ESTÁ ESCRITO – George Vandeman
51 O QUE EU GOSTO NOS ADVENTISTAS
52 SUPERANDO O SENTIMENTO DE CULPA
71 A GUERRA CIVIL DO ANTICRISTO
51
O QUE EU GOSTO NOS ADVENTISTAS
George Vandeman
Ele foi um patriota, capitão na Guerra da Independência
Norte-Americana. Ele também era um cético assumido que ridicularizava as
religiões. Mas aí, teve uma conversão dramática e se tornou pastor Batista. Milhares
de pessoas de todas as denominações se reuniam para ouvi-lo pregar. Seu nome?
Guilherme Miller, um reformador americano, um dos personagens mais fascinantes
do início do século 19.
Guilherme Miller era a última pessoa que alguém poderia
esperar que liderasse um despertamento religioso. Para ele, a fé em Jesus era
apenas superstição. Um individualista ríspido procedente da Nova Inglaterra,
Miller acreditava que o patriotismo decente e cumpridor da lei era a salvação
da sociedade. E quando a independência recém-conquistada pela América foi
desafiada pelos britânicos na guerra de 1812, Miller foi voluntário no serviço
militar. Quarenta e sete vizinhos seus também se alistaram, com a condição de
que fossem colocados sob o comando direto de Miller.
Após se destacar na batalha decisiva de Plattsburg,
Miller retornou para a fazenda da família no estado de Nova Iorque. De vez em
quando, ele assistia aos cultos na igreja Batista local, apenas para agradar à
sua mãe. Mas, em pouco tempo, Miller começou a se preocupar com sua situação
religiosa. Convencido pelo Espírito Santo, ele lutou desesperado com os seus
pecados. Que maravilhoso seria se lançar nos braços de um Salvador e ser
perdoado! Mas como ele iria saber que Jesus Cristo sequer existia? Miller pôs
de lado seu preconceito e abriu a Bíblia. E ali, em suas páginas, encontrou o
Senhor que vive. Mais tarde, ele declarou: "Fui constrangido a admitir que
as Escrituras devem ser a revelação de Deus. Elas se tornaram meu prazer, e em
Jesus encontrei um amigo."
Imediatamente, Miller foi provocado pelos seus amigos
céticos, da mesma forma que ele havia provocado impiedosamente outros cristãos.
Eles zombaram:
"Como você sabe se a Bíblia é a Palavra de Deus? E
quanto às contradições?"
Miller replicou:
"Se a Bíblia é a Palavra de Deus, todas as suas partes
podem ser harmonizadas. Dêem-me um tempo e eu
provarei."
Bem, pondo de lado todos os livros, menos a Bíblia, com a
concordância, Miller começou seu estudo com o primeiro versículo de Gênesis.
Ele lia num ritmo em que pudesse responder todas as dúvidas que lhe surgissem.
Miller usava um texto para esclarecer o significado do outro, permitindo à
Bíblia se explicar por si mesma.
Uma a uma, as aparentes inconsistências foram
desaparecendo. E, melhor de tudo, Miller descobriu que Jesus, seu Amigo e
Salvador, havia prometido retornar à Terra. Fixou-se nele a convicção de que
tinha a responsabilidade de espalhar as boas-novas sobre o evento que se
aproximava - a vinda de Cristo. Mas ele não era um pregador. Mesmo assim sua
consciência continuava lhe dizendo: "Vá e diga ao
mundo." Durante 13 anos, Miller resistiu ao chamado.
Finalmente, numa manhã em 1831, ele prometeu ao Senhor que
iria pregar sobre a Segunda Vinda, mas somente se recebesse um convite. Dentro
de uma hora chegou um mensageiro com um pedido da Igreja Batista em Dresden,
perto dali. Eles queriam ouvir sobre a Segunda Vinda de Jesus. Miller ficou
apavorado. Mas como poderia recusar um chamado tão claro? Desde o princípio,
era evidente que aquele homem humilde desfrutava das bênçãos do Céu.
Setenta convertidos a Cristo foram o fruto de sua primeira
série de pregações. E, em um local, cem infiéis aceitaram sua mensagem numa
única semana. Em pouco tempo, a saudável pregação da Bíblia de Miller
trouxe-lhe mais convites para pregar do que ele poderia aceitar. Igrejas de
várias denominações disputavam entre si para atraí-lo para os seus púlpitos.
Assim que os pedidos de sua pregação aumentaram, Miller
deixou a fazenda e dedicou tempo integral ao ministério. A essa altura, ele já
tinha recebido uma licença como Pastor Batista. E 43 pastores de várias
denominações assinaram um certificado de "recomendação ministerial" a
seu favor.
Nessa altura, um bom número de clérigos deixou seus
salários para unir-se ao movimento do advento. Pastores Metodistas, Batistas,
Congregacionais, Luteranos, Episcopais, Holandeses reformados. Esses estudiosos
da Palavra forneceram excelentes contribuições pessoais à mensagem de Miller.
Em pouco tempo, ondas de choque varreram a nação à medida
que os milhares se amontoavam em grandes tendas e salões de reuniões para ouvir
a alarmante notícia da breve volta de Cristo. O movimento Adventista na América
do Norte fez parte de um despertamento mundial no interesse pela Segunda Vinda
de Cristo.
Na Inglaterra, várias centenas de pastores pregavam o breve
retorno de Jesus, todos aparentemente ao mesmo tempo. A mensagem Adventista foi
apresentada também na América do Sul, na Alemanha, Suécia, Noruega. Jovens, até
crianças que ainda não sabiam ler nem escrever, explicavam com sinceridade e
poder as profecias de um Salvador que breve voltaria.
Um dos principais arautos do advento foi Joseph Wolff,
conhecido como "missionário do mundo". Do seu estudo da profecia da
Bíblia, ele esperava a volta de Cristo no ano de 1847. Por 18 anos, ele viajou
e pregou na África, Ásia, Oriente Médio, Índia e América do Norte. Ele até
proclamou o breve retorno de Jesus, ao ser convidado, perante o Congresso dos
Estados Unidos. Bem, a mensagem do advento alarmou o cristianismo em sua base.
Afinal, a mensagem da Segunda Vinda de Cristo havia se tornado uma verdade negligenciada.
Nos dias dos apóstolos, a mensagem havia sido a ardente
obsessão dos primeiros cristãos. De fato, o apóstolo Paulo proclamou a volta de
Cristo como sua bem-aventurada esperança. Mas, com o passar dos séculos, o
segundo advento de Cristo parecia quase esquecido. Juntou-se à lista das
verdades negligenciadas. Mas Deus não estava satisfeito em deixar Sua luz
enterrada sob as trevas da Idade Média. Assim, no século 16, Ele convocou os
reformadores para que pudessem defender a verdade que havia sido desprezada através
dos anos. Aí, o povo de Deus emergiu completamente dos muitos séculos no
deserto.
De acordo com a profecia de Apocalipse 12, agora era a hora
de reviver mais um ensinamento dos apóstolos no primeiro século. Guilherme
Miller e os Adventistas foram chamados para restaurar a bem-aventurada
esperança do breve retorno de Cristo. O mundo estava pronto para a mensagem
Adventista.
Envolvida com o nascimento da Revolução Industrial, a
sociedade havia se afastado da religião para confiar nas conquistas humanas. As
Igrejas da época geralmente ensinavam que as condições na Terra iriam melhorar
e entrar numa maravilhosa era de paz. Não deveria então nos surpreender que
muitos tivessem resistido à notícia de que Cristo viria em breve e
interromperia a boa vida no planeta Terra.
Alguns que criam no breve regresso de Cristo foram
desligados de suas Igrejas. Outros se desligaram sozinhos para unirem-se aos
irmãos Adventistas que estavam aguardando a volta imediata do Senhor.
Bem, Guilherme Miller e seus seguidores esperavam a volta
de Cristo para 1844. Mas quando essa época passou sem o aparecimento de Jesus,
a decepção arrasou os crentes. Você pode imaginar como eles se sentiram? Muitos
se desiludiram e desistiram da fé. Outros, convencidos de que Deus estava com
eles, continuaram a estudar a Bíblia. Em breve, foram lembrados de uma coisa
que lhes trouxe imenso conforto e alívio. Muito tempo atrás tinha havido também
um movimento religioso que havia sofrido uma grande decepção. Quando Cristo
morreu na cruz, Seus discípulos se sentiram arrasados, confusos e totalmente
derrotados. Com a zombaria dos incrédulos soando em seus ouvidos, eles se
lamentavam: "E nós esperávamos que fosse Ele o que remisse Israel."
Lucas 24:21
Apesar de as expectativas dos discípulos terem falhado,
Deus continuava com eles. Ele os tinha liderado o tempo todo e planejado o mais
brilhante futuro para o Seu movimento.
Do mesmo modo, os Adventistas tinham sido liderados por
Deus durante sua grande decepção. Embora muitos tivessem desanimado e renegado
a bem-aventurada esperança, outros ficaram mais convencidos do que nunca de que
Deus os tinha estado liderando e tinha planos para o seu futuro.
Bem, em pouco tempo, luz adicional veio para um grupo
Adventista na Nova Inglaterra através de uma jovem Batista do Sétimo Dia. Ela
chamou a atenção deles para o quarto mandamento, mostrando que Deus jamais
havia retirado o sábado como o descanso do Seu povo.
O sábado tinha sido quase esquecido durante a Idade Média.
Todavia, o sétimo dia permanece um eterno memorial da obra de Jesus. Os
Adventistas aceitaram animados essa preciosa verdade negligenciada. A
propósito, você alguma vez pensou em como as denominações escolheram os seus
nomes? Algumas Igrejas são designadas de acordo com a estrutura que as governa.
Episcopais, por exemplo, significa que os bispos têm autoridade suprema na
Igreja. E Congregacionais mostra que as congregações locais tomam decisões por si
mesmas. Outro grupo de Igrejas recebeu os nomes de seus fundadores.
Destacando-se entre elas, os Luteranos, em homenagem a Martinho Lutero. E
existem também igrejas que receberam seus nomes das importantes verdades que
ensinam. De imediato, lembro-me dos Batistas, nominados após sua crença na
forma de batismo do Novo Testamento. É claro, todos os que são batizados por
imersão são Batistas no sentido geral. E aqueles que
pertencem àquele grupo de crentes são Batistas no
sentido específico.
Você crê no segundo advento de Jesus? Então você pode se
considerar um Adventista, no sentido geral. Os Adventistas do Sétimo Dia
tiraram o seu nome de duas verdades básicas sobre Jesus que eles amam muito.
Adventista refere-se à crença de que Jesus virá breve.
Sétimo Dia faz as pessoas saberem que eles observam o dia que honra a Cristo
como o Criador e Redentor. Assim, o nome "Adventista do Sétimo Dia"
proclama a verdade negligenciada sobre Jesus, que precisava ser recuperada para
completar a Reforma.
Tenho tido o privilégio de compartilhar um número de
verdades negligenciadas e recuperadas pelos Luteranos, Metodistas, Batistas e
outros grupos. Mas lembre-se: a Reforma não terminou há anos quando os
primeiros reformadores morreram. E a Bíblia nos diz que outras verdades
negligenciadas apareceriam nos últimos dias. E isso não deveria nos
surpreender, não é? Lembre-se de Provérbios 4:18: "Mas a vereda dos justos
é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia
perfeito."
A luz continuará a brilhar até que venha o dia perfeito de
Cristo. E qualquer luz adicional que Deus graciosamente nos mostrar em Sua
palavra será bem recebida.
Creio que você começa a perceber por que escolhi a família
Adventista do Sétimo Dia como lar espiritual. Mais e mais cristãos têm passado
a compartilhar de minhas convicções. Você sabia que hoje os Adventistas do
Sétimo Dia estão entre as três igrejas de crescimento mais rápido no mundo?
Mais de mil pessoas se convertem a cada dia. Isso dá mais de 365 mil a cada
ano, entrando para esse corpo de crentes.
Existem boas razões pelas quais muitos cristãos sinceros
estão olhando para os Adventistas. Eles acreditam que esse grupo reuniu jóias de luz, as verdades defendidas através dos anos por
todas as denominações, as verdades negligenciadas dos séculos. Em primeiro
lugar, a fé em Cristo dos Luteranos, o batismo por imersão dos Batistas, o
interesse no crescimento cristão e o viver pleno do espírito dos Metodistas e
Carismáticos, o respeito pela moralidade dos Católicos, a defesa do sábado de
nossos ancestrais Judeus, que era apreciado por Jesus e os apóstolos. Todas
essas verdades os Adventistas reuniram num corpo de fé.
E, à medida que os Adventistas continuaram a estudar a
Bíblia, mais verdades foram reveladas. Eles descobriram que o corpo humano é o
templo do Espírito Santo, um princípio do Novo Testamento. Por isso, a boa
religião se interessa pela boa saúde. O que afeta o corpo atinge também a mente
e o espírito. E assim os Adventistas deixam de lado o cigarro e as bebidas e
dão ênfase às vantagens do exercício, ar puro, luz solar, dieta balanceada,
repouso adequado e fé em Deus.
Os Adventistas têm vivido assim há quase um século, muito
antes da nutrição ter adquirido o status pleno de ciência. Onde foi que eles
obtiveram essas informações? Em parte, de uma mulher extraordinária chamada
Ellen White. Por que você não examina os seus livros? Eles tratam de saúde e
outros temas. Depois de lê-los, seu coração vibrará, sua alma será inspirada a
ficar mais próxima do Salvador.
Vamos conversar com o ex-Presidente Mundial dos Adventistas
do Sétimo Dia, Pastor Neal Wilson.
Vandeman: Pastor Wilson, estou feliz por poder conversar com o
senhor. Bem-vindo!
Wilson: É um prazer estar com você, George. Acredito que
você sabe o quanto eu aprecio o ministério "Está Escrito".
Vandeman: Obrigado. Neal, conte-nos, por que você é um cristão?
Wilson: Meu pai e minha mãe foram exemplos maravilhosos do
cristianismo prático. Apesar de ter nascido na Califórnia, cresci e fui educado
em diversos continentes. E, como resultado, fui exposto a um espectro de
filosofia e crença, bem como a muitas religiões orientais. Nesse tipo de
cenário, ainda jovem, tive a oportunidade de discutir e ler amplamente. Assim,
deveria decidir se seria cristão ou se seguiria alguma outra religião. Por toda
parte, via os resultados trágicos do pecado. Na Natureza, na sociedade, nos
seres humanos. Senti, pessoalmente, a razão pela qual o apóstolo Paulo disse:
"Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço."
Entendi melhor por que ele escreveu aquela carta aos Romanos onde disse:
"Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?"
Muitas vezes ouvi dizer que era através das boas obras, das minhas obras, que a
expiação poderia ser feita, que eu obteria a salvação. Mas descobri que o
cristianismo atua de forma diferente. O cristianismo é baseado nas obras de
Cristo e não nas minhas: Sua expiação, Sua vida, Sua intercessão. Cristo veio
revelar o caráter de Deus, Ele veio para ser o centro da minha vida e da minha
crença. Ele me oferece a salvação como um presente pela fé através da Sua
graça. E isso é tudo. Quando descobri isso, dei minha vida por completo a Ele:
meu Amigo, meu Salvador e meu Senhor. E nessa certeza, eu me alegro.
Vandeman: Graças a Deus. Mas por que você é um cristão Adventista
do Sétimo Dia, Neal?
Wilson: Bem, isso vai um passo além. Quanto mais eu crescia
na vida cristã, mais me aproximava do Senhor e Salvador Jesus Cristo. À medida
que estudava a Bíblia, percebia que o cristianismo é mais do que um sistema de
crença, é um relacionamento de amor com Jesus Cristo. E quando Jesus diz:
"Se Me amardes, guardareis os Meus mandamentos", comecei a ver que
ser um cristão Adventista do Sétimo Dia me parecia cumprir isso inteiramente em
minha vida. Três pontos me atraíram: primeiro, os Adventistas do Sétimo Dia têm
um corpo distinto de verdades doutrinárias. Segundo, os
Adventistas do Sétimo Dia têm um estilo de vida bem peculiar - eles tratam o
corpo como o templo do Espírito Santo. Terceiro, os Adventistas têm uma visão
distinta do mundo, eles se baseiam na ordem de Cristo de ir e pregar a todo o
mundo. Por essas razões, me senti compelido a me tornar um cristão Adventista
do Sétimo Dia.
Vandeman: Muito obrigado por suas palavras e por sua presença,
Neal.
Agora que nos aproximamos do final, eu o convido a
regozijar-se comigo pela Segunda Vinda de Cristo. A volta de Cristo é uma das
mais urgentes verdades recuperadas para os nossos dias. Poderia haver melhor
notícia, melhor conforto?
A Segunda Guerra Mundial começou com a invasão da Polônia.
Naqueles dias difíceis, os exércitos nazistas invadiram a Europa e ameaçaram
varrer a liberdade da face da Terra. Porém, no dia D, jovens corajosos deram a
vida nas tempestuosas praias da Normandia. Eles morreram para que pudéssemos
viver.
Finalmente, a longa guerra terminou, e uma alegria
incontida varreu toda a Terra. A paz voltou. A liberdade estava preservada para
nossos filhos.
Se o fim da Segunda Guerra Mundial trouxe tanta alegria
para o mundo, como nos sentiremos quando Jesus voltar? Imagine aquele dia: o
Filho de Deus, acompanhado por milhões de anjos, vindo em direção à Terra
através do espaço cheio de estrelas. Então, Ele clamará com voz de trovão:
"Acordai, vós que dormis no pó da Terra. Ressuscitai para a vida
eterna."
A voz chamando nossos amados mortos será ouvida ao redor do
mundo. Famílias serão reunidas. Crianças levadas pela morte serão recolocadas
nos braços de seus pais. Que dia feliz!
O que isso significa para você? O que significa para mim?
Isso significa que existe alguma coisa melhor além desse dia! O que significará
esse dia para os aleijados, para os cegos, para os enfraquecidos por doenças,
assim como para as mentes confusas pelo medo?
O que significará para os que, de corpo saudável e forte,
amam a vida e querem viver? A morte pode até parecer bem-vinda para um corpo
destruído pela doença e pela dor, mas para o forte e o jovem, a morte pode
significar apenas esperanças frustradas, desilusões e ambições destruídas.
Aqui está a resposta para o ferrão da morte. Não apoiada em
algo que o homem possa fazer, mas na promessa da ressurreição feita por Aquele que demonstrou pessoalmente sua possibilidade.
Você quer estar pronto para aquele dia? Você pode estar.
Tudo o que precisa é de um coração entregue ao Senhor Jesus Cristo. Uma mente
disposta a confiar nEle e a segui-Lo para onde Ele o
levar.
Amigo, podemos encontrar o Senhor em paz quando Ele
retornar para nos levar para o lar. Ele virá em breve. Faça a sua escolha
agora.
52
SUPERANDO O SENTIMENTO DE CULPA
George Vandeman
A senhora Wilson, foi procurar seu pastor, com um ar muito
ansioso. Ela queria um conselho. Como viúva, batalhando para criar três filhos,
ela tinha que se sustentar com muito pouco. Ela achava que suas contribuições
para a igreja eram muito poucas. Mas ela não tinha condições para dar mais. E
assim, a senhora Wilson ficava num estado de perturbação.
Bem, o pastor
rapidamente lhe assegurou que suas ofertas eram bem vindas,
e comentou que, sendo parte de sua renda, suas contribuições eram, na verdade,
bem generosas.
Após uma longa
conversa, o pastor convenceu a senhora Wilson que não havia motivos para que
ela se sentisse assim. Seu problema foi resolvido. Aconteceu
porém que na semana seguinte a pobre senhora voltou à igreja. Ela
apareceu com a expressão de um criminoso que foi pego em flagrante.
– Algo terrível
aconteceu na semana passada depois do culto – diz ela ao pastor – minha filha
colheu algumas flores da ornamentação da igreja.
O pastor sorri e
agradece a senhora Wilson por sua honestidade. Ele conta que quando era um
garoto ele surrupiou algumas frutas em algumas ocasiões, mas que isto não fez
dele um criminoso. Os dois oram juntos e a senhora Wilson vai embora com uma
expressão angelical. Mas sua paz não dura muito tempo. A senhora Wilson
continuou visitando o pastor, sempre com alguma coisa para confessar: uma falta
de fé, crenças impróprias, negligência com o serviço religioso... Finalmente o
pastor acabou simplesmente evitando esta mulher pertubada
e pertubadora.
A senhora Wilson
nos mostra como as
pessoas padecem sob a nuvem da culpa. O nível de seu desempenho jamais se iguala ao nível de
sua culpa, não é? Esta nuvem sempre estava por cima dela, ameaçadora, jogando sua vida nas sombras.
• As pessoas que tentam aliviar a culpa
desempenhando mais boas ações estão condenadas a
padecer sob esta nuvem.
Outro exemplo é o senhor Jackson.
Ele entrou um dia no escritório do seu conselheiro, e estava muito estressado.
Ele tinha péssimas notícias:
• – Minha esposa está me traindo. Ela está
saindo com outros homens.
• O conselheiro perguntou:
• – Como é que você sabe disso?
– Bem, existem
muitos pequenos sinais. Na verdade, eu nunca vi nada, mas existem aquelas
ausências misteriosas, e um monte de outras coisas que indicam que minha esposa
está me traindo.
O conselheiro foi
conversar sobre isso com a senhora Jackson. Ela manifestou, por sua vez,
choque, dor e frustração. A mulher apresentou provas claras e inegáveis de que
ela era inocente. Mas nada convencia seu marido. Ele tinha certeza de que sua
esposa o tinha traído.
Durante os
encontros seguintes, do conselheiro com o senhor Jackson, algo surpreendente
foi revelado. Tornou-se óbvio que o próprio senhor Jackson era culpado de
adultério. Todas as suas acusações eram uma tentativa de lidar com sua própria
culpa.
Mas a culpa negada
é uma grande chantagista. Ela nos cerca, fazendo com que paguemos de muitas
maneiras por nosso terrível segredo. Ela se torna uma nuvem escura que engole o
céu. Ficamos presos, eternamente escondidos sob ela.
Outro exemplo é o
caso de Jeane. Ela morava num lar para mães e grávidas solteiras. Um dia ela
entrou no escritório do capelão com uma carta em mãos. Essa carta trazia boas
notícias: Pedro, um jovem com quem estivera noiva há alguns anos, queria que
ela voltasse. Ele dizia que perdoaria tudo. Mas Jeane não parecia estar muito
feliz com isso; na verdade, ela nem imaginava esta possibilidade. O capelão
perguntou:
• – Por quê?
• Uma longa história se seguiu.
– Depois que
terminamos o noivado, ele se tornou um fuzileiro naval e eu tentei esquecer
tudo na promiscuidade. O bebê que estou carregando agora é o resultado de um
caso louco e superficial com um rapaz mais jovem – e com água nos olhos, ela
acrescentou – eu jamais me perdoarei. Eu
sou muito vulgar!
• – Mas Pedro não disse que perdoaria tudo? –
perguntou o capelão.
Jeane,
infelizmente, não conseguia se convencer disso. Ela não conseguia ver como
alguém, até Deus, poderia ligar mais para ela. Sua última pergunta foi:
• – Será que não tem nada que eu possa fazer
para merecer seu amor de novo?
• Jeane se tornou outra vítima, padecendo sob
a nuvem de culpa falsa, imaginando se ela iria conseguir sair debaixo dela.
Observe as três
pessoas que eu acabei de descrever para vocês, cada uma lutava contra um
problema de culpa ligeiramente diferente: a senhora Wilson tentava satisfazer
as exigências sem fim de uma consciência irracional. O senhor Jackson tentava
evitar a sua própria culpa projetando sua culpa na esposa. Jeane enfrentava sua
culpa, mas era completamente oprimida por ela.
Três pessoas
diferentes. Três problemas diferentes. No entanto, todos eles resultando em
situações semelhantes. Todos buscavam uma resposta em seus desempenhos, ao
fazer mais, ao trabalhar mais: a senhora Wilson esforçava-se para ter o
comportamento perfeito e não alcançava seu objetivo. O senhor Jackson
esforçava-se para disfarçar e afastar sua culpa. Jeane achava que tinha que fazer
alguma coisa para merecer o perdão.O resultado foi
que a culpa, para estas três pessoas, tornou-se uma grande nuvem escura no céu.
Estavam condenadas a padecer para sempre sob ela.
Para muitas
pessoas hoje em dia, parece não haver uma saída debaixo daquela nuvem cinza sem
fim. Às vezes parece que quanto mais você se esforça, mais nuvens são vistas lá
no alto. Mas veja bem, a Palavra de Deus nos mostra uma saída. Nos mostra
claramente, como podemos escapar, como podemos usufruir mais uma vez da
claridade de Deus acima das nuvens escuras.
Para explicar a
solução bíblica da culpa, vou voltar para a cidade de Jerusalém, para o palácio
do rei Davi, há muito tempo. O rei estava sentado em seu trono e parecia estar
de mau humor. De repente, os guardas do palácio trouxeram o profeta Natã. Natã
tinha recebido uma mensagem de Deus para Davi. Era uma mensagem urgente. O rei
se dispôs a ouvi-la imediatamente. Mas, sabiamente, o profeta começa contando
uma história simples:
– Havia dois
homens que moravam numa cidade. Um era rico, o outro pobre. O homem rico possuia muitos rebanhos e manadas. O homem pobre possuia apenas uma pequenina ovelha, uma ovelha que havia
crescido com seus filhos e se tornado um outro filho para ele. Um dia, o homem
rico recebeu uma visita em casa e resolveu lhe oferecer uma ótima ceia. Mas, ao
invés de escolher um animal de seu próprio rebanho para a ceia, ele pegou a
ovelha do homem pobre e a matou.
• Como vivia em uma sociedade agrária, Davi,
ao ouvir a história, ficou furioso:
– Quanta
injustiça! – ele se levanta rapidamente e proclama ruidosamente – "...Vive
o Senhor, que digno de morte é o homem que fez isso.”
• Mas aí, Natã acaba com a indignação justa de
Davi com quatro palavras. O profeta estende sua mão e diz:
• – Você é o homem.
Na mesma hora,
Davi percebe que ele
condenou a si mesmo. Ele se lembra de Bate-Seba.
Sim, ele, o monarca rico com todo seu poder, simplesmente teve que ter aquela
mulher. Ele teve que roubá-la de Urias, seu marido devotado. E depois, para
esconder seu adultério, ele arrumou para que Urias fosse morto. Agora, Davi
percebe quão cruelmente agiu. Sua culpa o invade e ele declara humildemente:
• – Eu pequei contra o Senhor.
Nessa história
podemos ver uma diferença muito importante entre a culpa bíblica e a nuvem
escura. O sentido da culpa criado pela palavra de Deus é quase sempre algo
muito específico. Natã, o profeta, apontou seu dedo para um pecado específico,
adultério, que precisava ser resolvido. A palavra de Deus, através dele, foi
uma flecha acertando o alvo no coração pertubado de
Davi.
Por
outro lado a nuvem escura da culpa falsa, é eternamente pertubadora exatamente por ela ser muito vaga. Não
conseguimos identificar o problema. Está lá, nos fazendo sentir mal. Mas
atenção a uma coisa: "Existe um sentido no qual aquela nuvem escura,
aquela sensação de impropriedade, é muito legítima. Existe um momento em que
aquela nuvem merece estar sobre nossa cabeça. Ela merece estar lá se, e apenas
se, nós não nos comprometermos com Cristo como nosso Salvador pessoal".
Todos nós somos
impróprios quando comparados com a integridade das exigências justas da lei de
Deus. Mas Cristo providenciou uma solução para este problema de pecaminosidade.
Ele morreu na cruz como um pecador em nosso lugar e nos deu Seu lugar como
Filho amado de Deus.
Foi assim que
Jesus lidou com a culpa de nossa pecaminosidade. Ele afastou a nuvem escura que
nos separava do Pai. Não somos mais impróprios diante do Santo Pai. Ao
contrário, somos totalmente aceitos em Jesus Cristo.
Então, se você
aceitou Cristo como seu Salvador, você não precisa mais padecer sob a nuvem
escura. Se você ainda não o aceitou, eu insisto que o faça o mais rápido possível.
53
A RELIGIÃO DA PROSPERIDADE
George Vandeman
Doe e fique rico. Sucesso cristão. Prosperidade Bíblica.
Este é o recente ensino que se espalha como fogo no mato através dos círculos
religiosos.
A idéia popular de hoje é: Deus
quer que Seu povo seja próspero. A pobreza simplesmente demonstra falta de fé.
Tendo a fé certa você pode pedir o que quiser e obterá. Tudo pode ser seu. E se
você doar as causas apropriadas, dizem, você garantirá que os recursos
financeiros continuem chegando.
Uma nova religião surgiu no horizonte: a religião da
prosperidade. Ela focaliza o dar-para-receber-mais, e a nova mensagem atrai
muitos ouvintes.
Ninguém se importaria em receber um pouco dessa maravilhosa
prosperidade cristã. A religião da prosperidade tem suas entusiasmadas
testemunhas. Pessoas falam sobre como o desastre financeiro se transformou em
abundância assim que elas aprenderam a reivindicar certas promessas e comentam
suas maravilhosas bênçãos: carros último modelo e
casas novas de veraneio.
A prosperidade tornou-se o novo sucesso religioso. Parece
ser a nova medida da espiritualidade também. Os best-sellers cristãos nos
bombardeiam com fórmulas garantidas de sucesso: creia e receba; doe e fique
rico; diga o que quer e exija; desenvolva sua fé e aumente sua conta bancária.
Infelizmente, em pregações pela televisão, alguns têm
estado entre os maiores advogados da religião da prosperidade. "Faça a sua
doação e Deus cuidará de todos os seus problemas financeiros", dizem,
"doe e a prosperidade estará garantida".
Bem, vamos dar uma olhada nesta nova situação.
Alguém pode estar dizendo: "Um momento, pastor Vandeman, Jesus não disse: "dai e recebereis"? Não é verdade que Deus quer
abençoar Seus filhos? A idéia de prosperidade não
está baseada nas promessas bíblicas?"
Sim, Jesus fez essa promessa sobre dar e receber; Deus quer
nos abençoar. Mas a questão é: receber o quê? Nos abençoar com o quê? Receio
que quando a prosperidade material se torna o ponto básico de nossa religião,
então o evangelho está distorcido.
Vamos examinar uma das promessas da Bíblia que é usada
algumas vezes como garantia de abundância material. No Sermão da Montanha,
Jesus disse: "Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e
todas estas coisas vos serão acrescentadas." Mateus 6:33.
O que quer dizer "todas estas coisas"? Em Mateus
6 Jesus insistiu que seus ouvintes não se preocupassem com comida e
vestimentas. Nosso Pai celeste, Jesus destacou, pode suprir nossas necessidades
básicas, assim como Ele alimenta os passarinhos no ar e veste os lírios do
campo.
O termo "todas estas coisas", refere-se às
necessidades diárias: alimento, casa e roupas. Mas eu seriamente duvido que
inclua um novo iate ou uma televisão extra para os quartos.
É verdade que Deus nos abençoa quando buscamos primeiro o
Seu reino, mas a bênção prometida é esta: nossas necessidades serão supridas. É
verdade que as Escrituras prometem abundância àqueles que são generosos, mas
abundância, na Bíblia, tem um sentido mais amplo do que simplesmente muito
dinheiro. A vida genuinamente abundante centraliza-se nos relacionamentos de
amor, no trabalho significativo e num lar feliz. Também inclui sacrifício às
vezes e pode incluir prosperidade material. Deus pode escolher abençoar algumas
pessoas.
Existem pessoas que têm o dom de usar sabiamente as
finanças para ajudar os outros. Conheço homens e mulheres cristãos que Deus
chamou para trabalhar para Ele através de sua prosperidade.
As riquezas podem ser uma bênção, mas a falta de riquezas
também pode. Existe o chamado para uma vida simples e há lucro nisso também. O
próprio Jesus descobriu que mesmo a pobreza atendia muito bem aos Seus
propósitos.
Com certeza não somos todos chamados para ser ricos; não
somos todos chamados para buscar a prosperidade a fim de que possamos doar
mais. Esteja certo, geralmente não funciona desse jeito. A grande verdade é que
a riqueza raramente inspira a generosidade. Recentemente, duas igrejas
decidiram amparar famílias de refugiados. Uma delas era próspera, mas seus
membros tiveram muita dificuldade para ajuntar o dinheiro. Eles tiveram que
recorrer a jantares e a lavagem de carros para levantar o dinheiro necessário.
A outra igreja tinha bem pouco do que chamamos
"prosperidade", mas não teve que promover nenhum evento para levantar
fundos. Os membros foram simplesmente informados da necessidade e todos os
membros foram simplesmente informados da necessidade e todos contribuíram. O
dinheiro necessário foi logo totalizado.
O apóstolo Paulo teve uma experiência similar com certas
igrejas da Macedônia. Foi solicitado que as igrejas fizessem uma coleta para os
cristãos da Judéia. E eis o que Paulo informou: "Os irmãos dali têm sido
muito provados pelas dificuldades. Mas a alegria deles foi tanta, que, embora
sendo muito pobres, deram as suas ofertas com grande generosidade." II
Coríntios 8:2
Sendo muito pobres, os macedônios foram generosos, e isso
os fez parecer ricos. A prosperidade, por outro lado, com freqüência
arrefece nossos melhores impulsos. Como disse um cristão consultor de negócios,
"as pessoas abastadas são, com freqüência, as
mais difíceis de serem motivadas.
Infelizmente a religião da prosperidade não funciona muito
bem, ela também distorce o evangelho. Quando nosso objetivo está na
prosperidade e em gerar mais fundos, julgamos que Deus precisa desesperadamente
de muito dinheiro. Começamos a pensar que o dinheiro é o ingrediente chave na
marcha avante da causa de Deus.
Mas o fato é que os meios materiais são produzem resultados
espirituais por si mesmo. Somente o Espírito de Deus gera frutos espirituais.
O profeta Zacarias viu-se uma vez frente a uma formidável
tarefa de ajudar a reconstruir o templo de Jerusalém. A cidade estava em
ruínas. O povo hebreu, tendo acabado de voltar do exílio na Babilônia, tinha
poucos recursos. Mas Deus encorajou Zacarias com estas palavras: "... Não
por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos
Exércitos." Zacarias 4:6.
Pelo meu Espírito. Como é fácil esquecer estas poderosas
palavras! Em nossa pressa de construir auditórios com dez mil lugares e enormes
complexos evangelísticos, em nossa corrida atrás da tecnologia de última moda,
esquecemos que sem o Espírito de Deus nada acontece. Sem Sua atividade não há
resultados.
Algumas centenas de anos após Zacarias ajudar a completar o
templo, Jesus sentou-se naquele mesmo pátio. Ele observou os doadores ricos
virem e colocarem sacos de ouro e prata dentro do tesouro do templo. Eles deram
grande demonstração de generosidade. Mas então uma viúva pobre se aproximou.
Humildemente ela colocou duas pequenas moedas de cobre na caixa. E Jesus
estarreceu Seus discípulos e os demais ao comentar: "...lançou mais do que
todos, esta pobre viúva..." Lucas 21:3.
A oferta da viúva foi um sacrifício vindo de um dom dado
pelo Espírito de Deus. Eu lhe digo, amigo, Deus precisa de corações generosos.
Seus planos não dependem dos
cristãos ficarem ricos; eles dependem das riquezas do nosso cristianismo.
Talvez o maior perigo da religião da prosperidade seja o
que ela faz ao nosso coração. Quando o propósito de dar se torna receber,
estamos em apuros, caímos dentro da armadilha da aquisição, nossos valores se
resumem no desejo de coisas materiais.
Paulo destacou quão importante é a motivação para dar. Em
seu famoso capítulo do amor ele diz: "e ainda que eu distribua todos os
meus bens entre os pobres... se não tiver amor, nada disso me
aproveitará."
Alguns versículos depois, Paulo diz que o amor não busca
seus próprios interesses. Então, se estamos dando pensando em receber, não
estamos dando com amor; nada ganharemos. O tipo de abundância de Deus nos
enganará. Mas dar com amor, sem egoísmo, pode ser uma arma poderosa em nossas
mãos; podemos usá-la para romper o materialismo de nossa vida. O doar autêntico
arrefece o velho amor ao dinheiro que é um perigo em nossa alma. Quão
desesperadamente precisamos hoje em dia da arma poderosa que é a doação sem egoísmo!
Vivemos no mundo do lucro, lucro e mais lucro. A nova
palavra para os bem-sucedidos de hoje é "estilo de vida". Devemos
manter um certo estilo de vida que reflita nossos rendimentos: comprar a casa
certa, praticar os hobbies certos, comprar nas lojas certas. E a propaganda tem
transformado a prosperidade em uma religião.
Os comerciais de TV pregam as virtudes de recompensar-se a
si mesmo. "Vá em frente", eles nos dizem, "você merece aquele
som super moderno, aqueles sapatos que custam um
dinheirão... você merece!" As vozes do ganho estão em toda parte, seu
apelo nunca pára. Há sempre mais para comprar, sempre
a melhor marca, um novo modelo, um passo adiante em estilo.
As loterias têm sido mais divulgadas do que nunca. Todos
parecem querer a chance de se ajeitar na vida, de realizar seus sonhos. Quando
se aproxima o momento do número da sorte ser tirado,
soam clarins que fazem milhões ficar em reverente silêncio. Todos se reunem em torno da ruidosa chamada do "ganhe". O
som da prosperidade tem o som do ganhe muito. Em outras palavras, o dinheiro
fala.
Em nosso ministério pela televisão devemos lutar
continuamente para evitar que as finanças sejam o assunto principal. Você
provavelmente sabe que existem altíssimos custos na produção de um programa
para a televisão. A compra do horário nas estações por todo o país requer um
contínuo investimento. É claro que é um investimento excelente, o potencial da
televisão é fantástico: podemos alcançar milhões com as boas-novas. Mas a
demanda de recursos é enorme e por isso temos que fazer o melhor para sermos bons
mordomos do que nos é enviado. Temos que determinar quanto de propaganda será
mais eficaz, que emissoras nos darão mais retorno pelo nosso investimento e
temos que manter contato regular com nossos patrocinadores para informá-los de
nossas necessidades.
Em tudo isso há o perigo de o dinheiro se tornar importante
demais. As finanças parecem ditar muitas decisões. Quão facilmente podemos nos
esquecer que as coisas acontecem apenas pelo Espírito de Deus! quando nossas
necessidades são muito grandes, é uma tentação deslizar para a "religião
da prosperidade", mas não devemos permitir que as coisas materiais
encubram as espirituais.
Oro continuamente para que a vontade de Deus, e não só as
finanças, direcione meus passos nesse ministério.
Todos nós, de um modo ou de outro, enfrentamos as pressões
dão lucro. E todos nós precisamos desesperadamente da arma de Deus: doas sem
egoísmo. Esse é nosso único modo de lutar contra a tirania do dinheiro.
Um representante da Sociedade Missionária Britânica estava
fazendo sua visita regular a um magnata armador. Aquele homem de negócios era
um doador generoso e regular. Após conversar com o representante durante alguns
minutos, ele preencheu um cheque no valor de 250 dólares. Nesse instante ele
percebeu um cabograma que trazia uma notícia muito ruim. Um de seus navios, que
levava uma carga valiosa, perdeu-se no mar. O empresário olhou para a mensagem
por um instante e em seguida disse:
– Vou ter que refazer esse cheque, é claro.
O representante entendeu e devolveu o cheque. Seu amigo
então preencheu outro cheque com um valor seis vezes maior que o anterior. O
representante ia agradecer e sair quando olhou para p cheque e disse:
– O senhor deve ter se enganado aqui.
– Não, não me enganei - replicou o empresário - esse
cabograma era do meu Pai Celeste e dizia: "não ajunteis tesouros na
terra."
Aquele notável homem de negócios costumava doar para tirar
o apego ao dinheiro de seu coração. Justamente quando estava sentindo a perda
de um grande capital, quando estava sentindo mais forte o impulso de poupar e
lucrar, ele preferiu usar a arma da contribuição; preferiu por em segurança os seus tesouros do Céu.Dar é uma bênção, é um fim em si mesmo, amplia os
coração e fortalece os valores. O ato de doar sem apego não espera uma
restituição divina. É feito para atender a necessidade do próximo. Paulo nos
diz: "em tudo vocês mostram que têm mais do que os outros... queremos
também que façam mais do que os outros." II Coríntios 8:7.
Watchman Nee era um homem abençoado que
excedeu na graça de dar. Quando trabalhava na cidade de Foochow,
este jovem pastor chinês recebeu um convite para realizar uma série de reuniões
em Chien-o. Essa cidade ficava 200 quilômetros rio
acima. A passagem do barco custava pelo menos oitenta dólares e Nee tinha apenas 30 no bolso. Mas ele sentiu que suas
despesas seriam pagas e assim, aceitou o convite.
Naquela semana Nee ficou sabendo
que um irmão cristão precisava urgentemente de dinheiro. Ele queria ajudar, mas
sabia que não tinha nem o dinheiro da passagem. Entretanto, Nee
não conseguia tirar da mente a necessidade do irmão, Deus parecia estar-lhe
lembrando. Assim, no dia anterior a sua partida, Nee
deu 20 dólares ao homem.
Na sexta-feira, o jovem pastor atravessou de balsa até as
docas com apenas 10 dólares no bolso. Ninguém havia lhe enviado dinheiro para
as despesas. Dentro da balsa Nee orou: "Senhor,
não estou lhe pedindo dinheiro, apenas peço que me leve até Chien-o."Ao chegar às docas, Nee
foi abordado pelo dono de um pequeno barco a vapor:
– O senhor está indo para Yen-Ping ou Chien-o
- o homem perguntou.
– Para Chien-o - Nee respondeu.
– Por quanto?
– Sete dólares.
Nee mal podia acreditar. Quando levava sua mala a bordo, ficou
sabendo que o barco estava a serviço do município, mas o dono às vezes tinha um
lugar vago que podia ceder a um passageiro e ganhar um dinheiro extra. Nee fez uma viagem tranqüila e
agradável rio acima até Chien-o.
Durante duas semanas ele pregou na cidade exercendo um
impacto sobre muitas pessoas. Ao final das reuniões, ele teria que enfrentar a
longa viagem de volta, agora com apenas um dólar e vinte cents
no bolso. Os outros missionários em Chien-o teriam
grande prazer em ajudar, mas Nee não disse a ninguém
da sua necessidade. Ele tinha plena convicção de que Deus resolveria à Sua
maneira.
Antes de chegar às docas, o jovem pregador foi alcançado
por um mensageiro que trazia uma oferta de um de seus amigos. E era mais do que
o suficiente para pagar as despesas, especialmente porque o mesmo barco de
frete estava lá nas docas, com a mesma vaga disponível. Watchman
Nee iria se lembrar daquela viagem a Chien-o pelo resto de sua vida. Ele tinha dado muito e
havia recebido muito mais. Mas não foi o retorno financeiro que Nee apreciou, foi a emoção de cooperar com Deus, de ver a
Sua mão atuando. Nee não deu nem adquiriu riquezas.
Ele deu e adquiriu uma rica fé. Ele tinha a maravilhosa certeza de que Deus
atenderia as suas necessidades.
Existem duas filosofias antagônicas que temos que enfrentar
todos os dias. Uma diz: agarre tudo o que puder. A outra diz: exceda na graça
de dar. Uma promete abundância material e nos manda possuir mais e mais. A
outra oferece as riquezas da generosidade graciosa de Deus e nos manda prová-Lo
mais e mais.
A "religião da prosperidade" jamais obterá o
bastante, mas o modo de dar é sempre perfeito. Portanto, como podemos fazer
para que não cair na armadilha do lucro? Como podemos tornar o dar uma
prioridade genuína em nossa vida? Os hebreus nos mostram um modo excelente de
fazer isso. Eles tinham o costume de dedicar o primeiro de tudo ao Senhor: o primeiro
filho, os primeiros frutos
de uma safra, as primeiras ovelhas de seus rebanhos. Isso
ficou conhecido como o dízimo e fazia parte da lei mosaica: "Também todas
as dízimas do campo, tanto do grão do campo como do fruto das árvores, são do
Senhor: Santas são ao Senhor." Levítico 27:30
Dízimo significa a décima parte. O povo de Israel dava um
décimo de seus ganhos materiais a Deus. O ponto chave é que isso era retirado
do melhor, era a primeira coisa a ser separada na época da colheita. O dízimo
dado a Deus não era a sobra, não era o resto. Era as primícias, o melhor.
Dar o décimo do que ganhamos para Deus coloca nossas posses
na perspectiva certa não são apenas meios para um fim. O dízimo é uma bandeira
que erguemos sobre tudo o que ganhamos; nos faz lembrar que tudo pertence a
Deus, que tudo é para ser usado para a Sua glória. O dízimo é o ponto de
partida de tudo o que damos, ele nos ajuda a dar conscientemente.
O apóstolo Paulo, em suas cartas, nos lembra das bênçãos da
contribuição sistemática. E encorajava os coríntios a dar uma generosa
contribuição para os crentes necessitados da Macedônia: ele diz: "E isto afirmo: aquele que semeia pouco,
pouco também ceifará; e o que semeia com fartura, com abundância também
ceifará." II Coríntios 9:6.
Creio que isto é verdade e você? O dízimo é um meio para
"ceifarmos generosamente de maneira regular. Pode parecer envolver risco,
mas descobri que doar sistematicamente traz algumas das aventuras mais
satisfatórios da vida.
Jamais esquecerei o ano em que cursava a universidade tendo
esposa e um bebezinho, quando enfrentamos graves problemas financeiros. As
coisas estavam apertadas, mas jamais deixamos de devolver a Deus os dez por
cento. Um dia minha esposa estava usando seu último para de
meias e eu tive que dizer a ela que havíamos gasto o nosso último centavo. Tudo
o que podíamos fazer naquele momento era orar a respeito.
Na manhã seguinte, na caixa do correio, havia um pacote
contendo três pares de meias. E sabe, não sabíamos quem as tinha mandado. Algum
tempo depois, lá no Canadá, alguém se aproximou de mim após uma reunião e
disse: "fui eu quem enviou aquele pacote. Senti que vocês necessitavam
daquilo."
Maravilha! Bem, foi uma coisa pequena, mas através dos anos
eu tenho visto muitas maneiras em que Deus nos tem ajudado de modo generoso.
Dar o dízimo tem sido uma experiência maravilhosa e edificadora da fé em minha
vida. Eu detestaria que alguém perdesse tal experiência. Portanto, eu o convido
a entrar em sociedade com Deus. Comece a sua aventura da fé em dar o dízimo.
Abandone a religião do lucro, e experimente as bênçãos do doar
sistematicamente. Creio que você adquirirá uma rica fé, experimentará a abundância
espiritual e Deus suprirá todas as suas necessidades.
54
SUPORTAR NÃO É SUFICIENTE
George Vandeman
Finalmente chega
cinco horas. Você sai correndo do escritório, pega seu carro e segue para casa.
A rua já está totalmente engarrafada, então, um ônibus lhe dá uma fechada e
você xinga o motorista.
Ao chegar em
casa, correspondências desagradáveis o esperam; as crianças estão brigando.
Você grita com elas e liga o ar condicionado.
– Ah, não! Ainda
não foi consertado? Simplesmente não dá tempo. Hoje à noite, tem outra reunião
e as coisas em casa vão ter que esperar de novo.
E aí você se
afunda no sofá e se pergunta: – Como minha vida ficou desse jeito? Há mais
pressões e correria do que eu posso suportar.
Você alguma vez
já sentiu que lentamente sua vida estava fugindo do seu controle? Muitas
pessoas hoje sentem que não estão controlando muito bem sua vida. Vivem
pressionadas entre prazos no escritório e problemas pessoais em casa, correndo
de um lado para outro. Às vezes não fazem as coisas acontecerem como deveriam.
"Suportam" mais do que vivem. Suportam colegas de trabalho irritados,
trânsito confuso, excesso de compromissos. Com isto, as emoções são
constantemente manipuladas por eventos que fogem ao controle. Falam sobre
"controlar as emoções", mas normalmente fingem que tudo vai bem. No
entanto, quando a vida simplesmente continua sem muito controle, as coisas
começam a falhar. Motoristas em engarrafamentos se tornam violentos; pais amorosos
tratam mal os seus filhos; jovens recorrem ao álcool ou se suicidam.
Certa vez, li o
seguinte num adesivo de um carro velho: "cuidado com peças
caindo". Será que acontece o mesmo
com sua vida? Você passa, dia após dia, juntando peças?
Recentemente
foram publicados vários livros para ajudar as pessoas a descobrirem como melhor controlar
a si próprio e a vida. A maioria deles oferece conselhos úteis e uns poucos
tentam dizer como controlar outras pessoas.
Ah, amigo, o Deus
que controla o universo não ignora o seu problema. Ele alertou há muito tempo:
"como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem
domínio próprio". (Provérbios 25:28)
Deus oferece mais
do que sugestões de como nos controlar. Sua solução para o problema de uma vida
sem controle é nos dar o Espírito Santo o qual nos ajuda a enfrentar qualquer
desafio. Deus não nos dá apenas conselhos; Ele dá soluções. Aqui, lhe
apresentarei a alternativa divina para que você apenas
não "suporte", mas viva.
O Espírito Santo
é uma figura misteriosa para muitas pessoas. Em inglês Ele é chamado de
"Fantasma Santo", como se assombrasse as pessoas a fim de torná-las
boas. Há seitas estranhas e pessoas fanáticas as quais se gabam de terem sidas
totalmente possuídas pelo Espírito de Deus. Isso é suficiente para que fiquemos
meio confusos quanto a esse membro obscuro da Santíssima Trindade. Porém,
quando esse alguém que nos deixa confuso é apresentado por um amigo em comum,
as nossas dúvidas são superadas mais facilmente, e felizmente, o nosso amigo em
comum é Jesus Cristo o qual nos apresenta ao Espírito Santo.
Antes de se
separar de Seus discípulos, Jesus lhes disse: "e eu rogarei ao Pai, e ele
vos dará outro consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito
da verdade...". (João 14:16 e 17)
Sem dúvida,
qualquer pessoa apresentada por Jesus só pode ter a nossa melhor recepção no
coração. O Espírito Santo é chamado de Conselheiro, Consolador,
o que é "chamado para nos ajudar". Ele traz habilidades especiais e
qualidades de caráter à nossa vida e transforma nossos corpos em templos. É um
pedaço do céu dentro de nós, é o próprio Espírito, a essência de Cristo. É Deus
concretizado em nosso coração.
Jesus prometeu
enviar a si próprio como presença viva, como também o Espírito Santo a todos os
Seus seguidores. Antes de Cristo subir aos céus, os discípulos não podiam se
encher de Seu Espírito e antes do Espírito Santo ser derramado sobre eles
podemos ver evidências de vidas não muito controladas. Pedro estava sempre
pronto a falar e muitas vezes ansioso para retirar o que acabara de dizer. Sob
pressão, no pátio de Pilatos, negou conhecer o Mestre que tudo significava para
ele. O zelo fervoroso de João e Tiago não estava sob controle. Quando os
samaritanos se recusaram a receber Jesus em sua cidade, os dois irmãos pediram
que caísse fogo do céu sobre eles.
Os discípulos
queriam fazer grandes coisas, mas freqüentemente eram
contidos por medos e dúvidas. Não conseguiram entender as palavras de Jesus
sobre Sua iminente crucificação e ressurreição, não conseguiram compreender
para onde estava indo a vida do seu Mestre e escorregavam atrás dEle
sem um senso claro de direção. Poderiam ter feito muito mais coisas
juntos, mas perdiam muito tempo discutindo sobre quem dentre eles
deveria ocupar os postos mais altos no Reino de Deus. Pequenas diferenças os
prejudicavam e quando a crise chegou, eles desmoronaram.
Um dia, um pai
desesperado lhes trouxe o filho epilético para que fosse curado. Infelizmente
Jesus não estava presente e eles não conseguiram curá-lo. Mais tarde, Jesus
estava agonizando no Getsêmani e tinha necessidade de companhia durante sua
provação, porém, Pedro, Tiago e João, os três discípulos mais próximos a Ele,
não conseguiram ficar acordados, não tiveram forças para suportar aquela
situação. Mas, quando a turba veio prender Jesus, os discípulos impulsivamente
se perderam na noite, correndo pelo Monte das Oliveiras, descontrolados. Eles
ansiavam ser leais a Jesus, mas os eventos os manipulavam.
Finalmente, a
morte de Jesus na cruz acabou com as suas esperanças. Eles não tinham condições
de lidar com tal tragédia, e no meio dela se entregaram ao desespero e voltaram
aos seus barcos de pesca. Tinham realizado milagres, adquirido uma riqueza nos
ensinamentos de Jesus, mas ainda assim suas vidas não estavam bem controladas;
faltava-lhes algo. Então, no dia de Pentecostes o ingrediente que faltava, veio
sobre eles: o Espírito Santo. Jesus já havia prometido, já havia introduzido e
a partir desse dia a vida dos discípulos virou de cabeça para baixo. As
palavras impulsivas de Pedro se transformaram em eloqüentes
sermões que transformavam milhares de pessoas. A agressividade de João foi
temperada com um profundo amor que sentimos em todos os seus escritos. Os
discípulos que brigavam, criaram um companheirismo que unia todas as pessoas
num único e crescente corpo de cristãos.
