Deus que nos inspira com esperança. A viva esperança, como diz a Bíblia.

Devemos inspirar o desespero ao nosso redor com esse mesmo tipo de viva esperança.

Jamais nos quedamos contra a parede tendo Deus do nosso lado. Jamais estamos indefesos ou desesperançosos, seja qual for o inimigo contra nós, desde que estejamos em contato com o Deus da ressureição.

Há mais uma coisa que podemos fazer por um suicida e que é uma parte essencial numa solução a longo prazo: é ajudá-lo a adquirir senso de propósito para a sua vida.

Essas pessoas precisam mais do que apenas sobreviver aos seus problemas. Elas precisam de uma grande razão para continuarem com a luta. Precisam de algum alvo positivo em que se fixar.

Veja agora a experiência de um homem chamado Bill. Sua história nos mostra claramente que diferença, sentido e propósito se pode fazer numa vida afundando no desespero.

"Quando eu cursava o colégio, adquiri o hábito de contemplar o sentido da vida. Como resultado, me tornei um suicida. Creio que foi o idealismo da juventude, revoltando-se com os desastres comuns do mundo. Certas ocasiões eu mal conseguia encontrar sentido em seguir uma carreira, em estudar, ou em viver. No meio de tantos compromissos que existiam, eu me vi exposto na escola a essa idéia de aceitação sem senso de valores que eu simplesmente não conseguia aceitar.

"Era mentira aceitar o mal. Era mentira dizer que as coisas estavam bem. Comecei, então, a brincar com a idéia de pôr fim em tudo. Foi quando, no meio de minhas reflexões, surgiu um pensamento: se houvesse um homem que tivesse uma vida boa, uma vida completamente boa, isso faria toda a diferença.

"Eu já tinha, entretanto, viso provas suficientes que mesmo o melhor da humanidade escondia crueldade em seus bolsos.

"E se houvesse uma exceção? Isso faria a diferença. Andei com esse pensamento por uns tempos como meu último argumento contra o suicídio.

"Então fui até a casa da minha tia. Ela era uma mulher cristã, e me fez lembrar dos dias que eu freqüentava a Escola Dominical. Não disse muita coisa, foi o caráter dela, eu acho. De qualquer modo, todas aquelas histórias sobre Jesus voltaram à minha mente. Verdades que estavam trancadas no fundo da minha mente, de repente acordaram lá dentro e eu percebi que essa era a minha resposta. Jesus Cristo era o homem completamente bom que vivera uma vida digna. Isso era apenas uma pequena ilha de sentido no meio do meu triste mundo. Era uma razão para viver!

"Agora eu acho esta relação com esse Homem, esse Deus, Jesus Cristo, e isso faz toda a diferença."

Bill encontrou uma razão para viver, trata-se de um belíssimo testemunho. Ele encontrou algo que se tornou maior em sua mente do que todos os problemas que sempre o cercavam.

Nossa fé em Jesus Cristo é a razão mais poderosa que existe para viver. Até os sociólogos estão descobrindo isso.

O Dr. Ronald Maris, editor de um jornal de pesquisas sobre suicídio, falou recentemente em uma entrevista sobre os valores religiosos e o suicídio. Ele concordava com outros pesquisadores e suas descobertas de que o declínio nos valores religiosos entre os jovens os torna menos resistentes para enfrentar as dificuldades da vida.

As atividades religiosas, o Dr. Maris declarou, ajudam claramente a evitar o suicídio. A fé no Deus das Escrituras dá às pessoas propósito, algo pelo qual viver. O conteúdo das Escrituras nos dá esperança, sólida esperança.

É Deus quem nos diz através do profeta Jeremias: "Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e antes que saísses da madre, te consagrei..." Jeremias 1:5.

Deus diz a cada ser humano: "Você é especial para mim. Tenho um plano para você que ninguém mais pode realizar."

Precisamos divulgar essas boas novas com as pessoas desesperadas que nos cercam. A vida delas pode ter grande propósito.

O que sua religião diz àqueles que você encontra? Ela comunica esperança e ânimo ou é apenas mais um fardo?

Ela cura, orienta e dá esperanças ao coração partido, ou apenas o faz sentir-se culpado?

Temos que mostrar às pessoas que Deus pode lhes dar propósito, ele separou cada um de nós para Si.

Eu espero que cada um de nós possa ter esse tipo de fé hoje. Espero que as boas novas e os novos começos falem alto e claro através de nós àqueles gritos trágicos e distorcidos por socorro.

Não vamos deixar nenhuma deles ir embora sem ajuda.


 


 

10

ANJOS EM AÇÃO

George Vandeman

TOPO

 

Houve uma época, há muito tempo, em que imaginávamos o Céu habitado por anjos que desciam como raios, para fazer a vontade de Deus. Mas aí chegou a era da ciência e varreu o Céu por inteiro. Somente nuvens e névoas existiam lá em cima. As pessoas diziam que não existiam anjos.

    Outros, porém, criam na existência dos anjos como se fossem espíritos de conto de fadas. Mas agora, em nossa era totalmente científica, quem poderia imaginar que todos esses estranhos seres retornariam para assumirem seu lugar?

    Jaime parecia aos seus jovens pais, ser uma criança perfeita, um lindo menino cuja risada fácil e clara fazia o mundo todo parecer bom e certo. Quando Jaime morreu, de repente, com três anos de idade, os pais dele acharam que o mundo havia terminado. Eles simplesmente não conseguiam aceitar a tragédia. Em seu desespero, esse jovem casal decidiu visitar Jane Roberts, uma mulher que afirmava ser a canalizadora de mensagens do espaço exterior.

    – Por que nosso filho teve que morrer tão cedo? – o casal perguntou.

    Janet Roberts respondeu que um certo espírito-guia, chamado Seth, sabia. Entrando em transe, ela começou a transmitir uma mensagem de Seth:

    – A alma de seu filho veio para estar com vocês e ajudá-los apenas por pouco tempo – disse o espírito-guia.

    Ele continuou a explicar que Jaime tinha vindo para pagar uma dívida da vida anterior de seu pai e sua morte se destinava a ajudar seu pai a buscar respostas sobre a natureza da vida.

    Acredite ou não, mas o jovem casal achou essa mensagem bastante confortadora, e a partir daí, eles encontraram um sentido para a incompreensível tragédia e passaram a acreditar ardentemente em tudo o que Seth, o espírito-guia, disse.

    Querido, esses dois pais não são as únicas pessoas em busca de respostas e conforto em alguma fonte sobrenatural, que fale diretamente a eles. O fenômeno de canalização tem crescido tremendamente nestes últimos anos. Uma hoste de canalizadores afirma ter seus próprios espíritos-guias que falam através deles.

    Por exemplo, em um apartamento no bairro de Manhattan, Roberto Jonhson fala com um estranho sotaque irlandês e profere palavras que ele chama de tutela ou proteção de seres espectrais de Alfa Centauro, a estrela mais próxima de nós.

    J.Z. Knight realiza seminários nos fins de semana em noroeste do Pacífico onde as pessoas pagam quatrocentos dólares para ouvir Ramtha, um guerreiro de trinta e cinco mil anos, revelar sabedoria e profecias.

    – Quando você puder saber sem fazer nenhuma pergunta, você está no fluxo e no fluxo você se torna uma entidade eternal. Se o que você está fazendo o torna feliz de verdade e lhe traz alegria plena, então, entregue-se – diz J.Z. Knight.

    Uma mulher chorou enquanto ouvia Ramtha:

    – Isso me afeta fortemente – declarou após uma sessão – eu sinto o amor de Ramtha e percebo que não há qualquer negatividade nele.

    Jack Pursel, na Califórnia, ouve um antigo ser chamado Lazaris que diz:

    – Em nossa realidade não temos tempo.

    Uma mulher chamada Jo Ann Karl, afirma canalizar as palavras do Arcanjo Gabriel. E em uma casa no subúrbio de Seattle, a canalizadora Ruth Craig relata mensagens de Kuthumi, um monge budista do século dezenove.

    Talvez o mais famoso de todos seja Djwhal Khul, um ser cuja canalizadora Alice Bailey fez dele a luz condutora entre os adeptos da Nova Era.

    Sim, este amplo sortimento de "espíritos-guias" quase nos faz ponderar: os anjos estão em ação? O sobrenatural está voltando novamente?

    Amigo, a despeito de todas as afirmações da ciência ateísta, os seres humanos continuam ansiando por contatos pessoais com algo espiritual. As pessoas querem a companhia do sobrenatural, alguém lá de cima com poder especial, alguém com conhecimento sobre-humano para guiá-las através da vida. Existe uma fome profunda por passos ao nosso lado, algum sinal do além de que não estamos sozinhos, nem deixados com nossos próprios mecanismos.

    Mas quando vemos as mensagens desses espíritos-guias da Nova Era, algo muito perturbador se torna aparente. A despeito de sua ampla variedade de supostas origens, parecem todos o mesmo. Suas frases são do movimento potencial humano ou do budismo "pop zen", que por acaso é muito popular entre os canalizadores.

    Esses espíritos-guias tocam variações sobre um mesmo tema: você é o seu próprio Deus, não existe em absoluto o certo ou o errado, somente a realidade individual. Os espíritos canalizados até nós parecem realizar sempre a mímica do pensamento popular corrente.

    Amigo, se os anjos estão voltando à ação, então não são os verdadeiros. Eu creio que os espíritos-guias da Nova Era são falsificações dos anjos verdadeiros. Veja, o Deus do Céu quer ser um companheiro nosso. Ele quer nos guiar, quer caminhar ao nosso lado e uma das maneiras dEle fazer isso é através dos verdadeiros espíritos-guias: os Seus anjos. Existe uma enorme diferença entre os companheiros celestiais que Deus nos provê e os espíritos maus que nos seduzem a pensar que somos todos deuses.

    Agora vamos examinar os companheiros que Deus nos fornece: anjos celestiais. Em primeiro lugar, eles sempre nos ajudam a nos unir à única e verdadeira fonte de sabedoria e poder: Deus. Veja como Jesus os descreveu, quando dizia aos Seus seguidores que não desprezassem as criancinhas, e disse: "Porque eu vos digo que os seus anjos no céus sempre vêem a face de meu Pai que está no céus" (Mateus 18:10).

    Sim, até a menor das crianças tem um anjo no céu em contato próximo com o Deus Todo-Poderoso. Cada criança tem conexões muito importantes é o que Jesus parece dizer. Portanto, como nos atrevemos a dizer que as crianças são insignificantes?

    Anjos, ou anjos da guarda são mais um elo que temos com o Pai Celeste. Anjos que nos amam tanto e que fazem parte de nossa ligação vital com Ele. Esses guias não agem simplesmente segundo seus caprichos: eles não são demônios sussurrando a nós o que queremos ouvir. Não, eles vêm até nós diretamente de Deus, o Pai. Eles ajudam administrar Sua sabedoria e Seu poder. Os anjos agem em nome de Deus.

    Uma olhada pelas Escrituras nos mostra o quanto eles são de fato ativos. Os anjos de Jeová compeliram Ló e sua família a deixarem a cidade condenada de Sodoma. Vemos isso no Velho Testamento. Os anjos fecharam a boca dos leões famintos para o fiel Daniel. Os anjos trouxeram pão e água a Jesus após a Sua luta com Satanás no deserto da Judéia, e anjos visitaram o apóstolo João na Ilha de Patmos para dar-lhe as mensagens que se tornaram o livro do Apocalipse.

    Um caso de intervenção angélica se destaca em minha mente. Talvez você conheça a passagem no livro de Atos sobre a fuga do apóstolo Pedro da prisão. Pedro havia sido acorrentado num calabouço na fortaleza de Herodes por pregar o evangelho. Na noite anterior ao dia da sua execução, um anjo apareceu de repente na cela de Pedro e o acordou. As correntes se soltaram de suas mãos e pés. O anjo fez Pedro passar por portas trancadas com ferrolhos, barras e por fortes portões até ficar do lado de fora na rua, livre afinal.

    O anjo da guarda de Pedro foi enviado para resgatá-lo. Coisas desse tipo acontecem na Bíblia. Mas seriam apenas histórias da Bíblia? E quanto à atividade de Deus através dos anjos hoje?

    Inúmeras pessoas criadas em ambiente cristão tendem a pensar que superaram a necessidade de anjos. Esses anjos, essas criaturas voadoras foram um mito bom e confortante na infância, elas dizem, mas para os adultos, na era da tecnologia, os anjos não se encaixam no contexto.

    Às vezes, nosso mundo mecanizado, tão cheio de certezas científicas parecer ter varrido inteiramente os anjos do Céu. É verdade que os seres celestiais não fazem muitas aparições pessoais na Terra, mas há ocasiões, sob circunstâncias especiais, que os anjos aparecem bem próximos.

    Deixe-me falar a respeito de uma jovem cristã africana chamada Gakui. Ela caminhava sozinha por uma trilha na selva uma noite quando três homens apareceram. Eles a agarraram e a arrastaram para uma cabana. Os homens pertenciam a um culto violento no qual seus membros bebiam sangue e juravam lealdade incondicional a seus líderes.

    Na cabana, eles tentaram forçar Gakui a beber sangue e a fazer seu juramento, Ela recusou-se. Gakui devia lealdade somente a Cristo. Os homens ameaçaram a garota, mas ela permaneceu firme.        Finalmente eles gritaram:

    – Você quer morrer?

    – Não, não quero morrer – respondeu a garota – meu Jesus me salvará.

    Ao ouvirem o nome de Jesus, os raptores de Gakui pareceram ficar mais furiosos ainda. Bateram na jovem com paus, chutaram-na e a cortaram com facas até ela cair inconsciente. Aí, então, a jogaram em uma cama num canto da cabana. Gakui não sabe quanto tempo permaneceu inconsciente, mas quando de repente, acordou, sentindo os hematomas e cortes em seu corpo, aquela fiel jovem cristã lembrou-se de algo que sua professora lhe havia dito: "Algum dia talvez você tenha que sofrer por sua fé em Cristo."

    Foi quando um dos homens notou os olhos da garota piscando.

    – Ora, você não está morta – ele rosnou – mas não escapará de nós. Vamos ver se o seu Jesus vai cuidar de você agora. Não havia janelas na cabana e tinha guardas junto à porta. A situação parecia desesperadora. Mas, de repente, quando seu captor virou-se em direção ao fogão, Gakui sentiu alguma coisa tocando em seus pés. Olhou para baixo mas não havia ninguém lá. Os toques continuaram como se alguém a tivesse empurrando em direção à parede da cabana. De qualquer modo, de repente, ela se encontrava do lado de fora sem saber como aconteceu.

    Gakui olhou ao redor em busca de seu salvador, mas não havia ninguém ali. Todo o resto daquela noite a garota correu, caminhou e titubeou através do mato, mas pela manhã tinha chegado a um lugar seguro entre amigos cristãos.

    Para aquela jovem que permaneceu tão fielmente com Cristo, um anjo da guarda havia se tornado bem real. Ela conheceu a verdade desse trecho maravilhoso da Bíblia: "O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra." (Salmo 34)

    Mas ainda existem muitos hoje que não conseguem imaginar anjos acampando ao redor deles. Na verdade, as pessoas próximas do final do século vinte encontram-se em uma situação peculiar. Por um lado, os milagres da Bíblia parecem mais e mais remotos, a fé cristã infelizmente é cada vez mais desafiada pelo mundo secular. Cada vez menos, pessoas parecem buscar a intervenção direta de Deus na vida humana. É como se os progressos da ciência tivessem lançado concreto sobre o terreno da natureza que costumava proclamar um Deus criador. Todavia, ao mesmo tempo, um novo tipo de superstição se espalha por todos os lados. Nasceu mato nas rachaduras do concreto para chamar a nossa atenção. Fenômenos do oculto surgem por toda parte. Canalizadores se multiplicam dizendo-nos que um espírito-guia pode falar conosco através deles e aí estamos presos entre a ciência e a superstição tentando achar o caminho para um novo século.

    Parece que estamos cercados pelo materialismo de um lado e pelo ocultismo do outro. Os Céus parecem vazios numa terra cheia de vozes de espíritos. Para onde devemos nos voltar? Continuamos seres humanos, ainda temos os mesmos anseios de gerações antes de nós, continuamos buscando companhia espiritual para orientação pessoal em nossa vida através de um toque divino. Para onde devemos nos voltar?

    Sabe amigo, eu creio que os anjos de Deus fazem parte da imagem que precisamos desesperadamente ver hoje. Eles fazem parte da verdade que tanto o materialismo como a superstição ignoram. Existe um meio de evitar ambos, o vazio do mundo secular e os perigos do ocultismo.

    Os anjos são mensageiros de uma fonte somente: Deus, nosso Pai celeste. Eles executam a Sua vontade e a de mais ninguém. Eles exercem cuidados de Deus sobre os filhos dEle. Hoje, nesse momento, os anjos trabalham em nosso mundo para nos manter mais unidos ao Deus celeste. Essa é a grande finalidade da atividade deles.

    Os espíritos-guias dos canalizadores, entretanto, são "free-lancers" e estão desligados dos claros ensinamentos das Escrituras. Todas as suas mensagens são sempre parecidas com as que seus seguidores querem ouvir. Se tais vozes tiverem ligação com o sobrenatural, é com o demônio, o primeiro a dizer a mentira: "Vocês serão iguais a Deus".

    Nosso mundo secular precisa desesperadamente voltar a fazer contato com o Criador, com alguém importante que intervenha, que seja ativo em nosso mundo e isso é exatamente o que os anjos de Deus representam. Eles são as mãos de Deus estendidas em nossa direção. Se acharmos difícil acreditar que os anjos são realmente ativos, é somente porque estamos vendo a Deus um tanto inativo. Não podemos deixar isso acontecer conosco. O problema está em nosso modo de visualizar a Deus como um amigo, e isso não é um problema novo. Perder o contato com um Deus que realmente se importa, que realmente age, é uma dificuldade humana muito antiga. Sintonizar-se em um Deus sapiente e todo-poderoso em lugar de em outras vozes falsas é um desafio antigo.

    Um servo do profeta Eliseu acordou uma manhã e viu uma coisa aterrorizante. Lá dos muros de Dotã, o homem viu um exército inteiro acampado num círculo ao redor da cidade. O rei da Síria havia se esgueirado com suas tropas à noite e preparado uma armadilha para Eliseu, o qual ele acreditava estava fornecendo ao seu inimigo, o rei de Israel, valiosas informações militares.

    O servo de Eliseu olhou para a infantaria, a cavalaria e os carros todos armados até os dentes e espalhados pelas colinas que cercavam Dotã. Ele começou a tremer. Parecia não haver qualquer meio de fuga. Correndo até seu mestre Eliseu, ele exclamou quase em pânico:

    – Ó meu mestre, o que vamos fazer?

    O profeta permeneceu estranhamente calmo e respondeu com estas notáveis palavras: "Não temas: porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles" (II Reis 6:16).

    O servo não entendeu muito bem. Claro que um punhado de moradores de Dotã que sabia manejar arma não era páreo para aquele exército invasor. Eliseu notou o temor e a perplexidade do homem e por isso pediu a Deus que lhe abrisse os olhos para que ele pudesse ver uma imagem mais real de todos os soldados reunidos do rei da Síria. Deus atendeu aquela oração. De repente os olhos do servo foram abertos e ele viu um outro exército lá fora; de fato, as colinas estavam cheias de cavalos e carros de fogo. Os agressores haviam sido cercados por um exército de anjos. Era verdade, as forças aliadas ao profeta Eliseu eram bem maiores do que as que apoiavam o rei invasor.

    Amigo, precisamos ter os olhos abertos do mesmo modo hoje. É fácil ver apenas as ameaças contra nós lá fora ou ver apenas colinas totalmente vazias de anjos. Precisamos olhar mais atentamente. Deus é ativo. Deus se importa e Ele intervém em nosso favor. Seus anjos estão sempre em ação vindo do trono de Deus para nos ajudar. Podemos não vê-los o tempo todo, mas continuam lá. Ainda é verdade, o poder de Deus que nos cerca é maior que a força do inimigo. Sim, podemos notar a presença do Senhor ao nosso redor. Podemos saber que o Seu grande poder e graça estão perto por causa do trabalho dos anjos de Deus.

    Aqueles que queremos do nosso lado são anjos do nosso Pai Celeste e nenhum outro. A habilidade do Pai Celeste é o que conta no final e isso é o que os anjos estão tentando nos mostrar. A força de Deus é o que importa. Temos que ouvir apenas a Sua voz quando Ele fala através das Escrituras. Temos que buscar apenas a companhia dele, através de Jesus Cristo.

    Espíritos-guias ocasionais somente murmurarão o que queremos ouvir, ou pior, nos seduzirão com mentiras demoníacas. A companhia deles envolve um terrível preço. Mas graças a Deus por Ele estar sempre se estendendo em nossa direção. Jamais ficaremos tão desgarrados que nosso Pai não possa nos achar. Não é hora de nos aproximarmos dEle também? Está na hora de termos em nossa mente a imagem certa de quem o Pai Celeste realmente é. É hora de nossos olhos serem abertos para ver Seus grandes braços ao nosso redor, fortes como um exército de anjos.

    Deposite sua fé em Deus hoje. Ele é aquele que mais o ama, dando o Filho para morrer pelos seus pecados. Ele o aguarda e o quer salvar se você apenas aceitar Seu dom da vida em Jesus. Faça aqueles anjos cantarem um pouco mais alto, um pouco mais alegremente agora, enquanto você se entrega nos braços do Pai Celeste.

EM NOME DE JESUS

Letra: Phill McHugh, Gloria Gather e Sandi Patti Helvering

Música: Sandi Patti Helvering

Tradução: Valdecir Lima, Sonete e Costa Junior

Muitos vieram para ver

aquEle homem galileu.

Não havia explicação

pra um carpinteiro ter

tanto louvor da multidão!

Tem nos olhos o poder

de ler qualquer coração.

Ele está unido ao Pai

e fala de amor;

Ele vem em nome do Senhor.

Coro

Há poder em Teu nome, Jesus.

Há esperança em Teu nome, Jesus.

Temos força em Teu nome, Jesus.

Bendito és Tu, Jesus,

pois Tu és o Senhor.

Quando nos vêm desilusões

e a nossa vida se desfaz,

mesmo em meio a tanta dor

ainda existe a paz,

crendo no nome do Senhor.

o doce nome de Jesus

poder e força produz;

Ele traz a eterna paz,

Ele é a eterna luz.

Há poder no nome de Jesus.

 

Coro

Teu nome será louvado para sempre,

Criador, Redentor e Rei.

Coro

Gravado por "Arautos do Rei no MMLP 4801 de " A Voz da Profecia"

ORAÇÃO

Meu Pai, precisamos da Tua sabedoria, do Teu poder, da Tua intervenção em nossa vida. Ansiamos pela Tua companhia. Obrigado por tornares isso tudo possível, através do sacríficio de Jesus Cristo na cruz. Nós aceitamos a Jesus como nosso Salvador e como Senhor de nossa vida. Queremos viver cada dia em Teus braços eternos. Nosso Pai celeste, mantém-nos sintonizados em Tua voz, em Tuas mensagens apenas. En nome de Jesus, amém.

Caso você queira aprofundar o seu conhecimento da Bíblia,

solicite agora mesmo o

  Curso Bíblico do programa "Está Escrito".

 Ele é inteiramente grátis. Teremos o maior prazer em atender sua solicitação. Entre em contato conosco agora mesmo.

Está Escrito

Caixa Postal 1800

20001-970 Rio de Janeiro, RJ

Telefone (021) 567-3336

Fax (021) 264-1252 


 


 

11

MENSAGEM ALÉM DE NETUNO

George Vandeman

TOPO

 

Foi uma mensagem que chegou como um sussurro, vinda de quase cinco milhões de quilômetros, atravessando o sistema solar por um fraco sinal de rádio, medindo apenas uma insignificante parte de um watt. Exigiu 38 antenas de rádio espalhadas pelos quatro continentes para captar a mensagem.Um mundo sem fôlego assistia extasiado a Voyager II tranqüilamente informar os emocionantes detalhes sobre aquele incrível planeta. Netuno, fora das fornteiras do nosso sistema solar, na divisa do espaço profundo e o grande além.Que mensagem a Voyager II enviou para nosso planeta solitário? Ela informou mais do que os cientistas desejavam?Sempre me senti fasicnado pelo espaço, pelo estudo de astronomia, por isso tenho acompanhado com ansiedade esta viagem histórica do Voyager II. Uma viagem de sete bilhões de quilômetros através do espaço numa rota que se faz uma vez na vida, visitando quatro dos planetas externos do nosso sistema solar: Júpiter, Saturno, Urano e recentemente aquela linda esfera azul no extremo do sistema, Netuno. Como vê, na década que passou, um alinhamento planetário ocorreu, o quel só se repetirá dentro de 176 anos. Era uma oportunidade boa demais para deixar passar. Essa viagem excedeu a todas as expectativas de nossos maiores cientistas. De acordo com um relatório, a Voyager II enviou para a Terra mais de cinco trilhões de dados científicos. O bastante para encher seis mil enciclopédias Britânicas completas. Tem sido uma avalanche de novas e empolgantes informações. Não me admira alguns dos entusiasmados observadores científicos reclamarem com certa frustração, que aboserver aquilo tudo era como tentar beber água numa mangueira de incêndios. Agora a Voyager II está planando tranqüila para dentro do espaço interestelar. Dentro de poucos anos, sem dúvida, ela irá silenciar-se. Seus pequenos e cansados geradores estão muito fracos para enviar qualquer sinal forte o bastante par atingir a Terra a bilhões de quilômetros distante. Todavia, mesmo quando os sinais da Voyager Ii tiverem cessado de chegar a nós, continuaremos a receber mensagens, mensagens sem fim, mensagens de Deus, daquele grandioso mundo do espaço sideral explorado tão recentemente por essa máquina feita pelo homem. Acompanhe-me, considerando com atenção o que podemos aprender desta viagem através do espaço. É impressionante considerar o que o homem pode fazer. Voyage II, que conquista incrível. Mas sabe, a última viagem teve um início tumultuado. No início, o computador de bordo sofreu uma "vertigem robótica" e parecia não saber sequer para onde apontar a nave. Um "chip" do computador falhou, apagando parte da memória potencial. Mais tarde, um receptor de rádio falhou e as plataformas das câmeras emperraram. Um repórter descreveu o módulo como "artrítico, parcialmente surdo e um pouco senil".

Quando se aproximou de Netuno, entretanto, de algum modo deu tudo certo. Quando a Voyager II se aproximava de Netuno, seguindo uma rápida trajetória meticulosamente projetada por computador para vários anos e sete bilhões de quilômetros, saiu apenas trinta e cinco quilômetros do curso. Uma precisão equivalente a acertar uma bola de golfe no buraco a três mil e seiscentos quilômetros.

Quando a sonda se aproximava de cada planeta, os campos gravitacionais a puxavam e em seguida a empurravam em seu caminho acelerando rapidamente sua velocidade, até que quando ela se aproximou de Netuno, estava percorrendo o espaço à incrível velocidade de cem mil quilômetros por hora. Esses pequenos empuxos, a propósito, abreviaram uma viagem de trinta e dois anos para uma viagem épica e muito mais emocionante de doze anos à velocidade da luz. E as fotografias... aquelas de tirar o fôlego, daquela lindíssima esfera são também um milagre. Netuno recebe apenas um milésimo da luz do sol que temos aqui na Terra. Portanto as câmeras da Voyager exigiram tempo de exposição de até quinze segundos, um feito e tanto a cem mil quilômetros por hora. As câmeras de TV tiveram que dar panorâmica em seu material focalizado para evitar que manchasse o ajuste com uma plataforma giratória sempre com muito cuidado e até pendendo ou guinando a própria espaçonave para obter essas fotos perfeitas.

Pode imaginar o que foi preciso para direcionar tudo isso a cinco bilhões de quilômetros distante? Incrível!

Sim, temos que saudar os homens e as mulheres que ajudaram a transformar esse sonho em um marco notável na exploração do espaço. A viagem da Voyager II é um testamento da visão e da tecnologia do século vinte e um.

Mas na alegre atmosfera de auto-elogios e parabenizações, temos às vezes nos esquecido do poder que primeiramente colocou esses planetas lá? Pense sobre isso por um momento.

A Voyager Ii foi uma tremenda conquista, mas muito maior foi o feito de colocar esses planetas em órbita muitos séculos antes de nossos ancestrais sequer terem sonhado em voar.

Talvez você tenha lido as conflitantes teorias cnsioderadas durante a viagem da Voyager. Como foram esses planetas formados? Como eles, um a um, entraram em suas órbitas perfeitas em torno do nosso sol? O que os mantém firmes no curso? E quanto às luas? Como e quando elas foram formadas? Os cientistas ficaram recentemente deslumbrados ao descobrir novas luas planetárias ao redor de Netuno. Mais luas do que haviam imaginado que pudesse existir. Quem as colocou lá? E também a estarrecedora vastidão de tudo. Bilhões de quilômetros. Esta viagem da Voyager, uma viagem relativamente curta, a cem mil quilômetros por hora, na verdade mal alcançou um minúsculo canto do universo.

Os cientistas predizem que a Voyager II ao continuar no espaço, atingirá a estrela Ross 248, por volta do ano quarenta e dois mil. Em duzentos e noventa e seis mil anos ela chegará perto, aproximadamente, quatro anos luz de Sírio, na nebulosa Cão. Duzentos e noventa e seis mil anos a cem mil quilômetros por hora apenas para se aproximar do quintal da estrela mais próxima?

De novo eu pergunto: quem criou isso tudo?

Amigo, quanto você ouve teorias sobre quatro bilhões e meio de anos e explosõs galáticas e luas formadas por OVNIs, Marcianos Kamikazes, eu sugiro que você dê uma olhada neste Velho Livro em busca da verdade. Mesmo quando a família humana esntre nesta nova década e breve um novo século de conquistas científicas, a verdade de primeira página permanece imutável: "No princípio criou Deus os Céus e a Terra." Gênesis 1:1.

Bastante claro, não ahca? Deus criou tudo. Todos os nosso splanetas os quais receberam cegamente nomes de deuses pagãos, Mercúrio, Júpiter, Netuno... foram todos criados pela poderosa palavra do nosso Deus.

Alguns versículos depois, somos lembrados mais especificamente: "Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas." Gênesis 1:16.

Sim, os milagres do homem de aprender e explorar apenas servem para colocar em um pedestal mais alto o milagre maior da história da criação em Gênesis. Este grande universo, com suas estrelas, constelações e galáxias, bilhões e trilhões de quilômetros e a viagem da Voyager II é um facho de luz iluminando a verdade encontrada no livro dAquele Criador.

Salmo 19:1: "Os Céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos." A sua fé em uma pessoa aumenta quando você vê o que ela pode realizar. Estou impressionado com a especialidade, a eficiência, a delicada precisão da equipe da NASA e todos aqueles engenheiros e especialistas em computador do laboratório de propulsão a jato. Creio que se eu precisasse de algum serviço em minha casa que exigisse essas mesmas habilidades, eu não hesitaria em chamar alguns desses especialistas para fazer o serviço para mim, se ele tivesse tempo.

Bem, quero lhe perguntar uma coisa. Quando vemos o que Deus tem realizado através do Seu poder criador, a nossa fé nEle aumenta? Podemos confiar nEle? El colocou esses planetas em seu lugar, em perfeita ordem. Poderia Ele fazer o mesmo com nossa vida? Ele mantém um equilíbrio perfeito através do Seu vasto universo, mantendo uma paz silenciosa e uma beleza de funcionamento. Podemos confiar nEle para realizar a mesma coisa em nossa experiência diária com Ele? É algo para se pensar, não concorda?

Sim, devo concluir que se Deus pode criar aquele lindo planeta azul tão distante, equilibrando seus anéis gelados, fazendo girar suas oito luas em perfeita simetria e manter aquele inteiro sistema planando em sua imensa trilha ao redor do Sol a cada cento e sessenta e cinco anos, eu creio de todo o meu coração que eu posso confiar a minha vida a Ele.

Você sabia que a Voyager II contém um toca-disco a bordo? De fato, um disco de cobre completo no estilo da era espacial com cartucho e instruções para funcionamento. Os astrônomos da NASA o colocaram a bordo na esperança de que em algum lugar lá no espaço, alguma forma de vida inteligente possa, um dia, encontrar a Voyager II e ouvir nossa mensagem de paz.

O que contém a mensagem? Saudações da Terra em sessenta línguas diferentes e os sons naturais de nosso planeta, como trovões, sapos coachando, bebês chorando e o cordial sotaque sulista do ex-presidente Jimmy Carter. Ele é quem presidiu o lançamento da Viyager II anos passados. "Este é um presente de um pequeno mundo distante", disse ele, "estamos tentando sobreviver em nosso tempo para que possamos entrar à sua era! Este disco representa nossa esperança, nossa determinação e nossa amizade em um universo vasto e solitário."

Belas palavras, não acha? Não sei a quem essa mensagem poderá alcançar, mas sabe, todas as noites quando vou para o quintal de minha casa e olho para o céu, recebo uma mensagem de volta vinda dos vastos rincões do céu. Essa mensagem vinda rápida de outra direção, chega alta e clara a mim ou a qualquer outro que a observe: Deus, o construtor do Universo ainda está no comando. Ele ainda guia Netuno e todos os nossos planetas em seus cursos. Ele mantém especialmente um planeta minúsculo e surrado na palma de Sua mão. Ele ainda tem planos para esse planeta muito especial e estou contente por isso.

Sabe, a Voyager II me faz lembrar de um outro milagre que você e eu experimentamos diariamente. Mencionei há pouco que aquele sinal de rádio fraco transmitido através de bilhões de quilômetros de espaço, penetrando a atmosfera de nossa Terra, era captado por enormes antenas parabólicas da rede do espaço profundo espalhado por todo o nosso globo. Um sinal tão fraco que sua força era de apenas cento e vinte bilionésimos do que se precisa para funcionar o seu relógio digital. Você sabia que mesmo à velocidade da luz, aquele fraquíssimo sinal leva mais de quatro horas para fazer essa viagem relativamente pequena? E mês a mês, esse sinal vai enfraquecendo, ate um dia a Voyager II entrar na escuridão eterna além do nosso alcance. Todavia, de manhã a manhã quando você e eu nos ajoelhamos e enviamos nossas mensagens ao Pai Celestial, tais sinais chegam lá instantaneamente, viajando muito mais longe e rápido do que a velocidade da luz. E chegam claras como cristal. Os receptores do satélite celestial de nosso Deus funcionam com total eficiência as vinte e quatro horas do dia para captar o mais fraco sussurro de oração. Não é uma boa notícia?

E os sinais dEle, também enviados para você e para mim de uma distância muito maior que os cinco bilhões de quilômetros de Netuno, chegam até nós tão claros como um sino. Este grande livro me envia mensagens todas as manhãs tão claras e atuais hoje, como quando foram escritas em pergaminhos. Deus nos envia mensagens através da Sua palavra, através de seus servos, os profetas, através dos suaves impulsos do Espírito Santo, e certamente através do livro da natureza.

Novamente, os céus declaram a Sua glória, a mim e a você. Sou tão grato hoje pelo sistema de comunicação entre nós e o Céu, sistema que supera as mais intricadas maravilhas inventadas pela NASA.

