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ESTÁ ESCRITO – George Vandeman

 

 

51 O QUE EU GOSTO NOS ADVENTISTAS

 

52 SUPERANDO O SENTIMENTO DE CULPA

 

53 A RELIGIÃO DA PROSPERIDADE

 

54 SUPORTAR NÃO É SUFICIENTE

 

55 QUANDO OS SINAIS FALHAM

 

56 VER PARA CRER

 

57 O IDEAL DE GANDHI

 

58 O VERDADEIRO JESUS

 

59 O DILEMA DO CARRASCO

 

60 A SEGURANÇA DA MONTANHA

 

61 DESARMANDO A DEPRESSÃO

 

62 RECEITA PARA DOIS

 

63 ALÉM DA VIDA

 

64 DESATANDO O NÓ

 

65 CRIANDO SOZINHO OS FILHOS

 

66 AJUNTANDO OS PEDAÇOS

 

67 RENUNCIANDO COM CLASSE

 

68 JERUSALÉM INVADIDA

 

69 RESGATE FULMINANTE

 

70 O MISTICIO ISLÂMICO

 

71 A GUERRA CIVIL DO ANTICRISTO

 

72 O SEGREDO DO ARREBATAMENTO

 

73 NOVA ERA DO PLANETA TERRA

 

74 ARMAGEDOM A ÚLTIMA GUERRA

 

75 POR QUE ESPERAR 1


 


 

51

O QUE EU GOSTO NOS ADVENTISTAS

George Vandeman

TOPO

 

Ele foi um patriota, capitão na Guerra da Independência Norte-Americana. Ele também era um cético assumido que ridicularizava as religiões. Mas aí, teve uma conversão dramática e se tornou pastor Batista. Milhares de pessoas de todas as denominações se reuniam para ouvi-lo pregar. Seu nome? Guilherme Miller, um reformador americano, um dos personagens mais fascinantes do início do século 19.

Guilherme Miller era a última pessoa que alguém poderia esperar que liderasse um despertamento religioso. Para ele, a fé em Jesus era apenas superstição. Um individualista ríspido procedente da Nova Inglaterra, Miller acreditava que o patriotismo decente e cumpridor da lei era a salvação da sociedade. E quando a independência recém-conquistada pela América foi desafiada pelos britânicos na guerra de 1812, Miller foi voluntário no serviço militar. Quarenta e sete vizinhos seus também se alistaram, com a condição de que fossem colocados sob o comando direto de Miller.

Após se destacar na batalha decisiva de Plattsburg, Miller retornou para a fazenda da família no estado de Nova Iorque. De vez em quando, ele assistia aos cultos na igreja Batista local, apenas para agradar à sua mãe. Mas, em pouco tempo, Miller começou a se preocupar com sua situação religiosa. Convencido pelo Espírito Santo, ele lutou desesperado com os seus pecados. Que maravilhoso seria se lançar nos braços de um Salvador e ser perdoado! Mas como ele iria saber que Jesus Cristo sequer existia? Miller pôs de lado seu preconceito e abriu a Bíblia. E ali, em suas páginas, encontrou o Senhor que vive. Mais tarde, ele declarou: "Fui constrangido a admitir que as Escrituras devem ser a revelação de Deus. Elas se tornaram meu prazer, e em Jesus encontrei um amigo."

Imediatamente, Miller foi provocado pelos seus amigos céticos, da mesma forma que ele havia provocado impiedosamente outros cristãos. Eles zombaram:

"Como você sabe se a Bíblia é a Palavra de Deus? E quanto às contradições?"

Miller replicou:

"Se a Bíblia é a Palavra de Deus, todas as suas partes podem ser harmonizadas. Dêem-me um tempo e eu provarei."

Bem, pondo de lado todos os livros, menos a Bíblia, com a concordância, Miller começou seu estudo com o primeiro versículo de Gênesis. Ele lia num ritmo em que pudesse responder todas as dúvidas que lhe surgissem. Miller usava um texto para esclarecer o significado do outro, permitindo à Bíblia se explicar por si mesma.

Uma a uma, as aparentes inconsistências foram desaparecendo. E, melhor de tudo, Miller descobriu que Jesus, seu Amigo e Salvador, havia prometido retornar à Terra. Fixou-se nele a convicção de que tinha a responsabilidade de espalhar as boas-novas sobre o evento que se aproximava - a vinda de Cristo. Mas ele não era um pregador. Mesmo assim sua consciência continuava lhe dizendo: "Vá e diga ao mundo." Durante 13 anos, Miller resistiu ao chamado.

Finalmente, numa manhã em 1831, ele prometeu ao Senhor que iria pregar sobre a Segunda Vinda, mas somente se recebesse um convite. Dentro de uma hora chegou um mensageiro com um pedido da Igreja Batista em Dresden, perto dali. Eles queriam ouvir sobre a Segunda Vinda de Jesus. Miller ficou apavorado. Mas como poderia recusar um chamado tão claro? Desde o princípio, era evidente que aquele homem humilde desfrutava das bênçãos do Céu.

Setenta convertidos a Cristo foram o fruto de sua primeira série de pregações. E, em um local, cem infiéis aceitaram sua mensagem numa única semana. Em pouco tempo, a saudável pregação da Bíblia de Miller trouxe-lhe mais convites para pregar do que ele poderia aceitar. Igrejas de várias denominações disputavam entre si para atraí-lo para os seus púlpitos.

Assim que os pedidos de sua pregação aumentaram, Miller deixou a fazenda e dedicou tempo integral ao ministério. A essa altura, ele já tinha recebido uma licença como Pastor Batista. E 43 pastores de várias denominações assinaram um certificado de "recomendação ministerial" a seu favor.

Nessa altura, um bom número de clérigos deixou seus salários para unir-se ao movimento do advento. Pastores Metodistas, Batistas, Congregacionais, Luteranos, Episcopais, Holandeses reformados. Esses estudiosos da Palavra forneceram excelentes contribuições pessoais à mensagem de Miller.

Em pouco tempo, ondas de choque varreram a nação à medida que os milhares se amontoavam em grandes tendas e salões de reuniões para ouvir a alarmante notícia da breve volta de Cristo. O movimento Adventista na América do Norte fez parte de um despertamento mundial no interesse pela Segunda Vinda de Cristo.

Na Inglaterra, várias centenas de pastores pregavam o breve retorno de Jesus, todos aparentemente ao mesmo tempo. A mensagem Adventista foi apresentada também na América do Sul, na Alemanha, Suécia, Noruega. Jovens, até crianças que ainda não sabiam ler nem escrever, explicavam com sinceridade e poder as profecias de um Salvador que breve voltaria.

Um dos principais arautos do advento foi Joseph Wolff, conhecido como "missionário do mundo". Do seu estudo da profecia da Bíblia, ele esperava a volta de Cristo no ano de 1847. Por 18 anos, ele viajou e pregou na África, Ásia, Oriente Médio, Índia e América do Norte. Ele até proclamou o breve retorno de Jesus, ao ser convidado, perante o Congresso dos Estados Unidos. Bem, a mensagem do advento alarmou o cristianismo em sua base. Afinal, a mensagem da Segunda Vinda de Cristo havia se tornado uma verdade negligenciada.

Nos dias dos apóstolos, a mensagem havia sido a ardente obsessão dos primeiros cristãos. De fato, o apóstolo Paulo proclamou a volta de Cristo como sua bem-aventurada esperança. Mas, com o passar dos séculos, o segundo advento de Cristo parecia quase esquecido. Juntou-se à lista das verdades negligenciadas. Mas Deus não estava satisfeito em deixar Sua luz enterrada sob as trevas da Idade Média. Assim, no século 16, Ele convocou os reformadores para que pudessem defender a verdade que havia sido desprezada através dos anos. Aí, o povo de Deus emergiu completamente dos muitos séculos no deserto.

De acordo com a profecia de Apocalipse 12, agora era a hora de reviver mais um ensinamento dos apóstolos no primeiro século. Guilherme Miller e os Adventistas foram chamados para restaurar a bem-aventurada esperança do breve retorno de Cristo. O mundo estava pronto para a mensagem Adventista.

Envolvida com o nascimento da Revolução Industrial, a sociedade havia se afastado da religião para confiar nas conquistas humanas. As Igrejas da época geralmente ensinavam que as condições na Terra iriam melhorar e entrar numa maravilhosa era de paz. Não deveria então nos surpreender que muitos tivessem resistido à notícia de que Cristo viria em breve e interromperia a boa vida no planeta Terra.

Alguns que criam no breve regresso de Cristo foram desligados de suas Igrejas. Outros se desligaram sozinhos para unirem-se aos irmãos Adventistas que estavam aguardando a volta imediata do Senhor.

Bem, Guilherme Miller e seus seguidores esperavam a volta de Cristo para 1844. Mas quando essa época passou sem o aparecimento de Jesus, a decepção arrasou os crentes. Você pode imaginar como eles se sentiram? Muitos se desiludiram e desistiram da fé. Outros, convencidos de que Deus estava com eles, continuaram a estudar a Bíblia. Em breve, foram lembrados de uma coisa que lhes trouxe imenso conforto e alívio. Muito tempo atrás tinha havido também um movimento religioso que havia sofrido uma grande decepção. Quando Cristo morreu na cruz, Seus discípulos se sentiram arrasados, confusos e totalmente derrotados. Com a zombaria dos incrédulos soando em seus ouvidos, eles se lamentavam: "E nós esperávamos que fosse Ele o que remisse Israel." Lucas 24:21

Apesar de as expectativas dos discípulos terem falhado, Deus continuava com eles. Ele os tinha liderado o tempo todo e planejado o mais brilhante futuro para o Seu movimento.

Do mesmo modo, os Adventistas tinham sido liderados por Deus durante sua grande decepção. Embora muitos tivessem desanimado e renegado a bem-aventurada esperança, outros ficaram mais convencidos do que nunca de que Deus os tinha estado liderando e tinha planos para o seu futuro.

Bem, em pouco tempo, luz adicional veio para um grupo Adventista na Nova Inglaterra através de uma jovem Batista do Sétimo Dia. Ela chamou a atenção deles para o quarto mandamento, mostrando que Deus jamais havia retirado o sábado como o descanso do Seu povo.

O sábado tinha sido quase esquecido durante a Idade Média. Todavia, o sétimo dia permanece um eterno memorial da obra de Jesus. Os Adventistas aceitaram animados essa preciosa verdade negligenciada. A propósito, você alguma vez pensou em como as denominações escolheram os seus nomes? Algumas Igrejas são designadas de acordo com a estrutura que as governa. Episcopais, por exemplo, significa que os bispos têm autoridade suprema na Igreja. E Congregacionais mostra que as congregações locais tomam decisões por si mesmas. Outro grupo de Igrejas recebeu os nomes de seus fundadores. Destacando-se entre elas, os Luteranos, em homenagem a Martinho Lutero. E existem também igrejas que receberam seus nomes das importantes verdades que ensinam. De imediato, lembro-me dos Batistas, nominados após sua crença na forma de batismo do Novo Testamento. É claro, todos os que são batizados por imersão são Batistas no sentido geral. E aqueles que pertencem àquele grupo de crentes são Batistas no sentido específico.

Você crê no segundo advento de Jesus? Então você pode se considerar um Adventista, no sentido geral. Os Adventistas do Sétimo Dia tiraram o seu nome de duas verdades básicas sobre Jesus que eles amam muito.

Adventista refere-se à crença de que Jesus virá breve. Sétimo Dia faz as pessoas saberem que eles observam o dia que honra a Cristo como o Criador e Redentor. Assim, o nome "Adventista do Sétimo Dia" proclama a verdade negligenciada sobre Jesus, que precisava ser recuperada para completar a Reforma.

Tenho tido o privilégio de compartilhar um número de verdades negligenciadas e recuperadas pelos Luteranos, Metodistas, Batistas e outros grupos. Mas lembre-se: a Reforma não terminou há anos quando os primeiros reformadores morreram. E a Bíblia nos diz que outras verdades negligenciadas apareceriam nos últimos dias. E isso não deveria nos surpreender, não é? Lembre-se de Provérbios 4:18: "Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito."

A luz continuará a brilhar até que venha o dia perfeito de Cristo. E qualquer luz adicional que Deus graciosamente nos mostrar em Sua palavra será bem recebida.

Creio que você começa a perceber por que escolhi a família Adventista do Sétimo Dia como lar espiritual. Mais e mais cristãos têm passado a compartilhar de minhas convicções. Você sabia que hoje os Adventistas do Sétimo Dia estão entre as três igrejas de crescimento mais rápido no mundo? Mais de mil pessoas se convertem a cada dia. Isso dá mais de 365 mil a cada ano, entrando para esse corpo de crentes.

Existem boas razões pelas quais muitos cristãos sinceros estão olhando para os Adventistas. Eles acreditam que esse grupo reuniu jóias de luz, as verdades defendidas através dos anos por todas as denominações, as verdades negligenciadas dos séculos. Em primeiro lugar, a fé em Cristo dos Luteranos, o batismo por imersão dos Batistas, o interesse no crescimento cristão e o viver pleno do espírito dos Metodistas e Carismáticos, o respeito pela moralidade dos Católicos, a defesa do sábado de nossos ancestrais Judeus, que era apreciado por Jesus e os apóstolos. Todas essas verdades os Adventistas reuniram num corpo de fé.

E, à medida que os Adventistas continuaram a estudar a Bíblia, mais verdades foram reveladas. Eles descobriram que o corpo humano é o templo do Espírito Santo, um princípio do Novo Testamento. Por isso, a boa religião se interessa pela boa saúde. O que afeta o corpo atinge também a mente e o espírito. E assim os Adventistas deixam de lado o cigarro e as bebidas e dão ênfase às vantagens do exercício, ar puro, luz solar, dieta balanceada, repouso adequado e fé em Deus.

Os Adventistas têm vivido assim há quase um século, muito antes da nutrição ter adquirido o status pleno de ciência. Onde foi que eles obtiveram essas informações? Em parte, de uma mulher extraordinária chamada Ellen White. Por que você não examina os seus livros? Eles tratam de saúde e outros temas. Depois de lê-los, seu coração vibrará, sua alma será inspirada a ficar mais próxima do Salvador.

Vamos conversar com o ex-Presidente Mundial dos Adventistas do Sétimo Dia, Pastor Neal Wilson.

Vandeman: Pastor Wilson, estou feliz por poder conversar com o senhor. Bem-vindo!

Wilson: É um prazer estar com você, George. Acredito que você sabe o quanto eu aprecio o ministério "Está Escrito".

Vandeman: Obrigado. Neal, conte-nos, por que você é um cristão?

Wilson: Meu pai e minha mãe foram exemplos maravilhosos do cristianismo prático. Apesar de ter nascido na Califórnia, cresci e fui educado em diversos continentes. E, como resultado, fui exposto a um espectro de filosofia e crença, bem como a muitas religiões orientais. Nesse tipo de cenário, ainda jovem, tive a oportunidade de discutir e ler amplamente. Assim, deveria decidir se seria cristão ou se seguiria alguma outra religião. Por toda parte, via os resultados trágicos do pecado. Na Natureza, na sociedade, nos seres humanos. Senti, pessoalmente, a razão pela qual o apóstolo Paulo disse: "Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço." Entendi melhor por que ele escreveu aquela carta aos Romanos onde disse: "Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" Muitas vezes ouvi dizer que era através das boas obras, das minhas obras, que a expiação poderia ser feita, que eu obteria a salvação. Mas descobri que o cristianismo atua de forma diferente. O cristianismo é baseado nas obras de Cristo e não nas minhas: Sua expiação, Sua vida, Sua intercessão. Cristo veio revelar o caráter de Deus, Ele veio para ser o centro da minha vida e da minha crença. Ele me oferece a salvação como um presente pela fé através da Sua graça. E isso é tudo. Quando descobri isso, dei minha vida por completo a Ele: meu Amigo, meu Salvador e meu Senhor. E nessa certeza, eu me alegro.

Vandeman: Graças a Deus. Mas por que você é um cristão Adventista do Sétimo Dia, Neal?