Agora, eles tinham uma direção clara, tinham controle dos
acontecimentos, regozijavam-se em suas provações, enfrentavam grande perseguição,
superavam todas as violências e agressões. Que resultado maravilhoso!
O livro de Atos
nos mostra homens e mulheres cuja vida estava sob controle, seguindo uma
direção e alcançando metas. O Espírito Santo é que faz a diferença e a Bíblia
explica isso claramente. Jesus prometeu: "quando vier, porém o Espírito da
verdade, Ele vos guiará a toda a verdade". (João 16:13)
O Espírito Santo
é nosso guia, nos ajuda modelar a vida para que não sejamos forçados a seguir
os moldes à nossa volta. Ele pode reproduzir em nós as qualidades do caráter de
Cristo.
Paulo diz:
"mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio". (Gálatas
5:22 e 23)
Essas qualidades
nos dão o controle emocional sobre nossa vida, porém, qualidades como a paz,
paciência e auto-controle
não vêem naturalmente ao coração humano, mas sim
através do Espírito de Jesus vivendo em nós.
Como resultado
desse viver com o Espírito, nossas reações se tornam construtivas e as nossas
tragédias se transformam em bênçãos. O Espírito é a fonte do poder interior. É
a energia que gera o controle sobre a confusão e a desordem da vida. Afinal, o
Espírito Santo é o Deus Todo-Poderoso vivendo dentro de nós. Tendo essa energia
espiritual ao nosso favor, todas as coisas se tornam possíveis.
Você pode se
perguntar: "bom, como eu alcanço esse Espírito Santo? Ele é apenas para a
elite espiritual ou qualquer um pode sentí-Lo?"
Algumas pessoas hoje insistem que o Espírito vem apenas de uma determinada
forma, já outros dizem que o Batismo do Espírito é sempre acompanhado por um
dom específico como um sinal. Porém, as Escrituras claramente nos dizem que o
Espírito traz diferentes tipos de dons a diferentes tipos de pessoas. O dom da
profecia, da cura e da exortação são tanto uma evidência da presença do
Espírito quanto falar em línguas. Vemos também no livro de Atos, que o Espírito
chega à vida das pessoas numa variedade de formas.
Às vezes, os
Apóstolos colocavam as mãos sobre novos convertidos e o Espírito era dado. Em
outras ocasiões, o Espírito Santo era derramado assim que as pessoas ouviam e
aceitavam o Evangelho, ou depois que os fiéis passavam um tempo especial em
oração. Jesus disse que aqueles que acreditassem nEle
receberiam o Espírito. Ter o Espírito Santo não é uma questão de técnica. É uma
questão de relacionamento.
Veja o que o
Apóstolo Paulo nos diz: "e, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos
corações o Espírito de seu Filho". (Gálatas 4:6) Não temos acesso ao Espírito porque
pertencemos a um certo grupo religioso ou porque dominamos uma determinada
fórmula e sim porque somos filhos e Deus é generoso com Seus filhos e filhas.
Em sua carta a Tito, Paulo identificou o Espírito Santo como aquele que:
"... Derramou sobre nós ricamente por meio de Jesus Cristo nosso
Salvador". (Tito 3:6) Jesus
eliminou todas as dúvidas sobre a disposição do Pai em nos conceder o Espírito
dizendo: "ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos
filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?" (Lucas 11:13)
Sim, amigos, o
Espírito é dado àquelas pessoas que O pedem.
Os escritores do
Novo Testamento assumem que todos os crentes têm o Espírito. Eles se concentram
no seguinte: que caminhemos no Espírito e sejamos tomados por Ele. Às vezes, o
Espírito de Deus pode chegar a nós num encontro repentino e dramático ou de uma
forma sobrenatural, mas frequentemente o Espírito chega como uma influência
mais serena. Ele é uma direção, uma qualidade de caráter, um poder interior.
Ser tomado pelo Espírito envolve controle da vida. Mas é um paradoxo que, a fim
de conseguir controlar nossa vida, tenhamos que deixar de controlá-la. Em 1929, Frank Morris embarcou num navio
rumo à Suíça. Ele ansiara por essa viagem durante um bom tempo. Um comissário
ficou encarregado de cuidar dele e o mantinha sempre sob sua vista. Toda noite,
Frank era trancado em sua cabine até o café-da-manhã. Após uma rápida refeição,
ele voltava para a cabine. Às dez horas Frank podia se exercitar um pouco, mas
se sentia um tolo sendo guiado pelo convés, trotando metodicamente como um
cavalo. Depois, o comissário colocava Frank numa espreguiçadeira.
Havia passageiros
gentis que o convidavam para dar uma volta, mas o comissário sempre se
adiantava e dizia com delicadeza:
– Ele tem que
permanecer onde eu possa vê-lo.
Toda noite, às
nove horas, o comissário procurava por Frank e o arrastava de volta à cabine
onde ele ficava trancado durante a noite. O comissário sabia que ele não podia
tomar conta de si mesmo. Frank era adulto, com as curiosidades normais e
desejos de um adulto, porém era cego. Era tratado como um pacote do correio que
tinha que ser levado para cá e para lá. Era um prisioneiro atrás de sua parede
de escuridão. No entanto, durante esta viagem descobriu algo maravilhoso:
cachorros que eram treinados especialmente para guiar cegos. Assim sendo, levou
para os Estados Unidos um pastor alemão, chamado Buddy e fundou uma organização
chamada "o olho que vê". Com Buddy a seu lado, Frank podia ir a quase todo lugar e
a qualquer hora. Ele demonstrou isso a um grupo de repórteres num cruzamento de
uma rua movimentada em Nova Iorque. Frank e Buddy enfrentaram uma muralha de
carros e caminhões que passavam velozmente, buzinando e pisando nos freios.
Buddy se adiantou e Frank o seguiu. Ele aprendera a confiar totalmente em seu
cão. Buddy manobrava de uma pista a outra enquanto os carros passaram parando,
recuando e avançando. Levaram três minutos para chegar ao outro lado do
cruzamento, mas Frank e Buddy chegaram sãos e salvos. Os repórteres,
entretanto, tiveram mais dificuldade. A maioria continuou do outro lado
tentando atravessar no meio do trânsito. Um chegou a pegar um táxi para
atravessar. Agora Frank se sentia livre. Sabia que podia controlar sua própria
vida.
Em posteriores
viagens pelo Atlântico, Frank Morris andava por todo o navio, fazendo
amizades. Para um homem que todo mês era
largado no barbeiro e esperava durante horas como uma bagagem não procurada, a
liberdade era maravilhosa. Frank se tornou um homem livre aprendendo a depender
de Buddy. Confiando totalmente em seu guia, ele conseguiu fazer coisas que
homens que enxergavam não conseguiam.
Hoje, muitos de
nós experimentamos uma cegueira espiritual. Falta-nos a direção, as qualidades
de caráter, a energia para controlar nossa vida. Deus nos deu o conselheiro e
guia perfeito para essa desvantagem, o Espírito Santo. Ele anseia que
caminhemos com Ele. Um grupo de ministros estava discutindo se deveria chamar
ou não o Evangelista Dwight L. Moody para sua cidade. Ele era um homem de muito sucesso, mas
um sacerdote que não se impressionava muito com isso, perguntou: – Será que o Sr. Moody tem o monopólio
do Espírito Santo?
– Não, respondeu
um colega, o Espírito Santo parece ter o monopólio do Sr. Moody.
Veja, é uma
questão de controle, uma disposição para ser influenciado, para ser tomado pelo
Espírito. O Espírito Santo vem a nós através da simples graça de Deus. Ele nos
preenche através da Bíblia se nós realmente a absorvemos como a Palavra de
Deus; nos preenche através da oração, se nós realmente a usamos como uma forma
de entregar nossa vontade a nosso Pai. É preciso um compromisso para que
tenhamos o Espírito Santo em nossa vida. A maioria das pessoas cuja vida está
fora de controle, sem rumo, por mais estranho que pareça está
constantemente em movimento.
Meu amigo, é
preciso parar no meio do caminho para pensar e escutar. Precisamos nos dar
tempo para a reflexão, e se assim fizermos, a presença do Espírito será uma
realidade em nossa vida e Sua influência se expandirá.
Se você está
cansado de perder o controle da vida, entregue agora a sua vida ao Espírito e
deixe que Ele comece a modelar algo de maravilhoso em você.
CORAÇÃO FELIZ
Letra e Música: Jorge Rehder
Tu és o meu Senhor,
O que tenho de bom vem de Ti.
Minha vida está em tuas mãos,
Feliz é o meu coração;
Seguro vou pois sempre estás
Ao meu redor, a me amparar,
Mostrando o caminho
Que leva à vida, Senhor!
Tu és o meu Senhor e o que tenho
de bom
Vem de Ti.
Gravado por Sonete no LP nº 800 da
Gravadora Bompastor
ORAÇÃO
Sim, Pai, nós precisamos de direção, precisamos de Tuas qualidades, precisamos de energia espiritual. Por
favor, detenha-nos em nosso caminho. Direcione os nossos olhos a Ti. Ajuda-nos a sermos
receptivos ao Teu Santo Espírito. Nós Te agradecemos porque fazes da nossa vida
algo maravilhoso e pedimos-Te que o Teu Espírito nos preencha. Amém.
Caso você queira aprofundar o seu conhecimento da Bíblia,
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QUANDO OS "SINAIS” FALHAM
George Vandeman
Jonatã,
um jovem pastor solteiro, vinha procurando uma esposa há algum tempo. Assim,
quando ele leu um belo artigo numa revista cristã para solteiros e notou que a
autoria era de uma mulher... pensamentos começaram a agitar-se em sua mente. Jonatã sentou-se e escreveu uma carta para o editor da
revista dixendo que ele tinha certeza que havia finalmente encontrado
a vontade de Deus para sua vida, que o Espírito Santo havia lhe dito que aquela
escritora deveria ser sua esposa, então ele queria o endereço da mulher. A
revista rapidamente enviou-lhe uma carta com uma resposta surpreendente e
embaraçosa: a jovem que escrevera aquele artigo já era casada. O que saiu
errado? Como pôde aquele pastor ter-se enganado tanto assim?
Encontrar a vontade
de Deus para a nossa vida tem sido sempre uma grande busca para os cristãos.
Todos esperamos que nosso sábio e amoroso Pai celeste
nos guie até o cônjuge perfeito, nos mostre o emprego perfeito e nos ache o lar
perfeito. Visualizamos a vontade de Deus como uma espécie de estrada de ouro
nos levando sem erros até o País das Maravilhas. Mas muitos cristãos se acabam
desiludidos. Deus não parece falar de modo tão
claro como eles esperavam. E as vezes os “sinais” se contradizem. Algumas vezes
o que as pessoas vêem como “Deus abrindo uma porta”
vai dar em um muro de pedra.
Encontrar a vontade
de Deus continua um alvo indefinível mas que sempre
nos atrai. Até para pessoas sem compromisso religioso, a vontade de Deus, o
plano de Deus para a nossa vida, tem um grande apelo. Ela ainda desperta vagas
esperanças da descoberta da vida boa, da felicidade, da realização. Mas elas
também com freqüência se desiludem. Elas já viram
muitas supostas promessas falharem. Para
os céticos, a perfeição de Deus sempre nos acenará, mas é um alvo inatingível.
A estrada
pavimentada de ouro está coberta de mato. Por que Deus parece tão difícil de se
achar? Por que temos que tomar tantos atalhos? Por que entramos em tantas
estradas sem saída? Estamos lendo errado todos os sinais, ou Deus simplesmente
não os está indicando?
Creio que existem
dois erros básicos que muitos cometem ao buscar a vontade de Deus para sua
vida. Estes dois erros causam a maior parte de nossas perplexidades e
problemas.
Primeiro, existem aqueles que habitualmente
correm na frente de Deus os que se movem impetuosamente. Eles vêem “sinais” em toda parte e vivem segundo eles. O erro deles é o seguinte: confundir suas
próprias tendências com a vontade de Deus. Eles interpretam cada impulso como uma "chamado" do Espírito Santo.
Rubens e Sandra
gostavam de cantar juntos. E as aulas do colégio não eram muito interessantes
para a dupla. Assim eles acharam que o
Espírito Santo os estava chamando para tempo integral no ministério da música.
Os “sinais” pareciam favoráveis. Rubens e Sandra trancaram a matrícula,
casaram-se, venderam tudo que possuíam para comprar um equipamento de som e um
furgão adaptado. Meses depois os dois estavam amargamente acusando a Deus de
conduzi-los erradamente. Não tinham compromissos para cantar, estavam muito
endividados e Sandra estava grávida. O que tinha acontecido, com aquele
maravilhoso “chamado”? Rubens e Sandra,
sem dúvida, sentiam uma forte atração para o ministério da música. Estavam
entediados no colégio,
eles ansiavam pelo casamento e pela independência. Desejos
pessoais fortes são acabam sendo facilmente interpretados como algum tipo de
orientação divina. Rubens e Sandra, infelizmente, acabaram correndo na frente
de Deus.
Os que agem
impetuosamente tendem a basear as grandes decisões da vida em “impressões”
subjetivas. Para eles a declaração
“tenho sido impressionado com..” é muitas vezes apenas uma versão religiosa de
“o meu desejo é....”, percebe? Quando essas pessoas procuram sinais para
guiá-las, são tentadas a virar as chances a seu favor. Talvez você tenha ouvido pessoas
orando mais ou menos assim: “se Tu não quiseres que nos casemos Senhor, então
retire nosso amor mútuo completamente.” Bem, isso não é provável que aconteça, é ? Ou talvez você tenha ouvido alguma coisa tipo: “Senhor,
se não quiseres que façamos esta viagem não deixe o motor do carro pegar.” Bem,
o motor do carro sempre pegou antes. Quando os impetuosos procuram
orientação nas Escrituras, seus próprios desejos novamente anuviam o quadro.
Talvez parem o dedo, por exemplo, sobre algum versículo dos Salmos. É bem provável que leiam algo encorajador, todos os
salmos o são, uma ordem para perseverar ou ir avante talvez, ou uma garantia da
bênção de Deus. Este encorajamento geral é tomado como uma confirmação
específica de seus planos acalentados. E o impetuoso corre adiante... à frente de Deus. Chegamos agora ao segundo grande erro
que as pessoas cometem ao procurar a vontade de Deus. E chegamos a um outro
tipo de pessoa... as imóveis. As
imóveis estão sempre buscando orientação, esperando orientação e nunca
obtendo a orientação certa. Elas estão sempre andando atrás de Deus. Este tipo
de pessoa quer esperar algum grande e arbitrário “sinal” antes de agir. Os
impetuosos tendem a tornar os seus "sinais" muito fáceis, os imóveis
os tornam muito difíceis. Para os acomodados tudo o que acontece, é a vontade de Deus. As dificuldades não são desafios para se
superar, elas são placas dizendo “voltem”. os acomodados querem ter “a paz de
Deus” antes de tomar grandes decisões. Eles anseiam pela segurança total. O que
eles esquecem é que todas as grandes decisões nos deixam nervosos. É
improvável, por exemplo, que qualquer noivo consiga sentir “a paz de Deus"
pouco antes de seu casamento. Suas mãos
ficam frias, a garganta seca... Sua vida inteira pode estar passando diante
dele. Mas isso significa que Deus está dizendo a ele para não ir avante? É claro que não. Infelizmente, entretanto, o
acomodado pode estar repleto de apreensões erradas. O acomodado tem a tendência de ver seus
desejos humanos naturais como pecado.
Eles não querem ser levados apenas por seus impulsos, e isso sem dúvida
é elogiável, mas eles acabam negando cada desejo. Alguns até chegam ao ponto de
pensar: “se eu gosto, não deve ser a vontade de Deus.” E assim eles esperando,
anseiam e buscam algum sinal do Céu.
Um jovem, estudante
de ópera em Munique,
estava realizando uma tarefa um dia no jardim da pensão que
morava e cantava o seguinte: “venha para
mim, meu amor, nas asas da luz.” Aí, para sua surpresa, uma jovem caiu do Céu e
pousou a seus pés. Sua visita celeste
era na verdade uma atriz bávara que trabalhava de “dublê” em um filme. Ela
saltou de pára-quedas direto para os braços dele. O
jovem estudante se apaixonou pela moça. Em poucos meses os dois se casaram.
Esse foi certamente um encontro notável.
A maioria das
pessoas sabe que os cônjuges normalmente não caem do Céu em nossos braços. Mas
os acomodados esperam que isso aconteça.
Eles querem que a resposta, a bênção ou o sinal caiam do Céu na frente
deles. E geralmente eles permanecem cantando no jardim, esperando que seu
desejo se realize, sem jamais obter sucesso...
Os impetuosos e os
acomodados cometem dois erros básicos os quais precisamos evitar: correr à
frente de Deus, e andar atrás de Deus. Ambos falham em encontrar a vontade de
Deus para sua vida. Não conseguem andar
nos passos de Deus. Uma grande parte
da confusão concernente à vontade de Deus seria esclarecida se todos nós nos
certificássemos primeiro se estamos de pé em terra firme... No centro da
vontade moral de Deus.
Um dia, quando
viaja de mula pelo interior da Espanha, Inácio de Loyola encontrou um seguidor
do islamismo, um mouro. Os dois cavalgaram juntos por um tempo e iniciaram uma
conversa. O mouro soube que Inácio
estava a caminho da igreja para cumprir uma penitência à Virgem Maria. O mouro zombou da intenção de Inácio. Inácio rapidamente repreendeu aquele “infiel”
pelo seu desrespeito. Os dois continuaram discutindo, a discussão foi ficando mais e mais
acalorada, até que o mouro esporeou sua montaria e saiu em disparada. Inácio
continuava furioso. Sentiu-se tentado a correr atrás do mouro e matá-lo. O
homem havia dito a ele em que ponto sairia da estrada e pegaria uma trilha em
direção de uma vila. Quando Inácio aproximou-se daquela bifurcação na estrada
ele não sabia ainda o que fazer. Finalmente ele decidiu deixar que sua mula
fosse o sinal. Soltou as rédeas do animal.
Se o animal seguisse pela trilha do mouro, ele
o mataria. Se continuasse na estrada, ele o deixaria com vida. Felizmente, a
mula seguiu pelo caminho mais fácil. Em
sua luta para decidir, Inácio, esqueceu-se da vontade moral de Deus. Deus foi
bastante claro quanto a não matar, certo? Jesus foi muito claro quanto a não
odiar nosso próximo. Em vez de ficar no centro da vontade de Deus, Inácio
deixou a mula decidir. É muito perigoso
procurar sinais e seguir impressões que nos levam sobre a borda da vontade
moral de Deus. É perigoso deixar a mula escolher nosso caminho, em outras
palavras.
Há uma abundância
de instruções morais claras nas Escrituras para se seguir. Os impetuosos, por
exemplo, precisam de limites. A lei de Deus dá a eles limites. Os acomodados
precisam agir. E a vontade moral de Deus dá a eles espaço para ação, espaço
para agirem de consciência tranqüila. Sabe, uma das
grandes coisas a respeito da vontade moral de Deus é que ela nos dá os limites
e a liberdade para agirmos. Deus quer que sejamos capazes de escolher
confortavelmente dentro de Sua vontade moral.
Por exemplo, na questão das ofertas, Paulo aconselhou, em segunda aos
Coríntios capítulo 9, versículo 7:
"Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com
tristeza ou por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria.” Dar aos necessitados faz parte da vontade
moral de Deus. Mas quanto? Quando? A quem? Deus nos pede para tomar essas decisões livre
e alegremente, movidos pelo nosso coração.
Dentro da Sua vontade moral, temos igualmente limites e liberdade para
agir.
Você quer conhecer
o plano de Deus para a sua vida? Primeiramente firme seus pés em sua lei.. Sua vontade moral. Agora podemos passar para o próximo
passo. Todos nós somos chamados para viver dentro da lei de Deus. Mas nem todos
nós a cumprimos do mesmo modo. Cada um de nós tem seus próprios dons e
propósitos. Precisamos descobrir qual é o nosso propósito central, como
indivíduo. E para fazer isso precisamos descobrir quais são nossos dons
básicos. Deus tem abençoado cada um de nós com dons individuais, talentos e
habilidades. Você sabe quais são seus dons? Talvez ainda esteja
ponderando. Primeira aos coríntios 12
enumera vários dons do Espírito Santo, por exemplo... Ensinar, contribuir, exortar..Mas existem muitos
outros. Pergunte a si mesmo o que lhe dá mais satisfação. Você tem algum fardo
ou desejo persistente sobre algum tipo particular de trabalho? Observe os
resultados de seus esforços. Em que você é mais bem sucedido? E também pergunte a amigos de confiança quais eles acham ser
os seus dons e habilidades. As vezes eles vêem coisas
que nós não conseguimos.
O apóstolo Paulo
entendeu seu propósito básico claramente. Ele havia sido chamado como apóstolo
para os gentios. Ele estava determinado
a pregar o evangelho onde Cristo não era conhecido. Os dons e habilidades de
Paulo o qualificaram para aquela obra especial. Ele crescera numa cultura
grega, mas também tinham recebido o melhor treinamento dos rabis. De modo que Paulo podia ser a ponte entre os
mundos judeu e gentio. Paulo tinha obtido conhecimentos especiais que o fizeram especialmente
simpático aos gentios. E ele era um ótimo orador. Paulo estava seguro de seu
propósito básico. Mas seu ministério como apóstolo aos gentios não decorreu com
facilidade. Ele era constantemente hostilizado por extremistas... Ele sofreu
espancamentos, naufrágios e aprisionamentos. Se Paulo tivesse se baseado nas circunstâncias para se
orientar, ele jamais teria pregado um só sermão. Uma porção desses tais
“sinais” lhe teriam dito: “Pare. Volte. Isto não é trabalho para você.” Mas por
Paulo ter entendido bem seu propósito, e teve boas razões para isso, ele
conseguiu superar esses obstáculos e continuar seu ministério.
Conhecer nosso
propósito básico, nossos alvos principais, nos ajudará em muito a tomar a
decisão. Os impetuosos precisam de um propósito para concentrar seus esforços
espalhados em uma só direção. E o acomodado, precisa de um propósito para ir
avante.
Com os alvos dados
por Deus de forma clara na mente, podemos seguir para o próximo passo para
tomar a decisão: estabelecer prioridades. Esse é o ponto principal da vontade de Deus.
Temos que decidir como, quando, onde e com quem podemos melhor cumprir nosso
propósito básico. Temos que decidir entre várias opções, qual melhor nos
ajudará a atingir nossos alvos. Bastante
avaliação, bastante
análise e ponderação são necessários. Deus conta com nossa lealdade, ele
prometeu nos ajudar neste processo. No livro de Romanos, Paulo nos diz no
capítulo doze, versículo dois: “...Transformai-vos pela renovação de vossa
mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de
Deus.” Essa mensagem é prática e é o que
precisamos.
Ouça: nossa mente pode ser renovada de modo que
discerniremos a perfeita vontade de Deus. Como? Davi nos dá uma pista no Salmo
119, versículo 99: “tenho
mais entendimento do que todos os meus mestres, porque medito nos Teus
testemunhos.”
No salmo 19, Davi
nos diz que a lei do Senhor restaura a alma, torna o simples em sábio e dá luz
aos olhos. Em outras palavras, a palavra de Deus renova a nossa mente. Ao
estudá-la e nela meditar recebemos Sua sabedoria.
Deus quer nos guiar
pela renovação da nossa mente. Em lugar de correr o dedo num teste às cegas em
busca de orientação, devíamos absorver a mente de Deus através da meditação dos
muitos textos da palavra de Deus como um todo. Aí a Sua sabedoria poderá nos
guiar. Um tempo regular de oração e
estudo das Escrituras, é o melhor modo de organizarmos nossas prioridades.
Desta maneira conseguiremos lidar sabiamente com as alternativas, e decidir
sobre o quando, o onde e o como da vontade de Deus.
Quando a sabedoria
de Deus nos conduz, não temos que depender de “sinais” arbitrários. É muito
melhor escolher sinais que fazem sentido, que nos fornece razões.
Jorge e Bety
estavam pensando em se casar. Mas eles queriam ter certeza se era a vontade de
Deus. Eles amavam um ao outro, eles tinham um bom relacionamento. Deveriam
procurar algum sinal de confirmação de Deus?
Um dia Jorge sugeriu: “nós concordamos que, na obra de Deus, seremos
mais eficazes juntos do que separados. Queremos que Deus abençoe as pessoas
através de nós. Por que não pedimos para Deus nos dar uma evidência concreta
disso?" Betty
concordou. E assim eles oraram para que Deus mostrasse Sua vontade
através daquele relacionamento. Em poucos dias, coisas especiais começaram a
acontecer. Durante um estudo bíblico que estavam liderando, Jorge e Betty
tiveram a chance de aconselhar uma jovem em dificuldades. Descobriram que seus
conhecimentos combinados deram as respostas à garota. Jorge e Betty viram
outros ajudados por seu trabalho juntos. Esta evidência tornou-se o “sinal de confirmação para
Jorge e Betty. Não foi sem sentido nem arbitrário como
”Senhor faça o telefone tocar três vezes.” Não, o sinal teve conteúdo.
Era evidência. Fazia parte da sabedoria de Deus.
Podemos andar nos
passos de Deus. Não temos
que estar sempre correndo na frente ou andando atrás. Podemos
conhecer um Deus que nos guia. Primeiro nos certificando de que estamos no
centro de Sua vontade moral. Segundo
descobrindo Seu propósito básico para nós através de nossos dons. E finalmente, adquirindo a sabedoria da
Palavra de Deus que nos ajudará a estabelecer as prioridades certas. Espero que você busque estas três coisas e que separe tempo
para fazer o alicerce para o plano de Deus em sua vida. A vontade de Deus não terá que
permanecer um alvo para sempre ilusório. Pode ser um guia sempre presente.
Decida-se a andar nas passadas de Deus de hoje para a frente... É dessa maneira
que coisas incrivelmente maravilhosas começarão a acontecer em sua vida.
ESTÁ ESCRITO
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Telefone: (021) 284 9090
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Muito obrigado.
56
VER PARA CRER
George Vandeman
Luz, cor, movimento, forma, perspectiva. Existem mais
coisas na visão do que podemos imaginar. Toda vez que abrimos os olhos, temos
que traduzir uma massa incrivelmente complicada de informações em imagens que
façam sentido. Vemos com o cérebro e o que vemos pode até ajudar nossa mente a
crer.
Não é necessário você ajustar o seu televisor. Está tudo
bem, está tudo em ordem. Em poucos instantes você verá por quê. Muitas pessoas
hoje declaram que apenas acreditam naquilo que podem ver. Como diz o ditado:
"Ver para crer!"
Estou aqui no cenário do programa "Está Escrito".
Está tudo no lugar, como estava na semana passada, mas isso pode ser difícil de
acreditar, se você só acredita naquilo que pode ver. Há aqui uma cerquinha tão
sólida e real como sempre, mas parece obscura e um pouco irreal. Falta-lhe um
elemento muito importante. Tenho comigo uma Bíblia tão sólida e real como
sempre, mas ela não parece exatamente assim sem iluminação.
Não é interessante que todos os objetos concretos e físicos
se tornem reais para nós apenas por causa de uma coisa tão insubsistente, uma
coisa tão espiritual, talvez, quanto a luz? As plantas tomam uma forma
definida, sob a luz. A madeira mostra sua textura e forma sob a luz. As paredes
saltam à vida sob a luz. Até o céu e as nuvens podem aparecer aqui com a luz.
Agora tudo parece real, não é mesmo? Agora nós cremos, sem a luz não
conseguimos crer.
Você já parou para pensar por quê? Já tentou saber como é
que o olho humano vê? Ele é uma câmera, captando imagens e enviando-as para o
cérebro? Ele registra as cenas eletricamente? Vamos ver como é que a luz e
nossos olhos funcionam juntos.
Quando a luz atinge nossos olhos, atinge primeiro a córnea
transparente. A íris, atrás da córnea, controla a quantidade de luz que entra
no olho, alterando o tamanho da pupila, um buraco no centro, que parece de cor
preta. Assim que a quantidade adequada de luz for admitida no olho, ele tem que
se curvar para entrar em foco.
A córnea, devido à sua superfície protuberante, direciona a
luz rapidamente para o centro. Aí a luz alcança a minúscula lente que tem o
tamanho e o formato de um grão de feijão. A lente consiste de
cerca de duas mil camadas infinitamente finas de fibra transparente. Ao
contrário das lentes de uma câmera, esta é móvel. Ela poder
tornar-se protuberante ou ficar lisa. Isso muda a curvatura da luz e assim nos
ajuda a focalizar com precisão.
A visão humana é extraordinariamente flexível. Podemos
focalizar objetos a alguns centímetros de nosso nariz e mudar instantaneamente
para ver com clareza e precisão uma montanha distante, ou uma estrela.
Encontramos a luz passando através da substância clara e
gelatinosa que enche a maior parte do interior de nossos olhos. Essa substância
vítrea se ajusta à lente de tal modo que mantém a luz viajando na mesma trilha
focalizada. Finalmente, a luz atinge a retina, uma camada rósea que cobre o
fundo dos olhos.
A retina corresponde ao filme em uma câmera. Armazenados
dentro da retina existem o que chamamos de bastonetes e cones. Estes
fotorreceptores contém pigmentos sensíveis à luz. Os bastonetes e os cones são
como dois tipos de filmes no olho. Os cones roliços são mais ativos com a luz
forte. Eles nos dão uma visão aguda e cheia de cores. Os bastonetes finos são
para a luz tênue, como filme altamente sensível em preto e branco. Eles criam
uma espécie de imagem monocromática quando há pouca luz disponível. É por isso
que a cor parece desaparecer à noite e vemos basicamente vários tons de cinza.
Estes bastonetes e cones ficam misturados por toda a retina. Acreditem ou não,
cerca de trinta milhões deles ocupam uma área do tamanho de um selo postal.
Isso nos possibilita passar com relativa facilidade da visão da luz do sol para
a visão sob luz tênue.
Nossos foto-receptores,
os cones e os bastonetes, também desempenham outra função vital. Eles
transformam a luz que recebem em sinais, em parte elétricos e em parte
químicos. Estes sinais codificados são o que eventualmente alcançarão o cérebro
para transportar esses sinais. São necessárias fibras que criam uma complexa
rede interligada que se espelha por toda a retina.
É um sistema coletor de dados, que traz todos os sinais
juntamente para um só ponto. As fibras de nervo são agrupadas como um cabo e
passam pelo fundo do olho até o nervo ótico.
As coisas agora estão começando a se complicar. O nervo
ótico de cada olho cruza-se no cérebro. Eles trocam informações de algum modo,
para que as imagens dos dois olhos possam ser coordenadas em um campo de visão
estereoscópica.
Aí, um novo conjunto de fibras especializadas de nervo
captam os sinais e os levam para o córtex visual no fundo do cérebro. Nessa
pequena massa de matéria cinzenta, como a chamamos, ocorre de fato o fenômeno
da visão. Os bilhões de células em nosso córtex visual estão dispostos em um
número de camadas. Todas essas células têm funções altamente especializadas.
Algumas enviam projeções para outras áreas do cérebro, onde ocorrem a memória e
a associação. Muitas acrescentam, combinam trocam e organizam dados visuais de
um modo misterioso ainda a ser analisado. O resultado é a percepção, uma imagem
na mente.
Como vemos, enxergar não é uma questão simples. Os órgãos
que produzem a visão são uma maravilha. Os cientistas nos dizem que a delicada
engenharia da córnea e da lente dos olhos faz a câmera tecnicamente mais
avançada parecer um brinquedinho. Os minúsculos bastonetes e cones na retina
transformam a luz em eletricidade e produzem a química através de um processo
que os laboratórios mais sofisticados não seriam capazes de produzir. E
finalmente, as células do cérebro em nosso córtex visual sintetizam incontáveis
dados, no milagre da percepção, algo que nenhum computador de alta tecnologia
seria capaz de fazer.
Engenharia química, processo de informação... tudo isso
ocorre todas as vezes que abrimos os olhos. Tudo indica que nossos olhos foram
maravilhosamente projetados. De fato, quanto mais examinamos a visão, mais
difícil é descrever toda essa engenhosidade como puro acaso. O olho exige um
Criador.
Temos que perguntar: Poderia o olho humano ter simplesmente
evoluído de algo simples para sua atual complexidade? Deixe-me dizer o que
Charles Darwin disse sobre isso. Darwin, você se recorda, é o homem que criou a
teoria da evolução, mas a certa altura, ele declarou que a hipótese do olho ter sido, possivelmente, por seleção natural, o
deixava doente.
Existe uma razão muito boa para o olho humano ser tão
intrigante para o evolucionista. Porque ele apresenta uma tremenda barreira à
teoria da seleção natural. A teoria natural da evolução afirma que os
organismos mudam, através da seleção natural. Isso quer dizer que animais
fortes e saudáveis são naturalmente selecionados para sobreviverem em
detrimento dos mais fracos.
Eles são melhor adaptados ao seu meio ambiente, dizem eles,
e lentamente os animais se tornam cada vez mais adaptados. Mudanças benéficas
são preservadas, mudanças prejudiciais, eliminadas. Tudo isso, entretanto, deve
acontecer através de milhões de anos como resultado de milhões de minúsculas
mudanças genéticas. Estas mutações, acredita-se, gradualmente acumuladas,
resultam em seres vivos mais complexos.
Aí é que está o problema. O olho humano é absolutamente
completo. Ele não poderia evoluir gradualmente. Não existe um meio de qualquer
parte do olho, por si só, vir a ser benéfica a um animal. A seleção natural a
eliminaria, como vê, e não preservaria qualquer órgão do olho parcialmente
desenvolvido. A lente que focaliza a luz seria inútil sem a retina, que a
reflete. Toda a luz recebida não serviria para nada sem as fibras que levam os
sinais até o cérebro, e esses sinais seriam inúteis sem o córtex visual que os
interpreta.
A visão envolve uma complexa interação de nervos, músculos,
fluidos, glândulas e células do cérebro. Tudo tem que estar perfeitamente
integrado e balanceado para que possamos ver. Tudo deve estar funcionando ou
nada funcionará.
Como você vê, é muito difícil, mas muito difícil mesmo,
imaginar como o olho poderia desenvolver-se gradualmente. Ao pensar nisso,
Darwin ficava doente, mas não precisa deixar-nos doentes. O olho não é apenas
um desconcertante mistério. É uma maravilhosa obra de arte, se o entendermos
como uma obra de arte do Criador Todo-Poderoso.
Ver para crer. Se apenas abrirmos os olhos para as
maravilhas da visão, ver pode nos ajudar a enxergar o Deus Criador. Sabe, é
interessante que este Criador seja mencionado muitas vezes nas Escrituras como
luz. Luz é um símbolo comum para Aquele que ilumina
mistérios. Ouça esta exclamação no Salmo 27:1: "O Senhor é a minha luz e a
minha salvação: a quem temerei?"
Quando o salmista sente uma necessidade especial da
presença de Deus, eis como ele ora: "Senhor, exalta sobe nós a luz do teu
rosto." Salmo 4:6.
E quando Deus responde, o salmista expressa sua alegria:
"Porque em ti está o manancial da vida, na tua luz vemos a luz."
Salmo 36:9.
Quando Jesus, o Messias, chegou a Israel, Ele declarou:
"Eu sou a luz do mundo."
Seus discípulos concordaram. Mateus escreveu que, no monte
da transfiguração os discípulos, na verdade, viram o rosto de Jesus brilhar
como o sol e Suas vestimentas se tornarem brancas como a luz.
Em seu evangelho, capítulo 1, versículo 9, o apóstolo João
diz de Jesus: "Ali estava a luz verdadeira, que alumia todo o homem."
Temos observado como a visão e o olho apontam para um Projetista ou Criador. A
Bíblia também nos diz que a luz em si pode apontar para Ele. Deus é luz. Ele
ilumina, Ele aquece, Ele torna as coisas reais. O símbolo é muito claro, não é?
Descobertas científicas sobre a luz têm mostrado mais sobre a razão dela ser um
símbolo especialmente adequado.
A princípio, a luz parece muito simples. Olhe para qualquer
fonte de luz e você pode ver um fluxo branco. Se você passar um raio de luz
através de um prisma, você verá algo muito diferente. O vidro do prisma refrata
ou verga a luz e espalha o raio em diferentes tamanhos de ondas. Todo o
espectro da cor aparece. Foi através de experimentos como esse que os
cientistas, há muito tempo, descobriram que a luz, na verdade, contém todas as
cores. A luz que chamamos branca contém todas as cores do arco-íris.
Bem, você sabia que a cor em si somente existe através da
luz? Normalmente pensamos na cor de um objeto como algo que ele possui. Algo
pintado nele. O vermelho da mação, por exemplo, parece
fazer parte dela, não é? A cor da laranja parece sem dúvida propriedade de uma
laranja. Na realidade, porém, a luz que cai sobre esses objetos é que lhes dá
suas cores. Quando as cores na luz branca atingem esta
mação, ela reflete de volta aos nossos olhos apenas uma parte do espectro: luz
vermelha. A superfície de uma laranja reflete de volta a nós uma parte
diferente do espectro: luz alaranjada. A luz cria estas cores, acredite ou não.
Dê uma olhada agora em umas balas de goma. Na luz tênue,
elas não parecem ter qualquer cor. Então jogamos uma nesga de luz brilhante
sobre as balas, no centro. Você verá como as cores aparecem brilhantes. Cada
tipo de bala está refletindo de volta a nós uma parte em particular do espectro
da cor da luz branca. Você notará que as balas, no canto, ainda em luz tênue,
mostram pouca ou nenhuma cor. Sim, a luz cria a cor. A luz enche nossos mundo de cores. Eu creio que isso diz alguma coisa
sobre nossos Deus Criador.
Acabamos de ver alguns dos muitos pontos, nas Escrituras,
onde Deus é apresentado como luz, a verdadeira luz, que ilumina o mundo.
Não é interessante pensar que, na luz de Deus, estão todas
as cores do arco-íris também? Algumas pessoas, infelizmente, têm uma visão
muito estreita de Deus e de Sua luz. Elas vêem apenas
o branco. Talvez tenham crescido num ambiente religioso muito restrito. E
quando elas olham para Deus, só conseguem pensar em restrições. A fé torna-se
uma espécie de pureza pálida, onde todo o gosto deve ter sido removido.
Para muitas pessoas, a religião parece tirar toda a cor da
vida. Ela as limita apenas a algumas boas atividades. E algumas realizações
puras. Tudo deve ser uma sombra do branco. Escute, amigo, tenho novidades para
você. Deus não é apenas uma estreita fatia da vida. Nosso Criador contém todo
um espectro de bênçãos.
É hora de pararmos de ver apenas o branco. Há muito mais na
luz de Deus do que isso. Em Sua luz abre-se um mundo maravilhoso de cores
diante de nossos olhos. Veja o que Jesus prometeu aos Seus seguidores. João
10:10 diz: "Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância. Vida
abundante. Isso é o que Deus, a verdadeira luz, de fato é.
Olhando para nosso mundo de cores, como você pode duvidar
disso? A luz de Deus enche nosso mundo com cores. Veja as folhas brilhantes
refletindo uma centena de tons de lindo verde; o verde mar; o tranqüilo azul que cobre o céu; flores com seus mais belos
e variados tons de vermelho, amarelo, púrpura; os campos
coberto de ondulantes hastes de grãos cor de ouro; um glorioso
pôr-do-sol no fim do dia, com uma mistura de laranja e magenta. Observe todas
as cores, todas as vívidas cenas em nosso mundo. A sucessão de imagens. O
espectro divide-se em milhares de tons e sombras. Quanta fartura! Que
extravagância de cores!
Aquele que projetou a maravilhosa complexidade de nosso
olho, também espalha diante de nós um cativante mostruário de cores, e Ele faz
tudo isso através de Sua luz, de Sua abundante luz!
Agora, deixe-me falar a você sobe alguém que colidiu de
modo dramático com essa luz. Um jovem fariseu chamado Saulo, um estudioso,
vivia num mundo em branco e preto. Ele olhava a vida através da Torah, a Lei.
Tudo se relacionava à lei ou ao ritual de algum modo. A mente de Saulo havia
dominado rapidamente as complexidades das leis de Israel. Ele havia se tornado
um especialista na interpretação e na observação das muitas tradições de sua
religião. Sua vida fora confinada aos atos que viessem a manter sua pureza
cerimonial.
Assim, Saulo não ficou nada feliz quando uma nova seita
judia surgiu, a qual desafiou suas tão queridas tradições. Os seguidores do
rabo Jesus pareciam não passar de arruaceiros. Saulo não conseguia enquadrar o
dinâmico movimento do espírito em seu estreito mundo em preto e branco. Saulo,
o estudioso, transformou-se em Saulo, o perseguidor.
Um dia, ele ficou sabendo de um grupo ativo de cristãos em
Damasco e decidiu comandar um grupo de soldados até lá, para prendê-los. Os
hereges eram perigosos demais para serem tolerados. No caminho de Damasco,
Saulo foi detido em sua cavalgada. Uma linda luz, de repente, brilhou ao seu
redor e ele foi jogado ao chão. O zeloso fariseu ouviu uma voz dizendo:
"Saulo, Saulo, por que me persegues?" Saulo respondeu: "Quem és,
Senhor?" A voz replicou: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues." A
luz brilhante havia cegado Saulo. Ele foi conduzido por seus companheiros até
Damasco e lá conheceu um cristão chamado Ananias. Com ele, Saulo aprendeu muito
mais sobre Jesus, a luz que havia interrompido sua viagem.
Quando Saulo recuperou a visão, seu mundo em preto e branco
havia terminado para sempre. Saulo, o intolerante, havia se transformado em
Paulo, o apóstolo da graça de Deus. Ele havia adentrado à luz de Deus e a um
mundo de cores vivas. Não havia mais preconceitos estreitos. Toda a humanidade
era uma em Jesus Cristo. Não havia mais restrições cerimoniais, somente a vida
do Espírito contava agora.
À luz de Deus, Paulo viu que a religião continha todo um
espectro das qualidades espirituais: amor, alegria, paz, paciência, bondade, auto-controle. Quando lemos as
epístolas de Paulo, no Novo Testamento, podemos entender quão aberta a sua
antiga tolerância havia se tornado. Seu coração estava aberto o bastante para
amar os filipenses, os tessalonicences, os efésios e
os gálatas. E ele amava todos eles com uma notável intensidade. Paulo deu sua
vida por eles.
Ouça suas maravilhosas palavras aos cristãos de Corinto: ao
povo que estava tendo sérios problemas morais, ele escreveu: "Não digo
isto para vossa condenação, pois já antes tinha dito que estais em nosso
coração para juntamente morrer e viver." II Coríntios 7:3.
Que contraste com Saulo, o intransigente fariseu! Que
diferença a maravilhosa luz de Deus fez em sua vida e pode fazer a mesma
diferença em nossa vida também hoje.
Não temos que viver num mundo estreito em preto e branco. A
religião não tem que ser reduzida a mera restrição. A luz de Deus pode encher
nossa vida com cores vivas. Ele prometeu nos dar fartura. E ouça, podemos
confiar naquEle que tem espalhado tal riqueza de
cores por todo o mundo. Nenhuma vida é fraca demais para Ele revitalizar;
nenhum canto escuro demais para Ele iluminar. Sim, podemos confiar a Este
maravilhoso Criador, nossa vida. Podemos atender sem hesitação o convite do
profeta Isaías: "Vinde! Vamos andar na luz do Senhor."
57
O IDEAL DE GANDHI
George Vandeman
Ele não comandou soldados. Não teve nenhum cargo político.
Entretanto, foi um dos líderes mais poderosos do nosso século. Muitos milhões
na Índia adoravam Gandhi. Chamavam-no de "Mahatma", que quer dizer
"grande alma". Outros o consideraram arruaceiro e hipócrita. Mas numa
coisa tanto amigos como inimigos deste apóstolo da pz
concordavam: Gandhi era de fato, único. Não houve ninguém mais corajoso, mais auto-disciplinado ou mais
controvertido que ele. Qual será o segredo da mística deste homem simples?
Podemos aprender alguma coisa dele para nos ajudar hoje?
"Ele se parece com um passarinho", observou Lorde
Mountbatten, o último governador britânico na Índia.
Gandhi era uma figura pequena e arqueada que vestia somente
uma tanga quando se misturava com os pobres. Mas esse humilde hindu conseguiu o
respeito e a admiração do mundo. Einstein, o cientista, predisse que "em
gerações futuras, talvez mal se acredite que tal pessoa um dia andou sobre esta
terra". E o vice-rei Mountbatten declarou:
"Mahatma Gandhi entrará na história assim como Buda e Jesus Cristo."
Mas nem todos cantavam louvores a Gandhi. um outro vice-rei
britânico, Lorde Wavell, o chamou de "velho
político malévolo, minucioso, obstinado e dominador de duas palavras".
Winston Churchill resmungou a respeito do "nauseante e
humilhante espetáculo desse faquir sedicioso. Subindo semi-nu a escadaria do palácio do vice-rei poara negociar em termos de igualdade com o representante
do rei."
Mas Gandhi, com seu programa de desobediência pacífica,
conseguiu frustrar a Grã Bretanha em sua tentativa de
controlar a Índia. um por um, vários vice-reis, primeiros-ministros, e
finalmente o rei da Inglaterra em pessoa, cederam às demandas daquele faquir semi-nu.
Nascido em 1869 em uma família de classe média, o jovem
Gandhi casou-se na idade de 13 anos.
Mandado para Londres para estudar Direito, aquele tímido
jovem asiático fez o máximo para se transformar num verdadeiro inglês. Ele foi
visto impecavelmente vestido com um terno elegante. Ele fez cultura vocal e
chegou a tomar aulas de dança. Após vários anos em Londres, Gandhi passou nas
provas de Direito e aceitou um emprego na África do Sul, em uma companhia
muçulmana.
Houve um incidente racial no vagão de passageiros de
primeira classe de uma ferrovia que mudou a sua vida. Por causa de sua pele
escura, ele foi posto para fora do trem, apesar de estar com passagem de
primeira classe. Gandhi lembrou mais tarde: "Minha não-violência ativa
começou naquele dia."
Ele denunciou o governo Sul Africano por restrições de
viagem aos indianos e por outras ofensas graves contra as minorias. Gandhi
organizou um protesto que atraiu 50 mil pessoas com ele na luta pela liberdade,
resultando num histórico projeto de reformas.
Tendo sido bem sucedido em efetuar
algumas mudanças na política da África do Sul, Gandhi afastou-se dos holofotes
da publicidade para seguir seus anseios espirituais.
Ele organizou uma "Ashram",
uma comunidade hindu para orações e auto-disciplina.
Em 1915, depois de 22 anos na África do Sul, Gandhi abandonou sua carreira de
advogado e retornou à Índia. A esta altura, já era um
celebridade em sua terra natal devido ao seu sucesso na África. Ele
agora dedicava-se a melhorar a vida de seus compatriotas. Pelo resto de sua
vida ele combateu o preconceito, a violência e a opressão.
Gandhi começou abraçando o que era conhecido como "Os
Intocáveis", um grupo infeliz do qual fazia parte uma de cada seis pessoas
da Índia. Eles moravam em favelas cheias de ratos no meio dos esgotos abertos.
A sociedade inclusive exigia que eles alertassem os outros sobre sua presença
quando se aproximavam. Sem nada para lucrar além do ridículo e da rejeição,
Gandhi assumiu a causa dos intocáveis, mudando o nome deles para "filhos
de Deis". Seus seguidores mais leais ficaram horrorizados. Até mesmo sua
obediente esposa demonstrou choque ante o desafio dele ao sistema de castas da
Índia.
Gandhi respondeu às críticas cometendo o ato mais
humilhante possível para um hindu: esvaziar as latrinas dos intocáveis.
Finalmente ele se identificou de tal maneira com a odiada
classe que mudou-se para sua favela.
Fandhi lutou pelos direitos de outros grupos na Índia também,
lançando um protesto contra o que considerou uma exploração inglesa. Para
desenvolver a economia da Índia, ele pediu que todos os cidadãos dedicassem uma
hora por dia tecendo algodão e deu ele mesmo o exemplo, trabalhando num velho
tear de madeira.
O desafio seguinte de Gandhi contra a mãe Inglaterra
envolveu o sal.
Os ingleses impuseram um imposto sobre esta necessidade
básica e proibiram os indianos de processarem seu próprio sal. Gandhi contra atacou com sua famosa "Marcha do Sal" para
o mar. Assim, após uma duríssima viagem de 24 dias, ele finalmente chegou ao
oceano. Todo curvado, pegou um torrão de sal e o ergueu para o alto, diante da
multidão que aplaudia. Ele esperava que a poícia
fosse prendê-lo, provocando assim um levante nacional. Os escritórios entrariam
em greve, os trens parariam de correr e a economia seria paralisada. Mas nenhum
policial ousou interferir com a cerimônia de Gandhi junto ao mar. Assim, o
destemido líder anunciou um ataque às salinas do governo em Dharasana.
Isto a polícia não podia ignorar. Veja como Webb Miller da United Press
descreveu a cena em 21 de maio de 1930:
"Em completo silêncio, os homens de Gandhi caminharam
e pararam a 100 metros da paliçada. Uma coluna da multidão avançou, atravessou
as valas e aproximou-se da cerca de arame farpado. De repente, sob uma ordem de
comando, grupos de policiais nativos correram na direção dos manifestantes e
deram golpes sobre suas cabeças com chicotes com ferro nas pontas. Nenhum dos
manifestantes ergueu sequer um braço para se defender dos golpes. De onde eu
estava eu ouvia os golpes dos chicotes nos crânios desportegidos."
Foi esse o relatório da United Press que levantou o mundo
contra o tratamento da Inglaterra com sua colônia. O massacre da Marcha do Sal
virou uma página na história da Índia. Dá para ver porque
Gandhi não foi bem sucedido. Nenhum meio convencional poderia deter seus
protestos não-convencionais. Prisões não o intimidavam. Quando ameaçado de ser
preso, ele calmamente pediu a pena máxima. Na verdade, dentro da cadeia, Gandhi
possuía mais conforto do que quando estava em liberdade. Além de proporcionar a
ele a oportunidade de leitura e reflexão ininterruptas.
no total, o indomável Gandhi passou mais de 6 anos de sua
vida na prisão. Ele proclamava: "Cadeia é a cadeia para ladrões; para mim
ela é um templo."
O estilo de protesto sem violência de Gandhi, deu ao grande
patriota negro americano, Martin Luther king, tanto o método como a inspiração.
Quem poderá esquecer a imagem do grupo desarmado de King em Alabama
atravessando a ponte do Selma. A polícia os enfrentou com cassetetes,
mangueiras e ferozes cães de guarda. Enquanto a televisão registrava o drama,
King ordenou que os manifestantes se ajoelhassem na estrada e se submetessem ao
ataque. Eventualmente, é claro, Martin Luther King quebrou a espinha da discriminação
na América; graças ao exemplo de Gandhi.
Onde foi que Gandhi aprendeu o princípio da não violência?
A maior parte do cristianismo. Cedo na vida ele leu no Novo Testamento as
instruções de Cristo para não revidar o mal, mas dar a outra face. Gandhi
declarou anos mais tarde: "Aquelas palavras entraram direto em meu
coração."
Embora tenha sido a vida toda um admirador de Jesus, Gandhi
nunca se sentiu compelido a se tornar cristão. Ele preferiu ficar examinando as
religiões do mundo, guardando as grandes verdades e a esplêndida poesia de
todas elas.
É triste dizer que Gandhi rejeitou o conceito bíboico da salvação como um dom. Ele ensinava: "Para
alguém encontrar a salvação, ele deve ter tanta paciência quanto o homem que se
senta na orla do mar e com uma vara retira uma simples gota d'água e a
transfere até esvaziar o oceano."
Um tanto desesperançoso e depressivo, não acha? Que
contraste com a feliz garantia de salvação que os cristãos têm no Senhor Jesus
Cristo. Veja esta emocionante promessa da Bíboia:
"Deus nos deu a vida eterna: e esta vida está em Seu filho. Quem tem o
filho tem a vida; quem não tem o filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos
escrevi para que saibais que tendes a vida eterna e que creiais no nome do
Filho de Deus." I João 5:11-13.
A salvação não é um processo de sofrimento como esvaziar o
mar com um caniço. É um glorioso dom já conquistado para nós o qual recebemos
pela fé, mas a paz com Deus nos vem somente em Jesus. Somente aqueles que
aceitam o Filho têm a vida eterna.
Gandhi uma vez afirmou com ansiedade: "Eu venho
lutando todos esses anos é para ver Deus face a face." O problema é que
ele estava indo na direção errada. Ela acreditava que privando-se a si mesmo,
desfazendo-se de todas as posses, desejos e apegos, abriria o caminho até Deus.
Mas Jesus disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai
senão por mim."
Por mais estranho que possa parecer, teríamos que ser muito
limitados para obter a salvação. Jesus é o único caminho até Deis. Só Ele é a
verdade. Ele é a nossa vida. Todos nós, não importa nossas realizações
espirituais, carecemos da glória perfeita de Deus. O perdão vem através do
sacrifício de Cristo na cruz.