Você se lembra de uma oração desesperada feita pelo profeta Daniel séculos atrás? Quão rapidamente a mensagem chegou? Quão rapidamente a resposta veio? Daniel 9:20 e 21 diz o seguinte: "Estando eu ainda falando e orando e confessando o meu pecado e o do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do Senhor meu Deus pelo nome santo do meu Deus, estando eu ainda falando na oração, o varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente e tocou-me à hora do sacrifício da tarde." Imagine, Daniel ainda estava orando e o anjo Gabriel já estava ao seu lado com a resposta. Foi de imediato.

Pode ocorrer o mesmo conosco também. Nossa comunicação com o Trono do Céu viaja nos dois sentidos à velocidade celestial. Nenhuma mensagem truncada se perdeu.

Amigo, você tem orado recentemente e ponderado se as baterias estão arriando? Se o seu sinal de socorro está fraco demais para chegar ao destino? Acredite, Deus promete ouvir e responder. Você tem a palavra dEle quanto a isso: "O Senhor me ouve quanto eu clamo por Ele." Salmo 4:3.

Eu sei, repetidas vezes está escrito aqui, e tenho visto provas inegáveis de que o nosso Deus é um Deus que ouve. Ele ouve nossas orações e as atende.

Sabe, "Está Escrito" não é apenas um programa de televisão. Somos um ministério de oração. Gostaria que você pudesse estar consoco todas as quartas-feiras quando realizamos um programa semanal de oração e também durante os outros dias da semana, onde oramos por todos aqueles que nos escrevem.

Gostaria que você pudesse ler algumas dessas cartas magníficas.

Uma jovem mãe arrasada pela repentina perda do marido, tentando sobreviver com três crianças pequenas: "Não consigo ver uma saída. Por favor, orem por mim". Você pode imaginar?

Amigo, nós oramos por essas pessoas queridas aqui mesmo em nosso trabalho. Neste círculo de oração, roamos nominalmente por essas pessoas em especial, que nos revelam suas grandes necessidades. E quantas bênçãos obtemos, minha equipe e eu, quando levamos todas essas preocupações até o nosso Pai Celestial!

Convido você agora a pensar comigo de novo na minúsculo Voyager II que continua viajando aos pontos mais escuros do espaço, diminuída mais ainda pelos planetas por onde passou. Ela segue agora dentro da vasta escuridão onde as distâncias são medidas pelos fantásticos limites de anos-luz. É tão escuro por lá, tão solitário mesmo a cem mil quilômetros por hora. É só silêncio. É vazio. Mas não em toda parte.

Em algum lugar por lá, meu amigo, há uma cidade, uma cidade de verdade. Uma cidade não de trevas, mas de luz. Uma cidade não habitada por criaturas estranhas e misteriosas criadas por um filme de ficção científica de Hollywood, mas por gente de verdade que faz parte da família de Deus.

Sim, eu disse faz parte da família de Deus. Deus está lá. Jesus está lá. Muitos anjos estão lá, assim como Enoque e Elias e algunso outros escolhidos. Mas aquela cidade está um tanto vazia, por enquanto. Muitos de seus moradores ainda estão sobrevivendo em um minúsculo planeta distante. Um planeta chamado Terra. Você e eu, por exemplo, aqui estamos, mas um dia muito breve poderemos fazer essa viagem, essa inesquecível viagem através do espaço até a cidade de Deus. Pode imaginar essa viagem?

Trilhões de quilômetros viajando mais rápido do que os criadores da Voyager II jamais conheceram. Jesus e Seus amigos escolhidos viajarão através de nosso sistema solar passando pelos planetas externos, passando por estrelas próximas e distantes e finalmente parando naquele grande portão que dá acesso à cidade do espaço.

É verdade, meu amigo, a cidade e a viagem a essa cidade. Eupretendo fazer essa viagem. E quanto a você? Você aceitou Jesus como seu Salvador? Como seu amigo? Como seu piloto para essa grande viagem atrvés do espaço? Por favor, faça isso agora.


 


 

12

O QUE EU GOSTO NOS JUDEUS

George Vandeman

TOPO

 

Os guerrilheiros israelitas se agitavam em seu esconderijo na montanha. Um exército de sírios desavisados fervilhava na planície abaixo. A emboscada estava pronta. E assim começou a primeira luta pela liberdade religiosa, há mais de dois mil anos.

A crise ocorreu em 168 a.C., quando Antíoco Epifônio determinou impor a religião do Estado por todo o seu reino. Antíoco enviou patrulhas à Palestina para promover o culto pagão. Construiu uma estátua para o ídolo Júpiter no Templo de Jerusalém. Não satisfeito com a ofensa, cometeu o grande sacrilégio de sacrificar suínos no altar do Templo.

Todos os que não negavam sua fé eram mortos.

Jerusalém estava desassossegada. As coisas ferviam quando Matatias, um velho sacerdote, desafiou a ordem de um oficial sírio, de ajoelhar-se diante do altar pagão. Em vez disso, desembainhou a espada e matou seu algoz. Em seguida, fugiu com seus cinco filhos. Embora Matatias tenha morrido, seus filhos, liderados por Judas, prometeram guardar a fé.

Judas Macabeu montou um exército mal equipado, mas heróico, de combatentes pela liberdade de consciência, dispostos a lutar até a morte. Seus três anos de luta marcaram o primeiro uso bem-sucedido das táticas de guerrilha. Retiradas rápidas, emboscadas, ataques noturnos. Em número bem menor e com pouquíssimas armas, a causa parecia perdida. Mas seu líder continuou firme. "Coragem", animava ele. "Em relação ao Céu, não faz diferença sermos mortos por muitos ou por poucos." Corajosamente, os israelitas atenderam ao desafio de seu líder.

Antíoco reuniu o exército para esmagar a revolta, mas os sírios foram derrotados. Sem se intimidar, Antíoco enviou mais tropas, mas os intrépidos israelitas venceram novamente. Depois houve uma invasão de um exército ainda maior. Tão certos estavam os sírios da vitória dessa vez, que levaram consigo mercadores de escravos para prender o inimigo vencido. Judas encontrou esse exército perto da cidade de Emaús e o colocou em fuga, capturando armas e suprimentos suficientes para equipar dez mil soldados.

Na última e decisiva batalha, em 165 a.C., um bando de milhares de israelitas derrotou um exército de 47 mil soldados da cavalaria, infantaria e lanceiros montados em elefantes. Jerusalém estava salva. Os alegres vitoriosos limparam o santuário e rededicaram o templo. Em todos os invernos, celebra-se essa libertação no festival de oito dias do Hanukkah.

Você sabia que a existência futura do Cristianismo esteve em perigo durante essa crise? A vitória dos israelitas sobre Antíoco preservou a herança religiosa do Deus único, para ser levada por todo o globo pelo Cristianismo, Judaísmo e Islamismo.

Clifford Goldstein é agora um cristão que tem dedicado a vida para melhorar as relações entre as comunidades cristãs e judaicas.

Clifford é redator e também o editor da revista Shabbat Shalom.

 

Vandeman: Clifford, fale-nos um pouco a seu respeito. Você é casado?

 

Clifford: Eu me casei há cerca de quatro meses.

 

Vandeman: Qual é sua idade?

 

Clifford: Acabei de completar 30.

 

Vandeman: E onde você nasceu?

 

Clifford: Bem, como muitos Judeus, nasci em Nova Iorque. E, como muitos deles, fui criado em Miami Beach e morei uns tempos em Israel. Imagino que a grande diferença é que, quando estava morando em Israel, eu me tornei um seguidor de Jesus, o Messias.

 

Vandeman: Não é interessante? Em um kibutz?

 

Clifford: Estive num kibutz, no norte da Galiléia ao longo da margem das montanhas de Golan e fui batizado no rio Jordão.

 

Vandeman: Agora, fale-nos um pouco sobre seus conceitos, sua história e sua herança.

 

Clifford: Bem, para mim a herança judaica é uma inspiração, é quase como ler um livro de aventuras. A coisa que acho mais emocionante é o modo como os Judeus sobreviveram todos esses anos. Quando muitas das nações pagãs em torno deles sacrificavam seus filhos e seus bebês a todos aqueles deuses diferentes, os Judeus eram ministros e sacerdotes no lindo Templo de Deus. E quando Londres e Paris não passavam de pântanos, os Judeus já tinham Jerusalém. E isso é uma coisa emocionante.

 

Vandeman: Você conhece bem o Judaísmo para saber da dívida do cristianismo para com a fé judaica. Pode destacar algumas dessas grandes dívidas?

 

Clifford: Como cristão, passei a entender muito sobre o Judaísmo, seu propósito e por que o Senhor suscitou os Judeus para a obra que tinham a fazer. Há muitas coisas que os cristãos herdaram dos Judeus. É claro, a Bíblia, tanto o Antigo como o Novo Testamento, são Judeus do começo ao fim, os conceitos e todos os seus ensinamentos são Judeus. E Jesus também era Judeu. Portanto, temos muita coisa deles. Toda religião, na verdade, vem dos Judeus. E vocês têm hoje a lei, a mesma que os Judeus têm guardado. Todo o conceito de sacrifício do Messias, da redenção, o monoteísmo, são conceitos que foram tirados dos Judeus. E, como Judeu e cristão, tenho uma perspectiva especial sobre isso.

 

Vandeman: Obrigado, Clifford.

 

Não há a menor dúvida. Nós, cristãos, devemos muito à herança judaica. Pense um momento sobre isso. Nós adoramos o mesmo Deus e seguimos as mesmas Escrituras hebraicas. Quando perturbados, encontramos conforto nos mesmos Salmos. As crianças judaicas e cristãs se deliciam com as mesmas histórias: Davi, Golias, Daniel na cova dos leões, a corajosa e bonita rainha Ester. Honramos os mesmos pais na fé: Abraão, Moisés, Elias e muitos mais. Nós até defendemos valores idênticos, baseados nos Dez Mandamentos de Deus. Sim, os crentes Judeus e cristãos partilham muita coisa em nossa religião. A maior diferença talvez seja em relação à fé em Jesus como o Salvador, ou Messias. Porque existem divisões mesmo entre os estudiosos Judeus quanto ao significado do Messias e outras crenças.

Dentro do Judaísmo, encontramos algumas ramificações: a Ortodoxa, a Reformadora e a Conservadora. A Ortodoxa tem o maior número de sinagogas, mas a maioria do povo Judeu americano se identifica com a Conservadora ou a Reformadora. Vários subgrupos também crescem; um dos principais é o Movimento Reconstrutor. A despeito das congregações terem total independência, elas conseguem manter uma extraordinária unidade.

Isso é notável, uma vez que o povo Judeu tem se espalhado fora de sua terra natal nos últimos dois mil anos. Há muitos anos, os exilados adolescentes, José e Daniel, levaram bênçãos para a terra de seu cativeiro. Os imigrantes Judeus têm sempre enriquecido os países que os recebem de muitas maneiras. Muitos dos mais famosos e melhores músicos, cientistas, advogados, artesãos, artistas, homens de negócio, generais, filósofos e estadistas da História foram Judeus.

Com certeza, os Estados Unidos não seriam a grande nação que são hoje se não fosse a contribuição do povo Judeu. No início da história colonial, refugiados Judeus buscaram a liberdade em terra americana.

Apesar de sofrerem um pouco com o preconceito e alguma perseguição nos Estados Unidos, eles cresceram. Por exemplo, os colonizadores Judeus de Portugal encontraram segurança na nova Amsterdã Holandesa. Em 1654, eles estabeleceram a primeira sinagoga oficial no novo mundo. Em 1850, 77 congregações judaicas tinham sido organizadas em 21 estados. Hoje 3.500 sinagogas na América do Norte servem aos nossos sete milhões de Judeus.

O povo Judeu ainda sofre preconceito e discriminação. Muito disso vem dos supostos cristãos. Sabemos com grande tristeza que Adolph Hitler subiu ao poder e massacrou milhões de Judeus em uma terra com grande herança cristã. É claro, Hitler não praticava o cristianismo. Os crentes alemães ficaram chocados com os horrores dos campos de extermínio. Mas não podemos negar que Hitler usou o preconceito e o medo que muitos protestantes tinham do povo Judeu.

Nós, cristãos, às vezes, esquecemos que o próprio Jesus era Judeu. Ele nasceu da linhagem real de Davi, da tribo de Judá. Todos os Seus apóstolos eram Judeus. Então por que o próprio povo de Jesus O rejeitou? Bem, para começar, Sua afirmação de que era divino pareceu fora da linha do pensamento deles. Quando proclamou: "Eu e Meu Pai somos um", Jesus pareceu violar o princípio básico da crença judaica. Todo hebreu devoto repete diariamente o "Shemá": "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o Único Senhor..." Deuteronômio 6:4-9.

Eles pensavam o seguinte: "Ora, uma vez que o Pai é um, como Jesus pode Se atrever a compartilhar da divindade com o Pai?" Essa perplexidade levou os líderes religiosos daqueles dias a acusar Jesus de blasfêmia e decidiram condená-Lo à morte.

Você pode ler tudo sobre isso em João 10:30. Teria sido útil, entretanto, lembrar o primeiro capítulo da Torah. Deus tinha dito: "Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança." Gênesis 1:26. Essa forma plural para Deus obviamente requer a presença de pelo menos duas pessoas. Embora a pluralidade de Deus não negue Sua unidade, como notamos no versículo seguinte. Ele diz: "E criou Deus o homem à Sua imagem." Gênesis 1:27. Evidentemente, deve haver um Deus, uma única cabeça, com membros plurais. Nossa mente humana limitada não consegue compreender isso. Assim como não conseguimos entender como Deus não teve princípio, mas existiu toda a eternidade. Sim, essas coisas e muitas outras são impossíveis de explicar. Mas quando aceitamos as Escrituras como estão escritas, como podemos negá-las? Lembre-se, no nascimento de Jesus, os sábios do Oriente perguntaram onde o Messias iria nascer. E os líderes Judeus apontaram na direção da pequena cidade de Belém, citando Miquéias 5:2: "E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade." Ao que parece, eles esqueceram a última parte do texto, que documenta a história eterna do Messias. Eles sabiam aonde Ele viria, Belém, mas não perceberam de onde viria é da eternidade. Seria mesmo blasfêmia Jesus afirmar ser um com o Pai e ter um relacionamento eterno com Ele? Bem, considerando as Escrituras que acabamos de ler, de que outro modo poderia ser? Outros fatores contribuíram para a rejeição de Jesus pelos líderes daqueles dias. Como no tempo de Antíoco, a nação sofria de novo o jugo de um governo estrangeiro. Mas, dessa vez, com uma diferença importante: Israel desfrutava da liberdade de religião. Portanto, a situação era mais um inconveniente político do que uma crise espiritual. Mesmo assim, a nação ansiava libertar-se de Roma. Eles queriam um Messias que, como Judas Macabeu, expulsasse o inimigo e restaurasse a sua independência. Jesus não tinha interesse em organizar exércitos para salvar o povo dos romanos. Ele veio para salvá-lo do pecado. Desde que Jesus frustrou as expectativas, Israel falhou em aceitá-Lo. Mas, no dia em que Ele foi crucificado, alguns pensaram de outro modo. Imagine uma conversa no Calvário, entre dois membros da alta corte judaica, Nicodemos e José. Ambos tinham se comovido profundamente com os ensinamentos de Jesus. Embora nenhum deles houvesse se identificado com Ele, José cria secretamente. Nicodemos, entretanto, ainda lutava com a dúvida. Enquanto a multidão olhava para Jesus em Sua agonia final, os dois líderes Judeus se afastavam para uma conversa.

Nicodemos sugeriu que, se Jesus fosse de fato o Messias, teria salvo a Si mesmo da cruz e livrado a nação de Roma. José destacou uma passagem do profeta Isaías "Era desprezado, e o mais indigno entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e como um de quem os homens escondiam o rosto... mas Ele foi ferido pelas nossas transgressões. E moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos. Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo foi Ele atingido." Isaías 53:3-8.

"Mas como vamos saber se Isaías estava se referindo a Jesus aqui?" quis saber Nicodemos. "Ele podia estar retratando a perseguição do povo Judeu, como nossa nação sofreria com seus inimigos.

"Leia o texto com atenção" continuou José. "Ele traça uma diferença entre o Mestre sofredor e a nossa nação. Escondemos o nosso rosto dEle. Ele foi ferido pelas nossas transgressões.

Nicodemos impressionou-se mas continuou perplexo.

"Suponhamos então que Isaías esteja testificando aqui de seus sofrimentos pessoais."

"Bem, isso não pode ser" replicou José. "Essa passagem envolve punição substitutiva de Deus. Diz que o sofredor seria ferido por Deus. O Senhor levou sobre Si a iniqüidade de todos nós. Como vê, o Messias suportou o castigo do pecado pela nossa salvação. Ele é o Cordeiro de Deus. Há muito tempo, no deserto, nosso povo foi atacado por cobras venenosas. Milhares estavam morrendo sem esperança. Deus disse a Moisés para fazer uma serpente de metal e colocá-la no alto de um mastro para que as vítimas vissem. Todos que olhassem com fé e cressem que Deus podia curar continuariam vivos. Bem, você conhece a história. O próprio Jesus não a mencionou, aquela noite em que você falou com Ele?"

"Sim, falou" concordou Nicodemos. "Ele me disse que, assim como Moisés levantou a serpente no deserto, Ele também deveria ser levantado na cruz. Assim como a serpente foi amaldiçoada, Ele também suportaria a maldição de Deus. E todos os que cressem nEle não pereceriam mas teriam a vida eterna."

Enquanto falava isso, Nicodemos adquiria uma nova convicção.

"Sabe, José, sempre pensei sobre o que Jesus me disse naquela noite. E estou vendo com clareza agora. O Messias está suportando a maldição de Deus na cruz, para que eu possa ser perdoado. Tenho que olhar para Ele e viver. Mas, diga-me, José, você crê em Jesus? Por que manteve a sua fé em segredo?"

"Eu tinha medo" admitiu José. "Mas acabou. Se Jesus pôde sacrificar Sua vida por mim, então posso dedicar a minha a Ele."

"Eu também" disse Nicodemos.

E juntos eles declararam a fé no Senhor Jesus Cristo.

Enquanto eles retiravam reverentemente o corpo quebrado da cruz, a multidão olhava em silêncio. Muitos foram para casa naquela tarde meditando. E havia muito no que meditar. A confissão do oficial romano: "Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus." O grito do ladrão morrendo: "Senhor, lembra-Te de mim quando entrares no Teu reino." E a oração de Jesus: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." Teria a multidão sido precipitada em condenar Jesus? E se Ele realmente fosse o Messias? Aquela noite, sob a luz das velas do sábado, muitos pesquisaram as profecias como nunca antes. Eles descobriram que Davi, mil anos antes, havia escrito o doloroso grito de Jesus: "Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?" Salmo 22:1.

No mesmo Salmo, Davi predisse os pregos da crucifixão: "Transpassaram-Me as mãos e os pés." Salmo 22:16. Há mais a descobrir sobre Jesus. Os soldados tinham dividido Suas roupas entre si, mas quando chegou a vez da túnica, eles tiraram sorte para não rasgarem a peça sem costuras. Isso também foi predito. Outras profecias também foram cumpridas. Seu traidor vendeu Jesus por 30 peças de prata. O dinheiro serviu para a compra de um cemitério chamado de "campo de um oleiro". Tudo isso foi predito 500 anos antes. Cada profecia se ajusta perfeitamente a Jesus. Muitos concluíram que Jesus era de fato quem Ele afirmara ser: o Messias. A prova mais convincente sobre Jesus, entretanto, é o silencioso testemunho dos tempos.

Três anos e meio antes de Sua morte, quando começava o ministério, Ele anunciou o que está em Marcos 1:15: "O tempo está cumprido." A que tempo Ele estava se referindo? Havia algum tipo de contagem regressiva profética aqui? Na verdade, sim. Muito tempo antes, o profeta Daniel predisse em Daniel 25:9. "Sabe e entende; desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas."

Na época de Daniel, Jerusalém estava em ruínas. Mas Deus, em Sua misericórdia, prometeu restaurar a cidade. A ordem do rei Artaxerxes foi dada em 457 a.C. e podemos ler tudo a respeito na Bíblia, no capítulo sete do livro de Esdras. De 457 a.C. até o Messias aparecer, seriam "7 semanas e 62 semanas". São 69 semanas, ou 483 anos proféticos (sete vezes sessenta e nove, igual a 483). Em 27 d.C., exatamente 483 anos após o mandamento para restaurar Jerusalém, Cristo foi batizado e começou Sua missão como Messias.

Há mais ainda na profecia de Daniel. No "meio da semana", três anos e meio mais tarde, o Messias deveria ser "cortado", ou seja, executado. E isso aconteceu na data exata. É maravilhoso que, através dos séculos, milhares de nossos amigos Judeus têm considerado Jesus o cumprimento de sua herança. Uma herança gloriosa da qual todos partilhamos. Durante os terríveis dias da Segunda Guerra Mundial, tropas nazistas percorriam a Holanda em busca do povo Judeu. Bem poucos cristãos pareciam dar importância a isso. Mas alguns se importavam. Na cidade de Haarlem, Corrie Ten Boom abriu o coração e o lar para aqueles que Hitler mais odiava. Uma tarde, a temida Gestapo chegou. Enquanto os soldados invadiam a casa, a família de Corrie escondia seus amigos Judeus num quarto secreto no terceiro andar. Os Judeus escaparam, mas os donos da casa não.

No campo de concentração em Ravensbruck, Betsie, a amada irmã de Corrie, morreu. A própria Corrie esteve marcada para a câmara de gás, mas um "erro" do clero a livrou. Corrie sucumbiu diante da amargura de seu sofrimento e perda? Não. E ela jamais se arrependeu do sacrifício de salvar os refugiados Judeus. Sabe, eles eram seus irmãos e irmãs. Sim, sejam cristãos ou Judeus, pertencemos todos à família de Deus. Que Deus nos ajude a apreciar uns aos outros e a procurar seguir Sua vontade.


 


 

13

O SEU INVESTIMENTO SONHADO

George Vandeman

TOPO

 

Muitos sonham com investimentos na vida. Poucos conseguem ficar ricos apenas estando no lugar certo e no momento certo, mas ainda ficam de olho em busca dessa perfeita aquisição.

Quem sonharia em possuir a monumental e supercelebrada Estátua da Liberdade? Se você estivesse no lugar certo, no momento certo poderia ter adquirido a Dama da Liberdade com um depósito de apenas cem mil dólares. Você também poderia ter assinado um contrato alugando a Casa Branca por noventa e nove anos a cem mil dólares ao ano. E isso não é tudo; através da pessoa certa, você poderia ter comprado o Big Ben de Londres por apenas mil libras ou um título do Palácio de Buckingham por duas mil libras à vista! Sim, aquisições imperdíveis.

Cinco empresários de Paris foram convidados para ir ao escritório do conde Victor Lustig, um alto oficial do Ministério Francês de Edifícios Públicos, para uma reunião secreta. Lustig explicou que a Torre Eiffel seria desmontada porque os custos de manutenção eram muito altos e o governo havia deixado de considerar prática a preservação de sua estrutura. Lustig disse aos homens, todos negociantes de sucata, que eles haviam sido escolhidos para apresentar os seus lances para o desmonte da torre. Eles poderiam contar com pelo menos 7 mil toneladas de ferro de alta qualidade. Cada um deles considerou que poderia ser o investimento de sua vida. Os lances chegaram rapidamente ao escritório de Lustig.

No dia seguinte, André Poisson foi informado que seu lance havia vencido a concorrência. Aquele homem possuía certa fortuna e conseguiu levantar o dinheiro necessário em uma semana. Uma reunião final foi marcada num hotel de Paris. André chegou um tanto curioso; por que estavam se reunindo em um hotel em lugar de no ministério? Lustig então explicou, com alguns rodeios, que era costume o funcionário encarregado de um contrato do governo receber uma espécie de compensação. André entendeu imediatamente que para poder fazer negócio, seria preciso algum dinheiro de propina e obviamente uma transação desse tipo não poderia ser realizada dentro do Ministério.

André, empolgado, entregou o cheque além de uma carteira cheia de dinheiro e recebeu de Lustig o recibo de venda. A Torre Eiffel agora era dele, ao menos ele pensou que era.

Na verdade, Victor Lustig não tinha nada a ver com o Ministério, ele era apenas um grande vigarista. Toda a transação havia sido forjada. Quando André descobriu que o governo francês não tinha a intenção e desmontar a Torre Eiffel, seu cheque já havia sido sacado e Lustig havia deixado o país.

É difícil acreditar que alguém pudesse de fato ser persuadido a comprar a Torre Eiffel, mas quando um investimento sonhado é oferecido às pessoas, elas às vezes deixam o bom senso para trás. Pessoas foram convencidas, através de golpes parecidos, a comprar a Estátua da Liberdade, a Casa Branca, o Palácio de Buckingham e o Big Ben por uma verdadeira pechincha de mil libras.

Em 1920, um escocês chamado Arthur Furgson conseguiu se colocar no lugar certo, na hora certa e ludibriou vários indivíduos ingênuos que acreditaram ter comprado todas essas estruturas. Todos esses investimentos sonhados não passavam de contos do vigário, é claro! O dinheiro deles desapareceu nas mãos de Furgson, o supervendedor.

Existem outras pessoas, entretanto, cujos investimentos sonhados terminaram de modo bem diferente. Eles arriscaram suas energias e seus recursos em cima de um sonho e conseguiram algo bastante substancial.

Henry P. Crowell contraiu tuberculose quando menino e não pôde freqüentar a escola. Ele passou sete anos trabalhando duro na rua a fim de recuperar sua saúde. Então ele comprou um moinho pequeno e decaído em Ravenna, Ohio. Esse moinho se chamava Quaker. Dentro de dez anos, Crowell fez da Aveia Quaker um nome conhecido por milhões.

William, um garoto de 16 anos, chegou à cidade de Nova Iorque em busca de fortuna, com todos os seus pertences dentro de uma pequena trouxa. Ele sabia fabricar sabão e vela e conseguiu um emprego seguro. William economizou seu dinheiro e conseguiu ser sócio e finalmente proprietário da fábrica de sabão onde trabalhava. William Colgate transformou seu pequeno investimento num vasto império financeiro.

Um jovem chamado James C. Penney decidiu tentar um negócio como proprietário de um açougue na cidade de Longmont, Colorado. Foi muito difícil, a princípio, porque ele se recusou a subornar um grande comprador, o cozinheiro do hotel local. Mas James seguiu adiante e montou um dos mais bem sucedidos negócios varejistas na América, a J.C.Penney com uma receita de milhões.

A propósito, com a idade de 83 anos, J.C.Penney participou do programa "Está Escrito" e declarou o seguinte:

"Eu encontrei a Rocha. Eu pisava em terra firme, possuia muito menos no sentido material, mas obtive riqueza espiritual em abundância, eu havia encontrado algo que não pode ser calculado em dólares ou em centavos. Finalmente aprendi a pedir orientação a Deus."

Um jovem chamado Welch decidiu investir no ramo de negócio de seu pai: fabricar vinho não fermentado para os cultos religiosos. Eles usavam uma uva especial chamada "concord". O negócio se transformou em uma grande indústria e a família Welch fez de seu nome um sinônimo de suco de uva de qualidade.

Esses investimentos transformaram-se em algo grande; sonhos tornaram-se realidade e a questão é: o que faz a diferença? Estes são alguns exemplos espetaculares, porém temos visto outros investimentos que desapareceram por completo, que viraram fracassos e desapontamentos. O que faz a diferença entre o desastre financeiro e investimentos bem sucedidos?

É claro que podemos apontar para o bom senso e a habilidade para os negócios como fatores-chaves. Algumas pessoas manipulam o dinheiro melhor do que outras, mas eu descobri uma linha interessante que prende junto todas as histórias de sucesso que acabei de mencionar; é um laço comum sobre o qual podemos ponderar.

Algum tempo antes de Henry Crowell comprar o moinho Quaker, ele ouviu um sermão por Dwite L. Mood que o impressionou profundamente. Crowell entregou sua vida a Cristo e orou:

- Não posso ser um pregador, mas posso ser um bom negociante. Ó Deus se me deixar ganhar dinheiro, vou usá-lo em seu serviço.

Assim, desde o princípio de sua entrada nos negócios, Crowell dedicou dez por cento de seus lucros ao trabalho de Deus. O Senhor abençoou os empreendimentos desse homem. As contribuições de Crowell se multiplicaram porque, por mais de 40 anos, o fundador da Aveia Quaker deu de 60 a 70% de seus lucros para as causas cristãs.

Quando William Colgate se dirigia para a cidade de Nova Iorque em busca de fortuna, ele conheceu um piedoso capitão de barco do canal que definiu o sucesso nestes termos:

- Filho, seja um homem bom. Entregue seu coração a Cristo. Devolva ao Senhor tudo o que Lhe pertence. Fabrique um sabão honesto, não roube no peso.

Colgate lembrou-se desse bom conselho. Ele deu a Deus um décimo do primeiro dólar que ganhou e daí para frente ele considerou dez centavos de cada dólar sagrado ao Senhor.

À medida que os negócios de Colgate aumentaram, aumentou também sua generosidade. Eventualmente ele chegava a contribuir com metade de seus lucros para a obra religiosa.

O fundador da J.C.Penney também foi um homem que considerava a contribuição um assunto sério para com Deus. Ele ficou conhecido em toda a nação por sua honestidade nos negócios e por sua generosidade. Ele disse:

- Eu preferia ser conhecido como cristão a ser conhecido como comerciante.

Este homem devolveu fielmente a Deus o dízimo de tudo que recebeu durante toda sua carreira.

Aquele jovem da família Welch que começou trabalhando com uvas concord, iniciou sua vida profissional através de uma vocação bem diferente. Ele estava se preparando para ser missionário na África, mas durante os preparativos finais ele descobriu que sua esposa não tinha condição de suportar o clima em virtude de problemas de saúde. Voltando para casa, ele decidiu trabalhar duro, investir com sabedoria e usar o dinheiro para ajudar a difundir o reino de Deus. Eventualmente o Sr. Welch contribuiu com centenas de milhares de dólares para a obra das missões.

Quando olhamos para cada uma dessas histórias de sucesso, encontramos o mais inesperado denominador comum: doar. Dedicar uma percentagem da renda para a obra de Deus.

Os homens por trás da Aveia Quaker, Colgate, Penney, Welch, não atingiram o topo pela prática do roubo, trapaceando ou fazendo negócios escusos. Eles atingiram o topo através da generosidade acima de tudo. Para ser específico, estes homens estão ligados por uma coisa chamada prática do dízimo. Antes de fazerem os investimentos de suas vidas, eles fizeram um investimento muito especial para com Deus. Existem outros homens famosos que podemos juntar a estes; homens que praticaram o dízimo, devolvendo-o fielmente como parte de seus negócios. Homens como: Harshey, Wrigley, Woolworth, Kraft, Heinz, Rockfeller.

Dízimo quer dizer literalmente um décimo. Encontramos a primeira menção de dízimo no Velho Testamento, no livro de Gênesis. Logo no início do capítulo 14 há uma descrição de um interessante encontro entre Abraão, o pai do povo hebreu, e um rei chamado Melquizedeque que era o "Sacerdote do Deus Todo-Poderoso".

Abraão acabara de recuperar uma porção de coisas de seus inimigos. Esse sacerdote deu a Abraão uma bênção especial, e segundo consta em Gênesis 14:20: "... Abraão deu-lhe o dízimo de tudo".

Aqui vemos o patriarca Abraão agradecido, consagrando um décimo do que ele ganhara a Deus através desse sacerdote.

O neto de Abraão, Jacó, decidiu continuar essa tradição em um momento crítico de sua vida. Ele acabara de encontrar o Deus de seu pai de um modo muito poderoso. Deitado sozinho no deserto, longe de casa, Jacó teve uma visão de anjos subindo uma escada até o céu e teve a certeza de que Deus ainda estava muito interessado nele. Assim, esse jovem resolveu aceitar o Deus do Céu como seu Senhor. E como parte de seu compromisso, ele disse: "... e tudo quanto me deres te darei o dízimo." Gênesis 28:22.

Mais tarde esta prática do dízimo tornou-se um sinal de compromisso para todos aqueles que invocavam o Deus celestial. Se Deus fosse verdadeiramente o Senhor de sua vida então o melhor modo de demonstrar e experimentar isso, era dedicar-lhe o primeiro décimo de tudo o que fosse recebido.

Deuteronômio 14:22 no lembra disso: "Certamente darás os dízimos de toda a novidade da tua semente que cada ano se recolher no campo."

No mundo agrícola dos hebreus, o dízimo significava dar os primeiros frutos de cada colheita. Um décimo de tudo era "sagrado ao Senhor", deveria ser separado para Ele. Eles não consideravam isso como oferta, mas como uma coisa que já pertencia a Deus. O último livro do Velho Testamento sugere que o dízimo deve continuar como um meio de afirmar a soberania de Deus sobre nós e também para receber Suas bênçãos. Malaquias, de fato, cita a Deus como tendo feito uma promessa um tanto extravagante: "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança."

Deus apela para Seu povo trazer todo o dízimo, um dízimo honesto, para o templo, a fim de que Ele possa abençoá-los. Ora, por que isso? O dízimo é algum tipo de suborno que pagamos para que possamos receber certas coisas lá do alto? Deus precisa das nossas contribuições para poder manter Seu estoque de bênçãos abarrotado? Eu creio que não.

Creio que Deus quer muito abençoar-nos em todos os sentidos. Mas Ele não pode abençoar o egoísmo. Ele não vai dar força a hábitos errados. Nosso Senhor quer, acima de tudo, que experimentemos o prazer da generosidade e Ele prometeu recompensar-nos. É isso que Ele quer incentivar. Por isso Ele clama a todos nós e nos encoraja:

- Por favor tente. Faça um teste, traga um dízimo honesto e verá como posso cuidar das suas necessidades e abençoá-lo abundantemente.

Pessoas como Colgate, Welch e Woolworth aceitaram esse desafio de Deus e sem dúvida tiveram as portas do Céu abertas. Eles descobriram que o dízimo é, de fato, o melhor dos investimentos. Mas é aqui que devemos ser cuidadosos. Lembre-se que é a generosidade que Ele quer nutrir em cada um de nós. Assim, devemos sempre dar simplesmente por dar.

Ao separarmos o dízimo de todos os lucros, afirmamos a soberania de Deus em nossa vida. Ele é o primeiro em tudo. Então, como esses bem sucedidos homens de negócio continuaram dando por dar? O que foi que os impediu de dar para receber? Eles simplesmente deram mais.

William Colgate dedicou dez por cento de sua renda. Depois 20%,  30%, depois 40 e 50%. À medida que Colgate experimentava mais e mais a generosidade de Deus, ele se tornava mais e mais generoso também. Deus podia confiar àquele homem uma enorme prosperidade.

Ocorreu o mesmo com Crowell, fundador da Aveia Quaker. Ele eventualmente foi capaz de dar até 70% de seus lucros para a causa de Deus. Esses homens não permitiram que o dinheiro se tornasse um fim em si. Eles cresceram em generosidade e assim fugiram das armadilhas tão comuns da ganância e do egoísmo.