Wilson: Bem, isso vai um passo além. Quanto mais eu crescia na vida cristã, mais me aproximava do Senhor e Salvador Jesus Cristo. À medida que estudava a Bíblia, percebia que o cristianismo é mais do que um sistema de crença, é um relacionamento de amor com Jesus Cristo. E quando Jesus diz: "Se Me amardes, guardareis os Meus mandamentos", comecei a ver que ser um cristão Adventista do Sétimo Dia me parecia cumprir isso inteiramente em minha vida. Três pontos me atraíram: primeiro, os Adventistas do Sétimo Dia têm um corpo distinto de verdades doutrinárias. Segundo, os Adventistas do Sétimo Dia têm um estilo de vida bem peculiar - eles tratam o corpo como o templo do Espírito Santo. Terceiro, os Adventistas têm uma visão distinta do mundo, eles se baseiam na ordem de Cristo de ir e pregar a todo o mundo. Por essas razões, me senti compelido a me tornar um cristão Adventista do Sétimo Dia.

Vandeman: Muito obrigado por suas palavras e por sua presença, Neal.

Agora que nos aproximamos do final, eu o convido a regozijar-se comigo pela Segunda Vinda de Cristo. A volta de Cristo é uma das mais urgentes verdades recuperadas para os nossos dias. Poderia haver melhor notícia, melhor conforto?

A Segunda Guerra Mundial começou com a invasão da Polônia. Naqueles dias difíceis, os exércitos nazistas invadiram a Europa e ameaçaram varrer a liberdade da face da Terra. Porém, no dia D, jovens corajosos deram a vida nas tempestuosas praias da Normandia. Eles morreram para que pudéssemos viver.

Finalmente, a longa guerra terminou, e uma alegria incontida varreu toda a Terra. A paz voltou. A liberdade estava preservada para nossos filhos.

Se o fim da Segunda Guerra Mundial trouxe tanta alegria para o mundo, como nos sentiremos quando Jesus voltar? Imagine aquele dia: o Filho de Deus, acompanhado por milhões de anjos, vindo em direção à Terra através do espaço cheio de estrelas. Então, Ele clamará com voz de trovão: "Acordai, vós que dormis no pó da Terra. Ressuscitai para a vida eterna."

A voz chamando nossos amados mortos será ouvida ao redor do mundo. Famílias serão reunidas. Crianças levadas pela morte serão recolocadas nos braços de seus pais. Que dia feliz!

O que isso significa para você? O que significa para mim? Isso significa que existe alguma coisa melhor além desse dia! O que significará esse dia para os aleijados, para os cegos, para os enfraquecidos por doenças, assim como para as mentes confusas pelo medo?

O que significará para os que, de corpo saudável e forte, amam a vida e querem viver? A morte pode até parecer bem-vinda para um corpo destruído pela doença e pela dor, mas para o forte e o jovem, a morte pode significar apenas esperanças frustradas, desilusões e ambições destruídas.

Aqui está a resposta para o ferrão da morte. Não apoiada em algo que o homem possa fazer, mas na promessa da ressurreição feita por Aquele que demonstrou pessoalmente sua possibilidade.

Você quer estar pronto para aquele dia? Você pode estar. Tudo o que precisa é de um coração entregue ao Senhor Jesus Cristo. Uma mente disposta a confiar nEle e a segui-Lo para onde Ele o levar.

Amigo, podemos encontrar o Senhor em paz quando Ele retornar para nos levar para o lar. Ele virá em breve. Faça a sua escolha agora.

 


 


 

52

SUPERANDO O SENTIMENTO DE CULPA

George Vandeman

TOPO

 

A senhora Wilson, foi procurar seu pastor, com um ar muito ansioso. Ela queria um conselho. Como viúva, batalhando para criar três filhos, ela tinha que se sustentar com muito pouco. Ela achava que suas contribuições para a igreja eram muito poucas. Mas ela não tinha condições para dar mais. E assim, a senhora Wilson ficava num estado de perturbação.

   Bem, o pastor rapidamente lhe assegurou que suas ofertas eram bem vindas, e comentou que, sendo parte de sua renda, suas contribuições eram, na verdade, bem generosas.

   Após uma longa conversa, o pastor convenceu a senhora Wilson que não havia motivos para que ela se sentisse assim. Seu problema foi resolvido. Aconteceu porém que na semana seguinte a pobre senhora voltou à igreja. Ela apareceu com a expressão de um criminoso que foi pego em flagrante.

   – Algo terrível aconteceu na semana passada depois do culto – diz ela ao pastor – minha filha colheu algumas flores da ornamentação da igreja.

   O pastor sorri e agradece a senhora Wilson por sua honestidade. Ele conta que quando era um garoto ele surrupiou algumas frutas em algumas ocasiões, mas que isto não fez dele um criminoso. Os dois oram juntos e a senhora Wilson vai embora com uma expressão angelical. Mas sua paz não dura muito tempo. A senhora Wilson continuou visitando o pastor, sempre com alguma coisa para confessar: uma falta de fé, crenças impróprias, negligência com o serviço religioso... Finalmente o pastor acabou simplesmente evitando esta mulher pertubada e pertubadora.

   A senhora Wilson nos mostra como  as pessoas padecem sob a nuvem da culpa. O nível de seu desempenho jamais se iguala  ao nível de sua culpa, não é? Esta nuvem sempre estava por cima dela, ameaçadora,  jogando sua vida nas sombras.

          As pessoas que tentam aliviar a culpa desempenhando mais boas ações estão condenadas a padecer sob esta nuvem.        

   Outro exemplo é  o senhor Jackson. Ele entrou um dia no escritório do seu conselheiro, e estava muito estressado. Ele tinha péssimas notícias:

          – Minha esposa está me traindo. Ela está saindo com outros homens.

          O conselheiro  perguntou:

          – Como é que você sabe disso?

   – Bem, existem muitos pequenos sinais. Na verdade, eu nunca vi nada, mas existem aquelas ausências misteriosas, e um monte de outras coisas que indicam que minha esposa está me traindo.

   O conselheiro foi conversar sobre isso com a senhora Jackson. Ela manifestou, por sua vez, choque, dor e frustração. A mulher apresentou provas claras e inegáveis de que ela era inocente. Mas nada convencia seu marido. Ele tinha certeza de que sua esposa o tinha  traído.

   Durante os encontros seguintes, do conselheiro com o senhor Jackson, algo surpreendente foi revelado. Tornou-se óbvio que o próprio senhor Jackson era culpado de adultério. Todas as suas acusações eram uma tentativa de lidar com sua própria culpa.

   Mas a culpa negada é uma grande chantagista. Ela nos cerca, fazendo com que paguemos de muitas maneiras por nosso terrível segredo. Ela se torna uma nuvem escura que engole o céu. Ficamos presos, eternamente escondidos sob ela.

   Outro exemplo é o caso de Jeane. Ela morava num lar para mães e grávidas solteiras. Um dia ela entrou no escritório do capelão com uma carta em mãos. Essa carta trazia boas notícias: Pedro, um jovem com quem estivera noiva há alguns anos, queria que ela voltasse. Ele dizia que perdoaria tudo. Mas Jeane não parecia estar muito feliz com isso; na verdade, ela nem imaginava esta possibilidade. O capelão perguntou:

          – Por quê? 

          Uma longa história se seguiu. 

   – Depois que terminamos o noivado, ele se tornou um fuzileiro naval e eu tentei esquecer tudo na promiscuidade. O bebê que estou carregando agora é o resultado de um caso louco e superficial com um rapaz mais jovem – e com água nos olhos,  ela acrescentou – eu jamais me perdoarei.  Eu sou muito vulgar!

          – Mas Pedro não disse que perdoaria tudo? – perguntou o capelão.

   Jeane, infelizmente, não conseguia se convencer disso. Ela não conseguia ver como alguém, até Deus, poderia ligar mais para ela. Sua última pergunta foi:

          – Será que não tem nada que eu possa fazer para merecer seu amor de novo? 

          Jeane se tornou outra vítima, padecendo sob a nuvem de culpa falsa, imaginando se ela iria conseguir sair debaixo dela.

   Observe as três pessoas que eu acabei de descrever para vocês, cada uma lutava contra um problema de culpa ligeiramente diferente: a senhora Wilson tentava satisfazer as exigências sem fim de uma consciência irracional. O senhor Jackson tentava evitar a sua própria culpa projetando sua culpa na esposa. Jeane enfrentava sua culpa, mas era completamente oprimida por ela.

   Três pessoas diferentes. Três problemas diferentes. No entanto, todos eles resultando em situações semelhantes. Todos buscavam uma resposta em seus desempenhos, ao fazer mais, ao trabalhar mais: a senhora Wilson esforçava-se para ter o comportamento perfeito e não alcançava seu objetivo. O senhor Jackson esforçava-se para disfarçar e afastar sua culpa. Jeane achava que  tinha que fazer alguma coisa para merecer o perdão.O resultado foi que a culpa, para estas três pessoas, tornou-se uma grande nuvem escura no céu. Estavam condenadas a padecer para sempre sob ela.

   Para muitas pessoas hoje em dia, parece não haver uma saída debaixo daquela nuvem cinza sem fim. Às vezes parece que quanto mais você se esforça, mais nuvens são vistas lá no alto. Mas veja bem, a Palavra de Deus nos mostra uma saída. Nos mostra claramente, como podemos escapar, como podemos usufruir mais uma vez da claridade de Deus acima das nuvens escuras. 

   Para explicar a solução bíblica da culpa, vou voltar para a cidade de Jerusalém, para o palácio do rei Davi, há muito tempo. O rei estava sentado em seu trono e parecia estar de mau humor. De repente, os guardas do palácio trouxeram o profeta Natã. Natã tinha recebido uma mensagem de Deus para Davi. Era uma mensagem urgente. O rei se dispôs a ouvi-la imediatamente. Mas, sabiamente, o profeta começa contando uma história simples:

   – Havia dois homens que moravam numa cidade. Um era rico, o outro pobre. O homem rico possuia muitos rebanhos e manadas. O homem pobre possuia apenas uma pequenina ovelha, uma ovelha que havia crescido com seus filhos e se tornado um outro filho para ele. Um dia, o homem rico recebeu uma visita em casa e resolveu lhe oferecer uma ótima ceia. Mas, ao invés de escolher um animal de seu próprio rebanho para a ceia, ele pegou a ovelha do homem pobre e a matou.

          Como vivia em uma sociedade agrária, Davi, ao ouvir a história, ficou furioso:

   – Quanta injustiça! – ele se levanta rapidamente e proclama ruidosamente – "...Vive o Senhor, que digno de morte é o homem que fez isso.”

          Mas aí, Natã acaba com a indignação justa de Davi com quatro palavras. O profeta estende sua mão e diz:

          – Você é o homem.

   Na mesma hora, Davi percebe que ele  condenou a si mesmo. Ele se lembra de Bate-Seba. Sim, ele, o monarca rico com todo seu poder, simplesmente teve que ter aquela mulher. Ele teve que roubá-la de Urias, seu marido devotado. E depois, para esconder seu adultério, ele arrumou para que Urias fosse morto. Agora, Davi percebe quão cruelmente agiu. Sua culpa o invade e ele declara humildemente:

          – Eu pequei contra o Senhor.

   Nessa história podemos ver uma diferença muito importante entre a culpa bíblica e a nuvem escura. O sentido da culpa criado pela palavra de Deus é quase sempre algo muito específico. Natã, o profeta, apontou seu dedo para um pecado específico, adultério, que precisava ser resolvido. A palavra de Deus, através dele, foi uma flecha acertando o alvo no coração pertubado de Davi.

   Por outro lado a nuvem escura da culpa falsa, é eternamente pertubadora exatamente por ela ser muito vaga. Não conseguimos identificar o problema. Está lá, nos fazendo sentir mal. Mas atenção a uma coisa: "Existe um sentido no qual aquela nuvem escura, aquela sensação de impropriedade, é muito legítima. Existe um momento em que aquela nuvem merece estar sobre nossa cabeça. Ela merece estar lá se, e apenas se, nós não nos comprometermos com Cristo como nosso Salvador pessoal".

   Todos nós somos impróprios quando comparados com a integridade das exigências justas da lei de Deus. Mas Cristo providenciou uma solução para este problema de pecaminosidade. Ele morreu na cruz como um pecador em nosso lugar e nos deu Seu lugar como Filho amado de Deus. 

   Foi assim que Jesus lidou com a culpa de nossa pecaminosidade. Ele afastou a nuvem escura que nos separava do Pai. Não somos mais impróprios diante do Santo Pai. Ao contrário, somos totalmente aceitos em Jesus Cristo.

   Então, se você aceitou Cristo como seu Salvador, você não precisa mais padecer sob a nuvem escura. Se você ainda não o aceitou, eu insisto que o  faça o mais rápido possível.


 


 

53

A RELIGIÃO DA PROSPERIDADE

George Vandeman

TOPO

 

Doe e fique rico. Sucesso cristão. Prosperidade Bíblica. Este é o recente ensino que se espalha como fogo no mato através dos círculos religiosos.

A idéia popular de hoje é: Deus quer que Seu povo seja próspero. A pobreza simplesmente demonstra falta de fé. Tendo a fé certa você pode pedir o que quiser e obterá. Tudo pode ser seu. E se você doar as causas apropriadas, dizem, você garantirá que os recursos financeiros continuem chegando.

Uma nova religião surgiu no horizonte: a religião da prosperidade. Ela focaliza o dar-para-receber-mais, e a nova mensagem atrai muitos ouvintes.

Ninguém se importaria em receber um pouco dessa maravilhosa prosperidade cristã. A religião da prosperidade tem suas entusiasmadas testemunhas. Pessoas falam sobre como o desastre financeiro se transformou em abundância assim que elas aprenderam a reivindicar certas promessas e comentam suas maravilhosas bênçãos: carros último modelo e casas novas de veraneio.

A prosperidade tornou-se o novo sucesso religioso. Parece ser a nova medida da espiritualidade também. Os best-sellers cristãos nos bombardeiam com fórmulas garantidas de sucesso: creia e receba; doe e fique rico; diga o que quer e exija; desenvolva sua fé e aumente sua conta bancária.

Infelizmente, em pregações pela televisão, alguns têm estado entre os maiores advogados da religião da prosperidade. "Faça a sua doação e Deus cuidará de todos os seus problemas financeiros", dizem, "doe e a prosperidade estará garantida".

Bem, vamos dar uma olhada nesta nova situação.

Alguém pode estar dizendo: "Um momento, pastor Vandeman, Jesus não disse: "dai e recebereis"? Não é verdade que Deus quer abençoar Seus filhos? A idéia de prosperidade não está baseada nas promessas bíblicas?"

Sim, Jesus fez essa promessa sobre dar e receber; Deus quer nos abençoar. Mas a questão é: receber o quê? Nos abençoar com o quê? Receio que quando a prosperidade material se torna o ponto básico de nossa religião, então o evangelho está distorcido.

Vamos examinar uma das promessas da Bíblia que é usada algumas vezes como garantia de abundância material. No Sermão da Montanha, Jesus disse: "Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas." Mateus 6:33.

O que quer dizer "todas estas coisas"? Em Mateus 6 Jesus insistiu que seus ouvintes não se preocupassem com comida e vestimentas. Nosso Pai celeste, Jesus destacou, pode suprir nossas necessidades básicas, assim como Ele alimenta os passarinhos no ar e veste os lírios do campo.

O termo "todas estas coisas", refere-se às necessidades diárias: alimento, casa e roupas. Mas eu seriamente duvido que inclua um novo iate ou uma televisão extra para os quartos.

É verdade que Deus nos abençoa quando buscamos primeiro o Seu reino, mas a bênção prometida é esta: nossas necessidades serão supridas. É verdade que as Escrituras prometem abundância àqueles que são generosos, mas abundância, na Bíblia, tem um sentido mais amplo do que simplesmente muito dinheiro. A vida genuinamente abundante centraliza-se nos relacionamentos de amor, no trabalho significativo e num lar feliz. Também inclui sacrifício às vezes e pode incluir prosperidade material. Deus pode escolher abençoar algumas pessoas.

Existem pessoas que têm o dom de usar sabiamente as finanças para ajudar os outros. Conheço homens e mulheres cristãos que Deus chamou para trabalhar para Ele através de sua prosperidade.

As riquezas podem ser uma bênção, mas a falta de riquezas também pode. Existe o chamado para uma vida simples e há lucro nisso também. O próprio Jesus descobriu que mesmo a pobreza atendia muito bem aos Seus propósitos.

Com certeza não somos todos chamados para ser ricos; não somos todos chamados para buscar a prosperidade a fim de que possamos doar mais. Esteja certo, geralmente não funciona desse jeito. A grande verdade é que a riqueza raramente inspira a generosidade. Recentemente, duas igrejas decidiram amparar famílias de refugiados. Uma delas era próspera, mas seus membros tiveram muita dificuldade para ajuntar o dinheiro. Eles tiveram que recorrer a jantares e a lavagem de carros para levantar o dinheiro necessário.