Mas Gandhi resistiu a esta exigência bíblica. Ele disse:
"Eu posso aceitar Jesus como um mártir, a personificação do sacrifício,
mas não como o homem mais perfeito que já existiu. Sua morte na cruz foi um
grande exemplo para o mundo, mas se houve alguma virtude nisso, meu coração não
pode aceitar."
Que coisa triste! Gandhi aceitava a Cristo como seu
exemplo, mas não como seu Salvador. A despeito de ele ter vivido alguns dos
mesmos princípios que caracterizaram a vida de Cristo mais fielmente do que
muitos cristãos vivem, ele jamais confiou em Jesus para a salvação. Ele
preferiu confiar em suas próprias obras.
Gandhi forçou um rígido legalismo sobre si mesmo. Ele
seguiu o programa mais restrito. Levantando-se diariamente às 2 horas da manhã
para ler as escrituras hindus e fazer suas orações, ele viveu na pobreza,
carregando consigo seus poucos bens num pequeno saco. Usava as mesmas roupas
todos os dias: uma tanga e às vezes um xale de algodão; ambos, é claro, de
tecido caseiro.
O guarda-roupa primitivo de Gandhi causou uma vez uma
confusão durante sua visita ao rei George. Ao chegar à Inglaterra entre
fanfarra e publicidade, desceu pela escada do navio usando apenas sua tanga e
recusou-se a mudar de roupa mesmo para seu encontro com o monarca. Quando so repórteres horrorizados perguntaram como ele se atrevia
a visitar o palácio semi-nu,
Gandhi respondeu com um sorriso: "O rei está usando roupa suficiente para
nós dois."
Talvez não queiramos ir ao extremo de Gandhi em sua auto-negação, mas certamente os
cristãos podem aprender alguma coisa do exemplo dele. Devemos também abrir mão
do luxo, mas somente com o propósito de ajudar os outros; não para
engrandecimento próprio. Infelizmente, muito da disciplina e privação de Gandhi
não ajudou a ninguém, servindo só para mudar e alienar sua família.
Gandhi fez o voto do celibato total aos 37 anos de idade e
ordenou que seus dois filhos fizessem o mesmo voto para toda a vida. Quando o
mais velho deles, Harilal, quis se casar, Gandhi
recusou-se a dar sua bênção. O jovem frustrado tornou-se alcoólico e morreu na
desonra.
Gandhi insistiu que seus discípulos mais chegados também se
unissem a ele no celibato, mesmo aqueles que eram felizes no casamento. Ele
declarou que "a realização de Deus é impossível sem a renúncia completa do
desejo sexual". COmo vê, Gandhi na busca da
perfeição do caráter, tornou-se obcecado com essas coisas e finalmente com o
controle do apetite. Sua autobiografia dedica capítulos inteiros a um processo
longo de refinamento de seus hábitos alimentares. Ele fez voto de permitir
apenas 2 refeições ao dia. Um jantar típico consistia em 2 gomos de toranja,
coalhada de leite de cabra e sopa de limão. Não sei se eu suportaria sopa de
limão, e você?
O estilo de sacrifício de Gandhi contrasta grandemente com
o ensino sem nenhum egoísmo do apóstolo Paulo.
"Rogo-vos pois, irmãos, pelas
misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos por sacrifício
vivo." Romanos
12:1,2.
Você notou a nossa motivação aqui? "As misericórdias
de Deus", é apreciação pela graça de Deus em Cristo que nos conduz à nossa
própria disciplina. Em gratidão por termos sido salvos, nos dedicamos a Deus e
dedicamos nossa vida em ajudar aos outros pecadores a compartilharem do
banquete do Evangelho.
Aprender o significado do verdadeiro auto-sacrifício
não é fácil. O próprio apóstolo Paulo teve dificuldades nisso. Antes de se
converter a Cristo, Paulo, como Gandhi, levava sua vida de forma rígida para se
qualificar para a salvação. Anos mais tarde, escrevendo aos convertidos em Filipos, ele lembrou aquele sufocante legalismo. Ele
explicou sua maravilhosa descoberta na liberdade de Jesus: "Mas o que para
mim era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras
considero tudo como perda por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo
Jesus meu Sehor: por amor do qual perdi todas as
coisas e as considero como refugo. Para ganhar a Cristo e ser achado nele, não
tendo justiça própria que procede de lei, baseada na fé para o conhecer."
Filipenses 3:7-10.
Eu quero conhecer Jesus, disse Paulo. Como Gandhi, o
apóstolo tinha se dedicado em seu legalismo muito além da mera auto-disciplina, chegando as raias
do auto-sacrifício. Tudo para poder merecer os
favores de Deus. Finalmente, ele encontrou Jesus como seu Salvador e dispensou
o registro de suas próprias conquistas espirituais como se fossem refugo.
A Bíblia diz que nada mais importa agora, a não ser
conhecer a Jesus. Paulo continuou negando a si mesmo os prazeres do pecado, mas
somente para prosseguir em seu relacionamento com Cristo e para divulgar as
boas novas às almas perdidas. Eu creio que Gandhi nos deixou envergonhados no
que se refere às questão da auto-disciplina,
não é mesmo? Se sa salvação dependesse das obras
humanas, ele, sem dúvida, teria sido o melhor. Mas, graças a Deus temos um
Salvador. Mas não vamos relaxar em nossa obediência por causa disso. O amor e a
apreciação devem nos compelir a nos dedicar àquele cujo sacrifício nos salvou.
Vamos dar uma última olhada na notável vida de Mahatma
Gandhi. Freqüentemente através dos anos ele jejuava,
muitas vezes em noma da sua pátria. De fato, privar-se de alimentação havia se
tornado uma tática muito eficaz de Gandhi. Seu último jejum ocorreu durante a
crise que se seguiu na festa da independência da Índia. Violenta e
convulsionada, a nova nação sofria com a luta dos hindus contra os muçulmanos.
Centenas de milhares morreram.
Gandhi, horrorizado, anunciou que faria jejum até a morte
se a horrível mortandade não parasse. No segundo dia de jejum, sua pressão
arterial caiu perigosamente e seu coração começou a ficar descompassado. No
terceiro dia, toda a Índia temia por sua vida. Bem, finalmente, a estratégia de
Gandhi deu certo. Líderes das facções em guerra foram juntos ao leito dele
prometendo parar a luta. Certo de que a paz viria, Gandhi concordou em quebrar
o jejum. Após cinco dias sem comer, o veterano guerreiro pela não-violência
tomou alguns goles de suco de laranja. Esse jejum foi o último presente de
Gandhi para seu país.
Alguns dias mais tarde ele foi morto quando caminhava para
fazer as orações. A multidão que o adorava curvava aos seus pés à medida que
ele ia passando. Um dos que se curvaram era um atarracado hindu de 39 anos
chamado Nathuram Godse. De
repente Godse ergueu-se e sacou um revólver de cor
preta. Três tiros atingiram o alvo. Gandhi caiu gritando: "Hai Rama!"
"Ó Deus!" e morreu.
Naquela noite, o líder indiano, Nehru, com a voz cheia de
dor, disse à nação estarrecida: "A luz se apagou de nossa vida e há trevas
por toda a parte. Ah, amado líder, defensor da paz, o pai da nação não mais
existe."
Sim, a trágica morte de Mahatma Gandhi significou trevas e
derrota para seus seguidores. Que diferença para nós com a morte de Jesus
Cristo. Ao morrer, nosso Senhor conquistou a sepultura. Sua ressurreição do
túmulo promete vida eterna para aqueles que nEle crêem. Um dia, muito breve, Cristo voltará para esta Terra
em glória para levar seu povo para o lar celeste.
58
O VERDADEIRO JESUS
George Vandeman
Muitos de vocês provavelmente cresceram ouvindo falar a
respeito de Jesus. Ele sempre esteve por perto obtendo reconhecimento especial,
talvez, na Páscoa e no Natal. Todos os que tiveram a sorte de nascer nos
chamados países "cristãos", com certeza já ouviram falar a respeito
do Bebê na manjedoura, do grande Mestre, do Homem na cruz. Dias santos, festas
de Natal, Páscoa... e Jesus. Estas são algumas referências para todas as
pessoas. Jesus está nesse contexto.
Jesus faz parte
do modo de vida moderno. As igrejas erguem suas torres nos bairros e cidades
por todas as regiões do país. A Bíblia parece ser honrada em toda parte. As
pessoas sentem que, de alguma forma, vivem em um país cristão. O cristianismo
tem influenciado grandemente a cultura ocidental em geral e o nosso país em
particular, e temos que ser gratos por isso. Mas quando começamos a comparar o
modo de vida de Jesus com o nosso modo de vida, perdemos a perspectiva.
Jesus começa a
desaparecer aos poucos. Ele se torna irreconhecível no meio das tradições
humanas. Quando Jesus ocupa um lugar superficial é fácil vê-Lo como acessório,
algo que é bom de se ter por perto, quase como um amuleto da sorte.
Parece que existe
uma porção de amuletos à venda hoje em dia. A imagem do menino Jesus com uma
auréola pode ser encontrada à venda a preços nada modestos. Adesivos de pára-brisas com a imagem de Jesus também estão à venda.
Além disso encontramos ainda brinquedos, quadros e camisetas com a imagem de
Jesus.
É claro, coisas
que não têm valor para uns são um tesouro para outros. Mas parece haver um
ponto onde Cristo é vulgarizado, você não acha? Ele se torna um mero acessório
entre muitos outros. Quando Cristo chega até nós assim fragmentado, não obtemos
uma imagem completa. Sua mensagem é reduzida a slogans, Sua
obra é transformada no que for atraente para a maioria.
Infelizmente, o
Cristo reduzido se encaixa mais facilmente ao nosso estilo consumista de vida.
Podemos assim, iniciar um convívio com um evangelho manipulado, bem pouco
ajustado às nossas crenças e práticas. Tudo o que sentimos é que Jesus, de
alguma forma, está por perto e fazemos questão de mantê-Lo ali, ao fundo.
Certo dia um
homem entrou em uma livraria cristã e começou a procurar distraidamente um
livro. Após alguns minutos, o dono da livraria aproximou-se dele e disse:
– O senhor parece
bastante preocupado. Posso ajudá-lo?
– Desculpe-me –
respondeu o homem – mas acabo de vir
do hospital onde fiquei sabendo que minha mãe está com câncer e não tem muito
tempo de vida. Gostaria de comprar uma Bíblia para ela.
O dono perguntou:
– O senhor sabe
que tipo de Bíblia sua mãe prefere?
– Sim – disse ele
– uma que não seja muito religiosa.
Imagine! O homem
queria uma Bíblia que não fosse muito religiosa, como se a Bíblia fosse um
desses produtos que vêm na versão extra-forte
ou suave. O homem queria apenas um pouco de conforto, só isso. Nada muito
comprometedor, você entende.
É assim que
muitos têm olhado para Jesus. Ele é ótimo como um chaveirinho que possa trazer
conforto vez por outra; ótimo como um slogan que possa chamar a atenção aqui e
ali. Mas nada muito comprometedor.
Estamos cercados
por Cristo; Ele está perto, é muito familiar e
todavia, permanece como uma imagem ao fundo. Talvez precisemos retroceder um
pouco e olhar melhor. Talvez tenhamos perdido muita coisa enquanto estamos
acomodados em nossa confortável poltrona sentindo estar perto do que sempre
presumimos ser Jesus. Vamos tentar ver Jesus através dos olhos de pessoas que
cresceram em culturas muito diferentes da nossa. Pessoas para quem Cristo é um
completo estranho.
Vamos começar com
uma visita à nação muçulmana do Paquistão, uma terra de minaretes, de mulheres
com véus e solenes homens sagrados. Ser seguidor do islamismo é uma parte
irreversível da identidade nacional paquistanesa. Quando soam as melódicas
chamadas à oração dos templos muçulmanos, por todas as cidades paquistanesas as
pessoas se prostram em oração como sinal de lealdade a Alá. Eles param cinco
vezes por dia e se inclinam na direção de Meca. Milhares fazem peregrinação à
cidade santa todos os anos para adorar em seu templo sagrado. Os paquistaneses
também são incrivelmente leais ao profeta Maomé e seu livro sagrado, o Alcorão.
Bilquis Sheikh era uma orgulhosa e nobre muçulmana,
ex-esposa do ministro do interior do Paquistão. Bilquis
aparentava ter tudo: riquezas, uma linda casa com belíssimos jardins, muitos
criados, e um filho a quem adorava. Mas ela também sentia um profundo anseio
espiritual que não estava sendo preenchido.
Na leitura do
Alcorão, começou a notar muitas referências aos escritos judeus que o
precederam. Assim, Bilquis decidiu adquirir
secretamente uma Bíblia para ver se conseguia algumas respostas.
Quando ela
começou a ler a Bíblia, alguns trechos do livro de Romanos chamaram sua
atenção. Ela sentiu-se atraída por estas palavras: "Porque o fim da lei é
Cristo para justiça de todo aquele que crê" (Romanos 10:4).
"Como Cristo
poderia ser o fim da luta?" Bilquis ponderou. E
continuou lendo: "... a palavra está junto de ti, na tua boca e no teu
coração... se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração
creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo" (Romanos 10: 8 e
9).
Bilquis balançou a cabeça. Os muçulmanos aprendem que
Cristo não morreu realmente na cruz, e certamente não ressurgiu da sepultura.
Por que o Alcorão e a Bíblia se contradizem assim? Bilquis
havia aprendido que todo aquele que invocasse o nome de Alá seria salvo. Mas,
crer que Cristo era Alá, que Cristo era Deus? Isso era algo totalmente novo.
Mesmo assim, Bilquis não parou de ler a Bíblia. Ela estava fascinada
pela história de Jesus. A passagem da mulher adúltera trazida perante Jesus
chamou sua atenção. Ela tremeu, sabendo exatamente o destino que aguardava
aquela mulher. Os códigos morais do antigo Oriente não eram muito diferentes
dos códigos do Paquistão. Os homens da comunidade são compelidos pela tradição
a punir qualquer mulher adúltera. Quando Bilquis leu
sobre a culpada que ficou tremendo diante de seus acusadores, ela sabia que os próprios
irmãos, tios e primos da mulher tomariam logo a frente, prontos para apedrejá-
la. Mas aí, Jesus disse:
– Aquele que não
tiver pecado atire a primeira pedra.
Bilquis ficou deslumbrada. Em vez de supervisionar a
execução legal, o profeta havia forçado os acusadores da mulher, a reconhecerem
sua própria culpa. Bilquis sentiu que havia alguma
coisa muito lógica, muito certa quanto ao desafio daquele profeta. Aquele homem
falava a verdade.
Mais tarde Bilquis ficou conhecendo uma missionária cristã, a senhora
Mitchell. Um dia ela perguntou:
– Senhora
Mitchell, sabe alguma coisa sobre Deus?
A missionária
pensou um momento e respondeu:
– Infelizmente
não sei muito sobre Deus, mas eu O conheço.
Que declaração
extraordinária! Bilquis pensou. Como alguém podia
presumir conhecer Deus! Quando Bilquis pediu para a
senhora Mitchel explicar, a missionária respondeu simplesmente:
– Eu conheço
Jesus.
Logo depois disso
Bilquis teve que levar seu filho para um tratamento
no Hospital da Sagrada Família em Rawalpindi. Lá, ela
começou a falar com um médico cristão sobre suas recentes descobertas.
– Preciso
encontrar a Deus – Bilquis disse ao médico – mas
estou confusa sobre a sua fé. Vocês parecem fazer Deus tão pessoal!
O médico cristão
respondeu:
– Só existe um
meio de descobrir por que nos sentimos assim. Por que a senhora não ora ao Deus
que está procurando? Fale com Ele como se fosse um amigo seu.
Bilquis sorriu. Seria melhor que o doutor sugerisse que ela
falasse com o Taj Mahal. Mas aí o médico inclinou-se para frente e disse em voz
baixa:
– Fale com Ele
como se fosse o seu pai.
Essas palavras
deixaram Bilquis um pouco abalada, achou-as
assustadoras e confortadoras. Como muçulmana ela jamais havia pensado em Deus
como um pai. Alá estava longe demais para ser qualquer coisa desse tipo. Mas,
aos poucos, Bilquis aprendeu a conversar com Deus.
Ela aprendeu mais sobre Jesus e finalmente aceitou a Cristo como seu Salvador.
Esta nobre
muçulmana descobriu o amor, o conforto e a paz ao se tornar filha do Pai
Celestial.
Sei que esta
história é verdadeira pois conheço Bilquis
pessoalmente, e você também iria sentir-se inspirado se a conhecesse como eu.
Muitas religiões
nos dão imagens distintas de Deus e muitos profetas afirmam descrevê-Lo com
precisão. Mas apenas Jesus nos mostra Deus como nosso Pai. Ele não fica no topo
de uma montanha nos indicando como chegar até Deus. Ele fica bem do nosso lado
em nossas alegrias e tristezas, em nossas lutas diárias. Isso faz parte da
maravilha da encarnação: Deus tornando-se carne. A boa notícia desse livro é
que Deus está conosco, realmente. Ele é um Pai interessado e amoroso. Jesus
trouxe Deus para perto.
Imagine Jesus
tocando os leprosos, confortando as viúvas, perdoando a adúltera, curando os
aflitos e encorajando os discípulos atribulados. Isso não é uma realidade
remota; isso é Deus conosco, tão perto quanto um pai pode estar.
Vamos analisar
agora uma outra imagem de Cristo vista do lado de fora. Vamos dar uma olhada no
mundo do bramanismo indiano.
A Índia tem sido
descrita como uma terra "obcecada por Deus". Viajei por esses
lugares, e por todo o país encontrei pessoas peregrinando rumo ao infinito,
desde adoradores solitários meditando sobre os sagrados escritos hindus, até
rebanhos de fiéis em busca de méritos em oração para seus muitos deuses.
A Índia permanece
sendo basicamente uma sociedade hindu. E nessa sociedade os brâmanes ocupam o
mais alto nível. Eles são a privilegiada casta dos sacerdotes.
Os brâmanes eram
tradicionalmente os professores espirituais das massas. Hoje, eles continuam
sendo a elite, os líderes cultos de seu povo.
Ramon Umashankar nasceu brâmane. Com pouca idade, os anciãos lhe
ensinaram que ele era um deus, e que para perceber sua divindade deveria
praticar ioga e meditação. Mas ainda adolescente, Ramon começou a duvidar se
poderia de fato encontrar a Deus através de um sortimento variado de ídolos
adorados nos templos hindus.
Mais tarde Ramon
mudou-se para os Estados Unidos e começou a examinar a Bíblia e as afirmações
de Cristo. Ele havia sempre respeitado Jesus por Sua humildade, mas agora Ramon
soube que esse Rabi afirmava ser o único Filho de Deus. E ele notou que muitos
cristãos pareciam ter uma paz que anos de meditação não conseguiram lhe dar.
Mesmo assim,
Ramon estava determinado a encontrar a verdade em sua própria religião hindu.
Então ele assistiu a um filme sobre a vida de Cristo. Pela primeira vez soube
que Jesus havia experimentado sofrimento e dor como ser humano. Antes pensava
que Jesus havia, de algum modo, usado Seus poderes sobrenaturais para escapar
da dor e da crucificação. Mas agora ele não podia explicar a cruz. Como esse
Jesus suportou todo o sofrimento, por todos os pecadores? À medida que
continuou meditando sobre a morte de Cristo, ele ficou impressionado com
tamanha demonstração de amor. Decidiu abrir mão de sua
cobiçada posição de brâmane e entregou a vida a Jesus Cristo. Ele estava
convencido das afirmações de Jesus. Em comparação com o amor sacrifical de
Cristo, Ramon disse:
– Tudo o mais
caiu em pedaços.
Somente Jesus
poderia ser descrito nas palavras: "... humilhou-se a si mesmo, sendo
obediente até à morte, e morte de cruz"
(Filipenses 2:8).
Muitas religiões
dizem coisas bonitas sobre o amor. Mas somente uma pessoa demonstrou sua
largura, altura e profundidade. Existem muitos deuses fazendo várias
reivindicações hoje, mas apenas um Deus mostrou o Seu amor ao dar a Sua vida.
Entre todos os monumentos e símbolos religiosos em nosso mundo, a cruz
permanece sozinha. Ela é única. Deus Todo-poderoso, Deus o Santíssimo, sofrendo
a morte de um criminoso para redimir a humanidade indigna. Pense nisso: não é de
se admirar que um hindu brâmane tenha sido conquistado por esse puro amor?
Dos templos da
Índia vamos viajar agora para o Tibet, o telhado do mundo. Lá, entre os picos
gelados do Himalaia e os vales isolados, o povo mantém tradições religiosas de
muitos séculos. Sua religião é o budismo. O fiel move suas rodas de oração e pratica cerimônias devocionais em um mundo assombrado por
demônios e iluminado pelos homens sagrados chamados lamas.
Um jovem lama
tibetano chamado Chekub decidiu a alguns anos atrás
fazer uma peregrinação especial. Ele viajou a pé até uma figueira sagrada. Foi
ali, o povo dizia, que Buda recebeu um facho de sabedoria. Meditando à sombra
daquela árvore, ele chegou ao fim da sua busca da verdade.
Chekub vinha se sentindo pouco à vontade em viver fazendo
as orações que Buda disse ao povo que provavelmente trariam sorte. Ele esperava
obter alguma sabedoria junto à figueira. Mas quando juntou-se aos outros
peregrinos no lugar santo, Chekub só conseguia pensar
nos ensinamentos que haviam se originado ali e que não tinham lhe trazido paz.
Em suas viagens
havia aprendido muito sobre a natureza humana. Ele tinha visto muito pranto e
sofrimento. Mas, e quanto à verdadeira santidade e exultação do espírito? Isso
ainda lhe faltava. Então Chekub lembrou-se do livro
que um missionário de passagem havia lhe dado. O livro descrevia um certo homem
sagrado, Jesus, que havia caminhado fazendo o bem e ajudando as pessoas. Chekub tornara-se fascinado por esse Jesus e lia o livro
com freqüência. Mas ele tinha perdido o livro. Chekub ponderou: "será que esse Jesus tinha as
respostas que ele buscava?"
Ao voltar para
casa, Chekub conheceu um outro jovem lama chamado Lobsang, que havia assistido a algumas reuniões de
cristãos. Lobsang tinha ouvido vários testemunhos
cristãos e disse a Chekub emocionado:
– Eles são livres
de demônios. Cristo rompeu o poder dos demônios sobre sua vida.
Assim que Chekub passou a conhecer os cristãos, ficou impressionado
com as mudanças que Cristo havia feito na vida deles. Ele notou nos
missionários cristãos uma grande humildade a qual, estranhamente, faltava em
seus grandes professores lama.
Finalmente,
concluiu que só em Cristo poderia haver perdão para o pecado e um novo
nascimento para a alma. Ele decidiu ficar com os cristãos.
Quando um outro
lama soube da decisão de Chekub, disse asperamente:
– Olhe para você
agora! Você antes era um importante sacerdote, mas agora é um pária. Você é o
mais desprezível de todos!
Mas Chekub declarou que havia descoberto seu verdadeiro valor
aos olhos de Deus:
– Aqueles que são
purificados pelo sangue de Cristo, serão recebidos na presença de Deus – Chekub disse ao lama.
Chekub começou a orar para ser libertado da bebida e de
outros hábitos que o atormentaram no passado e constatou que tais problemas
caiam como plumas velhas.
Verdadeiramente
havia poder em Cristo. Chekub sentiu uma tremenda
sensação de renovação.
Esse ex-lama tornou-se um dos obreiros cristãos mais amados no
Tibet.
Anos mais tarde, Chekub encontrou um hindu idoso que começou a falar sobre
os quatro ciclos da vida. No quarto ciclo, ele disse que Chekub
devia meditar e tentar encontrar o caminho para a vida eterna. Chekub replicou:
– Eu já tenho a
vida eterna.
E começou a
explicar. Mas o hindu o interrompeu:
– Não me pregue a
sua religião. Nós já temos uma linda religião verdadeirmente
indiana.
Então Chekub fez uma pergunta que deixou aquele velho senhor sem
resposta:
– E ela pode
salvá-lo do poder do pecado?
Amigo, essa
continua a ser uma boa pergunta. Quase todas as religiões contêm bons
ensinamentos morais. Quase todas podem indicar o modo certo para se viver. Mas
precisamos mais que isso. Saber o que é certo não é o problema. É o poder para
agir certo que precisamos. Precisamos do poder para
vencer o pecado. Precisamos da força para viver uma vida justa.
Chekub descobriu que somente Cristo provê esse tipo de
poder. E sua vida foi uma prova viva. Ele, juntamente com milhares de seres
humanos regenerados, testificam quanto ao inigualável poder transformador de
Cristo.
Você agora vê
Cristo sob um prisma diferente, olhando-O do lado de fora. Ele parece
maravilhoso! Incomparável! Sua encarnação é inigualável. Somente Cristo traz o
Deus Todo-poderoso para perto de nós. Sua morte na cruz é inestimável. Somente
Cristo demonstra amor em sua plenitude. Sua vida é admirável. Somente Cristo
nós dá o poder para vencer o pecado. Você já descobriu esse Cristo
extraordinário? Ou Ele é simplesmente uma parte superficial de sua vida? Ele é
apenas alguém que sempre esteve por perto, alguém vagamente familiar?
Cristo, o Amigo
especial, requer um compromisso único e singular. Ele deu tudo para poder
conquistar nosso coração. Ele se esvaziou para nos tornar plenos. Assim,
devemos dar-Lhe tudo também, devemos colocar nossa vida em Suas mãos. Devemos
aceitá-Lo como Salvador e Senhor.
Você vai fazer
esse compromisso agora? Cristo está esperando, Ele anseia Se aproximar para
demonstrar Seu amor e dar-lhe poder para vencer o pecado. Depende unicamente de
você. Faça a sua escolha agora.
VOCÊ PRECISA ESCOLHER
Letra e música: Jon Mohr
Versão: Everson Mückenberger
Você ouviu
do amor de Deus
e deve estar a perguntar:
"Aceito a Cristo e Seu amor?
ou não responderei?"
Você tem que escolher
se aceitará o Seu amor.
Jesus é tudo que você sempre procurou.
Ele é a liberdade que você sempre sonhou.
Mas Cristo, quer
que você tome a decisão final.
E, você tem que escolher;
depende só de você.
Gravado por Eclair no LP 106 da
gravadora CBCR
Oração
Pai, obrigado por Jesus. Não quero perder essa chance de
entregar a minha vida a Ele. Aceito Jesus como meu Salvador e meu Senhor. Creio
que Tu tornarás o incomparável Cristo uma realidade para mim. Em Teu nome,
amém.
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O DILEMA DO CARRASCO
George Vandeman
O que será que
passa pela mente de um homem quando ele está caminhando para a sua execução?
Será que ele pensa em seu passado? Pensa em sua mãe? Seu crime? Ou lembra
alguma brincadeira de infância? E quando as portas são abertas e ele é levado
para a sala de execução, o que será que ele pensa sobre seu futuro?
Muitos pensaram
sobre estas questões em 1977 quando a nação dos EUA fixou sua atenção no
destino de Gary Gilmore, um assassino que queria morrer.
Quando um juiz da
suprema corte de Salt Lake City condenou Gary Gilmore à morte, em 1976, a
tragédia deste assassino condenado parecia ter chegado ao fim,
mas na verdade estava apenas começando. O caminho para sua execução foi muito
longo e doloroso. Antes de morrer, Gilmore representou para milhares de pessoas
os terríveis dilemas da pena de morte.
Em 1972 a suprema corte decretou que a pena de morte era
inconstitucional, porque acreditava que as penas eram dadas de forma
“arbitrária” e “tendenciosa”. Nos anos seguintes, muitos estados legislaram
diretrizes sobre a condenação de presos. Por isso, em 1976, a suprema corte revisou seu
decreto. Ela declarava que
dentro de certas diretrizes a pena de morte poderia ser
administrada.
Ninguém havia
sido executado nos Estados Unidos na última década. As câmaras de gás e as cadeiras
elétricas não eram mais usadas. A idéia de reativar
estes métodos incomodava muita gente. Defensores do direito à vida tentaram
desesperadamente achar uma maneira de suspender a pena de Gilmore. Grupos
contra a pena de morte protestaram ruidosamente, dizendo que aquela pena era um
“ritual pagão” desumano. Outros grupos apoiaram a pena de morte simplesmente
como uma justiça, afirmando que o seu valor era servir de exemplo para outros
que matassem a sangue frio.
E assim o país
inteiro debatia o assunto: era correto matar Gary Gilmore? Será que ele não
tinha mais salvação? Será que ele era uma ameaça tão grande para a sociedade?
Mas a pergunta que prevalecia era: em que circunstâncias poderíamos dar fim à
vida de uma pessoa?
Francamente, não
sei se conseguiria responder
à estas perguntas. Não sei se eu conseguiria condenar um homem à
morte. Mas uma coisa eu sei com muita certeza: o próprio Deus terá que enfrentar esta
terrível questão. Ele terá que enfrentar o "dilema do carrasco". Veja
bem, Deus terá que resolver o que fazer com os maus. Existem aqueles que sempre
dão as costas à graça de Deus. Aqueles que consistentemente menosprezam Sua
lei. O que Deus pode fazer com eles no fim? É claro que pensamos imediatamente
no inferno. Mas você já pensou no inferno levando em consideração a pena de
morte? As pessoas têm idéias diferentes do que seja o
inferno. Mas poucas param para pensar no porquê do inferno. Para que serve,
afinal de contas, todo aquele fogo e enxofre? Como é que a justiça será feita?
Que tipo de condenação será executada?
No caso de Gary
Gilmore uma vida foi sacrificada por outra. Em julho de 1976 ele entrou num
posto de gasolina e matou o frentista, um estudante universitário. Na noite
seguinte ele obrigou o funcionário de um hotel, com a ajuda de uma arma, a
entregar todo o dinheiro. Depois, Gilmore pediu à sua vítima que se ajoelhasse
e atirou em sua nuca.
Não houve motivos
aparentes. Apenas assassinato a sangue frio. O próprio Gilmore não entendeu
suas ações. Ele contou ao tribunal que "era como estar assistindo outra
pessoa puxar o gatilho, olhando a cena através de uma cortina de água.”
Bem, a maioria
dos americanos achou que ele era um homem que merecia morrer. Dezenas de homens
chegaram a telefonar para o diretor do presídio pedindo para fazerem parte do
esquadrão de fuzilamento. Morte por fuzilamento foi o meio de execução
escolhido por Gilmore. Ele queria ficar de pé e morrer como um homem.
Havia muita
discussão na época sobre a maneira mais humana de se executar criminosos
condenados. Alguns acreditavam que uma injeção com uma droga letal seria o meio
mais indolor. Outros acreditavam que o enforcamento era mais rápido. No
entanto, com toda esta discussão e o debate nacional sobre a pena de morte, havia uma opção que
ninguém tinha considerado. Ninguém sugeriu que Gilmore fosse torturado até a
morte. Ele certamente tinha uma longa história criminal. Ele havia dado fim a duas vidas inocentes.
Parecia um caso patológico. Mas, mesmo assim, ninguém propôs seriamente que
Gilmore pagasse pelos seus crimes com agonia física, nem mesmo aqueles que mais
defendiam a pena de morte.
Ninguém sugeriu,
por exemplo, que Gilmore fosse queimado até a morte. Mas muitas pessoas
acreditam que nosso Pai Celestial irá fazer exatamente isto. Os maus, eles dizem, devem ser torturados
para pagarem por seus pecados. E além do
mais, eles imaginam que o campo de execução de Deus seja um local de tormento
sem fim, um lugar onde a agonia dos condenados continua para sempre. É importante lembrar que as pessoas que
acreditam no inferno eterno não são sádicas ou insensíveis. Elas não defendem,
por exemplo, o castigo cruel e incomum para as pessoas nesta vida. Mas
acreditam que ele deveria existir na próxima vida e elas acham isto por uma
razão: muitas acham que a Bíblia ensina isto. Elas foram informadas que o
tormento eterno é uma das doutrinas básicas da Bíblia. Tenho certeza de que a
muitos foi ensinado isto. E existem textos que podem ser interpretados de tal
maneira que defendam a idéia do tormento eterno. O
livro do Apocalipse nos dá esta terrível imagem: ”o
diabo foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde também se
encontram não só a besta como o falso profeta, e serão atormentados de dia e de
noite pelos séculos do séculos.” (Apocalipse 20:10)
Os maus também
irão terminar seus dias neste terrível lago de fogo. Em outros trechos da Bíblia também
encontramos textos que nos falam de “castigo eterno” e de “desprezo eterno”.
Talvez por isso muitos acreditam que esta é a palavra final da Bíblia sobre
este assunto. No entanto, a maioria admite que a idéia
do tormento eterno não faz sentido algum.
Como é que
poderemos usufruir da alegria eterna no céu se houver milhões padecendo no
inferno eterno? Teríamos que ser muito mais duros e impiedosos do que somos
atualmente, você não acha? Por que Deus iria sujeitar uma pessoa a milhares de
anos de tortura por causa de uns 60 ou 70 anos de pecados?
A maioria das
pessoas admite que o inferno eterno é um grande mistério. É praticamente uma
doutrina impossível de se pregar por qualquer pessoa com compaixão. Mas muitos
cristãos dizem que está na Bíblia e portanto devemos
acreditar, mesmo parecendo terrivelmente injusto e indo contra tudo aquilo que
sabemos do caráter benevolente de Deus.
Não há dúvida de
que precisamos ser
fiéis à Bíblia. Qual é o quadro geral que ela nos dá sobre o
destino dos maus? Observe o que o apóstolo Pedro nos diz: “... Os céus que
agora existem e a terra têm sido entesourados para fogo, estando reservados
para o dia do juízo e destruição dos homens ímpios.” (II Pedro 3:7) Para Pedro,
o fogo no fim do mundo representava a destruição dos homens ímpios, não é? O apóstolo Paulo concordava e disse o
seguinte sobre aqueles que haviam se tornado inimigos da cruz de Cristo: “o
destino deles é a perdição...” (Filipenses 3:19)
O próprio Jesus
avisou: “... Larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição...”
(Mateus 7:13)
Os estudiosos
dizem o seguinte: a palavra grega que traduzida significa “destruição”, é a palavra mais forte
que poderia ser usada para significar perda total de existência. Em toda a
Bíblia existe uma idéia dominante sobre o destino dos
maus, que é a morte e a destruição. Os profetas e os apóstolos, juntos,
reforçam esta idéia. "Os maus", todos
afirmam, "morrerão, eles padecerão, serão queimados, serão completamente
consumidos, se tornarão cinzas e se tornarão como se nunca tivessem
existido". Ora meu amigo, a Bíblia é bem clara a esse respeito. O salário
do pecado é a morte e não uma vida eterna no inferno. Se queremos ser fiéis à
Bíblia, me parece que precisamos adaptar nossas idéias
sobre a natureza do inferno a estas declarações claras sobre a morte final dos
maus. Não devemos, por exemplo, supor que o corpo é destruído no inferno mas que a alma continua a sofrer. Jesus disse o
seguinte: “... Aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o
corpo.” (Mateus 10:28) Isto está bem claro, não está? Mas, você poderá
perguntar sobre as palavras “castigo eterno”. O que exatamente é eterno sobre o fogo e o
tormento? Não são as conseqüências em si que são
eternas? O resultado final? Outros textos da Bíblia apóiam esta idéia. O livro dos
Hebreus fala da “salvação eterna” e do “julgamento eterno”. Já sabemos que o
ato da salvação acontece num momento específico e sabemos que o julgamento
acontece num momento específico; não prosseguirá para sempre. Estas duas coisas
não são eternas por si só. Mas os resultados da salvação e do julgamento serão
eternos. Da mesma forma, a condenação, que resulta na morte, a “segunda morte”,
pode ser chamada de eterna. Suas conseqüências são
eternas. A condenação será eterna, o
castigo não. Percebe a diferença? Temos um ensinamento na Bíblia que nos diz
que os maus irão morrer e ponto final. Mas, não podemos nos esquecer, temos
outra imagem: a de um inferno de fogo e enxofre, um lugar onde os maus estarão “chorando e rangendo os dentes”. Qual o propósito de
tudo isto? Se os maus serão executados, por assim dizer, por que estas imagens
terríveis de desespero e fogo insaciável?
Para compreender,
vamos ver mais uma vez a tragédia de Gary Gilmore. Na manhã do dia 17 de
janeiro de 1977, cinco atiradores se reuniram num velho armazém na prisão
estadual de Utah e permaneceram silenciosos atrás de uma cortina de pano de
vela com cinco aberturas. Gary Gilmore, de camiseta preta e calças brancas
amassadas, estava sentado e amarrado a uma cadeira de escritório. Ele examinou
calmamente a sala fria e mal iluminada, olhou para o diretor da prisão, e então
disse:
– Vamos lá.
Os cinco
atiradores apontaram seus fuzis no alvo que estava preso por cima do coração de
Gary Gilmore. O diretor fez um sinal com sua mão. Os homens atiraram. Quatro
balas atingiram o corpo do condenado e então o corpo caiu. Depois disso foi ouvida uma declaração
oficial bem concisa:
– A ordem do
tribunal de justiça do 4º distrito do estado de Utah foi cumprida. Gary
Marshall Gilmore está morto.
Esta foi a cena
pela qual milhões de pessoas
esperavam. Algumas com horror e apreensão, outras esperando
impacientemente que a justiça fosse feita.
A execução de Gary Gilmore deu início a muitos comentários, uma tragédia
com uma grande força hipnótica. Mas
sabe, as balas que deram um fim à existência de Gilmore foram apenas uma
pequena parte desta triste história. A verdadeira tragédia, na minha opinião,
foi que Gary Gilmore nunca teve uma vida verdadeira. Ele a perdeu.
Gary se meteu em
encrencas muito cedo. Aos 14 anos de idade ele foi mandando para um
reformatório. Depois disso ele passava temporadas nas prisões e só ficava livre
o tempo suficiente para cometer mais crimes, roubo de carros, assaltos armados
e agressões.
Gary cresceu na
cadeia. Ele ficou atrás das grades durante 18 dos seus últimos 21 anos de vida.
Quando ele recebeu sua condicional em 1976, Gary Gilmore era apenas uma fachada
de homem. As brutalidades da cadeia e suas próprias escolhas erradas, tinham
marcado sua alma. Seus últimos dois crimes, os assassinatos em Utah, pareciam
praticamente um apelo que ele fazia para ser executado. Seus 35 anos de vida
tinham sido
pateticamente limitados, cheios de crueldade e torturados por impulsos de autodestruição.
Esta é a grande
tragédia. Gilmore na verdade nunca teve uma vida. E é esta, na minha opinião, a
grande tragédia dos maus no fim do mundo. É isto que a imagem de inferno de
Deus está tentando nos dizer. Todo aquele fogo e enxofre é isso. Os maus irão
perder... eles irão perder a vida eterna.
Esta é a grande tragédia.
É por isto que a
Bíblia enfatiza a maravilha da vida eterna com Deus, a alegria de relações
carinhosas e perfeitas por toda a eternidade. Há uma nova época chegando e, que
tragédia seria perder isto tudo para sempre.
Bem, vamos
examinar mais de perto o “choro e o ranger de dentes” do qual falávamos e vocÊ verá o que eu quero dizer. Em Mateus 13 verso 50,
Jesus afirma numa parábola, que naquela “fornalha de fogo” fina
l haverá “choro e ranger de dentes.” Bem, deixe eu mostrar outros
trechos onde esta mesma expressão é usada. Numa parábola em Mateus 22, o reino
do Céu é visto como um grande banquete de casamento. Os convidados se reunem para comemorar o casamento do filho do rei. Mas um homem vem à festa sem estar vestido
adequadamente, o que é um ato desrespeitoso. Este convidado arrogante é lançado
para fora. “...Nas trevas, ali haverá
choro e ranger de dentes.” (Mateus 22:13) Por que tanta dor? Ora, porque o homem
percebe que ele está de fora! Ele se dá conta do que está perdendo fora deste
banquete maravilhoso.
Esta mesma imagem
pode ser vista na parábola dos talentos. O senhor da casa volta e descobre que
dois de seus empregados fizeram bom uso dos talentos que ele lhes deu. E então
o senhor convida alegremente os dois homens para: “...Entra no gozo do teu
Senhor!” (Mateus 25:21) Mas um empregado, preguiçoso e desconfiado, não fez
nada com o seu talento, e este homem é lançado “...Nas trevas, ali haverá choro
e ranger de dentes.” (Mateus 25:30) Por que tanta agonia? Porque o homem está na escuridão. Ele também
ficou sem a vida abundante que seu senhor prometeu. A Bíblia sempre relaciona o
“choro e o ranger de dentes” com a dor de ficar de fora, de ser deixado na
escuridão lá fora. Perder as maravilhas da vida eterna. Esta é a grande tragédia. Esta é a agonia do
inferno. Será que Deus precisa torturar os maus arbitrariamente para poder
puni-los adequadamente? Não! A dor vem quando percebem o que perderam, o que
foi jogado fora. Sua vida irá parecer pateticamente limitada, sufocados com a
crueldade, torturados pelos impulsos autodestrutivos! Ora essa, comparado com a
vida eterna, ainda não viveram nada! E é por isso que há choro e ranger de
dentes.
Mas por favor não
me entenda mal. Eu acredito que o inferno será bem real. Será muito quente. Não apenas um estado
psicológico. A Bíblia descreve chamas bem verdadeiras no fim do mundo. Mas ela também descreve uma morte muito
verdadeira dos maus. Devemos reunir estas duas imagens. Quando fizermos isto,
começaremos a entender o propósito do inferno. Sabemos que o fogo e o enxofre
não caem do céu para torturarem as pessoas para sempre. As chamas consomem os maus. Elas removem o
mau do universo. Mas o fogo também nos mostra uma dor muito real: a agonia de
ficar de fora.
Não se esqueça, a
Bíblia traça uma imagem terrível deste fogo inextinguível exatamente porque a
sensação de perda será muito intensa. É um alerta de uma grande tragédia, a
maior tragédia imaginável: perder a vida eterna ao lado de Deus.
Gary Gilmore
sofreu, teve vários pesadelos durante suas noites mal dormidas antes de sua
execução. Ele dizia que estava sendo assombrado por demônios que “sussurravam
coisas desprezíveis” “eles mordem e agarram, arranham e gritam.” Quando foi
perguntado sobre a morte e a vida após a morte, este homem atormentado
respondeu com estas palavras: “eu não quero voltar” “eu não quero voltar”. A
tragédia de uma vida que ficou de fora. A tragédia de um homem que não agüentava mais a escuridão, que não podia se virar para luz
nenhuma. Amigo, não se torne parte
desta tragédia. Por favor não fique de fora. A vida eterna o aguarda. A vida em
sua abundância original está lhe esperando. Alegrias que nem podemos imaginar
nos esperam. Não fique preso na escuridão, lá fora onde
há "choro e ranger de dentes". Que trágico seria descobrir no final
que perdemos tudo isto, que a vida eterna passou por nós. Não consigo imaginar
dor maior que esta.
Mas não precisa
ser assim. Não, para ninguém. Pois cada um de nós é convidado a entrar, entrar
no banquete de casamento, aquela celebração maravilhosa. Só precisamos colocar
nossa fé em Cristo nosso Salvador e confiar nossa vida em Suas mãos. Jesus promete nos
manter a Seu lado, na luz. Num relacionamento com Ele. Não precisamos jamais temer aquela
escuridão do lado de fora.
Jesus é a Rocha
Letra e Música: Ariney Oliveira
Hoje é o tempo de mudar o coração,
tempo de mudar as coisas ao redor,
tempo de um futuro bem melhor,
com muita luz e com Jesus.
Hoje é o tempo de preparo para o amanhã,
tempo de saber que Cristo vai voltar,
sem a inocência terna e frágil de um bebê,
mas com a glória e resplendor
que manifestam Seu poder.
Um homem veio a Terra para conquistar a paz,
um homem veio a Terra para dar o Seu amor,
e veio dar a vida por alguém que não O amou.
Cristo vai voltar, deves pronto
estar
pois um novo mundo Ele vai então formar.
E vem marchando sobre as nuvens lá do Céu,
em glória o Seu reino irá fundar.
E muitos anjos estarão ao Seu redor quando voltar,
e a Sua face nós iremos contempla
Jesus é a Rocha
que traz vida ao coração sem esperança,
é a fonte de poder e proteção.
E vem carregando em Seu corpo
a eterna marca do amor e do perdão.
Amém, amém, amém, amém!
Gravado
por Alessandra Samadello no AB 555001 da gravadora ABBO
Oração
Meu Pai, sou grato por teres me avisado do fogo no final.
Às vezes é difícil ver o quê estou perdendo. Mas Tu
tornaste a perda da vida eterna muito vívida, muito clara na Bíblia. Então
quero manter minha vida na palma de Tua mão. Confio em
Ti. E me alegro
com a maravilhosa esperança de passar a eternidade contigo. Amém.
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A SEGURANÇA DA MONTANHA
George Vandeman
As pessoas sempre sentiram um anseio para conquistar as
alturas, explorar o desconhecido. Parecemos incuravelmente curiosos, os picos
espirituais nos atraem. Os altíssimos locais que escondem os mistérios de Deus
nos fascinam, as alturas das grandes experiências espirituais nos chamam, ecoam
como um apelo intrépido. Mas aqui, no "mundo de verdade", a vida
espiritual pode parecer muito distante, o próprio Deus pode parecer
inacessível. Em nossos estreitos caminhos duvidamos: será que posso vencer as
barreiras? Conseguirei chegar acima das nuvens?
Muitas pessoas
são atraídas para a vida espiritual, mas sentem que a escalada é muito alta. Os
"cristãos vitoriosos" podem intimidar um pouco. Os testemunhos de
gloriosas experiências daqueles que atingiram o topo às vezes nos assustam.
Presumimos que tais coisas estão fora do nosso alcance.
Podemos olhar com
admiração para aqueles que conquistaram as alturas. Grandes missionários,
santos notáveis, pastores eloqüentes. Mas muitos de
nós estamos inclinados a pensar que os grandes sucessos espirituais pertencem a
uns poucos escolhidos. As pessoas dizem: "se ao menos eu tivesse esse tipo
de fé..."
Homens e mulheres
de fé. É assim que chamamos esses heróis espirituais. Em Hebreus, capítulo 11,
encontramos uma enorme lista de heróis bíblicos, pessoas que deixaram tudo pela
terra prometida, atravessaram o Mar Vermelho, conquistaram exércitos
estrangeiros, e aceitaram o martírio. E fizeram isso tudo pela fé. Todos os
seus grandes feitos aconteceram pela fé. É assim que as coisas acontecem na
vida cristã. A fé é o combustível que impulsiona a espiritualidade.
Os escritores do
Novo Testamento são muito claros a respeito disso. Eles nos dizem que somos
salvos pela fé, perdoados pela fé, justificados e santificados pela fé e
entusiasmados pela fé. Eles nos dizem que Cristo habita em nosso coração pela
fé, que venceremos o mundo pela fé, que caminhamos no Espírito pela fé. Tudo
acontece pela fé.
Todas aquelas
frases religiosas que por vezes nos mistificam, tais como: "purificados
pelo sangue, cheios do Espírito", estão relacionadas com a fé. Portanto, é
verdade: a fé é a chave para o crescimento na vida espiritual, para o sucesso
na escalada da montanha. Porém, não é verdade que a fé é um dom apenas para uns
poucos escolhidos, a fé não é algo que somente uma elite obtém.
Eu gostaria de
esclarecer alguns conceitos errados que muitas pessoas têm a respeito da fé, e
analisar com você como a fé funciona de fato. Vamos descobrir que a fé é uma
reação muito natural e que o progresso na vida espiritual também é um processo
muito natural. Faremos isso examinando o modo como se escala as montanhas de
verdade.
Bem, o primeiro
conceito errado que as pessoas têm é o de que a fé é um empreendimento muito
superficial, como um salto em pleno ar. Pensam que precisam fechar os olhos ao
que se vê para tornar o que não se vê mais real, ou imaginam que a fé é uma
desesperada tentativa para realizar o improvável. Mas ouça, o alpinista não
salta, ele dá passos bem cuidadosos. Seus olhos estão bem abertos. Ele se
concentra em cada borda e fenda da montanha.
A fé funciona do
mesmo modo. Em primeiro lugar há uma forma correta de olhar, de se concentrar
na coisa certa e então dar os passos apropriados. A fé não é uma conquista vaga
e mística; mas é tão somente olhar. A Bíblia nos manda olhar para Jesus. Logo
após o capítulo onze de Hebreus, o famoso capítulo da fé, vem a descrição de
como disputamos a corrida cristã: "Olhando firmemente para Jesus, o autor
e consumador da fé... " Hebreus 12:2.
Como conseguimos
progresso? Olhando para Jesus e nos concentrando nEle.
Colossenses 3:1 nos diz: "Buscai as coisas que são de cima, onde Cristo
está..." Em II Coríntios 3:18 lemos: "E todos nós com o rosto
desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos
transformados... na sua própria imagem..."
Somos
transformados contemplando a Cristo e nos concentrando nEle.
Essa é a essência da fé: olhar para Jesus. É simplesmente isso.
Muitas pessoas pensam que precisam gerar fé suficiente para
fazer a vida cristã funcionar. Estão sempre lamentando o fato de parecerem não
ter fé suficiente; elas se concentram em sua fé e se esforçam para obter mais.
Mas não nos é pedido que olhemos para a nossa fé, é pedido que olhemos para
Jesus. A essência da fé é não olhar para nós mesmos, mas para Cristo.
Sabe, nós não
temos que ter fé na fé; temos que ter fé em Cristo, que é fiel. A fé é o
resultado natural da concentração em Cristo, que é confiável. Ela não tem que
ser gerada artificialmente.
Vamos voltar
agora para a montanha. O alpinista sobe a rocha prendendo a corda de modo firme
aos ganchos e movimentando-se em direção a eles. Ele tem que se prender à
montanha. Na verdade, ele está usando a força da própria montanha para escalar
um de seus lados. Ele está dependendo desse pico imóvel para apoiar seu peso. A
possibilidade de o alpinista derrubar a montanha, é claro, é absurda. Ele
confia que o pico permanecerá firme.
Sabe, é assim que
a fé nos ajuda a subir também. Ela nos prende firmes à montanha, a Deus. E se
estivermos presos, Sua força é transferida para nós.
Sua confiabilidade nos dá a alavanca.
O alpinista é
cuidadoso ao pregar os ganchos em intervalos regulares para que a corda fique
firmemente presa à montanha. Aqui novamente está outra lição. Precisamos nos
prender a Deus a intervalos regulares. Como? Passando algum tempo concentrados nEle, olhando para Ele. Precisamos de horários regulares
para lermos e meditarmos sobre o caráter de Cristo. Precisamos absorver a vida
do Espírito em Sua palavra, e precisamos abrir o coração a Cristo em oração.
Esse tipo de
olhar cria a fé. Você quer mais fé? Então olhe mais para Jesus. Não há
substituto para esse olhar devocional que nos prende à montanha. Quando
desprezamos esse apego vital, caímos e podemos nos ferir. Mas isso não
significa que a montanha nos abandonará. Não, Deus nos segura através da medida
de fé que temos. Quando caímos, precisamos entrar em contato com a montanha
outra vez, precisamos nos prender de novo e nos agarrar firmemente a ela.
Existe uma coisa interessante a respeito de um mecanismo usado no alpinismo,
chamado "amigo". Você logo saberá por que ele tem esse nome. O
alpinista o segura e o puxa para trás enfiando-o em seguida a uma fenda na
montanha. Depois, prende a corda nele e o abre. Sabe como ele fica agarrado à
rocha? Quando a corda é puxada, as peças são forçadas a abrir. O mecanismo se
alarga e se prende cada vez mais firme de modo que quanto mais se pressiona o
"amigo", mais firmemente ele prende.
Nossa fé também
se expande com a pressão. Quanto mais dependemos dela, mais peso lhe confiamos,
de modo que mais forte ela se torna. A fé cresce através do exercício.
Suponhamos que
alguma coisa o esteja preocupando demais. Eu o desafio a colocar
conscientemente o problema nas mãos de Deus. Diga-Lhe que confia nEle para ajudá-lo na solução, e assim, veja o que
acontece. Você descobrirá que pode confiar na ajuda e sua fé crescerá.
Digamos que você
vê alguém em necessidade. Peça a Deus força interna para ajudar tal pessoa. Vá e
estenda a mão. Você verá Deus atuar por seu intermédio e sua fé crescerá. A fé
não cresce em um vazio. Ela não chega até aqueles que ficam sentados esperando
por ela. A fé surge para aqueles que escalam a montanha. Você quer mais fé? Use
a que você tem. Siga avante por ela. O passo da fé não é um passo em direção ao
nada; é um passo dado enquanto você se segura na corda, confiando na força de
Deus. Assim, por favor amigo, segure firme. Segure com toda a sua força, porque
quanto mais firme segurar, mais firme você se sentirá.
Há uma
maravilhosa liberdade em estar seguramente preso ao Pai Celeste. Paisagens
inspiradoras se abrem àqueles que aprenderam a olhar e se concentrar em Jesus.