Agora, é claro que bem poucos podem dar 50% ou 70% de seus ganhos e ainda conseguir sustentar a família. Nem todos são chamados para serem ricos filantropos. Mas somos todos chamados para apreciar a generosidade. A generosidade de fato, começa muitas vezes na pobreza.

Os homens bem sucedidos que temos mencionado aqui, não começaram devolvendo o dízimo depois de terem solidificado seus negócios ou após terem faturado seu primeiro milhão. Eles começaram com os primeiros dólares que ganharam com o suor de seu rosto. Eles testaram Deus quando o futuro era totalmente incerto.

O dízimo nos ajuda a fugir de um dos maiores problemas espirituais da atualidade: a tirania do materialismo. Ao darmos o primeiro da nossa renda a Deus, declaramos que o dinheiro e as coisas não irão nos governar. Nossos valores não irão se resumir a uma certa quantidade de mercadoria. O dízimo declara que somente Deus irá nos governar em todas as áreas da vida.

Pessoalmente, jamais esquecerei o ano em que cursava a universidade. Minha esposa e eu tínhamos sérios problemas com o  orçamento, mas felizmente mantínhamos a prática de devolver a Deus o dízimo.

Um dia minha esposa me informou que estava usando seu último par de meias e eu disse a ela que estávamos no finzinho do dinheiro. Tudo que pudemos fazer na ocasião foi orar a respeito. Na manhã seguinte, na caixa do correio, havia um pacote contendo três pares de meias. E sabe, não conseguimos descobrir quem as enviara. Anos depois, encontramos com um amigo em uma de nossas reuniões no Canadá e essa pessoa nos disse: "Fui eu que enviei aquele pacote. Senti que era necessário."

Aquele pacote com as meias podia parecer uma coisa pequena naquela época, mas para Nellie e para mim foi um atestado da confiança de Deus quanto à nossa sociedade com Ele em nossa luta para sermos fiéis, e decidimos que quaisquer que fossem as circunstâncias, sempre seríamos fiéis a Deus através de nossas contribuições.

Seja qual for o tamanho de nossa oferta, podemos sempre dizer: "Deus é o Senhor de tudo".

Espero que cada um de nós decida tomar tal resolução. Eu oro para que façamos do Senhor Jesus Cristo o primeiro e o melhor em tudo. Todos somos chamados para partilhar da generosidade de Deus. Aquele que é abundantemente gracioso anseia que sejamos graciosos. Aquele que derrama sobre nós as Suas bênçãos deseja que derramemos também nossas bênçãos sobre os outros. Deus deseja que nos entreguemos a Ele para que possa fazer alguma coisa linda de nossa vida. Pense nisso.


 


 

14

SURPRESA FATAL

George Vandeman

TOPO

 

Aconteceu às cinco e meia. Frank Steunenberg, ex-governador de Idaho, deixou o salão do HetelSaratoga e rumou para casa. Era o quinto dia depois do Natal e ele estava ansioso para passar uma noite calma com a família. Um jantar o aguardava, assim como uma bomba de fabricação caseira. A explosão fatal repercutiu por toda a América.

O assassino do século, assim alguns o chamaram. Quase dez décadas depois, o assassino do ex-governador Steunenberg, mantém seu mistério.

Um jornalista, ganhador do prêmio Pulitzer exclamou recentemente: "É uma história espoantosa, da qual eu não sabia absolutamente nada. Ela é ampla e desconhecida em Nova York ou no leste do Nississipi." Bem, se a boa gente de Idaho não tem nada para dizer a respeito, isso pode estar mudando. A Ópera Boise celebrou o centenário do estado com um magnífico retraro dessa mesma história. Não apenas o crime em si mas a confissão do assassino, a compaixão da viúva e a capacidade de nosso Senhor em restaurar vidas destruídas.

Agora você, por um momento, volte comigo a Caldwell, Idaho, na noite de 30 de dezembro de 1905.

A surpresa fatal acabara de atingir a cidade. As suspeitas rapidamente se concentraram sobre um estranho hospedado no Hotel Saratoga. Uma busca no quarto dezenove revela a evidência: material para fabricar uma bomba. No primeiro dia do ano, um errante descontente chamado Harry Orchard é preso e acusado pelo crime. Descobriu-se com o decorrer do tempo que Orchard já tinha assassinado muitos outros homens antes de ter matado o ex-governador Steunenberg.

Uma carreira de crimes bastante improvável para um bom rapaz, criado em uma fazenda tranqüila. Harry Orchard cresceu às margens ensolaradas do Lago Ontário, não longe de Toronto. Segundo filho de uma família de oito, ele ajudou a plantar alimentos para o sustento da cidade.

Seu pai trabalhava muito, mas criou sua família com bastante rigor. A bondade e simpatia de sua mãe, pareciam aliviar o sofrimento. Sua grande fé em Deus era a luz e a alegria do lar. A mãe de Harry o levava à Escola Dominical todas as semanas e todos os dias ela realizava o culto doméstico. Através do incentivo dela, o próprio Harry lia a Bíblia de vez em quando, embora não fosse particularmnete religioso.

Foi em Saginaw, Michigan, que Harry descobriu os caminhos do mundo. Ele trabalhava em um campo madeireiro nos arredores da cidade e em pouco tempo aprendeu a beber e a farrear. Não obstante, o filho ródigo casou-se aos vinte e dois anos com uma ótima jovem cristã.

Eles mobiliaram uma pequena casa e viveram juntos uma vida feliz por vários anos. Aí, o irriquieto marido começou a ficar fora de casa até mais tarde. Logo ele se meteu em problemas. Procurando fugir, deixou a esposa e foi para o oeste com outra mulher.

As sxcitantes histórias sobre o oeste selvagem sempre o intrigaram. Agora ele estava determinado a exigir sua parte na agitação de lá.

Harry Orchard ganhou dinheiro rápido e o gastou mais rápido ainda até que, muito endividado, passou a se prontificar a cometer crimes para recuperar a prosperidade. Prontificou-se até a cometer assassinatos sob aluguel e muitos assassinatos foram cometidos.

Os estados das montanhas rochosas tiveram durante anos brigas selvagens entre mineiros e seus gananciosos empregadores. Ambos os lados pareciam não conhecer outra lei a não ser a do olho por olho e dente por dente. Os mineiros amargurados pelos salários insuficientes por longas horas de trabalho perigoso e sujo, freqüentemente entravam em greve. Os proprietários contratavam substitutos não sindicalizados. Elementos radicais da liderança do sindicaro, votaram aterrorizar os mineiros substitutos e castigar os proprietários.

O assassinato era a tática preferida deles e Harry Orchard tornou-se a arma predileta. Por diversas vezes, Orchard satisfez os desejos de morte dos líderes operários corruptos.

Em munho de 1904, mandaram-no para Cripple Creek, distrito de Colorado, para sabotar mineiros não sindicalizados. Ele colocou cinqüenta quilos de dinamite sob a plataforma da estação ferroviária e aí, esperou tranqüilamente na escuridão. A hora da morte seria as duas da madrugada. Quando o trme chegou e dúzias de mineiros preparavam-se para embarcar, Orchard explodiu a carga. Quando a poeira se assentou, catorze homens estavam mortos e muitos outros ficaram aleijados para sempre.

Por esse ato horrendo, os chefes de Harry Orchard o recompensaram com um grosso maço de dinheiro, além de uma cadeira de honra no círculo fechado deles.

Orchard contava com a aprovação e os elogios deles. Sua consci6encia permanecia totalmente adormecida. O próximo grande crime de Orchard seria o assassinato do ex-governador de Idaho, Steunenberg, o qual seis anos atrás havia deixado enfurecidos os líderes sindicais.

Orchard executou o plano deles na noite de trinta de dezembro de 1905. Ele estava jogando baralho no "saloon" do Hotel Saratoga, ficando de olho lá fora em Steunenberg que estava de visita a alguns amigos no saguão. Pouco antes de escurecer, quando o governador se preparava para ir para casa, Orchard correu escada acima até o seu quarto. Pegou a bomba embrulhada num jornal, colocou-a de baixo do braço e correu para fora. Dirigiu-se até a casa de Steunenberg e prendeu a bomba no portão. Com a mortífera armadilha pronta, Orchard voltou para o Hotel, cruzando com o desavisado governador no caminho. Alguns minutos depois, a surpresa fatal abalou Caldwell. O pandemônio reinou. Orchard, porém, sentou-se calmamente para apreciar o jantar do Hotel.

A milícia estadual cercou a cidade rapidamente. Todo forasteiro foi invetigado e a suspeita logo caiu sobre Thomas Hogan, o nome sob o qual Orchard se registrara no hotel.

Em seu quarto foram achados pedaços de material do qual a bomba tinha sido construída. Ao que parece, Orchard havia ficado mais descuidado à medida que se tornou mais indiferente aos seus crimes.

No dia de amo novo, as autoridades prenderam Harry Orchard e o acusaram de assassinato. Na prisão ele teve bastante tempo para refletir sobre a sua vida perversa e desperdiçada. Veja o seu testemunho sobre aquela primeira noite atrás das grades: "Na noite após minha prisão, eu fiz a primeira reflexão a respeito da minha vida. Eu lamentei amargamente ter permitido que eles me prendessem sem que eu opusesse resistência. Senti que teria sido melhor morrer do que estar vivo para sofrer a humilhação da prisão."

Então ele começou a contemplar os crimes que havia cometido. Ele disse: "Minha mente percorria de um lado para o outro em meu passado. O sangue de muitos homens estava em minhas mãos. Por mais que tentasse, eu não conseguia fugir daquelas horríveis cenas que estranhamento começaram a me assombrar. Aquela noite, naquela pequena cela suja e fria, pela primeira vez em anos, comecei a ficar preocupado sobre as coisas celestiais e o futuro. Eu sempre me gabara de que não temia e nem acreditava em Deus, mas através de todos aqueles anso, bem lá no fundo do meu coração, eu de fato acreditva que existe um Deus e que eu vou ter que encará-lo. Assim, naquela noite, após anos de muita rebelião contra Ele e o Seu povo, eu finalmente ponderei se poderia conseguir fazer as pazes com Ele. Mas como fazer isso? Essa era a questão."

Ele continuou: "Eu me sentia como se já houvesse desperdiçado meu dia da graça. Meus pecados pareciam ter chegado ao inferno por seu número impressionante, eles eram tão horríveis que mesmo que eu me arrependesse amargamente, eu temia que Deus jamais me perdoaria."

Orchard lembrou-se: "Durante aquela noite de agonia, o diabo tentou me convencer que eu tinha ido longe demais e que Deus não iria ouvir o meu clamor. Possuísse eu dez mil mundos, eu teria aberto mão de todos eles para poder ter paz com Deus. Assim, os dias e semanas se passaram. Tendo minha mente constantemente esta pergunta transcendente, quanto à paz com Deus, a batalha continuou. Durante quatro dias eu mal falei com alguém. O grande peso que não me deixava era: como farei as pazes com Deus? Ninguém pode imagianr a agonia pela qual eu passei."

Dá para imaginarmos o peso da culpa que Harry Orchard sentiu? Não me admira ele ter duvidado da possibilidade de um diafazer as pazes com Deus. Ele ainda não entendia o evangelho. A verdade é que os pecadores não têm que fazer as pazes com Deus.

Meu amigo, Jesus já realizou isso na cruz do calvário. A Bíblia diz que Ele é a nossa paz. Você pode confirmar isso pessoalmente. Observe Efésios 2:14: "Porque Ele é a nossa paz."

É simples assim, amigo, Jesus em pessoa é a nossa paz com Deus. Tudo o que temos a fazer é nos confessar como pecadores, virar as costas ao pecado e depositar nossa confiança no que Cristo fez por nós na cruz. Aí, por mais pecadores que sejamos, Deus nos aceita e nos considera perfeitos em nosso Senhor Jesus Cristo.

Harry Orchard não entendia isso ainda, mas Deus estava operando em seu coração. Inesperadamente chegou uma Bíblia pelo correio, enviada por um médico piedoso de Hinsdale, Illinois, que ouviu a respeito do crime. A princípio, Oechard recusou o presente, mas no fundo de sua mente ouvia-se um alerta: "Nenhum assassino pode ser salvo." Então ele ponderou se seriam estas as palavras das Escrituras. Estaria estas palavras neste Livro? Ele decidiu descobrir. É clado que não encontrou tais palavras. Em vez disso, encontrou o Cristo da Bíblia. Mas, como poderia esse Cristo perdoar um assassino tão culpado quanto ele?

Um dia, o carcereiro se aproximou com uma informação surpreendente: "Orchard", ele gritou, "o filho da senhora Steunenberg quer ver você." Harry Orchard ficou chocado. Por que o filho de um homem que ele matou queria vê-lo?

O rapaz entrou tremendo perante o assassino de seu pai. Ele segurava um pacote e disse: "Mamãe lhe mandou isto." Agora era a vez de Harry Orchard tremer. O que havia naquele pacote? Uma bomba? Sem dúvida era o que ele merecia.

Não, não era uma bomba. No pacote havia um livrinho precioso, "Caminho para Cristo", um de meus preferidos e que utilizo em meus programas.

Corajosamente o rapaz disse: "Minha mãe disse que o perdoa pelo mal terrível que causou à nossa família. Ela pede para o senhor entregar seu coração a Cristo. Ela disse que espera que o senhor entre para o Reino de Deus."

Incrível amor perdoador de uma família com o coração partido, para com o assassino frio de seu marido e pai. Em seguida, a Sra. Steunenberg em pessoa foi visitá-lo. Através desse divino incentivo por parte da viúva, Harry Orchard decidiu limpar-se. Sua confissão, ele sabia, selaria a sua condenação no tribunal. Todavia, com o perdão de Deus e o perdão da família que ele havia tão cruelmente machucado, ele encontrou forças para admitir sua culpa de tão horríveis crimes.

A conversão de Orchard foi genuína e profunda. Ele estudou e orou durante muitas noites. À medida em que os seus pecados pesavam sobre ele como uma montanha, ele voltava a cair de joelhos. Os colegas de prisão achavam que ele havia ficado maluco. Mas não, ele não tinha ficado maluco! Ele estava encontrando o seu Deus, e perante o Deus do Céu, Harry Orchard obteve perdão ficando totalmente livre da condenação.

Ele foi batizado em Jesus Cristo, e passou a fazer parte da Igreja da família da Sra. Steunenberg, os Adventistas do Sétimo Dia.

Com o passar dos dias e semanas, o contanto vivo com o Senhor Jesus Cristo começou a transformar Harry Orchard. A expressão em seu rosto suavizou. Era agora um rosto honesto. Tão grande foi a mudança, que o juiz que o sentenciou, não conseguiu reconhecê-lo um ano mais tarde.

Os anos se passaram. O diretor do presídio deu à Orchard permissão para organizar indústrias na prisão. Um dia, na granja que ele havia organizado, alguém notou uma ave doente mancando e disse: "Veja, Harry, por que você não mata aquele frango para que não fique atrapalhando?"

Chocado com a sugestão, Orchard respondeu: "Tirar a vida de um frango indefeso?"

Estranho! Um homem que em outra época não hesitaria em tirar a vida de um ser humano,

Poderia ser esta a mudança que Paulo tinha em mente quando declarou em II Coríntios 5:17: "Se alguém está em Cristo nova criatura é. As coisas velhas já passaram: eis que tudo se fez novo."?

Certamente a mudança em Harry Orchard não pode ser creditada à cultura ou am meio ambiente e nem à autodisciplina! Não! Foi o milagre do amor salvador de Cristo. O poder de cura da paz com Deus.

Orchard testemunhou dizendo: "Eu tenho uma liberdade de alma que eu nunca conheci nos dias em que eu estava fisicamente em liberdade. Paredes de pedra e barras de ferro têm mantido meu corpo cativo, mas minha alma está há muito em liberdade."

Testemunhei pessoalmente o milagre da vida modificada de Harry Orchard. Anos passados, eu tive o privilégio de visitá-lo na Pnitenciária Estadual de Idaho, quando ele estava com 83 anos. Um dos melhores cristãos que já conheci.

Depois disso, ele partiu para o seu descanso, mas seu testemunho continua vivo. A magnífica misericórdia de Deus, quem consegue entender sua profundidade?

Espere um pouco, alguém protesta, por que um assassino cruel como Harry Orchard poderia ser perdoado tão facilmente? Isso não é justo. Ele deveria pagar por seus crimes.

Harry Orchard passou o resto de sua vida na prisão, mas isso não serviu para pagar seu débito com Deus. Outra pessoa fez isso por você e por mim também. I Pedro 3:18 diz: "Porque também Cristo padeceu pelos pecados: o justo pelo injusto para levar-nos a Deus."

Jesus sofreu a morte do pecador na cruz. Ele, o Justo e Santo Salvador, foi tratado como nós merecemos, para que nós pecadores possamos ser tratados como Ele merece.

Isto não é ótimo? Na cruz, Cristo usou nossa coroa de espinhos, para que no Céu possamos usar a Sua eterna coroa de glória. Sim, é verdade. A salvação nãoé justa. Jesus não mereceu o que recebeu. Harry Orchard não mereceu o que recebeu, nem você e eu merecemos o que recebemos também.

O plano da salvação de Deus no humilha até o pó. Romanos 3:22 e 23 nos diz claramente: "...Não há diferença; porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus." Portanto não há diferença e nem distinção entre nós. Todos pecaram. Todos estão destituídos da glória de Deus, e assim, todos nos merecemos a morte.

Você e eu temos que encarar o desconfortável fato de que nós não valemos mais do que o mais perigoso criminoso que está no corredor da morte. Nós não merecemos sequer o ar poluído que respiramos.

Quando você pega a minha vida ou a sua vida ou a vida de qualquer um e compara co  o caráter de Cristo, todos saímos perdendo. No que se refere a bondade pessoal, eu não sou bom e você também não é bom. Graças a Deus porém a história não termina aí.

Ouça esta boa notícia do apóstolo Paulo: "Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo Seu muito amor com que nos amou, estano nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)." Efésios 2:4 e 5.

Entende agora o que aconteceu? Nós fomos vivificados juntamente com o Senhor Jesus Cristo. Assim, somos iguais novamente. Antes, éramos condenados juntos, agora em Cristo, somos redimidos juntos.

Esta é uma notícia tão boa que e difícil de entender. Quando aceito Jesus como meu Salvador, Deus me considera tão perfeito quanto Ele. E quando você aceita a Jesus, você também é considerado perfeito assim. Todos nós partilhamos da perfeição de Cristo: não há diferença agora. Quando Deus olha para nós, Ele sorri e diz: "Estes são meus amados filhos, em quem me comprazo." Não por causa do nosso grande amor por Deus, mas sim por causa do grande amor de Jesus por nós.

Lembre-se, o Céu vem a nós não porque sejamos merecedores, mas sim porque confiamos nossa vida ao Senhor Jesus Cristo.

Se você ainda não confiou em Cristo para a sua salvação, eu insto para que você faça isso agora, antes que seja tarde demais. Quase foi tarde demais para o Governador Steunenberg. Somente naquela manhã do dia em que ele morreu foi que entregou a vida a Cristo. Deixe-me contar-lhe uma história notável.

Na manhã de 30 de dezembro de 1905, a senhora Steunenberg realizava o culto doméstico de costume, com seus filhos. Seu marido juntou-se a eles como freqüentemente fazia. O coração dela estava especialmente preocupado naquela manhã.

"Frank", ela pediu em seu jeito suve, "as crianças e eu temos orado por você. Não quer entregar o seu coração a Cristo?" Ele havia sempre sido um bom homem, um estadista honrado, um pai dedicado, mas em seus 44 anos jamais havia se entregado ao cristianismo. Ele era um homem perdido e sabia disso. Ele caminhou pela sala, uma luta travando-se em sua alma. Então, de repente, começou com sua limpa voz de tenor a cantar "Mais Perto de Ti". Ele havia feito sua decisão por Cristo.

Naquele dia, sem que sua esposa soubesse, pelo menos não na ocasião, ele contatou seus amigos e sócios nos negócios e disse a eles que a sua vida ia ser diferente. Ele agora era um cristão.

"Mais Perto de Ti" ele havia cantado naquela manhã. Mal podia ele sonhar quão perto estava da morte. A bomba fatal de Harry Orchard estava esperando por ele. Mas Frank Steunenberg entrou para a eternidade como um homem salvo. Graças a Deus não ter sido tarde demais.

E quanto a você, meu amigo? Muitas pessoas fazem planos para se arrependerem às onze horas, mas morrem às dez e meia. Surpresa fatal!

Eu lhe peço, em nome de Cristo, não deixe isso acontecer com você. Venha a Jesus agora.


 


 

15

VAZAMENTO DE ÓLEO NO ÉDEN

George Vandeman

TOPO

 

Já foi chamada de "a última fronteira da América, o último lugar onde a Natureza reina soberana em todo o seu esplendor: "Alasca", onde se erguem enormes montanhas intocadas; onde se abrigam grandes manadas de caribus e ursos polares, além das alegres lintras do mar. Em março de 1989, porém, ali surgiu uma coisa terrivelmente diferente. As águas límpidas do estreito Prince William, de repente se tornaram negras e tóxicas. Havia finalmente acontecido um vazamento de óleo de proporções desastrosas. E o mais chocante de tudo na superfície escura e brilhante das águas poluídas, podia-se ver espelhado o próprio rosto.

Nas primeiras horas da manhã da Sexta-Feira Santa, o superpetroleiro Exxon Valdez zarpou do porto para as tranqüilas águas do estrieo Prince Willianm. Ele havia carregado um milhão e duzentos mil barris de petróleo na costa norte, no terminal Valdez do oleoduto Trans-Alaska.

por alguma razão, o capitão Joseph Hazelwood tinha ido para sua cabine, deixando a ponte com o imediato Gregory Cousins. Cousins, muita gente afirma, não estava habilitado para pilotar um superpetroleiro pelo canal. Entretanto, era uma noite calma e clara. Havia apenas alguns pequenos icebergs à vista e, afinal, o canal de navegação tem 15 quilômetros de largura. Como um oficial da guarda costeira disse, "seus filhos poderiam pilotar um petroleiro através dele". Alguma coisa, por alguma razão, saiu muito errada. O Exxon Valdez gradualmente afastou-se do curso até estar navegando 5 km fora do canal designado.

O radar da guarda costeira, ao que parece, não conseguiu captar o desvio. Quando o navio de 300 metros chocou-se com as rochas submersas e, em seguida prendeu-se no recife Blight, quatro enormes buracos foram abertos no fundo do navio e o petróleo começou a vazar a uma média de 60 mil litros por hora. A mancha de óleo de 12 quilômetros de comprimento por 6 de largura cobriu a pele das lontras marinhas e as penas dos biguás. Centenas de lontras começaram a morrer de hiportemia. Milhares de biguás começaram a se afogar. Muitos outros mamíferos marinhos e pássaros morreram de envenenamento quanto tentaram se limpar. Leões marinhos agarraram-se em bóias para fugir da manhca. Focas podiam ser vistas saltando da água, em uma tentativa desesperada para se livrar do óleo.

A mancha se espalhou em direção aos terrenos de desova dos arenques e dos salmões, ameaçando uma das mais ricas regiões de pesca da América do Norte. O óleo era tão espesso, que sua química volátil presa embaixo dele não conseguia evaporar-se e começou a dissolver-se na água. Isso liberou hidrocarbonatos tóxicos na cadeia alimentícia, contaminando tudo, do plâncton às baleias. Os esforços para conter esse desastre ecológico foram, a princípio, dolorosamente inadequados. Os grupos de trabalho estavam desorganizados. Não havia equipamento suficiente para armazenar o óleo que começou a derramar no litoral. A vida no estreito Prince William, lentamente sufocou-se. O Éden do Alasca havia sido devastado. A pergunta diante de nós agora é: será que aprendemos o bastante com esse desastre? Vazamentos de óleo continuarão a destruir um planeta já sobrecarregado com diversas formas de poluição?

Eu quero sugerir que podemos aprender algo importante para cada um de nós. Algo sobre nossa responsabilidade como seres humanos. Vamos voltar por um instante ao Éden original. Aquele jardim que Deus criou para Adão e Eva, um lugar de beleza intacta e harmonia ecológica. Deus disse a nossos primeiro pais que eles poderiam comer de qualquer árvore do jardim, mas os advertiu para afastarem-se de uma determinada árvore: comer do seu fruto os levaria à morte certa. Adão e Eva, de fato, tinham um canal bem largo para seguir em sua rota. Eles não eram ameaçados por muitos perigos. Parece que até uma criança teria dificuldade de se meter em problemas no tranqüilo paraíso do Éden. De algum modo, porém, alguma coisa saiu tremendamente errada. Aquele pormenor que chamamos de "erro humano" surgiu. Eva saiu da rota. Adão não estava lá para ajudá-la e ambos colidiram com aquela árvore fatídica.

Enfeitiçados por seu fruto proibido, como resultado daquele "erro de julgamento" aparentemente insignificante, uma calamidade ficou à solta neste planeta. Pecado, egoísmo, alienação de Deus espalharam-se por toda a raça humana. O pecado original espalhou-se através da História, como uma enorme mancha de óleo que ameaça sufocar toda a vida moral no planeta.

O apóstolo Paulo fala sobre esta calamidade. Ele escreve: "Como por um homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram... pois assim como por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens..." Romanos 5:12 e 18.

Muitos de nós temos dificuldades com essa idéia do pecado original. Somos capazes de aceitar o fato de que a separação de Deus é um grande desastre, mas por que eu deveria ser responsabilizado por uma coisa que Adão fez? Por que eu deveria ser condenado por um erro que ocorreu séculos antes de meu nascimento? Isso não me parece justo.

Quando vimos aquelas imagens no noticiário da televisão, do óleo espalhando-se pelo estrieo Prince William e vimos aquelas lontras e pássaros marinhos morrendo, ficamos revoltados. Como pode ter acontecido tal desastre? Parecia indesculpável, e muitas pessoas mereciam a culpa: os executivos da Exxon, funcionários da protevão do meio-ambiente, oficiais da guarda costeira e, mais que todos, o capitão Hazelwood. Como ele pôde permitir que seu navio se desviasse tanto da rota? Sim, havia muita culpa e muitas pessoas a serem responsabilizadas. Alguém ou várias pessoas, sem dúvida, cometeram tremendos erros, mas uma coisa que a maioria se esqueceu de ver naquele desastre, naquele mortífero vazamento, foi nosso próprio rosto.

Ora, mas eu não estava lá, você deve estar pensando. Não tive nada a ver com o desvio de rota do Valdez. Tem razão, mas todos nós temos algo a ver com o petróleo que sai daquele oleoduto e é transportado em petroleiros costa abaixo. Todos nós fazemos parte daquela demanda que mantém tal fluxo. Consumimos e descartamos uma quantidade incrível de materiais todos os dias, que dependem direta ou indiretamente da produção de petróleo. Isso não nos faz responsáveis pelo desastre do Valdez, mas isso nos torna envolvidos. Não podemos, por exemplo, gritar revoltados quanto àquelas lontras marinhas afogando-se na mancha de óleo e ao mesmo tempo nos recusar a fazer alguma coisa quanto à sua conservação. O problema é que queremos um meio ambiente perfeito e puro, sem fazer nenhum sacrifício.

Reclamamos em voz alta da poluição do ar, mas quantos de nós concordam com o transporte solidário? Não queremos aquela terra suja em nossa vizinhança, mas nós usamos produtos de papel em lugar de plásticos quando possível? Ficamos revoltados com o lixo tóxico, mas nós, alguma vez, fizemos algum esforço para selecionar, digamos, um pesticida orgânico? Estamos todos envolvidos, quer percebamos ou não naquela mancha de óleo espessa e grudenta espalhada sobre o Éden do Alasca. Exigimos o que aquele óleo nos pode dar e ficamos exigindo mais e mais.

Não digo isto para aliviar a responsabilidade de certos indivíduos. É importante localizar o "erro humano" que leva a desastres como aquele do Exxon Valdez, mas só não podemos fingir que não temos nada a ver com isso.

É este, exatamente, o ponto que a Bíblia traz na idéia do pecado original e seus efeitos. Não somos responsáveis por Adão e Eva comerem dquele fruto proibido, mas estamos envolvidos naquela tragédia. Nós nos tornamos participantes do pecado que se originou com eles. Queixamo-nos, aos gritos, da corrupção das autoridades, mas será que somos sempre fiéis ao nosso cônjuge, em pensamento e ação? Lamentamos o fato de haver tão pouco amor entre as pessoas hoje em dia, mas estamos sempre amando, mesmo aqueles mais chegados a nós?

Uma pequena reflexão honesta logo nos mostra que estamos de fato envolvidos no pecado de Adão e Eva. Como Paulo explicou, a morte vem a todos nós porque todos pecamos. Todos nós demos nossa contribuição individual para aquela enorme mancha de óleo do pecado que se move através da História. Paulo diz isso claramente: "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus." Romanos 3:23. Nosso problema básico não é que somos tão bons quanto nossos vizinhos, ou que falhamos aqui ou ali no que a sociedade espera. Nosso problema básico é que falhamos naquilo que Deus espera. Essa é a grande verdade. Nossos pecados são uma afronta direta ao caráter perfeito de Deus, assim como nossos atos de poluição são um ataque direto ao lindo mundo que Ele criou.

Então, qual é a solução? O que devemos fazer quanto a essa mancha maciça de óleo do pecado na qual estamos envolvidos?

muitos de nós, quando confrontados com o problema de nossos pecados, geralmente respondemos com alguma coisa do tipo: "eu vou tentar me transformar, tentar melhorar". Podemos até evidar esforços sinceros para sermos bons, mas cedo ou tarde cairemos na fraqueza de nossa própria vontade, nas limitações de nosso esforço humano.

O problema do pecado é muito maior do que imaginávamos. Sabe, os homens do petróleo no estreito Prince William, ao tentarem limpar a sujeira que aquele vazamento provocou, fizeram uma descoberta parecida. Eles descobriram quão patéticos são os esforços humanos diante de um desastre ecológico. Foi tudo bem caótico a princípio. Levou muito tempo para colocarem o pouco equipamento disponível em funcionamento. Horas preciosas foram gastas enquanto a mancha de óleo se espalhava. Bombas mecânicas conseguiram sugar apenas alguns milhares de barris de óleo. Dispersantes químicos não funcionaram bem nas águas calmas do estreito e também não havia dispersantes suficientes. Alguns cabos de retenção foram levados finalmente ao local, mas no terceiro dia de ventos fortes, a água saltou sobre eles e empurrou o óleo para muito além dos cabos. Funcionários da companhia de petróleo prometeram conter a mancha em questão de horas, mas a tentativa de remoção de 30 milhões de litros de óleo espesso de Prince William levou meses.

No desespero, foram enviadas turmas aos litorais para onde o óleo foi empurrado. Eles aplicaram nas rochas sujas, mangueiras de alta pressão, mas a água quente matou muito mais dos organismos marinhos ao longo da costa e muitas praias tiveram que ser lavadas repetidamente à medida em que o óleo infiltrava em suas areias. No final, o esforço humano havia conseguido muito menos do que o esperado e toda aquela força de barcaças, helicópteros e turmas de trabalhadores só conseguiram colocar mais manchas no frágil meio-ambiente.

O esforço maior de limpeza recaiu eventualmente sobre a própria Natureza. Ela ia ter que lentamente absorver o óleo em suas águas puras e sedimentos intactos. O sol, o vento e a chuva iam ter que fazer seu trabalho através dos anos. A Natureza ia ter que se curar sozinha de todos os dois mil quilômetros quadrados daquela ferida tóxica.

É extremamente difícil limpar nossa sujeira, não é? Como acabei de descrever, isso é essencialmente verdade quanto ao nosso pecado e culpa individuais. Deus retrata nosso problema humano nas palavras de Jeremias. Isto é muito importante e devemos prestar a maior atenção. Diz: "Pelo que ainda que te laves com salitre, ou amontoes sabão, a tua iniqüidade estará gravada diante de mim, diz o Senhor Jeová." Jeremias 222.

Este é, sem dúvida, um versículo bastante apropriado para nós hoje. Escrito para nós, não é?

Amigo, quando se trata de culpa, não podemos nos lavar sozinhos. Podemos tentar removê-la e insistir nisso de mil maneiras, mas ela vai continuar lá. Podemos tentar nos reformar e nos redimir dos erros passados, mas aquela nautreza pecadora vai continuar aflorando à spuerfície, como o petróleo. Jamais nos limparemos o suficiente. Haverá sempre mais daquele egoísmo e animosidade brotando para fora, quando menos esperamos.

Agora, você está preparado para a boa notícia? Aquie está: Deus em pessoa assumiu a responsabilidade de limpar a grande mancha de óleo do pecado. Ele próprio irá curar a terrível ferida que vive sangrando. Leia esta maravilhosa promessa: "Vinde, então e ergüi-me, diz o Senhor. Ainda que os vossos pecados sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã." Isaías 1:18. Deus promete restaurar a pureza. Como pode Deus fazer uma coisa dessas? Como é que Ele pode fazer isso?

Ele absorveu as conseqüências de nosso pecado em Seu próprio corpo. Ele desfez o efeito do pecado através de Sua agonia na cruz. Isso exigiu enorme esforço; foi uma tarefa gigantesca, mas o Filho de Deus emergiu daquela provação vitorioso. Ele realizou o que nenhum esforço humano jamais sonharia realizar: a remissão do pecado do homem. Foi-nos concedido o perdão total e de graça.

Mas Deus nos promete mais. Ele não só remove a culpa, mas também nos dá um meio para combater nossa natureza pecadora em nível de experiência. O apóstolo Paulo nos diz: "Assim que se alguém está em Cristo, nova criatura é. As coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo." II Coríntios 5:17.

Aqueles que depositam sua fé em Cristo como Salvador e se entregam a Ele, passam a estar em Cristo. Deus não mais os vê como pecadores, mas como indivíduos em Seu Filho amado. Acontece algo quando as pessoas se unem pela fé a Jesus Cristo: ocorre uma nova criação. A capacidade criativa de Deus é liberada. Seu Espírito opera em nós, retirando todos os velhos hábitos destrutivos, fazendo surgir o novo.

Existem outras metáforas que as Escrituras usam para descrever essa nova criação, como nascer de novo e receber um novo coração. A verdade é que Deus é capaz de nos mudar fundamentalmente por dentro. Ele é capaz de nos ajudar a lidar com a natureza pecaminosa que vive brotando dentro de nós. Não temos que viver subjugados a ela. Nosso Criador pode nos renovar.

Não é uma bela notícia? Isso não lhe dá esperança? Ele pode nos dar novas atitudes, novos desejos, novos impulsos. Ora, em nossa experiência como cristãos, sempre teremos lutas contra as tendências pecaminosas. Estaremos sempre envolvidos no processo de crescimento. É por isso que o perdão que Deus dá a nossos pecados é tão importante. O sacrifício de Jesus Cristo remove a mancha de nossa culpa.

Como indivíduos perdoados, temos liberdade para agir agressivamente contra as tendências deletérias que nos mantiveram no chão por tanto tempo. Somos livres para cooperar com Deus em Sua tarefa de renovação de nosso ser, porque não temos mais que ficar apavorados com o fracasso, não temos mais que fingir que somos perfeitos, entende? Ao habitarmos em Cristo, tendo consciência de Sua graça, obtemos a segurança necessária para o crescimento sadio e, muito em breve, Deus removerá todos os sinais de pecado de nossa vida e de nosso mundo. Muito breve, a limpeza da trágica mancha do pecado na Terra estará completa.