A outra igreja tinha bem pouco do que chamamos "prosperidade", mas não teve que promover nenhum evento para levantar fundos. Os membros foram simplesmente informados da necessidade e todos os membros foram simplesmente informados da necessidade e todos contribuíram. O dinheiro necessário foi logo totalizado.

O apóstolo Paulo teve uma experiência similar com certas igrejas da Macedônia. Foi solicitado que as igrejas fizessem uma coleta para os cristãos da Judéia. E eis o que Paulo informou: "Os irmãos dali têm sido muito provados pelas dificuldades. Mas a alegria deles foi tanta, que, embora sendo muito pobres, deram as suas ofertas com grande generosidade." II Coríntios 8:2

Sendo muito pobres, os macedônios foram generosos, e isso os fez parecer ricos. A prosperidade, por outro lado, com freqüência arrefece nossos melhores impulsos. Como disse um cristão consultor de negócios, "as pessoas abastadas são, com freqüência, as mais difíceis de serem motivadas.

Infelizmente a religião da prosperidade não funciona muito bem, ela também distorce o evangelho. Quando nosso objetivo está na prosperidade e em gerar mais fundos, julgamos que Deus precisa desesperadamente de muito dinheiro. Começamos a pensar que o dinheiro é o ingrediente chave na marcha avante da causa de Deus.

Mas o fato é que os meios materiais são produzem resultados espirituais por si mesmo. Somente o Espírito de Deus gera frutos espirituais.

O profeta Zacarias viu-se uma vez frente a uma formidável tarefa de ajudar a reconstruir o templo de Jerusalém. A cidade estava em ruínas. O povo hebreu, tendo acabado de voltar do exílio na Babilônia, tinha poucos recursos. Mas Deus encorajou Zacarias com estas palavras: "... Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos." Zacarias 4:6.

Pelo meu Espírito. Como é fácil esquecer estas poderosas palavras! Em nossa pressa de construir auditórios com dez mil lugares e enormes complexos evangelísticos, em nossa corrida atrás da tecnologia de última moda, esquecemos que sem o Espírito de Deus nada acontece. Sem Sua atividade não há resultados.

Algumas centenas de anos após Zacarias ajudar a completar o templo, Jesus sentou-se naquele mesmo pátio. Ele observou os doadores ricos virem e colocarem sacos de ouro e prata dentro do tesouro do templo. Eles deram grande demonstração de generosidade. Mas então uma viúva pobre se aproximou. Humildemente ela colocou duas pequenas moedas de cobre na caixa. E Jesus estarreceu Seus discípulos e os demais ao comentar: "...lançou mais do que todos, esta pobre viúva..." Lucas 21:3.

A oferta da viúva foi um sacrifício vindo de um dom dado pelo Espírito de Deus. Eu lhe digo, amigo, Deus precisa de corações generosos.

Seus planos não dependem dos cristãos ficarem ricos; eles dependem das riquezas do nosso cristianismo.

Talvez o maior perigo da religião da prosperidade seja o que ela faz ao nosso coração. Quando o propósito de dar se torna receber, estamos em apuros, caímos dentro da armadilha da aquisição, nossos valores se resumem no desejo de coisas materiais.

Paulo destacou quão importante é a motivação para dar. Em seu famoso capítulo do amor ele diz: "e ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres... se não tiver amor, nada disso me aproveitará."

Alguns versículos depois, Paulo diz que o amor não busca seus próprios interesses. Então, se estamos dando pensando em receber, não estamos dando com amor; nada ganharemos. O tipo de abundância de Deus nos enganará. Mas dar com amor, sem egoísmo, pode ser uma arma poderosa em nossas mãos; podemos usá-la para romper o materialismo de nossa vida. O doar autêntico arrefece o velho amor ao dinheiro que é um perigo em nossa alma. Quão desesperadamente precisamos hoje em dia da arma poderosa que é a doação sem egoísmo!

Vivemos no mundo do lucro, lucro e mais lucro. A nova palavra para os bem-sucedidos de hoje é "estilo de vida". Devemos manter um certo estilo de vida que reflita nossos rendimentos: comprar a casa certa, praticar os hobbies certos, comprar nas lojas certas. E a propaganda tem transformado a prosperidade em uma religião.

Os comerciais de TV pregam as virtudes de recompensar-se a si mesmo. "Vá em frente", eles nos dizem, "você merece aquele som super moderno, aqueles sapatos que custam um dinheirão... você merece!" As vozes do ganho estão em toda parte, seu apelo nunca pára. Há sempre mais para comprar, sempre a melhor marca, um novo modelo, um passo adiante em estilo.

As loterias têm sido mais divulgadas do que nunca. Todos parecem querer a chance de se ajeitar na vida, de realizar seus sonhos. Quando se aproxima o momento do número da sorte ser tirado, soam clarins que fazem milhões ficar em reverente silêncio. Todos se reunem em torno da ruidosa chamada do "ganhe". O som da prosperidade tem o som do ganhe muito. Em outras palavras, o dinheiro fala.

Em nosso ministério pela televisão devemos lutar continuamente para evitar que as finanças sejam o assunto principal. Você provavelmente sabe que existem altíssimos custos na produção de um programa para a televisão. A compra do horário nas estações por todo o país requer um contínuo investimento. É claro que é um investimento excelente, o potencial da televisão é fantástico: podemos alcançar milhões com as boas-novas. Mas a demanda de recursos é enorme e por isso temos que fazer o melhor para sermos bons mordomos do que nos é enviado. Temos que determinar quanto de propaganda será mais eficaz, que emissoras nos darão mais retorno pelo nosso investimento e temos que manter contato regular com nossos patrocinadores para informá-los de nossas necessidades.

Em tudo isso há o perigo de o dinheiro se tornar importante demais. As finanças parecem ditar muitas decisões. Quão facilmente podemos nos esquecer que as coisas acontecem apenas pelo Espírito de Deus! quando nossas necessidades são muito grandes, é uma tentação deslizar para a "religião da prosperidade", mas não devemos permitir que as coisas materiais encubram as espirituais.

Oro continuamente para que a vontade de Deus, e não só as finanças, direcione meus passos nesse ministério.

Todos nós, de um modo ou de outro, enfrentamos as pressões dão lucro. E todos nós precisamos desesperadamente da arma de Deus: doas sem egoísmo. Esse é nosso único modo de lutar contra a tirania do dinheiro.

Um representante da Sociedade Missionária Britânica estava fazendo sua visita regular a um magnata armador. Aquele homem de negócios era um doador generoso e regular. Após conversar com o representante durante alguns minutos, ele preencheu um cheque no valor de 250 dólares. Nesse instante ele percebeu um cabograma que trazia uma notícia muito ruim. Um de seus navios, que levava uma carga valiosa, perdeu-se no mar. O empresário olhou para a mensagem por um instante e em seguida disse:

– Vou ter que refazer esse cheque, é claro.

O representante entendeu e devolveu o cheque. Seu amigo então preencheu outro cheque com um valor seis vezes maior que o anterior. O representante ia agradecer e sair quando olhou para p cheque e disse:

– O senhor deve ter se enganado aqui.

– Não, não me enganei - replicou o empresário - esse cabograma era do meu Pai Celeste e dizia: "não ajunteis tesouros na terra."

Aquele notável homem de negócios costumava doar para tirar o apego ao dinheiro de seu coração. Justamente quando estava sentindo a perda de um grande capital, quando estava sentindo mais forte o impulso de poupar e lucrar, ele preferiu usar a arma da contribuição; preferiu por em segurança os seus tesouros do Céu.Dar é uma bênção, é um fim em si mesmo, amplia os coração e fortalece os valores. O ato de doar sem apego não espera uma restituição divina. É feito para atender a necessidade do próximo. Paulo nos diz: "em tudo vocês mostram que têm mais do que os outros... queremos também que façam mais do que os outros." II Coríntios 8:7.

Watchman Nee era um homem abençoado que excedeu na graça de dar. Quando trabalhava na cidade de Foochow, este jovem pastor chinês recebeu um convite para realizar uma série de reuniões em Chien-o. Essa cidade ficava 200 quilômetros rio acima. A passagem do barco custava pelo menos oitenta dólares e Nee tinha apenas 30 no bolso. Mas ele sentiu que suas despesas seriam pagas e assim, aceitou o convite.

Naquela semana Nee ficou sabendo que um irmão cristão precisava urgentemente de dinheiro. Ele queria ajudar, mas sabia que não tinha nem o dinheiro da passagem. Entretanto, Nee não conseguia tirar da mente a necessidade do irmão, Deus parecia estar-lhe lembrando. Assim, no dia anterior a sua partida, Nee deu 20 dólares ao homem.

Na sexta-feira, o jovem pastor atravessou de balsa até as docas com apenas 10 dólares no bolso. Ninguém havia lhe enviado dinheiro para as despesas. Dentro da balsa Nee orou: "Senhor, não estou lhe pedindo dinheiro, apenas peço que me leve até Chien-o."Ao chegar às docas, Nee foi abordado pelo dono de um pequeno barco a vapor:

– O senhor está indo para Yen-Ping ou Chien-o - o homem perguntou.

– Para Chien-o - Nee respondeu.

– Por quanto?

– Sete dólares.

Nee mal podia acreditar. Quando levava sua mala a bordo, ficou sabendo que o barco estava a serviço do município, mas o dono às vezes tinha um lugar vago que podia ceder a um passageiro e ganhar um dinheiro extra. Nee fez uma viagem tranqüila e agradável rio acima até Chien-o.

Durante duas semanas ele pregou na cidade exercendo um impacto sobre muitas pessoas. Ao final das reuniões, ele teria que enfrentar a longa viagem de volta, agora com apenas um dólar e vinte cents no bolso. Os outros missionários em Chien-o teriam grande prazer em ajudar, mas Nee não disse a ninguém da sua necessidade. Ele tinha plena convicção de que Deus resolveria à Sua maneira.

Antes de chegar às docas, o jovem pregador foi alcançado por um mensageiro que trazia uma oferta de um de seus amigos. E era mais do que o suficiente para pagar as despesas, especialmente porque o mesmo barco de frete estava lá nas docas, com a mesma vaga disponível. Watchman Nee iria se lembrar daquela viagem a Chien-o pelo resto de sua vida. Ele tinha dado muito e havia recebido muito mais. Mas não foi o retorno financeiro que Nee apreciou, foi a emoção de cooperar com Deus, de ver a Sua mão atuando. Nee não deu nem adquiriu riquezas. Ele deu e adquiriu uma rica fé. Ele tinha a maravilhosa certeza de que Deus atenderia as suas necessidades.

Existem duas filosofias antagônicas que temos que enfrentar todos os dias. Uma diz: agarre tudo o que puder. A outra diz: exceda na graça de dar. Uma promete abundância material e nos manda possuir mais e mais. A outra oferece as riquezas da generosidade graciosa de Deus e nos manda prová-Lo mais e mais.

A "religião da prosperidade" jamais obterá o bastante, mas o modo de dar é sempre perfeito. Portanto, como podemos fazer para que não cair na armadilha do lucro? Como podemos tornar o dar uma prioridade genuína em nossa vida? Os hebreus nos mostram um modo excelente de fazer isso. Eles tinham o costume de dedicar o  primeiro de tudo ao Senhor: o primeiro filho, os primeiros frutos

de uma safra, as primeiras ovelhas de seus rebanhos. Isso ficou conhecido como o dízimo e fazia parte da lei mosaica: "Também todas as dízimas do campo, tanto do grão do campo como do fruto das árvores, são do Senhor: Santas são ao Senhor." Levítico 27:30

Dízimo significa a décima parte. O povo de Israel dava um décimo de seus ganhos materiais a Deus. O ponto chave é que isso era retirado do melhor, era a primeira coisa a ser separada na época da colheita. O dízimo dado a Deus não era a sobra, não era o resto. Era as primícias, o melhor.

Dar o décimo do que ganhamos para Deus coloca nossas posses na perspectiva certa não são apenas meios para um fim. O dízimo é uma bandeira que erguemos sobre tudo o que ganhamos; nos faz lembrar que tudo pertence a Deus, que tudo é para ser usado para a Sua glória. O dízimo é o ponto de partida de tudo o que damos, ele nos ajuda a dar conscientemente.

O apóstolo Paulo, em suas cartas, nos lembra das bênçãos da contribuição sistemática. E encorajava os coríntios a dar uma generosa contribuição para os crentes necessitados da Macedônia: ele diz:  "E isto afirmo: aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura, com abundância também ceifará." II Coríntios 9:6.

Creio que isto é verdade e você? O dízimo é um meio para "ceifarmos generosamente de maneira regular. Pode parecer envolver risco, mas descobri que doar sistematicamente traz algumas das aventuras mais satisfatórios da vida.

Jamais esquecerei o ano em que cursava a universidade tendo esposa e um bebezinho, quando enfrentamos graves problemas financeiros. As coisas estavam apertadas, mas jamais deixamos de devolver a Deus os dez por cento. Um dia minha esposa estava usando seu último para de meias e eu tive que dizer a ela que havíamos gasto o nosso último centavo. Tudo o que podíamos fazer naquele momento era orar a respeito.

Na manhã seguinte, na caixa do correio, havia um pacote contendo três pares de meias. E sabe, não sabíamos quem as tinha mandado. Algum tempo depois, lá no Canadá, alguém se aproximou de mim após uma reunião e disse: "fui eu quem enviou aquele pacote. Senti que vocês necessitavam daquilo."

Maravilha! Bem, foi uma coisa pequena, mas através dos anos eu tenho visto muitas maneiras em que Deus nos tem ajudado de modo generoso. Dar o dízimo tem sido uma experiência maravilhosa e edificadora da fé em minha vida. Eu detestaria que alguém perdesse tal experiência. Portanto, eu o convido a entrar em sociedade com Deus. Comece a sua aventura da fé em dar o dízimo. Abandone a religião do lucro, e experimente as bênçãos do doar sistematicamente. Creio que você adquirirá uma rica fé, experimentará a abundância espiritual e Deus suprirá todas as suas necessidades.   


 


 

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SUPORTAR NÃO É SUFICIENTE

George Vandeman

TOPO

 

    Finalmente chega cinco horas. Você sai correndo do escritório, pega seu carro e segue para casa. A rua já está totalmente engarrafada, então, um ônibus lhe dá uma fechada e você xinga o motorista.

    Ao chegar em casa, correspondências desagradáveis o esperam; as crianças estão brigando. Você grita com elas e liga o ar condicionado.

    – Ah, não! Ainda não foi consertado? Simplesmente não dá tempo. Hoje à noite, tem outra reunião e as coisas em casa vão ter que esperar de novo.

    E aí você se afunda no sofá e se pergunta: – Como minha vida ficou desse jeito? Há mais pressões e correria do que eu posso suportar.

    Você alguma vez já sentiu que lentamente sua vida estava fugindo do seu controle? Muitas pessoas hoje sentem que não estão controlando muito bem sua vida. Vivem pressionadas entre prazos no escritório e problemas pessoais em casa, correndo de um lado para outro. Às vezes não fazem as coisas acontecerem como deveriam. "Suportam" mais do que vivem. Suportam colegas de trabalho irritados, trânsito confuso, excesso de compromissos. Com isto, as emoções são constantemente manipuladas por eventos que fogem ao controle. Falam sobre "controlar as emoções", mas normalmente fingem que tudo vai bem. No entanto, quando a vida simplesmente continua sem muito controle, as coisas começam a falhar. Motoristas em engarrafamentos se tornam violentos; pais amorosos tratam mal os seus filhos; jovens recorrem ao álcool ou se suicidam.

    Certa vez, li o seguinte num adesivo de um carro velho: "cuidado com peças caindo".  Será que acontece o mesmo com sua vida? Você passa, dia após dia, juntando peças?

    Recentemente foram publicados vários livros para ajudar as pessoas a descobrirem como  melhor controlar a si próprio e a vida. A maioria deles oferece conselhos úteis e uns poucos tentam dizer como controlar outras pessoas.

    Ah, amigo, o Deus que controla o universo não ignora o seu problema. Ele alertou há muito tempo: "como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio". (Provérbios 25:28)

    Deus oferece mais do que sugestões de como nos controlar. Sua solução para o problema de uma vida sem controle é nos dar o Espírito Santo o qual nos ajuda a enfrentar qualquer desafio. Deus não nos dá apenas conselhos; Ele dá soluções. Aqui, lhe apresentarei a alternativa divina para que você  apenas  não "suporte", mas viva.