A disciplina de uma vida devocional regular abre muitas novas possibilidades
para nós. É emocionante descobrir quão confiável é de fato o Senhor.
Confie em Cristo.
Há uma paz maravilhosa em uma vida baseada nisso. Muitas pessoas pensam na fé
como algo totalmente passivo, como um último recurso após todos os esforços
terem falhado. Quando nada funciona, você "deixa correr" e tem fé de
que as coisas de algum modo vão melhorar. Esforçar-se e ter fé são vistos quase
como opostos. Você pode fazer um ou o outro mas não
ambos. Bem, ouça o conselho que o apóstolo Paulo deu ao seu jovem discípulo
Timóteo: "Combate o bom combate da fé." I Timóteo 6:12.
O bom combate da
fé. Isso parece passivo? Ouça, a fé é um princípio dinâmico e ativo. É o
alicerce de todo esforço frutífero. É verdade que haverá ocasiões em que tudo o
que podemos fazer é ficar pendurados. Há ocasiões em que a nossa fé deve
simplesmente segurar a mão de Deus e esperar. A vida não é uma longa subida
ininterrupta. Mas quando formos capazes de seguir para cima, a fé deve ser uma
parte vital de nossos esforços. Portanto vamos olhar mais de perto agora como a
fé e o esforço interagem.
Pense de novo na
frase de Paulo: "O bom combate da fé." Note que ele não disse "o
bom combate ao pecado", ou "o bom combate da justiça". Não, o
bom combate que Paulo recomenda relaciona-se à fé. E em que consiste a fé?
Olhar para Jesus. Eu creio que Paulo está dizendo que nossa luta principal deve
ser a de manter o olhar em Jesus. Manter aquela comunicação regular ativa,
manter a vida devocional intacta. Esse é o combate da fé.
Se nosso combate
for dirigido primeiramente contra o pecado, teremos dificuldade em progredir.
Se nos concentrarmos no pecado, nos problemas, será fácil desanimar e tropeçar.
Existem incontáveis pessoas sinceras que vivem terrivelmente frustradas por
estarem olhando para os pecados. Elas querem superá-los, elas querem adquirir
boas qualidades, mas sua fé, seu foco de atenção, está mal direcionado. Se
pudéssemos apenas colocar os melhores esforços na concentração em Jesus,
poderíamos realizar muitas coisas. Ele é a força motivadora por trás de todo o
nosso progresso.
É verdade que
somos aconselhados a "buscar sempre a justiça". E é verdade que
existem vezes em que devemos lidar com o pecado. Mas temos sempre que olhar
para essas coisas através de Jesus, nunca separados dEle.
Só poderemos lutar quando estivermos firmemente presos à montanha.
Veja como um
alpinista se move montanha acima. Ele certamente não é passivo. Ele não é
empurrado para cima. O alpinista está totalmente envolvido. Existe um esforço
verdadeiro produzido por ele. Mas seu esforço é primeiramente direcionado para
uma coisa: permanecer agarrado à montanha. Ele se concentra na montanha e a
corda o prende firmemente a ela. Quanto mais perto ele fica da montanha, mais
seguramente ele segue para cima.
Aqui, portanto,
está o equilíbrio entre a fé e o esforço. Estamos seguramente presos à fé pela
força da montanha. E estando firmemente seguros podemos seguir para cima. Nós
nos escondemos na "fenda da rocha", como a Bíblia diz, todavia progredimos dentro dela. Dependemos totalmente da
confiabilidade de Deus e ao fazer isso, tornamo-nos fortes também.
O esforço é
importante, mas existe o que podemos chamar de esforço bom e esforço ruim;
esforço frutífero e esforço inútil. Existe um bom combate e um combate estéril.
A diferença é a fé. A fé nos dá segurança, sabemos que somos aceitos por Deus
incondicionalmente; temos uma corda para segurar.
Ninguém pode
crescer, ninguém pode progredir sem esse senso de aceitação de Deus. Esforços
sem Ele são inúteis. Sem essa segurança as pessoas se esforçam para ser boas a
fim de serem aceitas. Isso é como tentar escalar o lado de uma montanha para se
prender a ela. Impossível! Temos que nos prender primeiro. Temos que colocar a
fé na aceitação incondicional de Deus primeiro. Aí a fé nos dará a alavanca.
Ao olharmos para
Jesus começamos a absorver Suas qualidades; passamos a partilhar de Sua força.
Percebemos quão confiável Ele é e achamos mais fácil caminhar na fé, apoiar-se
na montanha e subir. A fé nos dá a alavanca. Por isso Judas pôde dizer as
seguintes palavras em sua pequena carta: "Edificando-vos na vossa fé
santíssima..." (Judas 20)
Sem essa alavanca
os esforços acabarão em frustração. Ao tentar subir com nossas próprias forças,
escorregaremos constantemente. É como
tentar escalar a montanha olhando para os pés o tempo todo. Se não nos
concentrarmos na montanha, não conseguiremos nos prender a ela. Não sou lá um grande alpinista, mas já
escalei até quatro mil e quinhentos metros numa das maiores montanhas do mundo.
Estou falando hoje sobre um assunto do qual entendo um pouco e talvez isso nos
ajude a entender um pouco melhor a fé.
A fé nos dá
segurança e apoio – duas coisas essenciais para escalar a montanha. E o mais
maravilhoso é que estes dois ingredientes reforçam um ao outro. Quanto mais
seguros nos sentirmos, mais usaremos a montanha como alavanca e quanto mais
alavanca usarmos, mais seguros nos sentiremos.
A vantagem em
crescer na fé é que não nos afastamos de Deus ao nos aproximar do pico. Aqueles
que tentam escalar sozinhos, enfrentam esse problema. Quanto mais superficial
for a justiça obtida, menos se sente a necessidade de depender de Deus. E
quanto menos se depende dEle, mais superficial se
torna a integridade.
Mas aquele que
escala pela fé, fica cada vez mais junto da montanha ao se aproximar do pico.
Sua concentração aumenta e ele ganha mais experiência no uso de cada fenda, de
cada fissura. Cada passo para cima ensina como depender mais de Deus e como conquistar mais.
Quando nosso apego a Deus se torna tão intenso assim, tão íntimo, descobrimos
que, na fé, podemos fazer até o impossível.
Sim, a fé pode
nos levar diretamente ao topo. Cada um de nós pode progredir espiritualmente na
vida. Tudo que precisamos é manter o apego à montanha. Jamais se esqueça disso.
Você vai se
empenhar no bom combate da fé? Vai dedicar tempo todos os dias concentrando seu
olhar em Jesus? Não há substituto para isso. Não há outro caminho para tornar
nossos esforços verdadeiramente frutíferos.
Você pode
experimentar, através de um contato íntimo com Cristo a maravilhosa verdade da
declaração de João: "E esta é a vitória que vence o mundo, a nossa
fé."
Jesus é a Rocha
Letra e Música: Ariney Oliveira
Hoje é o tempo de mudar o coração,
tempo de mudar as coisas ao redor,
tempo de um futuro bem melhor,
com muita luz e com Jesus.
Hoje é o tempo de preparo para o amanhã,
tempo de saber que Cristo vai voltar,
sem a inocência terna e frágil de um bebê,
mas com a glória e resplendor
que manifestam Seu poder.
Um homem veio a Terra para conquistar a paz,
um homem veio a Terra para dar o Seu amor,
e veio dar a vida por alguém que não O amou.
Cristo vai voltar, deves pronto
estar
pois um novo mundo Ele vai então formar.
E vem marchando sobre as nuvens lá do Céu,
em glória o Seu reino irá fundar.
E muitos anjos estarão ao Seu redor quando voltar,
e a Sua face nós iremos contemplar
Jesus é a Rocha
que traz vida ao coração sem esperança,
é a fonte de poder e proteção.
E vem carregando em Seu corpo
a eterna marca do amor e do perdão.
Amém, amém, amém, amém!
Gravado
por Alessandra Samadello no AB 555001 da gravadora ABBO
Oração
Querido Pai, obrigado por tornares a fé tão simples.
Obrigado por haver tanta força em apenas olhar para Jesus. Ajuda-me a
concentrar o olhar nEle. Ajuda-me a dedicar um tempo
cada dia para essa disciplina tão essencial. Mantenha-me firmemente preso a Ti
ao seguir rumo ao topo da montanha. Amém.
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DESARMANDO A DEPRESSÃO
George Vandeman
Começa com uma
sensação de desapontamento. Uma sombra paira sobre sua vida. Depois vem uma
sensação de exaustão. Cada pequena ação exige um esforço enorme. As pessoas
tentam animá-lo, mas de algum modo você se sente isolado de todos. Você se
afasta mais e mais para dentro de uma concha. Você tenta combater essa tristeza
que o domina, tenta desesperadamente encontrar alguma saída, mas a sensação de
desânimo suga toda sua energia. A escuridão se estende por todos os lados e
você se afunda cada vez mais no poço sem fundo que é a depressão.
Vivemos em um
mundo cheio de percalços, de tragédias, de tropeços. Existem muitas bordas
afiadas nesta vida que cortam e que mutilam. Mas sabe, existe uma borda afiada
que, ao que parece, fere as pessoas mais do que qualquer outra coisa. Os
pesquisadores concluíram que a depressão produz mais sofrimento do que qualquer
outra doença que nos aflige.
Quem poderia
imaginar que as tristezas poderiam ser tão prejudiciais? O Instituto Nacional
de Saúde Mental nos informa que cerca de 125 mil americanos são hospitalizados
a cada ano com depressão. Outros 200 mil são tratados por psiquiatras. E mais
perturbador ainda é o seguinte: os profissionais da saúde estimam que os casos
não tratados de depressão atingem de quatro a oito milhões a cada ano.
Alguns crêem que o problema assume proporções endêmicas. Isso é
muito sofrimento! São muitas as baixas. Existe um grande
número de pessoas para as quais a depressão é um perigo claro e
presente. Um inimigo sempre a espreita nas esquinas.
Mas você pode desarmar esta ameaça a sua saúde.
Existem coisas
definidas que podemos fazer
para remover os efeitos mais prejudiciais da depressão e evitar
que ela ataque de modo mais profundo. Há também um livro na Bíblia que é, de
fato, uma excelente arma que podemos usar contra a depressão. Parece feito sob
medida para esta tarefa.
Vamos começar com
uma rápida olhada em algumas das causas da depressão. Isto irá ajudar.
Geralmente a
depressão pode estar ligada a alguma perda que tivemos. Perda de um ente
querido, perda de uma oportunidade de emprego, perda da auto-estima. A depressão é em essência uma reação à
perda, uma sensação de desapontamento. Um médico resumiu as raízes da depressão
a "uma sensação de estar encurralado". Ele observou muitas pessoas
que eram incapazes de sair de situações intoleráveis e que se afundaram na
depressão.
Uma coisa que
você precisa saber é que existem vários tipos de depressão. Para algumas
pessoas, esta aflição parece ter uma ligação biológica ou química. Alguma coisa
está fora de equilíbrio em seu corpo e alguns casos graves e duradouros de
depressão melhoram com medicação. Mas para outras pessoas, esta aflição parece
estar ligada a ferimentos emocionais. Eles surgiram desde a infância e esses
ferimentos psicológicos arraigados podem resultar em crises muitos graves de
depressão.
Obviamente, não podemos lidar com esses tipos muito graves
de depressão em um espaço tão pequeno. Se você estiver sofrendo de períodos
longos de depressão que o deixam incapaz de viver bem, você deve procurar um
médico ou um conselheiro.
Eu vou abordar o
tipo mais geral de depressão que assombra muitos de nós e que é chamado
comumente de "baixo astral". Conseguimos sobreviver, mas o mundo ao
nosso redor parece muito sombrio. Cada tarefa chega a ser proibitiva e nós nos
sentimos "pra baixo". Parece que não conseguimos nos levantar.
Bem, vamos
examinar mais de perto o que esse sentir-se "pra baixo" realmente
quer dizer.
O Dr. Tim Lahaye, meu amigo pessoal e conselheiro cristão, apresenta algumas idéias que nos ajudarão.
Ele notou um
ponto comum entre as muitas pessoas que vêm até ele com depressão. Ele observou
que para a maioria das pessoas, os valores podem ser divididos em certos
componentes. Assim, o primeiro componente é uma perda ou um desapontamento. o
segundo componente são coisas ruins que acontecem na vida: rejeição, injúria,
insultos, coisas assim. Você foi tratado mal e a vida lhe parece injusta, então
você se ressente do que aconteceu e a raiva aumenta por dentro. Aí vem o
terceiro elemento: tudo isso multiplicado pela tristeza. A tristeza
multiplicada se transforma em depressão.
Nossa
participação na vida começa a parecer insuportável. A perda e o desapontamento
aumentam cada vez mais. As perspectivas de uma solução diminuem mais e mais e
nos sentimos tremendamente tristes conosco. Esta,
portanto, é a fórmula para a depressão: você toma uma perda, acrescenta a ela
raiva e ressentimento e multiplica pela tristeza. O resultado é um caso
garantido de depressão.
A chave para a
depressão é nossa reação, nossa atitude para com essas coisas ruins que cruzam
nosso caminho.
Depressões
acontecem por causa de certos hábitos de pensar que desenvolvemos. As
depressões crescem no cérebro. Assim, para desarmarmos a depressão temos que
eliminar hábitos falhos do pensar. Isso não é fácil, mas através da graça de
Deus é possível.
Um homem
experimentou esta divina graça profundamente. Foi o apóstolo Paulo, e eu quero
apresentar a você uma de suas epístolas: a carta aos Filipenses. Creio que você
descobrirá nestes quatro curtos capítulos de Filipenses a chave para desarmar a
depressão.
Filipenses é um daqueles pequenos livros da Bíblia. Foi
escrito no escuro de um calabouço romano. O apóstolo Paulo estava preso na
ocasião. As prisões não são agradáveis atualmente, mas eram piores naquela
época: escuras, úmidas, não eram mais do que cubículos frios de pedra, muitas
vezes subterrâneos. Os prisioneiros eram, em geral, acorrentados à parede e
recebiam comida apenas para sobreviverem às muitas agressões de guardas
insensíveis. O enérgico e sempre ativo Paulo deve ter sentido aquelas paredes
de pedras fecharem-se lentamente em torno dele. Ele teve que lutar contra a
sufocante tristeza de seu isolamento, teve que desarmar a depressão de algum
modo, sozinho no calabouço.
E foi assim que ele fez. Ele escreveu uma carta incrível,
uma carta repleta de graça e gratidão. Ele começa dizendo: "Graça e paz a vós
da parte de Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo" (Filipenses 1:2).
E veja como a
carta termina: "A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós
todos" (Filipenses 4:23).
Filipenses começa
e termina com graça. A graça domina. Paulo teve que organizar suas idéias andando de um lado para o outro sobre a palha suja
da sua cela. Mas ele não estava simplesmente na prisão. Ele estava muito mais
na graça de Deus. O amor de Deus, o interesse de Deus por ele estavam em
primeiro lugar na mente do apóstolo. Paulo não deixou seus pensamentos se
afundarem na escuridão de suas circunstâncias, ele não deixou a ansiedade, o
ressentimento e a raiva o dominarem; em vez disso, ele fez o que aconselhou aos
filipenses: "Não estejais inquietos por coisa alguma: antes as vossas
petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas com
ação de graças" (Filipenses 4:6).
Paulo colocou sua
situação depressiva nas mãos de Deus. Ele apontou seu problema na direção do
céu e quando fez isso, começou a ver a luz entrando através da tristeza. Ele
viu que a graça de Deus podia fazer alguma coisa positiva aos seus problemas
atuais. O apóstolo conseguiu escrever: "As coisas que me aconteceram
contribuíram para o progresso do evangelho" (Filipenses 1:12).
Como resultado
desta prisão, Paulo disse, muitos descrentes haviam conhecido as reivindicações
de Cristo (isso era importante) e muitos cristãos estavam agora compartilhando
sua fé com maior coragem.
Esse prisioneiro
olhou através das grossas paredes de pedra ao seu redor e viu a graça de Deus
operando maravilhosamente e regozijou-se com isso.
Essa percepção da
graça de Deus também ajudou Paulo a desarmar a depressão de outro modo.
Impulsionou seus pensamentos para além de si próprio em direção da vida dos
outros.
Esta epístola não
diz quase nada das terríveis condições da prisão de Paulo, mas ela nos fala
muito sobre o relacionamento de Paulo com os filipenses. Ele os chama de
"irmãos que eu amo e sinto saudades". Seu maior desejo era que
permanecessem firmes na fé, que o amor aumentasse, que pudessem brilhar como
estrelas no universo. Pense nisso! Em um calabouço daqueles, Paulo derramava
graça às pessoas apreciando a liberdade delas. Ele empurrava para trás as
paredes com a arma da graça de Deus. Ele não estava na prisão, ele estava na
graça de Deus. Isto nos leva à segunda grande arma que Paulo usou para desarmar
a depressão.
Logo no início de
sua epístola maravilhosamente encorajadora, ele diz: "Dou graças ao meu
Deus todas as vezes que me lembro de vós" (Filipenses 1:3).
Paulo expressou
gratidão. Qualquer um que ler esta epístola percebe de imediato quantos motivos
o escritor acha para agradecer. Ele se regozija com o crescimento da fé dos
filipenses; ele se regozija que Cristo seja pregado, ele se regozija com sua
cidadania no Céu; ele se regozija em Cristo que humilhou-se a si próprio e em
Deus Todo-poderoso que pode manter tudo sob Seu controle. Estas são as coisas
que Paulo escreve, estas são as coisas pelas quais ele é grato. Não existe uma
só nota de mágoa e tristeza em toda esta carta. Paulo era grato demais para
isso, não havia lugar para reclamações. Sua gratidão era tão entusiástica que
ele se detinha em apreciar o amor inesquecível: "Regozijai-vos sempre no
Senhor, outra vez vos digo, regozijai-vos" (Filipenses 4:4).
A cela de Paulo
era sufocantemente pequena? Sim, mas seu Deus era
grande. Sua cela era depressivamente escura? Sim, mas seu Deus era a luz
perfeita. Havia sempre muito para se regozijar no Senhor.
A gratidão ajuda
a desarmar a depressão. Ela nos dá uma
valiosa perspectiva, ajuda-nos a colocar a cabeça acima dos problemas.
Começamos a encontrar soluções através da gratidão. Paulo aprendeu a encontrar
soluções em todas as circunstâncias.
Novamente nessa
maravilhosa epístola, encontramos um texto muito importante: "Sei estar
abatido e sei também ter abundância: em toda a maneira e em todas as coisas
estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome; tanto a ter abundância
como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me
fortalece" (Filipenses 4:12,13).
Maravilhoso, não
é? A gratidão também cria energia. Ela produz força viva. Ajuda-nos a vencer a
tristeza que pode paralisar.
Veja a resolução
de Paulo no calabouço: "Mas uma coisa faço e é que esquecendo-me das
coisas que atrás ficam, avançando para as questões que
estão adiante de mim, prossigo para o alvo pelo prêmio da soberana vocação de
Deus em Cristo Jesus" (Filipenses 3:13 e 14).
Paulo poderia ter
facilmente ficado relembrando o passado em sua cela solitária, mas em vez
disso, preferiu agradecer o presente.
O presente, vê!?
E isso deu a ele energia para seguir adiante. Filipenses é um notável
documento. É uma maravilhosa vitória sobre tudo que pode deprimir e derrotar
uma pessoa e continua sendo uma valiosa fonte para nós também. Do fundo de uma
prisão ela brilha para nós como uma inundação de graça e gratidão.
Vamos dar outra
olhada na fórmula para a depressão que examinamos antes. Vimos que a perda ou
desapontamento mais ressentimento e raiva multiplicados pela tristeza é igual a
depressão. No entanto, Paulo nos mostra como podemos destruir esse processo.
Vamos ver uma fórmula para desarmar a depressão. Vamos começar com o mesmo
ingrediente: uma perda, injúria, experiência de desapontamento, mas em vez de
deixar o ressentimento se instalar, vamos acrescentar a graça. Em vez de ficar
lamentando a má sorte, vamos fazer disso um motivo de oração como Paulo
aconselhou.
Descobriremos que, mesmo se estivermos com um problema e
sofrendo com ele, estaremos mais ainda na graça de Deus e ela nos livrará. Mas,
por favor, deixe-me explicar isso.
Existem alguns
cidadãos que pensam que é pecado sentir tristeza. Eles acham que é nosso dever
mostrar um rosto alegre as 24 horas do dia dos 365 dias do ano. Isso pode
trazer problemas, porque não é natural. É normal sentir tristeza após uma
perda; é normal sentir depressão após um desapontamento. Esse em geral é o
jeito de a natureza nos ajudar a diminuir o ritmo e nos recuperar e é parte da
graça de Deus a simpatia em nossas tristezas.
Cristo entende
como nos sentimos. Mas após a tristeza inicial, a graça também nos ajuda a
voltar ao normal. Ajuda-nos a colocar o problema em perspectiva. Não podemos
eliminar sentimentos tristes, mas podemos desarmar a depressão, podemos
diminuir a sua força que nos puxa para baixo e nos mantém por lá.
Muito bem,
tomamos a perda e adicionamos a graça. Agora chegamos ao próximo elemento. A
multiplicação pela gratidão. Gratidão é poder. Ela nos dá uma nova perspectiva.
Nos dá a energia criativa e o resultado é a paz. Quando fazemos isso,
experimentamos o tipo de paz de Paulo, satisfeitos em toda circunstância,
confiantes e seguindo avante. É assim que podemos desarmar a depressão.
Para os
desapontamentos em sua vida, adicione graça, multiplique pela gratidão e
experimente a paz.
A graça e a
gratidão podem parecer um tanto vagas. Podem até parecer uma forma de
escapismo. Mas elas podem de fato nos ajudar a resolver problemas de verdade no
mundo de verdade? Bem, deixe-me citar um exemplo:
Uma jovem chamada
Sandra entrou no gabinete do pastor totalmente arrasada. Ela começou a contar
uma história longa e dolorosa. Seu marido, ao que parece, a tratava com
desprezo. Nada do que ela fazia o agradava. Cada dia ela lamentava o momento em
que ele voltava do trabalho para casa. Ora, Sandra era uma jovem muito bonita,
mas o senso de rejeição a havia transformado em uma mulher derrotada, frígida e
tensa. Quanto mais sentia o desdém do marido, menos motivada se sentia para
agradá-lo. Sandra estava presa a um círculo vicioso. As paredes da depressão
estavam se fechando. O pastor decidiu ter um encontro com Joe, o marido de
Sandra. Joe ficou surpreso quando soube que era o motivo da depressão da
esposa. Como muitos homens, ele não percebia o quanto sua esposa podia perceber
sua atitude. O pastor sugeriu a Joe uma coisa específica: "selecione dez
qualidades positivas em sua esposa e agradeça a Deus por elas duas vezes ao
dia: pela manhã e ao voltar do trabalho para casa."
Isso não parecia
tão difícil, por isso Joe concordou. Ele começou a agradecer a Deus pelas
coisas que ele gostava em Sandra e em pouco tempo ela começou a mudar diante de
seus olhos. Começou a ser mais afetiva. Joe continuou a ser grato e Sandra
adquiriu mais respeito próprio e motivação. Ela rompeu as paredes da depressão.
Depois de algum
tempo, o pastor perguntou a Joe se ela havia memorizado a sua lista das dez
qualidades positivas. "Ah", ele disse, "eu não só as decorei,
mas estou encontrando novas coisas nela para ser grato a cada dia."
Gratidão produz
gratidão. Gratidão é poder e não uma forma de escape. Não é apenas um vago
exercício espiritual, ela nos ajuda a enfrentar problemas de verdade no mundo
de verdade. Ajuda a desarmar a depressão.
Por favor,
lembre-se disso: não há nada que possa ter um efeito mais poderoso sobre sua
saúde mental do que o espírito de gratidão. Todos nós temos que enfrentar
momentos em que as paredes da depressão ameaçam se fechar. Todos nós somos
acometidos por perdas e desapontamentos, alguns mais graves que outros. Existem
ainda ocasiões em que a esperança é apenas uma réstia de luz ao longe. Mas
nesses momentos de escuridão podemos nos voltar para a preciosa graça e gratidão.
Aí veremos a tristeza e a depressão lentamente cederem lugar à luz da presença
de Deus. Experimentaremos energia criativa e ganharemos uma nova perspectiva
através do espírito de gratidão.
Quero que você
consiga desarmar a depressão daqui para frente. Você vai estar disposto a
praticar a gratidão? Quando a raiva e a tristeza ameaçarem, quando as tristezas
começarem a chegar, por favor, pare! Leia o livro todo de Filipenses outra vez
e comece a enumerar as coisas pelas quais você é grato.
De fato, comece
cada dia com uma oração de ação de graças. Lembre-se das bênçãos, lembre-se do
infalível amor de Deus.
Mantenha sua mente firme na graça de Deus e você descobrirá que nada na Terra
poderá derrotá-lo.
ORAÇÃO
Meu Pai, obrigado por essa maravilhosa epístola aos
Filipenses. Obrigado por inspirares tal graça e gratidão em um calabouço
escuro. Obrigado por Teu amor infalível. Quero ter a capacidade de Paulo de
regozijar-me em qualquer circunstância. Suplico que Tu me ouças e me atendas.
Em nome de Jesus, amém.
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RECEITA PARA DOIS
George Vandeman
Logo nos
primórdios, no sul da América, um casal de escravos podia se casar pulando um
cabo de vassoura por três vezes. Hoje, estamos mais sofisticados: dissolvemos
um casamento com um simples martelo do juiz. Ainda dizemos: "até que a
morte nos separe", mas parece que na verdade estamos dizendo: "até
que a morte ou o divórcio nos separe".
O que acontece
entre o altar e o martelo? Há alguma coisa errada com o casamento? Ou o
problema está com as pessoas?
As palavras de
Gina foram ríspidas e amargas:
– As placas da
estrada estavam erradas, o que prometia ser uma rodovia de felicidade era uma
estrada estreita rumo a um inferno.
Estas palavras
resumiram seus 14 anos de vida conjugal. A mãe de Gina era professora. Seu pai
morreu quando ela tinha 10 anos. Gina se casou aos 19 anos e teve dois filhos.
Trabalhou na maior parte de sua vida de casada. A maré de felicidade durou
pouco tempo. Em certas ocasiões seu marido era um modelo de esposo. Mas outras
vezes, ele bebia e perdia o emprego. Aos 35 anos, ele era financeiramente
irresponsável. Gina e seu marido tinham consultado inúmeros conselheiros. Mas
agora ela estava pedindo divórcio. Ela disse:
– Não sou a favor
do divórcio, mas o que posso fazer? Se não posso salvar meu casamento, talvez
possa pelo menos salvar minha família.
O casamento de
Gina transformou-se em estatística. Assim como outros quatrocentos mil
divórcios homologados naquele ano nos Estados Unidos. Gina era agora uma entre
os doze milhões e meio de americanos que se divorciaram.
Em 1986 houve um
milhão, cento e oitenta e três mil divórcios nos Estados Unidos. Quase um
milhão e meio. Quase a metade dos dois milhões, quatrocentos e dezenove
casamentos. Quanto à estatística, os filhos dela juntaram-se aos quinze milhões
de meninos e meninas nos Estados Unidos, que tiveram de viver tal ruptura. O
mais triste é que os números são maiores agora. Segundo as estatísticas, Gina
provavelmente se casará outra vez. E provavelmente será com alguém divorciado.
As chances de sucesso em segundos casamentos não são altas.
Mas Gina é mais
do que uma estatística. Ela é um ser humano. Um ser humano surrado pela vida,
privada de seus sonhos mais acalentados. Ela foi esmagada pela noção de que
falhou na maior aventura da vida. Agora, com seu orgulho e auto-confiança despedaçados, ela ficou desorganizada,
mal-humorada, incapaz de se concentrar, preocupada com os filhos. Ficou
solitária, amargurada, arrasada.
Como Gina e seu
marido 14 anos antes, incontáveis casais felizes de muitas gerações tem
repetido diante do altar "até que a morte nos separe". Eles dão as
mãos e ouvem as palavras ditas por Jesus: "... Portanto o que Deus ajuntou
não o separe o homem" (Mateus 19:6). Eles inclinam a cabeça com reverência
às palavras ditas originalmente pelo Criador: "Assim não são mais dois,
mas uma só carne..." (Mateus 19:6).
Mas,
infelizmente, o casamento – esse acordo sagrado dado pelo próprio Deus – é
muitas vezes realizado sem a preparação adequada. Em muitos casos, ele é tão
aviltado e abusado que pouco se assemelha com o que Deus tencionava que fosse.
O laço sagrado é transformado em cadeia.
Inúmeros casais
se envolvem em uma luta desesperada para salvar o lar. Alguns estão confusos,
sem saber porque ou como suas esperanças foram tão
amargamente frustradas. Outros sabem com tristeza que algum fracasso pessoal é
o responsável por suas dificuldades. E como resultado, o divórcio vem assumindo
proporções fantásticas.
Alguém já disse:
"vamos considerar o casamento como um cinto que podemos afivelar e
desafivelar." Em outras palavras, se você não está satisfeito, livre-se!
Um menino de 10
anos disse uma vez à namoradinha:
– "Eu amo
muito você. Quando crescermos quero que seja minha primeira esposa."
Uma jovem da
sociedade mudava de parceiro com tal freqüência que um colunista social sugeriu que ela ficasse
sócia da loja de vestidos de noiva. E alguém observou:
– Algumas mães
antiquadas, que lembram do primeiro beijo de seu marido, têm filhas que não
conseguem se lembrar do primeiro marido.
Qual é o
problema? O que está errado? O que acontece entre o altar e o processo de
divórcio? Por que a realidade não é como o sonho?
Todos os casais
olham o futuro aguardando com ansiedade o dia do casamento. Parece que ele
nunca chega. Mas chega. E agora são marido e mulher. Em apenas vinte minutos
todos os seus planos se tornam realidade e o grande dia termina. Tudo o que
resta são flores murchas, algumas migalhas do bolo do casamento e um quarto
repleto de presentes. Talvez passem alguns dias em algum local especial. Mas é
só isso. Na próxima segunda de manhã, voltam à realidade. E só o que eles têm é
um ao outro. Tão somente um ao outro. E de repente isso passa a ser assustador.
Durante meses
eles estiveram escolhendo a prataria, a porcelana, o cristal e roupas de cama,
como se o destino do planeta estivesse em jogo. Mas agora ela descobre que não
se casou com a prataria. E ele não se casou com uma capa de revista. Eles se
casaram um com o outro. Esse é o problema.
O problema do
casamento não é com a instituição. O problema é com as pessoas. As pessoas é
que precisam ser mudadas. Casais infelizes não desgostam do casamento. Eles
desgostam um do outro. O problema é as pessoas.
Sabe, dentro do
contrato do casamento existem os fortes alicerces para o sucesso de um
casamento duradouro... ou as fortes sementes das devastadoras dificuldades
emocionais. O casamento pode ser uma aventura feliz acima dos seus melhores
sonhos. Ou pode significar sombras que jamais irão embora; lágrimas que nunca
secarão.
O casamento pode
ser bem sucedido? Sim, pode. E não há muito segredo
nisso. Não seria difícil não fosse a fraqueza da natureza humana. Casamentos
felizes são feitos de pequenas coisas. Coisas simples. Gentilezas fundamentais.
Atenção sem egoísmo. As pequenas coisas que vêm tão naturalmente durante o
namoro.
Uma história que
tenho contado ao redor do mundo é aquela de um casal que estava para comemorar
bodas de ouro. Um jornal da cidade enviou um repórter para uma entrevista. Ele
só encontrou o marido em casa:
– Qual é a sua
receita para um casamento feliz e duradouro? – o repórter quis saber.
– Bem, eu lhe
direi, meu jovem. Eu era órfão, e sempre tive que trabalhar muito para pagar
casa e comida. Só pude olhar para uma garota quando adulto. Sara foi a primeira
namorada que eu tive. E quando senti que deveria lhe propor casamento, fiquei
apavorado. Mas após o casamento, seu pai me chamou de lado e me entregou um
pequeno pacote. "Aqui está tudo o que precisa saber", ele disse. E
isto é o que havia no pacote. Ele pegou um enorme relógio de ouro em seu bolso,
abriu-o, e entregou-o ao repórter. E ali no mostrador do relógio ele podia ler
todas as vezes que fosse checar as horas: "diga alguma coisa boa para
Sara".
Muito simples
para funcionar? Não! Não! Não! A grande felicidade é adquirida com atitudes
simples e fáceis. E ela é destruída pela ausência delas. Sim, os casamentos são
feitos de pequenas coisas. E são destruídos do mesmo modo. A ruína de um lar
não tem que ser um caso dramático. Pode não haver golpes. Nem infidelidade.
Apenas o constante "pingar da torneira"; a irritante "areia nos
sapatos", a contínua rejeição da simples gentileza. Coisinhas que acumulam
até que um dos dois diga:
– Eu não suporto
mais.
Se você é normal,
provavelmente já experimentou alguma tensão conjugal. Não poderia ser de outro
modo em um relacionamento tão íntimo quanto o casamento. Porém, existem aqueles
que dizem que jamais brigaram. Isso pode ser verdade. Mas talvez eles estejam
dando às suas brigas um outro rótulo.
Um marido disse:
– Nós nunca
tivemos uma briga nos trinta anos de casados. Entretanto, – ele admitiu, – nós
tivemos sérias discussões a ponto de chamar a atenção dos vizinhos.
Sim, todos os
lares tem alguns problemas. Um conselheiro conjugal
perguntou a um jovem casal:
– O que vocês têm
em comum?
A esposa
respondeu:
– Uma coisa:
nenhum dos dois suporta o outro.
John Milton, o
poeta mal casado, ouviu uma vez sua esposa ser
comparada a uma rosa. Então ele disse:
– Não entendo de
flores, mas pode ser verdade, pois sinto os espinhos diariamente.
A esposa de John
Wesley costumava fazer-lhe caretas enquanto este pregava. Não sei o que eu
faria se minha esposa fizesse isso!
As brigas, dizem,
costumam limpar o ar. E talvez o façam, às vezes. Mas as brigas deixam
cicatrizes. E ferimentos feitos com palavras são mais sérios que os ferimentos
físicos. Os ferimentos físicos podem curar logo. Mas os feitos por palavras
talvez jamais se curem.
A comunicação no
casamento é absolutamente vital. E aqueles que tentam se comunicar em qualquer
área da vida enfrentam um problema curioso. É uma rua de mão dupla. Uma esposa
disse:
– Meu marido
consegue assistir TV e ouvir rádio ao mesmo tempo, acompanhando a dois jogos
simultaneamente. As crianças podem chamá-lo o tempo todo e interrompê-lo. Mesmo
assim ele consegue falar do andamento de ambos os jogos assim que lhe
perguntarmos. Esse é o mesmo homem que senta-se a mesa para jantar sem qualquer
distração e não ouve uma palavra do que eu digo.
Muitos casamentos
poderiam ser salvos se estivéssemos dispostos a ouvir e a aceitar que o outro
talvez possa estar certo. É claro, faz parte da natureza humana pensar que
estamos sempre do lado certo em qualquer questão ou controvérsia. Um poeta
disse uma vez:
– Eu só vejo dois
pontos de vista: aquele que está errado e o meu.
O doutor Paul
Tournier, um famoso psiquiatra suíço, afirma que é uma coisa muito perigosa
estar certo. Ele diz:
– As horas mais
frutíferas da vida são as da nossa humilhação, quando vemos nossos pecados e
erros, e quando estamos tristes por causa deles. Mas enquanto nós mantivermos
zelosamente uma rota na qual sabemos que estamos certos, estaremos imunes a
tais sentimentos interiores. E não obteremos qualquer ajuda.
O doutor Tournier
diz que atende com freqüência maridos e mulheres, um
de cada vez. Aquele que está errado e admite sua culpa, está humilhado e
experimenta uma genuína renovação espiritual. Mas aquele que está certo se
recusa a perdoar e vai embora tão amargo quanto entrou.
Um lar onde não
existe o reconhecimento de culpa, um lar onde não existe o perdão, um lar que
não faz provisão para um novo começo, é um lar perto do ponto onde não há
volta.
Às vezes
precisamos começar de novo, como uma caixa registradora, do zero, sem nada na
fita. Isso é o que significa o perdão.
Creio que aqui
você quer que eu partilhe com você a receita das Escrituras para conviver com
as pessoas no lar ou em qualquer lugar. Porque em todos os relacionamentos da
vida, as pessoas é que criam os problemas. Acompanhe com cuidado cada palavra:
"O amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana,
não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus
interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a
injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera,
tudo suporta" (I Coríntios 13:4 e 7).
Não sei ao certo
se tenho coragem de me avaliar por esta receita. E quanto a você? Você é sempre
paciente e bondoso? Ou as vezes você é orgulhoso, rude, mesquinho, egoísta e
vingativo? Você percebe? O amor não mantém uma lista das coisas erradas. Nem no
papel, e nem na mente. Como você se classifica, segundo o que acabamos de ler?
E como a sua família classifica você?
Devíamos voltar
as páginas do tempo e ouvir de novo a mensagem do dia do casamento na juventude
quando o pastor pronunciou as palavras que são repetidas através dos tempos:
– Eu apelo a
ambos para que esta nova vida seja tocada pela beleza perene, nutrida pelos
graciosos sonhos que fizeram brotar em seus corações durante os dias de namoro.
Jamais deverão negar ou esquecer o ideal que tiveram uma vez, vocês deverão se
esforçar para que ele jamais seja apagado ou diminuído pelas experiências do
cotidiano. Falhas poderão surgir, as quais jaziam escondidas em uma névoa
dourada; qualidades poderão esmaecer ao brilho do sol do meio-dia. Mesmo assim
não mudem a sua devoção: permaneçam confiantes e esperançosos. No meio da
realidade das imperfeições presentes, creiam no ideal. Vocês o viram uma vez e
ele ainda existe.
Sim, todos
precisamos retornar às simples atenções dos primeiros dias de nossa afeição.
Pois os casamentos duradouros, eu digo e repito, são feitos de pequenas coisas.
Pequenas cortesias, pequenos atos de bondade, pequenas palavras de apreciação.
Por que será que
temos palavras gentis para os outros durante o dia todo, mas quando entramos
pela porta de nossa própria casa há uma tendência de relaxarmos? Amamos nossa famÍlia de todo o coração. Mas ela sabe disso? Ou agimos
como se já soubessem?
Você já ouviu
falar da "História do Primeiro Colonizador"? Esta velha e tão contada história é um
clássico. E contém muitos bons conselhos, mesmo para os tempos modernos, para
pessoas como você e eu.
A historia é sobre um jovem
colonizador que chegou em casa uma noite, cansado, após um longo dia de
trabalho.
Por alguma razão,
sem que a sua esposa soubesse, as vacas haviam fugido. E ele a culpou por isso:
– Você não tinha
mais nada para fazer – ele disse – podia pelo menos ter vigiado as vacas.
Imediatamente ele
se arrependeu do que havia dito a ela. Mas os danos tinham sido feitos. Ele se
sentiu levado a pedir perdão aquela noite, mas seu orgulho o impediu.
Na manhã seguinte
ele estava com pressa e deixou a reconciliação para outra hora. Naquele dia
mais tarde ele viu a tempestade chegando, e foi para casa. A casa estava vazia.
Mas em cima da
mesa havia um bilhete que dizia o seguinte: "As vacas escaparam de novo.
Sinto muito. Tentei mantê-las presas. Por favor seja gentil comigo quando eu
voltar para casa. Fui procurar as vacas."
Sua esposa...
naquela tempestade? Ele apressou-se em procurá-la, pouco ligando para as vacas.
Ela não havia percebido a gravidade da tempestade, que agora estava com toda a
sua fúria. Relâmpagos rasgavam o céu. Os estrondos dos trovões eram
ensurdecedores e a ventania cegava. Ele procurou desesperadamente por sua
amada. A noite toda ele vasculhou as colinas e vales. E aí, com o sol da manhã,
ele voltou para casa e encontrou o corpo da esposa estirado não muito longe de
onde ele a havia ferido com palavras. Agora era tarde para as palavras gentis,
as quais ele teria dado tudo para poder dizer.
"Se eu soubesse pela manhã,
que as palavras grosseiras
que eu disse quando você partiu
me pesariam tanto,
eu teria tido mais cuidado, querida
para não lhe fazer chorar.
Mas costumamos dizer
com palavras e olhares
coisas que jamais podemos retirar.
Embora na quietude da tarde
você possa me dar o beijo da paz,
é provável que a dor no coração
nunca passe, jamais.
Quantos saem de casa pela manhã
para nunca mais retornar;
despedaçam corações
com palavras proferidas
causam dor, causam pesar.
Oh lábios que
mostram impaciência
com palavras ferinas e vãs
que destino cruel
não fosse a noite tão tarde,
desfaria o mal da manhã."
Margaret Sangster disse estas lindas palavras para lembrarmos
sempre.
Bem, todos nós
falhamos. Mas graças a Deus, não precisamos aceitar a nós mesmos como somos. A
mudança é possível para cada um de nós quando aceitamos o toque curativo do
Onipotente, quando permitimos a divina presença em nossa alma.
O que você daria
por uma purificação dessas? O que tal mudança não faria em seu lar? O que tal
possibilidade significaria aos seus entes queridos? Você prometeu a eles o
melhor. O Céu o ajudará a dar-lhes.
Pra Sempre Vou te Amar
Letra e Música: Ray Boltz e Steve
Millikan
Versão: Fernado Iglesias
Pude ouvir a primeira oração
As promessa sinceras que me fez.
Um dia então prostrou
dizendo que pecou!
Te dei a mão
e o tempo então voltou.
Como criança eu pra sempre
vou te amar!
E se calor faltar, em mim vais encontrar.
E quando a idade enfim chegar,
não deixe de lembrar:
como criança
eu pra sempre vou te amar!
Gravado por Fernando Iglesias no MMCD 5001 de "A Voz
da Profecia"
ORAÇÃO
Pai Celeste, quem não tem sido culpado alguma vez, em algum
lugar de ferir aqueles que mais ama? Senhor, perdoa-me e cura as feridas que
tenho feito. Tu tens me mudado pelo Teu poder perdoador e transformador. Salva
a minha família. Em nome de Jesus, amém
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ALÉM DA VIDA
George Vandeman
Durante longas e silenciosas horas, guardas mantêm quieta e
cuidadosa vigília ao lado do túmulo do soldado desconhecido. Se o soldado
desconhecido pudesse falar, o que diria sobre o desconhecido? Será que de onde
está, ele sabe da troca da guarda? Será que tem consciência das homenagens à
sua memória através de todos esses anos? Existe algum tipo de telefone
mediúnico pelo qual podemos falar com esta honrada vítima da guerra?
Estas perguntas
sempre existiram: onde estão nossos parentes mortos? Eles voltarão para nós?
Existe algo melhor após o difícil dia da despedida?
Existem várias
opiniões sinceras sobre a condição de uma pessoa na morte. Alguns dizem que se
uma pessoa boa morre, sua alma vai imediatamente para o Céu e se uma pessoa má
morre, vai na mesma hora para o inferno. Outros dizem que isso não é
inteiramente verdade; afirmam que quando a pessoa morre, passa por um lugar
chamado purgatório para ser purificada. Outros insistem que ela vai para o
mundo dos espíritos onde é capaz de enviar mensagens a seus entes queridos.
Outras ainda nos dizem tristemente que a morte é o final de tudo. Entretanto,
há muitos que crêem sinceramente que quando uma
pessoa morre, ela dorme em silêncio até o dia da ressurreição.
Nem todas essas
opiniões podem estar certas, pois são contraditórias. Certamente quem não
morreu, não pode saber o que existe além da sepultura, você concorda?
Tenho investigado
muitas teorias sobre a morte. Tenho visto as tentativas da teosofia de fundir
as maiores religiões na expectativa de encontrar a resposta. Tenho viajado ao
Oriente e sentido o fascínio do apelo de suas religiões místicas. É difícil
esquecer a falta de esperança estampada no rosto das pessoas durante as
cerimônias de queima de cadáveres em Calcultá e
Bombaim, por exemplo. Ou a confusão e desespero entre os pranteadores que foram
ensinados a dizer: "a morte não existe."
Tenho
testemunhado com grande interesse o crescimento das sessões espíritas tanto na
Europa como na América durante os últimos anos, especialmente desde o aumento
da angústia provocada pelas guerras globais - uma oportunidade da qual o
Espiritismo tem se aproveitado totalmente. Também tenho estudado os ensinos de
várias igrejas, conversado com muitas pessoas e examinado meu próprio modo de
pensar. Sou forçado a concluir que esse assunto pode nos levar facilmente a
pisar em campo muito perigoso. Por isso, volto sempre ao terreno mais firme que
conheço: a Palavra de Deus, com suas perguntas simples e respostas lógicas.
Uma das mais
antigas perguntas da humanidade está escrita em Jó 14, versículo 14:
"Morrendo o homem, porventura tornará a viver?"
O apóstolo Paulo,
aquele gênio intelectual da fé cristã, dá a resposta de modo tão simples que
ninguém pode deixar de entender: "Porque, se os mortos não ressuscitam,
também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e
ainda permaneceis nos vossos pecados. E ainda mais: os que dormiram em Cristo,
pereceram. Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos
os mais infelizes de todos os homens." I Coríntios 15:16-19.
Note o raciocínio
claro e direto que Paulo usa. Ele diz que se tivermos esperança apenas nesta
vida, somos os mais infelizes de todos os homens. Esta vida não é o bastante,
ela não satisfaz, mesmo que seja excelente. Pense bem: se a vida se resume em
construir um lar, estabelecer-se, obter sucesso material, alcançar destaque
social e ir para a sepultura sem esperança no futuro, então não somos as
pessoas mais infelizes? As melhores coisas da vida ficaram de fora.
Sabe, quando
Jesus esteve aqui, Ele falava com bastante freqüência
sobre a casa de Seu Pai. Ele pedia que Seus seguidores olhassem para além da
sepultura e da morte. Assim, numa das demonstrações mais profundas e milagrosas
de todos os tempos, Ele
entregou Sua própria vida e ao terceiro dia ressuscitou dos
mortos. Naquele momento, o poder da morte foi quebrado. Agora, pela primeira
vez na História da humanidade, brotou no peito do
homem a convicção viva de que sua maior e tão acalentada esperança tinha
finalmente se tornado realidade: os mortos poderiam voltar a ser vistos e
amados.
O profeta Isaías,
muitos séculos antes, havia escrito: "Os teus mortos viverão, os teus
mortos ressuscitarão. E a terra lançará de si os mortos." Isaías 26:19.
"Os teus
mortos viverão". Maravilhosa notícia! Isaías, olhando através dos séculos,
havia declarado isto como certo. Mas Jesus foi além: Ele o demonstrou. É nesse
irrefutável fato que o apóstolo Paulo apóia seu mais
forte argumento voltado a trazer esperança a homens e mulheres consternados
quanto ao final dos tempos. "Se os mortos não ressuscitam, então Cristo
não ressuscitou."
Você crê que
Jesus ressuscitou dos mortos? Então lembre-se: a ressurreição de seus queridos
é tão certa quanto a ressurreição de Cristo!
Um dos incidentes
mais fascinantes de uma geração passada nos conta a notável conversão de dois
grandes homens céticos. Um era o eminente Gilbert West; o outro, lorde Lyttelton, o famoso jurista inglês. Esses dois homens
combinaram que Jesus deveria ser destruído. Imagine! Mas eles também
concordaram que para destruí-Lo, eram necessárias duas coisas: anular a
ressurreição de Cristo e a conversão de Paulo.
Dividiram a
tarefa. West assumiu a responsabilidade pela ressurreição de Cristo e Lyttleton cuidou da experiência de Paulo na estrada de
Damasco. Deram bastante tempo a si mesmos – um ano ou mais para cada um. Mas
quando se reencontraram para comparar os dados, ambos haviam se tornado
cristãos firmes e dedicados, testemunhando a notável mudança em suas vidas
através do contato com o Cristo ressurreto.
Se existe uma
coisa que pode desestabilizar o cético, não será a discussão, por mais sadia e
racional. Terá que ser o grau de convicção pessoal e tal convicção depende da
realidade do compromisso com o Senhor ressurreto. Talvez alguém esteja dizendo:
"Eu creio na ressurreição, mas estou confuso. O que acontece na
morte?"
Correndo o risco
de ser repetitivo, quero enfatizar uma passagem básica, o texto mais simples em
toda a Bíblia sobre o que acontece na morte: "E o pó volte à terra, como
era, e o espírito volte a Deus, que o deu." Eclesiastes 12:7.
Esta é uma
descrição do que acontece com o homem quando morre. Mas surge naturalmente a
pergunta: "Que espírito é esse que volta para Deus?" As palavras do
apóstolo Tiago podem nos ajudar a entender: "Porque, assim como o corpo
sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta." Tiago
2:26.
O espírito,
então, é que mantém o corpo vivo. Algumas Bíblias apresentam notas explicativas
de textos. Nessas notas, no livro de Tiago, você descobrirá que a palavra
"espírito" pode também ser traduzida como "fôlego", pois o
corpo sem fôlego está morto.
Como vê, essas
duas palavras "fôlego" e "espírito" são usadas
intercaladamente nas Escrituras. Por exemplo, Jó 27:3 diz: "Enquanto em
mim houver alento, e o sopro de Deus no meu nariz..."
O espírito que o
homem recebe de Deus e que volta para Deus quando morre, é o fôlego que Deus
colocou em suas narinas. Portanto, vamos agora para o registro da criação do
homem. O que Deus colocou nas narinas do homem? "Então formou o Senhor
Deus ao homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o
homem passou a ser alma vivente." Gênesis 2:7.
Na criação, Deus
soprou nas narinas do homem o sopro da vida. Então, na morte, essa fagulha ou
fôlego, ou espírito de vida, retorna a Deus que o deu, quer tenha sido ele um
santo ou um pecador. É o reverso da criação. "Então formou o Senhor Deus
ao homem do pó da terra."
O homem saiu das
mãos do Criador completo. Tem um cérebro pronto para pensar, mas não está
pensando; tem sangue em suas veias pronto para circular, mas não está
circulando; tem um coração em seu peito pronto para bater, mas não está
batendo. Ele está pronto para viver, pronto para amar, pronto para agir, mas
não está vivendo, não está amando, não está agindo ainda. A Bíblia diz: "E
soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem passou a ser alma vivente."
A partir desse
momento, o homem passou a ter uma identidade, uma personalidade, um caráter. O
homem se tornou alma vivente como resultado da união do corpo com o sopro da
vida. Assim, quando o homem morre, de acordo com Eclesiastes 12:7, o pó retorna
à terra como era, e o espírito da vida, ou o fôlego da vida, ou a fagulha da
vida, quer o homem tenha sido um santo ou um pecador, retorna a Deus que o deu.
A identidade não é perdida; o caráter é preservado. A personalidade está segura
nas mãos de Deus. Mas o homem não está mais consciente porque a união do corpo
e do fôlego que dá a vida e a mantém, foi quebrada. Em outras palavras, se a
união do pó da terra e do sopro da vida dá ao homem uma alma vivente, o que
acontece com essa alma quando esses dois elementos são separados com a morte?
Bem, qualquer um pode ver que o homem simplesmente cessa de ser uma alma
vivente até que o Doador da vida reúna os dois na manhã da ressurreição.
Suponha que temos
uma pilha de tábuas e um monte de pregos. Então pegamos essas tábuas e as
pregamos juntas. Já não temos mais uma pilha de tábuas e um monte de pregos,
temos agora uma caixa. De onde veio a caixa? "Ah", você dirá,
"não veio de parte alguma. É simplesmente a união da pilha de tábuas e do
monte de pregos." E você está certo.
Vamos supor agora
que não queremos mais a caixa, assim arrancamos os pregos e os colocamos deste
lado e colocamos as tábuas aqui atrás. Para onde foi a caixa? Você dirá:
"não foi a lugar nenhum. Ela simplesmente deixou de existir como
caixa." E você está certo de novo. As tábuas ainda existem; os pregos
ainda existem. Mas não pode haver a caixa até que eles sejam unidos novamente.
Deste modo, no
princípio, Deus formou o homem de duas coisas: do pó da terra e do fôlego da
vida. Como resultado da união dos dois, o homem se tornou uma alma que vive,
ama e age. Quando ele morre, as Escrituras dizem que eles se separam. A alma
que vive, ama e age – a combinação do corpo e do fôlego – não vai a parte
alguma, não vai para nenhum lugar. Ela simplesmente perde a consciência até a
manhã da ressurreição quando o corpo e o fôlego são unidos novamente.
Como vê, a Bíblia
não apresenta a existência do homem entre a morte e a ressurreição. Ela afirma
que ele está dormindo. Isso é bíblico, puro e simples. Evidentemente, por mais
surpreendente que possa parecer para alguns, não temos a recompensa ao morrer.
Sem dúvida, a morte é apenas uma cessação da vida até ser restaurada na
ressurreição.
Você crê que
haverá uma ressurreição no último dia? Esse tem sido um dos pilares da fé
cristã há séculos e em toda a Escritura é mostrada como a única esperança para
o futuro.