As Escrituras nos prometem uma gloriosa segunda vinda de Cristo, quanto Ele destruirá a devastação do pecado e criará um planeta novo em folha, um outro Éden. Esta terra será um lugar de beleza intacta, meu amigo, tanto dentro quanto fora de nós. Desfrutaremos de um relacionamento face a face com nosso Criador. Estou aguardando por esse dia com todas as fibras de meu ser. Quer direcionar toda a minha vida para esse dia, por isso estou tão alegre pelo fato de Jesus ter cuidado do problema do pecado, para mim e para você.

Ele tornou possível a cada um de nós escapar do vazamento de óleo do mal que será, ao final, completamente consumido em Sua vinda. O sacrifício de Jesus Cristo na cruz é o maior milagre de limpeza já visto no universo. Temos, porém, que estar prontos a aceitar esse milagre. Foi um operação de limpeza infinitamente cara. Jesus pagou o preço total com Sua morte. Temos que depositar pessoalmente nossa fé em Seu sacrifício e aceitar Sua morte em nosso lugar. Pense no que Cristo, o Cordeiro de Deus, realizou por você.


 


 

16

OS PORTAIS DO INFERNO

George Vandeman

TOPO

 

O século vinte apresentou um grande número de líderes que sacudiram o mundo. Mikhail Gorbachov, Winston Churchill, Franklin Roosevelt, Adolph Hitler, papa João Paulo II, Ronald Reagan, Mao Tse-Tung. Talvez o líder que mais modificou o nosso século tenha sido Vladimir Ulianov, conhecido mundialmente como Lenin.

    Você sabe qual foi a influência de Lenin sobre o cristianismo na União soviética? Este assunto é um capítulo vital da história da fé em pé de guerra.

    O túmulo de Lenin fica na praça Vermelha em Moscou,  onde a troca da guarda ocorre de hora em hora.  Não havia nada no passado de Vladimir Lenin que poderia ter previsto a incrível influência que teve   em nosso século.  Ele surgiu em cena num momento oportuno, quando a sociedade russa estava lutando para se recuperar do terrível reinado dos czares. Durante três séculos, desde Pedro, o grande, a casa dos Romanov reinou com mão de ferro. A vida naquela época era triste para os camponeses,  uma simples passagem de estações entre o nascimento e a morte.

    Em meados do século 19, os ricos donos de terra oprimiam os camponeses ao ponto de escravizá-los. Apesar da emancipação em 1861, a terra fértil  disponível  era rara.   De certa forma os camponeses estavam em piores condições depois da libertação do que quando eram escravos. Muitos fugiram para a cidade, incentivados pelo regime czarista para trabalharem nas fábricas, mas com essa atitude somente trocaram um tipo de escravidão por outro tipo. Condições desumanas de trabalho e salários irrisórios desgraçaram sua vida mais que nunca.

    Este era o destino dos camponeses e dos trabalhadores na virada do século. Mas eles não eram os únicos que desejavam uma mudança do regime rígido czarista. A classe dos profissionais e dos empresários, que estava nascendo, também desejava um governo democrático livre das vontades do czar.

    Enquanto as pessoas do palácio seguiam com sua vida de prazer sem fim,  uma nova palavra surgia no vocabulário russo: "REVOLUÇÃO".

    A tragédia ocorreu em São Petersburgo, atualmente conhecida como Leningrado, durante o terrível inverno de 1905. A classe trabalhadora usou das únicas armas sempre disponíveis: manifestações e greves. Suas exigências por pão e espaço para respirarem eram modestas, mas o czar Nicolas os declarou inimigos do estado. Ele convocou sua polícia montada para reprimir violentamente as demonstrações.

    A crise teve seu clímax no dia 22 de janeiro, conhecido desde então como o “domingo sangrento”. Naquele dia fatídico, os temidos cossacos do czar, atiraram numa multidão de demonstradores pacíficos. Mil tombaram mortos e cinco mil feridos. Centenas de mulheres e crianças derramaram seu sangue.  O massacre do domingo sangrento aumentou a determinação do povo russo de derrubar o governo.

    Os dias do czar estavam contados. A inquietação rompeu de novo em 1912, mas foi rapidamente  sufocada pelas balas. O exílio e as execuções tornaram-se comuns.

    Entre aqueles que já haviam sido executados, por conspiração contra o regime do czar, estava o irmão de Lenin, Alexander. O futuro líder da Rússia decidiu se vingar pela perda na família.

    Depois de passar o dia estudando direito, Lenin passava as noites divulgando os princípios socialistas de Karl Marx. A polícia secreta do czar, ciente de suas atividades clandestinas, prendeu Lenin sem julgamento e o exilou na Sibéria.

    Lá ele se casou com uma colega revolucionária, e juntos imprimiram e faziam circular secretamente publicações marxistas contra o governo.

    Enquanto isso, no palácio do czar, a vida continuava como sempre. A família real e seu círculo restrito de  socialites aproveitavam a vida, ignorando o mar de insatisfações ao seu redor: “não se preocupe, seja feliz!”, era o lema no palácio. Festas e piqueniques eram mais agradáveis de serem vistos do que a queda da casa dos Romanov.  O czar Nicolas e a imperatriz Alexandra eram pais indulgentes, tratavam seus filhos muito melhor do que seus súditos.

    Foi sua devoção ao filho gravemente doente que os envolveu com o perverso curandeiro, Rasputin. Rasputin fortaleceu sua influência sobre a Rússia  durante a I guerra mundial.

    Ele aproveitou a situação quando o czar Nicolas se afastou do palácio, para incentivar seu povo a repelir os invasores alemães em nome do czar. Em toda parte os russos atenderam aos apelos do seu czar, esquecendo temporariamente a opressão. Mas quando o exército russo sofreu grandes baixas, o moral nacional despencou,  especialmente quando a fome ameaçou as  cidades.

    Mais uma vez, a inquietação civil estourou na Rússia, desta vez no meio da guerra mundial e quando a falta de alimentos provocou demonstrações nas ruas, os soldados se recusaram a reprimir as massas famintas.

    O czar, sem o apoio dos militares, não era mais capaz de escravizar seu povo. Os oficiais exigiram que ele transferisse o poder para um parlamento. Finalmente, em março de 1917, o império maldito chegou ao fim com a renúncia do czar Nicolas. A dinastia Romanov de 300 anos se tornara história.  O destino do governo estava agora nas mãos do povo.

    Enquanto o governo provisório lutava para sobreviver, Lenin voltava do exílio  com  o grito: “paz, terra e pão!” Ele declarou a revolução dos trabalhadores contra a nova liderança. Os soldados de Lenin se prepararam para a guerra civil.

    Na noite de 25 de outubro de 1917, a revolução bolchevique começou. Às 9h25 um tiro no cruzeiro Aurora desencadeou o ataque ao Palácio de Inverno do czar.

    Em poucos dias Lenin e seu exército vermelho venceu.  A União Soviética se tornou um império comunista. Não é de se surpreender que o novo governo soviético era hostil para com a religião. Afinal, a igreja russa havia se alinhado ao império maldito do czar.

    Há muito tempo a religião havia unificado a Rússia e promovido o bem nacional. Mas, de alguma forma, durante séculos ela se tornou uma ferramenta de opressão. Nos últimos anos do regime czarista, com o malvado padre Rasputin manipulando a igreja e o estado, a religião organizada cavou sua própria sepultura.

    Muitos russos comemoraram quando o comunismo enterrou a burocracia da igreja. E assim, um dos primeiros atos legais do governo soviético, após a revolução, foi destituir a igreja de todo seu poder  político.

    Apesar disso, a liberdade de consciência deveria ser protegida. A nova constituição que separava o estado da igreja, defendia  o direito dos cidadãos soviéticos de terem uma religião ou nenhuma.

    Tragicamente, no entanto, muita desta liberdade garantida na constituição foi rapidamente perdida. Na década de 20 o governo soviético fechou igrejas e transformou-as em museus.  Padres e pastores que resistiram foram presos, e os membros da igreja foram convertidos em membros do partido comunista. A guerra de Lenin contra a religião foi intensificada com seu sucessor, Joseph Stalin.

    Em 1929 Stalin reformou a constituição soviética e aboliu a liberdade de religião. Até o final de 1938 mais de 70.000 igrejas foram fechadas, junto com todos os mosteiros e seminários. Milhares, talvez milhões foram massacrados em nome de sua fé.

    É claro que não foi apenas a igreja que sofreu nas mãos de Stalin, todo o sistema de justiça estava corrupto. Fazendeiros, militares e até comunistas leais foram fuzilados, submetidos à fome ou mortos aos poucos no exílio na Sibéria. A igreja, no entanto,  foi o objeto de ataque especial de Stalin. Ele acreditava que a religião não era apenas o “ópio do povo” mas o veneno também. Por isso, desencadeou uma perseguição terrível aos crentes. Só Deus sabe o quanto os soviéticos que tinham fé sofreram nas mãos de Stalin.

    "Ah, mas isto jamais aconteceria conosco”, muitos de nós poderemos achar.  Aliás, a profecia da Bíblia nos diz que a opressão religiosa irá se erguer contra nós em nossa terra de liberdade. Na verdade, no fim, uma sentença de morte será dada àqueles cuja fé em Cristo os faça seguir todos os mandamentos de Deus.

    A perseguição religiosa na América iria corroer nosso sistema legal com sua proteção aos acusados.   Do jeito que é atualmente, se os juízes são parciais com relação aos acusados, nossa lei exige que eles sejam desqualificados. No entanto, acredite se quiser, o antigo código legal dos hebreus, ia mais além na proteção dos direitos do acusado.  Porque, nos tempos do Velho Testamento, a defesa do acusado era um dever tão sagrado, que o juiz se recusava a delegar esta tarefa a um advogado.  Ele mesmo fazia a defesa do acusado. A enciclopédia judia explica que: “advogados de defesa são desconhecidos no direito judeu.”   Seu código legal pedia que os juízes  se inclinassem sempre para o lado do acusado e dessem a ele o benefício de qualquer dúvida possível.”

    Imagine, testemunhas do crime  apresentavam a acusação enquanto o juiz promovia o caso do acusado, sempre a favor de uma absolvição. Somente quando  superado pelas provas é que o juiz abandonava sua defesa e pronunciava, relutantemente, a condenação. Sistema interessante, você não acha?

    Lições do tribunal legal hebreu são abundantes hoje em dia. Muitos cristãos temem enfrentar Deus como seu juiz. Se ao menos entendessem o método bíblico de julgamento, eles perceberiam que Ele está do nosso lado!  Ele toma para si a tarefa de nos defender!

    Bem, se Deus está nos defendendo no julgamento celestial, quem está nos acusando? Você acertou – o diabo. A Bíblia o chama de “aquele que acusa os irmãos”,  aquele que “nos acusa perante deus dia e noite,” como podemos ver em Apocalipse 12:10.

    Aparentemente, Satanás está enciumado porque vamos para o Céu, onde ele morava quando era Lúcifer, príncipe dos anjos. Então ele acusa os filhos de Deus de serem inaptos para passarem pelos portões perolados.

    Realmente nós não somos merecedores! Então como é que iremos escapar das acusações do inimigo?  Observe o que está escrito em Apocalipse 12:11:  e eles o venceram pelo sangue do cordeiro.”

    É através do sangue de Jesus, e somente por Seu sangue, que você e eu poderemos superar as acusações do diabo. Deus não pode negar a  alegação de Satanás de que somos imperfeitos, que estamos longe de Seu ideal, mas no sangue derramado na Cruz do Calvário nosso Juiz encontra as provas que precisa para nos defender e nos declarar inocentes.

    Portanto, em nome de Cristo, Deus rejeita as alegações de Satanás. Ele endossa a promessa de salvação que nós vivemos em Jesus desde que o aceitamos. Emocionante, você não acha?

    Esta compreensão do julgamento de Deus nos faz sentir confiantes quanto a nossa salvação em Cristo, você não acha?

    Meu amigo, se você ainda não confiou sua vida a Jesus, se ainda não colocou sua fé em Seu sangue salvador,  eu lhe suplico para fazê-lo agora.

    Vamos voltar para a história do cristianismo na União Soviética: nós falamos de como na antiga Rússia sob o regime czarista, a igreja abusou do sistema político. Depois, com o comunismo, a história se inverteu e o sistema político abusou da igreja.  Uma  trégua entre os dois veio durante a década de 40.

    A II guerra mundial, que trouxe tanto tumulto ao mundo, trouxe algum alívio para a igreja russa tão perseguida. Aconteceu que Stalin precisou do apoio dos líderes da igreja para convocar a nação para a guerra contra os nazistas, então ele relaxou sua pressão sobre a religião. A Igreja Ortodoxa Russa de repente renasceu. O número de paróquias subiu de 1.500  para 20.000, e oito seminários foram reabertos, junto com alguns mosteiros.

    Depois da guerra, a hierarquia da igreja tentou manter sua política de cooperação com o governo, até servindo de porta-voz. Mas mesmo assim, a perseguição aos crentes foi retomada com grande fúria.

    O povo de Deus sobreviveu tudo isso. E por que não? O Senhor havia prometido preservar Sua igreja. Falando de Si para Seus discípulos, Jesus declarou em Mateus 16:18;  ... e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Graças à Deus, nada jamais poderia destruir a preciosa igreja de Cristo, apesar de que muitos já tentaram.

    Primeiro foi a instituição religiosa na época de Cristo que perseguiu os primeiros discípulos. Depois foi o governo romano pagão. Em seguida a própria igreja, caída em desgraça, perseguiu seus próprios membros, que se recusavam a comprometer sua fé.

    No século 20, os governos declararam guerra contra o povo de Deus. Lenin e Stalin acreditavam que a religião iria desaparecer quando as gerações mais velhas de fiéis morressem.  Só que isto não aconteceu, assim como Jesus havia prometido.

    Você quer saber quantos cristãos existem na União Soviética? As estimativas mostram que são 50 a 60 milhões de crentes ortodoxos russos. Existem 4,5 milhões de católicos romanos e 3,5 milhões de católicos ucranianos. Os 3 milhões de protestantes incluem batistas, pentecostais e adventistas do sétimo dia. Além da família cristã de crentes, a União Soviética abriga pelo menos 40 milhões de muçulmanos, muitos judeus e até budistas. Aparentemente o povo da União Soviética é religioso.  E deixe eu lhe dizer uma coisa: sua fé em Deus não diminuiu seu patriotismo.

    Stalin tentou forçar uma escolha não natural sobre o povo, religião ou patriotismo.  Os líderes soviéticos agora compreendem que os crentes podem ser de fato bons cidadãos.  E por que não?  O objetivo declarado da sociedade soviética é justiça social para todo o povo e cristãos acreditam na justiça social também.  Por que a igreja não pode sobreviver e crescer na sociedade soviética?

    O ex-presidente Mikhail Gorbachov reconheceu o papel vital dos crentes na União Soviética durante sua visita histórica ao papa. Ele expressou tão eloqüentemente sua convicção de que os valores religiosos oferecem um grande benefício à nação. A fé em Deus é uma arma na guerra contra o alcoolismo, contra as drogas, contra a prostituição, a corrupção e a deterioração geral da moral.  Os líderes soviéticos agora sabem que os crentes são essenciais para a moral de sua  nação,  graças a Deus.

    Os cristãos não são mais seus inimigos. Centenas de prisioneiros religiosos foram libertados,  igrejas e mosteiros foram reabertos, e os líderes cristãos freqüentemente divulgam suas opiniões na televisão  soviética. Já fui convidado para fazer isso também.

    Milhões de Bíblias circulam livremente neste momento em toda a nação.  Minha própria igreja, a dos adventistas do sétimo dia, está construindo e irá abrir brevemente, uma nova editora perto da cidade de Tula em Zaoski, há mais ou menos 136 km ao sul de Moscou. E através de um verdadeiro milagre, um equipamento da Escandinava se tornou disponível: uma impressora para Bíblias, junto com as chapas já preparadas na língua russa. Você pode imaginar um milhão e quinhentas mil Bíblias por ano vindo daquela prensa gigante bem ali no coração da Rússia? Outros livros religiosos também irão sair das prensas para matarem a sede espiritual do povo soviético.

    Como os tempos mudaram! Tanto já foi realizado! E agradecemos a Deus com todo coração a nova legislação que garante  a liberdade de religião. Agora é permitido fornecer educação religiosa para crianças, um desenvolvimento incrível.  As igrejas agora gozam de total situação legal. Os cristãos têm a liberdade de compartilhar o evangelho de Jesus Cristo sem restrições.

    Uma área que me interessa muito é a rádio e a televisão religiosas. Estou animado para ver o começo da proclamação do evangelho através de rádio de ondas curtas com a esperança de uma estação em breve em solo soviético.

    Deixe eu repetir: "graças a Deus pelo o que está acontecendo na União Soviética!  Os crentes soviéticos recentemente comemoraram o aniversário de 1000 anos de cristianismo em sua nação. Depois de décadas de silêncio, os sinos das igrejas repicaram alegremente. No coração da Ucrânia,  abrigado nos picos dos Montes Cárpatos, um mosteiro foi o centro das comemorações no aniversário.

    Gostaria de lhe contar a incrível estória de Boris Kornfeld. Ele era um médico judeu acusado por Stalin de alguma ofensa política, preso no antigo campo de concentração há 112 km ao norte de Moscou. Segundo Chuck Colson que conta em seu magnífico livro, Amando a Deus, o dr. Kornfeld se tornou cristão enquanto estava na prisão. Silenciosamente, ele começou a testemunhar por Cristo.

    Um dia, ele cuidou de um jovem rapaz que sofria de câncer intestinal, e uma doença da alma obviamente mais grave. O paciente tremia de febre, e não ouviu grande parte do testemunho de fé do médico, mas compreendeu o suficiente durante aquela tarde e noite para se impressionar com a possibilidade de liberdade no Senhor Jesus Cristo.

    Bem, tarde aquela noite, com as luzes da guarita dos guardas acesas, o dr. Kornfeld resumiu sua confissão em suas palavras sussurradas: “no final das contas, sabe, eu estou convencido de que não há castigo que vem a nós nesta vida na Terra que não merecemos.”

    O paciente percebeu que ele estava ouvindo uma incrível confissão. Este homem era um judeu perseguido que havia se achado inocente um dia. Agora ele afirmava que todo mundo merecia sofrer:

    – Mas – ele disse – graças a Deus, Jesus Cristo tomou nosso lugar na Cruz no Calvário. Jesus sofreu em nosso lugar. Ao aceitar Seu sacrifício, podemos ficar limpos diante de Deus, levados para a vida eterna no Céu.

    Bem, o jovem paciente pegou no sono naquela noite com as palavras do dr. Kornfeld ressoando em seu coração.

    No dia seguinte bem cedo ele acordou e teve uma triste surpresa. Durante a noite alguém havia atacado o dr. Kornfeld enquanto dormia e o matara com marteladas. À medida que o corpo sem vida do doutor era levado embora, seu paciente abria seu coração para uma nova vida com Jesus Cristo.

    – Deus do universo – ele gritou   eu acredito em você!

    E os portões do Céu se abriram para aquele pecador arrependido, preso lá dentro dos portais do inferno. Aquele jovem viveu para deixar aquele gulag e contar ao mundo sua história. Ele se tornou uma das vozes mais importantes de seu tempo – Alexander Soljenitsin.

    O mundo poderá não honrar o nome daquele médico judeu que testemunhou por Cristo naquele gulag escuro, mas milhões de cristãos hoje em dia agradecem a Deus o testemunho de Soljenitsin.

    Meu amigo, não sei o que você poderá estar sofrendo agora. Talvez você esteja padecendo numa cela de prisão, se sentindo esquecido por Deus e pelos homens. Talvez você esteja preso na dor ou em problemas financeiros. Talvez o casamento sagrado tenha se tornado um cárcere de infelicidade pagã.  Ou você poderá estar diante dos portais do inferno escravo da cocaína, do álcool ou do cigarro. Seja qual for a sua prisão,  por favor saiba que Deus se importa com você. Ele realmente o ama    e Ele tem o poder de lhe perdoar e de libertá-lo.

    Você poderá continuar sofrendo fisicamente, mas seu espírito poderá se rejubilar na liberdade que somente Jesus pode lhe dar.

Oração

Pai do universo,  eu creio em ti!   Dou meu coração a Ti, aceito Tua dádiva de liberdade em Jesus Cristo. Perdoa meus pecados, e me mantenha fiel até que Jesus venha para me levar para casa. No nome salvador de Jesus oro, amém!  

Caso você queira aprofundar o seu conhecimento da Bíblia,

solicite agora mesmo o

  Curso Bíblico do programa "Está Escrito".

 Ele é inteiramente grátis. Teremos o maior prazer em atender sua solicitação. Entre em contato conosco agora mesmo.

Está Escrito

Caixa Postal 1800

20001-970 Rio de Janeiro, RJ

Telefone (021) 284-9090

Fax (021) 254-7165


 


 

17

O SEGREDO DE FÁTIMA

George Vandeman

TOPO

 

    – Este é o santo padre – anunciou Mikhail Gorbachev, ao apresentar o papa João Paulo II à sua esposa. O presidente soviético acrescentou solenemente:    

    – Estamos aqui com a mais elevada autoridade religiosa do mundo.

    Palavras incríveis vindas do líder  mais poderoso do comunismo. O sorridente pontífice respondeu:

    – Tenho certeza que a divina providência preparou o caminho para esta reunião.                   Inacreditável, inconcebível, sem precedentes!  Não há palavras para descrever nosso espanto com esta conferência de paz entre dois rivais poderosos! 

    No entanto milhões de fervorosos católicos não ficaram surpresos. Eles estavam esperando por um encontro assim há décadas, por causa da profecia secreta de Fátima.

    Os dois homens têm muito em comum. Ambos são líderes mundiais carismáticos. Ambos são eslavos. Ambos foram batizados enquanto bebês e cada um estudou teatro na juventude. Ambos subiram através de organizações hierárquicas até posições  de enorme influência internacional. Mas um é papa, chefe da maior igreja da cristandade; e o outro era o líder da União Soviética, que já foi o maior estado ateísta militante do mundo.

    Foi o primeiro encontro face a face entre líderes do Kremlin e do Vaticano. Os dois conversaram à sós em russo antes de reunir seus assessores para mais conversas. A reunião durou quase uma hora e meia e quando ela acabou, eles anunciaram vários acordos.

    O pontífice abençoou a "Perestroika", apoiando o presidente Gorbachev e sua reestruturação da sociedade soviética. Gorbachev, por sua vez, saudou as relações diplomáticas com o Vaticano e levantou a possibilidade de uma visita do papa à União Soviética.  

    Na noite anterior, o presidente Gorbachev havia surpreendido os repórteres ao reconhecer a falta de religião em sua nação:

    – Precisamos de valores espirituais – ele confessou – precisamos de uma revolução da mente. Já mudamos nossas atitudes perante algumas questões, como a religião, que nós, sem dúvida, tratávamos de forma simplista... agora não somente acreditamos que ninguém deve interferir em assuntos de consciência individual, mas também achamos que os valores morais que a religião incorporou durante séculos, podem nos ajudar no trabalho de renovação do nosso país.

    Palavras surpreendentes! Alguns ouvintes ficaram imaginando, se o líder soviético era de fato um comunista. A declaração do presidente Gorbachev, sobre a importância da religião, preparou o clima para sua reunião com o papa no dia seguinte. Os dois saíram da biblioteca papal como se fossem velhos amigos. Apenas um ano antes, poucos observadores de assuntos interna- cionais poderiam imaginar que uma reunião desta seria possível.

    O florescimento da democracia e da religião na Europa Oriental surpreendeu o mundo, mas milhões de Católicos Romanos em toda a Terra esperam há muito tempo por um renascimento da religião atrás da Cortina de Ferro.

    Esta confiança baseia-se num acontecimento que ocorreu em 1917, nos arredores da cidade de Fátima em Portugal. Três crianças pastoras estavam cuidando de seu rebanho por volta do meio dia no dia 13 de maio. Era um dia claro, de repente elas viram um flash de luz. Amedrontadas, as crianças começaram a fugir. Mas então viram a forma de uma bela mulher jovem.

    Esta personagem sobrenatural, que se identificou posteriormente como sendo a virgem Maria, a mãe de Cristo, declarou que trazia uma mensagem de grande importância para a Igreja Católica. Durante seis visitas às crianças, ela revelou informações sobre o futuro do mundo e da igreja. 

    Você já ouviu falar nestes fenômenos em Fátima? Os protestantes surpreendentemente  não têm consciência destes fenômenos nem da importância profética que milhões de católicos atribuem a eles. Muitos livros e artigos já foram escritos sobre Fátima, há inclusive um filme ganhador de um prêmio Emmy. Alguns eruditos católicos chegaram a afirmar que o que ocorreu em Fátima é o evento espiritual mais significativo deste século. 

    Qual é a mensagem de Fátima?  Parte dela ainda é segredo, mas o que é conhecido daquilo que as crianças pastoras ouviram, é o seguinte: "a guerra, isto é a primeira guerra mundial, terminará. Mas se as pessoas não pararem de ofender a Deus, uma guerra ainda pior poderá começar... e Deus irá punir o mundo por seus crimes através da guerra, da fome e da perseguição da Igreja e do santo padre. Se as pessoas não pararem de ofender a Deus, a Rússia irá disseminar pecados no mundo inteiro e os bons se tornarão mártires. Várias nações serão destruídas, mas no fim, a Rússia irá se converter e um certo período de paz será dado ao mundo".      Depois veio uma mensagem secreta especial somente para o papa. Nenhum pontífice jamais a revelou publicamente, mas pessoas de dentro do Vaticano relataram secretamente que ela prevê uma calamidade terrível com a qual Deus irá levar o mundo ao arrependimento. Isto poderá vir junto com uma tentativa de assassinato do papa.

    Esta realmente era uma mensagem muito séria para três crianças comunicarem! A mensageira sobrenatural prometeu voltar no futuro e esclarecer as mensagens.  Ela também disse às crianças que no dia 13 de outubro, ela iria fazer um milagre dramático em público para comprovar a veracidade de suas mensagens.  E assim aconteceu. De acordo com vários artigos de jornais, no dia 13 de outubro de 1917, uma multidão vigilante de 70 a 80 mil pessoas afirmou ter visto um milagre no qual o sol parecia estar dançando.

    Se isto de fato aconteceu, não sabemos. Mas outros elementos da profecia de Fátima se realizaram sem sombra de dúvida.  A Rússia de fato se tornou uma potência mundial, espalhando os pecados do ateísmo por toda parte e houve outra guerra terrível, pior do que a primeira, da maneira prevista.

    Em nossa geração, o evento mais dramático ligado à Fátima foi a tentativa de assassinato do papa João Paulo II. E isto aconteceu, por sinal, no dia 13 de maio de 1981, o dia exato da suposta aparição em Fátima.

    Às 17h19, o pequeno "papamóvel" branco estava circulando a praça de São Pedro no meio de uma multidão que acenava e aplaudia. Ninguém percebeu quando uma bolsa foi aberta. Ninguém viu aquela mão pegando uma pistola preta de dentro da bolsa. De repente ouviram-se tiros e o sorridente homem de branco fez uma expressão de dor. Seus ombros largos viraram e cairam lentamente. A alegria virou desespero. Em uma dúzia de línguas, o grito de terror soou pela multidão: “o papa foi baleado!”, “o papa foi baleado!” O sangue jorrava do ferimento aberto. Uma corrida para a vida aconteceu no percursso para o hospital Gemelli. Uma cena de horror  intenso.

    Morbidamente pálido e quase inconsciente, João Paulo sussurou:

    – Por que fizeram isto?

    Obviamente, alguém queria calar o papa, mas quem? As provas demonstraram que o assassino não agiu sozinho. Uma série de pistas o ligou a comunistas da Europa Oriental. 

    O motivo pelo atentado nunca foi totalmente esclarecido, mas certamente era silenciar a maior ameaça ao comunismo internacional. Desde aquele atentado no dia 13 de maio de 1981, o papa tem comentado diversas vezes, sobre o fato dele ter ocorrido no aniversário da aparição de Fátima. Um ano depois, no dia 13 de maio de 1982, o papa João Paulo II fez uma peregrinação até Fátima.

    Lá, cercado por uma multidão de um milhão e meio de celebrantes, ele agradeceu à senhora de Fátima por preservar sua vida.

    O que irá acontecer agora? Os estudiosos de Fátima prevêem que o envolvimento entre o Kremlin e o Vaticano é apenas o começo do que está por vir. Eles prevêem mais, muito mais. Na verdade, eles acreditam que a União Soviética se tornará de fato uma nação cristã. E antes que isto aconteça, de acordo com a profecia de Fátima, o papa tem que fazer um apelo público específico pela conversão da União Soviética. Depois disto, o milagre não tardará a chegar. Isto é o que milhões de cristãos católicos acreditam que irá acontecer muito em breve. 

    Agora que conhecemos a mensagem de Fátima, ninguém pode negar que a profecia tem sido incrivelmente cumprida até agora. Mas será que isto prova que veio de Deus? Talvez aquelas crianças tenham visto um ser sobrenatural, mas será que era mesmo a virgem Maria, ou era um impostor?  Um impostor! Como seria possível? 

    Observe este surpreendente aviso: “E não é de admirar; porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz.”  (II Coríntios 11:14)

    Incrível mas verdadeiro, Satanás se disfarça em anjo de luz. O mesmo demônio que apareceu para Jesus como um anjo no deserto, tenta enganar cristãos inocentes hoje em dia, até crianças queridas. O inimigo da nossa alma é mais cruel do que imaginamos e muito ardiloso.      Não duvido da sinceridade e integridade de ninguém que acredita que a mensagem de Fátima veio de Deus, mas um exame mais minucioso levanta algumas dúvidas.

    Em 1917, até mesmo o padre da paróquia local de Fátima inicialmente sugeriu que a aparição poderia ser uma manifestação do poder satânico. Será que ele estava certo ao levantar estas dúvidas? Eu lhe pergunto:

    – Por que o inimigo não enganaria aquelas crianças e milhões hoje em dia que aceitam o testemunho delas como palavra de Deus?

    Lembre-se: só porque algo é sobrenatural não significa que venha de Deus: “Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo.” (I João 4:1)

    Não podemos acreditar em toda manifestação espiritual, precisamos testar os espíritos. E qual é o teste da Palavra de Deus? Os ensinamentos de Fátima e tudo mais que acreditamos devem estar em harmonia com a Bíblia Sagrada para que sejam de fato de Deus.  

    O que a Bíblia ensina sobre os eventos do fim dos tempos? Ela prevê uma fraude religiosa maciça em proporções globais, envolvida com uma batalha chamada Armagedom: “pois são espíritos de demônios, que operam sinais os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha do grande dia do Deus todo-poderoso. E eles os congregaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom.” (Apocalipse 16:14-16)

    Esta “batalha do grande dia do Deus todo-poderoso”, é o conflito final da Terra. Forças mais que humanas estarão lutando, os exércitos espirituais de Deus e de Satanás entrarão em conflito. Armagedom culmina a grande controvérsia entre o bem e o mal. 

    O texto diz que espíritos maus que fazem milagres irão reunir os líderes do “mundo todo” e isto inclui a União Soviética, é claro. Evidentemente, até os ateístas de lá irão “se reunir”, levados pelos milagres inegáveis das agências satânicas. O mundo inteiro será convertido para o culto falsificado, todos menos alguns mais fiéis que dependem somente da Bíblia para terem a verdade. Estas são as questões espirituais envolvidas em Armagedom. Poderá haver conflito físico também, é claro.  

    Estivemos em Israel, em busca de Armagedom. Quando acontecerá esta batalha? A história não nos dá nenhum registro de um lugar chamado Armagedom, mas a Bíblia nos dá algumas orientações. A palavra “armagedom” vem do hebraico. Nesta língua, a palavra combina “har”, que significa monte, e “mageddon”, que pode estar ligado a Megido. Portanto o nome Armagedom pode significar o “Monte de Megido".      Nos tempos do velho testamento, Megido era uma pequena mas poderosa fortaleza ao norte de Jerusalém perto da planície de Esdrélon. Na Bíblia, esta planície é chamada de Planície de Megido e pode parecer um local adequado para guerras, mas aí lembramos que Armagedom não envolve uma planície e sim um monte. 

    Precisamos achar o Monte de Megido. Um monte com um significado espiritual para os exércitos do céu. Como um vulto gigante sobre a paisagem de Megido está o monte Carmelo. Talvez o monte Carmelo resolva nosso dilema. Será que ele representa o monte Megido, o cenário do Armagedom? Será que aconteceu alguma coisa no Carmelo que nos ajudaria a compreender Armagedom? 

    Há muito tempo, no monte Carmelo, Elias promoveu um confronto dramático entre Deus e seus inimigos. O profeta Elias convocou a nação para comparecer neste monte. Ele desafiou todos a julgarem o culto verdadeiro e o falso. Seu apelo dramático foi: “... Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é baal, segui-o.”   (I Reis 18:21)

    Deus ganhou uma grande vitória naquele dia no Carmelo. Ele derrotou seus inimigos, os adoradores de baal, assim como irá derrotá-los mais uma vez e para sempre no Armagedom.

    O Comentário Internacional sobre o Novo Testamento explica que, “har" - magedom, significa a destruição final de todas as forças do mal, com a força e o poder de Deus... Sim, Deus sairá vitorioso e levará consigo todos aqueles que colocaram sua fé nEle. 

    Agora podemos entender Armagedom.  É um confronto entre a verdade e o pecado, lealdade à Deus ou às forças do mal. Embora haverá com certeza batalhas devastadoras entre os exércitos na Terra, o tema principal na Bíblia é que Armagedom estará concentrado no conflito espiritual.

    Armagedom envolve cada ser humano pessoalmente. Para cada um de nós vem o desafio, “até quando coxeareis entre dois pensamentos?” Será que vamos fugir das falsidades da Babilônia ou pagar com a palavra da graça de Deus? Será que estaremos dentre os santos que irão guardar "os mandamentos de Deus e a fé de Jesus"?

    Todos nós teremos um papel a desempenhar em Armagedom. Quando Deus dominar as forças do mal poderemos dominá-las com Ele! Podemos aproveitar o pedido da mensagem de Fátima para o arrependimento e a oração, mas outros elementos da mensagem trazem sérias dúvidas, por exemplo:

    A mensagem de Fátima prevê que após a conversão da Rússia, um certo período de paz será concedido ao mundo. Todos nós queremos paz, mas devemos ter cuidado. A Bíblia nos dá um aviso amedrontador: “...Pois quando estiverem dizendo: paz e segurança! Então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão.” (I Tessalonicenses 5:3)

    Graças a Deus, não seremos pegos de surpresa:  mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que aquele dia, como ladrão, vos surpreenda; ...Não durmamos, pois, como os demais, antes vigiemos e sejamos sóbrios.”  (I Tessalonicenses 5:4 e 6)

    Uma coisa é certa. O inimigo de nossa alma sabe o que está fazendo. Ele tem uma estratégia para suas ilusões e não se incomoda em revelar seus planos com antecedência para conseguir a confiança de milhões, antes de jogá-los nas profundezas da decepção! 