    O Espírito Santo é uma figura misteriosa para muitas pessoas. Em inglês Ele é chamado de "Fantasma Santo", como se assombrasse as pessoas a fim de torná-las boas. Há seitas estranhas e pessoas fanáticas as quais se gabam de terem sidas totalmente possuídas pelo Espírito de Deus. Isso é suficiente para que fiquemos meio confusos quanto a esse membro obscuro da Santíssima Trindade. Porém, quando esse alguém que nos deixa confuso é apresentado por um amigo em comum, as nossas dúvidas são superadas mais facilmente, e felizmente, o nosso amigo em comum é Jesus Cristo o qual nos apresenta ao Espírito Santo.

    Antes de se separar de Seus discípulos, Jesus lhes disse: "e eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade...". (João 14:16 e 17)

    Sem dúvida, qualquer pessoa apresentada por Jesus só pode ter a nossa melhor recepção no coração. O Espírito Santo é chamado de Conselheiro, Consolador, o que é "chamado para nos ajudar". Ele traz habilidades especiais e qualidades de caráter à nossa vida e transforma nossos corpos em templos. É um pedaço do céu dentro de nós, é o próprio Espírito, a essência de Cristo. É Deus concretizado em nosso coração.

    Jesus prometeu enviar a si próprio como presença viva, como também o Espírito Santo a todos os Seus seguidores. Antes de Cristo subir aos céus, os discípulos não podiam se encher de Seu Espírito e antes do Espírito Santo ser derramado sobre eles podemos ver evidências de vidas não muito controladas. Pedro estava sempre pronto a falar e muitas vezes ansioso para retirar o que acabara de dizer. Sob pressão, no pátio de Pilatos, negou conhecer o Mestre que tudo significava para ele. O zelo fervoroso de João e Tiago não estava sob controle. Quando os samaritanos se recusaram a receber Jesus em sua cidade, os dois irmãos pediram que caísse fogo do céu sobre eles. 

    Os discípulos queriam fazer grandes coisas, mas freqüentemente eram contidos por medos e dúvidas. Não conseguiram entender as palavras de Jesus sobre Sua iminente crucificação e ressurreição, não conseguiram compreender para onde estava indo a vida do seu Mestre e  escorregavam atrás dEle sem um senso claro de direção. Poderiam ter feito muito mais coisas juntos, mas perdiam muito tempo discutindo sobre quem dentre eles deveria ocupar os postos mais altos no Reino de Deus. Pequenas diferenças os prejudicavam e quando a crise chegou, eles desmoronaram.

    Um dia, um pai desesperado lhes trouxe o filho epilético para que fosse curado. Infelizmente Jesus não estava presente e eles não conseguiram curá-lo. Mais tarde, Jesus estava agonizando no Getsêmani e tinha necessidade de companhia durante sua provação, porém, Pedro, Tiago e João, os três discípulos mais próximos a Ele, não conseguiram ficar acordados, não tiveram forças para suportar aquela situação. Mas, quando a turba veio prender Jesus, os discípulos impulsivamente se perderam na noite, correndo pelo Monte das Oliveiras, descontrolados. Eles ansiavam ser leais a Jesus, mas os eventos os manipulavam.

    Finalmente, a morte de Jesus na cruz acabou com as suas esperanças. Eles não tinham condições de lidar com tal tragédia, e no meio dela se entregaram ao desespero e voltaram aos seus barcos de pesca. Tinham realizado milagres, adquirido uma riqueza nos ensinamentos de Jesus, mas ainda assim suas vidas não estavam bem controladas; faltava-lhes algo. Então, no dia de Pentecostes o ingrediente que faltava, veio sobre eles: o Espírito Santo. Jesus já havia prometido, já havia introduzido e a partir desse dia a vida dos discípulos virou de cabeça para baixo. As palavras impulsivas de Pedro se transformaram em eloqüentes sermões que transformavam milhares de pessoas. A agressividade de João foi temperada com um profundo amor que sentimos em todos os seus escritos. Os discípulos que brigavam, criaram um companheirismo que unia todas as pessoas num único e crescente corpo de cristãos.  Agora, eles tinham uma direção clara, tinham controle dos acontecimentos, regozijavam-se em suas provações, enfrentavam grande perseguição, superavam todas as violências e agressões. Que resultado maravilhoso!

    O livro de Atos nos mostra homens e mulheres cuja vida estava sob controle, seguindo uma direção e alcançando metas. O Espírito Santo é que faz a diferença e a Bíblia explica isso claramente. Jesus prometeu: "quando vier, porém o Espírito da verdade, Ele vos guiará a toda a verdade". (João 16:13)

    O Espírito Santo é nosso guia, nos ajuda modelar a vida para que não sejamos forçados a seguir os moldes à nossa volta. Ele pode reproduzir em nós as qualidades do caráter de Cristo.

    Paulo diz: "mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio". (Gálatas 5:22 e 23)

    Essas qualidades nos dão o controle emocional sobre nossa vida, porém, qualidades como a paz, paciência e auto-controle não vêem naturalmente ao coração humano, mas sim através do Espírito de Jesus vivendo em nós.

    Como resultado desse viver com o Espírito, nossas reações se tornam construtivas e as nossas tragédias se transformam em bênçãos. O Espírito é a fonte do poder interior. É a energia que gera o controle sobre a confusão e a desordem da vida. Afinal, o Espírito Santo é o Deus Todo-Poderoso vivendo dentro de nós. Tendo essa energia espiritual ao nosso favor, todas as coisas se tornam possíveis.

    Você pode se perguntar: "bom, como eu alcanço esse Espírito Santo? Ele é apenas para a elite espiritual ou qualquer um pode sentí-Lo?" Algumas pessoas hoje insistem que o Espírito vem apenas de uma determinada forma, já outros dizem que o Batismo do Espírito é sempre acompanhado por um dom específico como um sinal. Porém, as Escrituras claramente nos dizem que o Espírito traz diferentes tipos de dons a diferentes tipos de pessoas. O dom da profecia, da cura e da exortação são tanto uma evidência da presença do Espírito quanto falar em línguas. Vemos também no livro de Atos, que o Espírito chega à vida das pessoas numa variedade de formas.

    Às vezes, os Apóstolos colocavam as mãos sobre novos convertidos e o Espírito era dado. Em outras ocasiões, o Espírito Santo era derramado assim que as pessoas ouviam e aceitavam o Evangelho, ou depois que os fiéis passavam um tempo especial em oração. Jesus disse que aqueles que acreditassem nEle receberiam o Espírito. Ter o Espírito Santo não é uma questão de técnica. É uma questão de relacionamento.

    Veja o que o Apóstolo Paulo nos diz: "e, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho". (Gálatas 4:6)      Não temos acesso ao Espírito porque pertencemos a um certo grupo religioso ou porque dominamos uma determinada fórmula e sim porque somos filhos e Deus é generoso com Seus filhos e filhas. Em sua carta a Tito, Paulo identificou o Espírito Santo como aquele que: "... Derramou sobre nós ricamente por meio de Jesus Cristo nosso Salvador". (Tito 3:6)      Jesus eliminou todas as dúvidas sobre a disposição do Pai em nos conceder o Espírito dizendo: "ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?" (Lucas 11:13)

    Sim, amigos, o Espírito é dado àquelas pessoas que O pedem.

    Os escritores do Novo Testamento assumem que todos os crentes têm o Espírito. Eles se concentram no seguinte: que caminhemos no Espírito e sejamos tomados por Ele. Às vezes, o Espírito de Deus pode chegar a nós num encontro repentino e dramático ou de uma forma sobrenatural, mas frequentemente o Espírito chega como uma influência mais serena. Ele é uma direção, uma qualidade de caráter, um poder interior. Ser tomado pelo Espírito envolve controle da vida. Mas é um paradoxo que, a fim de conseguir controlar nossa vida, tenhamos que deixar de controlá-la.      Em 1929, Frank Morris embarcou num navio rumo à Suíça. Ele ansiara por essa viagem durante um bom tempo. Um comissário ficou encarregado de cuidar dele e o mantinha sempre sob sua vista. Toda noite, Frank era trancado em sua cabine até o café-da-manhã. Após uma rápida refeição, ele voltava para a cabine. Às dez horas Frank podia se exercitar um pouco, mas se sentia um tolo sendo guiado pelo convés, trotando metodicamente como um cavalo. Depois, o comissário colocava Frank numa espreguiçadeira.

    Havia passageiros gentis que o convidavam para dar uma volta, mas o comissário sempre se adiantava e dizia com delicadeza:

    – Ele tem que permanecer onde eu possa vê-lo.

    Toda noite, às nove horas, o comissário procurava por Frank e o arrastava de volta à cabine onde ele ficava trancado durante a noite. O comissário sabia que ele não podia tomar conta de si mesmo. Frank era adulto, com as curiosidades normais e desejos de um adulto, porém era cego. Era tratado como um pacote do correio que tinha que ser levado para cá e para lá. Era um prisioneiro atrás de sua parede de escuridão. No entanto, durante esta viagem descobriu algo maravilhoso: cachorros que eram treinados especialmente para guiar cegos. Assim sendo, levou para os Estados Unidos um pastor alemão, chamado Buddy e fundou uma organização chamada "o olho que vê". Com Buddy a seu lado, Frank podia ir a  quase todo lugar e a qualquer hora. Ele demonstrou isso a um grupo de repórteres num cruzamento de uma rua movimentada em Nova Iorque. Frank e Buddy enfrentaram uma muralha de carros e caminhões que passavam velozmente, buzinando e pisando nos freios. Buddy se adiantou e Frank o seguiu. Ele aprendera a confiar totalmente em seu cão. Buddy manobrava de uma pista a outra enquanto os carros passaram parando, recuando e avançando. Levaram três minutos para chegar ao outro lado do cruzamento, mas Frank e Buddy chegaram sãos e salvos. Os repórteres, entretanto, tiveram mais dificuldade. A maioria continuou do outro lado tentando atravessar no meio do trânsito. Um chegou a pegar um táxi para atravessar. Agora Frank se sentia livre. Sabia que podia controlar sua própria vida.

    Em posteriores viagens pelo Atlântico, Frank Morris andava por todo o navio, fazendo amizades.  Para um homem que  todo mês era largado no barbeiro e esperava durante horas como uma bagagem não procurada, a liberdade era maravilhosa. Frank se tornou um homem livre aprendendo a depender de Buddy. Confiando totalmente em seu guia, ele conseguiu fazer coisas que homens que enxergavam não conseguiam.

    Hoje, muitos de nós experimentamos uma cegueira espiritual. Falta-nos a direção, as qualidades de caráter, a energia para controlar nossa vida. Deus nos deu o conselheiro e guia perfeito para essa desvantagem, o Espírito Santo. Ele anseia que caminhemos com Ele. Um grupo de ministros estava discutindo se deveria chamar ou não o Evangelista Dwight L. Moody  para sua cidade. Ele era um homem de  muito sucesso, mas um sacerdote que não se impressionava muito com isso, perguntou:       – Será que o Sr. Moody tem o monopólio do Espírito Santo?

    – Não, respondeu um colega, o Espírito Santo parece ter o monopólio do Sr. Moody.   

    Veja, é uma questão de controle, uma disposição para ser influenciado, para ser tomado pelo Espírito. O Espírito Santo vem a nós através da simples graça de Deus. Ele nos preenche através da Bíblia se nós realmente a absorvemos como a Palavra de Deus; nos preenche através da oração, se nós realmente a usamos como uma forma de entregar nossa vontade a nosso Pai. É preciso um compromisso para que tenhamos o Espírito Santo em nossa vida. A maioria das pessoas cuja vida está fora de controle, sem rumo, por mais estranho que pareça está constantemente em movimento.

    Meu amigo, é preciso parar no meio do caminho para pensar e escutar. Precisamos nos dar tempo para a reflexão, e se assim fizermos, a presença do Espírito será uma realidade em nossa vida e Sua influência se expandirá.

    Se você está cansado de perder o controle da vida, entregue agora a sua vida ao Espírito e deixe que Ele comece a modelar algo de maravilhoso em você.

CORAÇÃO FELIZ

Letra e Música: Jorge Rehder

Tu és o meu Senhor,

O que tenho de bom vem de Ti.

Minha vida está em tuas mãos,

Feliz é o meu coração;

Seguro vou pois sempre estás

Ao meu redor, a me amparar,

Mostrando o caminho

Que leva à vida, Senhor! 

Tu és o meu Senhor e o que tenho de bom

Vem de Ti.

Gravado por Sonete no LP nº 800 da Gravadora Bompastor

ORAÇÃO

Sim, Pai, nós precisamos de direção, precisamos de Tuas qualidades, precisamos de energia espiritual. Por favor, detenha-nos em nosso caminho. Direcione os  nossos olhos a Ti. Ajuda-nos a sermos receptivos ao Teu Santo Espírito. Nós Te agradecemos porque fazes da nossa vida algo maravilhoso e pedimos-Te que o Teu Espírito nos preencha. Amém.

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QUANDO OS "SINAIS” FALHAM

George Vandeman

TOPO

 

  Jonatã, um jovem pastor solteiro, vinha procurando uma esposa há algum tempo. Assim, quando ele leu um belo artigo numa revista cristã para solteiros e notou que a autoria era de uma mulher... pensamentos começaram a agitar-se em sua mente. Jonatã sentou-se e escreveu uma carta para o editor da revista dixendo que ele tinha certeza que havia finalmente  encontrado a vontade de Deus para sua vida, que o Espírito Santo havia lhe dito que aquela escritora deveria ser sua esposa, então ele queria o endereço da mulher. A revista rapidamente enviou-lhe uma carta com uma resposta surpreendente e embaraçosa: a jovem que escrevera aquele artigo já era casada. O que saiu errado? Como pôde aquele pastor ter-se enganado tanto assim?

  Encontrar a vontade de Deus para a nossa vida tem sido sempre uma grande busca para os cristãos. Todos esperamos que nosso sábio e amoroso Pai celeste nos guie até o cônjuge perfeito, nos mostre o emprego perfeito e nos ache o lar perfeito. Visualizamos a vontade de Deus como uma espécie de estrada de ouro nos levando sem erros até o País das Maravilhas. Mas muitos cristãos se acabam desiludidos.  Deus não parece falar  de modo tão claro como eles esperavam. E as vezes os “sinais” se contradizem. Algumas vezes o que as pessoas vêem como “Deus abrindo uma porta” vai dar em um muro de pedra. 

  Encontrar a vontade de Deus continua um alvo indefinível mas que sempre nos atrai. Até para pessoas sem compromisso religioso, a vontade de Deus, o plano de Deus para a nossa vida, tem um grande apelo. Ela ainda desperta vagas esperanças da descoberta da vida boa, da felicidade, da realização. Mas elas também com freqüência se desiludem. Elas já viram muitas supostas promessas falharem.  Para os céticos, a perfeição de Deus sempre nos acenará, mas é um alvo  inatingível. 

  A estrada pavimentada de ouro está coberta de mato. Por que Deus parece tão difícil de se achar? Por que temos que tomar tantos atalhos? Por que entramos em tantas estradas sem saída? Estamos lendo errado todos os sinais, ou Deus simplesmente não os está indicando?

  Creio que existem dois erros básicos que muitos cometem ao buscar a vontade de Deus para sua vida. Estes dois erros causam a maior parte de nossas perplexidades e problemas.  

  Primeiro,  existem aqueles que habitualmente correm na frente de Deus os que se movem impetuosamente. Eles vêem “sinais” em toda parte e vivem segundo eles.  O erro deles é o seguinte: confundir suas próprias tendências com a vontade de Deus. Eles interpretam cada impulso como uma "chamado" do Espírito Santo. 

  Rubens e Sandra gostavam de cantar juntos. E as aulas do colégio não eram muito interessantes para a dupla.  Assim eles acharam que o Espírito Santo os estava chamando para tempo integral no ministério da música. Os “sinais” pareciam favoráveis. Rubens e Sandra trancaram a matrícula, casaram-se, venderam tudo que possuíam para comprar um equipamento de som e um furgão adaptado. Meses depois os dois estavam amargamente acusando a Deus de conduzi-los erradamente. Não tinham compromissos para cantar, estavam muito endividados e Sandra estava grávida. O que tinha acontecido, com aquele maravilhoso “chamado”?   Rubens e Sandra, sem dúvida, sentiam uma forte atração para o ministério da música. Estavam entediados no colégio,  eles ansiavam pelo casamento e pela independência. Desejos pessoais fortes são acabam sendo facilmente interpretados como algum tipo de orientação divina. Rubens e Sandra, infelizmente, acabaram correndo na frente de Deus.