Mas por que
precisaríamos de ressurreição no último dia se, como alguns acreditam, já fomos
para o lugar de nossa recompensa ou punição ao morrermos? Se estivéssemos
desfrutando a felicidade do lar dos salvos ou a punição no inferno, Deus nos
devolveria para a sepultura para que pudéssemos ser levantados na ressurreição?
Você já pensou nisso? Tem algo errado aqui e eu temo que esta inconsistência,
que entrou na igreja cristã há séculos, tenha feito com que incontáveis homens
e mulheres tenham perdido a confiança na igreja.
Outra pergunta:
você crê no julgamento no último dia? As Escrituras dizem: "Porquanto tem
determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo..." Atos 17:31
Mas por que essas
pessoas precisariam de um julgamento se já foram recompensadas ao morrer? Elas
já não foram julgadas? Cremos que Jesus voltará à Terra, e que a finalidade de
Sua vinda é receber o Seu povo. Ele disse: "... virei outra vez, e vos
levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também."
João 14:3.
Diga-me, você
faria uma viagem para buscar seus entes queridos se já os tivesse consigo? Claro que não.
Por que então Jesus precisaria voltar e chamar Seus filhos das sepulturas se já
estão com Ele? Segundo as Escrituras, a morte não significa ir para o Céu; a
morte não significa ir para o inferno. A morte não significa ir para o
purgatório; a morte não significa ir para lugar nenhum. A morte significa
simplesmente a cessação da vida até a ressurreição.
Onde, então, está
o soldado desconhecido? De acordo com as Escrituras, ele está apenas dormindo
dentro de seu túmulo vigiado, inconsciente das homenagens feitas a ele;
esperando quietinho a ressurreição.
Jesus chamou a
morte de sono. Ele disse: "... Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou
despertá-lo do sono." João 11:11.
Seus discípulos
não entenderam muito bem. Eles sabiam que Lázaro estava doente e acharam que
seria melhor deixá-lo dormir. Note os versículos 12 a 14: "Disseram-lhe,
pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Jesus, porém, falara com
respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do
sono. Então Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu."
As irmãs de
Lázaro pensavam que Jesus tinha chegado tarde demais. Mas Ele, ficando ao lado
do túmulo, gritou: "Lázaro, sai para fora!" E Lázaro levantou-se.
Alguém sugeriu
que foi bom Jesus especificar que estava falando apenas com Lázaro; do
contrário, todos os túmulos no mundo teriam se aberto!
Lázaro veio para
fora. Tinha ele alguma história para contar de seus quatro dias além-túmulo?
Jesus o chamou de volta das alegrias de uma vida melhor para voltar à
existência neste planeta triste? Não. Jesus simplesmente o chamou do sono, um
sono que só pode ser interrompido pelo Doador da vida.
Mais de 50 vezes
a Bíblia menciona a morte como um sono. Existe alguma coisa mais maravilhosa do
que um sono tranqüilo e sem pesadelos? Todos os
tumultos, preocupações e dores de cabeça são esquecidos; não há dor, nem lágrimas.
Quando dormimos, não temos a sensação do passar do tempo. Mesmo assim, o
cristão que morre, em um instante fecha os olhos no sono da morte e para ele
parece que no próximo segundo ele acorda na ressurreição para o gozo da eternidade.
Vai parecer um rápido cochilo, embora possa ter ficado no túmulo por muitos
anos.
O jeito de Deus é
o melhor, não é? Pois Ele retira o peso da morte. Pense nisso. O cristão pode
fechar os olhos no sono da morte durante cem anos talvez; entretanto, para ele
parecerá o mesmo instante quando abrir os olhos e ver Jesus. Em poucos momentos
poderá olhar o rosto do Salvador. Existe sofrimento nisso?
Quando um cristão
morre, ele sabe que na manhã da ressurreição sua vida não será apenas
restaurada, mas ele receberá vida imortal.
"Porquanto o
Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada
a trombeta de Deus, descerá dos Céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão
primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente
com eles, entre as nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim
estaremos sempre com o Senhor." I
Tessalonicenses 4:16,17.
Pode haver
notícia melhor ou conforto maior? Visualize o Filho de Deus rasgando os Céus,
descendo através do caminho estrelado, acompanhado por miríades de anjos. E
então Ele brada com voz de trovão: "Acordai, vós que dormis no pó da
terra. Levantai para a vida eterna." Efésios 5:14
E aquela voz
chamando nossos parentes mortos será ouvida no mundo inteiro. Famílias serão
reunidas; crianças levadas pela morte serão recolocadas nos braços das mães.
Que reunião feliz será!
O que isto
significa para nós? Significa que existe algo melhor além da vida. Pense no que
significará aquele dia para os aleijados, cegos, enfraquecidos por doenças e
para as mentes confusas pelo medo. Pense no que significará ter os corpos
sadios e fortes para aqueles que amam a vida e querem viver.
A morte pode até
parecer bem-vinda para um corpo destruído pela doença e pela dor. Mas para os
fortes e jovens, a morte pode significar apenas esperanças desfeitas,
desilusões e ambições esmagadas. Mas aqui está a resposta ao ferrão da morte.
Não nas descobertas da ciência, não na exploração do espaço, não em obras que o
homem possa fazer, mas na promessa da ressurreição feita por
Aquele que demonstrou pessoalmente tal possibilidade. Esta é a nossa
esperança
Além do Rio
Letra e Música: Jader D. Santos
Tenho já sonhado com aquelas moradas,
que olho algum aqui não viu e nunca verá.
Tem beleza incapaz de ser comparada,
pois a glória do Senhor presente está.
Muito mais bonito que o sol no poente,
ou a gota d'água em prisma como cristal.
É o encontro de irmãos de fé redimidos,
compensou viver, lutar, vencer afinal.
Além do rio existe um lugar p'ra
mim,
além do rio existe paz.
Além do rio a vida não terá mais fim,
com meu Jesus irei morar.
Gravado por "Arautos do Rei"no
MMLP nº 4702 de "A Voz da Profecia"
Oração
Senhor meu Deus e Pai, Te agradeço pelas notícias tão
encorajadoras sobre o meu futuro. Ajuda-me a ajustar o meu despertador para a
primeira ressureição dos justos. Que o Salvador, ao reunir os seus fiéis, possa
me levar contigo naquele alegre dia final. Senhor, que eu possa definitivamente
tomar uma decisão ao lado do Teu Filho, garantindo assim a vida eterna num
mundo melhor. Em nome de Jesus eu lhe peço. Amém.
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DESATANDO O NÓ
George Vandeman
Poucos assuntos provocam mais debate acalorado entre os
cristãos do que o problema do divórcio e do novo casamento. Muitos de nós
parecemos ter opiniões apaixonadas sobre o que é certo e errado, o que é
bíblico ou anti bíblico.
– Mas quem sabe
"incompatibilidade" não seja uma boa pauta. Pode significar tantas
coisas diferentes para diferentes pessoas. É como ter...
– Está bem, mas e
quanto ao homem que abusa de sua esposa constantemente? Bem, o que ela deve
fazer?
– Boa pergunta.
– As Escrituras
nos dão apenas um motivo para o divórcio entre cristãos, e é o adultério.
– E o abuso
verbal pode ser igualmente ruim.
– Então voltamos
à questão da incompatibilidade, a incapacidade de se entender, certo?
– Não, eu acho
que temos que examinar os graves problemas morais por um prisma diferente.
– Não é o
princípio básico... sofrimento? O que podemos fazer para prevenir muito do
sofrimento entre duas pessoas?
– Eu creio que o
princípio básico é ser fiel aos princípios da Bíblia.
– E um desses
princípios é o perdão e a cura.
Só falar sobre
divórcio e novo casamento deixa as pessoas atadas em nós. Este é um assunto
extremamente emocional. Um assunto que pode criar muitas questões complicadas e
problemas
desconcertantes. O fim de um casamento raramente é uma
questão simples. Duas vidas tão intimamente ligadas não se separam sem traumas.
Ao romper, deixam muitas farpas. E muitas vezes parece não existir respostas
satisfatórias. Para um casal, cujo casamento está se desfazendo, todas as
opções parecem ser indesejáveis. A vida parece ser apenas um amontoado de
péssimas escolhas.
Pedi ao nosso
Deus para nos ajudar a desatar alguns dos intrincados problemas relacionados ao
divórcio e ao novo casamento. Não tenho todas as respostas para cada situação.
Mas creio que a Bíblia nos dá alguns princípios importantes, princípios que
podem nos ajudar a encontrar um modo mais simples para escolher entre o
amontoado de dolorosas opções.
Examinaremos três
casos envolvendo divórcio e novo casamento e tentaremos aplicar as palavras das
Escrituras para cada um deles. Embora não iremos, é claro, mostrar a verdadeira
identidade dos envolvidos, estas três histórias são verídicas.
Começaremos com
um perturbado jovem chamado Haroldo:
– Eu tenho 33
anos. Estou casado há nove anos. As coisas não estão indo nada bem. Vanda e eu
estamos sempre discutindo. De fato, está ficando tão ruim, que estamos morando
em quartos separados em nossa casa. Aceitei Jesus há um ano e meio. Minha
esposa aceitou há quase sete anos. Nós nos consideramos cristãos, mas somos
muito falhos; nós temos muitas fraquezas humanas. Eu me altero facilmente.
Tenho orado por uma solução melhor mas, no momento, o
divórcio parece a única saída. Nós temos vivido assim, em quartos separados em
nossa casa, há três anos. Eu não suporto mais isto.
O que você diria
a um homem como Haroldo? Quais são suas opções? O divórcio é a única solução?
Vamos voltar por
um momento e examinar o casamento em geral aos olhos de Deus. A primeira coisa que vemos nas
Escrituras é que o casamento foi criado por Deus. No jardim do Éden, Ele fez
com que Adão e Eva se unissem e se tornassem uma só carne.
Jesus, ao
comentar esta união de marido e mulher, explicou: "De modo que já não são
mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o
homem." (Mateus 19:6)
Como vê, o
casamento é mais que uma simples escolha humana. Após escolhermos nosso par,
Deus nos pede para tratá-lo como um pacto divino. Não é uma conveniência; é um
pacto. E não estamos livres para romper esse pacto quando ele se torna
inconveniente. Não podemos arbitrariamente romper uma união feita por Deus.
Assim, quando essa união começa a desmoronar, o que devemos fazer?
Creio que nosso
primeiro dever está baseado em algo que Deus fez por nós. Paulo está falando de
como Cristo pode tornar todas as coisas novas para os cristãos, e aí ele
acrescenta: "Ora, tudo provêm de Deus que nos reconciliou consigo mesmo
por meio de Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação." (II
Coríntios 5:18)
Portanto, Deus
nos reconciliou consigo mesmo. E Ele tem rompido tudo que nos separa dEle. Ele fez um caminho reto através do emaranhado de
nossos problemas com o pecado. E Deus nos tem pedido que façamos algo similar.
Ele nos dá o "ministério da reconciliação", o ministério de romper
barreiras, superar animosidades, de unir todas as coisas em Cristo. Certamente
então, esse ministério se estende ao nosso cônjuge. Deus nos pede para nos
entregarmos à reconciliação.
Agora, voltando
ao caso do Haroldo. Ele e Vanda obviamente têm permitido que seu relacionamento
se deteriore. A comunicação cessou por completo. Eles entraram em caminhos
separados e parece não haver saída. O que eles devem fazer é levar a sério o
potencial de Deus para a reconciliação. Ambos são cristãos. Ambos têm acesso
similar às maravilhosas promessas e fontes. Eles têm a oração. Eles têm a
palavra criativa de Deus. Eles têm acesso ao poder do Espírito Santo. É uma
tragédia se tais fontes não forem usadas para reaproximar marido e mulher. Este
portanto, eu creio, é o ponto principal para Haroldo e Vanda. Deus é capaz de
salvar qualquer casamento. Se ambos os cônjuges quiserem, Deus pode superar
qualquer obstáculo. Assim, eu sugiro isto a um casal cujo casamento esteja se
desmoronando: dê os passos para mostrar que você está interessado na
reconciliação. Isso deverá envolver um programa de aconselhamento, é claro, e
um tempo regular juntos em oração e estudo bíblico.
O que quer que
faça, lembre-se: se duas pessoas estiverem realmente dispostas, Deus pode
salvar qualquer casamento.
Agora estamos
prontos para passar para o próximo caso. É um caso triste de uma mulher chamada
Nanci:
– Preciso de
ajuda. Meu casamento está no abismo. Meu marido é pastor, mas receio que ele
não seja tudo o que professa ser. Ele é cruel comigo e com as crianças. Tenho
seis filhos, quatro do casamento anterior. Meu marido... bate em mim. Ele bateu
em mim mesmo quando eu estava grávida de nossos filhos. Todas as semanas ele
prega e as pessoas o respeitam, mas em casa ele é um monstro. Sinto-me cercada.
Uma vez quando eu lhe disse que ia deixá-lo, ele disse que me mataria se o
fizesse. Assim, às vezes penso que seria melhor eu me matar porque estou presa
e não existe uma saída.
Tragicamente,
Nanci não é a única nesse dilema. Infelizmente existem muitas outras mulheres
presas em casamentos com homens abusadores. E existem também mulheres presas em
casamentos com homens que continuamente cometem adultério. E com freqüência desenvolve-se um padrão. O marido bate em sua
esposa ou comete adultério, aí ele sente remorso e pede perdão. A esposa o
perdoa. Mas ele volta a ter o mesmo comportamento. E esse padrão pode continuar
durante anos enquanto a esposa é despedaçada e as crianças ficam com marcas
para sempre. Portanto o que Nanci deve fazer? Aqui temos um caso onde um cônjuge está destruindo o relacionamento. Não temos
duas pessoas desejosas de fazer o casamento dar certo. Poderá o
princípio de reconciliação de Deus ainda funcionar?
Vamos examinar um
plano de ação que Jesus esboçou. Observe como esse texto deixa tudo bastante
claro. Geralmente essa passagem é aplicada aos conflitos entre os membros da
igreja. Mas acho que pode ser valioso para lidar com o problema de Nanci:
"Se teu irmão pecar contra ti, vai argüi-lo
entre ti e ele só. Se te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir,
toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou
três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o
à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio ou
publicano." (Mateus 18:15-17)
Aqui temos três
passos sugeridos para solução de problemas morais.
Primeiro: apurar
a verdade individualmente. A esposa deve dizer ao marido claramente que o que
ele está fazendo é errado e não pode ser tolerado pela família. Ele deve entrar
para algum programa de tratamento ou aconselhamento. Agora, no caso de Nanci,
ela deve, da forma que lhe for mais conveniente, buscar proteção longe dos
espancamentos do marido. E se seu marido continuar fazendo ameaças, ela deve
procurar a delegacia da mulher. Mas o que quer que seja feito, o marido tem que
saber claramente que o padrão de abuso ou adultério não pode continuar. Pedido
de desculpa não resolve. Ele tem que fazer um tratamento longo. Se o marido
concordar, ótimo. O plano de Deus de reconciliação pode ainda ser possível. Se
não for, a esposa deverá seguir para o passo dois que envolve "duas ou
três testemunhas."
Nanci, por
exemplo, precisa desesperadamente de apoio. Ela precisa encontrar um pastor ou
conselheiro que entenda sua situação. Ela precisa de amigos que fiquem do seu
lado. E com esse grupo de apoio por trás dela, ela pode confrontar de novo seu
marido. Essas "testemunhas" que Jesus mencionou não são apenas para
se juntar sobre o marido impenitente e condená-lo completamente. Não. Elas
devem ir falar com o homem para ajudá-lo a ver a gravidade do seu problema e
convidá-lo para que se arrependa. A presença delas tornará mais difícil para
ele ignorar um pecado que esteve escondido por tanto tempo. Muitas esposas bem intencionadas relutam, entretanto, em dar esse passo.
Uma mulher detesta envergonhar o seu marido, especialmente se ele ocupa uma
posição de destaque. Mas ouça, é muito pior que esse homem continue seu padrão
pessoal de pecado. Pode ser muito tarde quando tudo vier à tona publicamente.
Seu destino eterno pode estar em jogo nessa tão importante confrontação.
Muito bem. Muitos
maridos responderão ao apelo do grupo de apoio da esposa. Esse homem se dedica
a um programa de reforma e o plano de Deus de reconciliação, novamente, se
torna possível. Mas, se o marido ainda permanecer impenitente, resta uma última
opção. Jesus aconselhou, "diga à igreja." Agora isso, eu creio, não
implica necessariamente num anúncio público. Está mais relacionado a um ato
formal de disciplina. O marido rejeitou o apelo de "duas ou três
testemunhas", mas ele pode atender ao apelo formal dos, digamos, anciãos
da igreja. A igreja pode dizer a ele que como ministro e membro do corpo de
Cristo, seu padrão de abuso ou adultério não pode continuar. Assim, mais uma
vez, uma oportunidade de arrependimento e reconciliação é aberta. O marido pode
ver a luz finalmente. Mas, se ele recusar, entretanto, as conseqüências
são sérias. O homem se torna, de fato, como as Escrituras dizem, um publicano
para sua esposa, e o plano de Deus de reconciliação não pode ocorrer. Eu creio
que, em tal caso, as palavras de Cristo sobre "infidelidade" como
motivo para divórcio se aplicam. E usamos o caso de Nanci como exemplo do
marido como a parte culpada. Mas é claro, poderia ser a esposa também. Jesus
falou de uma esposa adúltera. Ele diz: "Eu, porém, vos digo: quem repudiar
a sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra, comete adultério." (Mateus 19:9)
Neste versículo,
Jesus mostra que a única razão para um cônjuge divorciar-se legitimamente e
casar de novo é a "infidelidade conjugal". Mas lembre-se que isso é
algo permitido, não ordenado. Não somos obrigados a buscar o divórcio tão logo
nosso cônjuge se torne adúltero ou abusador. A reconciliação ainda é plano de
Deus. E Jesus nos deu um curso de ação de três passos para nos ajudar a atingir
esse alvo. Mas, se o cônjuge permanecer impenitente então o divórcio é uma
opção legítima. Agora estamos prontos para o terceiro e último caso.
Sandra tem um
dilema com relação ao novo casamento.
– Passei muitos
anos longe de Deus, especialmente porque eu O culpava pela morte de meus pais.
Eu fui casada, divorciada e recentemente me casei de novo. Agora, encontrei a
Cristo e quero realmente dedicar a minha vida a Ele. Lamento muito que eu tenha
falhado em cumprir os votos que fiz a Deus em meu primeiro casamento.
Recentemente, uma amiga cristã me disse que eu devia me reconciliar com meu
ex-marido ou então viver sozinha. Ela disse que Deus me considera casada com
meu primeiro marido, porque ninguém pode separar o que Deus uniu. Ela crê que
estou vivendo em adultério agora porque me casei de novo. Isso me incomoda
muito. Terei que deixar meu segundo marido para evitar viver em pecado?
Ora, Sandra
levanta uma importante questão sobre o novo casamento. Esse assunto pode ficar
particularmente embaraçado à medida que mais relacionamentos e mais pessoas
entram em cena. Mas vamos tentar desatar alguns desses nós. Aqui estão alguns
princípios bíblicos que irão ajudar.
Primeiro, a
prioridade de Deus é a reconciliação. Onde um casamento terminou errado, é
nosso dever buscar a reconciliação. Devemos fazer o possível para curar as
feridas, resolver os conflitos e, se possível, unir de novo em matrimônio. Mas
e se a reconciliação não for possível? E se outras obrigações entrarem em cena,
tal como o novo casamento de Sandra? Deve o futuro inteiro de uma pessoa
permanecer refém de um erro do passado?
Aqui entra um
outro princípio. Está relacionado com o tipo de perdão de Deus. O profeta
Miquéias apresenta a promessa do perdão divino a Israel, ele descreve um Deus
que: "...lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar."
(Miquéias 7:19)
Sim, quando Deus
perdoa, Ele lança o pecado fora para sempre, por completo. Os pecados que são
vermelhos como a escarlate tornam-se brancos como a neve. O perdão de Deus
envolve libertação do passado. Ouça a maravilhosa promessa de Paulo. É um
clássico: "...se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas
já passaram; eis que tudo se fez novo." (II Coríntios 5:17)
Deus não nos quer
como reféns do passado. Ele quer nos dar novos começos em Cristo. Assim, se a
reconciliação for possível, busque-a de todos os meios. Mas se não for, então
vá em frente, confiante que o perdão de Deus cuidou do seu passado.
Sabe, com freqüência, cristãos estão dispostos a perdoar e esquecer
tudo, menos o divórcio. Ficamos falando sobre a "parte culpada" em um
divórcio muito depois de essa pessoa ter se arrependido e ter sido perdoada.
Isso não é certo. Isso não é bíblico. Seria bom se lembrássemos da experiência
de Davi e Bate-Seba.
É uma história
trágica. Seu relacionamento começou como um caso de adultério e culminou com o
assassinato do marido de Bate-Seba. Não posso
imaginar um início pior para um casamento, e você? Não conheço duas pessoas que
mereceram mais passar sua vida sozinhos com remorso pelo que fizeram. Todavia,
de modo incrível, Deus permitiu que Davi e Bate-Seba
se casassem. Por quê? Por causa de seu arrependimento genuíno. Só por isso.
Temos um registro eloqüente de Davi buscando o perdão
no salmo 51. Leia-o repetidas vezes, não apenas memorizando
mas sabendo-o de cor. Deus concedeu àquele adúltero o perdão. E quando Deus
perdoa, Ele não o faz pela metade; Ele lança o pecado no fundo do mar. A
reconciliação com o ex-cônjuge, é claro, não era mais possível. Davi e Bate-Seba tiveram um novo começo. Eles o mereciam? Não. Eles
tinham uma ficha limpa para construí-lo? Não. Eles tiveram apenas o perdão de
Deus. Mas foi o bastante. Alegro-me que nosso Deus perdoa por completo, você
não? Sou tão grato por Ele não me ter tratado como eu mereço. Eu O louvo por
sua "nova criação em Cristo."
Vamos lembrar
sempre que nosso Senhor é de igual modo um Deus de reconciliação e de perdão.
Estes dois princípios ajudarão a desatar muitos nós existentes no divórcio e no
novo casamento.
Coloque a sua fé
na capacidade de Deus em reconciliar até o mais alienado. E deposite sua fé em
Sua habilidade de esquecer o passado totalmente e para sempre.
QUE AMOR É ESSE?
Letra: Mario Jorge
Música e arranjo: Jader Santos
Que amor é esse que do nada me criou,
soprou me mim o
espírito e assim me fez viver?
Que amor é esse que ao meu lado sempre andou
por onde quer que eu fosse ajudando-me a vencer?
Que amor é esse que um dia me salvou
no meio dos meus erros e estendeu-me a sua mão?
Que amor é esse que esqueceu o mau que eu fiz,
em toda minha vida e me deu o seu perdão?
Oh, sim eu sei que amor é esse e vou dizer
a quem quiser ouvir, levanto minha voz aos Céus.
O amor maior que nunca hei de compreender,
o amor que tudo pode é o amor de Deus
Gravado por "Arautos do Rei" no MMLP nº 4702 de
"A Voz da Profecia"
Oração
Pai, obrigado por me dar claras orientações em Sua Palavra.
Obrigado por Seu poder para reconciliar e por Sua ansiedade em perdoar. Quero
buscar a Sua vontade completamente em todos os meus relacionamentos. Em nome de
Jesus, amém.
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CRIANDO SOZINHO OS FILHOS
George Vandeman
Em mais de sete
milhões de lares, uma mãe ou um pai está lutando para criar seus filhos
sozinho. Como é ser pai e mãe ao mesmo tempo?
Ouvimos o
seguinte de pessoas que vivem essa dura realidade: "Não creio que as
pessoas entendam realmente a pressão. Tenho que trabalhar tempo integral, é
claro, para atender a tudo. Tenho que cuidar de todas as contas, todos os problemas sozinha. E tenho que ser mãe e pai para as
crianças. As vezes é demais para mim." "Não
consigo mais atingir as crianças. Elas parecem tristes o tempo todo. Talvez
elas se culpem pelo nosso rompimento. Eu tento explicar, mas elas não aceitam.
Eu gostaria que elas entendessem que preciso delas do mesmo tanto que elas
precisam de mim." "Sei que as crianças estão passando por uma fase
difícil e quero aliviar isso tudo para elas. Entretanto, elas se aproveitam
disso. É como se eu perdesse o controle. O que é que devo fazer? Eu mal tenho
forças para suportar meu próprio sofrimento!"
Essas pessoas
refletem a angústia de um enorme segmento da sociedade hoje: os pais sozinhos,
separados pelo divórcio ou pela viuvez.
Os pais que ficam
sozinhos têm que enfrentar problemas e desafios muito especiais. Eles carregam
fardos que são muito difíceis para as outras pessoas entenderem. Eles se sentem
isolados daqueles que são alegremente nutridos por um círculo familiar
completo.
Queremos romper esse isolamento. Eu
creio que existe ajuda para um pai sozinho. Existem modos de tornar essa luta
solitária uma conquista mais gratificante.
Gostaria
simplesmente de compartilhar com esses pais sozinhos maneiras para que eles
consigam ser uma família completa em um mundo esfacelado. É preciso apenas
aprender alguns princípios importantes baseados nas descobertas feitas por
pessoas com tais experiências. Então será possível solucionar o problema do pai
sozinho, sem ser esmagado pelo desafio.
Para nos ajudar a
entender como construir uma família saudável, usaremos a analogia da construção
de uma casa. Primeiro o alicerce, depois a estrutura e então as paredes.
Começaremos
examinando o alicerce: nossa filosofia de vida, nossas crenças, nossos valores.
Isso é o que devemos construir. Na viuvez ou no divórcio, quando você está
lutando como pai sozinho, esse alicerce pode ser abalado. Você pode achar que
Deus o abandonou. Você pode se sentir traído e abandonado. Se ocorreu o
divórcio, você pode estar lutando através de um campo minado de culpa e
angústia. E todas essas coisas podem o afastar do alicerce da fé.
Pais sozinhos,
especialmente mães sozinhas, são muitas vezes lançados em situações
desesperadoras. A segurança financeira freqüentemente
desaparece. Lares são muitas vezes destruídos. Família e amigos se acabam.
Surgem os problemas legais e, com freqüência, até a
igreja falha em dar apoio suficiente aos pais sozinhos, que tanto precisam.
Assim, eles procuram ajuda em outro lugar.
Muitas das
decisões que os pais sozinhos tomam, giram em torno de obter maior segurança e
ganhar mais dinheiro. Isso é compreensível levando-se em conta que há uma
família para sustentar. Mas infelizmente essa parte – a segurança financeira –
pode se tornar o valor dominante na vida. Esse é um alicerce muito fraco sobre
o qual muitos constroem o lar. As pessoas começam a fazer concessões, as
crianças são negligenciadas.
Outros pais
sozinhos procuram rapidamente um par em potencial como solução para todos os
seus problemas. Isso, muitas vezes, se torna uma busca desesperada; e
concessões são feitas novamente, concessões essas que afetam profundamente as
crianças. Pais sozinhos precisam de um alicerce sólido para se apoiar. Dinheiro
e companhia nunca trouxeram felicidade antes e não vão trazer agora.
Precisamos de
mais. Precisamos desesperadamente nos agarrar aos valores que a Bíblia ensina.
Precisamos desesperadamente da filosofia de vida de Jesus. Isso pode significar
muito para o lar de um pai sozinho.
Sabe, as crenças
das crianças já foram abaladas; promessas foram quebradas. Elas terão que
enfrentar um mundo com mudanças constantes de valores. Como elas precisam de
raízes sólidas! Raízes que só um pai pode dar.
Portanto, a
primeira coisa que os pais separados devem fazer é mostrar que a principal
prioridade da criança é Deus e Sua palavra e não dinheiro ou outra pessoa. Uma
criança alimentada com valores bíblicos terá um bom alicerce sobre o qual
construir.
Observe a
instrução que o povo de Deus encontra logo no início da Bíblia: "Guardem
sempre no coração as leis que eu lhes estou dando hoje e não deixem de
ensiná-las aos seus filhos. Repitam essas leis em casa e fora de casa, quando
se deitarem e quando se levantarem." (Deuteronômio 6:6 e 7)
Que belo quadro a
ser vivido pela família! Amigo, é vital que o pai sozinho separe um tempo
regular para o culto da família com as crianças. Isto deve ser uma prioridade.
Por favor não deixe sua agenda cheia colocar de lado sua vida devocional.
Não deixar que
nada interfira em seu tempo regular de culto juntos é o melhor modo de mostrar
a nossos filhos o que mais prezamos, percebe? E tente fazer do culto um momento
muito especial, um momento de partilhar os fatos importantes do dia, um momento
para orar pelos problemas e alegrias de seus filhos, um momento para histórias
que eles sempre se lembrarão. O culto familiar não tem que ser uma rotina
monótona, pode se tornar o ponto alto de seu dia.
Existe uma mãe
sozinha nas Escrituras que eu muito admiro. Você pode não ter pensado nela como
uma mãe sozinha, mas ela é. Seu nome é Noemi. Você a encontrará no livro de
Rute. Ela era uma viúva cuidando de suas duas noras viúvas: Rute e Orfa.
Bem, por causa de
uma grande fome esse fragmento de família se viu obrigado a viajar de Moabe
para Judá. Noemi, entretanto, percebeu de repente que suas noras tinham bem
pouca chance de encontrar marido em Judá. Seria melhor para elas irem para
Moabe, sua terra natal. Assim, ela pediu que voltassem, liberando-as de
qualquer obrigação de cuidados para ela em sua velhice. Mas Rute ficou com
Noemi. Ela não queria retornar para a segurança de Moabe. E essa jovem faz esta
promessa memorável: "...onde quer que tu fores irei eu, e onde quer que
pousares à noite ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu
Deus." (Rute 1:16)
Que
extraordinários laços de amor esta promessa revela!
Rute estava pronta a desistir do que parecia ser sua única chance de ter uma
família, em favor de sua sogra. O laço entre elas era tão forte que Rute estava
pronta e até ansiosa para aceitar o Deus de Noemi como o seu Deus. Através de Noemi,
o Deus hebreu tornou-se bem real para aquela jovem.
É nosso
privilégio tornar nosso Deus real dessa mesma maneira para os nossos filhos. E
ao fazermos isso, criamos laços que não podem ser quebrados. Construímos um
alicerce forte para o nosso lar.
Mas agora, vamos
passar do alicerce para a estrutura da casa. A estrutura descansa sobre o
alicerce, o qual mantém a casa em pé. Creio que construir a auto-estima de nossos filhos é a estrutura essencial
para manter o lar unido. O divórcio e a morte de um cônjuge podem causar danos
ao senso de auto-estima em
muitos sentidos. As crianças as vezes culpam a si mesmas por um problema, uma
tragédia, que esteja além de sua compreensão. Elas podem levar o peso da culpa
por toda a sua vida, a respeito de algo que aconteceu com seus pais quando elas
eram pequenas. É muito importante que mostremos a nossos filhos que eles são
uma parte querida da família, não apenas mais um problema em um mundo de cabeça
para baixo. Criar filhos não é fácil, mas não devemos nunca fazê-los sentir que
seu mau comportamento contribuiu para o rompimento da família.
Outra coisa a
evitar a todo custo é usar seus filhos para se vingar do ex-cônjuge. Nosso ex pode ter nos tratado bastante
mal; podemos estar nos sentindo amargurados e abandonados. Mesmo assim não
temos o direito de arrasar aquela pessoa na frente de nossos filhos. Um marido
e uma mulher podem desfazer seu casamento, eles podem seguir em direções
opostas, e tentar deixar a dor para trás. Mas as crianças não podem. Elas não
podem se divorciar de um dos pais e ficar com o outro. Elas serão sempre carne
e sangue das duas pessoas. E elas precisarão sempre saber e sentir que essas
duas pessoas as amam. Assim, quando criticamos nosso ex-cônjuge para nossos
filhos, nós os colocamos numa situação terrível. Eles precisam ser leais tanto
para a mãe como para o pai, mas a mãe e o pai se odeiam. Para agradar a mãe,
eles têm que concordar que o pai é horrível, e para agradar ao pai eles têm que
concordar que a mãe é relaxada.
Os filhos nessa
situação, meu amigo, sofrem muito e as cicatrizes ficam com eles por muito,
muito tempo.
Por favor
lembre-se disso: uma criança não pode se sentir bem consigo mesma, se ela não
se sentir bem com ambos os pais. Assim, tente concentrar-se no positivo. Você
pode discordar em muitas coisas com seu ex-cônjuge, mas não se firme nessas
diferenças. Simplesmente compartilhe seus próprios valores positivos.
Bem, outra coisa
que pode ferir a auto-estima
de nossas crianças é expectativa em excesso. Não imponha responsabilidades
demais sobre as crianças. Muitas vezes quando um pai deixa a família, a mãe
quer que o filho assuma o lugar do pai. Ou um pai
sozinho vai procurar na filha um apoio similar. Desse modo, os filhos são
forçados a entrar muito rápido na idade adulta.
Após o trauma do
divórcio, nossas crianças necessitam se tornar mais dependentes, e não menos.
Muitas vezes os mais jovens revertem aos hábitos anteriores. Crianças de oito
anos podem voltar a molhar a cama. As de cinco anos podem querer usar mamadeira
ou começar a chupar os dedos. Elas estão procurando um meio ambiente mais
seguro, e temos que ajudá-las a encontrá-lo. Deixe-as crescer nesse estágio em
sua própria velocidade. Deixe-as saber que você as aceita e entende tal
atitude. Dê a elas o que mais precisam. Dê às crianças amor e atenção de forma
especial.
Reconheçamos, a auto-estima de nossas crianças
está diretamente relacionada com o quanto de nossa vida nós lhes damos. E nisso
todos nós falhamos muito. Não existe um substituto para o tempo gasto juntos.
Muitas vezes um pai está emocionalmente esgotado após o divórcio, separação ou
viuvez. Ele faz de tudo para atender às necessidades dos filhos. Isso é
compreensível, mas é bem difícil para uma criança entender. Elas precisam de
encorajamento da pessoa que mais significa para elas. Elas precisam daquela
estrutura segura ao redor delas, um senso de valorização. E podemos construir
essa estrutura, mesmo nos momentos ruins, se estivermos construindo sobre o bom
alicerce: Deus e Sua palavra.
Nosso Pai celeste
quer derramar seu amor e graça em cada um de nós todos os dias. Podemos receber
esses recursos através da Sua palavra, e através da oração.
Você sente que
não tem mais nada para dar? Passe algum tempo examinando os grandes dons de
Deus nas Escrituras. Você sente todas as suas energias chegando
ao fim? Passe algum tempo louvando a Deus por Seus grandiosos atos de
poder. O encorajamento que receberá dEle você poderá
passar às crianças. Você é o espelho no qual o seu filho se vê. Cuide para que
ele veja boas coisas. Porque o seu filho é o seu fã número um. Jamais esqueça
disso. Deixe que ele o admire.
Lembra-se do
presente especial que o patriarca Jacó deu a José, o filho de sua velhice? Foi
uma túnica de muitas cores. Aquela demonstração do amor de Jacó cobriu mais que
o corpo de José, ela o protegeu durante os dias difíceis que ele passou após
ser vendido como escravo e continuou com ele durante seus dias de solidão e
tristeza na prisão egípcia. José sabia que ele era especial, um filho amado. E
isso, sem dúvida, o ajudou a levantar-se e a tornar-se o braço direito de
Faraó. Vamos dar aos nossos filhos uma túnica de muitas cores, ou seja, a
grande certeza de que eles são amados. Dentro dessa estrutura eles podem
crescer com segurança, mesmo nos momentos ruins.
Bem, já vimos o
alicerce e a estrutura da nossa casa. Queremos agora examinar as paredes.
Muitos pais
sozinhos acham que seus filhos testam sua autoridade com freqüência,
especialmente após o rompimento dos pais. Filhos mais velhos e pais sozinhos às
vezes chegam a travar fortes brigas sobre quem é que manda na verdade. Devemos
lembrar que durante esse período, nossos filhos provavelmente se sentem
confusos e ameaçados. Eles querem saber se o pai e a mãe ainda estão no
comando. Eles precisam ver que ainda existem controles e limites. Eles precisam
sentir que as paredes do lar ainda em volta deles.
Infelizmente,
muitos pais sozinhos estão lutando para recuperar o controle da própria vida.
Muitas vezes enfrentam a "crise do pai sozinho" impondo uma série de
regras para vencer uma crise após a outra. Bem, o resultado é uma porção de
furos nas paredes. O que os pais sozinhos precisam é de paredes mais fortes, e
isso exige planejamento. Temos que planejar com antecedência. Temos que decidir
com cuidado que regras são importantes e que regras nós colocaremos em vigor –
as especialmente importantes. Nossos filhos precisam entendê-las claramente.
Precisam saber com antecedência as conseqüências de
se infringir uma delas.
Você se lembra
daquela promessa bem conhecida aos pais: "Instrui ao menino no caminho em
que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele." (Provérbios
22:6)
São palavras
encorajadoras, não são? Mas veja a primeira parte do versículo, "instrui
ao menino". Ora, instruir envolve esforço sistemático e tempo. O
treinamento de um atleta para as Olimpíadas, por exemplo, jamais dará certo sem
método e dedicação.
Robert Barnes,
diretor executivo de um lar para meninos muito especial chamado Casa Sheridan
Para Meninos, é uma pessoa que trabalhou bastante com pais sozinhos e seus
filhos. Ele nos dá um bom exemplo do que é o verdadeiro treinamento e do que
não é.
Robert Barnes nos
disse o seguinte:
– Muitos pais
sozinhos me diziam que não conseguiam tirar seus filhos da cama pela manhã. Eu
perguntava a eles: bem, de quem é a responsabilidade de fazer a criança sair da
cama? É sua responsabilidade, mãe, ou será que é da criança?
– Oh, a
responsabilidade é dela. Ela é que tem que levantar
sozinha.
– Bem, mãe,
quantas vezes a senhora entra naquele quarto de manhã?
– Bem, depende,
três, quatro, cinco.
– Então a senhora
não está colocando a responsabilidade nos ombros dela. Está aceitando a
responsabilidade de fazê-la sair da cama. A senhora tornou-se o despertador
particular dela. Não tem de fato um plano. Estou presumindo que a senhora entra
lá, grita e quando o decibel fica alto o bastante pela quarta ou quinta vez,
ela levanta da cama. Não porque existe um plano, não
porque existe conseqüência, mas porque a senhora está
berrando no quarto. É preciso estabelecer um plano bem antes e colocar a responsabilidade
e a conseqüência nos ombros dela. Isso pode ser uma
reunião a noite antes e dizer a ela: olha, filho, lamento pelo modo como tem
sido as manhãs. Lamento que eu venha gritando. Não voltarei em seu quarto três,
quatro, cinco vezes todas as manhãs. Não vou tratar você como criança. Vou
entrar uma vez as sete da manhã e vou acordar você. As sete e quinze você terá
que estar à mesa para o café. Agora, se não estiver à mesa, vai ter que
entender que eu não voltarei até o término do café. E aí então eu voltarei, o
chamarei e o ajudarei a ir para a escola. Uma outra coisa: eu vou presumir que
você não está dormindo o suficiente a noite. Já que não consegue se levantar pela
manhã, vai ter que ir para a cama uma hora mais cedo a noite para ajudar você a
acordar na hora certa pela manhã.
Agora, preciso
dizer aos pais, que isso vai ser difícil de fazer. Você pode querer adotar este
plano e entrar na manhã seguinte e tentar acordá-lo. E aí, de repente, ele não
se levanta. Eu sugiro que você entre lá uma vez e depois mantenha o braço
esquerdo estendido enquanto estiver preparando os ovos. Esse braço esquerdo
impedirá você de voltar ao quarto dele e aproximando-se da
cama fazê-lo acordar. Faça tudo o que puder, mas não volte ao quarto. Ele está
contando com o fato de que você não vai seguir esse plano nem sua conseqüência. E quando ele estiver chocado essa noite por
ter que ir mais cedo para a cama, mantenha-se firme. Mas coloque a
responsabilidade sobre os ombros dele: 'filho, lamento que esteja zangado
comigo, mas eu não escolhi que você fosse cedo para a cama. Você escolheu isso
por não se levantar pela manhã.' Coloque a responsabilidade toda sobre os
ombros dele.
Muito prático,
você não acha?
Bem, espero que
você saiba agora como um pai sozinho pode construir um lar saudável: começando
com um alicerce firme – tempo passado junto com Deus e Sua palavra. Construindo
uma estrutura sólida de auto-estima
para você e seu filho, tornanrem-se seus fãs número
um. E construindo paredes sólidas de disciplina – dedicando tempo para treinar
seu filho de modo consistente.
Essas três coisas
funcionam juntas para prover o básico para um lar completo. Esse quadro de auto-estima deve repousar no
alicerce da graça e do amor de Deus. E essas paredes da disciplina devem, por
sua vez, apoiar-se num senso seguro de consideração.
Ser pai sozinho
não é uma tarefa fácil. É um trabalho único com desafios muito especiais. Mas
eu creio que cada um pode ser bem sucedido nessa
carreira muito importante. Vamos planejar para ser bem
sucedidos, a partir de hoje, o que me diz? Vamos planejar dar a nossos
filhos os valores, a segurança e a disciplina que os ajudarão pelo resto
de sua vida
CORAÇÃO FELIZ
Letra e música: Jorge Rehder
Tu és o meu Senhor,
o que tenho de bom vem de Ti.
Minha vida está em suas mãos,
feliz é o meu coração;
seguro vou pois sempre estás
ao meu redor a me amparar,
mostrando o caminho
que leva a vida, Senhor!
Tu és o meu Senhor,
e o que tenho de bom vem de Ti.
Gravado por Sonete LP nº 800 da
Gravadora Bompastor
Oração
Pai nosso, necessito de Sua ajuda porque me encontro diante
de uma tarefa difícil. Quero ter sucesso na tarefa de ser pai. Quero modelar
meus esforços em Jesus, que treinou Seus discípulos e deu a vida por eles. Em
nome de Jesus. Amém.
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AJUNTANDO OS PEDAÇOS
George Vandeman
Ele despedaça as melhores e mais lindas promessas. Deixa
incontáveis pessoas totalmente desorientadas. É o final trágico das mais doces
histórias.
DivÓrcio. Ele tem poder para mutilar, esmagar. Podem as pessoas
algum dia se recuperar? Hoje conheceremos dois que conseguiram, e saberemos o
que foi preciso para transformar velhas feridas em novos começos.
Quero apresentar duas pessoas que passaram pelo trauma do
divórcio e usaram suas experiências para ajudar a outros no processo da cura e recuperaçÃo através de seminários e aconselhamentos.
Bem-vindos ao "Está Escrito", Margaret Hempe
(Peg) e Dan Smith. Agradecemos por vocês terem vindo
para partilhar conosco. Sei que sua experiência pessoal vai ser muito Útil hoje para tornar isto genuÍno
e real e bastante útil.
Vandeman: Peg, a sua separação foi longa
e penosa ou foi um choque repentino?
Peg: George, eu diria que foi ambos, porque a realidade da
situação diz que bem poucos casamentos chegam ao fim
com uma explosão repentina. Começa num lento processo que ruma ladeira abaixo e
não somos astutos o bastante para perceber o que estava errado e quando
começou. Os bons casamentos incluem basicamente proximidade em muitos nÍveis da vida, por exemplo, o nÍvel
intelectual. Já não estávamos mais compartilhando as mesmas coisas no nÍvel intelectual. Não estava mais ocorrendo muito diálogo.
E em se tratando da proximidade emocional, estar ali um para o outro, sabe,
quando o elo de ligação termina, a lealdade verdadeira
termina. Em algum ponto ao longo de nosso relacionamento perdemos isso. Então,
quando entrou no aspecto de manter a intimidade, isto é, limpar o quintal
juntos, arrumar a garagem juntos, fazer a cama juntos, lavar a louça, tudo isso
despareceu. E na parte mais íntima, quando íamos juntos à praia, quando íamos
para as montanhas, isso
deteriorou-se gradualmente, até haver bem pouco. Até mesmo a proximidade
estética de ir a uma galeria de arte ou de ouvir boa música juntos, assistir
concertos, isso acabou. Assim, de fato, chegou ao fim,
mas nós não tínhamos notado. E quando eu finalmente descobri que o casamento
estava agonizando, foi um choque.
Vandeman: E quanto a você, Dan?
Dan: Foi um choque total para mim. Quanto mais procuro
relembrar, isto é, talvez eu pudesse ter captado algum sinal durante o
processo, se eu tivesse prestado atenção, mas foi um choque na ocasião. Acho
que eu sabia, como pastor e esposo no lar, que ela estava lutando para caminhar
com Deus e manter um relacionamento com Deus, mas eu não sabia que isso iria
afetar o casamento e conturbar tudo.
Na época eu era pastor em Oregon e fui fazer um curso de
duas semanas na Caifornia. Quando estava voltando
para casa, liguei para meus pais, eu iria passar uma noite na casa deles a
caminho de casa. No telefonema eles disseram: "Dan, nós recebemos uma
carta registrada da sua esposa para você." Eu sabia. Ela não estava morta,
ou não haveria uma carta, assim concluí que algo estava errado e percebi que
minha vida estava diferente a partir daquele instante. Fiquei totalmente
surpreso, não imaginava que aquilo fosse acontecer.
Vandeman: Bem, quando ocorre como um choque assim não é quase como
perder um ente querido?
Dan: Eu acho que sim.
Peg: Só que é pior.
Dan: Gosto de pensar assim, mas não gostaria de diminuir a
dor daqueles que ficaram viúvos. Eu não quero negar nada disso e tenho certeza que eles sentem a perda e talvez até rejeição também. Mas,
aqueles que passam pelo divórcio...
a outra pessoa continua viva e a rejeição se repete.
Todos os dias eu pegava o carro, para quem sabe almoçar com
ela ou ligava para ver como as coisas estavam e tentava ouvir algum sinal de
volta, alguma esperança de reconciliação, só que nada havia. Havia a sensação
de contínua rejeição. É muitodifícil viver com isso.
Demorou muito para eu superar essa sensação de rejeição.
Vandeman: Peg, poderia explicar suas
primeiras emoções, sua reação inicial?
Peg: Foi uma sensação de devastação, de abadono,
uma dor intensa que vem do medo do
desconhecido: temores financeiros, será que vou conseguir? Uma nova identidade:
acho que as mulheres sofrem isto porque elas sentem-se firmes na identidade de seu marido, especialmente em seu papel, e de
repente, quem sou eu? Eu não sabia quem eu era. Eu não era mais esposa. Agora
sou mãe. Tenho filhos para apoiar, apesar de serem quase adultos. Mas era
aquela angústia: para onde vou? Vou ser esquecida! Parte da comunidade cristã,
vinte anos atrás, via com reservas o divórcio e isso era doloroso.
Vandeman: Como você lidou com isso?
Peg: Praticamente nasci cristã. Mas por ocasião do divórcio,
encontrei as Escrituras e elas me foram de grande auxílio. Meu relacionamento
com Jesus Cristo tornou-se extremamente valioso. Eu continuava sabendo que
tinha sido rejeitada, mas descobri que Cristo jamais me rejeitou. Minha
identidade teria que vir do fato de Ele ser meu Salvador e de que jamais me
deixará. Seu amor é incondicional. Nada poderei fazer pra
que ele me ame mais ou menos. Seu amor é constante e incondicional. Ele está
sempre comigo e foi isso que me ajudou.
Vandeman: Isso foi esplêndido, Peg. Deus
a abençoe. Como descobriu este relacionamento em sua experiência cristã?
Dan: A primeira vez que comecei a lidar com isso foi quando eu viajava de avião. Tomei um aviÃo em Burbank. Eu tinha que descobrir o que estava
acontecendo de fato. Lembro-me de ter viajado tenso naquele dia e a vida de
todos os outros corria exatamente igual. Liam o jornal, o sol brilhava lá fora
e ninguém sabia o que estava se passando dentro de mim. Minha vida estava
completamente mudada. Eu não sabia se ia ficar sozinho pelo resto da vida, o
que eu ia encontrar quando desembarcasse, coisas assim. Como é que iria ser?
Havia mais alguém envolvido? Quando estava examinando tudo isso, passei a crer
que Deus é, de fato, responsável por nossa felicidade e realização, se O
seguirmos.
Vandeman: Ele não falhou com você, falhou?
Dan: Não.
Vandeman: Peg, houve algum discernimento
da verdade através dessa
experiência?
Peg: Cheguei a um ponto em que disse, só porque meu casamento
fracassou não significa que minha vida é um fracasso. E isto me ajudou muito a
tomar contato com o fato de que a vida é uma aventura. Foi na certeza de que
Cristo está junto a mim, para ajudar a ampliar os horizontes da minha vida,
para me apresentar coisas novas, que deixei a região. De fato, eu tive que me
afastar para sobreviver.
Mudei-me para uma cidade mil quilômetros ao sul, onde eu
não conhecia ninguém além do meu filho e sua famÍlia.
Assim mudando-me para perto dele, o discernimento foi, que eu precisava de um
grupo de apoio e esse grupo de apoio estava lá. Mudei de carreira e isso ajudou
porque me colocou na linha de fogo do aprendizado de muitas coisas novas. E a
única coisa boa que posso dizer sobre o divÓrcio é
que ele nos força a crescer e nos força a examinar as opçÕes
que Deus tem para nós e isso é um grande discernimento.
Vandeman: Isto é tão prático e útil. Vocês dois agora - e talvez
Peg possa começar - e quanto à revolta e a culpa? Como lidaram
com isso?
Peg: Cheguei à conclusão que temos
que nos revoltar e temos que fazer o que chamamos ventilar ou botar pra fora.
Dan: Pensei muito sobre isso porque obviamente, sendo um
cristão, um pastor, a percepção geral é que estamos errados em nos revoltarmos.
Assim, acho que reprimi a maior parte disso. Eu não pretendia, mas creio que
reprimi. É interessante que alguns
meses depois comecei a pagar por isso fisicamente. Comecei a consultar médicos
e coisas desse tipo. Lidar com a culpa é difícil. Todos nós gostaríamos de ter
blusa branca. Gostaríamos que os
outros, que nos rejeitaram, tivessem blusa
negras. E gradualmente passamos a perceber que todos vamos ter que aceitar uma
certa responsabilidade. talvez não toda, entendem, mas uma percentagem dela.
Peg: Há um momento quando temos que cavar bem fundo, mas sÓ por pouco tempo, porque os sentimentos são tão intensos
que colocamos toda a culpa em todo mundo menos em nós mesmos. Mas aí Deus, em Sua misericórdia, permite que ma pequena coisa surja de cada vez. Um pouco mais e mais um
pouco e em breve concluímos: "Ei, eu também tive muito a ver com isso. Eu
não estava ouvindo. Eu não estava fazendo a minha parte para manter vivo o
relacionamento." Então o processo de cura e o processo de perdão
gradualmente assumem.
Dan: Existe uma linha fina entre entender e assumir a culpa
e entender tudo, e sentir que temos que entender para podermos melhorar. Sabe,
analisamos tudo, pensamos a respeito. Nossos
parentes querem dizer: o que deu errado, o que podíamos ter feito para evitar,
que sinais podíamos ter percebido?
E dizemos ao nosso pessoal no Seminário para Recuperação do
Divórcio, você não tem que manter sua
cura como refém até você entender. Faça o que puder para entender e aprender
para o futuro, mas trace a linha e
siga em frente e diga: sabe, talvez eu nunca entenda o que aconteceu na mente da outra pessoa e confundiu nosso
relacionamento.Vou seguir a
partir daqui com tudo o que aprendi."
Peg: Isso mesmo.
Vandeman: Excelente! O perdão para alguém que nos magoou, deve ser
muito difÍcil para certos indivíduos. Esse elemento,
podem discuti-lo por alguns instantes?
Peg: Bem, tive que chegar ao ponto onde disse: "não posso
mudar a história. Nem mesmo Deus pode mudar a história. Assim, por que ficar na
história negativa? Vou me aceitar onde estou e aceitar a situação onde ela está. Vou ter um relacionamento com meu ex- marido
por causa das crianças. Então por que não tornar um relacionamento lucrativo? E
felizmente para mim, ele via a coisa do mesmo modo. Então conseguimos nos
tornar amigos. E a esposa dele e eu conseguimos nos tornar amigas. E tudo ficou
tão maravilhoso que não temos mais aquela contínua frustração.
Vandeman: Isso não protege o relacionamento familiar?
Peg: Sim. Sim.
Dan: Perdoar não é fácil. Você sabe, todos nós gostamos de
ser vistos como cristãos e maduros. E as pessoas me perguntavam: você perdoou?
Claro, eu perdoei. Gostamos de ser
vistos como pessoas que perdoam. Mas eu descobri que não é fácil. Acontece em
camadas, como uma cebola, uma certa camada de amargura e ressentimento surgia
em mim e eu não gostava disso. Eu julgava ter superado aquilo e então tentava
esquecer aquela camada e então, alguns meses depois, uma outra camada surgia.