    Nestes tempos solenes precisamos estar alertas  para a crise final que nos aguarda antes da segunda vinda de Cristo. “... e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo...”  (Daniel 12:1)

    Aqui encontramos boas e más notícias. Haverá um período de conflitos e não podemos fugir dele.  Esta é a má notícia. Mas, graças a Deus, Ele irá libertar o seu povo. Ele nos trará com segurança para o Céu. “Depois destas coisas olhei, e eis uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, que estavam em pé diante do trono e em presença do cordeiro, trajando compridas vestes brancas, e com palmas nas mãos; e clamavam com grande voz: salvação ao nosso Deus, que está assentado sobre o trono, e ao cordeiro. ...E um dos anciãos me perguntou: estes que trajam as compridas vestes brancas, quem são eles e donde vieram? Respondi-lhe: meu Senhor, Tu sabes. Disse-me ele: estes são os que vêm da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do cordeiro.” (Apocalipse 7:9 a 14)

    Você consegue imaginar que maravilhoso será?  Imagine você louvando a Deus com os santos de todos os tempos, uma grande multidão que ninguém consegue contar, acenando com palmas a vitória de Jesus.

    Quer queira ou não, meu amigo, você é quem decide o seu destino eterno. Eu lhe suplico para confiar a sua vida a Jesus e depois siga-o com todo seu coração.

VOCÊ PRECISA ESCOLHER

Letra e Música: Jon Mohr

Versão: Everson Mückenberger

Você ouviu

do amor de Deus

e deve estar a perguntar:

"Aceito a Cristo e Seu amor

ou não responderei?"

Você tem que escolher

se aceitará o Seu amor.

Jesus é tudo que você sempre procurou,

Ele é a liberdade que você sempre sonhou.

Mas Cristo quer que você tome a decisão final,

e você tem que escolher,

depende só de você.

ORAÇÃO

Meu Senhor, quando penso sobre o futuro, sou grato em saber que Tu tens tudo em Tuas mãos. Por isso, entrego minha vida nas mãos de Jesus. Aquelas mãos que foram pregadas na cruz para me salvar. Proteja-me do mal e do engano, Senhor. Guarda-me em Teus cuidados até o glorioso dia em que Tu virás para me levar até o lar celestial. Peço em nome de Jesus. Amém.

 

Caso você queira aprofundar o seu conhecimento da Bíblia,

solicite agora mesmo o

  Curso Bíblico do programa "Está Escrito".

 Ele é inteiramente grátis. Teremos o maior prazer em atender sua solicitação. Entre em contato conosco agora mesmo.

Está Escrito

Caixa Postal 1800

20001-970 Rio de Janeiro, RJ

Telefone (021) 284-9090

Fax (021) 254-7165


 


 

18

PROBLEMAS COM O PARAÍSO

George Vandeman

TOPO

 

Milhares de casais estão trabalhando, planejando e poupando, na esperança de um dia poderem construir a casa própria dos seus sonhos, com cada detalhe, com arquitetura perfeita, projetada do jeito que sempre desejaram.

Ter a casa desejada parece, segundo muitos imaginam, ser a chave para uma vida ideal. Mas, e se você pudesse projetar uma cidade ideal, com cada detalhe perfeito? Um lugar sem crimes, sem poluição, onde uma vida feliz ocorresse naturalmente? E se você pudesse planejar um mundo ideal? Como seria essa utopia? Esse sonho tem atraído algumas das mentes mais brilhantes da humanidade em direção dessa importante busca. Mas o que esses idealistas jamais sonharam, é que mesmo num paraíso poderiam surgir problemas. Desde que Adão e Eva foram expulsos do Jardim do Éden, seus descendentes vêm tentando voltar para lá. Queremos encontrar aquele paraíso na Terra, ou recriá-lo. Através dos séculos, os seres humanos vêm tentando com trabalho pesado, engenharia social, planos econômicos, ou simplesmente com a imaginação, criar utopias de todos os tipos. Des fato, algumas tábuas de pedra do ano 2 mil A.C. contam a história de Gilgamesh, um lendário rei da Suméria, que viajou em busca se um paraíso na Terra. O rei teve que luta contra leões, teve que escalar montanhas e passar dias em total escuridão a fim de chegar a Dilmun, um lugar de prazer e relaxamento perpétuos. Esse Éden ficava junto a uma fonte de água pura e límpida e tinha um clima primaveril o ano inteiro. Mas no decorrer da história de Gilgamesh, ele não conseguiu descobrir o segredo da vida eterna e teve que aceitar a mortalidade e os infortúnios da existência.

Mesmo em teoria, é difícil construir um paraíso ideal aqui na Terra. Veja, por exemplo, a Utopia de Thomas More, escrita durante a Renascença. Alguns dos detalhes desse mundo ideal são tão extravagantes que os críticos não sabem de More estava de fato defendendo certas idéias ou satirizando-as.

Muitos idealistas e criadores de utopias têm procurado se inspirar na antiga Esparta. Eles vêem uma cidade-estado dedicada ao bem coletivo na qual os ideais de simplicidade e austeridade prevalecem. Na realidade, entretanto, Esparta foi uma das sociedades mais militaristas e totalitárias da História, tornando-se uma utopia na imaginação dos homens, somente milhares de anos depois. No mundo real, as utopias geralmente passam de brilhantes promessas para amargas desilusões. No início de 1800, por exemplo, Charles Fourier divisou um sistema pelo qual os males da humanidade podiam ser corrigidos, reorganizando-se a sociedade em unidades econômicas cuidadosamente construídas. Fourier morreu antes de colocar suas idéias em prática. Foi Albert Brisbane quem popularizou suas idéias e inspirou muitas experiências comunais em 1840. A certa altura, Brisbane chegou a comparar Fourier com Jesus Cristo. Mas com o passar dos anos, os problemas práticos para a construção de um mundo ideal foram aparecendo e Brisbane, finalmente desiludido, disse: "Se alguém mereceu ser enforcado por irreflexão intelectual e violência, esse alguém foi Fourier."

Uma das utopias mais singulares da História foi criada no convés de um navio francês, o Victoire, quando um oficial idealista, Françoise Mission, propôs que o navio se tornasse uma república onde a liberdade e a igualdade prevalecessem. A idéia de uma utopia flutuante imediatamente pegou e mudaram o nome do navio para "República do mar". Os homens a bordo tornaram-se piratas socializados. Em vez da tradicional caveira e os ossos em cruz sobre o fundo preto, eles hasteavam uma bandeira branca com os dizeres "por Deus e pela liberdade."A obscenidade e a intoxicação eram proibidas a bordo da "República do mar". O capitão Mission pilhava dos navios alimentos, armas e suprimentos, mas fazia os ataques o menos sanguinolentos possível. Todos os espólios eram divididos; os homens viviam como iguais.

Uma vez, quando Mission dominou um navio holandês, ele libertou todos os escravos a bordo e os tornou cidadãos de sua democracia do mar. O mundo em geral estava cheio de injustiças, mas o capitão Mission queria criar um ponto no globo onde os homens fossem tratados com igualdade.

O anseio de justiça e o desejo de criar um lugar justo é o sonho que reside em quase todas as comunidades ideais nas utopias já imaginadas e tentadas pelo homem. Mas tragicamente esses paraísos na Terra têm ruído. Uma após outra, as utopias vão por terra, sonhos colidem com a realidade.

Às vezes, o golpe fatal vem de fora. A experiência do capitão Mission terminou após ele ter-se fixado numa pequena ilha perto de Madagascar. Tribos vizinhas atacaram sua colônia e a destruíram.

Mas geralmente as utopias se desmoronam internamente. Mesmo os idealistas descobrem que existem dificuldades para a realização desses sonhos.

Henry David Thoreau abriu os olhos da América para os valores da harmonia com a natureza em seu livro Vida nas Florestas, mas em uma comunidade utópica chamada Fazenda Brook, ele encontrou dificuldade em criar harmonia. Ele disse a certa altura que se tal lugar fosse o Céu, ele preferiria viver sozinho no inferno.

Em 1826, Robert Owen estabeleceu a "Comunidade dos iguais - Nova Harmonia." Ele falava muito sobre a igualdade e cooperação no milênio. Mas essa comunidade da Nova Harmonia logo se partiu em duas facções: um líder rival criou outra comunidade. Aí surgiram as disputas sobre a posse da propriedade e forma de governo. Incapazes de resolver a questão, alguns cidadãos formaram um terceiro grupo. Aos poucos a Nova Harmonia se desintegrou.

Os sonhos brilhantes e realidades destroçadas desses idealistas nos deixam uma grande pergunta: poderá haver um dia o Céu na Terra? Este planeta atingirá o ponto de justiça para todos? No livro de Apocalipse temos a clara figura de um milênio durante o qual os justos reinarão com Cristo.

Muitos utopistas têm crido sinceramente que seus esforços pavimentarão a estrada para esse estado ideal, o milênio. De que se trata o milênio? É algo que podemos aguardar? Se quisermos achar as respostas desta questão sobre o Céu na Terra, é melhor começarmos examinando cuidadosamente o que as Escrituras dizem sobre o milênio.

Ao falar sobre o milênio, creio que as pessoas de muitos grupos religiosos desprezam um fato importante na maneira como esboçam os eventos do final dos tempos. Vamos tentar elucidar isto, pois tem muito a ver com o que o milênio pode e não pode ser. Apocalipse 20 é o único lugar na Bíblia onde esse período de mil anos é discutido.

Há dois fatos conhecidos sobre o milênio: primeiro, Satanás será aprisionado durante esse período. E segundo, os santos reinarão com Cristo. Agora, como Satanás será preso, onde os santos reinarão, e o que o ímpio estará fazendo durante este tempo, são questões bastante debatidas.

Para obter algumas respostas, vamos voltar e examinar a cena que Apocalipse apresenta pouco antes de capítulo 20, pouco antes do capítulo 20, pouco antes do milênio. O que acontece em Apocalipse 19? O evento central é este: Um cavaleiro , num cavalo branco, sai do céu; ele é chamado de fiel e verdadeiro, a palavra de Deus; ele está vestido com um manto branco molhado em sangue, e há muitas coroas sobre a sua cabeça. Ora, quem ele lhe parece? Que evento é  descrito? Vamos ver especificamente os versículos 14 e 15 de Apocalipse 19: "E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro. Da sua boca saía uma espada afiada, para ferir com ele as nações..."

O evento descrito é a segunda vinda de Cristo, Sua vinda em glória com todos os anjos. Aqui temos uma imagem particular daquele evento relacionado ao ímpio que tenta guerrear contra Deus. A besta e o falso profeta ambos aliados do anticristo, são jogados no lago de fogo. E o versículo 21 diz: "Os restantes foram mortos com a espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo..."

Os ímpios são mortos na segunda vinda de Cristo. Está claro que isso inclui todos os ímpios porque o versículo 18 fala dos pássaros consumindo "a carne de todos os homens, livres e servos, pequenos e grandes."

A figura é de total desolação e destruição na Terra.

O próximo versículo nas Escrituras, começa a descrever o período dos mil anos. Esse é o fato que as pessoas desprezam quando especulam sobre o milênio: todos os que ficaram na Terra estarão mortos, este mundo estará coberto de cadáveres. Isso lhe parece o Céu na Terra?

Falando daqueles que morreram por sua fidelidade a Jesus, João, o revelador, diz, "...e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos." Apocalipse 20:4

A conclusão é bastante clara: todos os que não estiverem reinando com Cristo morrerão durante o milênio. Eles ressuscitarão somente após o período dos mil anos. E o que acontece no fim? Apocalipse 20 nos mostra Satanás libertado no encerramento do milênio, saindo para reunir as nações, os ímpios que voltaram à vida, e fazendo guerra contra a cidade de Deus. Ele é derrotado, atirado no lago de fogo e  enxofre. Todos os que não forem encontrados escritos no livro da vida experimentarão a segunda morte, a morte eterna.

Entre a vinda de Cristo e Seu última ato de julgamento, todos os ímpios são mortos. Fica difícil imaginar o milênio como um período de justiça, paz e prosperidade na Terra no meio desses cadáveres. Onde então podemos encontrar o bom milênio? Obviamente temos que olhar para aqueles que reinam com Cristo durante esses mil anos. E onde eles reinam? Se os ímpios são destruídos na segunda vinda de Cristo, o que acontece com os crentes fiéis? Paulo descreve a vinda de Cristo em I Tessalonicenses 4:16,17: "...e os que morreram em Cristo, ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficamos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor."

Os crentes vão subir. Eles vão estar com Cristo. Eu creio que iremos para o Céu; afinal, é lá que Deus reina, e nós reinaremos com Ele. Mil anos no Céu, cercados por indescritíveis glórias, passando a conhecer Deus como jamais poderíamos imaginar! Ora, isso é um milênio, isso é justiça, isso é paz e prosperidade. amigo, quero lhe dar outra razão pela qual creio que esses mil anos com Cristo ocorrerão no Ceú. Apocalipse 21, fala sobre o que acontecerá após o milênio, após o julgamento final e a destruição final do ímpio. João, o revelador, diz que um novo Céu e uma nova Terra emergirão. ele descreve: "Vi também a cidade santa,a nova Jerusalém, que descia do Céu, da parte de Deus, ataviada como noiva, adornada para o seu esposo." Apocalipse 21:2.

Aquele assentado no trono naquela cidade diz: "estou fazendo novas todas as coisas." A cidade santa contendo o trono de Deus desce do Céu para a Terra no encerramento do milênio. Se estivéssemos reinando com Cristo, onde teríamos que passar esses mil anos? Acredito que no Ceú.

Amigo, eu não creio que possa haver um milênio na Terra, não estando todos mortos na Terra durante esse período. O milênio é no Céu, onde os santos terão o privilégio de reinar com Cristo. Ora, isso é importante ou é apenas um pequeno detalhe no cronograma de eventos no encerramento da História da Terra? Bem, nossa salvação certamente não depende de uma análise correta do Apocalipse ou de conseguirmos entender todos os símbolos. Nosso atual relacionamento com Cristo não depende disso também. Mas penso que um milênio no Céu me diz algo importante. Ele me diz primeiramente onde olhar; ele me diz onde esperar. Não podemos tentar aprimorar nosso mundo, temos apenas a responsabilidade de melhorá-lo, mas não podemos esperar um paraíso na Terra, não antes do próprio Deus o tornar novo.

Um milênio no Céu também me diz que não existe uma segunda ou terceira chance para aqueles que rejeitam a Cristo nesta vida. Não haverá outros mil anos para nos decidirmos após a volta de Cristo e a ressurreição dos justos. Não! O ímpio morto não ressuscitará até o julgamento final no término do milênio, quando ele tiver que enfrentar sua responsabilidade e a segunda morte. E um milênio no Céu me diz alguma coisa sobre a justiça absoluta de Deus.

Em I Coríntios 6, Paulo afirma que "os santos julgarão o mundo". Jesus disse alguma coisa parecida com isso. "... quando, na regeneração o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentarei em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel." Mateus 19:28

A que isto pode se referir? Quando vai acontecer? Certamente, nós seres humanos, não podemos decidir o destino de outras pessoas. Bem, eu creio que isto se refere a algo que acontece durante o milênio, durante nossos mil anos de reinado com Cristo. Creio que Deus permitirá examinar os casos de todos aqueles que não foram levados para o Céu. Podemos ter perguntas, podemos conjecturar por que algum primo ou sobrinho que parecia ser tão dedicado e sincero não foi salvo. Deus nos permitirá fazer o papel de juízes quando reinarmos com Ele.

Poderemos estudar os fatos, olhar dentro do que Deus sabe, e termos a certeza de que Ele foi completamente justo quanto ao destino de cada ser humano. Por isso esse julgamento final ocorrerá no período de mil anos. O ímpio não enfrentará o fim enquanto Deus não nos der todas as chances de ver que Seu julgamento é correto e justo.

Creio que isto é uma maravilhosa resposta aos anseios do homem pela maior das justiças, para que as coisas terminem de algum modo justas. Deus quer satisfazer nossos desejos mais profundos, nossos mais altos ideais.

Todos os nossos sonhos de construir uma sociedade perfeita apesar dos pesares, obterão seu cumprimento nesse milênio celestial. Deus nos criou com estes sonhos aninhados no coração. Não podemos aceitar o modo como as coisas estão; o sofrimento e a injustiça não podem ser a última palavra na vida. E Deus diz: "Sim. Tem razão."Os mil anos de reinado com Cristo no Céu mostram o quanto Deus é bondoso. Ele nos quer Consigo. Ele quer responder todas as nossas perguntas, resolver as mínimas dúvidas, para que a eternidade que passarmos com Ele possa ser de comunhão perfeita e sem manchas. todas as tentativas de se construir paraísos na terra terminaram em tragédia ou em choro. Cada vez mais que investimos nossas maiores esperanças em algum lugar ou evento neste mundo, acabamos sofrendo a amarga decepção. Temos aprendido isso repetidas vezes. As utopias do homem jamais poderão tomar o lugar do único e inabalável  Reino de Deus. Onde está a sua esperança hoje? Onde você está procurando o paraíso? O Deus que morreu no Calvário para salvar você da atual era do mal, está esperando para levá-lo com ele para o Céu. O único e verdadeiro Salvador da humanidade, Jesus Cristo, descerá à Terra nas nuvens de glória. Ele preparou habitações para nós no Céu. O que quer que você esteja fazendo neste mundo agora, sejam quais forem os desafios que esteja enfrentando, eu oro para que você esteja com o coração voltado para o céu. Certifique-se de que sua esperança esteja seguramente firme na mais importante das certezas que podemos ter quanto ao futuro: Jesus Cristo está voltando para nos levar para o Céu! Você está esperando o Salvador? Você está pronto para encontrar o Salvador? Planeje estar entre aqueles que erguerão os braços para saudá-Lo, quando Ele voltar em triunfo; planeje ter o seu verdadeiro lar com o Cristo que breve voltará.


 


 

19

ENCONTRANDO A VERDADE NAS ROCHAS

George Vandeman

TOPO

 

Vamos fazer uma viagem no tempo. Vamos voltar aos impérios do mundo antigo que surgem e desaparecem na poeira; voltar a reis, guerreiros e sacerdotes, voltar ao Crescente Fértil, o berço da civilização. Vamos descobrir fatos fascinantes sobre cidades como Nínive, Tiro e Petra. Vamos ter um encontro com impressionantes profecias bíblicas, que vêm se cumrpindo até hoje em meio às ruínas.

Vandeman: Eu tive um grande interesse na Arqueologia Bíblica boa parte de minha vida. Há algum tempo o "Está Escrito" apresentou alguns programas gravados em locais do Oriente Médio que esclareceram em grande parte a história da Escritura. Por isso estou muito feliz em receber no nosso programa um homem que tem pesquisado as últimas descobertas, algumas das quais estão revolucionando a nossa visão do mundo antigo. Meu amigo, John Carter, vai nos contar e mostrar alguns de seus fantásticos achados arqueológicos. John, bem-vindo ao "Está Escrito".

John: George, é uma satisfação estar aqui.

Vandeman: Nós nos conhecemos em Sidnei, na Austrália. É uma honra tê-lo aqui conosco e para mim será um pouco difícil controlar o meu entusiasmo hoje, porque eu sempre ansiei por esse encontro. John, por favor, fale-nos um pouco sobre as últimas descobertas em Ninrode, no Iraque.

John: No norte do iraque existe uma cidade muito antiga. Na Bíblia ela se chama Calá. Ela data da época do grande tirano Ninrode, que está descrito no livro do Gênesis. Há uns 150 anos, Layard, o grande arqueólogo inglês, foi lá e descobriu esse local fantástico. Têm-se escavado por lá já há um século e meio sem se descobrir nada. Vários árqueólogos têm procurado e peneirado as areias do deserto sem descobrirem virtualmente coisa alguma. há pouco tempo, um arqueólogo iraquiano chamado Mahmoud Houssein, teve um pressentimento. Ele achou que devia sair da área demarcada e fazer sua escavação particular. Descobriu na superfície do solo uma coisa que parecia uma grande pedra. Então, chamou seus homens e começaram a cavar em torno da pedra. Ali acharam o que parecia um corredor de argila saindo da terra. Eles entraram nesse corredor subterrâneo e eu tenho imagens fantásticas disso, George, o único vídeo-tape que temos disso no mundo. Era um tumba e os iraquianos permitiram que nós entrássemos lá. O Hussein também entrou. A tumba, muito provavelmnte, era da filha do Grande Sargão II, que é descrito claramente em Isaías 20:1. Então ele desceu na tumba e lá dentro descobriu uns grandes recipientes, baús de pedra, umas grandes caixas de pedra. Enquanto ele as abria, segurava uma tocha para iluminar e ficou surpreso porque surgiu um luz que inundou a tumba e quase o cegou. Era a luz refletida de cerca de 57 quilos de ouro e jóias. Uma maravilha! E ele também descobriu ali, na mesma localidade, logo ao lado da tumba da filha de Sargão II, a tumba que provavelmente pertencia à esposa do Grande Assurbanípal, o grande ditador do mundo antigo. Uma descoberta incrível!

Vandeman: Que significado teria isso hoje?

John: O significado é o seguinte: Isso nos mostra que não estamos lidando com fábulas. Essas pessoas da época do antigo Império Assírio, que são descritas tão graficamente na Bíblia, não são invenções da nossa imaginação, eram personagens reais de carne e osso. Veja, a Bíblia é um documento historicamente confiável. Deixe-me contar outra coisa: os iraquianos gentilmente nos permitiram entrar no museu de Bagdá e filmar o tesouro. Deram-nos 10 minutos e nós fomos as únicas câmeras do mundo que puderam entrar. Foi pura providência divina. Eles nos deixaram olhar o tesouro. Guardas armados ficaram ao nosso lado e nos deixaram tirar fotografias das jóias de ouro: a coroa, os pendentes, as pulseiras. Isso nos mostra algo fantástico, nos mostra que os antigos assírios não eram de todo bárbaros. Eles eram bárbaros, mas eram tremendamente avançados em civilização culturalizada e nos mostra que a Bíblia é verdade.

Vandeman: Que fatos e itens da Escritura em particular isso veio reforçar?

John: Pegue, por exemplo, a história de Senaqueribe. A maioria dos acadêmicos ouviu falar de Senaqueribe porque ele é mencionado muitas vezes na Palavra de Deus; é mencionado no livro dos Reis, no livro de Isaías. Isaías fala de Senaqueribe, esse poderoso rei-guerreiro assírio surgindo e rendendo a cidade de Jerusalém.

Bem, durante muitos anos os céticos costumavam rir da Bíblia e diziam: "Não se pode acreditar nessas histórias; são apenas histórias do povo. Historicamente, a Bíblia é imprecisa."

Aí descobriu-se uma prisão, uma maravilhosa prisão que se chama a prisão do Rei Senaqueribe e lá se lê na escrita cuneiforme, as palavras: "Ezequias, como um pássaro na gaiola, eu me calei em Jerusalém. Ezequias, como um pássaro na gaiola."

Você lê isso na Bíblia e lê isso em cuneiforme. É uma coisa incrível porque mostra que a Bíblia estava certa o tempo todo.

Vandeman: Perfeito! Passemos agora às profecias. Como essa massa de informações nos dá confiança no atual elemento profético da Escritura?

John: Pensemos na cidade de Nínive. Ela fica no norte do Iraque. É muito difícil se chegar lá hoje, obviamente devido à situação de guerra. Ninguém vai conseguir ir lá possivelmente nas próximas duas gerações, só Deus sabe. Mas eu estive lá há pouco tempo e não é muito longe de Ninrode ou da cidade de Calá. Numa determinada época, foi a maior cidade do mundo antigo. Ela é descrita no livro de Jonas e em outras partes de Bíblia. Então aqui temos uma netrópole fabulosa, a cidade dos grandes reis assírios: Senaqueribe, Esar-hadom, Sargão I, Sargão II e todos os outros potentados, O profeta hebreu disse: "A cidade vai ser completamente destruída, absolutamente aniquilada. Ela vai ser apagada da mente dos homens."

E em 612 aC, a profecia foi literalmente cumprida quando soldados inimigos, os medos e babilônios jogaram a cidade por terra. A cidade ficou tão destruída que, quando Alexandre, o Grande, chegou dois séculos e meio depois, ele passou pela antiga Nínive, mas disse a seus soldados: "Que significa esse monte de pedras?"

E nenhum dos soldadosm nenhum dos generais e nenhum dos estudiosos percebeu o monte. Foi uma cidade perdida para o mundo durante 2.500 anos, descoberta só há relativamente pouco tempo. A profecia foi cumprida literalmente à risca, eu vi a profecia cumprida.

Vandeman: Por favor, nos dê uma noção de Tiro.

John: A história de Tiro é quase impossível de se acreditar. A grande Nova Iorque do mundo antigo, uma fabulosa cidade fenícia localizada bem ali no litoral do Mar Mediterrâneo. A Bíblia disse, cerca de 650 aC ou seja, 2650 anos atrás, que a cidade seria completamente destruída. Mas disse mais do que isso, disse que as próprias pedras e as próprias madeiras seriam jogadas no mar. Isso parece totalmente absurdo e ridículo, porque, quem jogaria uma cidade no mar? Treze anos depois que a profecia tinha sido proferida pelo profeta Ezequiel, o profeta judeu, Nabucodonosor, o velho rei-guerreiro dos babilônios chegou e destruiu a cidade de Tiro. Ele destruiu a cidade, derrubou as muralhas, mas quem jogaria a cidade no mar? Ele teria que ser louco para fazer uma coisa dessas. Mas dois séculos e meio depois, a chegada dos soldados de Alexandre o Grande, causou oum arrepio de terror aos habitantes da Fanícia. Alexandre marchou para sua presa. E sabe o que tinha acontecido? Os habitantes da antiga Tiro, que havia sido totalmente destruída, tinham fugido para uma pequena ilha a oitocentos metros do litoral, no Mar Mediterrâneo. Alexandre não seria vencido por esses fenícios espertos. Então pegou os escombros, amontoou-os e pegou as rochas, os pilares e as pedras e tudo que havia e construiu uma passagem até a Nova Tiro. Jogou a cidade no mar, fez os soldados marcharem por sobre a velha Tiro, agora no mar, e derrotou a Nova Tiro. Quase impossível de acreditar, não é? A Bíblia até disse que os pescadores jogariam suas redes sobre a Velha Tiro em pleno mar. Quando estive lá, fiquei em pé na tal passagem, a Velha Tiro no meio do mar e eu senti uma sensação de temor tomar conta de mim quando vi os pescadores fenícios, pescadores libaneses, jogando suas redes e as secando sobre a velha cidade de Tiro, no meio do mar. Uma coisa difícil de os céticos aceitarem, não é?

Vandeman: Sem dúvida. Eu tive a mesma experiência, mas você a teve mais recentemente. Temos que pular para Petra, a cidade rosa e vermelha, quase tão antiga quanto o mundo, esculpida na rocha sólida. Por favor, descreva-a como só você sabe.

John: Mais para o sul da Jordânia, numa área que atualmente é totalmente árida e desolada, os antigos edomitas esculpiram uma cidade. Primeiro eles foram para o topo da montanha, para um lugar chamado em árabe "Umm El Bayyarah", que significa "A Mãe das Cisternas".

Bem lá no topo dessa fortaleza maciça eles esculpiram essas grandes cisternas onde podiam guardar, acho que centenas de milhares de galões de água. Aí, depois que o edomitas saíram de cena, segundo uma profecia bíblica, chegaram os nabateus, uma selvagem tribo de beduínos saqueadores do deserto; depois vieram os romanos com seus soldados e cidadãos. Então logo ali, na Iduméia, passou a existir uma tremenda civilização, bastante singular. Porque como você disse, cada prédio foi esculpido como um camafeu na rocha viva, e as cores são esplêndidas. Você sabe, tem o rosa-vermelho e o lilás e todas essas cores lindas. Então a cidade no seu apogeu deve ter sido uma das maravilhas do mundo. Aí chegou o profeta e disse: "Não haverá mais vida nessa cidade". Falou sobre a confusão e as pedras do vazio. Disse ele: "Vou espalhar sobre ela a linha da confusão e as pedras do vazio".

E quando se vai lá hoje, tirando uns poucos turistas, só alguns beduínos moram na cidade. A profecia se cumpriu aqui, nesta que foi uma das grandes cidades do mundo antigo. A profecia foi tão cumprida que Petra se perdeu para o mundo durante cerca de mil anos. Eu lhe pergunto: Quem pode negar a precisão da profecia bíblica?

Vandeman: Eu não paro de sentir arrepios quando ouço você falar de Petra. Nos meus primeiros anos de visitas à Terra Santa e ao Oriente Médio, eu não podia deixar de vê-la. Passar pela fenda, aquela passagem estreita, pode descrevê-la? Só um cordão de luz acima que a tornava quase inexpugnável. Fale-nos sobre isso.

John: A cidade é quase inexpugnável porque está rodeada por uma cadeia de montanhas. A única passagem para a antiga cidade de Petra era essa fenda estreita na rocha que terminava na cidade. Acho que tem cerca de um quilômetro e meio. E em muitos pontos, tem só uns 12 metros de largura, se tanto. A medida em que você passa na semi-escuridão, você pode olhar para os penhascos acima e enxergar por ali um pedacinho de céu azul. E à medida em que você avança, principalmente a primeira vez, você pergunta: "Quando será que esta passagem acaba? O que eu vou encontrar?"

Então você sai e lá está o vale dos antigos edomitas, e você vê o glorioso templo de El Khazneh.

Vandeman: Lá era o centro da adoração ao sol?

John: Sem dúvida. Uma adoração bárbara, sedente de sangue. Nas alturas dos penhascos de Petra, os antigos edomitas esculpiram altares para o deus-sol. Alguns historiadores dizem que eram locais de sacrifício humano. Eu acho que provavelmente fossem mesmo. Quando o sol nascia, eles pegavam uma jovem virgem, colocavam-na lá e aí abriam o peito dela, tiravam-lhe o coração e levantavam-no em oferenda ao deus-sol. Eles eram um dos povos mais curéis, e isso é uma das coisas que os profetas condenavam. Devido a falta de humanidade dos edomitas para com seus semelhantes, Deus disse: "Essa cidade vai desmoronar e se perder nas névoas do tempo." E, é claro, a profecia se cumpriu. Cada palavra aconteceu.

Vandeman: Maravilhoso! Fale-nos sobre a Babilônia, ela intrigou tantas pessoas...

John: Com prazer. A razão de eu me interessar pela Babilônia é que a Bíblia faz muitas referências a ela. E devido à situação no Oriente Médio, quem sabe quando um grupo de arqueólogos com uma equipe de filmagem vai poder ir à Babilônia de novo, ou Calá, ou Nínive, qualquer desses lugares? Pode não ser no nosso tempo de vida, você sabe. A Babilônia foi talvez a maior cidade, ou uma das maiores cidades do mundo antigo. Havia belezas em Nínive, mas de alguma forma, a Babilônia desbanca todas porque teve um impacto profundo na nossa civilização. Muito de nossa história está enraizada nas histórias populares da Babilônia ena cultura dos antigos babilônios. E é claro, quando se lê o livro de Daniel, lê-se sobre personagens judeus que se chamam Daniel, Sadraque, Mesaque e Abednego; também se lê sobre grandes personagnes históricos como Ciro o Grande, Dario, Belsazar, Nabucodonosor. Durante muitos anos, os céticos, em sua ignorância, negaram a historicidade desses eventos. Hoje, já sabemos que a Babilônia era tudo o que a Bíblia dizia que era. Agora sabemos que Belsazar foi um personagem histórico real.

Os céticos diziam que Belsazar nunca tinha existido, que era uma criação da imaginação dos hebreus. Diziam até que Nabucodonosor não tinha existido.

Quando estive na Babilônia, fui ao palácio de verão de Nabucodonosor. Lá, peguei esses tijolos velhos da Babilônia.

Bem, são apenas tijolos velhos e não parecem particularmnete relevantes e talvez não sejam, mas estão cobertos de sinais cuneiformes. É relevante lembrar que na Babilônia, Nabucodonosor escreveu seu nome em cuneiformes em centenas de milhares, talvez até milhões, de tijolos. Nós já sabemos hoje com absoluta certeza que Nabuconodosor, Belsazar, todos esses personagens, foram personagens históricos e que a história da Bíblia é absolutamente verdade. Pode acreditar nisso. Eu digo a todos que podem acreditar na Bíblia e podem acreditar no Deus que a inspirou.

Vandeman: Graças a Deus. Tenho um pedido difícil para lhe fazer: Como você pode resumir tudo isso numa declaração final para nós?

John: Quando visitei o Egito, e explorei as ruínas dos Faraós e olhei as inscrições nas paredes; quando andei onde Moisés andou, quando fui à cidade de jerusalém, a cidade do Grande Rei e estudei a profecia e explorei o muro ocidental, explorei o local do templo; quando fui a Petra, Tiro, Nínive e Ninrode - todas essas cidades - quando desci às antigas cidades da planície, a área de Numeira que achamos que pode estar ligada a Sodoma e Gomorra; quando visitei a Babilônia, um grande penssmento ficou batendo na minha cabeça: "A Bíblia está certa. A Bíblia está certa. Você pode acreditar na Palavra de Deus e pode acreditar no Deus que inspirou a Bíblia. O Deus que inspirou a Bíblia é um Deus de enorme compaixão e enorme amor. Se não fosse assim, Ele não nos teria dado toda essa prova pela qual devemos crer nele e em sua palavra".

Vandeman: Graças a Deus por você e pelo que você fez. Ele o abençoou. Não é verdade que homens mortos contam histórias?

John: É verdade.

Vandeman: Histórias que confirmam a Palavra de Deus. Nem posso dizer como estamos gratos por você ter vindo. Que Deus o abençoe. Eu creio que uma coisa que John disse com grande sentimento é especialmente importante para nós hoje. Ele disse: "Não há nada lá." Lembra? Entre as ruínas de Tiro, Petra, Nínive, não havia nada! Além de servirem como belos sinais do cumprimento da profecia bíblica, esses sítios arqueológicos nos dizem algo sobre o que perdura e o que não perdura. Os orgulhosos cidadãos de Nínive tinham todo motivo para crer que seu impéro duraria indefinidamente.

Quem na esplêndida corte de Sargão e Assurbanípal podia sonhar que sua civilização inteira simplesmente sumiria no deserto, deixando virtualmente nenhum traço entre as futuras gerações? E os prósperos mercadores de Tiro, acumulando um império financeiro, quem entre eles podia crer que sua riqueza seria arrasada e mergulhada no mar? E os construtores da inexpugnável Petra? Será qie achavam que sua cidade seria apenas uma nota arqueológica para a história?

Sim, impérios se transformam em areia, homens ambiciosos e impiedosos conquistam e prosperam, sacrificando incontáveis vidas nesse processo. E como eles acabam? Enterrados na areia. Sim, enterrados na areia como todo mundo. No nosso tour sobre arqueologia bíblica, realmente vimos uma coisa que não se transformou em pó. Uma coisa que não vai virar apenas uma nota na História. Vimos uma coisa que saiu de todos os choques entre os impérios qinda brilhando muito. Veja o profeta Isaías descrever isso: "Seca-se a erva e caem as flores, mas a palavra de nosso Deus subsiste eternamente." Isaías 40:8.