  Os que agem impetuosamente tendem a basear as grandes decisões da vida em “impressões” subjetivas.  Para eles a declaração “tenho sido impressionado com..” é muitas vezes apenas uma versão religiosa de “o meu desejo é....”, percebe? Quando essas pessoas procuram sinais para guiá-las, são tentadas a virar as chances a seu favor.          Talvez você tenha ouvido pessoas orando mais ou menos assim: “se Tu não quiseres que nos casemos Senhor, então retire nosso amor mútuo completamente.” Bem, isso não é provável que aconteça, é ? Ou talvez você tenha ouvido alguma coisa tipo: “Senhor, se não quiseres que façamos esta viagem não deixe o motor do carro pegar.” Bem, o motor do carro sempre pegou antes.              Quando os impetuosos procuram orientação nas Escrituras, seus próprios desejos novamente anuviam o quadro. Talvez parem o dedo, por exemplo, sobre algum versículo dos Salmos.  É bem provável  que leiam algo encorajador, todos os salmos o são, uma ordem para perseverar ou ir avante talvez, ou uma garantia da bênção de Deus. Este encorajamento geral é tomado como uma confirmação específica de seus planos acalentados. E o impetuoso corre  adiante...  à frente de Deus.       Chegamos agora ao segundo grande erro que as pessoas cometem ao procurar a vontade de Deus. E chegamos a um outro tipo de pessoa... as imóveis. As imóveis estão sempre buscando orientação, esperando orientação e nunca obtendo a orientação certa. Elas estão sempre andando atrás de Deus. Este tipo de pessoa quer esperar algum grande e arbitrário “sinal” antes de agir. Os impetuosos tendem a tornar os seus "sinais" muito fáceis, os imóveis os tornam muito difíceis. Para os acomodados tudo o que  acontece, é a vontade de Deus.  As dificuldades não são desafios para se superar, elas são placas dizendo “voltem”. os acomodados querem ter “a paz de Deus” antes de tomar grandes decisões. Eles anseiam pela segurança total. O que eles esquecem é que todas as grandes decisões nos deixam nervosos. É improvável, por exemplo, que qualquer noivo consiga sentir “a paz de Deus" pouco antes de seu casamento.  Suas mãos ficam frias, a garganta seca... Sua vida inteira pode estar passando diante dele. Mas isso significa que Deus está dizendo a ele para não ir avante?  É claro que não. Infelizmente, entretanto, o acomodado pode estar repleto de apreensões erradas.   O acomodado tem a tendência de ver seus desejos humanos naturais como pecado.  Eles não querem ser levados apenas por seus impulsos, e isso sem dúvida é elogiável, mas eles acabam negando cada desejo. Alguns até chegam ao ponto de pensar: “se eu gosto, não deve ser a vontade de Deus.” E assim eles esperando, anseiam e buscam algum sinal do Céu. 

  Um jovem, estudante de ópera em Munique,  estava realizando uma tarefa um dia no jardim da pensão que morava e cantava o seguinte:  “venha para mim, meu amor, nas asas da luz.” Aí, para sua surpresa, uma jovem caiu do Céu e pousou a seus pés.  Sua visita celeste era na verdade uma atriz bávara que trabalhava de “dublê” em um filme. Ela saltou de pára-quedas direto para os braços dele. O jovem estudante se apaixonou pela moça. Em poucos meses os dois se casaram. Esse foi certamente um encontro notável.

  A maioria das pessoas sabe que os cônjuges normalmente não caem do Céu em nossos braços. Mas os acomodados esperam que isso aconteça.  Eles querem que a resposta, a bênção ou o sinal caiam do Céu na frente deles. E geralmente eles permanecem cantando no jardim, esperando que seu desejo se realize, sem jamais obter sucesso...

  Os impetuosos e os acomodados cometem dois erros básicos os quais precisamos evitar: correr à frente de Deus, e andar atrás de Deus. Ambos falham em encontrar a vontade de Deus para sua vida.  Não conseguem andar nos passos de Deus.    Uma grande parte da confusão concernente à vontade de Deus seria esclarecida se todos nós nos certificássemos primeiro se estamos de pé em terra firme... No centro da vontade moral de Deus.

  Um dia, quando viaja de mula pelo interior da Espanha, Inácio de Loyola encontrou um seguidor do islamismo, um mouro. Os dois cavalgaram juntos por um tempo e iniciaram uma conversa.  O mouro soube que Inácio estava a caminho da igreja para cumprir uma penitência à Virgem Maria.  O mouro zombou da intenção de Inácio.  Inácio rapidamente repreendeu aquele “infiel” pelo seu desrespeito. Os dois continuaram discutindo,  a discussão foi ficando mais e mais acalorada, até que o mouro esporeou sua montaria e saiu em disparada. Inácio continuava furioso. Sentiu-se tentado a correr atrás do mouro e matá-lo. O homem havia dito a ele em que ponto sairia da estrada e pegaria uma trilha em direção de uma vila. Quando Inácio aproximou-se daquela bifurcação na estrada ele não sabia ainda o que fazer. Finalmente ele decidiu deixar que sua mula fosse o sinal. Soltou as rédeas do animal.  Se o animal seguisse pela trilha do mouro, ele o mataria. Se continuasse na estrada, ele o deixaria com vida. Felizmente, a mula seguiu pelo caminho mais fácil.  Em sua luta para decidir, Inácio, esqueceu-se da vontade moral de Deus. Deus foi bastante claro quanto a não matar, certo? Jesus foi muito claro quanto a não odiar nosso próximo. Em vez de ficar no centro da vontade de Deus, Inácio deixou a mula decidir.  É muito perigoso procurar sinais e seguir impressões que nos levam sobre a borda da vontade moral de Deus. É perigoso deixar a mula escolher nosso caminho, em outras palavras. 

  Há uma abundância de instruções morais claras nas Escrituras para se seguir. Os impetuosos, por exemplo, precisam de limites. A lei de Deus dá a eles limites. Os acomodados precisam agir. E a vontade moral de Deus dá a eles espaço para ação, espaço para agirem de consciência tranqüila. Sabe, uma das grandes coisas a respeito da vontade moral de Deus é que ela nos dá os limites e a liberdade para agirmos. Deus quer que sejamos capazes de escolher confortavelmente dentro de Sua vontade moral.  Por exemplo, na questão das ofertas, Paulo aconselhou, em segunda aos Coríntios capítulo 9, versículo 7:  "Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria.”  Dar aos necessitados faz parte da vontade moral de Deus.  Mas quanto?  Quando? A quem?  Deus nos pede para tomar essas decisões livre e alegremente, movidos pelo nosso coração.  Dentro da Sua vontade moral, temos igualmente limites e liberdade para agir. 

  Você quer conhecer o plano de Deus para a sua vida? Primeiramente firme seus pés em sua lei.. Sua vontade moral. Agora podemos passar para o próximo passo. Todos nós somos chamados para viver dentro da lei de Deus. Mas nem todos nós a cumprimos do mesmo modo. Cada um de nós tem seus próprios dons e propósitos. Precisamos descobrir qual é o nosso propósito central, como indivíduo. E para fazer isso precisamos descobrir quais são nossos dons básicos. Deus tem abençoado cada um de nós com dons individuais, talentos e habilidades. Você sabe quais são seus dons? Talvez ainda esteja ponderando.  Primeira aos coríntios 12 enumera vários dons do Espírito Santo, por exemplo... Ensinar, contribuir, exortar..Mas existem muitos outros. Pergunte a si mesmo o que lhe dá mais satisfação. Você tem algum fardo ou desejo persistente sobre algum tipo particular de trabalho? Observe os resultados de seus esforços. Em que você é mais bem sucedido? E também pergunte a amigos de confiança quais eles acham ser os seus dons e habilidades. As vezes eles vêem coisas que nós não conseguimos.

  O apóstolo Paulo entendeu seu propósito básico claramente. Ele havia sido chamado como apóstolo para os gentios.  Ele estava determinado a pregar o evangelho onde Cristo não era conhecido. Os dons e habilidades de Paulo o qualificaram para aquela obra especial. Ele crescera numa cultura grega, mas também tinham recebido o melhor treinamento dos rabis.  De modo que Paulo podia ser a ponte entre os mundos judeu e gentio. Paulo tinha obtido conhecimentos especiais que o fizeram  especialmente simpático aos gentios. E ele era um ótimo orador. Paulo estava seguro de seu propósito básico. Mas seu ministério como apóstolo aos gentios não decorreu com facilidade. Ele era constantemente hostilizado por extremistas... Ele sofreu espancamentos, naufrágios e aprisionamentos. Se Paulo tivesse  se baseado nas circunstâncias para se orientar, ele jamais teria pregado um só sermão. Uma porção desses tais “sinais” lhe teriam dito: “Pare. Volte. Isto não é trabalho para você.” Mas por Paulo ter entendido bem seu propósito, e teve boas razões para isso, ele conseguiu superar esses obstáculos e continuar seu ministério.

  Conhecer nosso propósito básico, nossos alvos principais, nos ajudará em muito a tomar a decisão. Os impetuosos precisam de um propósito para concentrar seus esforços espalhados em uma só direção. E o acomodado,  precisa de um propósito para ir avante.

  Com os alvos dados por Deus de forma clara na mente, podemos seguir para o próximo passo para tomar a decisão: estabelecer prioridades. Esse é o  ponto principal da vontade de Deus. Temos que decidir como, quando, onde e com quem podemos melhor cumprir nosso propósito básico. Temos que decidir entre várias opções, qual melhor nos ajudará a atingir nossos alvos.  Bastante avaliação,  bastante análise e ponderação são necessários. Deus conta com nossa lealdade, ele prometeu nos ajudar neste processo. No livro de Romanos, Paulo nos diz no capítulo doze, versículo dois: “...Transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”  Essa mensagem é prática e é o que precisamos.  

  Ouça:  nossa mente pode ser renovada de modo que discerniremos a perfeita vontade de Deus. Como? Davi nos dá uma pista no Salmo 119, versículo 99:  tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque medito nos Teus testemunhos.” 

  No salmo 19, Davi nos diz que a lei do Senhor restaura a alma, torna o simples em sábio e dá luz aos olhos. Em outras palavras, a palavra de Deus renova a nossa mente. Ao estudá-la e nela meditar recebemos Sua sabedoria.

  Deus quer nos guiar pela renovação da nossa mente. Em lugar de correr o dedo num teste às cegas em busca de orientação, devíamos absorver a mente de Deus através da meditação dos muitos textos da palavra de Deus como um todo. Aí a Sua sabedoria poderá nos guiar.  Um tempo regular de oração e estudo das Escrituras, é o melhor modo de organizarmos nossas prioridades. Desta maneira conseguiremos lidar sabiamente com as alternativas, e decidir sobre o quando, o onde e o como da vontade de Deus.

  Quando a sabedoria de Deus nos conduz, não temos que depender de “sinais” arbitrários. É muito melhor escolher sinais que fazem sentido, que nos fornece razões.  

  Jorge e Bety estavam pensando em se casar. Mas eles queriam ter certeza se era a vontade de Deus. Eles amavam um ao outro, eles tinham um bom relacionamento. Deveriam procurar algum sinal de confirmação de Deus?  Um dia Jorge sugeriu: “nós concordamos que, na obra de Deus, seremos mais eficazes juntos do que separados. Queremos que Deus abençoe as pessoas através de nós. Por que não pedimos para Deus nos dar uma evidência concreta disso?" Betty  concordou. E assim eles oraram para que Deus mostrasse Sua vontade através daquele relacionamento. Em poucos dias, coisas especiais começaram a acontecer. Durante um estudo bíblico que estavam liderando, Jorge e Betty tiveram a chance de aconselhar uma jovem em dificuldades. Descobriram que seus conhecimentos combinados deram as respostas à garota. Jorge e Betty viram outros ajudados por seu trabalho juntos. Esta evidência tornou-se o “sinal de  confirmação para Jorge e Betty. Não foi sem sentido nem arbitrário como ”Senhor faça o telefone tocar três vezes.” Não, o sinal teve conteúdo. Era evidência. Fazia parte da sabedoria de Deus. 

  Podemos andar nos passos de Deus. Não temos  que estar sempre correndo na frente ou andando atrás. Podemos conhecer um Deus que nos guia. Primeiro nos certificando de que estamos no centro de Sua vontade moral.  Segundo descobrindo Seu propósito básico para nós através de nossos dons.   E finalmente, adquirindo a sabedoria da Palavra de Deus que nos ajudará a estabelecer as prioridades certas.  Espero que você busque  estas três coisas e que separe tempo para fazer o alicerce para o plano de Deus em sua vida. A vontade de Deus  não terá que permanecer um alvo para sempre ilusório. Pode ser um guia sempre presente. Decida-se a andar nas passadas de Deus de hoje para a frente... É dessa maneira que coisas incrivelmente maravilhosas começarão a acontecer em sua vida.

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Muito obrigado.


 


 

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VER PARA CRER

George Vandeman

TOPO

 

Luz, cor, movimento, forma, perspectiva. Existem mais coisas na visão do que podemos imaginar. Toda vez que abrimos os olhos, temos que traduzir uma massa incrivelmente complicada de informações em imagens que façam sentido. Vemos com o cérebro e o que vemos pode até ajudar nossa mente a crer.

Não é necessário você ajustar o seu televisor. Está tudo bem, está tudo em ordem. Em poucos instantes você verá por quê. Muitas pessoas hoje declaram que apenas acreditam naquilo que podem ver. Como diz o ditado: "Ver para crer!"

Estou aqui no cenário do programa "Está Escrito". Está tudo no lugar, como estava na semana passada, mas isso pode ser difícil de acreditar, se você só acredita naquilo que pode ver. Há aqui uma cerquinha tão sólida e real como sempre, mas parece obscura e um pouco irreal. Falta-lhe um elemento muito importante. Tenho comigo uma Bíblia tão sólida e real como sempre, mas ela não parece exatamente assim sem iluminação.

Não é interessante que todos os objetos concretos e físicos se tornem reais para nós apenas por causa de uma coisa tão insubsistente, uma coisa tão espiritual, talvez, quanto a luz? As plantas tomam uma forma definida, sob a luz. A madeira mostra sua textura e forma sob a luz. As paredes saltam à vida sob a luz. Até o céu e as nuvens podem aparecer aqui com a luz. Agora tudo parece real, não é mesmo? Agora nós cremos, sem a luz não conseguimos crer.

Você já parou para pensar por quê? Já tentou saber como é que o olho humano vê? Ele é uma câmera, captando imagens e enviando-as para o cérebro? Ele registra as cenas eletricamente? Vamos ver como é que a luz e nossos olhos funcionam juntos.

Quando a luz atinge nossos olhos, atinge primeiro a córnea transparente. A íris, atrás da córnea, controla a quantidade de luz que entra no olho, alterando o tamanho da pupila, um buraco no centro, que parece de cor preta. Assim que a quantidade adequada de luz for admitida no olho, ele tem que se curvar para entrar em foco.

A córnea, devido à sua superfície protuberante, direciona a luz rapidamente para o centro. Aí a luz alcança a minúscula lente que tem o tamanho e o formato de um grão de feijão. A lente consiste de cerca de duas mil camadas infinitamente finas de fibra transparente. Ao contrário das lentes de uma câmera, esta é móvel. Ela poder tornar-se protuberante ou ficar lisa. Isso muda a curvatura da luz e assim nos ajuda a focalizar com precisão.

A visão humana é extraordinariamente flexível. Podemos focalizar objetos a alguns centímetros de nosso nariz e mudar instantaneamente para ver com clareza e precisão uma montanha distante, ou uma estrela.

Encontramos a luz passando através da substância clara e gelatinosa que enche a maior parte do interior de nossos olhos. Essa substância vítrea se ajusta à lente de tal modo que mantém a luz viajando na mesma trilha focalizada. Finalmente, a luz atinge a retina, uma camada rósea que cobre o fundo dos olhos.

A retina corresponde ao filme em uma câmera. Armazenados dentro da retina existem o que chamamos de bastonetes e cones. Estes fotorreceptores contém pigmentos sensíveis à luz. Os bastonetes e os cones são como dois tipos de filmes no olho. Os cones roliços são mais ativos com a luz forte. Eles nos dão uma visão aguda e cheia de cores. Os bastonetes finos são para a luz tênue, como filme altamente sensível em preto e branco. Eles criam uma espécie de imagem monocromática quando há pouca luz disponível. É por isso que a cor parece desaparecer à noite e vemos basicamente vários tons de cinza. Estes bastonetes e cones ficam misturados por toda a retina. Acreditem ou não, cerca de trinta milhões deles ocupam uma área do tamanho de um selo postal. Isso nos possibilita passar com relativa facilidade da visão da luz do sol para a visão sob luz tênue.