Eu me casei há alguns meses e recebi uma carta de meus
ex-sogros, falando sobre uma reunião de família que havia ocorrido e que minha
ex-esposa tinha estado lá com um novo homem em sua vida. Aquilo me chocou e
provocou novas mágoas em mim - anos depois, quase seis anos agora - e tive que
me esforçar para esquecer aquilo. Ela tem o direito de seguir com sua vida. Mas
não é fácil. Mas através de Jesus
... eu não creio que possa ocorrer o perdão longe de Jesus. Quando Jesus está
em nossa vida Ele nos dá a graça, assim como somos perdoados, nós perdoamos
camada por camada.
Vandeman: Gostei dessa ilustração das camadas da cebola. Quem não
se identificaria com isso? Mas eu soube e já conheci a linda jovem com quem Dan
está casado agora. Fale-nos sobre os novos relacionamentos e como isso funciona
dentro do padrão de um reestabelecimento.
Dan: Bem, é uma experiência muito especial, que Deus tem
feito em, minha vida. Mas eu quero ter cuidado em
dizer isso, porque não quero dizer que a pessoa só pode ser feliz e realizada
se casar-se de novo. Eu era feliz e realizado antes disso, eu queria trazer uma
pessoa completa para um novo relacionamento. Muitos quando passam pelo
divórcio, mal podem esperar para tentar curar sua dor trazendo outra pessoa
para sua vida. As pessoas começam a namorar logo em seguida. Alguém me disse
logo após meu divórcio: "Dan, espere três anos. As estatísticas são
assustadoras. Cerca de quatro entre cinco pessoas que se casam de novo antes de três anos, divorciam de
novo." Assim que alguém me disse isso, puxa, eu quis saber quando começava
a contagem. Começa quando eu me separei ou a partir do meu divórcio? Eu queria
fazer o relógio andar o mais rápido possível. Mas apenas por circunstâncias,
levou alguns anos até Deus colocar Hilda em minha vida. E eu tive tempo de
aprender e tempo de começar a me separar do passado e estar pronto para
prosseguir. Eu não queria trazer a bagagem do relacionamento passado para meu
novo casamento. Deus foi muito bom em me dar uma esposa maravilhosa. Estamos
casados há cerca de um ano.
Vandeman: Peg, nessa questão que ele
acaba de levantar, acho que
podíamos discutir um pouco mais.
Peg: Bem, em primeiro lugar eu gostaria de dizer que acredito
que a insensatez é um problema temporário e que a pessoa pode encontrar alívio
temporário agarrando-se a outra pessoa logo após o divórcio. Mas isso não é
lenitivo, nem saudável, e nem traz a satisfação duradoura que precisamos
realmente após o divórcio. E se pudermos reconhecer que se entrarmos para um
grupo de Recuperação do Divórcio, em um grupo de 18 a 20 pessoas ou talvez atÉ 10 ou 12, existem pessoas lá dentro do grupo para se
relacionar. Você não estará se limitando a um
relacionamento porque, bem, Dan sabe quão rapidamente a pessoa quer ter alguém
por perto, mas essa é a coisa mais perigosa para se fazer.
Dan: É muito fácil a parte física começar a acontecer. Você
já foi casado, já teve intimidade. Você sabe como tudo funciona e começa a
sentir falta disso; e assim, logo que aparece alguém diante de você, sua mente
fica bastante confusa. Portanto este assunto nos leva direto ao ponto de não
deixar isso tudo nos desorientar e que tenhamos segurança de que vamos deixar
todas as partes: física, mental, espiritual e social andarem em ritmo e
equilíbrio entre si, o que é muito difícil. mesmo agora, como cristão e como
pastor e tendo todos esses fatores inibidores para ter cuidado, pudemos sentir
a atração disso e conseguimos nos ater aos nossos valores e princípios, mas não
é fácil. E é um grande desafio para aqueles que ficam sozinhos de novo apÓs terem
sido casados.
Vandeman: Precisamos ser francos em questões como esta. Ao olhar
para trás, quais foram os fatores mais importantes na sua recuperaçÃo
e cura? Quais foram os fatores mais importantes que podemos resumir para nossos
amigos?
Peg: Eu diria que imergir nas Escrituras. Por exemplo, Filipenses 4:5 foi muito
importante para mim onde diz: "... perto está o Senhor." Cristo
estava comigo através do Seu Espírito. Outra coisa que me mostrou a predição de
Romanos 8:28 que diz que todas as coisas contribuem juntamente para o bem se
amamos ao Senhor e somos chamados segundo Seu propósito, de modo que o pior
menos na vida de uma pessoa pode se tornar o maior mais. Assim eu disse:
"como este sofrimento, esta dor pode se tornar um mais para mim?" E
disse ao Senhor: "eu jamais deixarei esta dor ou o resultado dela para
deixar de ajudar as pessoas. Eu
quero que este sofrimento seja Útil." E assim, em
meu trabalho, o trabalho de minha vida, no aconselhamento, e etc, as pessoas que estão atravessando o divórcio me
procuram por causa do que obtemos conversando com alguém que é muito bem casado e nunca enfrnetou a
dor. Elas dizem "eu vim falar com você, Peg,
porque você sabe como é. Deus tem ajudado você através disso e eu sei que você
e Deus podem me ajudar a superar isto." De modo que o maior negativo
torna-se o maior positivo em minha vida.
Vandeman: Maravilha!
Dan: Eu posso dizer algumas coisas. Sei de uma coisa que significou muito para mim
e para meu entendimento, como pastor, e como pastor de divorciados muitas
vezes. Eu a obtive com C.S. Lewis. É a idéia de que
fomos todos criados com um vazio com o formato de Deus. E que cada desejo que
temos, o desejo de companhia, de estar com alguém, de ter intimidade e outros
desejos, o desejo de alimento, de prazer e de diversão, são, na verdade
estágios do desejo por Deus e Deus colocou tais desejos em nós para nos atrair
a Ele. Jamais nos satisfaremos com alguma coisa a não ser Ele próprio.
O impacto que isto causou eu mim quando divorciado foi que
aprendi que se eu tentar satisfazer esse desejo em minha vida com esta outra
pessoa, se eu conseguisse encontrar a pessoa perfeita então isso me satisfaria.
Mas isso jamais aconteceu. Eu tive que me satisfazer com o próprio Deus em mim,
ser um todo com Ele e então, ao entrar num novo relacionamento como ocorreu com
Hilda, eu me tornei um todo, me tornei satisfeito. Não estou desesperado, tentando salvar a mim mesmo. Eu vim
completo.
A outra coisa que eu acho que me ajudou muito, foi saber
sobre os novos começos. Gênesis 1:1: "No princípio criou Deus." Esse
mesmo Deus que inicou e criou um começo, é um Deus de
novos começos. O Deus da cruz. O Deus do perdão. O Deus que consegue apagar
tudo e pode tornar tudo novo. Ele pode curar o magoado do divórcio. Eu adoro
isso. O Deus dos novos começos. Ele pode sempre usar isso. Eu agradeço a Deus,
um novo começo foi me dado na vida, muito
especial.
Vandeman: Ouvimos na Bíblia que Ele é um Deus de todo conforto.
Agora, você acrescentou este outro ponto. E eu acho isso maravilhoso. Uma
última declaração. Peg, você participa de um
ministério importante. Você está pensando em se casar algum dia?
Peg: Sim, acredite ou não, na minha idade. É muito difícil,
com o trabalho que tenho, manter organizado meu lar e meu trabalho e um novo
casamento também. Assim eu tenho falado com Deus sobre isso há muito tempo e
tenho dito: "Ei, quando eu me aposentar se a pessoa certa existir, Senhor,
que possa me fazer feliz, faça ela aparecer."
Tem uma coisa que precisao dizer,
George. Os pensamentos patrocinam os sentimentos e os sentimentos patrocinam o comportamento. E se os concentrarmos na
parte positiva de Filipenses 4: "tudo o que é puro, tudo o que é amável,
nisso pensai" aí os sentimentos se tornarão positivos e o comportamento se
tornará positivo. Para mim foi a coisa que ficou acima de todas as outras eu
poder controlar meus sentimentos e os meus atos.
Vandeman: Maravilha!
Dan: Quero dizer o seguinte, George. Quero agradecer a você
por ter um programa assim, que aborda assuntos deste tipo. Sei que foi novidade
em nossa família. Ninguém tinha passado por uma experência
destas. Meu pai é pastor. Isto mudou totalmente a percepção dele sobre o que
ocorre e o sentimento dele sobre as pessoas que passam pelo divórcio. Eu
agradeço a oportunidade em ter pessoas dizendo: "está bem, queremos
ouvi-lo. Queremos saber o que você sente." E ter pessoas que estão lá na
igreja ou fora dela, onde quer que estejam, que entendam um pouco mais sobre o
que eu sinto e talvez sejam um pouco mais compreensíveis do que singifica passar por isto e como Deus pode nos ajudar. Eu
lhe agradeço por isto.
Vandeman: E vocês me ajudaram a tornar isto possível, vocês dois,
otimamente. Muito obrigado, Peg e Dan. Foi
maravilhoso saber sobre como Deus trouxe a cura e a renovação em suas vidas.
Creio que muitas pessoas nas mesmas condições estão sendo tremendamente ajudadas pelo que vocês
compartilharam aqui.
67
RENUNCIANDO COM CLASSE
George Vandeman
Junte todos os
soldados que morreram em todas as guerras da América e adicione a eles as
vítimas de todos os acidentes de automóveis, mesmo assim, essa triste soma
seria menor que o número de vidas destruídas por um pequeno hábito. Por
incrível que pareça, as sangrentas batalhas e os tristes desastres não mataram
tanto quanto uma droga recreativa comum. Milhares a mais morrem devido a uma
baforada de fumaça de aparência inocente.
Maurício fumou seu
primeiro cigarro com dezesseis anos de idade ao sair com amigos. Ele era tímido
e meio gago, e achou que fumar o faria sentir-se mais sofisticado, mais
confiante com as garotas. Quando Maurício terminou a universidade e começou a
trabalhar como
repórter, o hábito de fumar passou a fazer parte de cada
momento de sua vida. Sem sua ração diária de cigarros, não conseguia escrever,
comer, dormir ou mesmo se divertir. Maurício descobriu que cada conversa exigia
a rotina familiar de acender um cigarro. Cada atividade parecia ligada à sua
dependência da nicotina. Mas Maurício, com seu caráter nervoso, hipersensível,
acreditava que fumar o acalmava e o ajudava a superar seus períodos de
estresse. Após algum tempo, entretanto, uma tosse persistente transformou-se em
bronquite crônica. Maurício pigarreava e tossia durante o dia todo. Parecia
estar sempre resfriado. Ele também tinha consciência de que algo estava
gradualmente sugando sua energia mental e física. Maurício procurou coisas ao
redor para pôr a culpa. Culpou a poluição da cidade onde vivia, pensou que
talvez fosse falta de exercício ou excesso de
trabalho. Maurício culpou todo tipo de coisa, menos o seu hábito, e continuou
lutando com sua saúde deteriorada por mais dois anos. Até que um dia, finalmente,
culpou o cigarro.
Muita gente tem
dificuldade em culpar o cigarro e não é devido ao fato de os perigos de fumar
não serem aparentes. O mortífero elo com o câncer no pulmão tem sido
estabelecido por estudos tão conclusivos que somente a indústria do fumo
poderia duvidar deles. E tem mais:
continuamos descobrindo novas maneiras em que o cigarro
pode nos matar. Um recente relatório do Ministério da Saúde afirmou que o fumo
é a principal causa evitável das doenças do coração. A nicotina e o cigarro são
os culpados. Agora descobrimos, através de um outro estudo do governo, que as
mães que fumam provocam uma incidência maior de mortalidade entre os
recém-nascidos.
Câncer, enfisema,
doença cardíaca, bronquite. Esses são efeitos colaterais muito tristes. Está
claro que o fumo faz mal à saúde e que o poder do cigarro em viciar é
evidente.
Felizmente, a
disposição em favor da libertação desse vício está crescendo. Milhares têm
parado de lutar, mas muitos outros ainda continuam lutando com o hábito. De
algum modo conseguem maneiras de contornar a necessidade de parar. Sem dúvida,
você já deve ter ouvido algumas das desculpas. Alguns dizem: "Eu só estou
tomando o meu veneno. Todos nós vamos morrer de alguma coisa, de qualquer
modo." Outros racionalizam: "Estou muito velho para parar. Se eu
tivesse que contrair câncer, já teria contraído."
Um homem escreveu
num jornal esta engenhosa desculpa: "Acho que todos nós temos o vírus do
câncer em nosso organismo e é preciso algo para liberá-lo. Meu corpo está
acostumado com alcatrão e nicotina, se eu parar agora poderáser
a fagulha que irá disparar o câncer." Bem, às vezes as pessoas tentam se
esconder atrás de uma estranha espécie de humor. Um outro afirmou dizendo:
"Qualquer covarde pode parar de fumar. É preciso muita coragem para
encarar um câncer pulmonar."
Bem, esse
certamente é o problema. As pessoas não estão de fato encarando o câncer
pulmonar ou qualquer outra doença desagradável. Às vezes, é preciso uma crise
pessoal para aceitar esse fato. Um
jovem chamado Alan decidiu visitar seu médico por causa de uma tosse
persistente da qual não conseguia se livrar. Apesar de fumar demais, ele
pensava que era apenas uma irritação na garganta. Mas o doutor Grady, após um breve exame, disse: "Você tem um tumor
em suas cordas vocais que precisa ser removido. Acho que teremos que fazer uma
cirurgia. Nesse meio tempo, você tem que parar de fumar."
Hospital? Tumor?
Os pensamentos de Alan giravam. Isso pode significar câncer. O doutor Grady continuou: "Não podemos ter certeza do que você
tem até que seja removido e se faça exames de laboratório."
Alan voltou para
casa chocado. Foi tudo repentino! Após passar o choque, ele agonizou durante o
período de espera do início da operação. O pior dia para Alan foi quando sua
tia Ethel veio visitá-lo. Ela havia acabado de operar
o ouvido e conhecera pessoas em sua ala no hospital que
tiveram que remover as cordas vocais. Alan sabia que suas cordas vocais teriam
que ser removidas se o tumor fosse canceroso. Bem, a tia Ethel continuou
falando sobre o modo heróico como aquelas pessoas
tentavam falar, engolindo o ar e forçando-o a sair. Alan ficou horrorizado.
Finalmente, o dia
da operação chegou. Alan passou apenas quarenta e oito horas no hospital. Mas
começou um outro período de agonia. Dessa vez, pelo resultado da biópsia. Alan
andava por seu pequeno apartamento como um animal enjaulado. Um dia, chegou a ligação do consultório. A sala de espera, o doutor Grady revirando os papéis em sua mesa... Alan tentou
desesperadamente ler a mente do médico. A notícia era boa ou ruim?
"Alan",
disse o médico finalmente, "você teve sorte, o tumor não era
maligno." Ah! Alan quase gritou de alegria. Sentiu como se tivesse nascido
de novo, e naquela segunda vida ele havia adquirido novo significado. Alan
nunca mais tocou em outro cigarro. Aqueles fatos abstratos de saúde quanto ao
fumo tiveram finalmente um impacto. Que bom se tivessem um impacto para todos
nós. Ou que os recebêssemos como para nós mesmos. Isso nos ajudaria a dar o
primeiro passo vital em direção a abandonar o hábito de fumar.
Estas dicas podem ser extremamente úteis para se abandonar
o hábito. É simples:
1. Tome um banho quente duas ou três vezes ao dia. Isso
relaxará você e é muito difícil acender cigarro na água.
2. Beba seis a oito copos de água entre as refeições.
Devemos fazer isso de qualquer modo, não apenas para deixar de fumar. Isso
ajuda seu organismo a se livrar da nicotina mais rapidamente, e de todas as
outras toxinas.
3. Procure repousar bastante. Talvez até um cochilo
adicional. Uma boa noite de sono rejuvenescerá os
nervos abalados.
4. Exercite-se após cada refeição. Uma boa caminhada o
refrescará e também o ajudará a evitar o momento em
que você é mais tentado a fumar ou a acender o cigarro.
5. Evite o álcool. Você certamente não vai querer sua força
de vontade enfraquecida. Você também poderá evitar café e chá. Eles geralmente
provocam a vontade de fumar.
6. Coma bastante fruta, verdura e castanha. Alimentos
pesados e muito condimentados
tendem a conduzir o corpo de volta aos cigarros.
Um homem de
negócios do Texas decidiu, um dia, parar de fumar. Para reforçar sua força de
vontade, começou a colocar sessenta centavos de dólar em um vidro todas as
manhãs. Isso representava um maço e meio de cigarros ao preço de mercado na
ocasião - quarenta centavos de dólar o maço. Servia como um lembrete visual do
quanto ele estava poupando a cada dia. Numa manhã, seu filho questionou a
honestidade de tudo aquilo.
– Papai, disse
ele, você compra cigarros com desconto. Na verdade, o senhor não poupa tudo
isso.
– Meu filho –
retrucou o homem de negócios firmemente – quando você renunciar a alguma coisa,
renuncie com classe.
Renunciar com
classe é sem dúvida uma grande idéia. Como podemos
renunciar com classe o fumo ou algum outro hábito de que gostaríamos de nos ver
livres? As pessoas que fumam estão tentando de fato preencher alguma
necessidade em sua vida, quer elas saibam ou não. Talvez sintam-se embaraçadas
diante das pessoas e fumar as ajuda a sentirem-se mais à vontade, ou são tensas
e fumar as ajuda a relaxar. Bem, quando a pessoa deixa um hábito, essas
necessidades continuam. Essa é uma das razões por que muitos acham difícil
permanecer longe do cigarro, e tantas pessoas voltam a acendê-lo. Como disse
Mark Twain, e você já deve ter ouvido isto: "Deixar de fumar é fácil, já
fiz isso umas cem vezes."
Como podemos
renunciar com classe? Renunciar para sempre? De certo modo, devemos fazer mais
do que apenas tirar alguma coisa. Não seria melhor se pudéssemos trazer alguma
coisa para a nossa vida, alguma coisa maior do que o hábito, algo que pudesse
satisfazer nossas necessidades de um modo mais saudável? Podemos trazer para
nós mais do que tiramos? Creio que sim.
Deixe-me explicar
isso a você retornando de novo ao Maurício e sua história. Lembre-se que ele
lutou durante anos com a saúde piorando até que, finalmente, culpou o cigarro.
Foi assim que aconteceu. Maurício ia de carro a uma festa. De repente, começou
a tossir e sufocar-se violentamente. Mais um ataque de bronquite. Maurício
pensou que dessa vez não escaparia. Voltou para casa, entrou de novo na garagem
subterrânea do seu edifício de apartamentos e desligou o carro. Ele acreditava
que iria morrer ou, o que parecia pior, continuar vivendo com a saúde
comprometida. Sentado ali, sozinho, na garagem escura, Maurício foi acometido
de uma sensação de impotência total. Ele não tinha mais força de vontade.
Maurício fechou os olhos e
sussurrou: "Deus, se o Senhor tem algum propósito para
a minha vida, por favor, ajuda-me." Aí, sentindo como se estivesse quase
em transe, ele subiu ao seu apartamento, jogou fora todos os cinzeiros, um maço
de cigarros pela metade e devolveu à loja um pacote de cigarros. Isso aconteceu
no dia 4 de julho e, naquele dia, Maurício festejou as suas primeiras horas de
liberdade. Sempre que sentia vontade de fumar, achava outra coisa para fazer.
Ele ligou para um amigo que já havia deixado de fumar e conseguiu mais ajuda.
Procurou também o Grupo dos Fumantes Anônimos e, com o enconrajamento
e o apoio de outros, conseguiu chegar até o fim, saindo vencedor.
Maurício conseguiu
livrar-se do cigarro para sempre porque obteve algo melhor. Ele teve um
encontro com o Deus vivo. Algo poderoso aconteceu. Ele não tinha nada com o
cigarro. Passou a ter tudo com o Todo-Poderoso.
Sabe, muitos de
nós temos uma visão estreita de Deus. Nós O imaginamos como Aquele que faz as
regras e depois checa as pessoas para ver como estão se portando. Isso está
longe da verdade. Nosso Pai Celeste é muito mais do que isso.
Veja esta
descrição de Sofonias 3:17: "O Senhor teu Deus está no meio de ti,
poderoso para te salvar: Ele se deleitará em ti com alegria.
Regozijar-se-á em ti com júbilo." Temos aqui um
retrato do Todo-Poderoso alegrando-Se pelo Seu povo. Por quê? Porque Ele é um
guerreiro vitorioso. Ele venceu a batalha por Seu povo. Ele o tem livrado do
inimigo. Esse é Deus, o Libertador. Isso lhe diz algo? Deve dizer para aqueles
que estão presos a algum hábito debilitante.
O profeta Isaías
fez um retrato bastante nítido do Deus libertador. Ele nos dá estas palavras do
Senhor: Isaías 49:25: "Por certo que os presos se tirarão ao valente, e a
presa do tirano fugirá, porque Eu contenderei com os que contendem contigo e
salvarei os teus filhos." Essa é a promessa de um guerreiro confiante, que
enfrenta zelozamente qualquer adversário em nosso
favor. Ele lutará por nós contra qualquer adversário. Ele lutará com qualquer
um que ouse lutar conosco. Esse é o Deus da libertação. Sabe, essa figura tem
seu clímax no Novo Testamento retratando o Messias. Jesus liberta aqueles que
vêm a Ele com todo tipo de aflição física e mental. Ele aceita casos em que
todos os demais já desistiram.
Jesus caminhava
por Jerusalém um dia e passou por uma fonte chamada Betesda.
Um grande número de cegos, aleijados e paralíticos
estavam ao redor dela. Dizia-se que um anjo, de vez em quando, descia do Céu e
agitava a água
da fonte. O primeiro que entrasse na água após ser agitada,
acreditava-se, era curado. Bem, Jesus avistou um homem cujo problema parecia especialmente
trágico. Ele estava imobilizado por uma doença havia 38 anos. Muita gente já
teria perdido as esperanças, como inválido, após todo esse tempo. Mas esse
homem ainda se agarrava a uma última esperança supersticiosa. Jesus Se
aproximou e surpreendeu o homem com uma pergunta simples:
– Você quer ser
curado?
Bem, o paralítico
só conseguia pensar em entrar na fonte. Se aquele homem pudesse ajudá-lo,
talvez ele conseguisse chegar primeiro.
Como tantas outras
pessoas presas a um hábito, ele não conseguia imaginar renunciar com classe,
ser curado com classe. Jesus, porém, tinha aquilo em mente. Ele ordenou ao
inválido que se levantasse, pegasse sua cama e andasse. De algum modo, enquanto
o paralítico olhava para Aquele notável estranho, encontrou forças para fazer
exatamente o que era impossível para ele. Em sua fraqueza, tornou-se possível;
em sua total impotência, encontrou forças de Alguém
muito maior do que o seu debilitante problema. E esse homem, que saiu andando,
curado, da fonte de Betesda, é apenas um dos exemplos
do Salvador, o Libertador em ação.
Quando Cristo
viajava pela Judéia e Galiléia, uma incrível
variedade de libertados juntava-se ao Seu redor. Ex-aleijados
pulavam de alegria, banidos celebravam sua recém-achada aceitação. Aqueles que
antes eram possuídos por demônios regozijavam-se com mentes limpas e sãs. O
ministério inteiro de Cristo fornece a gloriosa prova de Sua maravilhosa
promessa. João 8:36: "Se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis
livres."
Sereis livres!
Essa liberdade que Cristo nos deu é muito mais do que a ausência da aflição,
ela inclui a presença de novo poder, novas habilidades, algo mais e não algo
menos.
O que aconteceu
com a família Ponder é um bom exemplo. Maddy Ponder entrou na cozinha
uma manhã a tempo de ver seu marido Hugh jogando o cachimbo e o saquinho com
fumo dentro do fogão a lenha em chamas. Ela não se sentia contente com o hábito
de fumar do marido, mas não reagiu de modo feliz a isso também.
– Hugh – disse ela
– por que você fez isso? Você sabe que vai ter que sair para comprar mais.
O marido de Maddy havia desistido do cachimbo várias vezes, com a
melhor das intenções. Mas em todas elas, a vontade de fumar havia levado
vantagem sobre ele. O fumo era muito caro e Maddy não
apreciava as caríssimas tentativas de Hugh de abandonar o
seu hábito. Desta vez, entretanto, alguma coisa era
diferente. Hugh havia se tornado cristão. Vinha lendo as Escrituras com freqüência e, durante uma de suas horas de estudo, teve a
convicção de que fumar era errado. Hugh sabia muito bem de seus fracassos
passados, mas levou seu novo compromisso a Deus muito a sério. Ele orou com
toda a seriedade quanto ao seu hábito e prometeu a Deus que nunca mais tocaria
em fumo. Assim, durante aquela manhã, na cozinha, Hugh disse à Maddy:
– Desta vez tenho
ajuda, não precisarei mais comprar fumo. Deus já me concedeu a vitória.
E concedeu mesmo.
Hugh deixou o hábito para sempre. Ele renunciou com classe, porque Deus, o
Libertador, o ajudou.
Recentemente o
Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos realizou uma pesquisa de dois anos,
fazendo um estudo sobre ex-fumantes. Eles queriam saber como as pessoas que
pararam de fumar fizeram isso. O relatório do estudo concluiu que as razões
morais para a renúncia do hábito foram o modelo perfeito de uma abstinência
bem-sucedida. Resumindo, aqueles que deixaram de fumar por motivos religiosos
ou convicções morais, virtualmente foram bem-sucedidos. Eles não voltariam mais
para o cigarro. Tinham algo mais. Eles renunciaram com classe.
E quanto a você? Está atribulado por algum hábito
prejudicial que não quer ir embora? Você sente que a sua força de vontade se
acabou? Que tal trazer alguma coisa para a sua vida que é muito maior do que o
hábito? Somente Deus, o Libertador, é grande o bastante. Lembre-se que Jesus
tem um registro perfeito dos casos em que outros desistiram. Um compromisso com
Ele o ajudará a atravessar os momentos difíceis. Passando a conhecê-Lo, você
terá a força de que precisa.
Por favor, coloque
o Salvador ao seu lado hoje. É Ele quem está lutando por nós, batalhando com
aqueles que ousam batalhar contra nós. Cristo enfrentará qualquer adversário a
qualquer hora e em qualquer lugar. Lembre-se que Ele veio para que tenhamos
vida em abundância. É na Sua força que podemos ser, de fato, livres.
68
JERUSALÉM INVADIDA
George Vandeman
Na manhã de 5 de junho de 1967, o governo de Israel chocou
o mundo com os caças israelenses que partiram do Mar Mediterrâneo voando tão
baixo para fugir da detecção dos radares. Ao anoitecer, o ataque-surpresa
deixou centenas de aviões de guerra egípcios totalmente arruinados.
Israel, ameaçada de invasão imediata por suas nações
vizinhas, decidiu atacar primeiro. Na noite do segundo dia, os caças a jato
haviam arrasado as forças aéreas árabes, destruindo mais de 400 aviões e
perdendo apenas 26 dos seus.
As tropas em terra tiveram igualmente vitórias em todas as
frentes. Em seis dias, a guerra-relâmpago terminou. O povo de Israel, embora em
desvantagem, na proporção de 40 por um, derrotou seus inimigos e triplicou seu
território. Esse foi um dos feitos mais brilhantes da história militar. Não é
de se admirar que tenham dançado nas ruas de Jerusalém após a Guerra dos Seis
Dias.
Desde o início de Israel como nação independente, em 1948,
sua existência tem sido uma série de milagres. Milagres esperados, pois 19
séculos antes, o povo judeu tinha sido espalhado como estrangeiro por todo o
mundo. Apesar de enriquecerem os países onde se fixaram, eles sofreram
perseguição incessante. A chamada "solução final" de Hitler, trouxe
os indescritíveis horrores do Holocausto. Finalmente, a comunidade mundial
reconheceu os direitos do povo judeu de viver livre e em segurança, com governo
próprio. Assim, com o apoio e autoridade das Nações Unidas, os judeus lutaram
por independência. Superaram obstáculos, mas criaram uma nova
nação em sua antiga terra natal.
Tive o privilégio de estar lá para ver isso acontecer em 14
de maio de 1948. Naquela manhã de sexta-feira, eu estava em frente do famoso hotel Rei
Davi.
Não me lembro exatamente onde eu planejava ir. Mas de
repente uma enorme limusine preta encostou e a porta abriu.
–- Vai ao pavilhão de convenções? –- perguntou-me um
cavalheiro judeu.
–- Por que não? –- respondi.
Corremos através das ruas estreitas em direção ao pavilhão
de convenções, construído às pressas em Tel Aviv,
onde me colocaram com gente importante.
Várias pessoas de aparência importante abriram lugar para
eu passar e me sentei ao lado delas.
Então vi uma nova democracia nascer em Israel. E, desde
aquele dia memorável, o Oriente Médio tem ocupado o plano central nos assuntos
mundiais.
Há muito mais envolvido do que uma luta entre árabes e
israelenses. As superpotências do mundo têm interesse vital por Israel, a quem
têm jurado proteger a todo custo. Muitos temem que cedo ou tarde a Terceira
Guerra Mundial terá seu início no Oriente Médio.
Uma nova guerra mundial poderia ter acontecido em 1973. O
Egito e a Síria atravessaram, com seus tanques de fabricação soviética, as
fronteiras de Israel, jurando vingança pela Guerra dos Seis Dias. Eles pegaram
o inimigo completamente desprevenido - era o Yom Kippur, o dia mais sagrado do ano judeu. Mas Israel
rapidamente se refez e tomou a
ofensiva, ajudado por um reforço maciço de provisão dos Estados Unidos.
Enquanto isso, as superpotências estavam assustadoramente
próximas de uma guerra nuclear. Relatando mais tarde, o ex-presidente Nixon
disse:
"Brezhnev exigiu que os
Estados Unidos se unissem a ele enviando forças de `manutenção de paz' ao
Oriente Médio e se instalassem em Israel. Negamos com firmeza e exigimos
que a ação fosse diplomática ao invés de militar. Brezhnev
ameaçou intervir unilateralmente. Quando fomos informados de que as forças
soviéticas estavam embarcabdo em transportes de
tropa, alertamos Brezhnev que não toleraríamos
intervenção unilateral e enfatizamos nossa determinação colocando nossas forças
convencionais e nucleares em alerta." National
Review - 20 de setembro de l985.
Graças a Deus, os soviéticos concordaram com a solução
diplomática para pôr fim à guerra. Mais uma vez, a democracia de Israel
sobreviveu e a guerra mundial foi adiada.
Toda essa inquietação do final dos tempos no Oriente Médio
nos surpreende? Os profetas não previram isso na Bíblia?
Examinaremos o que as profecias da Bíblia têm reservado
para a terra santa. Localizaremos as raízes fascinantes da luta entre árabes e
israelenses, que vêm de quatro mil anos atrás.
Esse conflito envolve mais do que política. Na verdade é uma batalha entre duas antigas religiões, com
raízes no velho patriarca do Antigo Testamento, Abraão. Os israelenses crêem que Deus deu a Palestina a eles através de Isaque, o
filho de Abraão. Por outro lado, os árabes liderados pelos fundamentalistas
muçulmanos, se vêem como os legítimos herdeiros da
terra prometida através de Ismael, o outro filho de Abraão.
Pessoalmente, gosto tanto dos israelenses como dos árabes.
Dos israelenses, porque citam as promessas do Antigo Testamento de que Deus deu
a terra a eles; e dos árabes, que têm vivido todos esses anos na Palestina e
agora estão sendo expulsos dela.
Quando visitei os campos de refugiados dos palestinos
removidos em 1948, meu coração se emocionou com eles. Este conflito
árabe-israelense tem dois lados, e quero apresentar um quadro equilibrado de
uma situação muito delicada que existe ali.
Os cristãos estão vitalmente envolvidos nos eventos do
Oriente
Médio. Afinal, o Senhor Jesus viveu e morreu na Palestina.
E muitos crêem que a volta do povo judeu para a
Palestina e o estabelecimento de Israel têm uma tremenda importância
espiritual. Eles vêem nisso o cumprimento da profecia
bíblica estabelecendo o estágio do duelo no Armagedon.
Nos anos 70, o maior "best-seller" de não-ficção
da década, era um volume religioso de Hal Lindsey, A Agonia do Planeta Terra.
Lindsey predisse que, cerca de 40 anos após 1948, Cristo
voltaria à Terra e "arrebataria" secretamente Seu povo para o Céu. Os
não-salvos deixados para trás sofreriam sete anos de
tribulação, e o clímax seria a terrível batalha do Armagedom.
Quanto desse ensinamento é verdade bíblica, e quanto é
especulação humana? Vamos examinar as profecias.
O livro de Daniel registra a luta de vida e morte entre
duas cidades, Jerusalém e Babilônia - uma amostra dos eventos por acontecer em
breve em nossa era. O capítulo 1 começa com o ataque
de Babilônia contra Jerusalém seis séculos antes da era de Cristo. É uma
história intrigante! "No ano terceiro do reinado de Joaquim, rei de Judá,
veio Nabucodonosor, rei de Babilônia, a Jerusalém, e a sitiou. E o Senhor
entregou nas suas mãos a Joaquim, rei de Judá, e uma parte dos vasos da casa de
Deus ... e pôs os vasos na casa do tesouro do seu deus." Daniel 1:1 e 2.
O Senhor deu Seu povo escolhido nas mãos de um poder pagão!
Ele até permitiu que os invasores removessem objetos sagrados do Seu santuário
e os levassem para o templo pagão na Babilônia. Por quê? Deus não havia
prometido defender Seu povo e Seu templo a todo custo, sob qualquer
circunstância? O que tinha saído errado?
Além disso, por que tem de haver um povo escolhido? Deus tem
predileções?
Temos que voltar ao tempo do pai Abraão para descobrir por
que Deus escolheu Israel. A promessa se encontra em Gênesis 12:2 e 3: "E
far-te-ei uma grande nação, ... e em ti serão benditas todas as famílias da
Terra."
Assim, Deus escolheu Israel para ser uma bênção ao mundo
inteiro, um mundo perdido nas trevas do pecado. Através de Seu povo escolhido,
Deus quis revelar Seu amor a todas as nações pagãs. Esperava que elas se
arrependessem e se unissem a Israel, ao banquete de Sua salvação.
Deus não estava preferindo pessoas ao ter um povo
escolhido. Ele abençoou Abraão em nome dos gentios também. Mas os descendentes
de Abraão não foram capazes de entender. Os antigos israelitas esbanjaram as
bênçãos divinas entre si, recusando-se a brilhar para Deus como a luz do mundo.
A nação judaica passou a se considerar a única preferida do Céu,
incondicionalmente abençoada por Deus.
Israel imaginou que, a despeito de como se comportasse,
permaneceria o povo de Deus. Assim, abusando da misericórdia de Deus, eles se
tornaram descuidados, e até rebeldes.
Por incrível que pareça, Israel adotou inclusive a
idolatria de seus vizinhos. A imoralidade predominou no culto ao deus Sol,
Baal, que acomodava uma variedade de práticas sexuais ilícitas. E alguns pais
israelitas chegaram a sacrificar seus filhos nos altares dos deuses pagãos.
Deus não teve opção senão deixar Seu povo colher os frutos do seu
pecado. Ele permitiu que os israelitas fossem atacados pelas nações que eles
imitaram. E, em desespero, os israelitas clamaram por liberdade e, pela
misericórdia, Deus os salvou repetidas vezes.
O livro de Juízes registra o triste ciclo de apostasia e
libertação, seguido de repetidas apostasias. Advertências após advertências
chegavam e eram ignoradas. O Antigo Testamento menciona, muitas vezes, que o
povo de Deus assassinava seus mensageiros, os profetas. Eles se recusavam a
crer que Deus empregaria de fato o poder pagão como instrumento para puni-los.
Finalmente, veio o dia do julgamento, quando Babilônia, o centro do culto
pagão, invadiu Jerusalém no ano 605 a.C.
O rei Nabucodonosor saqueou e incendiou a cidade santa da
paz. O templo glorioso ficou em ruínas. Muitos dos jovens saudáveis sobreviveram aos ataques e foram
levados como cativos para Babilônia, a 1600 empoeirados e miseráveis
quilômetros de distância, próximo de onde fica atualmente Bagdá, no Iraque.
Em todas as épocas de problemas, Deus tem uns poucos fiéis
que permanecem leais a Ele. Daniel 1
registra a emocionante história de como quatro jovens, provavelmente
adolescentes, permaneceram fiéis a Deus naquela terra pagã.
Daniel e seus três amigos, Hananias,
Mizael e Azarias chamaram a atenção de Nabucodonosor e das autoridades. E esses
descobriram que eles eram "mancebos em quem não houvesse defeito algum,
formosos de parecer, e instruídos em toda a sabedoria, sábios em ciência, e
entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para viverem no palácio
do rei, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus"
Daniel 1:4.
Esses jovens bonitos tinham vencido dentro da vida real na
Babilônia.
Talvez as garotas da cidade ficassem de olho neles. O
próprio Nabucodonosor "... determinou a ração de cada dia, da porção do
manjar do rei, e do vinho que ele bebia, e que assim fossem criados por três
anos, para que no fim deles pudessem estar diante do rei" Daniel l:5.
A princípio deve ter parecido o fim do mundo para Daniel e
seus amigos quando os invasores os arrancaram de suas famílias e os levaram
cativos. Mas, que surpresa! Junto com isso veio a vida boa: uma bolsa na
universidade de Babilônia e um grande cargo no governo esperando por eles após a formatura,
com vinho, mulheres e música ao longo do caminho. Mas "Daniel assentou no
seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho
que ele bebia..." Daniel l:8.
Sim, no meio dos prazeres do mundo, Daniel recusou-se a se
corromper e ele decidiu continuar fiel a Deus. Ele iria honrar seu Criador
guardando o corpo e a alma das atraentes tentações do mundo.
Precisamos de mais jovens como Daniel hoje. Com as drogas,
o álcool e o sexo degradando e pervertendo a juventude, precisamos de
adolescentes nobres que digam "não" à tentação e "sim" ao
plano de Deus para sua vida.
Daniel e seus amigos determinaram ser fiéis a Deus. Mas
Nabucodonosor parecia determinado a apagar qualquer vestígio da herança hebraica que eles ainda pudessem
ter. Ele chegou a mudar os seus nomes, dando-lhes os nomes de deuses pagãos.
Imagine como deve ter sido tentador para que abandonassem
sua fé. Afinal, suas orações para que Deus defendesse Jerusalém aparentemente
não tinham sido ouvidas. Agora eles se encontravam no centro do paganismo, com
o mundo pagão abrindo seus braços repletos de oportunidades para eles. Por que
não desistir e ceder?
Os colegas cativos de Jerusalém cederam, mas Daniel e seus
amigos continuaram firmes.
Logo surgiu outro teste. O despenseiro do rei havia
recebido a responsabilidade de manter Daniel e seus companheiros com saúde.
Imaginando que seus alimentos simples e naturais
poderiam deixá-los sem saúde, o despenseiro insistiu que Daniel e seus amigos
comessem e bebessem o que os demais haviam concordado em comer. Mas, com
sabedoria do Céu, Daniel surgiu com uma proposta. "Experimenta, peço-te,
os teus servos dez dias, fazendo que se nos dêem
legumes a comer, e água a beber. Então se veja diante de ti o nosso parecer, e
o parecer dos mancebos que comem a porção do manjar do rei, e, conforme vires,
te hajas com os teus servos" Daniel 1:12 e 13.
O mordomo do rei concordou. "... E, ao fim dos dez
dias, apareceram os seus semblantes melhores; eles estavam mais gordos do que
todos os mancebos que comiam da porção do manjar do rei. Desta sorte, o
despenseiro tirou a porção do manjar deles, e o vinho que deviam beber, e lhes
dava legumes" Daniel 1:15 e 16.
Alguns cristãos de hoje dizem que não importa o que comemos
ou bebemos. Mas Daniel e seus amigos sabiam que importa. E foram ricamente
abençoados por sua fidelidade. "Ora, a estes quatro mancebos Deus deu o
conhecimento e a inteligência em todas as letras, e sabedoria; mas a Daniel deu
entendimento em toda a visão e sonhos" Daniel 1:17.
Essas visões e sonhos que Deus deu a Daniel são as
profecias de alcance mais longo em toda a Bíblia. As profecias de Daniel têm
uma grande importância para nós agora, embora elas em geral sejam desprezadas
ou mal entendidas.
Após seus três anos de colégio, Nabucodonosor os convocou
para o exame de formatura. "E em toda a matéria de sabedoria e de
inteligência, sobre o que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais
doutos do que todos os magos ou astrólogos que havia em todo o seu reino."
Daniel 1:20.
Daniel e seus amigos permaneceram leais e autênticos com
todos ao seu redor em vez de renegar a sua fé. Neles vemos um símbolo do povo
de Deus no final dos tempos, que "guardarão os mandamentos de Deus e a fé
em Jesus".
Que tal seguir o exemplo de Daniel e propor ao próprio
coração não permitir que o seu corpo e a sua alma sejam contaminados? Mas
talvez você já se sinta contaminado e impuro.
Recentemente uma jovem me procurou com o coração partido,
porque o namorado com quem ela vivia a abandonou e saiu da cidade. Ela se
sentia terrivelmente só e culpada. Duvidava que algum homem decente poderia
querê-la agora. Sua vida estava arruinada para sempre. O coração pesado da
jovem ansiava por paz, e ela precisava do poder de Deus para colocar a vida em
ordem.
Assim, mostrei a ela a boa notícia de um profeta do
evangelho no Antigo Testamento: "Todos nós andamos desgarrados como
ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele
(Jesus Cristo) a iniqüidade de nós todos."
Isaías 53:6.
Somos todos culpados, merecedores da morte. Mas, graças a
Deus, Jesus pagou tudo. Na cruz, Ele pagou o preço total de nosso pecado, de modo que
agora podemos comparecer puros diante de Deus.
Aquela jovem mal acreditava que podia ser perdoada total e
gratuitamente. Então eu lhe disse: "O Senhor não só perdoa
mas nos considera santos. Ele também nos dá força para viver uma vida nova com
Ele. Deus tem um plano especial para cada um de nós individualmente e, à medida
que continuarmos seguindo-O, Deus nos considera perfeitos em Jesus."
Que notícia maravilhosa! Para uma mulher apanhada em
adultério Jesus disse: "Nem Eu te condeno. Vá e não peques mais".
Iremos a Jesus para ser salvos? Viveremos fiel e lealmente
em obediência? Peço que você abra o seu coração a Deus agora.
69
RESGATE FULMINANTE
George Vandeman
Eles desceram do céu à meia-noite sobre o Lago Victoria.
Seguiram silenciosamente pela pista em direção ao terminal do aeroporto de Entebbe. Lá no coração da África, mais de 100 reféns
israelenses prendiam o fôlego entre a vida e a morte. Enquanto os Hércules
C-130 rodavam até parar na pista, um deles baixou a rampa da cauda. De lá
saíram uma mercedes preta e dois jipes cheios de
soldados disfarçados de palestinos. No banco traseiro da limusine estava um
oficial bem gordo, fazendo-se passar pelo ditador de Uganda, Idi Amin.
O grupo de soldados aproximou-se do terminal. Os guardas do
aeroporto bateram continência ao reconhecerem a placa do carro particular de
Amin, falsificada pelos israelenses. Os soldados passaram pelos guardas em
direção aos reféns.
Dentro do terminal, o tiroteio durou um minuto e 45
segundos. Em seguida, ouviu-se o triunfante grito da libertação: "Hanachnu Israelim" (somos
israelenses).
Quando o C-130, com sua preciosa carga, decolava para a
liberdade, alguns dos ex-reféns choravam, outros estavam atônitos em silêncio.
Uma mulher gritava: "Ness! Ness!" (Milagre! Milagre!)
Os israelenses chamaram sua missão impossível de
"Operação Thunderball". Esse milagre de
libertação ocorreu em 4 de julho de 1976, no mesmo dia do bi-centenário da independência dos Estados Unidos. Os
soldados voltaram para Israel, onde foram aclamados como heróis internacionais.
A revista Psicologia Hoje publicou um perfil de
personalidade analisando os heróis de guerra israelenses. Eles tiveram alta
cotação em quatro áreas: liderança, dedicação ao dever, capacidade de decisão e
perseverança sob pressão. Sem dúvida, os soldados demonstraram em Entebbe todas essas qualidades.
Outro jovem israelense se destacou também há muito tempo. A
liderança, dedicação ao dever e capacidade de decisão de Daniel deixaram o
exemplo para os heróis modernos. Quanto à quarta qualidade, 70 anos após ficar
do lado de Deus na Babilônia, Daniel ainda continuava a serviço do rei.
Quando o reino da Babilônia caiu em poder dos medos e dos
persas, o novo rei, Dario, nomeou Daniel, com quase 90 anos, como presidente do
seu reino.
Suponhamos que uma potência estrangeira conquistasse o
Brasil, e em seguida, nomeasse o vice-presidente brasileiro como seu novo
primeiro-ministro. Essa foi a história de Daniel.
Muitas coisas aconteceram a Daniel durante seu tempo na
Babilônia. Ele enfrentou crises e mais crises. Entretanto, superou todas elas
através da fé. O livro do Antigo Testamento com seu nome contém a história da
vida de Daniel, além das maravilhosas profecias que Deus lhe inspirou. Você vai
apreciar a leitura do livro de Daniel.
Um dia, o velho líder estava preocupado com uma coisa.
"No primeiro ano do seu reinado, (rei Dario) eu, Daniel, entendi, pelos
livros, que o número de anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, em
que haviam de durar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos."
Daniel 9:2.
De acordo com a profecia, o povo judeu exilado de Jerusalém
para a Babilônia
ficaria em cativeiro apenas 70 anos. Depois que esse tempo terminasse, Deus
prometeu, de acordo com Jeremias 27:22: "Então os farei subir, e os
tornarei a trazer a este lugar."
Mas alguma coisa parecia errada para Daniel. Embora
faltassem ainda dois anos para o fim dos 70 anos, nada parecia estar
acontecendo. Nada
parecia estar preparando o caminho de volta dos exilados para
Jerusalém. Por que não?
Muito preocupado, Daniel levou sua perplexidade até Deus:
"E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e rogos,
com jejum, e saco e cinza." Daniel 9:3.
Por que Daniel estaria tão preocupado? Deus tinha dito 70
anos - uma promessa mais do que garantida, certo? Talvez não!
Havia um outro fator envolvido e que Daniel conhecia, algo
além da disposição de Deus em manter Suas promessas. Os exilados tinham que
cumprir sua parte no acordo que Deus fez com eles.
"E orei ao Senhor meu Deus, e confessei, e disse: Ah!
Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas o concerto e a misericórdia para
com os que te amam e guardam os teus mandamentos." Daniel 9:4.
Portanto, Deus mantém Seu pacto com aqueles que cumprem as
Suas condições. Daniel estava preocupado que, devido à infidelidade, os judeus
exilados poderiam não ter permissão para retornar a Jerusalém, apesar de
estarem próximos do fim dos 70 anos preditos na profecia.
Todo pacto é uma sociedade, um acordo entre duas partes com
condições para ambas cumprirem. Como o casamento, por exemplo. Os noivos
caminham pela igreja e ficam diante do pastor para fazer os votos. Ambos fazem
um pacto entre si. Concordam em aceitar os termos e obedecê-los, ou o pacto
estará quebrado. Exatamente como o concerto entre o Senhor e a nação judaica.
Porém, há muito mais envolvido do que um Deus confiável cumprindo Suas
promessas. Seu povo também deve obedecer os termos do
concerto. Todas as promessas do pacto com Deus são condicionais, dependendo da
cooperação humana. Esse é o mesmo concerto eterno da graça que Deus fez com
Abraão em Gênesis 17. Uma noite, Ele chamou Abraão para fora de sua tenda e
pediu-lhe que olhasse o céu do deserto.
"Vê as estrelas?", perguntou Deus. "Assim
serão os seus descendentes." Gênesis 15:6 diz que Abraão "creu no
Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça".
O concerto de Abraão era baseado na fé, não nas obras.
Muitos pensam que Deus salvava as pessoas no tempo do Antigo Testamento através
das obras, e no Novo Testamento, Ele mudou as coisas e introduziu a salvação
pela fé. Isso não é verdade. O evangelho da graça corre por todo o Antigo
Testamento como um refrescante riacho na montanha. E a despeito de os
israelitas no Monte Sinai quererem um pacto baseado em obras, isso não anula o
pacto da graça feito com Abraão 430 anos antes.
Abraão e seu filho Isaque subiram ao Monte Moriá, a
montanha do sacrifício. O pai idoso tremeu ao pensar na perda do filho, mas se
lembrou do evangelho: "Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto,
meu filho; e seguiam ambos juntos." Gênesis 22:8.
O próprio Deus proveu o sacrifício para o pecado. Essa era
a esperança de Daniel e a nossa garantia - a promessa do concerto.
Mas Daniel temia que o concerto houvesse sido cancelado por
causa da persistente impiedade do povo de Deus e que jamais seria permitido aos
exilados voltarem à sua terra natal.
De repente, enquanto Daniel estava ainda orando, o anjo
Gabriel chegou do Céu com boas notícias. "Daniel, agora saí para fazer-te
entender o sentido." Daniel 9:22.
Gabriel continuou a explicar: "Setenta semanas estão
determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade,
para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a
visão e a profecia, e para ungir o Santo dos Santos." Daniel 9:24.
Deus não havia desqualificado a nação judaica devido ao seu
pecado. Ela retornaria a Jerusalém em cumprimento da profecia de Jeremias. E
Deus havia determinado para ela um tempo adicional de oportunidade, um período
de 70 semanas. Isso preparia o caminho para o
Messias, que faria "a reconciliação pela iniqüidade"
e "traria a justiça eterna".
Vamos imaginar o Calvário naquela escura tarde de
sexta-feira. Vemos Jesus na cruz, cumprindo Sua promessa de concerto, feita em
Daniel 9, de fazer a expiação pela iniqüidade. Com
Seu último fôlego, Ele brada: "Está consumado". Missão impossível
cumprida!
Jesus triunfou sobre o pecado e trouxe a justificação
eterna. Agora, através do Calvário, podemos ser aceitos por Deus, através da fé
em Seu pacto de salvação. Temos o remédio do Céu para o problema do pecado
sobre o qual Daniel orou.
Cada cristão pode reconhecer em Daniel 9, uma emocionante
previsão da salvação em Cristo. Há um tempo de profecia indicando exatamente
quando Jesus apareceria como o Messias. "Sabe e entende: desde a saída da
ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe,
sete semanas, e sessenta e duas semanas." Daniel 9:25.
Vamos decodificar essa intrigante profecia. Um período de tempo de sete semanas mais 62 semanas,
totalizando 69 semanas. O ponto de partida seria uma ordem especial para ir
avante e reconstruir Jerusalém, que tinha sido devastada durante a invasão
babilônica. Essas 69 semanas se estenderiam da época dessa ordem até a aparição
de Jesus.
Vamos fazer alguns cálculos rápidos. As 69 semanas são
iguais a um ano e um terço, 483 dias, para ser exato. Porém, a tradução da
palavra "semanas" significa literalmente "grupos de sete".
E isso pode ser uma unidade de sete dias ou uma unidade de sete anos. Quando
observamos com atenção Daniel 9, fica claro que temos ali um período de
profecia com 69 unidades de sete anos cada, totalizando 483 anos.
Assim, essa profecia previu que 483 anos separariam a época
em que Jerusalém seria reconstruída e a época em que o Messias apareceria.
Será que aconteceu assim mesmo?
Primeiro, temos que saber a data em que o decreto foi
feito, possibilitando aos exilados judeus restaurarem a cidade de Jerusalém.
Não temos que conjecturar quanto à data porque o livro de Esdras registra esse
decreto no sétimo ano do rei persa, Artaxerxes, e a história nos diz que foi em
457 a.C.
Essa data já foi confirmada pelas modernas descobertas
arqueológicas, um fato reconhecido por muitos estudiosos da Bíblia.
A mundialmente famosa Enciclopédia das Dificuldades da
Bíblia, por exemplo, apóia 457 a.C. como o ponto de
partida do início da profecia de Daniel 9. Este livro recente, publicado pela Zondervan, explica como a profecia se desdobra. Observe com
atenção:
"Se, então, o decreto de 457 dado a Esdras for tomado
como ... o princípio dos ... 483 anos, chegamos ao ano exato do aparecimento de
Jesus de Nazaré como o Messias (ou Cristo): 483 menos 457 nos leva ao ano 26
d.C. Considerando-se que um ano é acrescido quando se passa de 1 a.C. a 1 d.C.
(não existe um ano zero), na realidade chegamos ao ano 27 d.C. - uma impecável
precisão no cumprimento desta antiga profecia." Enciclopédia da Bíblia.
Temos a prova matemática de que Jesus é o Messias! Em 27
d.C., o próprio ano predito em Daniel 9, Jesus foi ungido como o Messias em Seu
batismo. E Ele seguiu avante anunciando: "O tempo está cumprido."
De que tempo Ele estava falando? O tempo profético de
Daniel 9, as 69 semanas de anos que introduziriam o "Messias, o
Príncipe". Um cumprimento profético de incrível precisão!
(Gráfico das
2300 tardes e manhãs)
Quando Jesus começou Seus milagres, os líderes religiosos
tentaram matá-Lo continuamente. Mas todas as vezes Jesus escapou.