A Palavra de Deus permanece verdadeira. O alarde orgulhoso do rei Sargão mergulhou na nulidade. Os gritos altos dos mercadores de Tiro, sumiram na insignificância. Mas a palavra que Deus fala subsiste eternamente. Verificada, confirmada, estabelecida. Até as ruínas do passado testemunham de seu valor.

Amigo, independentemente do que conseguimos na nossa vida, independentemente do quanto construímos, do quando vendemos ou da fama que temos, teremos vivido em vão se de alguma forma não nos ligarmos à eterna Palavra de Deus. Podemos achar que temos o sucesso e não precisamos de nada, mas tudo virará pó em nossas mãos a menos que nos liguemos à rocha sólida da Palavra de Deus e à verdade. Essa Palavra vem a cada um de nós na pessoa de Jesus Cristo. Ele é a verdade de Deus na forma humana, Ele é Deus pedindo um compromisso cara-a-cara, porque depois de vermos as provas, nós temos que responder, temos que fazer uma opção. Vamos deixar a verdade nos libertar? Ou vamos apenas saudá-la a distância?

Eu oro para que você aceite o Senhor Jesus Cristo, a Palavra de Deus, Aquele que é a verdade agora. Todas as profecias acabam chegando a Ele. Todos os impérios acabam se curvando diante dele. Ele é o centro da História. É Ele o centro da sua vida hoje?


 


 

20

EM BUSCA DO CÁLICE SAGRADO

George Vandeman

TOPO

 

Gerações de crianças, ouvindo as aventuras do rei Arthur e os cavaleiros da távola redonda, têm ficado sabendo da maior das buscas: A procura do cálice sagrado.

    Esta é uma lenda que realmente nos atrai. Um dos filmes mais famosos dos anos 80, “Indiana Jones e a Última Cruzada”, mostra o herói em perseguição a esse mesmo cálice sagrado, competindo com impiedosos nazistas pelo prêmio. O que é ou era afinal, esse cálice sagrado? De que modo está ligado à vida de Cristo? O cálice alguma vez realizou milagres? Será que algum dia iremos encontrá-lo?

    Cavaleiros em armaduras brilhantes, como Sir Percival e Sir Calahad, partem para encontrá-lo, ou morrem tentando. Durante as cruzadas, um soldado de Gênova chamado Guglielmo afirmou tê-lo descoberto em Cesaréia. E bem mais recentemente, Indiana Jones, o extraordinário arqueólogo dos filmes de Steven Spielberg, lutou para entrar numa caverna misteriosa e teve que escolher o cálice verdadeiro entre uma porção de imitações. O cálice sagrado... possui uma mística incrível, uma incrível força de atração através dos tempos. O que é exatamente esse objeto supostamente milagroso? Existe alguma verdade por trás de todas estas lendas?

    Tradicionalmente, fala-se ter sido o cálice que Cristo usou na Santa Ceia quando disse: “Bebei, este é Meu sangue" no novo testamento não existe nenhum registro cristão primitivo descrevendo este cálice ou dizendo alguma coisa sobre o que teria acontecido com ele. As  notáveis histórias simplesmente começaram a circular.

    O novo testamento fala muitas vezes sobre o sangue de Cristo, seu significado e poder.  Pessoas piedosas ansiaram ter algum contato físico com esse sangue sagrado. O primeiro elo na lenda do cálice sagrado é José de Arimatéia. Ele é mencionado brevemente nos evangelhos como um discípulo rico que pediu a Pilatos o corpo de Cristo após a crucificação. José envolveu o Salvador em lençóis de linho e O colocou num túmulo. Essa é a última menção deste homem nas Escrituras. Mas em escritos posteriores, tal como, o “Evangelho de Nicodemos”  enfeitaram a história.

    José de Arimatéia, dizia-se, haver tomado posse do vaso, o cálice sagrado. Ele foi aprisionado, e depois, miraculosamente libertado. Mais tarde, ele viajou para o Ocidente com seu precioso artefato, chegando à Inglaterra e morrendo em Glastonbury. Outras lendas variam a história.

    Em algumas, o vaso sagrado não é o cálice usado na Santa Ceia, mas uma terrina na qual José recolheu o sangue que vertia do lado de Cristo, quando Ele foi ferido pela lança do centurião. De qualquer modo, a Abadia de Glastonbury incentivou as lendas e tornou-se o centro de um culto ao cálice sagrado.

    Durante muitos anos, peregrinos viajaram para lá, para se aproximarem do cálice sagrado que havia estado próximo do sangue sagrado. Mas outros lugares fizeram reivindicações similares através dos tempos. Alguns estudiosos viram uma ligação entre muitas histórias de cálices e uma seita chamada Albigenses.

    No século 13, essas pessoas fugiram sob perseguição para as montanhas dos Pirineus, no sul da França. Livros têm sido escritos afirmando que o cálice sagrado era uma relíquia dos Albigenses e que o próprio cálice continua escondido em alguma caverna pirinéia. Um grupo francês, próximo de onde os Albigenses viveram, ainda mantém viva essa crença.

    Houve também Guglielmo de Gênova. Ele navegou até a Terra Santa com um exército nas cruzadas em 1099 e participou da captura de Jerusalém. Quando estava em Cesaréia, ele conseguiu adquirir um brilhante cálice de esmeralda que acreditava ser o cálice sagrado.  Algum tempo depois descobriu-se que o cálice era feito de vidro comum.

    Pelo menos três lugares afirmaram possuir  o cálice sagrado: Glastonbury na Inglaterra, as montanhas do Pirineus na França e Gênova na Itália. É claro que não existem provas para apoiar quaisquer dessas afirmações. Mas a mística do cálice sagrado é tão forte que as pessoas querem acreditar; elas anseiam ter algum contato físico com o sangue sagrado e assim fazem peregrinações a estes locais.

    Para entender o apelo do cálice sagrado, é útil ver como o novo testamento fala sobre o sangue de Cristo, e como o próprio Salvador apresentou o Seu sacrifício. O sangue realiza mágica? Existe alguma base no novo testamento para o culto ao cálice? Isto pode surpreender algumas pessoas, mas as Escrituras falam do sangue de Cristo realizando maravilhas.

    O escritor de Hebreus nos fala que o sangue de Cristo “...Purificará a nossa consciência de obras mortas para servirmos ao Deus vivo”! Em seguida, o apóstolo João nos assegura que o sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo pecado. Pedro proclama que o precioso sangue de Cristo pode nos redimir de um modo de vida vazio, e o apóstolo Paulo escreve que o sangue de Cristo pode aproximar de Deus os alienados e afastados dEle. Estes são de fato milagres e maravilhas.

    O sangue de Cristo é realmente poderoso. Quando os escritores do novo testamento falam deste sangue, estão, é claro, se referindo à morte sacrifical de Cristo na cruz. Ele tomando os pecados do mundo e morrendo em nosso lugar, é isso que quer dizer. Nas Escrituras, o sangue é identificado como vida. Asssim, quando ouvimos a respeito do sangue de Cristo derramado por nós, estamos sendo informados sobre a vida de Cristo dada por nós; o Salvador morrendo em nosso lugar.

    O sacrifício de Cristo, o sangue de Cristo, de fato, opera maravilhas. A questão é, como entramos em contato com este poder?  Como nos aproximamos da mágica?

    Bem, é interessante notar que existe uma outra palavra que é usada de um modo bastante similar ao sangue no novo testamento. Essa palavra é “fé”.

    Você sabia que muitas das coisas que se diz que o sangue faz, a fé também realiza? A fé forma uma parceria com ele. Por exemplo, ao lado da famosa frase, “redimido pelo sangue”, coloque a declaração “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé...” (Efésios 2:8)

    Redimido pela fé. Sim. E salvo através da fé. Somos purificados pelo sangue? Mas somos justificados pela fé. Paulo destaca com ansiedade. Somos levados para perto de Deus pela sangue? Também recebemos a justificação de Deus pela fé. Somos redimidos de um modo de vida vazio pelo sangue? Também recebemos a promessa do Espírito pela fé, vida pela fé, caminhar pela fé, e superar pela fé. A fé e o sangue de Cristo vão de mãos dadas. Por quê? Porque a fé só tem valor quando está focalizada em Cristo, especificamente em Seu sacrifício por nós. E o sangue de Cristo, a vida de Cristo, tornam-se eficazes para nós, nos salvam e nos dão poder, somente se colocarmos nossa fé nEle. É simples assim.

    É pela fé que nos aproximamos do sangue de Cristo. É como tocarmos no cálice sagrado, se assim preferem. E os escritores do novo testamento se esforçam para mostrar que este contato com a maravilha do sangue de Cristo é acessível a todos.

    No capítulo 10 do livro de Romanos, o apóstolo Paulo lida com aqueles que pensam que a salvação é impossível de se obter. E o apóstolo diz que você não tem que subir ao Céu para obtê-la e nem tem que descer às profundezas em sua busca.

    Ó amigo, como encontramos a salvação? Paulo nos responde: “A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo”. (Romanos 10:8 e 9)

    A salvação está perto de nós. Tão perto quanto o nome de Jesus em nosso lábio, tão perto quanto o Senhor em nosso coração. Longas e difíceis peregrinações não são necessárias. Não temos que viajar até Glastonbury ou Gênova ou para alguma caverna nas montanhas da França para alcançar o cálice sagrado. Está logo ali. Tão próximo de nós quanto a mesa do jantar.

    Você sabia que Jesus nos deixou um serviço memorial para nos mostrar quão perto sua salvação está de nós? É um serviço tão simples quanto o jantar diário que uma família participa junto. Sim. A Santa Ceia.

    Você se lembra que os discípulos estavam reunidos em um cenáculo em Jerusalém para celebrar a páscoa? Jesus sabia que Seus inimigos estavam se aproximando para pegá-lo. Ele breve se separaria dos doze. Sua crucificação seria um terrível provação para eles, pondo em cheque a fé dos mesmos. Como poderia Jesus assegurar a esses homems que Ele ainda estava com eles em Espírito? Como Ele poderia ajudá-los a transformar sua fé em algo visível, tangível? Como poderia assegurar a eles que o grande mistério do Seu sacrifício poderia ser recebido tão clara e simplesmente como um pedaço de pão... da mão para a boca? Como?

    Erguendo-se diante deles, partindo um pão, distribuindo-o, e dizendo: “Tomai e comei, este é Meu corpo, partido por vós”. Em seguida, passando por todos um cálice de vinho e dizendo: “Bebei dele todos, este é o Meu sangue derramado por muitos”. Esta é a Santa Ceia, esta é a maneira de Cristo dizer aos seus seguidores: “Ainda estou com vocês; estou bem perto, tão perto quanto o pão e a bebida em sua mesa”.

    Lucas escreve que, no cenáculo, Jesus disse aos discípulos: “Fazei isto em memória de Mim”. O apóstolo Paulo escreve a mesma coisa em primeira aos Coríntios, citando as palavras do Salvador: “Bebam em memória de mim”. O serviço da comunhão é um modo de lembrar de Cristo, de fazer um memorial de Seu sacrifício, ou como Paulo diz, de "Proclamar a morte do Senhor até a sua vinda”. E o que lembramos quando erguemos o pão e o cálice até nossos lábios? Lembramos quão próxima a salvação se tornou. Jesus traz Seu sacrifício diante de nossos olhos; Ele o coloca em nossas mãos por assim dizer. A que distância? Lembre-se das palavras de Paulo: "Está tão próxima quanto a palavra da fé em nossos lábios, tão próxima quanto a resposta da fé em nosso coração.

    Pessoas têm percorrido distâncias em busca do que crêem ser o cálice sagrado. Elas têm feito longas viagens para ver e talvez tocar nessa grande relíquia. Algumas têm perdido a vida nessa busca. De certo modo, a busca do cálice sagrado é uma das maiores ironias da história: as pessoas vão aos confins da Terra para encontrar o que Jesus tanto se esforçou para colocar na mesa da Ceia.

    Pessoas embarcam em perigosas peregrinações para se aproximarem do que elas poderiam achar em qualquer serviço de comunhão. Não se engane quanto a isto. Existe poder no sangue de Cristo, poder sobrenatural, mas não há nenhuma mágica a descobrir no canto escuro de uma caverna, ou em algum túmulo distante. Descobrimos que ele é realidade no coração humano. O sangue de Cristo faz seu grande impacto quando unido à fé.

    Em uma de suas grandes viagens missionárias pelo território da Inglaterra, John Wesley viajava por Hounslow Heath bem tarde da noite. Ele assustou-se com uma voz zangada gritando:

    – Alto!

    Um homem segurou o cavalo pelas rédeas e ordenou:

    – Seu dinheiro ou sua vida!

    Wesley esvaziou os bolsos. O ladrão não ficou satisfeito com as poucas moedas que conseguiu. Wesley convidou o homem para verificar suas  bolsas de cela. Elas estavam cheias de livros cristãos. Desapontado, o ladrão virou-se para fugir, quando Wesley gritou:

    – Pare! Eu tenho mais uma coisa para lhe dar.

    O homem voltou e Wesley inclinou-se. “Meu amigo”, ele disse de modo solene, “talvez viva a tempo de se arrepender desse tipo de vida... se fizer isso, eu suplico que se lembre disto: “O sangue de Jesus Cristo, o filho de Deus, nos purifica de todo pecado”. O ladrão fugiu apressado sem falar e Wesley seguiu viagem, orando para que as poucas palavras que havia dito pudessem alcançar a consciência do homem. Anos depois, Wesley realizava um culto num domingo à noite em um grande edifício. Quando a reunião terminou e a multidão começou a sair, muitas pessoas ficaram perto das portas para ver o famoso Wesley, agora idoso e grisalho. Um homem forçou passagem através do grupo em direção a ele, dizendo que tinha que falar com o senhor Wesley. Finalmente ele pôde se apresentar. Ele era aquele ladrão que havia tirado algumas moedas do evangelista em Hounslow Heath. Ele disse que agora era um respeitado mercador na cidade, e melhor ainda, era um filho de Deus. As palavras ditas naquela noite a tanto tempo atrás, tinham sido usadas por Deus para levá-lo à conversão. O ex-ladrão tomou impulsivamente a mão de Wesley e a beijou com respeito e afeto. Numa voz repleta de emoção, ele disse:

    – A você, caro senhor, eu devo tudo.

    Wesley replicou suavemente:

    – Não, meu amigo, a mim não, mas ao precioso sangue de Cristo que nos purifica de todo pecado.

    Aquele ladrão havia encontrado o cálice sagrado. Não estava escondido como uma relíquia em algum túmulo exótico. Estava bem à mão o tempo todo... naquelas poucas palavras ditas sobre o que o sangue de Jesus pode fazer. O cálice estava bem próximo, tão perto quanto a confissão nos lábios do homem; tão perto quanto a fé em seu coração.

    Como já disse, a lendária busca do cálice sagrado é bem irônica em certo sentido. Mas existe um sentido no qual essas histórias refletem uma verdade muito importante. Tome, por exemplo, as lendas associadas com o rei Arthur e os cavaleiros da távola redonda. Aqui, a busca do cálice sagrado se tornou a maior das aventuras dos cavaleiros. Após terem uma visão do cálice passando diante deles, todos os cavaleiros do rei Arthur saíram em busca do verdadeiro. Em suas várias aventuras ao longo da história, muitos se desviaram. Lionel foi tomado de uma fúria assassina, e a certa altura, quase matou seu próprio irmão. Gauvain tinha uma fraqueza por mulheres. Outros chegaram mais próximos do prêmio. A grande busca de Sir Lancelot transformou-se num épico em si mesma. A história da busca do cálice de Sir Percival tornou-se uma fábula de tentação com muito envolvimento, pecado, arrependimento e restauração. Mas o cavaleiro que finalmente descobriu o cálice sagrado em toda a sua glória foi Sir Galahad, o puro e nobre ideal da cavalaria e do romance religioso.

    Ao encontrar a relíquia, ele experimentou uma incrível visão de Deus... e morreu em êxtase. Na verdade, estas são apenas lendas românticas. Mas existe uma verdade que estas histórias refletem. A procura do cálice sagrado é a maior busca da humanidade; não existe uma aventura maior nesta vida; não existe um tesouro mais rico que este para se procurar... o cálice que Cristo nos oferece. Ele vale o sacrifício de tudo. Ele vale a entrega de nossa vida. Não ousemos desprezar este presente porque Deus o trouxe tão perto de nós. Não ousemos trivializá-lo porque ele está tão perto quanto uma palavra de fé em nossos lábios. Ele ainda é o santo, o poderoso sangue de Jesus Cristo. Ainda é imensuravelmente um caro sacrifício.

    Você continuará procurando bem distante o cálice sagrado? Ou você o dispensou por estar tão próximo, tão familiar? Em qualquer um dos casos, eu oro para que você, a partir deste momento, aceite o precioso dom da salvação através do sangue, do sacrifício do filho de Deus. Ele está muito próximo. Se confesse agora mesmo. Deposite a sua confiança neste Salvador que tanto lutou para trazer a salvação até aqui em nossas mãos na mesa da Ceia. Aqui junto a nós, simbolizada pelo pão e o cálice da comunhão Cristo a tornou muito acessível. Basta que aceitemos.

BRAÇOS ABERTOS

Letra e Música: Arinei B. Oliveira

Um homem chorando caminha sozinho

Ele sabe que o tempo já chegou

Carrega nos ombros a amarga tarefa 

De amar aqueles que não têm valor

Abre Seus braços e Se entrega por você

Chora em angústia

Pois não sabe se você vai aceitar o Seu amor

Com os braços bem abertos

Cristo deu a Sua vida

O Seu sangue nos convida a olhar o Seu amor

Quem seria assim capaz de abrir os braços e dizer:"Vem meu filho, Eu preciso de você"!

Com os braços bem abertos

Cristo deu a Sua vida

O Seu sangue nos convida a olhar o Seu amor

"Vem meu filho, vem sem mais te demorar

Com os braços bem abertos

Eu morri pra te salvar

Com os braços bem abertos

Eu estou a te esperar

Talvez algum dia você compreenda

Toda angústia que Ele suportou por você

Jesus poderia cruzar os Seus braços

E deixar a humanidade perecer

Mas Seu amor foi maior que a Sua razão

Pois reconhece

Que sem Ele nossa vida é um mal sem solução 

Gravado por Alessandra Samadello no ABLP.555001 da Gravadora ABBO 

ORAÇÃO

Pai nosso, chegamos a Ti como seres humanos pecadores que precisam de ajuda. Temos estado em constantes buscas que não nos levam a lugar algum. E agora queremos fixar nossos olhos, nossa fé, somente no dom da salvação em Jesus Cristo. Obrigado por morreres por nós perdoando assim os nossos pecados. Obrigado por viveres por nós como Redentor e Rei. Aceitamos esse sangue que nos purifica e colocamos a nossa fé em Ti. Amém.

Caso você queira aprofundar o seu conhecimento da Bíblia,

solicite agora mesmo o

  Curso Bíblico do programa "Está Escrito".

 Ele é inteiramente grátis. Teremos o maior prazer em atender sua solicitação. Entre em contato conosco agora mesmo.

Está Escrito

Caixa Postal 1800

20001-970 Rio de Janeiro, RJ

Telefone (021) 284-9090

Fax (021) 254-7165


 


 

21

SUBSTITUINDO A OBSCENIDADE

George Vandeman

TOPO

 

– Me dá isso. Me dá essa droga...

    – Filho! O quê que você disse?

    – Um palavrão.

    – Venha cá rapazinho. Nós já conversamos sobre isso. Você sabe que não falamos desse jeito aqui em casa. Estou decepcionada e você sabe o que precisa acontecer.

    Antigamente, quando garotos diziam palavrões, sua boca era lavada com sabão. Atualmente, quando garotos dizem palavrões, eles ganham um microfone e um palco.

    Parece que os palavrões estão em toda parte hoje em dia. Nos diálogos na tela de cinema, nas canções de sucesso, nas camisetas, em adesivos e em várias propagandas. A obscenidade é a regra do jogo, e todos nós acabamos absorvendo isso, de uma maneira ou de outra. Os entretenimentos parecem precisar de algo censurável.

    Disseram-me que o grupo ’Beastie Boys’ têm apresentações obscenas no palco. Bandas de ’heavy metal’, como o ’Black Sabbath’, mostram imagens satânicas. Os grupos de rap, como o ’Too Live Crew’, que influenciam tantos jovens no mundo hoje, falam freqüentemente de ódio e sexo explícito. Na maioria dos filmes é difícil passar de uma cena para outra sem ouvirmos palavras grosseiras. Não é difícil ouvirmos nas rádios e televisões piadas picantes e vários tipos de histórias obscenas. Um número crescente de disc-jóqueis de rádios populares em muitas cidades, acham importante ofender. Comediantes no grande circuito de shows individuais tentam chamar atenção usando palavrões em suas apresentações. Até mesmo nos programas infantis, veiculados na TV, podemos ver muitas mães sorrindo de insinuações sexuais.

    Richard Corliss, ao escrever para a revista ’Time’, disse o seguinte: “existe um tom picante em quase todas as áreas da cultura pop americana.” Em parte é porque os artistas estão numa rua de sentido único buscando achar linguagens e imagens cada vez mais ultrajantes. Algo que nos chocava há alguns anos, passa desapercebido hoje em dia. Existe uma pressão contínua de se ultrapassar os limites, de se acabar com os últimos tabus.

    Um professor de inglês numa faculdade de Nova Iorque, fez a seguinte afirmação: “já que os palavrões estão na moda atualmente, existem padrões diferentes. A pornografia atual é violenta, freqüentemente com violência sexual. E a nova obscenidade é o racismo.”

    Um exemplo é o grupo de rock, ’Guns n’ Roses’, e seu álbum ’Appetite for Destruction’, que já vendeu milhões e milhões de cópias. Numa de suas músicas em outro álbum, eles conseguiram vomitar seu ódio da polícia, negros, imigrantes e homossexuais.

    Andrew Dice Clay, famoso humorista americano, anuncia seu álbum com as seguintes palavras: “contém muitos palavrões e nenhuma piada!!!” No álbum ele humilha e agride verbalmente mulheres e negros.

    O que devemos fazer com estas grosserias nos entretenimentos de hoje? Algumas pessoas acham que estas grosserias são simplesmente a manifestação de uma nova geração emitindo seus próprios gostos, esforçando-se para chocar e ofender os mais velhos. Um comentarista chegou a dizer o seguinte: “acostumem-se todos, vivemos num mundo podre.” E tem gente que garante que daqui 30 anos vamos  achar que tudo isso que nos agride hoje em dia, na verdade, tem seu valor artístico.

    Outras pessoas vêem um perigo real. Charles Alexander manifestou sua preocupação recentemente num artigo da revista ’Time’. Ele mostrou que nas músicas de heavy metal, a diferença entre sexo e estupro é muito pequena. Este tipo de música traz mensagens implícitas, dizendo que as mulheres são objetos sexuais para o uso do homem, que a violência é uma forma eficaz para resolver conflitos, que não tem problema odiar uma classe de pessoas. E Alexander apresentou uma estatística chocante: “enquanto a população de adolescentes está diminuindo,” ele disse, “o número de assassinatos e estupros cometidos por jovens está aumentando. O número de adolescentes grávidas chegou a proporções epidêmicas.”

    O entretenimento reflete aquilo que ocorre na sociedade, mas Alexander perguntou: “será que a cultura pop não está reforçando e talvez ampliando o mau comportamento?” Às vezes as manchetes sugerem que a resposta é afirmativa. Recentemente em Nova Jersey a polícia constatou que sete adolescentes de classe média estupraram uma menina de 17 anos que tinha problemas mentais.

    Se a nossa sociedade está se tornando cada vez mais obscena, no que diz e no que faz, precisamos saber como podemos combater tudo isto. Como podemos lutar contra todas estas coisas que agridem e degradam outras pessoas? Qual é a melhor forma de enfrentar a obscenidade? Será que precisamos acabar com os cinemas que mostram filmes pornográficos? Devemos lutar por uma censura que reprima os artistas que falam vulgaridades? Ou talvez colocar tarjas de alerta nos álbuns com letras obscenas? Estes esforços podem ajudar a limpar do ar as transmissões de muitos palavrões, e talvez até um pouco do racismo e pornografia. Como indivíduos, temos a responsabilidade de influenciar o que fazer nos entretenimentos. Mas precisamos fazer muito mais do que lutar na defensiva, meu amigo.

    Ao enfrentarmos um mundo cada vez mais obsceno, a maioria de nós só se preocupa em limpar um pouquinho aqui e ali, nos livrando dos palavrões e imagens imorais. Mas precisamos também influenciar as pessoas, fazer com que pensem sobre o que estão dizendo e vendo.

    James Haldane, um jovem capitão inglês do navio Melville Castle, há muitos anos atrás teve que enfrentar uma batalha com um navio inimigo. Muitos marinheiros foram mortos ou feridos. Para continuar a luta, ele mandou que a tripulação de baixo subisse para o convés. Quando os marujos viram os corpos dos colegas no convés, recuaram chocados. O capitão Haldane ficou furioso e xingou todos seus homens mandando-os para o inferno.

    No final desse dia, um marinheiro cristão aproximou-se do capitão e perguntou com todo respeito:

    – Senhor, se Deus tivesse feito a sua vontade, onde estaríamos todos agora?

    Esta pergunta atingiu a consciência do capitão Haldane. Ele buscou o Deus que ele sempre tratara com tanto desprezo, converteu-se completamente e se tornou posteriormente um pregador que trabalhou em nome do evangelho durante 54 anos.

    Aquele soldado corajoso demonstrou algo importante. Ele ajudou o capitão a pensar sobre o que o seu xingamento significava. Será que ele realmente podia condenar ou mandar alguém para o inferno? É claro que não. Ele tinha sido muito presunçoso. As poucas palavras do marinheiro o atingiram profundamente.

    Tampar nossos ouvidos não vai  mudar o mundo. Precisamos de algo mais do que apenas uma reação de defesa à obscenidade. E se as pessoas se tornassem mais ofensivas? E se tentássemos substituir a obscenidade, em vez de simplesmente apagá-la?

    Um ator muito famoso, que se tornara cristão, estava gravando com uma grande atriz  que xingava toda vez que errava sua fala. Ela cometia muitos erros. O ator sentiu-se desconfortável, mas não quis criticá-la. E então ele teve uma idéia. A próxima vez que ela xingou ele disse bem suavemente:

    – Deus seja louvado.

    Isto continuou durante um tempo, um dueto estranho de xingamento e louvor. Finalmente a atriz parou e perguntou:

    – Por que você fica falando isso?

    O ator respondeu simplesmente:

    – Compensação.

    Você está cansado desta invasão pornográfica? Será que esta enorme enxurrada de palavrões parece uma ameaça? Então se pergunte: existe alguma coisa para colocar no seu lugar? Afinal de contas, as pessoas usam as obscenidades por uma razão: elas causam impacto. Um certo poder. Poder para impressionar ou chocar. A raiva se torna mais ameaçadora quando acompanhada de xingamentos. O deboche é ainda mais eficaz quando acompanhado de obscenidade. As pessoas querem que suas palavras sejam poderosas para que as coisas aconteçam. Maldizer, xingar e mandar isso ou aquilo para o inferno, dá à algumas pessoas a ilusão de força e poder.

    É verdade que seria melhor se pudéssemos  eliminar a obscenidade. Mas será que ela não pode ser substituída? Existe outra linguagem que dá poder aos indivíduos, poder verdadeiro?

    Um dia um mendigo dirigiu a palavra aos apóstolos Pedro e João, quando entravam no templo em Jerusalém. O homem era um aleijado que ficava lá mendigando todos os dias e ele pediu-lhes dinheiro. Pedro olhou para o mendigo e disse que ele não tinha  prata nem ouro, mas daria o que tinha. O apóstolo disse com firmeza:

    – Em nome de Jesus Cristo de Nazaré, ande.

    Pedro ajudou o aleijado a se levantar e na hora seus tornozelos tornaram-se fortes. Este milagre atraiu uma multidão, e também a atenção do guarda do templo. Pedro e João foram levados até os governantes e os escribas para interrogatório. Eles tinham que dizer com que poder conseguiram fazer aquele milagre. De uma posição de defesa, Pedro se tornou acusador. Suas palavras foram: “Tomai conhecimento vós todos e todo o povo de Israel de que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, em seu nome é que este está curado perante vós” (Atos 4:10).

    Pedro deixou bem claro que não foi sua própria habilidade psíquica ou mágica que fez o aleijado andar. Ele agiu em nome de Jesus, da parte de Jesus, através do poder de Jesus. Sim, era o mesmo Jesus que estes homens haviam condenado à morte na cruz.

    Você sabe que o nosso mundo pode tratar o nome de Jesus como algo sem significado ou até uma maldição. As pessoas podem achar que o poder deste Salvador já está morto e enterrado há muito tempo, é apenas um símbolo de um passado distante. Mas este nome pode ser revivido por cada um de nós. Ainda é poderoso; pode realizar maravilhas.

    Se você está aborrecido por causa da quantidade de obscenidades no mundo, tanta blasfêmia, então por que não usar este nome,  usá-lo para abençoar em vez de xingar, usá-lo para mudar sua vida e as de outras pessoas?

    Até onde Dodie Ritchie consegue se lembrar, ela sempre vivenciou um certo fenômeno psíquico; parecia que uma força a tomava; muitas vezes ela ficava eufórica. Mas depois que ela ficou cega por causa de uma crise violenta de diabetes, a força tomou um caráter malévolo. As coisas pioraram quando seu marido a deixou.

    Dodie tentou enterrar seus problemas em muitas festas que viravam a noite e em muitas drogas também. Ela mal conseguia sobreviver fisicamente. E a força se tornava mais insistente e ameaçadora. Pela educação religiosa que tivera, Dodie sabia que esta era uma força satânica.

    Ela comprou uma cruz de ouro para usar no pescoço e tinha uma Bíblia perto da cama. Mas mesmo assim ela não se sentia segura.  Tentava orar bem alto para afastar a força quando esta se aproximava. Ela achava que estava lutando numa batalha perdida, era incapaz de controlá-la.

    Certa manhã estava sozinha em seu apartamento, sentindo o sol entrar pela janela. Dodie sentiu aquela presença conhecida se aproximar. Ela apertou o lençol. Aos poucos a força abraçou-a, apertando-a até que ela não conseguisse se mexer. Ela estava tão apavorada que não conseguia gritar por socorro. A força começou a sufocá-la; ela precisava respirar. Dodie achou que só havia uma esperança. Ela tinha que dizer o nome. Ela lutou e finalmente sussurrou, ’Jesus.’ Ela lutou para pronunciar cada sílaba de novo, ’Jesus, Jesus, Jesus.’ Aos poucos a força começou a soltá-la e Dodie a sentiu se afastando. Ela sentou na cama e continuou repetindo o nome, afastando aquela presença satânica com seus olhos sem visão. Após alguns minutos tudo tinha passado.

    Finalmente, Dodie dedicou sua vida à este Nome, a esta Pessoa, que tem esse poder de salvar.

    Sim, existe um nome poderoso que pode causar impacto em nosso mundo. Jesus não apenas compete com o mal, Ele o domina, Ele o substitui. E este mesmo Jesus não nos oferece apenas Seu nome, Seu poder, Ele inspira um tipo único de linguagem feito para substituir a obscenidade que nos cerca. É uma linguagem que todos precisamos aprender.

    A esposa de um oficial do exército procurou um capelão cristão certa de que sua situação não tinha saída. Seu marido se tornara um alcoólatra. Às vezes chegava em casa com seus filhos e o encontrava jogado no chão da sala, inconsciente de tanto beber. A vida com aquele homem se tornara insuportável e a esposa resolveu se separar:

    – Você pode me dizer qualquer coisa, – disse ao capelão – mas não me peça para ficar com ele. Simplesmente não vou conseguir.

    O capelão a surpreendeu ao dizer:

    – Não me interessa se você ficar com ele ou não. Eu só quero que você agradeça à Deus porque seu marido é do jeito que é.

    Este capelão havia descoberto que Deus conseguia fazer grandes coisas quando as pessoas com problemas sérios usavam palavras de agradecimento e louvor em sua vida, e começavam a pensar em Deus e não somente no problema. Ele falou para ela sobre a ordem do Novo Testamento para agradecermos a Deus em todas as circunstâncias. Ela achou que isso era meio ridículo, tendo em vista sua vida atual, mas concordou em orar.

    O capelão se ajoelhou ao seu lado e pediu à Deus que lhe desse fé para acreditar que Ele é um Deus de amor e poder e que tem o universo em suas mãos.

    Finalmente, um resquício de fé voltou à vida daquela esposa desesperada e ela sussurrou:

    – Eu acredito.

    O capelão a incentivou a se dedicar mais em agradecimentos e louvores.

    Duas semanas depois ela ligou para dizer:

    – Estou ótima. Meu marido é outro homem. Ele não bebeu em duas semanas.

    – Isto é ótimo – disse o capelão – gostaria de falar com ele.

    – Você ainda não conversou com ele? – ela perguntou muito surpresa.

    – Não, nunca fomos apresentados.

    Com isso, a mulher ficou estarrecida:

    – Isto é um milagre – ela disse – no dia que eu lhe procurei, ele chegou em casa depois do trabalho e pela primeira vez em sete anos não foi até a geladeira para pegar uma cerveja. Em vez disso, ele foi até a sala e conversou com as crianças. Tinha certeza que você havia conversado com ele.

    Ela começou a chorar de alegria, e o capelão lhe assegurou que a oração deles de louvor havia liberado o poder de Deus para ajudar a vida de outra pessoa.

    Palavras de agradecimento. Palavras de louvor. Esta é a linguagem que Jesus Cristo inspira. Estas são as palavras que podem fazer diferença em nosso mundo. Elas substituem a obscenidade; elas podem dominar o mal. Nossas orações, é claro, nem sempre irão produzir rapidamente os resultados esperados. Mas o importante a ser lembrado é que Deus age através de Sua palavra, através da oração. Ele vive nos louvores de seu povo.

    Que palavras dominam sua vida? Que palavras lhe ajudam a passar o dia? Somente palavras comuns e triviais? Sem sentido? Que tal dar uma injeção de palavras poderosas no seu dia? Você está perturbado com a obscenidade existente? Não abaixe a cabeça apenas e procure um esconderijo. Expresse gratidão. Declare a graça do Senhor Jesus Cristo. A Palavra de Deus está repleta de palavras de graça, palavras que desafiam o mal que nos cerca. As palavras da Bíblia podem ofuscar as sujeiras do mundo. Veja apenas algumas delas, das cartas do apóstolo Paulo: “Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós” (Filipenses 1:3).

    Não consigo pensar num incentivo mais bonito que este. E ele continua escrevendo: “Fazendo sempre com alegria oração por vós em todas as minhas súplicas” (Filipenses 1:4).

    Aos tessalonicenses o apóstolo diz confiantemente: “... Pois a vossa fé cresce sobremaneira, e o vosso mútuo amor de uns para com os outros, vai aumentando” (II Tessalonicenses 1:3).

    Paulo escreve aos coríntios sobre o quanto ele está feliz porque eles experimentaram a graça de Jesus Cristo: “Porque em tudo fostes enriquecidos nele...” (I Coríntios 1:5).