Nossos foto-receptores, os cones e os bastonetes, também desempenham outra função vital. Eles transformam a luz que recebem em sinais, em parte elétricos e em parte químicos. Estes sinais codificados são o que eventualmente alcançarão o cérebro para transportar esses sinais. São necessárias fibras que criam uma complexa rede interligada que se espelha por toda a retina.

É um sistema coletor de dados, que traz todos os sinais juntamente para um só ponto. As fibras de nervo são agrupadas como um cabo e passam pelo fundo do olho até o nervo ótico.

As coisas agora estão começando a se complicar. O nervo ótico de cada olho cruza-se no cérebro. Eles trocam informações de algum modo, para que as imagens dos dois olhos possam ser coordenadas em um campo de visão estereoscópica.

Aí, um novo conjunto de fibras especializadas de nervo captam os sinais e os levam para o córtex visual no fundo do cérebro. Nessa pequena massa de matéria cinzenta, como a chamamos, ocorre de fato o fenômeno da visão. Os bilhões de células em nosso córtex visual estão dispostos em um número de camadas. Todas essas células têm funções altamente especializadas. Algumas enviam projeções para outras áreas do cérebro, onde ocorrem a memória e a associação. Muitas acrescentam, combinam trocam e organizam dados visuais de um modo misterioso ainda a ser analisado. O resultado é a percepção, uma imagem na mente.

Como vemos, enxergar não é uma questão simples. Os órgãos que produzem a visão são uma maravilha. Os cientistas nos dizem que a delicada engenharia da córnea e da lente dos olhos faz a câmera tecnicamente mais avançada parecer um brinquedinho. Os minúsculos bastonetes e cones na retina transformam a luz em eletricidade e produzem a química através de um processo que os laboratórios mais sofisticados não seriam capazes de produzir. E finalmente, as células do cérebro em nosso córtex visual sintetizam incontáveis dados, no milagre da percepção, algo que nenhum computador de alta tecnologia seria capaz de fazer.

Engenharia química, processo de informação... tudo isso ocorre todas as vezes que abrimos os olhos. Tudo indica que nossos olhos foram maravilhosamente projetados. De fato, quanto mais examinamos a visão, mais difícil é descrever toda essa engenhosidade como puro acaso. O olho exige um Criador.

Temos que perguntar: Poderia o olho humano ter simplesmente evoluído de algo simples para sua atual complexidade? Deixe-me dizer o que Charles Darwin disse sobre isso. Darwin, você se recorda, é o homem que criou a teoria da evolução, mas a certa altura, ele declarou que a hipótese do olho ter sido, possivelmente, por seleção natural, o deixava doente.

Existe uma razão muito boa para o olho humano ser tão intrigante para o evolucionista. Porque ele apresenta uma tremenda barreira à teoria da seleção natural. A teoria natural da evolução afirma que os organismos mudam, através da seleção natural. Isso quer dizer que animais fortes e saudáveis são naturalmente selecionados para sobreviverem em detrimento dos mais fracos.

Eles são melhor adaptados ao seu meio ambiente, dizem eles, e lentamente os animais se tornam cada vez mais adaptados. Mudanças benéficas são preservadas, mudanças prejudiciais, eliminadas. Tudo isso, entretanto, deve acontecer através de milhões de anos como resultado de milhões de minúsculas mudanças genéticas. Estas mutações, acredita-se, gradualmente acumuladas, resultam em seres vivos mais complexos.

Aí é que está o problema. O olho humano é absolutamente completo. Ele não poderia evoluir gradualmente. Não existe um meio de qualquer parte do olho, por si só, vir a ser benéfica a um animal. A seleção natural a eliminaria, como vê, e não preservaria qualquer órgão do olho parcialmente desenvolvido. A lente que focaliza a luz seria inútil sem a retina, que a reflete. Toda a luz recebida não serviria para nada sem as fibras que levam os sinais até o cérebro, e esses sinais seriam inúteis sem o córtex visual que os interpreta.

A visão envolve uma complexa interação de nervos, músculos, fluidos, glândulas e células do cérebro. Tudo tem que estar perfeitamente integrado e balanceado para que possamos ver. Tudo deve estar funcionando ou nada funcionará.

Como você vê, é muito difícil, mas muito difícil mesmo, imaginar como o olho poderia desenvolver-se gradualmente. Ao pensar nisso, Darwin ficava doente, mas não precisa deixar-nos doentes. O olho não é apenas um desconcertante mistério. É uma maravilhosa obra de arte, se o entendermos como uma obra de arte do Criador Todo-Poderoso.

Ver para crer. Se apenas abrirmos os olhos para as maravilhas da visão, ver pode nos ajudar a enxergar o Deus Criador. Sabe, é interessante que este Criador seja mencionado muitas vezes nas Escrituras como luz. Luz é um símbolo comum para Aquele que ilumina mistérios. Ouça esta exclamação no Salmo 27:1: "O Senhor é a minha luz e a minha salvação: a quem temerei?"

Quando o salmista sente uma necessidade especial da presença de Deus, eis como ele ora: "Senhor, exalta sobe nós a luz do teu rosto." Salmo 4:6.

E quando Deus responde, o salmista expressa sua alegria: "Porque em ti está o manancial da vida, na tua luz vemos a luz." Salmo 36:9.

Quando Jesus, o Messias, chegou a Israel, Ele declarou: "Eu sou a luz do mundo."

Seus discípulos concordaram. Mateus escreveu que, no monte da transfiguração os discípulos, na verdade, viram o rosto de Jesus brilhar como o sol e Suas vestimentas se tornarem brancas como a luz.

Em seu evangelho, capítulo 1, versículo 9, o apóstolo João diz de Jesus: "Ali estava a luz verdadeira, que alumia todo o homem." Temos observado como a visão e o olho apontam para um Projetista ou Criador. A Bíblia também nos diz que a luz em si pode apontar para Ele. Deus é luz. Ele ilumina, Ele aquece, Ele torna as coisas reais. O símbolo é muito claro, não é? Descobertas científicas sobre a luz têm mostrado mais sobre a razão dela ser um símbolo especialmente adequado.

A princípio, a luz parece muito simples. Olhe para qualquer fonte de luz e você pode ver um fluxo branco. Se você passar um raio de luz através de um prisma, você verá algo muito diferente. O vidro do prisma refrata ou verga a luz e espalha o raio em diferentes tamanhos de ondas. Todo o espectro da cor aparece. Foi através de experimentos como esse que os cientistas, há muito tempo, descobriram que a luz, na verdade, contém todas as cores. A luz que chamamos branca contém todas as cores do arco-íris.

Bem, você sabia que a cor em si somente existe através da luz? Normalmente pensamos na cor de um objeto como algo que ele possui. Algo pintado nele. O vermelho da mação, por exemplo, parece fazer parte dela, não é? A cor da laranja parece sem dúvida propriedade de uma laranja. Na realidade, porém, a luz que cai sobre esses objetos é que lhes dá suas cores. Quando as cores na luz branca atingem esta mação, ela reflete de volta aos nossos olhos apenas uma parte do espectro: luz vermelha. A superfície de uma laranja reflete de volta a nós uma parte diferente do espectro: luz alaranjada. A luz cria estas cores, acredite ou não.

Dê uma olhada agora em umas balas de goma. Na luz tênue, elas não parecem ter qualquer cor. Então jogamos uma nesga de luz brilhante sobre as balas, no centro. Você verá como as cores aparecem brilhantes. Cada tipo de bala está refletindo de volta a nós uma parte em particular do espectro da cor da luz branca. Você notará que as balas, no canto, ainda em luz tênue, mostram pouca ou nenhuma cor. Sim, a luz cria a cor. A luz enche nossos mundo de cores. Eu creio que isso diz alguma coisa sobre nossos Deus Criador.

Acabamos de ver alguns dos muitos pontos, nas Escrituras, onde Deus é apresentado como luz, a verdadeira luz, que ilumina o mundo.

Não é interessante pensar que, na luz de Deus, estão todas as cores do arco-íris também? Algumas pessoas, infelizmente, têm uma visão muito estreita de Deus e de Sua luz. Elas vêem apenas o branco. Talvez tenham crescido num ambiente religioso muito restrito. E quando elas olham para Deus, só conseguem pensar em restrições. A fé torna-se uma espécie de pureza pálida, onde todo o gosto deve ter sido removido.

Para muitas pessoas, a religião parece tirar toda a cor da vida. Ela as limita apenas a algumas boas atividades. E algumas realizações puras. Tudo deve ser uma sombra do branco. Escute, amigo, tenho novidades para você. Deus não é apenas uma estreita fatia da vida. Nosso Criador contém todo um espectro de bênçãos.

É hora de pararmos de ver apenas o branco. Há muito mais na luz de Deus do que isso. Em Sua luz abre-se um mundo maravilhoso de cores diante de nossos olhos. Veja o que Jesus prometeu aos Seus seguidores. João 10:10 diz: "Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância. Vida abundante. Isso é o que Deus, a verdadeira luz, de fato é.

Olhando para nosso mundo de cores, como você pode duvidar disso? A luz de Deus enche nosso mundo com cores. Veja as folhas brilhantes refletindo uma centena de tons de lindo verde; o verde mar; o tranqüilo azul que cobre o céu; flores com seus mais belos e variados tons de vermelho, amarelo, púrpura; os campos coberto de ondulantes hastes de grãos cor de ouro; um glorioso pôr-do-sol no fim do dia, com uma mistura de laranja e magenta. Observe todas as cores, todas as vívidas cenas em nosso mundo. A sucessão de imagens. O espectro divide-se em milhares de tons e sombras. Quanta fartura! Que extravagância de cores!

Aquele que projetou a maravilhosa complexidade de nosso olho, também espalha diante de nós um cativante mostruário de cores, e Ele faz tudo isso através de Sua luz, de Sua abundante luz!

Agora, deixe-me falar a você sobe alguém que colidiu de modo dramático com essa luz. Um jovem fariseu chamado Saulo, um estudioso, vivia num mundo em branco e preto. Ele olhava a vida através da Torah, a Lei. Tudo se relacionava à lei ou ao ritual de algum modo. A mente de Saulo havia dominado rapidamente as complexidades das leis de Israel. Ele havia se tornado um especialista na interpretação e na observação das muitas tradições de sua religião. Sua vida fora confinada aos atos que viessem a manter sua pureza cerimonial.

Assim, Saulo não ficou nada feliz quando uma nova seita judia surgiu, a qual desafiou suas tão queridas tradições. Os seguidores do rabo Jesus pareciam não passar de arruaceiros. Saulo não conseguia enquadrar o dinâmico movimento do espírito em seu estreito mundo em preto e branco. Saulo, o estudioso, transformou-se em Saulo, o perseguidor.

Um dia, ele ficou sabendo de um grupo ativo de cristãos em Damasco e decidiu comandar um grupo de soldados até lá, para prendê-los. Os hereges eram perigosos demais para serem tolerados. No caminho de Damasco, Saulo foi detido em sua cavalgada. Uma linda luz, de repente, brilhou ao seu redor e ele foi jogado ao chão. O zeloso fariseu ouviu uma voz dizendo: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" Saulo respondeu: "Quem és, Senhor?" A voz replicou: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues." A luz brilhante havia cegado Saulo. Ele foi conduzido por seus companheiros até Damasco e lá conheceu um cristão chamado Ananias. Com ele, Saulo aprendeu muito mais sobre Jesus, a luz que havia interrompido sua viagem.

Quando Saulo recuperou a visão, seu mundo em preto e branco havia terminado para sempre. Saulo, o intolerante, havia se transformado em Paulo, o apóstolo da graça de Deus. Ele havia adentrado à luz de Deus e a um mundo de cores vivas. Não havia mais preconceitos estreitos. Toda a humanidade era uma em Jesus Cristo. Não havia mais restrições cerimoniais, somente a vida do Espírito contava agora.

À luz de Deus, Paulo viu que a religião continha todo um espectro das qualidades espirituais: amor, alegria, paz, paciência, bondade, auto-controle. Quando lemos as epístolas de Paulo, no Novo Testamento, podemos entender quão aberta a sua antiga tolerância havia se tornado. Seu coração estava aberto o bastante para amar os filipenses, os tessalonicences, os efésios e os gálatas. E ele amava todos eles com uma notável intensidade. Paulo deu sua vida por eles.

Ouça suas maravilhosas palavras aos cristãos de Corinto: ao povo que estava tendo sérios problemas morais, ele escreveu: "Não digo isto para vossa condenação, pois já antes tinha dito que estais em nosso coração para juntamente morrer e viver." II Coríntios 7:3.

Que contraste com Saulo, o intransigente fariseu! Que diferença a maravilhosa luz de Deus fez em sua vida e pode fazer a mesma diferença em nossa vida também hoje.

Não temos que viver num mundo estreito em preto e branco. A religião não tem que ser reduzida a mera restrição. A luz de Deus pode encher nossa vida com cores vivas. Ele prometeu nos dar fartura. E ouça, podemos confiar naquEle que tem espalhado tal riqueza de cores por todo o mundo. Nenhuma vida é fraca demais para Ele revitalizar; nenhum canto escuro demais para Ele iluminar. Sim, podemos confiar a Este maravilhoso Criador, nossa vida. Podemos atender sem hesitação o convite do profeta Isaías: "Vinde! Vamos andar na luz do Senhor."


 


 

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O IDEAL DE GANDHI

George Vandeman

TOPO

 

Ele não comandou soldados. Não teve nenhum cargo político. Entretanto, foi um dos líderes mais poderosos do nosso século. Muitos milhões na Índia adoravam Gandhi. Chamavam-no de "Mahatma", que quer dizer "grande alma". Outros o consideraram arruaceiro e hipócrita. Mas numa coisa tanto amigos como inimigos deste apóstolo da pz concordavam: Gandhi era de fato, único. Não houve ninguém mais corajoso, mais auto-disciplinado ou mais controvertido que ele. Qual será o segredo da mística deste homem simples? Podemos aprender alguma coisa dele para nos ajudar hoje?

"Ele se parece com um passarinho", observou Lorde Mountbatten, o último governador britânico na Índia.

Gandhi era uma figura pequena e arqueada que vestia somente uma tanga quando se misturava com os pobres. Mas esse humilde hindu conseguiu o respeito e a admiração do mundo. Einstein, o cientista, predisse que "em gerações futuras, talvez mal se acredite que tal pessoa um dia andou sobre esta terra". E o vice-rei Mountbatten declarou: "Mahatma Gandhi entrará na história assim como Buda e Jesus Cristo."

Mas nem todos cantavam louvores a Gandhi. um outro vice-rei britânico, Lorde Wavell, o chamou de "velho político malévolo, minucioso, obstinado e dominador de duas palavras".

Winston Churchill resmungou a respeito do "nauseante e humilhante espetáculo desse faquir sedicioso. Subindo semi-nu a escadaria do palácio do vice-rei poara negociar em termos de igualdade com o representante do rei."

Mas Gandhi, com seu programa de desobediência pacífica, conseguiu frustrar a Grã Bretanha em sua tentativa de controlar a Índia. um por um, vários vice-reis, primeiros-ministros, e finalmente o rei da Inglaterra em pessoa, cederam às demandas daquele faquir semi-nu.

Nascido em 1869 em uma família de classe média, o jovem Gandhi casou-se na idade de 13 anos.

Mandado para Londres para estudar Direito, aquele tímido jovem asiático fez o máximo para se transformar num verdadeiro inglês. Ele foi visto impecavelmente vestido com um terno elegante. Ele fez cultura vocal e chegou a tomar aulas de dança. Após vários anos em Londres, Gandhi passou nas provas de Direito e aceitou um emprego na África do Sul, em uma companhia muçulmana.

Houve um incidente racial no vagão de passageiros de primeira classe de uma ferrovia que mudou a sua vida. Por causa de sua pele escura, ele foi posto para fora do trem, apesar de estar com passagem de primeira classe. Gandhi lembrou mais tarde: "Minha não-violência ativa começou naquele dia."

Ele denunciou o governo Sul Africano por restrições de viagem aos indianos e por outras ofensas graves contra as minorias. Gandhi organizou um protesto que atraiu 50 mil pessoas com ele na luta pela liberdade, resultando num histórico projeto de reformas.

Tendo sido bem sucedido em efetuar algumas mudanças na política da África do Sul, Gandhi afastou-se dos holofotes da publicidade para seguir seus anseios espirituais.