Isso é registrado em João 7:30: "Procuravam
pois prendê-lo, mas ninguém lançou mão dele, porque ainda não era
chegada a sua hora."
Havia uma data especial para Cristo morrer? Todos sabemos
que Seu ministério público durou três anos e meio. Esse período
de tempo também foi predito pela profecia bíblica?
Sim, havia um calendário com contagem regressiva até o
Calvário. Na noite antes de morrer, Jesus orou: "Pai, é chegada a
hora." Foi o tempo exato predito em Daniel 9, bem no meio de uma semana
adicional de anos além das 69 semanas originais que nos levaram ao batismo de
Jesus. "...E na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de
manjares." Daniel 9:27.
A metade dessa septuagésima semana de sete anos seria três
anos e meio após Jesus começar Seu ministério. E é exatamente quando terminamos
a era dos sacrifícios e ofertas pelos pecados através da Sua morte. O véu do
templo rasgou-se em dois, mostrando não haver mais necessidade dos cultos no
templo judeu.
Assim o Calvário ocorreu na data programada, em 31 d.C.,
três anos e meio após o batismo de Jesus. Uma prova positiva de que Jesus é
exatamente quem afirmou ser, o Messias, o Cordeiro de Deus! Não é de admirar
que milhares de judeus têm depositado sua fé em Jesus como o Messias através da
contagem regressiva do calendário de Daniel 9.
É interessante que Jesus tenha escolhido o número "70
vezes sete" para ilustrar quantas vezes deveríamos ter misericórdia
daqueles que nos ferissem. Teria Ele em mente o tempo da profecia de Daniel
"70 vezes sete", os anos de misericórdia de Deus para com a nação de
Israel?
Bem, não sabemos. Mas é algo para se pensar.
Voltemos agora ao estudo de Daniel 9. Até agora chegamos ao
ano em que Jesus foi crucificado, 31 d.C. Porém, a septuagésima semana não
terminou com a morte de Cristo. Três anos e meio adicionais permaneceram após o
"meio da semana". Isso nos leva do tempo do Calvário, início de 31
d.C., até 34 d.C., o fim daquelas "70 semanas" de oportunidade dadas
à nação judaica em Daniel 9:24.
Portanto, Deus manteve Sua promessa no concerto e enviou
Jesus como o Messias. Agora, a questão crucial é: o que o povo judeu fez em
resposta após o Messias morrer em 31 d.c.? Como eles
passaram os últimos três anos e meio do tempo concedido pelo concerto?
Qualquer pacto deve ser cumprido pelas duas partes para que
possa continuar valendo. Portanto, o concerto que Deus fez com o povo judeu
exigia sua cooperação e fé no Messias.
Em 1978, o pacto que houve em Camp
David, se tornou um marco de conquista do presidente Carter. Ele conseguiu
fazer Menachem Begin de Israel e Anwar Sadat do Egito sentarem-se na mesma mesa
por quase duas semanas, discutindo a paz no Oriente Médio. Após longas horas de
difíceis negociações e habilidosa diplomacia do presidente Carter, Begin e
Sadat chegaram ao histórico acordo de paz finalmente assinado na Casa Branca.
Para que aquele acordo de paz fosse preservado, era
necessário o cumprimento contínuo, tanto pelo Egito como por Israel. Isso
porque um acordo é sempre uma questão de parceria.
Ocorre o mesmo com o concerto de Deus. É um concerto da
graça, totalmente imerecido, mas temos participação nele. Temos que aceitá-lo e
viver pelos seus termos de fé no Messias. Sugerir que esse concerto poderia ser cumprido
sem a fé no Messias, seria negar o acordo que Deus fez com Abraão.
O apóstolo Paulo explica: "De sorte que os que são da
fé são benditos com o crente Abraão. E, se sois de Cristo, então sois
descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa." Gálatas 3: 9 e
29.
Sem a fé no Messias, o concerto com Deus não pode ser
cumprido. Temos que gravar isso na mente e jamais esquecer.
Agora, vamos relembrar Entebbe e
rever a "Operação Thunderball". O primeiro
dos heróis a sair do avião e o último a ser trazido à
bordo foi o Brigadeiro General Dan Shomron. Esse
herói de 39 anos recebeu uma avalanche de cartas de todas as partes do mundo.
Centenas de presentes também chegaram e todos eles foram prontamente
devolvidos.
"Eu não entendo tudo isso", disse o general Shomron. "Sou apenas um dos muitos combatentes
anônimos."
Sua modéstia ignorou sua longa história de bravura. Durante
a Guerra dos Seis Dias, seu batalhão de pára-quedistas
foi a primeira unidade israelense a atingir o Canal de Suez. E na batalha de Yom Kippur, sua brigada blindada
destruiu 60 tanques egípcios. Um recorde destacado para alguém com tamanha
humildade.
A genuína humildade parece ser uma característica de muitos
heróis de guerra israelenses. O perfil da revista Psicologia Hoje revelou que
muitos dos ganhadores de medalhas pensavam que "alguns dos colegas da
mesma unidade tinham sido mais dignos de medalha do que eles!"
Essa humildade dos heróis israelenses existiu também na
vida de Daniel. Numa das mais comoventes orações de toda a Bíblia ele confessa
seus pecados: "Temos pecado e procedido impiamente." Daniel 9:15.
O que Daniel estava falando ao se confessar um pecador? Não
temos registros de Daniel ter alguma vez cedido ao pecado, embora com certeza
tenha tido seus momentos de fraqueza. Mas até seus inimigos invejosos não viam
impropriedades em sua conduta.
Assim, a princípio, podemos ficar atônitos por Daniel fazer
tal oração. E relembramos as palavras do profeta: "Mas todos nós somos
como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia." Isaías
64:6.
A despeito de Daniel não ter nada em particular para se
arrepender, ele sabia que tinha falhado em alcançar o glorioso ideal de Deus. E
se confessou como sendo um homem pecador em uma comunidade que necessitava de
um Messias.
Qual era a esperança de salvação de Daniel? "Porque
não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças,
mas em Tuas muitas misericórdias. Ó Senhor, ouve; Ó
Senhor, perdoa!" Daniel 9:18 e 19.
Daniel depositou sua esperança na salvação pela graça. E
apenas a pura misericórdia qualificará qualquer um de nós para o Céu. Enquanto
nos preparamos para o duelo final da Terra no Armagedom, que Deus nos ajude a
viver pela fé no Senhor Jesus Cristo!
70
O MISTICISMO ISLÂMICO
George Vandeman
Mísseis para o Irã. Ajuda secreta aos Contras. Contas
secretas na Suíça e subornos a obscuros vendedores de armas. Alguns estudiosos
dizem que o caso Irã-Contras foi mais complexo do que qualquer trama já
inventada por Hollywood. As revelações da intriga internacional aterrorizaram
os cidadãos americanos, bem como os experientes congressistas.
Nada pareceu mais bizarro do que aquela autoridade iraniana
mostrando uma Bíblia com capa de couro diante das câmeras. Quem poderia
esquecer seu sorriso triunfante quando disse que a Bíblia tinha sido um
presente do presidente Reagan.
A princípio, a Casa Branca ignorou a insinuação iraniana
sobre
aquela Bíblia, mas depois o porta-voz do presidente
confirmou: em outubro de 1986, o presidente mandou a Bíblia a eles em
demonstração de boa vontade. E no Salão Oval, antes de autografá-la, o
presidente escreveu o seguinte versículo do apóstolo Paulo, encontrado em
Gálatas 3:8: "... tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar
pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as
nações serão benditas em ti." O que o presidente quis dizer ao citar esse
versículo? Ele estava lembrando aos iranianos que
todos nós, como descendentes de Abraão, somos filhos de Deus. O presidente
Reagan queria desesperadamente atingir o coração dos líderes iranianos, devido
à sua preocupação com os reféns.
Os líderes teriam agido de modo diferente se pudessem
prever que a iniciativa fracassaria. Mas devemos aplaudir seu desejo de
alcançar o entendimento entre Muçulmanos, Cristãos e Judeus.
Embora possa parecer difícil de acreditar, as três
religiões têm como ancestral o mesmo Abraão. Cada uma dessas religiões estava
representada em Camp David durante as discussões de
paz em 1978. O líder egípcio Sadat era Muçulmano, o
primeiro-ministro israelense, Begin, era Judeu, e o presidente americano Carter
representava o Cristianismo.
De vez em quando, em Camp David,
os líderes acabavam falando sobre religião entre eles. O presidente Carter, em
seu livro O Sangue da Abraaão, lembra que Sadat
parecia especialmente ansioso pelo diálogo espiritual. Com freqüência,
o líder árabe mencionou seu plano de construir uma capela no Monte Sinai para
que os fiéis dos três grupos religiosos pudessem cultuar juntos. Sadat
expressou alegria em que Muçulmanos, Judeus e Cristãos partilhassem do mesmo
sangue de Abraão. As três religiões o reivindicam como o mesmo pai.
Talvez você se surpreenda ao saber que a tolerância
religiosa para Cristãos e Judeus é de fato um dos princípios básicos do
Islamismo.
Maomé, o pioneiro dos Muçulmanos defendia os direitos de
Cristãos e Judeus crerem tranqüilamente no que
desejassem. Ainda assim, pregar o evangelho em terras islâmicas sempre foi um
tremendo desafio.
Maomé nasceu no final do século 6, na cidade de Meca,
importante centro comercial da Arábia Ocidental, que atualmente chamamos de
Arábia Saudita. Aos 20 anos, ele conseguiu emprego com uma viúva rica. Pouco
tempo depois, casou-se com ela. Por volta dos 40 anos, Maomé previu que Deus o
chamara para apresentar mensagem especial ao mundo. Criou um movimento
religioso que foi imposto pelas espadas dos árabes por todo o Oriente Médio e
para a Europa.
De fato, milhares de Cristãos se tornaram Muçulmanos da
noite para o dia. O Islamismo se espalhou pelo norte
até os Alpes, mantendo-se firme na Suíça até o século 10. Na verdade, se os
exércitos árabes não tivessem sido derrotados na Batalha de Tours, por Charles
Martel, em 732, toda a Europa provavelmente teria se tornado Muçulmana. Não é
de admirar que a Igreja nas trevas na Idade Média temesse o Islamismo quase
tanto quanto tememos a guerra nuclear no século 20.
Hoje, existem quase 800 milhões de Muçulmanos em mais de 70
países, inclusive em todas as nações que cercam Israel. Muitos Muçulmanos
jamais saem de casa sem suas Escrituras, o Alcorão. Os Muçulmanos adoram Alá
como o único deus e veneram Maomé como seu profeta. Eles se inclinam juntos em
oração cinco vezes ao dia. Jejuam entre o alvorecer e o pôr-do-sol durante um
mês a cada ano, e eles abominam o jogo, as bebidas e a carne de porco.
Sem dúvida os Muçulmanos levam a sua religião a sério. Na
verdade, a palavra "islã" quer dizer total submissão a Alá. Os
Muçulmanos adoram a Abraão, a quem chamam de "Ibrahim", como seu pai
fundador que deu o exemplo de obediência e dedicação irrestrita.
O que os Muçulmanos pensam de Jesus Cristo? Essa é a
questão. Bem, eles O aceitam como um profeta e professor
mas não como o Filho de Deus, o Salvador dos pecados. Assim como muitos devotos
enganados ao redor do mundo, eles acreditam que podem se salvar por suas
próprias boas obras.
Bem, já que os Muçulmanos rejeitaram a Jesus como o
Messias, podem estar certos ao se considerar o povo escolhido do Céu? Por eles
terem o sangue de Abraão, será que podem reivindicá-lo como seu pai espiritual?
E quanto ao povo Judeu que também rejeitou Jesus como o Messias? Eles não O
adoram como um profeta. Podem os Israelenses se considerar o povo escolhido de
Deus através do sangue de Abraão, apesar de rejeitarem o sangue de Cristo?
Muçulmanos, Judeus e Cristãos, todos honram o mesmo pai
espiritual. Será que todos têm direitos iguais quanto a Abraão?
Para saber isso temos que voltar quatro mil anos e explorar
as raízes da nossa religião.
O nome original de Abraão era Abrão e o nome de sua esposa
era Sarai. Pela fé, Abrão e Sarai obedeceram ao chamado do Senhor, mudando-se
de um lugar para outro, até finalmente se estabelecerem na Terra Prometida de
Canaã.
Depois de muitos anos de espera por um filho, eles
decidiram tomar o problema nas próprias mãos, fora da vontade de Deus. A própria Sarai teve a idéia. Por
que não tomar sua criada, Hagar, e ter um filho com ela? Abrão concordou. Hagar
deu a ele Ismael, que os Muçulmanos honram como seu ancestral. Mas Deus se
recusou a reconhecer o filho de Hagar como o herdeiro da promessa feita a Abrão
através de Sarai.
Quando Ismael tinha 13 anos, finalmente, chegou o tempo do
cumprimento do concerto. Isso foi na noite que o Senhor chamou Abrão para fora
da sua tenda e o mandou olhar as estrelas no céu do deserto. "Assim serão
seus descendentes", prometeu Deus.
O Senhor disse a Abraão algo mais inesperado ainda: "E
não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por
pai da multidão de nações te tenho posto." Gênesis l7:5.
Deus mudou o nome de Sarai para Sara, que quer dizer
"mãe de muitas nações".
Foi preciso muita fé para Abraão e Sara aceitarem seus
novos nomes. Como poderia um homem de 100 anos e sua esposa de 90 anos, sem
filhos, se considerarem pais de muitas nações?
Humanamente falando, a idéia era
tão desacreditada que Abraão "caiu sobre o seu rosto e riu" na
presença de Deus.
Eventualmente, Abraão e Sara aceitaram a promessa de Deus e
sua fé foi contada como justiça. Note que Deus os havia declarado como pais -
uma coisa que eles não eram. Mas, pela fé, eles aceitaram seus novos nomes, a
despeito de Deus os haver chamado a representar o que eles não eram de fato.
Através da experiência de Abraão e Sara, podemos entender a
fé exigida para o concerto. A fé salvadora envolve a aceitação da declaração de
Deus de algo que não somos. Quando nos arrependemos e cremos, o Senhor nos
considera perfeitos através do sangue de Cristo, apesar de sermos indignos e
impuros.
A fé gerou fruto para Abraão e Sara. Em pouco tempo, Isaque
nasceu, o filho milagroso do concerto. E assim como a fé operou milagres para
Abraão e Sara, a fé em Cristo operará milagres e vidas transformadas hoje.
Alcoólicos se tornarão sóbrios pela graça de Deus.
Adúlteros se tornarão esposos dignos de
confiança. Orgulhosos legalistas se tornarão cristãos humildes e felizes.
Portanto, agora temos o passado das três religiões -
Judaísmo, Islamismo e Cristianismo. Deus estabeleceu Seu concerto com Abraão
através de Sara. Isaque foi o filho da fé através do qual o concerto foi
cumprido. Ismael, o filho da carne, nasceu fora desse concerto de fé.
No sentido mais verdadeiro, Ismael não era filho de Abraão.
Afinal, ele não nasceu de Abraão mas de Abrão, 13 anos
antes do nome do patriarca ter sido mudado na base da fé.
Portanto, o Islamismo, descendendo de Ismael, estava
desqualificado do concerto de Abraão desde o princípio. E os Muçulmanos, a
despeito de seus elevados princípios morais, ainda carecem do princípio da fé
necessário ao cumprimento do concerto. Embora o Islamismo ensine dedicação e
entrega, ele rejeita o evangelho. A única esperança dos Muçulmanos se tornarem
verdadeiros filhos de Abraão é participando da sua fé no Messias do concerto.
E quanto ao povo Judeu? Pode ele reivindicar por direito
Abraão como seu pai espiritual? Bem, essa pergunta surgiu nos dias de Cristo.
Os fariseus não sentiam necessidade de Jesus, afirmando já terem garantido os
favores de Deus como filhos de Abraão. Mas Jesus respondeu: "... Se
fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão." João 8:39.
Evidentemente, ter o sangue de Abraão não é o bastante. O
povo Judeu tem que obedecer o concerto da fé como
Abraão fez. Mas o que o povo escolhido de Deus fez com o seu Messias?
Infelizmente, "os Seus não O receberam". A nação de Israel crucificou o Messias.
Mas a misericórdia de Deus continuou. O Cristo ressurreto
mandou Seus apóstolos primeiro às ovelhas perdidas da casa de Israel. Isso,
porque ainda restavam três anos e meio de oportunidade, segundo a profecia de
Daniel capítulo 9, para que a nação de Israel fosse confirmada ou não como
escolhida exclusiva para transmitir as boas-novas de salvação ao mundo. Essa
profecia se cumpriria em 34 d.C.
O que Israel fez com seus últimos anos da graça? Milhares
de israelitas aceitaram individualmente a Jesus, mas a nação em si selou sua
rejeição ao concerto. Após apedrejar Estêvão, o mensageiro de Deus, lançaram
uma grande perseguição contra todos que cressem em Jesus.
Por isso os apóstolos declararam: "... era mister que
a vós se vos pregasse primeiro a Palavra de Deus, mas, visto que a rejeitais, e
vos não julgais dignos da vida eterna, eis que nos
voltamos para os gentios." Atos 13:46.
Jesus tinha alertado os líderes judeus de que isso
aconteceria: "... o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação
que dê os seus frutos." Mateus 21:43.
Assim, as promessas do concerto foram tiradas da nação de
Israel e dadas à Igreja Cristã.
O povo judeu ainda é bem-vindo a aceitar Jesus como o
Messias. Milhares têm feito isso e multidões o farão, de acordo com a profecia
bíblica. Porém, o concerto de Abraão agora não pertence mais a uma nação em
particular, mas aos crentes individuais de todas as procedências, judeus e
não-judeus e isso é o que a Palavra diz em Gálatas 3:29: "E, se sois de
Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a
promessa."
Todos aqueles que rejeitam a fé no Messias do concerto se
desqualificam como filhos espirituais de Abraão. Eles são na verdade filhos da
carne, filhos de Abrão, juntamente com Ismael. Temos que compartilhar da fé de
Abraão, não do seu sangue, para sermos o povo do concerto.
Qual é a condição espiritual de Israel hoje? O
ex-presidente
Jimmy Carter fala de sua viagem a Israel em 1973 no
fascinante livro que escreveu O Sangue de Abraaão.
Ele diz que visitou vários kibutzim, ou povoados judeus, perto do Mar da Galiléia. Num sábado, ele foi até a sinagoga local numa
comunidade de algumas centenas de pessoas e ficou chocado ao encontrar apenas
dois fiéis presentes.
Mais tarde, quando os Carters
visitaram a primeira-ministra Golda Meir, a conversa
foi sobre religião. Carter comentou sobre a falta de interesse espiritual dos
israelenses. A primeira-ministra concordou com sua observação, mas disse que
não estava preocupada por causa dos judeus ortodoxos existentes. Ela
acrescentou sorrindo: "Se o senhor assistir uma sessão do knesset (é o parlamento israelense), o senhor os verá em
ação e saberá que eles não perderam a fé."
Certamente os judeus ortodoxos de Israel não perderam seu
zelo. Mas você chamaria isso de fé? Fé no Messias do concerto?
Se você alugar um carro e for às partes ultra-ortodoxas
de Jerusalém no sábado, pode ser perigoso para sua saúde. Os moradores de lá
tem o hábito de atirar pedras nos carros cujos motoristas eles julguem estar
quebrando o dia santo de Deus. E dois mil anos atrás, zelosos guardadores do
sábado, naquela mesma cidade, crucificaram Jesus pela mesma razão.
Em Mateus 12:8, Jesus proclamou-Se o Senhor do sábado. Mas
a tradição religiosa havia colocado tantos fardos de exigências sobre o sábado
que Cristo achava-Se em contínuo conflito sobre o modo como Ele honrava o sábado.
Essa disputa sobre o sábado terminou finalmente na cruz,
quando Israel rejeitou o Messias. Podemos tirar importante lição desse erro
fatal: o zelo religioso não nos qualifica para a salvação. A moralidade sem a
fé do concerto resulta em legalismo.
Devemos concluir tristemente que pouca coisa mudou em
Israel desde aquele dia em que Jesus chorou pela impenitente Jerusalém e
pronunciou esta triste frase encontrada em Mateus
23:38: "Eis que a vossa casa vos ficará deserta."
Muitos cristãos apontam para a nação de Israel como um
milagre divino. Eles pensam que vêem a mão de Deus
cumprindo Seu concerto ali. Mas lembre-se do Islamismo, a força religiosa que
cresce mais rápido no mundo. Você ousaria dizer que a miraculosa ascensão do
Islamismo é a prova de uma "bênção divina" sobre os Muçulmanos?
Talvez devêssemos observar melhor a situação de Israel. Não
é exatamente uma terra onde mana leite e mel, paz e prosperidade. Israel vem
lutando com níveis de inflação de várias centenas por cento. E desde seu
início, em 1948, a nação tem sofrido em quase constante estado de guerra. Sem a
ajuda maciça e contínua dos dólares americanos, Israel provavelmente não
sobreviveria.
Algo está errado. Mais grave, entretanto, do que qualquer
outra coisa em Israel é a atitude religiosa. Os convertidos a Cristo são
tratados como traidores e são até perseguidos. O governo desencoraja o
evangelismo.
Mas, por alguma razão, os cristãos ao redor do mundo não se
preocupam muito com isso. Nós nos tornamos cegos pela política pró-Israel?
Segundo o editor de Missões Evangélicas Trimestrais:
"é perigosamente possível estarmos tão enamorados pela terra (de Israel),
e tão empolgados pela causa de Israel, que esqueçamos a desesperada cegueira
espiritual que domina Israel hoje".
Quando muitos líderes de igreja viajam para Israel, eles
mostram pouco interesse pelas condições espirituais de lá. Por quê? Sem dúvida,
alguma coisa está errada com o entendimento popular da profecia bíblica.
De algum modo, temos que nos aperceber que a esperança de
Israel não é a exploração militar, não é reconstruir seu templo perdido para a preparação do duelo no
Armagedom. A única esperança deles é o arrependimento e a fé no Messias. E a
mesma salvação em Jesus Cristo está igualmente disponível aos Muçulmanos,
Budistas, Comunistas e a todos nós.
Você já tomou sua decisão pessoal ao lado do Senhor Jesus
Cristo como seu Salvador? A paz de Cristo no coração mudará a sua vida. O mesmo
poder da fé do concerto que transformou Abraão e Sara fará o milagre de lhe dar
a vitória sobre o pecado.
Um novo cristão estava sendo desafiado por seus antigos
companheiros a provar sua fé:
–- Não acreditamos que Jesus transformou água em vinho –-
zombaram –– Como é que você sabe que esse milagre realmente aconteceu?
Por um momento, o novo crente pensou no que dizer. Então
respondeu: –- Admito que não posso provar se Jesus transformou água em vinho há
dois mil anos. Mas posso garantir que na minha casa, Ele transformou caixas de
cerveja em alimento e roupas para a minha família!
Louvado seja Deus! Ele pode operar milagres em seu coração
e em seu lar,
através do poder do Senhor Jesus Cristo.
71
A GUERRA CIVIL DO ANTICRISTO
George Vandeman
Nos dias do Império Romano, Pisa, no centro norte da
Itália, tinha importante porto para a marinha imperial. Durante a época
medieval, a cidade teve grande destaque econômico e político. Hoje, Pisa é
famosa por sua Universidade, os tesouros de arte e
seus marcos históricos. E a mais notável das atrações é a torre, que tem uma
inclinação de cinco metros para o lado.
No topo da Torre de Pisa, a quase quatro séculos, o
cientista Galileu realizou, segundo dizem, experimentos com a gravidade. Mais
tarde, ele focalizou seu telescópio recém-inventado para o céu, descobrindo as
montanhas na lua e as manchas no sol. Ele também concluiu que o astrônomo
polonês Copérnico estava certo: a Terra gira como todos os outros planetas,
enquanto o sol parece estar parado.
Você provavelmente deve estar perguntando que ligação pode
haver entre o cientista medieval Galileu e o título "Guerra Civil do
Anticristo". Galileu, o primeiro cientista de sua época, não desconhecia
as manobras políticas. Ele deu nome aos quatro satélites de Júpiter que
apareceram no telescópio em homenagem ao Grão-duque da Toscana, na esperança de
receber dinheiro dele. Funcionou. E dessa base aparentemente segura, Galileu
achou que poderia promover sua nova compreensão do nosso sistema solar. Porém,
isso não funcionou muito bem.
Copérnico havia ofendido aos católicos e protestantes com
suas descobertas. Até Martinho Lutero reclamou:
"As pessoas dão ouvidos ao recém-surgido astrólogo que
tem se esforçado para mostrar que a terra gira... mas
as Escrituras Sagradas nos dizem que Josué deu ordem para que o sol parasse e
não a terra."
O reformador João Calvino declarou:
"Quem arriscará a colocar a autoridade de Copérnico
acima da do Espírito Santo?"
Mas Galileu não via contradição entre a ciência e a fé na
Bíblia. Ele explicou que Deus, em Sua palavra, Se detém à verdade espiritual e
geralmente deixa intato qualquer conceito errado sobre a ciência.
O antigo Josué imaginou que o Sol se movia pelo céu, por
isso a Bíblia registra assim embora, na verdade, a Terra é que gira em torno do
Sol.
Ninguém, no século 17, poderia refutar as conclusões de
Galileu, mas os líderes cristãos o denunciaram como herege. O Papa Urbano II o
intimou diante dos horrores da Inquisição.
Estava em jogo a reivindicação de Roma ao controle da consciência pessoal,
como os únicos intérpretes da Bíblia. E como a Igreja já tinha condenado o
ponto de vista de Copérnico como "falso e oposto às Sagradas
Escrituras", Galileu teve que desacreditar o seu telescópio ou enfrentar a
morte. Ele preferiu retratar-se para não ser queimado na estaca. A igreja
sentenciou o humilhado cientista à prisão perpétua por "veemente suspeita
de heresia", pelo crime de ensinar aquilo que o mundo inteiro sabe hoje.
No ano anterior ao nascimento de Galileu, Roma havia
decidido agir contra aqueles que desafiassem sua autoridade. A igreja vinha
sofrendo enormes perdas para os protestantes. Por volta de 1540 toda a
Escandinávia havia se tornado protestante juntamente com o norte da Alemanha e
vastos territórios em toda a Europa. Alguma coisa tinha que ser feita para pôr
fim nessa debandada de Roma.
Os reformadores estavam exigindo que o Papa convocasse um
concílio para discutir suas idéias. Muitos líderes da
igreja concordaram, embora não pela mesma razão. Eles queriam que Roma
reforçasse sua autoridade e unisse os católicos para esmagar a Reforma. Durante
anos o Papa Paulo III hesitou. Mas, finalmente, em 1545, ele convocou os líderes da Igreja na
cidade de Trento, ao norte da Itália.
O concílio de Trento continuou com os debates por 18 anos,
concluindo finalmente em 1563. Ele marcou o ponto de virada na História,
trazendo nova vida para a velha Igreja. Muito do que vemos no Catolicismo veio
de Trento.
O concílio corrigiu alguns problemas, mas recusou-se a
reformar seus ensinamentos. Os líderes da Igreja reafirmaram seu credo e
tomaram a ofensiva, lançando o que ficou conhecido como a contra-reforma.
Através de manipulação política, de forças militares e da
Inquisição, Roma reconquistou grandes territórios perdidos para os
protestantes.
Bem, os jesuítas foram as grandes estrelas da contra-reforma. Essa nova ordem do
clero foi treinada vigorosamente para virar a maré contra a Reforma. Dois de
seus destacados estudiosos, Luís de Alcazar e Francisco Ribera defenderam a
mais séria acusação levantada pelos protestantes: a igreja de Roma havia se
tornado o anticristo.
Na verdade, poucos estudiosos na Idade Média ensinaram que
a Igreja, através de seu abuso da fé cristã, havia feito de si mesma o
anticristo. Todos os grandes reformadores partilhavam das convicções e
conclusões de Lutero: John Knox, da Escócia, o rei James I (que comissionou a
versão King James da Bíblia em inglês), e o famoso cientista e estudante da
Bíblia, sir Isaac Newton.
Vários homens, em diferentes épocas, chegaram à mesma
conclusão. Agora, muitos cristãos estão curiosos para saber o que convenceu os
reformadores sobre o anticristo. Estavam todos enganados? Ou eles descobriram
alguma coisa que não vimos?
O estudioso jesuíta Luís de Alcazar afirmou que as
profecias relativas ao anticristo tinham sido cumpridas no passado com a Roma
pagã, antes da época dos papas. Sua posição tornou-se conhecida como Preterismo.
Ribera, o pai do Futurismo, ensinou o oposto. Ele disse que
o anticristo seria um inimigo futuro do cristianismo. De qualquer modo, se o
anticristo aconteceu ou não, os jesuítas haviam alcançado o seu propósito.
Haviam conseguido aliviar a pressão do pontífice.
Como foi que Ribera conseguiu colocar no futuro as
profecias relativas ao anticristo? Através de sua ótima manipulação da profecia
de Daniel 9, que predisse o ano da morte de Cristo.
Ribera retirou o âmago de Daniel 9, colocando Cristo com o anticristo. Veja
como ele fez. Daniel havia predito o que o Messias faria durante 70 semanas:
"E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e na metade da
semana fará cessar o sacrifício e a
oferta..." Daniel 9:27.
Tudo isso aconteceu quando Jesus morreu e o véu do templo
se rasgou, simbolizando o fim dos sacrifícios com animais. Mas Ribera negou a
obra de Cristo na confirmação do concerto. Ele disse que o anticristo cumpriria
Daniel 9 no futuro. Ribera não tinha autoridade das Escrituras para aplicar
essa profecia ao anticristo. Em primeiro lugar, Daniel 9 obviamente envolve a
salvação vicária de Cristo na cruz. Em segundo, aquele que faz o concerto lá o
confirma. Não há pausa como os futuristas afirmam que o anticristo fará.
Finalmente, em parte alguma da profecia, encontramos o anticristo fazendo um
concerto com alguém. A ardilosa interpretação de Ribera sobre Daniel 9 chega
até nós como a "teoria da lacuna". Ele separou a septuagésima semana
do resto da profecia por uma lacuna de muitos séculos no futuro. Mas o texto de
modo algum fala de uma pausa ou lacuna entre a sexagésima nona e a septuagésima
semana de Daniel 9.
Finalmente, Roma encontrou uma resposta para a acusação
protestante de que a Igreja havia se tornado o anticristo. Não é de admirar que
os católicos em toda parte se juntaram ao redor da tese jesuíta. O Futurismo de
Ribera se tornou bastante popular. Seu brilhante discípulo, o cardeal Roberto Bellarmine, é o autor de Controvérsias, uma obra de três
volumes que se opõe à Reforma. Bellarmine ganhou fama
como "o maior adversário das igrejas protestantes".
Como seria de se esperar, os protestantes rejeitaram o
futurismo católico romano. Entre 1639 até o final do século 17, todos os 25
proeminentes escritores da Reforma se referiram ao anticristo como o papado.
Eles também acreditavam que Cristo havia cumprido as 70 semanas de Daniel.
Porém, de modo curioso e incrível, os protestantes nos últimos dois séculos têm abandonado a fé
profética dos reformadores, adotando o futurismo dos jesuítas. De todos os
incríveis fatos na história da Igreja, nada supera esse.
George Eldon Ladd,
um respeitado estudioso de nossa era, documenta em seu livro A Abençoada
Esperança, publicado por Eardmans:
"Será provavelmente um choque para muitos futuristas
modernos descobrirem que o primeiro pesquisador de uma relativa era moderna,
que retornou à interpretação futurista patrística, era um Jesuíta espanhol
chamado Ribera. Em 1590, Ribera publicou um comentário sobre o Apocalipse como
uma contra-interpretação à visão predominante entre
os protestantes à qual identificava o Papado com o Anticristo. Com exceção dos
capítulos iniciais, Ribera relacionou todo o Apocalipse mais ao tempo do fim do
que à história da igreja. O Anticristo seria um indivíduo perverso que seria
recebido pelos judeus e reconstruiria Jerusalém, aboliria o Cristianismo,
negaria a Cristo, perseguiria a igreja e reinaria sobre o mundo por três anos e
meio." - A Abençoada Esperança, George Eldon Ladd.
Os ensinamentos católicos sobre o anticristo encontraram
guarida no mundo protestante. Não há dúvida quanto a isso. As igrejas da
Reforma mudaram drasticamente suas crenças proféticas. Como isso aconteceu?
Tudo começou no século 19, nas Ilhas Britânicas. Edward
Irving, um pastor da igreja da Escócia, tornou-se interessado na segunda vinda de Cristo
e fundou a Sociedade Para a Investigação da Profecia. Infelizmente, ele aceitou
o futurismo de Ribera e até traduziu um livro escrito por um missionário
jesuíta espanhol.
Irving pregou com grande sucesso, cativou o interesse da
alta sociedade de Londres e pregou uma vez ao ar livre para 12 mil pessoas na
Escócia.
Numa manhã de domingo, em 183l, uma mulher falando em
línguas, interrompeu o sermão de Irving. Experiências incomuns de cura pela fé
se seguiram. Irving achou que tudo aquilo podia ser obra do Espírito Santo. E
tornou-se mais envolvido na questionável doutrina antes que membros
descontentes o acusassem de heresia e votassem sua saída do púlpito.
Edward Irving morreu muito magoado aos quarenta e poucos
anos. Entretanto, sua influência permaneceu.
Através de Irving, o irlandês anglicano John Nelson Darby
adotou o futurismo de Ribera.
Esse jovem sincero começou a viajar pela Europa e cruzou o
Atlântico até os Estados Unidos, espalhando sua crença por toda parte. Quando
morreu, em 1882, Darby já tinha perto de 100 grupos de estudo somente na
América dedicados às suas idéias.
Após a morte de Darby, a tocha do futurismo passou para
C.I. Scofield, compilador das notas de estudo da Referência Bíblica de
Scofield.
Publicada inicialmente em 1909, a bíblia de Scofield
continua bastante popular hoje. E, desde 1970, o "best-seller" de Hal
Lindsey, A Agonia do Planeta Terra, tem persuadido milhões de protestantes a
crerem no ensinamento futurístico sobre o anticristo. Tratava-se de um
ensinamento diversionário da Igreja de Roma
incrivelmente aceito pelo mundo protestante! Com toda essa confusão sobre a
profecia bíblica, será que fomos forçados a um encontro inesperado com o
anticristo no Armagedom? Podemos apreciar o renovado interesse atual na
profecia bíblica e na segunda vinda de Jesus, mas qualquer um que entende a
Reforma deve estar preocupado que podemos ter perdido a herança profética. A contra-reforma católica ganhou
mais terreno do que Francisco Ribera podia ter imaginado. A Igreja não
precisava mais combater a acusação dos reformadores de que o papado era o
anticristo. Roma permanece segura agora que os protestantes conservadores estão
ensinando o futurismo católico.
Que incrível mudança de eventos, não concorda? Não estamos
vulneráveis agora às falsas teorias sobre o anticristo? Alguém perguntará:
"Que diferença isso faz, uma vez que somos cristãos sinceros?" Mas se
somos realmente sinceros, levaremos a profecia a sério quando ela nos alertar
sobre a mentira, não acha?
Nos dias de Cristo, a ignorância das profecias bíblicas
levou muitos a rejeitarem Jesus. Eles esperavam um Messias que iria expulsar o
exército de ocupação romano. Quando Jesus apenas curou os enfermos e
ressuscitou os mortos, eles não O acharam qualificado! Até o fiel João Batista
ficou confuso. Ele mandou dois mensageiros até Jesus com a pergunta: "És
tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?" Mateus 11:3.
Essas dúvidas e enganos confundiram toda a nação. A
controvérsia teve o clímax durante os últimos meses da vida de Cristo. E em
João 7 encontramos Jesus assistindo à festa dos Tabernáculos em Jerusalém.
"E havia grande murmuração entre a multidão a respeito dele. Diziam
alguns: Ele é bom; e outros diziam: não, antes engana
o povo." João 7:12.
O debate sobre Jesus ia de um lado para o outro. Mais uma
vez, um conceito popular errado da profecia bíblica levou os ouvintes de Cristo
a duvidarem de sua identidade. João 7:27 diz: "Bem sabemos donde este é;
mas, quando vier o Cristo, ninguém saberá de onde ele é."
Muitos criam que o Messias apareceria súbita e
misteriosamente, como por encanto. Quanto a Jesus, Ele estava por ali há algum
tempo e por isso não podia ser o Messias, pensaram. Sua total ignorância da
profecia fez com que eles descartassem o Salvador.
Muitos nos dias de Cristo não se preocuparam em estudar a
Bíblia por si mesmos; o que importava a eles era: "Creu nele porventura
algum dos principais ou dos fariseus?" João 7:48.
Em outras palavras, "alguém famoso crê? Eu não vou
seguir a verdade até que algum líder religioso importante siga na frente".
Nós ainda ouvimos pessoas dizendo o mesmo hoje? Bem, você conhece a triste
história daquela época. Jesus não atendeu às expectativas de Israel, de modo
que eles não O aceitaram. Tudo por causa da indisposição de investigar as
profecias com o coração aberto. Corremos o mesmo perigo hoje? O alerta de Paulo
sobre o anticristo é: "Ninguém de maneira alguma vos engane." II
Tessalonicenses 2:3.
Estamos sendo instados a vasculhar o horizonte em busca de
algum anticristo futuro, quando todo o tempo ele tem surgido em nosso próprio
quintal? É algo para pensarmos com todo cuidado. O povo de Deus não reconheceu
a Cristo quando Ele veio porque esperava um tipo diferente de Messias do que a
profecia bíblica de fato predisse. Talvez, em nossos dias, não iremos
identificar o anticristo por causa da confusão similar da profecia. Alguns
cristãos, sem saber, até cooperarão com o anticristo em suas mentiras. Que
cenário para o Armagedon!
Seja qual for a tribulação que enfrentaremos no futuro,
graças a Deus, podemos achar segurança no Senhor Jesus Cristo e em Sua verdade.
Charles Glass, veterano jornalista americano, entrou no sul
de Beirute para investigar uma história. De repente, dois carros bloquearam seu
caminho. Quando ele se apercebeu, terroristas o fizeram cativo. Então,
seguiram-se dois meses de sofrimento e solidão, pontuados por muito terror. Uma
noite, ele ouviu os guardas roncando. Aquela era sua oportunidade. Descendo
pela janela até um terraço, ele conseguiu escapar. Por volta de duas da manhã,
entrou pelo saguão do hotel Summerland e gritou:
"Sou Charles Glass. Preciso de um lugar para me esconder." O refúgio
foi concedido e, em pouco tempo, ele estava de volta em segurança nos braços de
sua família.
À medida que este mundo corre para sua crise final, também
precisamos de um lugar para nos refugiarmos. Precisamos dos poderosos braços de
Deus para nos abrigar em Seus cuidados. Abra seu coração a Ele agora mesmo e
diga: "preciso de um lugar para me esconder".
72
O SEGREDO DO ARREBATAMENTO
George Vandeman
"Lá estava eu, dirigindo o carro pela via expressa,
quando, de repente, o local virou um pandemônio: carros indo em todas as
direções e nenhum deles tinha motorista. Foi uma loucura!
Acho que temos uma invasão de seres do espaço." O que aconteceu de fato?
Um sonho, um pesadelo ou talvez até um filme religioso de ficção?
Essa vívida descrição foi tirada do livro A Agonia do
Planeta Terra, de Hal Lindsey sobre o "arrebatamento" e a crise final
da Terra.
O arrebatamento, explica Lindsey, é a vinda repentina,
silenciosa
e invisível de Jesus para levar os santos deste mundo.
Depois disso, seguem-se sete anos dentro dos portões de
pérola do Céu, após os quais, Jesus voltará à Terra para derrotar o anticristo
em um duelo na batalha do Armagedom. Um cenário bastante intrigante! Não me
admira os cristãos em toda parte se empolgarem com isso.
Foram criados adesivos dizendo: "Aviso: motorista será
arrebatado a qualquer momento" e "Se eu for arrebatado, assuma o volante".
Os arrebatamentistas de 1970
apontavam para o estabelecimento de Israel como nação em 1948, relembrando o
que Jesus disse: "Esta geração de modo algum passará até que todas estas
coisas estejam cumpridas."
Eles calculavam que uma geração é igual a 40 anos. Por
isso, o fim seria por volta de 1988. Mas, o arrebatamento secreto deveria ter
sido ao redor de 1981, lançando sete anos de tribulação na Terra. Então, Cristo
deveria voltar de novo à Terra com seus santos, em 1988.
Bem, você pode imaginar como se sentiram milhões de arrebatamentistas quando Cristo não veio para levá-los ao
Céu em 1981. O jornal Chicago Sun Times informou que 50 membros da fundação
Farol do Evangelho de Tucson, deixaram seus empregos e venderam suas
propriedades para aguardar o arrebatamento de 28 de junho de 1981. Um dos
membros, um jovem médico declarou: "Nunca tinha sentido tanta paz, tanta
alegria."
Até agora, Cristo ainda não retornou para o Seu povo, de
modo que o arrebatamento teve que ser remarcado. Mas, eles dizem que ocorrerá a
qualquer momento. A qualquer momento, Jesus virá e levará o Seu povo.
Muitos cristãos, igualmente sinceros, acham que os arrebatamentistas estão redendodamente
enganados. Como podemos saber a verdade? Não acha melhor voltarmos à Bíblia
para descobrirmos?
Primeiro, descobriremos que a palavra
"arrebatamento" não consta na Bíblia. Ela vem do latim e significa
"levar embora", ser levado quando Jesus retornar. A palavra
"arrebatamento" está incluída na Bíblia em I Tessalonissenses
4: 16 e 17: "Porque o mesmo Senhor descerá do Céu com alarido
e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo
ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados
juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim
estaremos sempre com o Senhor."Que maravilha
será ouvir o grito de alegria de Jesus quando Ele descer do Céu para nos levar!
Que bom ouvir o potente som da trombeta de Deus! A vinda de Cristo será o
evento vocal mais espetacular de todos os tempos.
Com todos os gritos e trombetas, você irá se perguntar:
Quão secreto o arrebatamento será? Talvez não seja de fato nenhum segredo. Por
que Jesus precisaria chegar de surpresa do Céu? Seria bem mais apropriado para
nosso Rei chegar triunfantemente através das nuvens e nos chamar para o lar. De
fato, é o que a Bíblia ensina.
Muitos arrebatamentistas se
surpreendem ao descobrir que a Bíblia nunca disse que Cristo virá num piscar de
olhos. Em I Coríntios 15:51 e 52 diz: "... todos seremos transformados,
num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a
última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados."
A mudança do corpo mortal para o imortal ocorrerá
instantaneamente. Mas a vinda de Cristo será ruidosa e longa o bastante para as
trombetas soarem.
O próprio Jesus fala sobre a segunda vinda em Mateus 24:30
e 31: "Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos
da Terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo
sobre as nuvens do céu, com poder e glória. E ele enviará
os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus
escolhidos..."
Todos, salvos ou perdidos, saberão quando Jesus voltar para
ajuntar os Seus escolhidos.
A Bíblia diz que Cristo virá inesperadamente, como um
ladrão na noite. Isso significa que o mundo não notará quando estiver
acontecendo?
Naauela fatídica manhã de 7 de dezembro de 1941, em Pearl Harbor, apesar da inteligência americana ter alertado de um
iminente ataque japonês, eles foram apanhados desprevenidos. Quando aqueles
bombardeiros surgiram no céu, todos podiam ouvir o que estava acontecendo.
Assim será na volta de Jesus. A despeito dos alertas em todo o mundo, os
não-salvos serão apanhados de surpresa. Mas eles certamente saberão da presença
de Cristo.
O que acontecerá àqueles que não estiverem prontos para
encontrar a Jesus? Eles terão outra oportunidade de se arrepender? Isso é o que
os arrebatamentistas ensinam. Mas isso nos traz uma
pergunta perturbadora: e se a idéia da segunda chance
for falsa? E se a oportunidade humana terminar com a vinda de Cristo? Vamos ver
o que a Bíblia diz. Lucas 17:26 e 27: "E, como aconteceu nos dias de Noé,
assim será também nos dias do Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé
entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos."
Nos dias de Noé, os negócios prosseguiam até que aquela
surpresa fatal veio do céu. Todos os que ignoraram o alerta de Deus perderam
sua vida. "Assim será no dia em que o Filho do homem se
há de manifestar." Lucas 17:30.
Na vinda de Cristo, cadáveres ficarão espalhados por toda a
Terra. Jesus disse que alguns seriam levados e alguns seriam deixados, mas os
deixados estarão mortos. Lucas 17 descreve isso, nos versículos 34 e 37:
"... Estarão dois numa cama; um será tomado, e o outro será
deixado..." "... e respondendo, disseram-lhe: onde Senhor? E ele lhes
disse: onde estiver o corpo, aí se ajuntarão as águias."
Portanto, todos que estiverem prontos para encontrar Jesus,
serão levados para o Céu. Todos os não-preparados ficarão mortos e tragicamente
deixados sobre a Terra para os abutres consumirem. Sem uma segunda chance!
Há um perigo nesse ensinamento do arrebatamento, por mais
sinceras que sejam as pessoas que crêem nisso. Se
nossos amigos e parentes não-salvos não se decidirem antes da vinda de Cristo,
jamais poderão ser salvos.
"Eis aqui agora o dia da salvação." II Coríntios
6:2.
O arrebatamento secreto não consta nas Escrituras. É um
mito medieval, uma invenção da contra-reforma
do século 16.
Estudiosos protestantes durante a época da reforma criam
que a volta de Cristo seria tudo, menos secreta.
De fato, uma profecia no Antigo Testamento fala sobre isso,
no livro de Daniel.
Deus queria chamar a atenção do orgulhoso rei
Nabucodonosor, assim deu-lhe um sonho e o fez esquecer a mensagem quando
amanheceu. O rei lembrava-se apenas que o sonho era realmente espetacular e
muito importante.
Desesperadamente, Nabucodonosor exigiu que seus
conselheiros videntes lhe dissessem qual havia sido o sonho e sua iterpretação. Eles deveriam saber. Mas, como não
conseguiram, condenou todos à morte. Como o rei não sabia a diferença entre um
vidente e um profeta, Daniel foi colocado com os outros para ser executado. Com
a vida em jogo, Daniel solicitou uma audiência com o rei, pediu tempo para orar
a seu Deus, prometendo retornar com a descrição do sonho e sua interpretação. O
rei concordou. E Deus falhou com Daniel? De modo algum.
Em uma visão noturna, Ele revelou a Seu jovem profeta o que
o rei havia sonhado e o significado. Na manhã seguinte, Daniel rumou depressa
para o palácio onde o rei o aguardava ansiosamente. Vamos ler a descrição do sonho em Daniel
2:31: "Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta
estátua, que era grande e cujo esplendor era excelente, estava em pé diante de
ti; e a sua vista era terrível Atentamente, o rei olha a nobre face do jovem
mensageiro de Deus, que continua: "A cabeça daquela estátua era de ouro
fino; o seu peito e os seus braços de prata; o seu ventre e as suas coxas de
bronze; as pernas de ferro; os seus pés em parte de ferro e em parte de
barro." Daniel 2:32 e 33
Deslumbrado, Nabucodonosor, o orgulhoso monarca do poderoso
império da Babilônia, encara Daniel. Este humilde servo do Deus vivo está
relatando com incrível precisão o sonho que havia fugido de sua memória. Daniel
prossegue, versículos 34 e 35: "Quando estavas olhando, uma pedra foi
cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os
esmiuçou. Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e
o ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou,
e deles não se viram mais vestígios. Mas a pedra, que feriu a estátua, se
tornou em grande montanha que encheu toda a terra."
O rei reviveu a incrível cena. Viu a majestosa estátua com
a cabeça de ouro reluzente, e o peito de prata polida. Viu de novo o corpo e as
coxas de bronze derretido, as pernas de ferro maciço e, mais estranho de tudo,
a mistura de ferro e barro da qual eram formados os pés. Mas, por que o ouro
foi substituído por prata, e a prata por bronze? Qual era o significado da
enorme pedra que havia derrubado a estátua? Assim, curioso, o monarca aguarda,
ofegante, a interpretação.
"Tu, ó rei ... és a cabeça de ouro." Daniel
2:37,38.
"Que lisonjeiro!" Nabucodonosor deve ter
imaginado. Muito adequado o seu reino ser representado pela cabeça de ouro.
Afinal, os historiadores já não chamavam a Babilônia de reino de ouro? Mas,
seguiram-se algumas notícias ruins para a Babilônia. Nabucodonosor ergueu as
sobrancelhas enquanto Daniel continuava a interpretação. Versículo 39: "E
depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu."
O quê? Seu reino ia chegar ao fim?
A Babilônia seria sucedida por uma potência inferior a ela?
Sim, a Babilônia não iria durar para sempre. Era apenas o
primeiro de uma série de reinos que se sucederiam, um sobre as ruínas do outro.
Ciro, o Persa, iria conquistar a Babilônia ainda nos dias de Daniel. Isto
aconteceu durante a festa de Belsazar. Lembra-se dos
escritos na parede? A monarquia dupla dos Medos e dos Persas, representada
pelos dois braços de prata da estátua durou dois séculos. Hoje, jaz em ruínas,
pois a profecia havia decretado: "... e um terceiro reino, de bronze, o
qual terá domínio sobre toda a terra." Daniel 2:39.
Este reino de bronze foi o da Grécia, liderado por
Alexandre, o Grande. O ambicioso líder culminou suas fulgurantes conquistas na
batalha de Arbela, 331 anos antes de Cristo. Aos 25
anos, ele reinou como mestre de todos, porém, sete anos depois, morreu. Quão
rapidamente esmaece a glória terrena!
Então, veio o quarto reino, a monarquia de ferro da
História - Roma. Nos dias desse império, Jesus viveu e morreu. Os soldados
romanos oficiaram a crucificação, e um selo romano lacrou Seu túmulo.
Quatro impérios mundiais. Se houve quatro impérios, por que
não um quinto, surgindo das ruínas do quarto? Não, a predição divina afirma:
"E, quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro,
e em parte de ferro, isso será um reino dividido." Daniel 2:41.
Iria ocorrer uma mudança, uma divisão. E isso ocorreu? Sim.
Durante o quarto e quinto séculos,
várias nações emergiram de dentro das fronteiras de Roma ocidental. O poderoso
império dos Césares desintegrou-se perante o riso dos Bárbaros. E em seu lugar,
vemos as conhecidas nações de hoje: Alemanha, França, Suíça, Portugal,
Inglaterra, Espanha, Itália.
Poderia a sabedoria humana predizer o futuro com tanta
precisão? O cumprimento da profecia
bíblica confirma a palavra de Deus.
"Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de
lodo, misturar-se-ão mediante casamento mas não se
ligarão um ao outro, assim como o ferro se não mistura com o barro."
Daniel 2:43.
Sete palavras que destroem a conquista do mundo: "eles
não se ligarão um ao outro." A Europa jamais se unirá sob um só governo,
de acordo com a palavra da profecia.
Notamos um padrão interessante na História Mundial.
Nabucodonosor não teve dificuldade em governar o mundo, assim como Ciro,
Alexandre ou os Césares. Mas, tudo mudou.
Desde os dias do Império Romano, a História tem se
assemelhado a um disco quebrado, descrevendo a história de todos os ditadores
com uma persistente palavra: "derrota, derrota, derrota." Essa única
palavra conta a história de Carlos Magno, Luiz XIV, Napoleão, Kaiser Wilhelm,
Hitler e todos os ditadores visionários que possam se seguir. E por trás disso
tudo, há uma fortíssima profecia.
Napoleão parecia ser o super-homem do destino. Em 1799, ele
dominou a França e decidiu unificar os segmentos restantes do império na
Europa. Mas, Deus usou o Duque de Wellington para cumprir dramaticamente a
profecia em Waterloo, quando a idéia de Napoleão
sobre um império mundial ruiu.
Um século se passou. Kaiser Wilhelm teve a mesma idéia em 1914, e todos sabemos o fim dessa história.
E apesar da notícia do recente desastre espalhar-se por
todas as fontes, um cabo da ativa do exército alemão em ruínas deu entrada num
hospital. Nada parecia estar errado com ele, mas demonstrava estar tão arrasado
que o hospital o colocou em um quarto. Então, esse orgulhoso soldado virou o
rosto para a parede e recusou-se a admitir a derrota da Alemanha. Dois dias
depois, Adolf Hitler levantou-se daquele leito e deixou o hospital com um
desejo febril de colocar o mundo sob sua bandeira. Essa história, também foi
escrita nas cinzas com o sangue e as lágrimas de milhões. Hitler estava
destinado ao fracasso através da palavra de Deus em Daniel, no segundo
capítulo. Aquele que conhece o fim desde o princípio diz que os pedaços
partidos do Império Romano jamais serão unidos.
Líderes militares e agências pacifistas têm tentado isso,
mas fracassaram através das simples palavras: "mas não se ligarão um ao
outro". Qualquer tentativa de unificar a Europa não irá durar.
E agora, o clímax de tudo, o destino das nações, o seu
destino e o meu, encontram-se nas palavras de Daniel 2:44: "Mas, nos dias
destes reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e
este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos,
e será estabelecido para sempre."