    Palavras de bênção. Palavras de agradecimento.  Palavras de louvor.  Estas são as palavras que elevam o nosso espírito e nos dão um gostinho da linguagem do Céu. As epístolas do Novo Testamento estão repletas delas. Elas são a nossa herança, o nosso tesouro. São bastante poderosas para substituírem a obscenidade da palavra e do ato que ferem nosso mundo.

    Estas palavras de louvor são a nossa única esperança como seres humanos. Então por favor, leve-as para sua vida, absorva-as. Acredite nelas.  Aprenda a usá-las.  Não fique apenas reclamando do estado lastimável do nosso mundo. Faça alguma coisa. Fale as palavras de graças que o evangelho inspira.

    Será que a linguagem está cada vez mais obscena e detestável? Então ponha mais energia nas palavras de louvor e gratidão. A blasfêmia é a linguagem no seu trabalho ou na sua escola? Então aprenda a louvar com mais entusiasmo. Você resolve que tipo de palavras irão dominar sua vida, meu amigo. Você inventa os nomes e os rótulos para o mundo que o cerca.

    Comece agora com o nome que está acima de todos os nomes, o nome do Senhor Jesus Cristo. Ele é nosso Salvador, nosso Mestre, e Senhor. Jesus pode fazer uma grande diferença. Ele irá lhe ensinar a linguagem da gratidão, da bênção e do louvor. 

CANTEMOS LOUVOR

Letra e música: Ariney B. Oliveira

Cantemos ao nosso Deus com fervor e amor,

cantemos ao Rei do Céu cantos de louvor.

Cantemos ao nosso Deus com fervor e amor,

cantemos ao Rei do Céu cantos de louvor.

A Deus dai a glória por Seu grande amor,

cantai aleluia, cantai Seu louvor!

Cantemos ao nosso Deus com fervor e amor,

cantemos ao Rei do Céu cantos de louvor.

Cantemos ao nosso Deus com fervor e amor,

cantemos ao Rei do Céu cantos de louvor.

Dai glória a Deus nosso Pai,

cantai louvor e honra.

Dai glória a Deus nosso Pai,

cantai o Seu louvor.

Cantemos ao nosso Deus com fervor e amor,

cantemos ao Rei do Céu cantos de louvor.

Cantemos ao nosso Deus com fervor e amor,

cantemos ao Rei do Céu cantos de louvor.

A Deus dai a glória por Seu grande amor,

a honra e a glória, a honra e a glória.

Dai louvor ao Senhor, cantai,

cantai louvor e honra,

cantai, louvai!

Cantemos ao nosso Deus,

cantemos ao nosso Deus,

cantemos louvor!

Gravado por Alessandra Samadello no ABLP 555001 da gravadora ABBO

ORAÇÃO

Meu Pai, preciso de Suas palavras de poder em minha vida. Às vezes me sinto indefeso perante a sujeira que enche o mundo a minha volta. Sinto-me fraco e vulnerável. Ajude-me a usar Sua palavra com confiança. Ajude-me a falar uma linguagem cada vez mais celestial. Ajude-me a chamar o nome de Jesus  como meu Salvador e Senhor. Amém.

Caso você queira aprofundar o seu conhecimento da Bíblia,

solicite agora mesmo o

  Curso Bíblico do programa "Está Escrito".

 Ele é inteiramente grátis. Teremos o maior prazer em atender sua solicitação. Entre em contato conosco agora mesmo.

Está Escrito

Caixa Postal 1800

20001-970 Rio de Janeiro, RJ

Telefone (021) 284-9090

Fax (021) 254-7165


 


 

22

DA TRINCHEIRA PARA A ETERNIDADE

George Vandeman

TOPO

 

A guerra no  Golfo  Pérsico começou com o ruído dos Caças F-14, dos Intruders A-6E e dos bombardeiros Stealth que rasgaram o céu escuro da Arábia Saudita. A grande demonstração de tecnologia reunida pela aliança contra o iraque de Saddan Hussein, era de causar espanto. O mundo assistiu através dos aparelhos de televisão o espetáculo de bombas inteligentes acertando seus alvos com precisão. Ouvimos sobre a aeronave Wild Weasel que consegue desligar todo o sistema de radar de uma nação. O troar do poder aéreo nos deixou sem fôlego naqueles primeiros dias. O homem que invadiu o Kuwait, teve que ver a sua máquina militar ser sistematicamente posta fora de combate.

    A operação tempestade no deserto foi muito mais eficiente do que qualquer um poderia imaginar. Mas aí, é claro, começamos a ver que havia um custo para a libertação do Kuwait. Não se tratava apenas de um sofisticado vídeo-game. Seres humanos estavam morrendo. E quando foram iniciados os ataques por terra, começamos a ver a cruel e inevitável face da guerra.

    Os caixões cobertos com a bandeira nacional chegando na América nos fizeram parar para refletir sobre a vida e a morte, e em como confortar as famílias dos que morreram.

    Após a glória da bem-sucedida ação militar, vem sempre o pranto. Após o terreno conquistado, os objetivos alcançados, há sempre os custos. A guerra do Golfo fez muitos de nós enfrentarmos perguntas difíceis. Tivemos que perguntar quando e se a guerra se justifica. Tivemos que ponderar sobre o problema das baixas civis. E acima de tudo, tivemos que enfrentar a tragédia de homens e mulheres ceifados na flor da idade. E quanto a eles? A existência deles terminou? Todos os seus sonhos foram irrevogavelmente destruídos pura e simplesmente com o espocar de uma bala de rifle ou um morteiro? O que podemos dizer às famílias ao dobrarem suas bandeiras, após o filho, marido ou filha terem sido colocados dentro da terra? Será que temos palavras de conforto para eles?

    É claro, não são apenas as baixas que suscitam estas perguntas em nós. Cada soldado no campo de batalha tem que enfrentar a morte  de modo próximo e pessoal. Balas zunindo sobre a cabeça costumam fazer as questões básicas da vida se destacarem de forma clara e aguda.

    Quero dar a você respostas bíblicas para as questões sobre a morte e o após vida. Podemos inventar todo tipo de resposta. Podemos imaginar tudo, de espíritos flutuando por aí, até uma cidade no final de uma estrada de pedras amarelas. Mas é hora de darmos uma cuidadosa olhada no que a Bíblia tem a dizer. Precisamos de respostas confiáveis. Nenhum outro livro no mundo nos dá tantas provas de ser uma mensagem inspirada e com autoridade do nosso Criador. E as Escrituras têm muito a dizer a respeito da natureza do homem e do nosso destino. Elas falam com muita clareza sobre o assunto.

    O primeiro princípio que a Bíblia apresenta pode não parecer tão encorajador a primeira vista. Ele é, de fato, triste. Em Gênesis 3, descobrimos certos fatos da vida que Deus revelou a Adão e Eva logo após o pecado e a morte entrarem em cena: "No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado: porque tu és pó e ao pó tornarás". (Gênesis 3:19)

    As Escrituras enfrentam a mortalidade humana abertamente. Elas não tentam imaginar a morte distante. Em outro ponto o homem na Bíblia é descrito como "um sopro que passa e que nunca mais volta", ou uma "flor que murcha".

    Mesmo no Novo Testamento encontramos esta aceitação da natureza passageira da existência humana. Tiago escreveu isto para alguns de seus arrogantes contemporâneos: "... que é a vossa vida? Sois apenas como neblina que aparece por instante e logo se  dissipa". (Tiago 4:14)

    Uma neblina que se dissipa. E o mais interessante, é que em nenhum lugar na Bíblia encontramos passagens a respeito da alma imortal do homem ou do espírito eterno. Tais frases jamais ocorrem. Muitas pessoas têm associado idéias a respeito da imortalidade da alma com o cristianismo; e cristãos têm sido tentados a incentivar outros com tais idéias por algum tempo. Mas as Escrituras deixam muito claro que por causa do pecado o homem é definitivamente, sem exceção, mortal. Portanto, isto quer dizer que não existem bases para a esperança além-túmulo? O nosso destino eterno é o pó?

    Ah, amigo, a Bíblia, na realidade, está repleta de esperança como iremos ver; mas ela direciona tal esperança em uma única direção. Ouça esta entusiástica oração de Paulo: "...bendito e único soberano, o rei dos reis e senhor dos senhores; o único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível..." (I Timóteo 6:15 e 16)

    Note o trecho, "o único que possui imortalidade". Este é o ponto de partida da esperança na Bíblia. Só Deus é imortal. Esta é a primeira resposta que devemos procurar.

    Quando estamos lutando para entender a morte, com aqueles caixões cobertos com bandeiras, devemos buscar esperança somente em Deus. Isso parece tão simples, tão direto, mesmo assim muitas pessoas não entendem. Tentamos encontrar bases para esperar algo dentro de nós. Tentamos detectar alguma fagulha de imortalidade, alguma essência que permanecerá imutável após nossa carne apodrecer. Algumas pessoas tentam até captar algum traço de uma vida anterior, e colocam suas esperanças na reencarnação. Mas a Bíblia é clara, meu amigo: somente Deus é imortal. Nossa esperança está nEle e em mais nada. Encontrar um caminho além-sepultura depende de Deus, e não daquilo que fazemos. A imortalidade depende somente de Deus.

    Agora tal fato pode parecer um problema grande demais para muitas pessoas. Afinal, Deus, o único eterno, é também descrito como O que habita em luz inacessível. A imortalidade pode parecer um caminho muito longo quando escondida no todo-poderoso.

    Bem, é aqui que o segundo grande princípio da Bíblia sobre a imortalidade é apresentado. O apóstolo amado proclama alto e claro: "...que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu filho. Aquele que tem o filho tem a vida; aquele que não tem o filho de Deus não tem a vida". (S. João 5:11 e 12)

    Esta imortalidade que habita na luz inatingível desceu à Terra. A vida eterna veio até nós na pessoa de Jesus Cristo. É como se as riquezas infinitas do Céu fossem condensadas em um presente brilhante. E esse presente é Cristo, o Filho de Deus. A imortalidade é a dádiva que Ele nos traz de Seu Pai. O apóstolo João deixa isso muito claro: se você tiver o Filho, você tem a vida; se não O tiver, não tem a vida.

    Jesus Cristo, pelo Seu sacrifício na cruz, abriu o caminho para os seres humanos pecadores possuírem a imortalidade. Esta mortalidade que o pecado nos trouxe, pode ser cancelada. Aqueles que aceitam o Filho como Senhor e Salvador podem participar da própria vida de Deus.

    A Bíblia torna a imortalidade uma questão de relacionamento. É uma coisa pessoal entre você e Cristo. Ao aceitá-LO, somos recebidos na vida eterna. Isso é o que as pessoas precisam hoje; uma resposta pessoal, individual.

   Aqueles homens e mulheres que se abrigaram em trincheiras no deserto, ouvindo o ruído da artilharia sobre sua cabeça, são, cada um, um coração que pulsa, uma história, um rosto encarando assustado a ameaça da morte. Eles sentem que têm um encontro individual com o destino.

    Um recruta que rumava para o Golfo Pérsico disse o seguinte:

    – Se houver uma bala por lá com o meu nome, tudo bem, será a minha vez. O que me preocupa é aquela onde se lê: "a quem possa interessar".

    Ninguém quer ser apenas uma estatística. Ninguém se vê como um nome a mais na lista de baixas. E certamente os parentes que aguardam em casa não vêem seus entes queridos deste modo. Queremos ser contados como pessoas. Não queremos que nossa vida desapareça dentro do mar do passado da humanidade. É por isso que a resposta que Cristo oferece é uma grande notícia. A vinda de Jesus à Terra era o modo de Deus dizer: "você é importante, sim, você individualmente. Quero conhecê-lo; quero começar um relacionamento com você, e quero que Me aceite para que possamos desfrutar juntos a vida eterna".

    Deus percorreu grandes distâncias para nos dar segurança sobre como podemos ter esperança além da morte. Veja o que o Salvador disse: "em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida". (S. João 5:24)

    Os que crêem passaram da morte para a vida. Eles não estão mais condenados porque Cristo os perdoou; eles não são mais mortais perdidos porque a vida eterna está no Filho, e eles têm o Filho! É claro, amigo, o valor de uma promessa assim depende daquele que a faz. Bem, quem é esse indivíduo que faz promessas sobre a vida eterna?

    O apóstolo Paulo diz o seguinte sobre o Filho de Deus: "a imagem do Deus invisível" e continua: "porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis..." (Colossenses 1:16)

    Jesus Cristo é o Criador. É Ele quem nos dá a garantia da vida eterna. Foi Ele quem fez todas as criaturas que povoam a Terra. Ele é aquele que formou Adão do pó da terra. E amigo, Ele é aquele que nos formará de novo do pó da morte. Ele pode fazer isso. Ele tem poder.

    Homens e mulheres que enfrentam os horrores da guerra precisam saber disso. Muitos daqueles caixões cobertos com a bandeira nacional que voltaram para casa estavam lacrados. O fato triste dos restos irrecuperáveis é um dos legados da guerra. Como deve ser difícil para a mãe, irmão ou esposa que pranteiam, agarrar-se à esperança se estão esperando alguma coisa do ente querido. É difícil imaginar voltar a ver aquele pessoal se, fisicamente, ele ou ela desapareceu por completo da face da Terra.

    Mas a nossa esperança está em Jesus Cristo, o Criador e Recriador. Ele pode criar do pó da terra seres humanos que vivem, respiram, pensam e sentem. Em outras palavras, Ele pode criar do nada. Esse é o segredo da imortalidade. Não tente procurá-la em uma alma inconquistável; não tente ouvi-la no sussurrar de algum espírito. A imortalidade está em Jesus. Se você tem o Filho, você tem a vida eterna.

    Isto nos leva à última pergunta. De que tipo de vida após a morte estamos falando? Como seremos além da sepultura?

    É bastante curioso, quanto mais as pessoas tentam sintonizar-se na imortalidade dentro dos seres humanos, mais vaga se torna a figura da vida após a morte. Talvez você tenha notado isso. Alguns depositam sua esperança em experiências extra-corpóreas. Pessoas afirmam sentir que estão de algum modo deixando seu corpo e flutuando através de um túnel escuro em direção a algum ponto luminoso. Outros crêem que, após a morte, seu espírito de algum modo ainda poderá se comunicar com os entes queridos. Tudo isso é um esforço bastante compreensível para imaginar que algo permanece após os nossos corpos retornarem ao pó.

    Nós instintivamente cremos que somos mais do que uma simples coleção de substÂncias químicas. E estamos certos. Quando Deus soprou em Adão o fôlego da vida, ele tornou-se um ser consciente. O nosso grande engano é tentar acreditar que a imortalidade é algo gerado dentro de nós. Alguns acham que no após-vida podemos nos tornar indiferentes. Que coisa vaga e abstrata!

    E sabe, amigo, esse é o tipo de figura que a maioria dos rapazes e moças que combatem na guerra não estão interessados. Eles estão na flor da idade; eles estão bastante vivos fisicamente. Quem quer ser um espírito qualquer flutuando por aí? Quem quer voltar como uma abstração no cosmo? Essas idéias não sugerem vida após a morte tanto quanto morte após a morte. Mas as Escrituras nos oferecem uma figura bastante definida da vida eterna no Céu com Deus e com nossos entes queridos. Elas nos oferecem um lugar real para a vida real com relacionamentos reais. E ela começa num ponto definido no tempo.

    Falando da segunda vinda de Jesus Cristo, Paulo afirma que "nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade". (I Coríntios 15:51-53)

    As Escrituras não dizem que flutuaremos para dentro das nuvens. Elas dizem que ressuscitaremos. Cristo nos recriará e seremos cobertos com a imortalidade. Será aí que o dom da vida eterna se transformará em uma realidade física. Do pó da sepultura levantaremos para a vida, pensando, sentindo como seres humanos completos. Isto não será uma experiência extra-corpórea. Paulo a descreve de maneira maravilhosa: "semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção...semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual..." (I Coríntios 15:42-44)                                          Cristo, o Criador, nos dará novos e maravilhosos corpos em sua vinda, corpos infinitamente melhores que os antigos, corpos que, como Paulo diz "terão a semelhança do homem do céu". Esta é a esperança que a Palavra de Deus oferece a cada um de nós. E esta é a esperança que nosso mundo precisa desesperadamente. Rapazes e moças ceifados na flor da idade podem saber que há uma ressurreição, uma ressurreição para a vida física real. Quem perdeu seus familiares pode ter certeza que existe um Céu, um Céu verdadeiro onde encontraremos nossos queridos.

    Em outra guerra, há centenas de anos passados, numa época em que os exércitos de Napoleão estavam atacando toda a europa. Um dos generais de Napoleão fez um ataque surpresa à pequena cidade de Feldkirch, localizada na fronteira da Áustria. O povo lá podia olhar pelas janelas e ver um enorme grupo de disciplinados soldados franceses manobrando nas colinas logo acima da cidade. Um conselho de cidadãos foi convocado às pressas e começou a debater nervosamente se deveriam render-se imediatamente ou tentar algum tipo de defesa. A situação parecia desesperadora. Mas aí o velho pastor da igreja levantou-se diante do conselho e declarou:

    – "Hoje é o dia da páscoa. Estivemos contando com nossas próprias forças, e isso não vai dar. Assim fracassaremos. Hoje é o dia da ressurreição do Senhor. Vamos tocar os sinos e realizar o culto como de costume e deixar o problema nas mãos de Deus. Só conhecemos nossas fraquezas e não o poder de Deus".

    Bem, aquele discurso produziu um grande efeito naqueles líderes em Feldkirch. Eles decidiram aceitar o plano do pastor. Em alguns instantes todos ouviram os sinos tocarem no campanário da igreja alto e claro anunciando alegremente a ressureição do Salvador. E aquele som ecoou até as tropas francesas que posicionavam seus canhões e calavam as baionetas. Os oficiais concluíram que aquele toque repentino dos sinos significava que o exército austríaco havia chegado durante a noite. Assim, eles rapidamente levantaram acampamento e voltaram para a França. O perigo havia passado antes dos sinos da páscoa pararem de tocar.

    Amigo, não existe melhor notícia no mundo do que a notícia da ressureição de Cristo. Somente este evento pode dar esperança às pessoas, mesmo no meio dos horrores da guerra. Somente esse evento nos oferece a chance de vida real, de vida eterna além-túmulo.

    Qualquer que seja o perigo que esteja enfrentando, qualquer mágoa que esteja sentindo, ouça os sinos da páscoa. Cristo está  oferecendo o maior dos presentes para todos os que O aceitarem. Ele quer começar um relacionamento que durará para sempre.

FOI NUMA LINDA MANHÃ

Letra e Música: Jim Croegaert

Versão: Everson Mückenberger, Edison e Eclair Ercole

Foi numa linda manhã...

No dia em que Jesus ressurgiu,

Maria triste acordou,

Pensava então: "O Mestre se foi."

Foi numa linda manhã

Que Maria andou por Jerusalém

E, lá na tumba, encontrou

As boas novas do Salvador.

Que alegria!

Será que a terra toda cantou?

A natureza toda canta sem parar

E parece dizer: "Ele vive!"

Mares, montanhas, dizem todos sem cessar:

"Ele vive!" Aleluia! Aleluia!

Foi numa linda manhã

Que João correu por Jerusalém,

E Pedro com ele foi

Rumo ao sepulcro do Salvador.

Foi numa linda manhã

Que Jesus andou por Jerusalém!

"Ele vive!" Aleluia! Aleluia!

ORAÇÃO

Querido Pai, eu Te agradeço pelo dom da imortalidade em Jesus Cristo. Encontrei pouquíssimas razões de esperança ao buscá-las dentro de mim mesmo. Quero colcoar a minha fé inteiramente em Ti e em Tua vitória sobre o pecado e a morte. Obrigado por morreres por mim. Obrigado por abrires o caminho para um céu maravilhoso onde poderei desfrutar uma vida plena ao Teu lado. Guarda-me seguro em Teus braços eternos, e mantenha-me aguardando a vinda do Salvador. Em nome de Jesus. Amém.

Caso você queira aprofundar o seu conhecimento da Bíblia,

solicite agora mesmo o

  Curso Bíblico do programa "Está Escrito".

 Ele é inteiramente grátis. Teremos o maior prazer em atender sua solicitação. Entre em contato conosco agora mesmo.

Está Escrito

Caixa Postal 1800

20001-970 Rio de Janeiro, RJ

Telefone (021) 284-9090

Fax (021) 254-7165

 


 


 

23

A BATALHA INTERIOR

George Vandeman

TOPO

 

Hoje vamos fazer uma viagem experimental através do seu coração e tentar sondar os segredos mais íntimos dele. No labirinto de veias e artérias que cruzam os órgãos e tecidos, existe um bilhão de heróis anônimos esperando para entrar em ação. Vamos tentar separar as células do sangue para poder contar a notável história delas. Portanto, venha conosco através do "rio da vida" que circunavega seu corpo a cada batimento do coração. Nesta excursão descobriremos muito mais que apenas química ou biologia. Talvez até consigamos descobrir de onde você veio e para que você foi feito.

Recentemente, através do microscópio eletrônico, nós conseguimos dar uma olhada incrivelmente próxima e detalhada nas células que formam o sangue humano. Através desta pesquisa, obtivemos uma história complexa e fascinante da vida e função da célula branca do sangue. Este é um dos heróis do nosso corpo.

A célula branca do sangue não deixa uma primeira impressão muito boa. Ela se parece com uma ameba, uma bola líquida e sem forma. A célula branca do sangue geralmente percorre as paredes das veias estendendo uma projeção parecida com um dedo e puxando-se atrás dela. Sua função é proteger o corpo contra os invasores hostis. Ela não parece poder derrotar uma lesma, muito menos um exército de ferozes bactérias, no entanto, ela consegue em um minuto, arrastar-se à distância de três vezes o seu tamanho.

Quando as bactérias entram no sangue, de imediato as células brancas do sangue se transformam em "Rambos", acendendo-se com a química. A transformação é dramática.

Alertadas imediatamente do perigo, as células do sangue param de vagar e concentram-se no ponto de ataque usando sua capacidade única de mudar de formato. Elas se espremem entre as células das paredes capilares que se superpõem e buscam, através de vários tecidos, o caminho mais direto. Quando elas conseguem chegar ao local da batalha, fica logo bastante claro que as células brancas do sangue fazem realmente parte de um grane exército de soldados especializados.

Existem vários tipos básicos de células do sangue e cada um deles ataca o inimigo com coragem. Primeiramente vem a infantaria, os neutrófilos. Estas células têm uma grande coisa a seu favor: a quantidade. Nossa medula óssea produz cerca de cem bilhões de neutrófilos todos os dias. Eles recebem os anticorpos, engolindo-os. Jogando seus corpos parecidos com amebas ao redor da substância estranha, eles desintegram o invasor cativo com enzimas.

Após ingerir entre cinco a cinqüenta bactérias e absorvido as mortíferas toxinas do invasor, o neutrófilo sucumbe na batalha. Esta infantaria do exército de células brancas do sangue morre aos bilhões em um grande contra-ataque. Mas isso é apenas o começo.

A seguir vêm os soldados mais durões, chamados macrófagos, os fortes soldados do corpo. Eles aumentam de cinco a dez vezes seu tamanho original quando chamados para a batalha. Cada uma dessas células "Golias" pode devorar uma centena de invasores e ainda sobreviver. Macrófago significa "grande devorador" e é exatamente o que eles fazem em uma fração de segundo.

os macrófagos também são especializados em emboscadas. Quando enfrentam um inimigo particularmente grande ou resistente, várias dessas células se fundem para formar o que é chamado de "célula gigante" e em seguida atacam o invasor com suas enzimas combinadas. Esse contra-ataque simplesmente prepara o caminho para outras células brancas do sangue mais especializadas ainda.

As linfocitárias são iguais a assassinos treinados. Cada tipo

é designado para destruir um tipo particular de bactéria, e suas balas mágicas, sob medida, sem dúvida fazem o serviço. Elas reconhecem o inimigo entre todos os outros e o perseguem com toda a intensidade. A célula linfocitária é particularmente mortal, ela envia ao sistema imunológico a arma mais eficaz contra as bactérias: o anticorpo.

Todos já ouvimos falar sobre nossos anticorpos. São como mísseis teleguiados que buscam uma certa presa com precisão absoluta e a destróem. São mísseis inteligentes. Essas correntes de aminoácidos em forma de Y, curvam-se quimicamente sobre uma substância estranha, ajustando-se dentro dela como uma chave na fechadura. Aí eles disparam enzimas mortíferas dentro da corrente sangüínea do organismo. Às vezes um grupo de anticorpos ataca um número de bactérias ajuntando-as para que se tornem um alvo fácil para os fortes soldados devorarem.

Bem, outro tipo de linfocitária é a célula T. Estas células atuam como comandantes de campo na batalha. Elas enviam, de algum modo, sinais que aumentam a fúria do combate microscópico. As auxiliares células T acirram a atividade das apropriadas células B o quanto necessário: as células T supressoras monitoram constantemente a produção dos anticorpos, mantendo a resposta defensiva no nível adequado.

De fato, todos os elementos do sistema imunológico se comunicam entre si de maneira que pouco entendemos. Todo contra-ataque das células brancas do sangue, em todas as suas várias formas, é cuidadosamente coordenado. Todos, da infantaria aos fortes soldados, dos mísseis teleguiados aos comandantes de campo, sabem exatamente que papel desempenhar no combate. Após o invasor ter sido derrotado, o exército retorna ao seu estado calmo de prontidão, o delicado equilíbrio da química do corpo é mantido e as células brancas do sangue voltam a se arrastar ao longo das paredes dos vasos sangüíneos como se nada tivesse acontecido.

Sabe, quando pensamos nesse maravilhoso exército de combatentes correndo pelas nossas veias, ficamos com uma pergunta interessante: como surgiu esse complexo sistema imunológico? Se a evolução é a resposta às nossas perguntas sobre a origem da vida, então, como este sistema evoluiu?

Podemos construir algum modelo no qual as mutações genéticas e os acidentes da evolução química surgiram, de algum modo, com esse exército de células brancas do sangue? Uma simples pergunta para se começar é: o que veio primeiro? Começamos apenas com a infantaria, os neutrófilos e aí progredimos para as linfocitárias com seus anticorpos com mísseis teleguiados?

Quanto mais pensamos a respeito, menos simples se torna a resposta. Sabe por quê? Todos esses guerreiros sofisticados e especializados precisam uns dos outros. As células B são essenciais no esforço de guerra, têm o potencial de mortíferos anticorpos, mas sem os sinais de certas células T, elas perderiam o controle. Os grandes devoradores, os macrófagos, também requerem mensagens químicas para entrarem em ação. Eles são inúteis enquanto não direcionados ao ataque.

Outras células, por sua vez, não podem agir sem os grandes devoradores que não só consomem a maior parte dos invasores, mas limpam a sujeira do local após a batalha. Em suma, tudo depende de tudo. Cada parte contribui para o delicado equilíbrio do todo. Isto se torna muito claro quando vemos o que acontece quando um elemento é removido do sistema.

Você já deve ter ouvido sobre as vítimas de uma doença rara que precisam passar a vida dentro de uma bolha esterilizada. Elas têm que ser protegidas de todo contato direto com o mundo externo porque qualquer infecção poderia matá-las.

Um menino que vive em tal bolha esterilizada, nasceu sem as células linfocitárias B e T. Ele já atingiu dez anos de idade, mais tempo que qualquer outro com deficiência imunológica. O seu corpo simplesmente não consegue combater as bactérias. Ele tem o bastante das outras células brancas, o bastante da infantaria, o bastante dos soldados fortes; ele tem bilhões de grandes devoradores fluindo da sua medula óssea todos os dias. Entretanto, ele é impotente contra as infecções. Por quê? Porque uma parte do sistema está faltando às células linfocitárias.

isto não nos diz algo sobre a evolução e a sobrevivência do mais forte? Imagine que algum organismo à época da evolução tivesse desenvolvido essa infantaria e estivesse a caminho de produzir as células B e T. Que força ele teria? Por quanto tempo sobreviveria? Lembre-se que nessa época não existiam bolhas plásticas para ajudar a combater o problema.

Tudo isto torna aparente uma das maiores falhas na teoria da evolução: qualquer organismo ou estrutura parcialmente desenvolvida é uma limitação e não uma vantagem. A idéia de que os animais podem gradualmente desenvolver uma asa, ou um olho, ou um sistema imunológico vai contra o princípio da seleção natural. Qualquer pobre animal com meia asa, meia perna ou outra coisa, seria imediatamente extirpado. A lei da sobrevivência do mais forte o eliminaria. É por isso que esse complexo e coordenado exército de nossas células brancas do sangue é uma evidência tão importante da criação.

Na verdade, seria impossível acreditar que tal sistema poderia entrar em equilíbrio acidentalmente através de uma série de mutações genéticas devido às desordens biológicas que elas causam. Acidentes causam desastres e imaginar uma longa série deles não ajuda muito a matéria.

O que o exército de células brancas do sangue sugere é que alguém de infinita inteligência os projetou e os colocou no lugar, com todos os sistemas funcionando. Alguém programou todas as células brancas para fazer suas taregas especializadas do jeito certo e no momento exato. Esse alguém é o Onipotente Criador que a Bíblia nos apresenta. As Escrituras engrandecem este Deus que tem demonstrado uma habilidade tão notável como Criador. Veja estas palavras: "Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no ceio de minha mãe. Graças te dou, visto que por um modo assombrosamente maravilhoso me formaste..." Salmo 139:13,14. Assombrosamente maravilhoso me formaste! Isso é o que nosso corpo nos diz. Isso é o que nossas células brancas gritam quando correm pelas nossas veias. Eu vejo neste exército em nossa corrente sangüínea um outro tipo de evidência: ele me sugere algo a respeito do tipo do Deus que nos fez. Após observar o modo maravilhoso pelo qual nossas células contra atacam e vencem todos os invasores, eu diria, no mínimo, que este Criador está do nosso lado. Ele está lutando por nós e é precisamente isso que as Escrituras proclamam bem alto. Eis a confiante promessa de Deus feita através do profeta Isaías; "Por certo que os presos se tirarão ao valente e a presa do tirano fugirá porque eu contenderei com os que contendem contigo e salvarei os teus filhos." Isaías 49:25. Estas são as palavras de um guerreiro confiante e Deus está fazendo tais afirmações em nosso favor. Ele contenderá com qualquer um que se atreva a contender conosco. Isso nos faz lembrar as células brancas do sangue, grandes devoradores, comendo bactérias aos bilhões.Isaías não está sozinho ao apresentar o Senhor Deus como um guerreiro. Nos Salmos encontramos um Deus que prende uma espada em seu cinto, cavalga para vitórias como um guerreiro especial e marcha através dos portões de Sião, um herói conquistador, poderoso na guerra. Ele diz que vence até o Leviatã, o símbolo de tudo que apavorava os antigos, e esmaga a sua cabeça no mar. Isto é definitivamente alguém que quer estar do nosso lado. O que a Bíblia diz repetidamente é que Ele está, de fato, do nosso lado. O profeta Sofonias enfatiza esta mesma verdade: "O Senhor teu Deus está no meio de ti, poderoso para te salvar: Ele se deleitará em ti com alegria." Sofonias 3:17. Aqui está um Deus que se deleita naqueles que Ele salva do perigo. Ele exulta em Sua habilidade de salvar. Deus alguma vez pareceu a você como uma figura distante lá no espaço? Você tem dificuldade em crer que Ele pode realmente fazer a diferença em sua vida? Às vezes acontecem coisas conosco que diminuem a nossa certeza. Tragédias ocorrem e fazem Deus parecer tremendamente distante. Bem, eu gostaria de lhe assegurar com toda a sinceridade que Deus é um amigo íntimo de todos aqueles que O chamam. Ele pode salvar você de qualquer problema que o cerque. Ele é tão íntimo da verdade quanto seu próprio pulso. Se duvidar dele, coloque seus dedos em seu pulso, sinta aquele ritmo que envia o "rio da vida"através do seu corpo. Isso é o Criador lutando por você agora mesmo. Deixe-me explicar mais um dos maravilhosos meios pelo qual Deus luta por nós na corrente sangüínea. Digamos que a ameaça que você está sofrendo não é uma bactéria, mas um ferimento, um corte ou um arranhão. Eis o que ocorre quando um vaso sangüíneo é lacerado. Imediatamente o próprio vaso se contrai de modo que o fluxo do sangue é diminuído. Os nervos também se contraem, cercando o tecido. Estes espasmos diminuem o fluxo de sangue o tempo suficiente para o corpo iniciar os reparos. Primeiramente, minúsculas plaquetas começam a formar um tampão no lugar do ferimento. As plaquetas são as menores células do sangue; de fato, são fragmentos de células. Mas elas trabalham de modo eficiente e eficaz chegando ao local do acidente como atendentes na ambulância.  Elas liberam serotonina, um elemento químico que retarda a hemorragia. Estas plaquetas granuladas se transformam numa substância pegajosa que é exposta quando um vaso é rompido, amontoando-se na parede do vaso, elas começam a formar um tampão e ao mesmo tempo liberam outra substância química que sinaliza outras plaquetas para correrem até o ferimento. Se esse tampão, entretanto, não fechar rapidamente o rompimento do vaso, um outro processo tem início: o coágulo. A formação do coágulo sangüíneo, na verdade, envolve várias dezenas de substâncias e uma intrincada seqüência de reações químicas. O tecido líquido do sangue é transformado em gelatina sólida. Uma série de alterações químicas cria fios longos e finos de fibrina que fluem em direção do ferimento. Estes fios se enrolam ao redor do tampão de plaquetas, formando uma teia. Quando as células vermelhas do sangue se prendem nesse emaranhado, elas reforça o coágulo como a brita reforça o cimento. Aí, uma outra substância química liberada estabiliza a fibrina e a interliga em um padrão de linhas cruzadas. Finalmente, o coágulo começa a se contrair espremendo para fora o fluido e endurecendo-se para fechar por completo qualquer vazamento de sangue. Agora o ferimento está fechado até que novo tecido possa ser construído. Mas o coágulo não é o bastante para deter uma perda maciça de sangue. Quando isso acontece, o corpo adota automaticamente uma última medida para estancar a hemorragia. Uma poderosa onda de reflexos nervosos contraem as veias através de todo o corpo a fim de retardar a queda da pressão arterial, e o batimento cardíaco acelera atingindo até duzentos batimentos por minuto para manter o fluxo vital do sangue. Isso manterá o sangue fluindo até o cérebro e o coração a todo custo. Devido a este reflexo, pessoas que perderam até 40% de seu volume sangüíneo ainda conseguiram sobreviver. Fantástico! O sangue humano é um maravilhoso exemplo de autoterapia. Imagina por um momento se todos os cortes e ferimentos que você tivesse sofrido durante toda a vida ainda fossem visíveis; ainda soltassem sangue. Acho que você se pareceria com um personagem de filme de terror, não é mesmo? Mas tais ferimentos simplesmente vão embora; nosso corpo cuida deles. Aquele arranhão de péssima aparência ou aquele corte feio simplesmente desaparecem. Nova pele eventualmente cresce no local e ficamos novos em filha e tudo isso acontece automaticamente, sem nenhum esforço consciente de nossa parte. Nós, sem dúvida, não podemos expulsar um ferimento por nos concentrar muito. Acontece simplesmente. O tecido se cura sozinho; o corpo vem em nosso socorro mais uma vez.Sim, parece que tem alguém do nosso lado, alguém que está lutando por nós. Essa obra do Criador é Sua melhor informação, Seu melhor argumento. Olhando para um coágulo de sangue, deparamos com a mesma pergunta: o que veio primeiro? As plaquetas ou a substância em que elas se agarram? A fibrina ou as células vermelhas do sangue às quais elas se juntam? Novamente, é tudo um sistema interligado. Cada coisa depende das outras coisas. Isso faz parta da maravilha desse líquido milagroso que está sempre pronto para nos salvar de qualquer calamidade.Sabe, amigo, entender como o nosso sangue trabalha para nós e luta por nós, dá novo significado àqueles clichês conhecidos que as pessoas religiosas vêm usando há tanto tempo: "Limpos pelo sangue, salvos pelo sangue."