Ele organizou uma "Ashram", uma comunidade hindu para orações e auto-disciplina. Em 1915, depois de 22 anos na África do Sul, Gandhi abandonou sua carreira de advogado e retornou à Índia. A esta altura, já era um celebridade em sua terra natal devido ao seu sucesso na África. Ele agora dedicava-se a melhorar a vida de seus compatriotas. Pelo resto de sua vida ele combateu o preconceito, a violência e a opressão.

Gandhi começou abraçando o que era conhecido como "Os Intocáveis", um grupo infeliz do qual fazia parte uma de cada seis pessoas da Índia. Eles moravam em favelas cheias de ratos no meio dos esgotos abertos. A sociedade inclusive exigia que eles alertassem os outros sobre sua presença quando se aproximavam. Sem nada para lucrar além do ridículo e da rejeição, Gandhi assumiu a causa dos intocáveis, mudando o nome deles para "filhos de Deis". Seus seguidores mais leais ficaram horrorizados. Até mesmo sua obediente esposa demonstrou choque ante o desafio dele ao sistema de castas da Índia.

Gandhi respondeu às críticas cometendo o ato mais humilhante possível para um hindu: esvaziar as latrinas dos intocáveis.

Finalmente ele se identificou de tal maneira com a odiada classe que mudou-se para sua favela.

Fandhi lutou pelos direitos de outros grupos na Índia também, lançando um protesto contra o que considerou uma exploração inglesa. Para desenvolver a economia da Índia, ele pediu que todos os cidadãos dedicassem uma hora por dia tecendo algodão e deu ele mesmo o exemplo, trabalhando num velho tear de madeira.

O desafio seguinte de Gandhi contra a mãe Inglaterra envolveu o sal.

Os ingleses impuseram um imposto sobre esta necessidade básica e proibiram os indianos de processarem seu próprio sal. Gandhi contra atacou com sua famosa "Marcha do Sal" para o mar. Assim, após uma duríssima viagem de 24 dias, ele finalmente chegou ao oceano. Todo curvado, pegou um torrão de sal e o ergueu para o alto, diante da multidão que aplaudia. Ele esperava que a poícia fosse prendê-lo, provocando assim um levante nacional. Os escritórios entrariam em greve, os trens parariam de correr e a economia seria paralisada. Mas nenhum policial ousou interferir com a cerimônia de Gandhi junto ao mar. Assim, o destemido líder anunciou um ataque às salinas do governo em Dharasana. Isto a polícia não podia ignorar. Veja como Webb Miller da United Press descreveu a cena em 21 de maio de 1930:

"Em completo silêncio, os homens de Gandhi caminharam e pararam a 100 metros da paliçada. Uma coluna da multidão avançou, atravessou as valas e aproximou-se da cerca de arame farpado. De repente, sob uma ordem de comando, grupos de policiais nativos correram na direção dos manifestantes e deram golpes sobre suas cabeças com chicotes com ferro nas pontas. Nenhum dos manifestantes ergueu sequer um braço para se defender dos golpes. De onde eu estava eu ouvia os golpes dos chicotes nos crânios desportegidos."

Foi esse o relatório da United Press que levantou o mundo contra o tratamento da Inglaterra com sua colônia. O massacre da Marcha do Sal virou uma página na história da Índia. Dá para ver porque Gandhi não foi bem sucedido. Nenhum meio convencional poderia deter seus protestos não-convencionais. Prisões não o intimidavam. Quando ameaçado de ser preso, ele calmamente pediu a pena máxima. Na verdade, dentro da cadeia, Gandhi possuía mais conforto do que quando estava em liberdade. Além de proporcionar a ele a oportunidade de leitura e reflexão ininterruptas.

no total, o indomável Gandhi passou mais de 6 anos de sua vida na prisão. Ele proclamava: "Cadeia é a cadeia para ladrões; para mim ela é um templo."

O estilo de protesto sem violência de Gandhi, deu ao grande patriota negro americano, Martin Luther king, tanto o método como a inspiração. Quem poderá esquecer a imagem do grupo desarmado de King em Alabama atravessando a ponte do Selma. A polícia os enfrentou com cassetetes, mangueiras e ferozes cães de guarda. Enquanto a televisão registrava o drama, King ordenou que os manifestantes se ajoelhassem na estrada e se submetessem ao ataque. Eventualmente, é claro, Martin Luther King quebrou a espinha da discriminação na América; graças ao exemplo de Gandhi.

Onde foi que Gandhi aprendeu o princípio da não violência? A maior parte do cristianismo. Cedo na vida ele leu no Novo Testamento as instruções de Cristo para não revidar o mal, mas dar a outra face. Gandhi declarou anos mais tarde: "Aquelas palavras entraram direto em meu coração."

Embora tenha sido a vida toda um admirador de Jesus, Gandhi nunca se sentiu compelido a se tornar cristão. Ele preferiu ficar examinando as religiões do mundo, guardando as grandes verdades e a esplêndida poesia de todas elas.

É triste dizer que Gandhi rejeitou o conceito bíboico da salvação como um dom. Ele ensinava: "Para alguém encontrar a salvação, ele deve ter tanta paciência quanto o homem que se senta na orla do mar e com uma vara retira uma simples gota d'água e a transfere até esvaziar o oceano."

Um tanto desesperançoso e depressivo, não acha? Que contraste com a feliz garantia de salvação que os cristãos têm no Senhor Jesus Cristo. Veja esta emocionante promessa da Bíboia: "Deus nos deu a vida eterna: e esta vida está em Seu filho. Quem tem o filho tem a vida; quem não tem o filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevi para que saibais que tendes a vida eterna e que creiais no nome do Filho de Deus." I João 5:11-13.

A salvação não é um processo de sofrimento como esvaziar o mar com um caniço. É um glorioso dom já conquistado para nós o qual recebemos pela fé, mas a paz com Deus nos vem somente em Jesus. Somente aqueles que aceitam o Filho têm a vida eterna.

Gandhi uma vez afirmou com ansiedade: "Eu venho lutando todos esses anos é para ver Deus face a face." O problema é que ele estava indo na direção errada. Ela acreditava que privando-se a si mesmo, desfazendo-se de todas as posses, desejos e apegos, abriria o caminho até Deus. Mas Jesus disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim."

Por mais estranho que possa parecer, teríamos que ser muito limitados para obter a salvação. Jesus é o único caminho até Deis. Só Ele é a verdade. Ele é a nossa vida. Todos nós, não importa nossas realizações espirituais, carecemos da glória perfeita de Deus. O perdão vem através do sacrifício de Cristo na cruz.

Mas Gandhi resistiu a esta exigência bíblica. Ele disse: "Eu posso aceitar Jesus como um mártir, a personificação do sacrifício, mas não como o homem mais perfeito que já existiu. Sua morte na cruz foi um grande exemplo para o mundo, mas se houve alguma virtude nisso, meu coração não pode aceitar."

Que coisa triste! Gandhi aceitava a Cristo como seu exemplo, mas não como seu Salvador. A despeito de ele ter vivido alguns dos mesmos princípios que caracterizaram a vida de Cristo mais fielmente do que muitos cristãos vivem, ele jamais confiou em Jesus para a salvação. Ele preferiu confiar em suas próprias obras.

Gandhi forçou um rígido legalismo sobre si mesmo. Ele seguiu o programa mais restrito. Levantando-se diariamente às 2 horas da manhã para ler as escrituras hindus e fazer suas orações, ele viveu na pobreza, carregando consigo seus poucos bens num pequeno saco. Usava as mesmas roupas todos os dias: uma tanga e às vezes um xale de algodão; ambos, é claro, de tecido caseiro.

O guarda-roupa primitivo de Gandhi causou uma vez uma confusão durante sua visita ao rei George. Ao chegar à Inglaterra entre fanfarra e publicidade, desceu pela escada do navio usando apenas sua tanga e recusou-se a mudar de roupa mesmo para seu encontro com o monarca. Quando so repórteres horrorizados perguntaram como ele se atrevia a visitar o palácio semi-nu, Gandhi respondeu com um sorriso: "O rei está usando roupa suficiente para nós dois."

Talvez não queiramos ir ao extremo de Gandhi em sua auto-negação, mas certamente os cristãos podem aprender alguma coisa do exemplo dele. Devemos também abrir mão do luxo, mas somente com o propósito de ajudar os outros; não para engrandecimento próprio. Infelizmente, muito da disciplina e privação de Gandhi não ajudou a ninguém, servindo só para mudar e alienar sua família.

Gandhi fez o voto do celibato total aos 37 anos de idade e ordenou que seus dois filhos fizessem o mesmo voto para toda a vida. Quando o mais velho deles, Harilal, quis se casar, Gandhi recusou-se a dar sua bênção. O jovem frustrado tornou-se alcoólico e morreu na desonra.

Gandhi insistiu que seus discípulos mais chegados também se unissem a ele no celibato, mesmo aqueles que eram felizes no casamento. Ele declarou que "a realização de Deus é impossível sem a renúncia completa do desejo sexual". COmo vê, Gandhi na busca da perfeição do caráter, tornou-se obcecado com essas coisas e finalmente com o controle do apetite. Sua autobiografia dedica capítulos inteiros a um processo longo de refinamento de seus hábitos alimentares. Ele fez voto de permitir apenas 2 refeições ao dia. Um jantar típico consistia em 2 gomos de toranja, coalhada de leite de cabra e sopa de limão. Não sei se eu suportaria sopa de limão, e você?

O estilo de sacrifício de Gandhi contrasta grandemente com o ensino sem nenhum egoísmo do apóstolo Paulo.

"Rogo-vos pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo." Romanos

 12:1,2.

Você notou a nossa motivação aqui? "As misericórdias de Deus", é apreciação pela graça de Deus em Cristo que nos conduz à nossa própria disciplina. Em gratidão por termos sido salvos, nos dedicamos a Deus e dedicamos nossa vida em ajudar aos outros pecadores a compartilharem do banquete do Evangelho.

Aprender o significado do verdadeiro auto-sacrifício não é fácil. O próprio apóstolo Paulo teve dificuldades nisso. Antes de se converter a Cristo, Paulo, como Gandhi, levava sua vida de forma rígida para se qualificar para a salvação. Anos mais tarde, escrevendo aos convertidos em Filipos, ele lembrou aquele sufocante legalismo. Ele explicou sua maravilhosa descoberta na liberdade de Jesus: "Mas o que para mim era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus meu Sehor: por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo. Para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria que procede de lei, baseada na fé para o conhecer." Filipenses 3:7-10.

Eu quero conhecer Jesus, disse Paulo. Como Gandhi, o apóstolo tinha se dedicado em seu legalismo muito além da mera auto-disciplina, chegando as raias do auto-sacrifício. Tudo para poder merecer os favores de Deus. Finalmente, ele encontrou Jesus como seu Salvador e dispensou o registro de suas próprias conquistas espirituais como se fossem refugo.

A Bíblia diz que nada mais importa agora, a não ser conhecer a Jesus. Paulo continuou negando a si mesmo os prazeres do pecado, mas somente para prosseguir em seu relacionamento com Cristo e para divulgar as boas novas às almas perdidas. Eu creio que Gandhi nos deixou envergonhados no que se refere às questão da auto-disciplina, não é mesmo? Se sa salvação dependesse das obras humanas, ele, sem dúvida, teria sido o melhor. Mas, graças a Deus temos um Salvador. Mas não vamos relaxar em nossa obediência por causa disso. O amor e a apreciação devem nos compelir a nos dedicar àquele cujo sacrifício nos salvou.

Vamos dar uma última olhada na notável vida de Mahatma Gandhi. Freqüentemente através dos anos ele jejuava, muitas vezes em noma da sua pátria. De fato, privar-se de alimentação havia se tornado uma tática muito eficaz de Gandhi. Seu último jejum ocorreu durante a crise que se seguiu na festa da independência da Índia. Violenta e convulsionada, a nova nação sofria com a luta dos hindus contra os muçulmanos. Centenas de milhares morreram.

Gandhi, horrorizado, anunciou que faria jejum até a morte se a horrível mortandade não parasse. No segundo dia de jejum, sua pressão arterial caiu perigosamente e seu coração começou a ficar descompassado. No terceiro dia, toda a Índia temia por sua vida. Bem, finalmente, a estratégia de Gandhi deu certo. Líderes das facções em guerra foram juntos ao leito dele prometendo parar a luta. Certo de que a paz viria, Gandhi concordou em quebrar o jejum. Após cinco dias sem comer, o veterano guerreiro pela não-violência tomou alguns goles de suco de laranja. Esse jejum foi o último presente de Gandhi para seu país.

Alguns dias mais tarde ele foi morto quando caminhava para fazer as orações. A multidão que o adorava curvava aos seus pés à medida que ele ia passando. Um dos que se curvaram era um atarracado hindu de 39 anos chamado Nathuram Godse. De repente Godse ergueu-se e sacou um revólver de cor preta. Três tiros atingiram o alvo. Gandhi caiu gritando: "Hai Rama!" "Ó Deus!" e morreu.

Naquela noite, o líder indiano, Nehru, com a voz cheia de dor, disse à nação estarrecida: "A luz se apagou de nossa vida e há trevas por toda a parte. Ah, amado líder, defensor da paz, o pai da nação não mais existe."

Sim, a trágica morte de Mahatma Gandhi significou trevas e derrota para seus seguidores. Que diferença para nós com a morte de Jesus Cristo. Ao morrer, nosso Senhor conquistou a sepultura. Sua ressurreição do túmulo promete vida eterna para aqueles que nEle crêem. Um dia, muito breve, Cristo voltará para esta Terra em glória para levar seu povo para o lar celeste.


 


 

58

O VERDADEIRO JESUS

George Vandeman

TOPO

 

Muitos de vocês provavelmente cresceram ouvindo falar a respeito de Jesus. Ele sempre esteve por perto obtendo reconhecimento especial, talvez, na Páscoa e no Natal. Todos os que tiveram a sorte de nascer nos chamados países "cristãos", com certeza já ouviram falar a respeito do Bebê na manjedoura, do grande Mestre, do Homem na cruz. Dias santos, festas de Natal, Páscoa... e Jesus. Estas são algumas referências para todas as pessoas. Jesus está nesse contexto.

    Jesus faz parte do modo de vida moderno. As igrejas erguem suas torres nos bairros e cidades por todas as regiões do país. A Bíblia parece ser honrada em toda parte. As pessoas sentem que, de alguma forma, vivem em um país cristão. O cristianismo tem influenciado grandemente a cultura ocidental em geral e o nosso país em particular, e temos que ser gratos por isso. Mas quando começamos a comparar o modo de vida de Jesus com o nosso modo de vida, perdemos a perspectiva.

    Jesus começa a desaparecer aos poucos. Ele se torna irreconhecível no meio das tradições humanas. Quando Jesus ocupa um lugar superficial é fácil vê-Lo como acessório, algo que é bom de se ter por perto, quase como um amuleto da sorte.

    Parece que existe uma porção de amuletos à venda hoje em dia. A imagem do menino Jesus com uma auréola pode ser encontrada à venda a preços nada modestos. Adesivos de pára-brisas com a imagem de Jesus também estão à venda. Além disso encontramos ainda brinquedos, quadros e camisetas com a imagem de Jesus.

    É claro, coisas que não têm valor para uns são um tesouro para outros. Mas parece haver um ponto onde Cristo é vulgarizado, você não acha? Ele se torna um mero acessório entre muitos outros. Quando Cristo chega até nós assim fragmentado, não obtemos uma imagem completa. Sua mensagem é reduzida a slogans, Sua obra é transformada no que for atraente para a maioria.

    Infelizmente, o Cristo reduzido se encaixa mais facilmente ao nosso estilo consumista de vida. Podemos assim, iniciar um convívio com um evangelho manipulado, bem pouco ajustado às nossas crenças e práticas. Tudo o que sentimos é que Jesus, de alguma forma, está por perto e fazemos questão de mantê-Lo ali, ao fundo.

    Certo dia um homem entrou em uma livraria cristã e começou a procurar distraidamente um livro. Após alguns minutos, o dono da livraria aproximou-se dele e disse:

    – O senhor parece bastante preocupado. Posso ajudá-lo?

    – Desculpe-me – respondeu o homem     – mas acabo de vir do hospital onde fiquei sabendo que minha mãe está com câncer e não tem muito tempo de vida. Gostaria de comprar uma Bíblia para ela.

    O dono perguntou:

    – O senhor sabe que tipo de Bíblia sua mãe prefere?

    – Sim – disse ele – uma que não seja muito religiosa.