Não nos dias da Babilônia, da Pérsia, da Grécia ou de Roma,
mas aqui mesmo, nestes dias, nos dias destes reis, em nosso tempo, Deus
estabelecerá o Seu reino.
E o reino de Cristo esmagará todos os outros reinos deste
planeta. A vida terminará na Terra sem uma segunda chance para o
arrependimento. Não será um arrebatamento secreto, pois este grande clímax dos
tempos será visto e ouvido por todos.
Notícia maravilhosa realmente. Isto não é sensacionalismo,
nem especulação ousada ou fantasiosa sobre a profecia. Daniel 2 nos traz a
mensagem certa da palavra de Deus, de que o próximo grande evento da História
será a vinda de Jesus Cristo em poder e glória.
Amigo, você já se colocou do lado de Deus? Agora é a hora
para fazer isso. Hoje é o dia da salvação. O Rei está vindo. E se Sua vinda não
se encaixar em seus planos, então por favor, mude os planos. Que Deus o ajude.
73
NOVA ERA DO PLANETA TERRA
George Vandeman
Um estranho som saudou o alvorecer no Monte Shasta. A estranha ladainha aumentava e diminuia
sobre as geladas dunas enquanto 40 jovens californianos estendiam os braços em
direção ao sol
nascente. Dando as mãos e formando um círculo, começaram a cantar
com outros cinco mil celebrantes na montanha.
Acontecimentos incomuns não são novidade na Califórnia, mas
aquilo foi mais do que uma loucura típica de verão e eles chamaram o evento de
"Convergência Harmônica". Por todo o mundo, naquele domingo, os fiéis
da "Nova Era" se reuniram em 36 locais que consideram sagrados, como
o Grand Canyon, as Pirâmides, o monte Fuji noJaão.
Elesseeuniram para dar as boas vindas à Nova Era de paz e amor
Durante meses, os devotos da Nova Era vêm estudando as
antigas profecias dos índios
norte-americanos, ligando-as aos calendários do culto ao sol dos maias e dos
astecas.
Eles concluíram que um alinhamento especial dos planetas e
constelações no domingo e na segunda-feira, 16 e 17 de agosto de 1987,
produziria energia purificadora para o nosso planeta. Os seguidores da Nova Era
viram uma oportunidade única. Esta era supostamente a primeira vez em 23.412
anos que os céus haviam se colocado em uma posição tão abençoada.
Emile Canning, líder do grupo em Shasta, implorou: "Cento e quarenta e quatro mil
dançarinos do sol trarão a Nova Era. Seja um deles, isso resultará na paz
mundial e na diminuição das catástrofes."
Naquele domingo, eles atingiram mais do que os 144 mil
dançarinos exigidos. Mas suas esperanças para uma Nova Era fracassaram. Naquela
mesma noite, o vôo 255 da Northwest caiu em Detroit,
o segundo pior desastre aéreo na história dos Estados Unidos. Os seguidores da
Nova Era dificilmente esperavam algo assim depois de suas cerimônias.
O fim de semana passou também sem o aparecimento em massa
de discos voadores como alguns tinham predito. Provavelmente, o acontecimento
mais próximo de uma visita alienígena foi noticiado por um dos moradores do
monte Shasta: "Estamos vendo alguma coisa em
nossa televisão que se parece com uma pomba com as asas bem abertas. Não
sabemos explicar."
Bem, talvez um técnico de TV pudesse explicar. Ou talvez
não. Algo mais do que ridículo estava acontecendo. O movimento Nova Era havia
dado as mãos ao mundo dos espíritos. Eventos do fim de semana incluíram
comunicações do além onde personalidades famosas falecidas supostamente
revelavam seus desejos harmônicos através dos médiuns. Em uma planície abaixo
do Shasta, cheia de dunas, 200 peregrinos de Los
Angeles pagaram 35 dólares para ouvir reverentemente o apóstolo João, dos
tempos bíblicos, falar-lhes através do médium Jerry Bowman. Isso era o que
pensavam.
Chega dessa especulação fora da Bíblia, você não acha? Não
nos custará 35 dólares para descobrir o que o apóstolo João disse realmente
sobre a Nova Era. Em seu evangelho, no Novo Testamento, ele cita as palavras de
Jesus, que você talvez saiba de cor: "Não se turbe o vosso coração; credes
em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não
fosse assim, eu vo-lo teria dito: vou preparar-vos
lugar. E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para
mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também." João 14:1-3.
Que maravilhosa eternidade teremos no Senhor Jesus Cristo!
Essa Nova Era, como explica a Bíblia, começa com a vinda de Cristo em poder e
glória.
O Filho de Deus cortará os céus, descendo pela estrada
salpicada de estrelas, servido por milhares de anjos. Então, Ele bradará com
voz de trovão: "Desperte, você que dorme no pó da terra! Desperte para a
vida eterna!" E entes queridos que você perdeu ouvirão aquela voz chamando
os mortos pelo mundo todo. Famílias serão reunidas, crianças levadas pela morte
serão colocadas de novo nos braços de seus pais. Que dia de reunião!
Enquanto os santos ressurretos forem levados para cima,
para se encontrarem com Jesus, nós, que estivermos vivos, nos juntaremos a eles
no ar. Imagine a sensação! Desafiar a gravidade enquanto planamos pelo céu. Sem
traje espacial, navegaremos pelas estrelas até nosso lar celeste. E quando
chegarmos lá, que recepção nos aguarda! Multidões de anjos ao nosso redor,
cantarão hinos de louvor a Deus. Teremos um banquete de boas-vindas melhor do
que qualquer jantar de que você já participou na Terra. E, melhor de tudo, o
próprio Pai Celeste nos apresentará nosso lar no paraíso. E que lar! Certamente
as mansões serão mais gloriosas do que as habitações mais ricas da Terra. Mal
posso esperar para vê-las, e você? E mal posso esperar para ver o Senhor em
pessoa, o nosso Rei Celeste!
O que iremos fazer após nos instalarmos em nosso lar
celeste? Bem, o livro de Apocalipse revela mais do plano de Deus:
"Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição:
sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de
Cristo, e reinarão com ele mil anos." Apocalipse 20:6.
A ressurreição dos fiéis, quando Cristo vier, é chamada de primeira ressurreição.
Então, haverá uma ressurreição para os não crentes também? Sim. O versículo 5
de Apocalipse 20 nos diz: "Mas os outros mortos não reviveram, até que os
mil anos se acabaram. ..."
Portanto, haverá uma segunda ressurreição ao final dos mil
anos, quando aqueles que rejeitaram a Jesus ressuscitarão. Eles enfrentarão o
julgamento e a segunda morte. Mas, podemos pensar: "Por que Deus esperaria
mil anos para julgar o pecado?" É simples: Ele não destruirá o ímpio
enquanto todo o Universo não entender por completo o motivo.
O apóstolo Paulo fala de um tempo em que, de acordo com I
Coríntios 6:2: "...os santos hão de julgar o mundo." Isso será
durante os mil anos no Céu, de acordo com Apocalipse 20:4.
Deus abrirá os livros para nós e haverá bastante tempo para
termos nossas perguntas respondidas. Perguntas sobre coisas que nunca
entendemos, como: Por que Deus deixa bebês morrerem? E por que Ele não curou
certas pessoas apesar de toda a sua fé?
Muitas vezes, neste lado da eternidade, a vida aparenta ser
um emaranhado, quando todo o tempo Deus está trabalhando para o nosso bem. Ele
nos explicará tudo no Céu. Agora "vemos como que num espelho", mas
então nós finalmente entenderemos o que agora só podemos aceitar pela fé.
Quando chegarmos ao Céu e olharmos ao redor, teremos novas perguntas, como:
Onde está o meu pastor? Por que ele não veio? Pensei
que ele fosse um homem de
Deus!
Alguns que imaginávamos serem salvos vão estar ausentes, e
outros que julgávamos perdidos estarão salvos. Como Jesus predisse, muitos dos
primeiros serão os últimos e dos últimos serão os primeiros.
Deus vai separar tempo para explicar tudo. Veremos que Ele
de fato fez o possível para salvar todas as almas através da história da humanidade. E quando todas
as nossas perguntas tiverem sido respondidas no Céu, estaremos preparados para
testemunhar o solene castigo dos não salvos no final dos mil anos.
Agora, durante nosso tempo no Céu, o que estará
acontecendo na Terra? De acordo com o livro A Agonia do Planeta Terra, o
arrebatamento dos santos inicia uma contagem regressiva de sete anos, antes de
um duelo no Armagedom. Estas são as palavras do autor Hal Lindsey:
"Após os cristãos terem ido (ou seja, arrebatados),
Deus vai Se revelar de um modo especial a 144 mil judeus que Billy Graham
libertou nesta Terra. E a Terra jamais conhecerá um período de evangelismo como
esse. Esses judeus irão recuperar o tempo perdido. Eles vão conseguir o maior
número de convertidos de toda a história."
Assim, os arrebatamentistas crêem que, após a vinda de Cristo, o povo judeu finalmente
O aceitará e conduzirá muitos outros à salvação. Enquanto isso, as forças do
mal estão acelerando seus esforços para minar o progresso do evangelho. E o
anticristo, um ditador romano, subirá ao poder através da confederação de dez
nações do Mercado Comum Europeu. Ele assinará um tratado de proteção com a
nação de Israel, o que possibilitará aos israelenses reconstruírem o templo
judeu em Jerusalém em três anos e meio. É o que diz Lindsey.
Os arrebatamentistas crêem que o templo mal estará reconstruído quando o
anticristo romper o seu pacto com os judeus e interromper as cerimônias no
templo. Aí, seguir-se-ão mais três anos e meio de terrível tribulação durante o
reinado cruel do anticristo, que Lindsey descreve:
"Fará os regimes de Hitler, Mao e Stalin parecer um
grupo de meninas brincando de casinha. Então, uma grande luta militar se
iniciará no Armagedon. Nesse momento crucial, Cristo retornará mais uma vez à
Terra com a Igreja para destruir o anticristo e todas as forças pagãs. Ele
então governará o mundo de Jerusalém."
A teoria é impressionante. Mas, quanto disso tudo é fato?
Vamos lembrar o que o apóstolo Paulo ensinou a respeito do anticristo. Ele
disse que esse poder enganador traria tribulação ao povo de Deus antes do arrebatamento. Todos os
reformadores concluíram que o anticristo e a tribulação viriam antes da segunda
vinda de Cristo. Só depois que a contra-reforma
destruiu a sua fé profética, os protestantes passaram a crer o contrário.
Os não-salvos cairão mortos quando Jesus vier levar os
salvos para o Céu. Seus corpos ficarão espalhados sobre a Terra.
Um dia, muito breve, num período de poucas horas, a Terra
ficará despovoada, sem nenhum ser humano vivo em parte alguma. Temos ouvido as
sombrias predições sobre como o mundo ficará após uma guerra nuclear: um
deserto cinzento e abandonado.
Uma profecia no Antigo Testamento descrevendo o nosso
planeta após a vinda de Jesus, tem uma incrível semelhança com as horríveis
cenas sobre as quais os cientistas têm nos alertado. Jeremias 4:23-27:
"Observei a terra, e eis que estava assolada e vazia; e os céus, e não tinham a sua
luz. Observei os montes, e eis que estavam tremendo; e todos os outeiros
estremeciam. Observei e vi que homem nenhum havia e que todas as aves do céu
tinham fugido. Vi também que a terra fértil era um deserto, e que todas as suas
cidades estavam derribadas diante do Senhor, diante do furor da sua ira. Porque
assim diz o Senhor: Toda esta terra será assolada: de todo, porém, não a
consumirei."
O profeta descreve a Terra após a vinda de Cristo como
sendo sem forma e vazia, assim como no primeiro capítulo de Gênesis, antes da
criação estar completa. Nenhuma vida humana permanece, nem mesmo os pássaros
voam.
Sendo assim, os pecadores não terão uma segunda chance.
Quando Cristo voltar, todos terão tido sua última oportunidade. Mas, nesta
mórbida cena está o capítulo final da história da Terra? Não. Há um raio de
esperança! Deus promete: "De todo, porém, não a consumirei." Sem
dúvida, Ele ainda tem planos para este planeta. Mas, onde Satanás passará os
mil anos de Terra vazia? Apocalipse 20 explica que o diabo será exilado,
confinado à Terra em "um poço sem fundo" sem ninguém para tentar. Ora,
não se pode trancar Satanás com uma chave literal ou restringi-lo com uma
corrente de verdade. E nenhum poço sem fundo, nenhum encantamento do sono
poderá detê-lo. Então o que isso pode significar? Simplesmente um meio
simbólico de dizer que Satanás será finalmente detido. Ele e seus anjos serão
confinados à Terra.
Hoje, Satanás anda ao redor bramando como um leão,
procurando pessoas para devorar com a tentação. Mas, após a vinda de Jesus,
cada ser humano estará morto ou salvo. O grande rebelde não terá nada para
fazer durante mil anos, a não ser vagar sobre a Terra escura e desolada entre
as ruínas que ele provocou. Mas a Bíblia diz que o diabo será solto outra vez
após ter sido afastado por mil anos. Evidentemente, ele terá seus ímpios
seguidores de volta, como lemos em Apocalipse 20:7 e 8: "E, acabando-se os
mil anos, Satanás será solto da sua prisão. E sairá a enganar as nações que
estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar
em batalha."
Agora as coisas acontecem bem depressa. Satanás, solto pela
ressurreição dos perdidos, assume a liderança de seu novo exército de rebeldes
ressurretos. Lembre-se: "Mas os outros mortos não reviveram até que os mil
anos se acabaram."
O que acontece a seguir? O drama se revela no versículo 9:
"E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidadeamada; mas desceu fogo do céu, e os devorou."
Que cena! Como é que a cidade santa, o acampamento dos
santos, veio parar na Terra, afinal? Não estávamos no Céu com Jesus? Isso é
incrível! Eu não acreditaria se não tivesse lido na Bíblia, em Apocalipse
21:1-3: "E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a
primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu,
adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do
céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles
habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu
Deus."
Você pode imaginar o que será viajar de volta à Terra e
assistir a cidade santa descer do Céu? Segundo o profeta do Antigo Testamento,
Zacarias, Cristo ficará aquele dia sobre o Monte das Oliveiras nos arredores
das ruínas da Jerusalém atual. Seus pés dividirão a montanha em uma grande
planície na qual a Nova Jerusalém pousará. "Bem-aventurados os mansos,
porque eles herdarão a terra." Mateus 5:5. Não este velho planeta
envenenado; mas uma nova Terra, pura e sem poluição, livre dos ataques do pecado,
após nossos mil anos no Céu.
Após a cidade santa ter se assentado na Terra, todos que já
viveram estarão vivos juntos, dentro ou fora da cidade. Satanás compara seu
grande exército com o número bem menor dentro da cidade. Os números o
favorecem. E ele tem líderes militares de toda História o apoiando. Hitler está
lá, juntamente com seus rudes e habilidosos generais que nunca perderam uma
batalha.
Satanás reune suas forças para um
ataque feroz e final contra o trono de Deus na cidade santa. O grande exército
de rebeldes avança firme. Então acontece um inferno. "O fogo desce de Deus
vindo do céu e os devora", diz a Bíblia. A Terra se transforma num vasto
lago de fogo. Mas a cidade de Deus permanece a salvo sobre ela, assim como a
arca de Noé navegou segura nas águas do dilúvio.
O inferno esquentará tanto que pecado e pecadores não
sobreviverão. Após essas chamas terem feito seu trabalho, elas se apagarão;
assim como as águas nos dias de Noé desceram e a arca pousou de volta sobre a
terra. O lago de fogo cederá e a cidade santa pousará segura sobre um planeta
purificado. Deus tirará beleza das cinzas, recriando a Terra tão bonita quanto
era no Éden.
Finalmente, a rebelião terminará, para nunca mais perturbar
o Universo feliz. O pecado será banido para sempre e com ele a morte, a dor e a
tristeza.
Deus dará este planeta renascido ao Seu povo como lar
permanente. Por que Deus mudaria a capital do Universo do Céu para o nosso
planeta inferior? Porque somos Seu povo especial. Deus amou o mundo de tal
maneira que deu Seu filho amado para nós. Jesus não foi um empréstimo, mas um
presente. Para sempre o Salvador pertencerá à família humana, como nosso Irmão
e nosso Senhor! E Jerusalém, onde Jesus sofreu e morreu por nossos pecados,
será o lugar do trono eterno de Deus. Através de intermináveis séculos, os cidadãos
do Universo adorarão conosco no local da nossa salvação. Quero estar lá, e
você?
Quer perceba ou não, neste momento, você está decidindo o
seu futuro. Quando o fogo cair, você não terá que ficar do lado de fora da
cidade santa com o diabo e a destruição. Você pode estar em segurança com o
Senhor Jesus Cristo.
Entregue sua vida a Jesus neste momento. Deposite sua
confiança na salvação dEle, e você será incluído na
Nova Era de Deus no planeta Terra. (Gráfico)
74
ARMAGEDOM: A ÚLTIMA GUERRA
George Vandeman
Armagedom! A simples menção desta palavra provoca todo tipo
de temor e especulação. O que acontecerá durante a batalha do Armagedom? A
Terceira Guerra Mundial, talvez?
Armagedom, seja o que for, parece que não estamos preparados para ele. Mesmo
assim, vivemos obcecados para saber tudo sobre a última crise da Terra. Somente
tal curiosidade pode explicar o
sucesso de vendas do livro
intitulado: A Agonia do Planeta Terra. Vamos examinar o plano do Armagedom
proposto pelo autor Hal Lindsey. Ele vê uma dramática seqüência
de eventos envolvendo conspiração, trapaças e guerras entre as potências
mundiais.
Esse plano começa três anos e meio após o
"arrebatamento", quando anticristo supostamente rompe seu pacto com
os judeus. Então ele prossegue interrompendo os cultos no templo em Jerusalém e os sacrifícios de animais.
Lindsey chama isso de "abominação da desolação", que causa uma grande
tribulação e prepara o palco para
o Armagedom.
O próximo passo em direção ao dia da destruição acontece quando um exército árabe-africano
ataca Israel. De repente, os soviéticos traem
seus aliados árabes e lançam sua própria invasão
do Oriente Médio. Os russos conseguem obter o
controle de toda a área, segundo Lindsey. Então a luta recrudesce de fato. O
anticristo reune rapidamente
um grande exército da confederação do Mercado Comum Europeu, da China Vermelha,
e talvez dos Estados Unidos.
Essa poderosa hoste permite ao anticristo demolir a ocupação soviética de Israel. Lindsey afirma
que a aniquilação total dos exércitos
árabe-africano e soviético deixará somente duas potências para lutar pelo domínio do mundo:
"As forças combinadas da civilização Ocidental, sob a liderança do ditador romano, (o
anticristo), e as enormes hordas do
Oriente, provavelmente unidas sob a máquina de guerra
da China Vermelha." Finalmente, Lindsey prediz
que estas duas potências remanescentes lutarão entre si pelo controle do mundo.
O campo de batalha será a Planície
de Megido, no norte de Israel.
No clímax da guerra do Armagedom, Cristo voltará com Seus
santos para destruir os pagãos e estabelecer
Seu reino em Jerusalém para reinar sobre o mundo.
Porém, o que a Bíblia ensina sobre o Armagedom é o que
realmente importa. Tenho várias dúvidas sinceras sobre o cenário que Lindsey descreve em A Agonia do Planeta
Terra.
Para começar, não posso aceitar a predição de que "os Estados Unidos deixarão de ser o
líder do Ocidente e provavelmente se tornarão, em algum sentido, parte da nova
esfera européia de poder." A profecia bíblica
ensina o contrário. O livro de Apocalipse prediz um papel poderoso dos Estados
Unidos na condução do mundo para a crise final da Terra. E nada me preocupa
mais do que os ensinos dos arrebatamentistas de que o
templo judeu reconstruído em Jerusalém será o centro do reavivamento
espiritual. Lindsey diz: "Haverá uma reinstituição do culto judeu segundo
a lei de Moisés com sacrifícios e oblações."
Mas, isto não seria competir com o Calvário e negar o sacrifício vicário de Jesus?
Quando Ele morreu, o véu do templo se
rasgou, simbolizando o fim dos cultos e
sacrifícios no templo judeu. Restaurar esses sacrifícios de animais,
contradiria o que Cristo realizou como o Cordeiro de Deus. E qualquer coisa que
venha a competir com o sacrifício
consumado de Cristo não é obra de
Deus, portanto o que haveria de tão mau se o anticristo acabasse com esses
sacrifícios profanos de animais? Ele estaria fazendo um favor à causa de
Cristo! Estamos levantando importantes perguntas aqui. Perguntas que interessam
profundamente a todos os que apreciam o Calvário como o único e completo
sacrifício para o pecado. Lembre-se da profecia predizendo a obra de Cristo na cruz em Daniel 9:27:
"Ele fará cessar o sacrifício e a oferta..." Os ensinos arrebatamentistas levam estas lindas palavras para longe de
Cristo e as dão ao anti cristo!
Seria inadequado tirar Jesus de Daniel 9:27 e colocar ali o
anticristo; isto ressuscita a mais questionável doutrina medieval da contra-reforma
e mina por completo a verdadeira fé
em Cristo.
Os arrebatamentistas crêem no sangue de Cristo para sua salvação. Então, por que esperam e oram para que o templo de Jerusalém seja
reconstruído, antecipando que sacrifícios de animais serão oferecidos em seu
altar? Como eles podem considerar tal
idolatria um reavivamento espiritual?
Se o anticristo atacasse um templo judeu reconstruído em Jerusalém e pusesse fim a seus
blasfemos sacrifícios, que negam a morte de nosso Senhor no Calvário, os
verdadeiros cristãos diriam que esta seria a bênção de desolação, e não a
abominação da desolação. Pense bem nisso. Em 1967, durante a Guerra dos Seis
Dias, os israelenses recapturaram a
velha Jerusalém. O general Moshe Dayan marchou até
o Muro das Lamentações do velho templo e proclamou:
"retornamos aos nossos mais sagrados lugares, para nunca mais
deixá-los." Eles retornaram a seus
lugares sagrados, mas infelizmente, não retornaram ao seu Messias. Eles ainda
rejeitam o pacto da graça de Deus. Assim, como podem eles se considerar o povo escolhido de Deus? A Bíblia afirma claramente : "E, se sois de Cristo, então sois
descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa." Gálatas 3:29.
Esclarecidos estudiosos da Bíblia sabem que o Antigo
Testamento não está centralizado primariamente em Israel, mas no Messias. E o Novo Testamento aponta para perto do santuário celeste, onde Jesus
intercede por nós agora. "Ora,
a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado
nos céus à destra do trono da majestade, ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor
fundou e não o homem." Hebreus
8:1,2.
O templo está no Céu agora. O Senhor o construiu, não o homem. Qualquer coisa
que possamos construir aqui seria um templo falso. E o que glorifica a obra do
homem em construir esse templo falso
deve ser um falso ensinamento. Nada poderia ser
mais claro do que isto: a verdadeira profecia aponta para o alto, para o templo
celeste na Nova Jerusalém, enquanto a falsa profecia aponta para baixo, para o templo terreno na velha
Jerusalém.
Jesus alertou sobre falsos profetas com enganosas predições
relativas à Sua vinda. Poderia toda a atenção colocada sobre Israel ser uma cortina de fumaça do
inimigo para desviar os cristãos
sinceros da verdadeira questão do Armagedom?
É interessante notar que Jesus alertou a igreja para fugir da cidade condenada de
Jerusalém. Faríamos bem em aceitar
Seu conselho hoje e fugir das falsas profecias sobre Jerusalém.
O que a Bíblia quer dizer ao predizer a volta dos judeus para Jerusalém? A resposta vem
facilmente quando fazemos mais uma
pergunta: de onde sairá o povo de Deus quando retornar a Israel? De Babilônia!
Aqui temos a chave para o entendimento da profecia bíblica do final dos tempos: a
volta do povo de Deus para Jerusalém deve estar ligada ao alerta final de
Apocalipse 18:2 e 4: "...caiu,
caiu a grande Babilônia... sai dela, povo meu..."
Portanto, quando os profetas do Antigo Testamento falaram sobre a volta para Jerusalém,
eles se referiram ao povo de Deus
cativo na Babilônia. Os exilados judeus tinham que sair da Babilônia para
retornar a Jerusalém. Ora, o que significa para nós hoje "sai da Babilônia?" A cidade
nem sequer existe mais! Se você
visitar a antiga cidade no Iraque, só encontrará ruínas. Portanto a referência
de Deus à moderna Babilônia não pode ser aplicada a uma cidade literal. Existe
alguma aplicação espiritual para a Babilônia hoje?
Eis uma coisa interessante, algo muito importante: todos os reformadores
ensinaram que a Babilônia, no livro de Apocalipse, representa a cristandade
caída, a igreja que abandonou a fé de seus
fundadores do primeiro século.
Temos que admitir, com tristeza, que muitas igrejas hoje
perderam a fé profética dos reformadores. Muitos protestantes agora têm adotado
as falsidades da contra-reforma, as quais seus próprios fundadores condenaram como a crença da
Babilônia.
Para nós, então, sair da Babilônia significa trocar a falsidade pela verdade; abandonar qualquer
idéia de que o pacto da graça de Deus está sendo
cumprido com a nação judaica fora do sangue
de Jesus. Retornar a Jerusalém agora significa esperar pela fé a "cidade
cujo edificador é Deus," de acordo com Hebreus 11.
Essa cidade, é claro, é a Nova Jerusalém no Céu. O Senhor é
o edificador dela, e não um arquiteto judeu na velha Jerusalém. Nossa esperança
está em: "...Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos.
mas a Jerusalém que é de cima é livre; a
qual é mãe de todos nós." Gálatas 4:25,26.
Temos que procurar a Nova Jerusalém acima de nós, onde Jesus intercede como sumo sacerdote no
templo celeste. E dependemos apenas dEle como Salvador, Senhor e futuro Rei! Com isto tudo em mente, estamos preparados para
entender a batalha do Armagedom.
Somente uma vez a Bíblia menciona essa palavra, no livro de Apocalipse, no
capítulo 16, versículos 14 e 16: "porque são espíritos de demônios, que
fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha,
naquele grande dia do Deus
todo-poderoso. E os congregaram no lugar que em hebreu se chama
Armagedom." Apocalipse 16:14,16.
Essa "batalha naquele grande dia do Deus todo- poderoso" é o conflito final da
Terra. Mais do que forças humanas estarão lutando nos exércitos espirituais de Deus e Satanás.
O Armagedom será o clímax do grande
conflito entre o bem e o mal.
Onde será travada essa batalha? Bem, a história não oferece registro de qualquer lugar
chamado Armagedom, mas a Bíblia nos dá algumas pistas. O texto diz que a
palavra "Armagedom" vem do hebreu. Nesse idioma, a palavra combina
"har" que significa monte, e "magedon," que muitos conectam com "megido". Portanto, o nome Armagedom pode ser entendido
como "Monte de Megido". O Monte de Megido é uma pista com a qual
podemos trabalhar.
Na época do Antigo Testamento, Megido era uma
cidade-fortaleza pequena mas importante, ao norte de
Jerusalém, perto da planície de Esdraelon. Uma vez,
nas Escrituras, esta planície é chamada de Planície de Megido. Pode parecer um
local lógico para a guerra, mas devemos lembrar que o Armagedom envolve um
monte e não uma planície. Temos
que encontrar um Monte de Megido, um monte com algum significado espiritual para os exércitos celestes.
Bem, destacando-se acima da paisagem de Megido, está o
Monte Carmelo.
Este monte representa o Monte Megido, o cenário do
"Armagedom".
Há muito tempo, nesse local, Elias comandou um dramático duelo entre Deus e Seus inimigos. O
profeta convocou a nação para comparecer a esse monte e os desafiou a julgar
entre o culto falso e o verdadeiro. Ouça seu corajoso apelo: "Até quando coxeareis entre dois
pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o..."
I Reis 28:21.
Deus conquistara uma grande vitória no Monte Carmelo. Ele
derrotou os inimigos de Seu pacto, e novamente os derrotará, de uma vez por todas, no Armagedom.
De fato, o Comentário Internacional Sobre o Novo Testamento
explica: "Har, H-A-R, Har-Magedom é o simbolismo
do destronamento final de todas as
forças do mal pela força e poder de Deus ... Deus emergirá vitorioso e levará
consigo todos os que colocaram sua fé
nEle."
Portanto, agora entendemos que o Armagedom é um duelo entre
a verdade e o erro, a lealdade a Deus ou ao poder do mal. Enquanto acontecem,
com certeza, batalhas devastadoras entre os exércitos
da Terra, o tema dominante das Escrituras é
que o Armagedom centraliza-se em torno do conflito espiritual envolve cada ser
humano pessoalmente. Para cada um de nós vem o desafio: "Até quando
coxeareis entre dois pensamentos?"
Obedeceremos ao pacto da graça de Deus e nos afastaremos
das falsidades da Babilônia? Seremos contados
entre os santos que "guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus?"
Todos temos um papel a desempenhar no Armagedom. Quando
Deus vencer os poderes do mal, nós também podemos vencer com Ele! O Apocalipse
nos assegura que os santos triunfalmente "entoavam o cântico de Moisés,
servo de Deus, e o cântico do Cordeiro." Apocalipse 15:3.
O cântico de Moisés e do Cordeiro! Qual seria ele?
Bem, você se lembra como Deus livrou Moisés e os israelitas na batalha com Faraó, durante
seu Armagedom, com tribulações e pragas. Nós também enfrentaremos tribulação
durante a crise final da Terra. A
Bíblia diz que haverá sofrimentos de fato: "Haverá um tempo de angústia, o
qual nunca houve, desde que houve nação até aquele tempo; mas naquele tempo
livrar-se-á o teu povo..." Daniel 12:1.
Graças a Deus, Ele nos livrará, assim como salvou Moisés e
os israelitas há muito tempo. Nós venceremos a tribulação final da Terra
através do sangue do Cordeiro - o sangue de Jesus Cristo na verga da porta de
nosso coração.
Imagine como será estar no Céu, diante do trono de Deus com
os santos, naquela grande multidão que ninguém consegue contar. Vestidos com mantos brancos e segurando
ramos de palma da vitória,
entoaremos um canto de júbilo: "... ao nosso Deus ... e ao Cordeiro,
pertence a salvação." Apocalipse 7:10.
Pense sobre o dia que Jesus Cristo atravessará o céu do ocidente. Medite nisso muitas vezes e
deixe que isto lhe dê algo pelo que viver. Pode haver algo mais emocionante
para se contemplar? Ver primeiro uma
pequena nuvem negra. Observá-la aproximar-se cada vez mais até se tornar branca
e gloriosa. Uma nuvem diferente de todas que você
já viu - uma nuvem de anjos, incontáveis anjos. Ouvir um som como nunca antes você ouviu: o som de uma trombeta ecoando ao
redor do mundo. Então, uma voz como nenhuma que você já ouviu: a voz de nosso
Senhor chamando os mortos para a vida. A Terra tremerá;
túmulos se abrirão; anjos em toda parte levarão criancinhas até os braços
ansiosos de seus pais. Entes queridos há muito separados pela morte se reunirão aos gritos de alegria. Então,
juntos com aqueles que ressuscitaram, nós que esperamos através da longa noite
na Terra, seremos levados até nosso lar celeste.
Eu quero estar lá, e sei que você também quer. Deus nos ajude a estarmos prontos
para aquele grande dia.
75
POR QUE ESPERAR? - PARTE 1
George Vandeman
Os jovens têm um potencial fantástico, e estão sempre
prontos para dominar o mundo. Porém, muitos perigos os aguardam enquanto correm
pela veloz estrada da vida. Trataremos de uma das maiores ameaças: a crise de
sexo da juventude.
Não é fácil ser jovem hoje em dia. Há uma enorme pressão
para vencer nos esportes, na escola e nos relacionamentos. Freqüentemente,
se deparam com tremendas tentações. A tentação de colar para poder obter boas
notas no colégio, a pressão de colegas para usar drogas, e as influências quase
irresistíveis atraindo-os para as experiências sexuais.
Conversamos com alguém que entende os jovens e aquilo que
eles enfrentam para explicar melhor esse assunto. Ele é autor de 26
best-sellers, amado e respeitado em 76 países ao redor do mundo, onde tem feito
palestras em colégios e universidades, e realizado inúmeros seminários. É o
doutor Josh McDowell.
Josh - É muito bom participar. Eu me lembro da primeira vez
que falei para o "Está Escrito".
Vandeman - Foi sobre a integridade da Bíblia.
Josh - A prova histórica da credibilidade da Palavra de
Deus.
Vandeman - E depois os seus dois livros: A Prova Exige um Veredito,
volumes I e II. Gosto do título. É um título de bastante força. Mas você veio
para falar de um assunto bastante diferente. Algumas pessoas podem se sentir
desconfortáveis ao falar sobre sexo e talvez seja a primeira questão a ser
abordada. Josh, por que as igrejas tendem a ignorar as questões sexuais, se é
uma coisa que os jovens tanto precisam entender num contexto cristão? Será que
é tão embaraçoso falar sobre sexo ou nós, de algum modo, imaginamos que esses
problemas vão desaparecer se apenas os ignorarmos?
Josh - Creio que existem várias razões. Uma é que muitos
pastores e líderes evangélicos não percebem a profundidade do problema. Estive
com um pastor de uma grande igreja conversando sobre o "Por Que
Esperar?" e como expôr o assunto aos jovens. Ele
disse: "Josh, não precisamos disso para nossos jovens. Sei que outras
denominações e outras igrejas necessitam, mas você precisa ver nossos jovens
adorarem a Deus." E ele nem quis saber. Na manhã seguinte, eu estava fazendo
meu café da manhã quando vi o diretor dos jovens daquela igreja com dois
estudantes líderes do colégio. Eu me aproximei deles e perguntei quantos jovens
freqüentavam semanalmente a igreja. Eles disseram:
"Cerca de 1.500." Para os dois estudantes, que eram líderes,
perguntei quantos desses jovens eles achavam estar envolvidos sexualmente. E,
sem sequer olhar um para o outro, ambos responderam: "Mais de 50 por
cento." Portanto, existe um fator de omissão. Uma outra razão é que eles
não crêem que a Bíblia dá qualquer autoridade à
igreja ou à educação cristã para tratar do assunto. Várias vezes, recebo cartas
de pastores dizendo que a igreja não tem autoridade para falar de sexo. Se
algum dia esse assunto for tratado, terá que ser em casa. Isso significaria que
não se pode pregar sobre Cantares de Salomão, I Tessalonissenses
4, nem Hebreus 13:4, nem nada. E uma outra razão é que se você não se sente à
vontade em sua própria sexualidade como pai ou pastor, certamente hesitará ao
falar sobre o assunto. Em uma viagem de avião, há alguns dias, um pastor me
procurou e me fez a mesma pergunta: "Por que não estamos falando sobre o
assunto?" E isso me deu uma chance. Eu arrisquei uma resposta: "Por
causa das pessoas como o senhor." Ele perguntou: "Como assim?" E
eu respondi: "Por causa de pastores como o senhor, que nao
se sentem à vontade em sua própria sexualidade." Ele começou a chorar e
falou: "Entendo o que quer dizer. Minha esposa e eu temos lutado com isso
há uns dez anos." Através das história tem havido
bastante negativismo. Dizem que sexo é sujo e não se fala sobre ele. E isso
muitas vezes condiciona aqueles que falam aos jovens. Essas são algumas das
razões pelas quais não se tem falado mais sobre sexo.
Vandeman - "Muitas pessoas fazem sexo, mas não fazem
amor." Você disse isso e eu ouvi. O que isso quer dizer?
Josh - Bem, fizeram um estudo em uma universidade e
concluíram que os Estados Unidos são provavelmente mais ativos sexualmente do
que qualquer nação na história. Têm mais atividade sexual do que qualquer outra
nação na história, mas aproveitam cada vez menos. E o comentário que fazem é
que tem muito sexo sendo feito, mas pouco com amor. Isso está acontecendo por
causa da televisão colocar o amor e o sexo juntos. Qual foi a última vez que
você viu um homem dizer a uma mulher: "Eu te amo" e não irem para a
cama? Qual foi a última vez que você viu alguém dizer "não" ao sexo.
Provavelmente nunca se viu isso na TV. E, como resultado, pensamos que fazer
sexo significa amar. Assim, ao invés de construirmos relacionamentos,
intimidade, compromisso e tudo o mais, pensamos que, se formos para a cama,
estaremos fazendo amor, quando na verdade só estaremos fazendo sexo.
Vandeman - Josh, ambos sabemos que Apocalipse, capítulo 12, alerta
que nos últimos dias o diabo descerá sobre o povo de Deus com grande ira,
porque sabe que lhe resta bem pouco tempo. Bem, como você sabe, o inimigo tem
certamente feito isso na área do sexo. Por que as coisas estão piores agora?
Josh - Existem várias questões importantes. Uma é que não
vivemos mais em uma cultura judeu-cristã. E os pais, pastores e líderes de
seminários precisam entender bem isso, George, ou nossos jovens estarão
perdidos. Sabe, quando a maioria dos pais eram jovens, se um pastor dissesse
alguma coisa sobre sexo, com certeza, seria: "É pecado, não o faça."
Se o pai cristão dissesse alguma coisa, seria: "É pecado, não o
faça." Na televisão, diziam: "Não o faça." No rádio: "Não o
faça." As músicas diziam: "Não o faça." O sistema educacional
reforçava o que os pais diziam e repetiam: não o faça. Mas, não vivemos mais em
uma cultura judeu-cristã. A moral da sociedade não deriva mais dos ensinos do
Velho e do Novo Testamento. Agora, é o humanismo secular. Conclusão: o pastor
se levanta e diz alguma coisa sobre sexo: "Com freqüência,
não sempre, mas com freqüência é pecado, não o
faça." Mas os jovens ligam a televisão e estão fazendo sexo; ligam o rádio
e ouvem: "Façam"; as músicas dizem para fazer; seus colegas dizem
para fazer e o sistema educacional agora está dizendo: "Sexo é normal,
teremos clínicas e tornaremos o sexo seguro para você." E assim hoje, você
não tem aquele pára-choque cultural contra a
imoralidade sexual que tinha há 15, 20 ou 25 anos e isso está fazendo uma
grande diferença no envolvimento sexual hoje. Outra razão diretamente
relacionada com isso é a mídia. Ela mostra que as maiores influências na
sexualidade dos filhos, vinte anos atrás, eram os pais em primeiro lugar, os
colegas em segundo e a mídia ou a televisão, em oitavo. No ano passado, ela foi
a número um e os colegas substituíram os pais. Isso cria uma série de dilemas:
Quem eu sou como um ser sexual? Como é que devo agir sexualmente? Mas todas as
respostas encontradas estão baseadas na ficção, televisão e colegas. Há ainda
um outro problema. Muito do que os colegas sabem sobre sexo foi condicionado
pela televisão e, por isso, acho que a maior influência atual é a televisão. Na
igreja evangélica fundamental nós apeans terminamos o
primeiro de todos os estudos científicos da vida sexual dos jovens. E, para
nossa surpresa, ele mostrou onde os jovens aprenderam a respeito de sexo: 38%
com seus amigos e colegas; 26% na televisão; 23% com os pais e 7% na igreja.
Mas na televisão você quase nunca vê as conseqüências
do sexo ilícito ou sem compromisso. Por exemplo, George, qual foi a última vez
que você viu alguém contrair uma doença sexualmente transmissível na televisão?
No entanto, somente hoje, 33 mil americanos pegarão doenças sexualmente
transmissíveis. Serão doze milhões durante o ano. Em 1980, foram apenas quatro
milhões. O número vai aumentar oito milhões em poucos anos. Mas você Não vê isso na televisão. Vê o problema? Eles nunca
mostram as conseqüências. Estão tentando mostrar o
sexo livre, sexo sem compromisso mas sem as conseqüências, e essa não é a realidade. E é isso que todos
trazem para casa. Qual foi a última vez que você viu na televisão um bebezinho
nascer com defeito devido a uma doença transmitida sexualmente? Nunca, e eu
duvido que qualquer telespectador tenha visto. Mas sabe, George, no último ano,
têm nascido mais bebês com defeito por causa de alguma doença sexualmente
transmitida do que todas as crianças atingidas por pólio durante todos os 10
anos da epidemia dos anos 50? Em um ano! Mas você não vê isso na televisão, ela
tem mudado totalmente o modo dos jovens verem a si mesmos sexualmente comparado
com vinte anos atrás.
Vandeman - Josh, por que os jovens, especialmente os cristãos,
fazem sexo antes do casamento? A resposta superficial deve ser: "Porque é
bom." Esse é um fato, com certeza, mas sem dúvida
há bem mais do que isso. Em seu livro Por Que Esperar?,
você enumera 37 razões para os jovens quererem sexo. Pode comentar algumas
delas?
Josh - Quando, pelo estudo, as pequisas
e a interação dos jovens, descobri que havia 37 razões, pensei: "Não tem
como reduzir isso para 10 ou 12 razões." Não consegui. Cada uma delas faz
sentido. Eu diria que o fator principal é o relacionamento com os pais. As
pesquisas mostram que os pais inativos farão com que o filho se torne muito
mais envolvido sexualmente. Agora, isso não quer dizer que se você for um pai
bastante atencioso, ouvir os seus filhos, se comunicar e tiver um
relacionamento de muito amor, não vai ter problemas com eles. Mas quer dizer
que você já terá uma grande vantagem com seus filhos. Uma jovem inscrita num
concurso de redação resumiu toda questão no título "Em Busca do Amor de
Meu Pai". Eu diria que o relacionamento com os pais é talvez a principal
razão hoje. Outra é a influência da televisão, da qual acabamos de falar, sobre
o que é o sexo. Porque, sejamos francos, quando somos bombardeados pela
televisão, filmes e vídeos onde a todo momento um homem diz a uma mulher "Eu
te amo" e eles vão para a cama, o que é que um jovem pode pensar disso?
Quando nunca vê ninguém dizer não ao sexo, o que é que um jovem pode pensar?
Portanto, a televisão é outra área-chave. Uma outra área é a falta da igreja em
falar sobre sexo de uma forma positiva. Primeiramente, em colocar o sexo em um
contexto positivo. A beleza do sexo, a intenção de Deus para ele e, ao
explicar, dizer aos jovens: "Olha, vale a pena esperar." E destacar
que toda vez que Deus diz "não", também diz: "Não cometerás
adultério", não cometerás imoralidade sexual (I Tessalonissenses
4). Toda vez que Deus dá um mandamento negativo como esse, existem dois
princípios positivos por trás dele: proteger e dar felicidade. E quando eles
não ouvem isso, aí existem mais chances deles se tornarem sexualmente
envolvidos. Eu creio que a igreja precisa apresentar uma mensagem de julgamento
também. Veja I Tessalonissenses 4 e Hebreus 13:4.
Fala sobre a pureza do casamento e do sexo.
Vandeman - E de modo claro.
Josh - Sem dúvida. Ali diz que Deus julgará os que se
prostituem e os adúlteros. e precisamos dessa mensagem para os nossos jovens.
Uma outra razão é os pais ficarem tanto tempo afastado do lar. Sabe, muitas
pessoas pensam que o sexo acontece à noite, nos motéis. Não! A maioria
esmagadora da atividade sexual acontece entre três e cinco horas da tarde, na
casa dos pais. Os jovens têm escrito para mim e dito: "Tive a minha
primeira experiência sexual no quarto dos meus pais por pura revolta, para provar
o quanto eu os desprezo." Se o pai e a mãe trabalham fora, eles não têm
tempo para construir esse relacionamento. E eu estou me lembrando de outra
razão. É quando os jovens começam a namorar cedo. Isso fica ligado com a
puberdade. As estatísticas são assustadoras. Você precisa entender isso para
saber o que está acontecendo com os nossos jovens e como falar do evangelho com
eles. Em 1870, a puberdade, o alcance da consciência física e das mudanças do
corpo e do sexo tornavam-se uma questão-chave aos 16 anos e meio. Em 1920, era
aos 15. No ano passado, foi aos 12. Mas quando a puberdade, em 1870, era aos 16
e meio, o casamento era aos 18, apenas um ano e meio de diferença entre a
puberdade e o casamento. Em 1920, quando a puberdade era aos 15, o casamento
era aos 20. Agora, que a puberdade é aos 12, e algumas pessoas a colocam aos 11
anos e meio de idade, o casamento é, segundo as últimas estatísticas, aos 25
anos. Existe um vazio de 12 anos da puberdade ao casamento. A igreja não tem
falado nesse vazio; e por não estarmos falando de uma maneira positiva, muitos
jovens têm se tornado sexualmente envolvidos à medida que começam cada vez mais
cedo a namorar. Em nossos estudos, podemos provar que se os jovens começam a
namorar aos 12 anos de idade, 91 por cento se tornarão sexualmente envolvidos
antes de terminar o primeiro grau. Se eles começam a namorar aos 13 anos, 56
por cento se tornarão sexualmente envolvidos até a formatura; mas quando
acontece aos 15 anos de idade, cai para 41 por cento. Aos 16, menos de 20 por cento
se tornarão sexualmente envolvidos antes do casamento.
Vandeman - Um adolescente lamentou: "Eu estive procurando
razões para não ter sexo antes do casamento, mas não encontrei nenhuma."
Ele devia ter falado com você, pois você encontrou 26 raões
para não ter. Pode nos dizer algumas delas?
Josh - Primeiramente, George, acho que precisamos nos
conscientizar de que nossos jovens não querem se envolver sexualmente. Posso
provar isso estatisticamente. Em Atlanta, o sistema de ensino fez um estudo
para saber o que o jovens até a 8ª série queriam em um
program de educação sexual. Sessenta e sete por cento
disseram que o que mais queriam era dizer "não" ao envolvimento
físico e não obter a pílula e nem como fazer um aborto ou coisa desse tipo.
Como dizer "não"! O hospital Grady Memorial
fez um estudo com garotas adolescentes de 16 anos para baixo, e 90 por cento
disseram que sua maior necessidade moral era como dizer "não" à
pressão sexual. Em outro estudo com adolescentes de 15 a 17 anos, 63 por cento
das garotas e 47 por cento dos rapazes disseram que haviam se tornado
envolvidos sexualmente por terem sido pressionados contra sua própria vontade,
e 24 por cento das garotas disseram que tinham se envolvido sexualmente porque
não sabiam como dizer "não". Essa é a razão por que na igreja devemos
equipar nossos pais para ajudarem seus jovens a dizerem "não". E uma
razão positiva é a área da confiança. Queremos intimidade. Você quer
intimidade, e eu também. Os telespectadores querem. Agora, o que é intimidade?
Um jovem de 16 anos me escreveu: "Ser íntimo é a capacidade de ser real
junto de outra pessoa." Não acha profundo para um jovem de 16 anos? Se há
uma área em que queremos ser reais, é no amor, no casamento, na família e no
sexo. Mas Deus diz: Eu quero proteger você da desconfiança e prover o fator mais
poderoso para um casamento com amor e um relacionamento sexual pleno, com
confiança. Deixe-me mostrar como o sexo antes do casamento ou fora dele pode
destruir essa confiança, essa intimidade. Se houver desconfiança em um
relacionamento de um caso pré ou extra-matrimonial, e isso geralmente acontece em
vários graus, então você não pode ser vulnerável. Quem vai ser vulnerável a
alguém em quem não se confia cem por cento? Se você não pode ser vulnerável,
George, você não pode ser transparente. E se você não pode ser transparente,
você não pode ser real.
Vandeman - É verdade
Josh - Agora, olhe para o lado positivo. Na época em que eu
namorava, jamais pensei que vinte anos depois isso afetaria o meu casamento.
Namorei uma jovem chamada Paula durante três anos e meio. Quase nos casamos.
Mas aí percebemos que não tínhamos o tipo de amor sobre o qual se edifica um
casamento. Gostávamos um do outro. Tivemos bons momentos divertidos juntos. Mas
não se deve casar por causa disso. Você pode ter momentos divertidos com um
chimpanzé, mas nem por isso você se casa com um. Assim, terminamos o namoro; e
foi difícil. Eu chorei, porque pensei que estava deixando tudo o que eu sempre
quis em uma mulher. Mas continuamos grandes amigos e ela é uma de minhas amigas
mais queridas e respeitadas hoje. Vários anos depois, conheci Dotty, minha esposa. E Dotty
conheceu Paula, e elas de imediato se tornaram amigas. Elas tinham alguma coisa
em comum. Assim, minha esposa começou a passar bastante tempo com a mulher que
eu havia namorado durante três anos e meio. Um dia, voltei para casa de uma
viagem por volta das nove horas e Dotty não estava
lá. Às onze horas ela chegou e eu perguntei: "Onde você esteve,
querida?" Ela disse: "Eu fui tomar meu café da manhã com Paula e
passamos o tempo todo conversando." Eu quis saber: "E vocês se
divertiram?" Ela respondeu: "Nós nos divertimos muito." Ela se
aproximou de mim, me abraçou e me olhou nos olhos. Você talvez já tenha passado
por isto: a sua esposa olhar você nos olhos sem dizer nada e você saber que vem
coisa por aí.
Vandeman - É verdade.
Josh - Sabe, enquanto me olhava, minha esposa deu um
sorriso e disse: "Querido, estou feliz por você ter se comportado bem
durante três anos e meio." Eu perguntei: "Como assim?" E ela
respondeu: "Paula me confidenciou que houve ocasiões em que ela estava tão
apaixonada por você, que teria feito qualquer coisa, mas você jamais se
aproveitou disso." Que alívio! Então tentei lembrar quando foram essas
ocasiões. Mas pode imaginar, George, o que isso significou para a minha esposa?
"Posso confiar no meu marido". Jamais pensei que o meu namoro de
vinte anos atrás poderia afetar o meu casamento no dia de hoje. Minha esposa
confia em mim. De modo como o meu Deus, em I Tessalonissenses,
diz: "Esta é a vontade de Deus, o mandamento de Deus que vocês se
abstenham da imoralidade sexual porque Eu quero proteger vocês de suspeitas e
desconfianças e prover para vocês aquele fator positivo de confiança em seu
casamento futuro, em sua família e no relacionamento sexual."
Vandeman - Obrigado por esse testemunho. Mas, nos poucos instantes
que nos resta, você pode falar sobre o aborto?
Josh - Eu creio que o aborto é, em muito, o resultado da
mídia e de outras influências da nossa sociedade para nos livrar das conseqüências dos nossos atos. É a eliminação das conseqüências do comportamento sexual ilícito para a
maioria. Mas você sabia que, este ano, um milhão e duzentas mil jovens ficarão
grávidas? Dessas, cerca de 400 mil farão aborto e cerca de 175 mil se casarão.
Mas o mais interessante, nessas que não abortarão, 94% ficarão com os seus
bebês. Muitas vezes, nem todas, mas um incrível número de vezes elas ficarão
com os seus bebês porque se envolveram sexualmente. "Eu queria se amada e
eu queria amar." E de repente, surge um bebezinho que elas sentem que pode
suprir aquela necessidade de ser amada e de dar amor.
Vandeman - Sim
Josh - Mas sabe, isso é utópico para um bebê. É impossível
para uma criança devolver esse amor. Mas eu creio que bem mais adiante, quando
a história olhar para trás, para o que tem acontecido com o aborto, com a morte
de bebês em nossa terra, isso irá parecer uma atrocidade maior do que a que
Hitler fez com os judeus nos campos de concentração.
Vandeman - Uma denúncia grave
Josh - Pode acreditar nisso.
Vandeman - Sem dúvida, é verdade
Josh - É sim. Estamos falando de vidas e não estamos
ensinando aos jovens onde a vida começa e o que significa ter um bebê dentro de
nós.
Vandeman - Obrigado, Josh, por suas convicções; por essa sua grande
alma.
Josh - Agradeço por me deixar participar. Creio que isso
vai ajudar os pais, os pastores e os que trabalham com os jovens a lidarem com
essa questão.
Vandeman - Obrigado outra vez, e Deus o abençoe bastante. E agora
eu gostaria de acrescentar só uma palavrinha. Talvez você esteja com medo de
que sua vida esteja destruída para sempre por causa de seus erros, mas
lembre-se que nosso Deus se alegra em salvar as ovelhas desgarradas. Ele tem um
plano especial para a sua vida individual. Primeiro, Ele lhe oferece paz
através do sangue de Cristo em substituição ao peso da culpa. Depois, Ele lhe
dá forças para pôr a vida em ordem e colocar harmonia no lugar da confusão. Ele
guiará você dia a dia em direção ao Céu, considerando-o perfeito por todo o
caminho enquanto você mantiver o coração aberto para o Senhor Jesus Cristo.
Você vem ao
Salvador, vem a Jesus para ser salvo? E viverá fiel e obedientemente à vontade
de Deus? Eu o convido a abrir o coração agora, enquanto oramos: "Meu Pai,
todos nós, como ovelhas, nos desgarramos. Cada um de nós se voltou para seu
caminho egoísta; mas o Senhor colocou sobre Jesus Cristo a iniqüidade
de todos. E Jesus pagou o preço. Seu dom da salvação é nosso se pedirmos. Seu
amor por nós é real. Torna real nosso compromisso. No nome Salvador de Jesus,
nós pedimos. Amém."