Quando Jesus Cristo verteu Seu sangue na cruz, Ele estava tomando posição contra séculos de crueldade e indiferença humanas e Ele absorveu em Seu corpo os mortíferos efeitos tóxicos das nossas transgressões. Como Filho de Deus Ele possuía uma infinita capacidade de redimir os pecados inumeráveis e é por isso que o sangue de Jesus é um símbolo tão poderoso. Um monte chamado Calvário foi local da maior luta de Cristo a nosso favor, Seu maior monumento como guerreiro vitorioso foi quando Ele deu a Sua vida por nós e quando Seu sangue desceu livremente do Seu corpo partido. O perdão fluiu livremente para cada um de nós.


 


 

24

A DROGA QUE ANUNCIAMOS

George Vandeman

TOPO

 

Quando falamos da ameaça das drogas que nossos jovens enfrentam no mundo atualmente,  geralmente imaginamos algum traficante desleixado, abordando algum jovem indefeso numa rua escura, longe de casa... Mas por incrível que pareça, existe uma droga que permitimos entrar em nosso lar. Fazem-na parecer luxuosa e romântica na frente de nossos filhos. E eles assimilam uma mensagem: pessoas saudáveis e divertidas jamais dizem “simplesmente não” quando enfrentam esta droga.

    Bebês nascem viciados em heroína. A aids passa de um viciado para outro em agulhas contaminadas. A cocaína está chegando ao mundo profissional de advogados, médicos e até líderes de governo. Ninguém tem mais dúvida da ameaça. Em alguns países, os chefões das drogas assassinam ou aterrorizam políticos, juízes, advogados, ou qualquer um que se oponha a eles abertamente. Portanto, não é de se espantar que medidas drásticas precisem ser tomadas. Os Estados Unidos chegaram a invadir outro país, há centenas de quilômetros, para poder prender um ditador suspeito de tráfico de drogas. Os americanos estavam dispostos a sacrificar jovens em batalha porque muitos de seus jovens foram sacrificados pela cocaína e vários outros narcóticos.

    Estamos lutando numa guerra contra as drogas. Estamos tentando ensinar aos nossos filhos a simplesmente dizer não. Mas existe uma droga que passou despercebida nisso tudo. E, por incrível que pareça, ela é a droga capaz de alterar os sentidos que mais vicia no mundo, se medirmos isso em termos do número de pessoas viciadas na substância. Somente nos Estados Unidos, esta droga é responsável pela morte de 98.000 pessoas a cada ano. Este número excede em muito as mortes de todas as outras drogas juntas.

    Bem, o fato mais incrível de todos: esta droga é anunciada livremente em toda a mídia. É isso mesmo, no meio de uma guerra contra as drogas, nossa droga mais viciadora, mais assassina, é promovida abertamente nas rádios, televisões, revistas e outdoor. E esta droga, meu amigo, é o álcool.

    O álcool é o mais grave problema de drogas no mundo. Certamente é  um grande problema. Pelo menos 10% de todas as mortes na América estão ligadas ao consumo de álcool. Quase metade dos assassinatos, suicídios e mortes em acidentes de carro estão relacionados ao álcool. Pense em todas aquelas pessoas, dirigindo alcoolizadas, matando outras enquanto estão alcoolizadas, se matando alcoolizadas. Veja que são quase 100.000 seres humanos que precisamos enterrar anualmente. E isso sem contar o estrago emocional e social devastador causado pelo vício a esta droga.

    De quatro lares americanos, aproximadamente um sofre de problemas relacionados ao álcool. E no entanto, esta droga fica fora das discussões de políticos sobre problemas de uso de narcóticos. É a droga menos provável de ser censurada pela mídia.

    Esta droga que vicia é a que mais anunciamos. Por quê? A resposta é muito simples e perturbadora. O álcool é um grande negócio. Somente nos Estados Unidos, a indústria do álcool gera uma receita de mais de 65 bilhões de dólares. Isto é mais do que o produto interno bruto de muitos países menores. Christine Lubinski, do Conselho Nacional do Alcoolismo, documentou estes fatos. Ela escreveu: "através da propaganda e do marketing, esta indústria multinacional cria imagens sedutoras das bebidas alcoólicas, procura esconder do público que o álcool realmente é uma droga, causadora de doenças".

    A indústria do álcool tem uma influência enorme. Ela gasta aproximadamente 2 bilhões de dólares por ano com propagandas e promoções. Isto representa muito tempo no ar em muitos programas; muito espaço em muitos jornais e em muitas revistas. Isto acaba influenciando o que a mídia mostra e fala sobre o assunto. O mais ultrajante de tudo, talvez, é que as cervejarias e vinícolas conseguem patrocinar os grandes eventos que atraem platéias de jovens. As cervejarias estão sempre dispostas a patrocinar eventos esportivos, concertos de rock e promoções especiais de férias. Os anúncios de cerveja e vinho parecem tornar o consumo de álcool uma coisa saudável, luxuosa e romântica. São exibidos como um prêmio por um serviço bem feito, uma parte essencial da boa vida, o companheiro natural do sucesso financeiro e das grandes decisões. Se você quiser fazer um anúncio de cerveja,  precisa encontrar  uma pele perfeita, com corpo atraente e olhos brilhantes. Qualquer pessoa que mostre as marcas físicas e emocionais do alcoolismo não serve para fazer uma propaganda de cerveja, vinho ou qualquer outra bebida alcóolica.

    Ah, amigo, eu acredito que este é o pior tipo de propaganda... A indústria do álcool está vendendo uma mentira aos nossos filhos. A mensagem que está por trás é sempre a mesma: para ser bem sucedido, para ser feliz, você precisa beber. E isto me pertuba. Algo está muito errado se uma droga que vicia e que mata 100.000 pessoas anualmente recebe essa enorme promoção. Eu acho que está na hora das pessoas começarem a reagir. Está na hora dos cidadãos preocupados começarem a enfrentar esta 'mentira'.

    A primeira coisa que você pode fazer é escrever para sua televisão ou estação de rádio locais e declarar sua preocupação. Se a propaganda do álcool não pode ser eliminada, o mínimo que podemos fazer pelos nossos filhos é exigir espaços iguais. A legislação deveria exigir um tempo igual para mensagens sobre saúde e sobre os danos do álcool. Se a indústria do álcool pode fazer sua fantasia do consumo de cerveja e vinho, aqueles que conhecem os malefícios do álcool deveriam poder mostrar o outro lado. Seria justo. Então, por favor, não tenha medo de declarar suas convicções aos nossos líderes eleitos. As pessoas que estão sujeitas a um bombardeio constante de propagandas que mostram as glórias do álcool, têm o direito de ouvir o outro lado da história.

    Uma certa celebridade dos esportes foi contratada para fazer anúncios e apresentações para uma certa cervejaria. Sua campanha publicitária foi um sucesso. Ele começou a ganhar muito dinheiro. Mas um dia, quando este homem estava dirigindo a caminho de outro evento promocional, vários garotos na calçada o reconheceram. Imediatamente começaram a cantar o 'slogan' que ele havia tornado famoso: "delicioso, mais leve. Delicioso,  mais leve." O homem sorriu e acenou. Mas ao olhar para aquelas crianças, ele percebeu de repente a quem a mensagem estava atingindo, a quem estava afetando. Ele se sentiu muito mal. Estas crianças já estavam sendo preparadas para serem consumidoras de álcool. Este atleta tomou uma decisão muito difícil. Resolveu abandonar seu contrato lucrativo. Não valia a pena ter todo aquele dinheiro se ele tinha que viver com a mensagem que estava criando.

    "Todos nós temos que escolher o que queremos em nossa vida", é exatamente o que queremos dizer agora mesmo. Cada um de nós tem uma declaração a fazer. Mas existe outra maneira de reagir. Além de tentar desligar as mensagens ruins, precisamos ligar as boas. Não devemos esperar que o governo eduque  nossos filhos sobre as drogas e a boa vida.

    Eu acredito que a vida abundante que Deus nos oferece pode vencer o estado comodista e mentiroso que a indústria do álcool oferece. Eu acredito na mensagem de Deus sobre a boa vida. Vamos ver isto mais a fundo. Vamos descobrir alguns princípios práticos que podemos ensinar aos nossos filhos que contrapõem a propaganda do álcool.

    Primeiramente, precisamos lidar com a imagem vistosa e bem trabalhada da cerveja e do vinho como recompensa por um trabalho bem feito, um jogo de futebol bem jogado. Continuamente nos são mostradas pessoas bem sucedidas se dirigindo para um bar cheio de outras pessoas bonitas para se premiarem com um drinque. Desta forma, o uso do álcool é limpo, poderíamos até dizer, santificado, como algo que pessoas saudáveis e trabalhadoras merecem. Está ligado ao sucesso. Alguns anúncios fazem questão de mostrar como a água de uma certa marca de cerveja é limpa e pura. As imagens maravilhosas de riachos cristalinos nas montanhas fazem parecer que na verdade é uma bebida saudável e não uma droga que com o tempo destrói e vicia. Não, nada é falado, é claro, sobre as doenças diretamente relacionadas ao consumo de álcool.  Nenhuma referência é feita ao grande problema da perda de produtividade diretamente ligada ao consumo de álcool. Isto estragaria a mensagem. Nossos filhos estão ouvindo claramente a mensagem: "esta droga é para você."

    Bem, o que pode ser feito para combater este tipo de propaganda? Precisamos mostrar uma imagem diferente de sucesso. Pessoas saudáveis não procuram recompensas numa garrafa de bebida. Ser ativo e produtivo já é uma recompensa. Tomar uma droga é um substituto para a satisfação que uma atividade bem sucedida traz. Uma visita a qualquer rua do centro à noite, mostra rapidamente que o álcool é freqüentemente o "prêmio consolação" para perdedores.

    O apóstolo Paulo descreveu o sucesso assim: “...Esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus". (Filipenses 3:13,14)

    Paulo  tinha um alvo muito claro e definido na vida. Ele se guiava por um sentido de missão: anunciar a boa notícia sobre Jesus Cristo. Ele via mais desta missão diante de si. E ele estava ansioso para ficar nesta corrida, nesta busca, a medida que a missão o levava em direção ao Céu.

    Amigo, nossos filhos, nossas crianças, precisam de grandes metas, de ideais elevados, de um sentido de missão que os leve em direção ao Céu. Ser produtivo em nome de Deus é muito compensador por si só. Precisamos lembrar que o álcool entra para ocupar um vazio. Crianças envolvidas em atividades com sentido, crianças que têm objetivos na vida, raramente se tornam vítimas do álcool. São as pessoas vazias e sem sentido que são mais vulneráveis. Incentive seus filhos, ajude-os a ver que sua vida pode ter um grande propósito, ajude-os a procurar metas significativas. Mostre a eles uma mensagem diferente: "esta vida é para você".

    Outra parte da mensagem que a propaganda do álcool transmite é que a diversão com os amigos e o consumo de cerveja e vinho estão sempre juntos. O álcool é claramente mostrado como o fator chave na felicidade social: se você sair com seus amigos e levar umas cervejinhas, garantimos que não pode haver coisa melhor. E é claro que tomar um drinque sempre vem como algo muito romântico: o encontro da 'mulher dos sonhos' com o 'príncipe encantado' no bar é um componente visual chave de muitos anúncios. O romance cresce, floresce onde existir álcool supostamente.

    É claro que se a verdade fosse contada, teríamos consciência de que o álcool provavelmente já destruiu mais relações do que qualquer outro fator. Pense só: quantos amigos se separam porque começaram discussões enquanto estavam bêbados? Quantos desentendimentos viraram brigas feias, desencadeadas pelo álcool? Pense nas inúmeras tragédias escondidas em muitos lares. Esposas maltratadas pelos maridos embriagados e enfurecidos. Crianças que ouvem e vêem aterrorizadas um pai cambaleante, completamente bêbado. Pense no número de famílias completamente destruídas por causa do vício de alguém. Não é um quadro bonito. Não é nada parecido com o que você vê na propaganda.

    Nós temos uma mensagem muito melhor  e mais verdadeira do que essa sobre como se divertir e ter boas relações. As amizades florescem quando as pessoas se conhecem melhor, mais profundamente, e não quando as pessoas se olham através de uma névoa alcoólica. O álcool nos adormece, nos anestesia, nos tira de nossa própria vida, para uma vida escura.

    Existe outra coisa que aproxima as pessoas, algo que se chama o espírito do Deus vivo. Paulo aconselhou aos Efésios: "e não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do espírito; falando entre vós com salmos, com hinos, e cânticos espirituais..." (Efésios 5:18,18).

    O apóstolo Paulo apresenta como alternativa saudável à bebedeira, se encher do Espírito. O Espírito de Deus abre seus olhos, aquece seu coração e inspira um companheirismo alegre e harmonioso. É assim que Deus quer que nós vivamos entre irmãos.

    Podemos sentir a intensidade do primeiro companheirismo cristão na introdução de cada uma das cartas de Paulo. Ele está sempre cheio de agradecimentos e amor para com os outros crentes. Dá para sentir que estas pessoas estão genuinamente envolvidas umas com as outras. Elas se comunicam numa linguagem de louvor e paz. Elas estão ligadas umas às outras por um grande sentimento de missão e um sentimento claro de união em Cristo.

    Os jovens precisam desesperadamente de bons relacionamentos. É quando estão solitários e se sentem rejeitados que as mentiras sobre o álcool parecem atraentes. As pessoas muitas vezes buscam conforto na bebida quando não encontram solidariedade. Então, ajude os seus filhos a construírem bons relacionamentos; promova um ambiente social saudável. E mais do que qualquer coisa, exponha-os às alegrias de um companheirismo cristão autêntico. Precisamos ter coisas atrativas e interessantes em nossas igrejas. Precisamos nos comunicar na linguagem do louvor e da paz.

    Infelizmente, às vezes até palavras soltas num bar parecem mais autênticas do que nossos padrões de  cumprimentos cristãos frios e sem sentimentos. Precisamos ir mais fundo, criar um verdadeiro companheirismo, para ter um ambiente onde as amizades possam florescer.

    Existe uma mensagem final que precisamos dar para poder contra-atacar a indústria do álcool. E é a mensagem mais poderosa de todas. É a mensagem que o apóstolo Paulo nunca se cansou de transmitir. Após mencionar os privilégios sociais que ele herdou como parte da elite de fariseus, ele escreveu: "mas o que para mim era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor..." (Filipenses 3:7,8).

    Paulo contou para seus contemporâneos sobre a pessoa que ele achava que mais valia a pena se conhecer.  Paulo disse na verdade: se você precisar perder tudo que tem para ter uma relação com Cristo, então faça-o sem hesitar. Ele vale a pena.

    Paulo encontrou em Cristo um amor grandioso e a excelência moral que ele não havia conseguido encontrar em todos seus anos de cuidadosa observação religiosa. Ele encontrou em Cristo um Salvador que dava o perdão e a aceitação que anos de estudos e rituais não haviam dado a ele. Paulo encontrou tudo em Cristo.

    Nossos filhos podem encontrar tudo em Cristo também. Os jovens se prendem a certos ideais a medida que crescem. Mas na adolescência estes ideais entram em choque com as duras realidades do mundo.  Eles vêem tragédias humanas em toda parte. Eles descobrem a inconsistência e a hipocrisia  nos modelos à sua volta. E então se rebelam ou se retraem ou se refugiam no  álcool e nas drogas. Mas Jesus Cristo nunca irá decepcionar; Ele nunca deixa um amigo sozinho; Ele é confiável. Nossos filhos estão buscando isso. Eles querem alguém que valha a pena conhecer e confiar.

    Um historiador americano escreveu uma vez que Jesus Cristo "está escrito no cabeçalho de todas as páginas da história do homem". Outro admirador escreveu: "Cristo nunca escreveu um livro, no entanto nem todas as bibliotecas do país podem guardar todos os livros que poderiam ser escritos sobre Ele... Ele nunca fundou uma escola, e no entanto todas as escolas juntas não podem ter o número de alunos que Ele tem. Grandes homens vieram e se foram, mas Ele continua vivo".

    Jesus é o melhor modelo para nossos filhos. Mas Ele é mais que isso. Como Salvador, Ele oferece o perdão e a aceitação que todos nós precisamos. Ele fez o maior sacrifício, arcando com nossos pecados na cruz, ganhou o direito de dar a todos aqueles que nEle crêem, vida eterna. "E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (S. João 17:3).

    O que é vida eterna? A vida em toda sua abundância? É conhecer Jesus Cristo. Ele a oferece a todos como dádiva, e Ele também nos ajuda a começar a viver isto agora.

    Amigo, nossos filhos precisam de algo grande em sua vida. Precisam aceitar a Jesus Cristo. Eles precisam mais do que um pouquinho de religião para não caírem no poço.  Algo precisa preencher o vazio, satisfazer a dor em seu pobre coração. Nossas lindas crianças precisam de Cristo. Com um Amigo como este, eles podem resistir às mentiras que o mundo joga neles. Eles sabem que têm algo muito melhor, alguém que vale a pena. E então as promessas da garrafa parecem vazias.

     A vida pode ser muito boa. Ela se torna abundante em Jesus Cristo. Eu espero de todo coração que cada um de nós possa encontrar esta abundância e mostrá-la aos outros.

SÚPLICA

Letra e música: Ariney B. Oliveira

Hoje é o tempo de preparo especial,

uma vida nova deve ser nosso ideal,

precisamos confessar nossas faltas ao Senhor,

e, em sincera comunhão, suplicar o Seu perdão,

e pedir a Ele um novo coração.

Só então nós poderemos responder ao Seu chamar,

levaremos Sua palavra aos que O buscam aceitar.

Mensageiros do evangelho nós seremos ao falar,

nossa vida irá mostrar a beleza de Sua luz,

pois fomos salvos pelo sangue de Jesus.

Vem derramar Teu poder sobre nós,

vem nos falar através de Tua voz,

pois só assim Senhor teremos a certeza do amanhã,

vem guiar Teus filhos com Tua santa mão.

Vem derramar Teu poder sobre nós,

vem nos falar através de Tua voz,

nós precisamos receber a Tua bênção de amor,

Teu espírito envia-nos Senhor.

Gravado por Alessandra Samadello no ABLP 555001 da gravadora ABBO

ORAÇÃO

Pai nosso, obrigado por Jesus Cristo. Ele é tão mais verdadeiro do que qualquer coisa que eu possa encontrar numa garrafa... Obrigado porque posso encontrar um sentido e um propósito para a minha vida nEle. Coloco a minha vida em Suas mãos agora mesmo; afirmamo minha crença em Ti como Salvador e Senhor. Enche-me com Teu espírito; abençoa-me com relacionamentos saudáveis; guarda-me em Teus braços. Amém.

Caso você queira aprofundar o seu conhecimento da Bíblia,

solicite agora mesmo o

  Curso Bíblico do programa "Está Escrito".

 Ele é inteiramente grátis. Teremos o maior prazer em atender sua solicitação. Entre em contato conosco agora mesmo.

Está Escrito

Caixa Postal 1800

20001-970 Rio de Janeiro, RJ

Telefone (021) 284-9090

Fax (021) 254-7165


 


 

25

MISTÉRIOS DA TERRA

George Vandeman

TOPO

 

Temos sido tentados a resolver todo tipo de mistérios hoje em dia. Com todos os recursos tecnológicos e científicos à nossa disposição, podemos explorar, medir e testar com maior profundidade e com mais riqueza de detalhes do que nunca. Conseguimos fazer de tudo: desde mapear a superfície da lua até analisar a composição química dos anéis de Saturno. Entretanto, aqui mesmo na Terra continuam alguns mistérios que nos deixam perplexos. Apesar da nossa lista de fenômenos cósmicos inexplicáveis estar diminuindo, continuamos extasiados pelas realizações de diversos povos chamados primitivos.

As perguntas: quem, como, o que, e por quê, ainda nos assombram. Hoje examinaremos alguns dos últimos mistérios do mundo.

Primeiro, vamos para um minúsculo ponto no sul do Pacífico, chamado Ilha de Páscoa, nome dado por um explorador holandês que avistou-a no domingo de Páscoa de 1722. A ilha é caracterizada por uma porção de gigantes de pedra chamados Moai. Cerca de mil deles foram encontrados, muitos pesando vinte toneladas e medindo de quatro a cinco metros de altura. Todos eles têm a mesma expressão de meditação e se parecem com heróicos sentinelas, olhando fixamente para a vastidão do Pacífico.

O que intrigou os exploradores ocidentais de então, e os de agora, é como os habitantes da Ilha de Páscoa poderiam ter construído esses monumentos gigantes de pedras vulcânicas, e em seguida tê-los transportado para vários locais onde foram de algum modo erguidos sobre plataformas. O maior deles pesa cerca de noventa toneladas e mede dez metros. Mesmo com as nossas máquinas modernas, mover uma estátua assim seria muito difícil. Mas os polinésios fizeram o trabalho há centenas de anos apenas com os materiais que conseguiram encontrar naquela ilha desprovida.

Talvez o mais incrível de tudo sejam os enfeites vermelhos sobre as cabeças de pedra em alguns dos maiores Moais. Esses enfeites pesam quase 12 toneladas. Como eles foram içados e equilibrados sobre essas cabeças desses sentinelas da Ilha de Páscoa? Tais perguntas têm levantado uma variedade de teorias, algumas bem exóticas. Talvez os extintos exércitos de escravos tenham içado as estátuas em seus altares ou quem sabe, erupções vulcânicas tenham jogado as estátuas sobre seus pedestais até lá no alto.

Uma tradição da ilha afirma que as estátuas contêm um poder sobrenatural chamado Mana e simplesmente andaram até os lugares indicados. Uma outra história diz que as estátuas deslizaram por um vasto tapete de inhame esmagado.

Os grandes Moais por si mesmos não revelam segredos, apenas continuam em sua vigília silenciosa como um dos últimos mistérios do mundo.

No sul da Inglaterra, na desolada e castigada pelos ventos Planície Salisbury, existe um anel maciço de pedras cinzentas que tem intrigado os visitantes há milhares de anos. Este é o Stonehenge, um antigo monumento que ainda desafia a força da natureza num terreno de muita vegetação que se estende até onde a vista alcança.

Esse lugar é único entre os lugares de pedras pré-históricas erigidas. O único monumento cujas pedras foram moldadas e agrupadas em um plano definido de arquitetura. Essas grandes rochas esculpidas, a maioria com mais de quatro metros de altura, fizeram parte de uma estrutura muito importante.

As medidas também demonstram que o eixo de Stonehenge está alinhado com o sol nascente no solstício do verão. A pergunta mais intrigante sobre o Stonehenge é: quem construiu esse notável monumento?

Centenas de anos atrás, os historiadores acreditavam que ele tinha sido construído pelos Druids, um grupo misterioso de sacerdotes célticos de mantos brancos. Outros afirmavam que o desenho cuidadosamente calculado apontava para os arquitetos romanos; outros acreditavam que projetistas egípcios ou fenícios estavam envolvidos. Semelhanças na construção de certos portões na Grécia antiga fizeram alguns especularem que o construtor poderia ter sido Odisseu, navegando desde o Mediterrâneo.

Recentemente, o monumento tem sido datado em cerca de mil anos antes dos Druids, e isso encerra a questão. Seus construtores permanecem escondidos em algum lugar na idade do bronze. Como o novelista Henry James escreveu: "Você pode fazer uma centena de perguntas a estes gigantes de pedra enquanto eles se inclinam contemplando tristemente seus companheiros caídos, mas sua curiosidade acaba morrendo na vasta e ensolarada quietude que os envolve."

Espalhada por toda a planície de Nazca, que fica entre a base dos Andes e a costa sul do Peru, está o que tem sido descrito como "a mais estranha mensagem já deixada pelo homem". Mais de cem figuras geométricas são claramente visíveis, deitadas em quilômetros após quilômetros de linhas feitas com pedregulhos. Isto é, quase todos concordam, uma obra dos antigos índios Nazca.

Mas o que são eles? A que propósito serviam? Uma impressionante aranha se espalha pelo deserto com cinqüenta metros de comprimento e um pássaro estilizado de asas abertas se estende por 140 metros. O mais incrível é que tais formas só são discerníveis a 300 metros ou mais quando olhadas do alto. Vistas ao nível do chão, tais formas são invisíveis, conseguindo-se ver apenas um confuso padrão de linhas. Muito antes da era da aviação, uma civilização perdida criou essa arte discernível apenas lá do alto. O que eles queriam? Fizeram isso para quem ler? O mistério desses notáveis desenhos ainda nos intrigam.

Estas são as perguntas que os últimos mistérios da Terra põem diante de nós: "como?", "para que?", "quem?". No entanto, a mais importante pergunta que permanece sem resposta é "por que?".

Por exemplo podemos especular sobre como os habitantes da Ilha de Páscoa transportaram os Moais das pedreiras usando um sistema de cabos e cordas, mas continua a dúvida: por que eles se dedicaram a essa enorme tarefa? Por que eles erigiram essas centenas de faces em pedra em sua ilha?

Igualmente podemos fazer conjecturas sobre quem construiu os monumentos únicos em Stonehenge. Mas por que foram construídos? Se serviam como uma espécie de observatório, como muitos defendem, sem dúvida existem meios mais fáceis de se construir um.

As pedras azuis usadas têm sido identificadas como um tipo de pedra encontrada nas montanhas Prescelly ao sul de Gales. Os construtores de Stonehenge tiveram que transportar essa pesada carga 380 quilômetros por mar e terra. Por que fizeram esse enorme esforço?

Arqueólgos ao estudarem as figuras do deserto de Nazca têm tentado responder a pergunta "o que". Eles acham que esses desenhos formam uma espécie de mapa astrológico dos céus, ou funcionavam como um calendário indicando quando viriam as chuvas. Mas é claro que existem modos mais fáceis de se construir calendários astronômicos. Não é preciso traçar quilômetros e quilômetros de desenhos visíveis apenas lá do céu. O maior dos mistérios portanto é "por que". Por que essas pessoas primitivas dedicaram suas vidas a essa tarefa incrivelmente difícil? O último mistério da Terra é simplesmente: Por que?

Creio que achamos a Ilha de Páscoa, Stonehenge e o deserto Nazca tão místicos porque perdemos algo fundamental em nossa era secular. Não entendemos mais e não aceitamos a necessidade básica humana de adorar. Sim, adorar! Creio que esta é a resposta ao último mistério da Terra.

Tendemos a esquecer que nosso mundo contemporâneo está totalmente cheio de coisas feitas pelo homem. Apanhados numa interminável busca de coisas, vamos ficando surdos àquela pequena voz em nosso coração. Mas as pessoas que construíram aqueles monumentos ouviam alguma coisa além.

Alguns anos atrás, exploradores encontraram na Ilha de Páscoa, tabletes chamados "tábuas falantes", que foram escritos com figuras, um escrito único na ilha. Nos anos 60, um estudioso alemão foi finalmente capaz de decifrar algumas dessas tábuas e publicar suas traduções. Ele acredita que elas contêm orações aos deuses e instruções aos sacerdotes. Parece claro que os Moais eram um meio para os habitantes da ilha adorarem. Eles estavam erguendo as suas pedras em uma adoração interminável. Nas enormes feições na pedra pode-se quase sentir uma busca da face de Deus; um anseio em identificar Suas feições num mundo dominado pelo vasto e indecifrável Pacífico. Talvez se possa também ver ali um esforço desesperado para apaziguar um deus que parecia tremendamente distante. Quantos meses e anos de suor e sangue devem ter sido gastos nesse projeto de construção. Entretanto, as expressões retratadas ali jamais mudam: o deus, pelo menos externamente, parece tão distante e implacável como sempre.

Esses artesãos da Ilha de Páscoa nos deixaram sinais que mostram uma profunda necessidade do Deus que se aproxima, que mostra Sua face a meros mortais. O Novo Testamento nos diz que Deus atendeu a essa necessidade. Paulo escreve sobre o Criador que fez a luz brilhar na escuridão: "Ele mesmo resplandeceu em nossos corações para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo." II Coríntios 4:??.

Deus revelou sua glória à humanidade na face de Jesus Cristo. Ele é o objeto de adoração que podemos ver, podemos conhecer, podemos amar. Ele é o que todos têm procurado, um rosto divino bem próximo e pessoal. Jesus é a Rocha Poderosa em quem encontramos refúgio. Ele é a sentinela que vigia por nós, o Bom pastor.

Em Stonehenge, na Inglaterra, o mistério do por quê encontra uma resposta semelhante. Quer tenha sido usado como observatório, quer esteja alinhado com certas estrelas, este lugar tem a aparência de um templo, um lugar de adoração. As pessoas não arrastam enormes pedras por 380 quilômetros apenas para ver melhor uma certa constelação. Um valor sagrado devia estar ligado a essas rochas de pedra azul das montanhas Prescelly. Os cascalhos de pederneira e cerâmica quebrada encontrados nos locais arqueológicos estão ausentes aqui. Isso também sugere que Stonehenge era um local sagrado, separado da vida diária e visitado apenas em ocasiões especiais. Pessoas de tempo imemoráveis têm lutado para construir um templo digno de Deus. Elas anseiam ter um lugar onde o divino possa habitar entre elas, onde possam, de algum modo, contemplar e comunicar-se com aquela grande força.

A boa notícia é que o Deus celeste satisfez também este anseio. A resposta àquelas pedras quebradas reunidas em um círculo vazio é Deus tornando-se homem em Jesus Cristo. Veja como o apóstolo João resume esse extraordinário evento: "E o verbo se fez carne e habitou entre nós e vimos a sua glória como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade." João 1:14.

O "verbo" é a designação que João dá a Jesus Cristo que nos traz o pensamento de Deus, a mente de Deus. Este verbo sagrado fez sua habitação entre nós aqui mesmo na Terra onde trabalhamos por tanto tempo e tão pesadamente para construir um templo digno dEle.

É interessante notar que a palavra grega traduzida por "habitou" significa literalmente tabernáculo. Em outras palavras, Jesus veio para ser tabernáculo entre nós, para ser um templo de carne e sangue. Por isso não temos que procurar Deus entre as estrelas, não temos que construir monumentos heróicos e esperar que de algum modo o ente divino se aproxime. Não, podemos ter um encontro pessoal com o Cristo vivo. Ele se aproximou, Ele veio para cá.

Aqueles desenhos extraordinários no deserto Nazca nos levam na mesma direção. Por que aqueles índios foram tão longe para desenhar aquelas figuras imensas para os céus verem? Os nativos índios do presente no Peru nos dão a pista. Eles ainda acreditam no poder mágico de certos animais simbólicos e vêem as formas desses animais nas estrelas.

Essas figuras que se estendem por quilômetros no chão do deserto representavam uma elaborada mitologia. Elas eram representações terrenas de realidades espirituais dos céus. Essas figuras eram um meio de adoração, algo grande e exclusivo para os olhos de Deus.

Os Nazcas devem ter esperado, como os homens têm esperado há milênios, que o Espírito divino olharia para baixo com prazer à obra deles, vendo algo de valor e respondendo com bênçãos. As gigantescas figuras eram oferendas semelhantes àquelas feitas pelos hebreus que esperavam que o fogo do altar subisse ao Altíssimo e se tornasse um agradável aroma para Ele. Quanto tempo e quão duro essas pessoas trabalharam para obter os favores daquele que habita no Céu!

Suas obras encontram descanso somente em uma pessoa: Jesus Cristo. Ele é a resposta a todas as oferendas que homens e mulheres têm erguido na direção do Céu. Porque Ele é a figura perfeita, o sinal perfeito que Deus achou agradável e aceitável e temos um lampejo disso no batismo de Jesus quando Ele se preparava para iniciar Seu ministério. Mateus, um dos observadores no local, registrou isso justo quando Cristo estava saindo da água, o Espírito de Deus descendo sobre Ele como uma pomba. "E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu filho amado em quem me comprazo." Mateus 3:16.

Deus Pai olhou para baixo das santas alturas e viu algo que o comprazia: Seu Filho amado embarcando em Sua missão de salvar a humanidade. Jesus permaneceu aquele obediente filho amado até o último suspiro na cruz. Como Ele era estimado no Céu!

A boa notícia é que Deus pode olhar para nós exatamente do mesmo modo. Se colocarmos nossa fé em Jesus, somos considerados estar em Cristo. O que é verdade em Cristo torna-se verdade para nós. o que Cristo merece nós merecemos. O apóstolo Paulo expressou isso de modo simples quando escreveu que os que crêem "são aceitos no amado".

Essa é a resposta para a luta da humanidade para criar algo no qual Deus se compraza. Cristo tornou-se a figura desenhada no pó deste planeta, a qual Deus acha perfeita e aceitável. Essa é a notícia maravilhosa que veio lá do Céu.

Mas a questão é: o que vamos fazer a respeito? Cada um de nós precisa dar uma resposta individual e decisiva a esta divina graça. Cada um de nós tem que achar a resposta ao nosso próprio por que. Muitos de nós somos presos no como, quem e que do viver diário. Existem inúmeras perguntinhas que devemos responder a fim de fazermos nosso trabalho, criar nossa família e funcionarmos no mundo. Mas a maior pergunta ainda é POR QUE? Por que estamos vivos?

Precisamos de uma grande resposta para a maior das perguntas. Podemos considerar o trabalho dos polinésios na Ilha de Páscoa como simples idolatria primitiva. Podemos achar que já estamos muito além daquele tempo astrológico em Stonehenge, e estamos certos.

Mas investimos nossa vida numa grande busca assim como eles fizeram? Dedicamos nossa maior energia às causas mais dignas? Vivemos nós para responder ao por que?

Jesus disse que este era o mandamento mais importante: "Amarás pois o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força." Mateus 12:30.

Aqueles índios no deserto Nazca podem ter adorado o deus errado mas eles nos deixaram um registro de adoração de todo o coração e de toda a força. Eles deram o melhor.

É hora de respondermos de toda a nossa alma e entendimento a essa graça enviada para nós do Céu. Não temos que arrastar pedras enormes sobre montes vulcânicos; não temos que desenhar enormes sinais para Deus ver lá de cima. Mas precisamos nos entregar a Deus sem reservas. Ele chegou tão perto que podemos ver sua glória na face de Cristo. Ele tornou-se um templo de carne e sangue entre nós. Podemos falar com Ele hoje e agora. E acima de tudo Ele deixou uma figura perfeita da justiça a nosso favor aqui na Terra. Cristo tornou-se o sinal sagrado que está em nosso lugar. Somos aceitos e amados.

Aquele amor e aceitação divinos podem também se aproximar de nós através das belezas naturais deste mundo que nos rodeia.

 

 

 

TOPO