    Imagine! O homem queria uma Bíblia que não fosse muito religiosa, como se a Bíblia fosse um desses produtos que vêm na versão extra-forte ou suave. O homem queria apenas um pouco de conforto, só isso. Nada muito comprometedor, você entende.

    É assim que muitos têm olhado para Jesus. Ele é ótimo como um chaveirinho que possa trazer conforto vez por outra; ótimo como um slogan que possa chamar a atenção aqui e ali. Mas nada muito comprometedor.

    Estamos cercados por Cristo; Ele está perto, é muito familiar e todavia, permanece como uma imagem ao fundo. Talvez precisemos retroceder um pouco e olhar melhor. Talvez tenhamos perdido muita coisa enquanto estamos acomodados em nossa confortável poltrona sentindo estar perto do que sempre presumimos ser Jesus. Vamos tentar ver Jesus através dos olhos de pessoas que cresceram em culturas muito diferentes da nossa. Pessoas para quem Cristo é um completo estranho.

    Vamos começar com uma visita à nação muçulmana do Paquistão, uma terra de minaretes, de mulheres com véus e solenes homens sagrados. Ser seguidor do islamismo é uma parte irreversível da identidade nacional paquistanesa. Quando soam as melódicas chamadas à oração dos templos muçulmanos, por todas as cidades paquistanesas as pessoas se prostram em oração como sinal de lealdade a Alá. Eles param cinco vezes por dia e se inclinam na direção de Meca. Milhares fazem peregrinação à cidade santa todos os anos para adorar em seu templo sagrado. Os paquistaneses também são incrivelmente leais ao profeta Maomé e seu livro sagrado, o Alcorão.

    Bilquis Sheikh era uma orgulhosa e nobre muçulmana, ex-esposa do ministro do interior do Paquistão. Bilquis aparentava ter tudo: riquezas, uma linda casa com belíssimos jardins, muitos criados, e um filho a quem adorava. Mas ela também sentia um profundo anseio espiritual que não estava sendo preenchido.

    Na leitura do Alcorão, começou a notar muitas referências aos escritos judeus que o precederam. Assim, Bilquis decidiu adquirir secretamente uma Bíblia para ver se conseguia algumas respostas.

    Quando ela começou a ler a Bíblia, alguns trechos do livro de Romanos chamaram sua atenção. Ela sentiu-se atraída por estas palavras: "Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê" (Romanos 10:4).

    "Como Cristo poderia ser o fim da luta?" Bilquis ponderou. E continuou lendo: "... a palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração... se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo" (Romanos 10: 8 e 9).

    Bilquis balançou a cabeça. Os muçulmanos aprendem que Cristo não morreu realmente na cruz, e certamente não ressurgiu da sepultura. Por que o Alcorão e a Bíblia se contradizem assim? Bilquis havia aprendido que todo aquele que invocasse o nome de Alá seria salvo. Mas, crer que Cristo era Alá, que Cristo era Deus? Isso era algo totalmente novo.

    Mesmo assim, Bilquis não parou de ler a Bíblia. Ela estava fascinada pela história de Jesus. A passagem da mulher adúltera trazida perante Jesus chamou sua atenção. Ela tremeu, sabendo exatamente o destino que aguardava aquela mulher. Os códigos morais do antigo Oriente não eram muito diferentes dos códigos do Paquistão. Os homens da comunidade são compelidos pela tradição a punir qualquer mulher adúltera. Quando Bilquis leu sobre a culpada que ficou tremendo diante de seus acusadores, ela sabia que os próprios irmãos, tios e primos da mulher tomariam logo a frente, prontos para  apedrejá- la. Mas aí, Jesus disse:

    – Aquele que não tiver pecado atire a primeira pedra.

    Bilquis ficou deslumbrada. Em vez de supervisionar a execução legal, o profeta havia forçado os acusadores da mulher, a reconhecerem sua própria culpa. Bilquis sentiu que havia alguma coisa muito lógica, muito certa quanto ao desafio daquele profeta. Aquele homem falava a verdade.

    Mais tarde Bilquis ficou conhecendo uma missionária cristã, a senhora Mitchell. Um dia ela perguntou:

    – Senhora Mitchell, sabe alguma coisa sobre Deus?

    A missionária pensou um momento e respondeu:

    – Infelizmente não sei muito sobre Deus, mas eu O conheço.

    Que declaração extraordinária! Bilquis pensou. Como alguém podia presumir conhecer Deus! Quando Bilquis pediu para a senhora Mitchel explicar, a missionária respondeu simplesmente:

    – Eu conheço Jesus.

    Logo depois disso Bilquis teve que levar seu filho para um tratamento no Hospital da Sagrada Família em Rawalpindi. Lá, ela começou a falar com um médico cristão sobre suas recentes descobertas.

    – Preciso encontrar a Deus – Bilquis disse ao médico – mas estou confusa sobre a sua fé. Vocês parecem fazer Deus tão pessoal!

    O médico cristão respondeu:

    – Só existe um meio de descobrir por que nos sentimos assim. Por que a senhora não ora ao Deus que está procurando? Fale com Ele como se fosse um amigo seu.

    Bilquis sorriu. Seria melhor que o doutor sugerisse que ela falasse com o Taj Mahal. Mas aí o médico inclinou-se para frente e disse em voz baixa:

    – Fale com Ele como se fosse o seu pai.

    Essas palavras deixaram Bilquis um pouco abalada, achou-as assustadoras e confortadoras. Como muçulmana ela jamais havia pensado em Deus como um pai. Alá estava longe demais para ser qualquer coisa desse tipo. Mas, aos poucos, Bilquis aprendeu a conversar com Deus. Ela aprendeu mais sobre Jesus e finalmente aceitou a Cristo como seu Salvador.

    Esta nobre muçulmana descobriu o amor, o conforto e a paz ao se tornar filha do Pai Celestial.

    Sei que esta história é verdadeira pois conheço Bilquis pessoalmente, e você também iria sentir-se inspirado se a conhecesse como eu.

    Muitas religiões nos dão imagens distintas de Deus e muitos profetas afirmam descrevê-Lo com precisão. Mas apenas Jesus nos mostra Deus como nosso Pai. Ele não fica no topo de uma montanha nos indicando como chegar até Deus. Ele fica bem do nosso lado em nossas alegrias e tristezas, em nossas lutas diárias. Isso faz parte da maravilha da encarnação: Deus tornando-se carne. A boa notícia desse livro é que Deus está conosco, realmente. Ele é um Pai interessado e amoroso. Jesus trouxe Deus para perto.

    Imagine Jesus tocando os leprosos, confortando as viúvas, perdoando a adúltera, curando os aflitos e encorajando os discípulos atribulados. Isso não é uma realidade remota; isso é Deus conosco, tão perto quanto um pai pode estar.

    Vamos analisar agora uma outra imagem de Cristo vista do lado de fora. Vamos dar uma olhada no mundo do bramanismo indiano.

    A Índia tem sido descrita como uma terra "obcecada por Deus". Viajei por esses lugares, e por todo o país encontrei pessoas peregrinando rumo ao infinito, desde adoradores solitários meditando sobre os sagrados escritos hindus, até rebanhos de fiéis em busca de méritos em oração para seus muitos deuses.

    A Índia permanece sendo basicamente uma sociedade hindu. E nessa sociedade os brâmanes ocupam o mais alto nível. Eles são a privilegiada casta dos sacerdotes.

    Os brâmanes eram tradicionalmente os professores espirituais das massas. Hoje, eles continuam sendo a elite, os líderes cultos de seu povo.

    Ramon Umashankar nasceu brâmane. Com pouca idade, os anciãos lhe ensinaram que ele era um deus, e que para perceber sua divindade deveria praticar ioga e meditação. Mas ainda adolescente, Ramon começou a duvidar se poderia de fato encontrar a Deus através de um sortimento variado de ídolos adorados nos templos hindus.

    Mais tarde Ramon mudou-se para os Estados Unidos e começou a examinar a Bíblia e as afirmações de Cristo. Ele havia sempre respeitado Jesus por Sua humildade, mas agora Ramon soube que esse Rabi afirmava ser o único Filho de Deus. E ele notou que muitos cristãos pareciam ter uma paz que anos de meditação não conseguiram lhe dar.

    Mesmo assim, Ramon estava determinado a encontrar a verdade em sua própria religião hindu. Então ele assistiu a um filme sobre a vida de Cristo. Pela primeira vez soube que Jesus havia experimentado sofrimento e dor como ser humano. Antes pensava que Jesus havia, de algum modo, usado Seus poderes sobrenaturais para escapar da dor e da crucificação. Mas agora ele não podia explicar a cruz. Como esse Jesus suportou todo o sofrimento, por todos os pecadores? À medida que continuou meditando sobre a morte de Cristo, ele ficou impressionado com tamanha demonstração de amor. Decidiu abrir mão de sua cobiçada posição de brâmane e entregou a vida a Jesus Cristo. Ele estava convencido das afirmações de Jesus. Em comparação com o amor sacrifical de Cristo, Ramon disse:

    – Tudo o mais caiu em pedaços.

    Somente Jesus poderia ser descrito nas palavras: "... humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz" (Filipenses 2:8).

    Muitas religiões dizem coisas bonitas sobre o amor. Mas somente uma pessoa demonstrou sua largura, altura e profundidade. Existem muitos deuses fazendo várias reivindicações hoje, mas apenas um Deus mostrou o Seu amor ao dar a Sua vida. Entre todos os monumentos e símbolos religiosos em nosso mundo, a cruz permanece sozinha. Ela é única. Deus Todo-poderoso, Deus o Santíssimo, sofrendo a morte de um criminoso para redimir a humanidade indigna. Pense nisso: não é de se admirar que um hindu brâmane tenha sido conquistado por esse puro amor?

    Dos templos da Índia vamos viajar agora para o Tibet, o telhado do mundo. Lá, entre os picos gelados do Himalaia e os vales isolados, o povo mantém tradições religiosas de muitos séculos. Sua religião é o budismo. O fiel move suas rodas de oração e pratica cerimônias devocionais em um mundo assombrado por demônios e iluminado pelos homens sagrados chamados lamas.

    Um jovem lama tibetano chamado Chekub decidiu a alguns anos atrás fazer uma peregrinação especial. Ele viajou a pé até uma figueira sagrada. Foi ali, o povo dizia, que Buda recebeu um facho de sabedoria. Meditando à sombra daquela árvore, ele chegou ao fim da sua busca da verdade.

    Chekub vinha se sentindo pouco à vontade em viver fazendo as orações que Buda disse ao povo que provavelmente trariam sorte. Ele esperava obter alguma sabedoria junto à figueira. Mas quando juntou-se aos outros peregrinos no lugar santo, Chekub só conseguia pensar nos ensinamentos que haviam se originado ali e que não tinham lhe trazido paz.

    Em suas viagens havia aprendido muito sobre a natureza humana. Ele tinha visto muito pranto e sofrimento. Mas, e quanto à verdadeira santidade e exultação do espírito? Isso ainda lhe faltava. Então Chekub lembrou-se do livro que um missionário de passagem havia lhe dado. O livro descrevia um certo homem sagrado, Jesus, que havia caminhado fazendo o bem e ajudando as pessoas. Chekub tornara-se fascinado por esse Jesus e lia o livro com freqüência. Mas ele tinha perdido o livro. Chekub ponderou: "será que esse Jesus tinha as respostas que ele buscava?"

    Ao voltar para casa, Chekub conheceu um outro jovem lama chamado Lobsang, que havia assistido a algumas reuniões de cristãos. Lobsang tinha ouvido vários testemunhos cristãos e disse a Chekub emocionado:

    – Eles são livres de demônios. Cristo rompeu o poder dos demônios sobre sua vida.

    Assim que Chekub passou a conhecer os cristãos, ficou impressionado com as mudanças que Cristo havia feito na vida deles. Ele notou nos missionários cristãos uma grande humildade a qual, estranhamente, faltava em seus grandes professores lama.

    Finalmente, concluiu que só em Cristo poderia haver perdão para o pecado e um novo nascimento para a alma. Ele decidiu ficar com os cristãos.

    Quando um outro lama soube da decisão de Chekub, disse asperamente:

    – Olhe para você agora! Você antes era um importante sacerdote, mas agora é um pária. Você é o mais desprezível de todos!

    Mas Chekub declarou que havia descoberto seu verdadeiro valor aos olhos de Deus:

    – Aqueles que são purificados pelo sangue de Cristo, serão recebidos na presença de Deus – Chekub disse ao lama.

    Chekub começou a orar para ser libertado da bebida e de outros hábitos que o atormentaram no passado e constatou que tais problemas caiam como plumas velhas.

    Verdadeiramente havia poder em Cristo. Chekub sentiu uma tremenda sensação de renovação.

    Esse ex-lama tornou-se um dos obreiros cristãos mais amados no Tibet.

    Anos mais tarde, Chekub encontrou um hindu idoso que começou a falar sobre os quatro ciclos da vida. No quarto ciclo, ele disse que Chekub devia meditar e tentar encontrar o caminho para a vida eterna. Chekub replicou:

    – Eu já tenho a vida eterna.

    E começou a explicar. Mas o hindu o interrompeu:

    – Não me pregue a sua religião. Nós já temos uma linda religião verdadeirmente indiana.

    Então Chekub fez uma pergunta que deixou aquele velho senhor sem resposta:

    – E ela pode salvá-lo do poder do pecado?

    Amigo, essa continua a ser uma boa pergunta. Quase todas as religiões contêm bons ensinamentos morais. Quase todas podem indicar o modo certo para se viver. Mas precisamos mais que isso. Saber o que é certo não é o problema. É o poder para agir certo que precisamos. Precisamos do poder para vencer o pecado. Precisamos da força para viver uma vida justa.

    Chekub descobriu que somente Cristo provê esse tipo de poder. E sua vida foi uma prova viva. Ele, juntamente com milhares de seres humanos regenerados, testificam quanto ao inigualável poder transformador de Cristo.

    Você agora vê Cristo sob um prisma diferente, olhando-O do lado de fora. Ele parece maravilhoso! Incomparável! Sua encarnação é inigualável. Somente Cristo traz o Deus Todo-poderoso para perto de nós. Sua morte na cruz é inestimável. Somente Cristo demonstra amor em sua plenitude. Sua vida é admirável. Somente Cristo nós dá o poder para vencer o pecado. Você já descobriu esse Cristo extraordinário? Ou Ele é simplesmente uma parte superficial de sua vida? Ele é apenas alguém que sempre esteve por perto, alguém vagamente familiar?

    Cristo, o Amigo especial, requer um compromisso único e singular. Ele deu tudo para poder conquistar nosso coração. Ele se esvaziou para nos tornar plenos. Assim, devemos dar-Lhe tudo também, devemos colocar nossa vida em Suas mãos. Devemos aceitá-Lo como Salvador e Senhor.

    Você vai fazer esse compromisso agora? Cristo está esperando, Ele anseia Se aproximar para demonstrar Seu amor e dar-lhe poder para vencer o pecado. Depende unicamente de você. Faça a sua escolha agora.

VOCÊ PRECISA ESCOLHER

Letra e música: Jon Mohr

Versão: Everson Mückenberger

Você ouviu

do amor de Deus

e deve estar a perguntar:

"Aceito a Cristo e Seu amor?

ou não responderei?"

Você tem que escolher

se aceitará o Seu amor.

Jesus é tudo que você sempre procurou.

Ele é a liberdade que você sempre sonhou.

Mas Cristo, quer

que você tome a decisão final.

E, você tem que escolher;

depende só de você.

Gravado por Eclair no LP 106 da gravadora CBCR

Oração

Pai, obrigado por Jesus. Não quero perder essa chance de entregar a minha vida a Ele. Aceito Jesus como meu Salvador e meu Senhor. Creio que Tu tornarás o incomparável Cristo uma realidade para mim. Em Teu nome, amém.

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O DILEMA DO CARRASCO

George Vandeman

TOPO

 

    O que será que passa pela mente de um homem quando ele está caminhando para a sua execução? Será que ele pensa em seu passado? Pensa em sua mãe? Seu crime? Ou lembra alguma brincadeira de infância? E quando as portas são abertas e ele é levado para a sala de execução, o que será que ele pensa sobre seu futuro?

    Muitos pensaram sobre estas questões em 1977 quando a nação dos EUA fixou sua atenção no destino de Gary Gilmore, um assassino que queria morrer.

    Quando um juiz da suprema corte de Salt Lake City condenou Gary Gilmore à morte, em 1976, a tragédia deste assassino condenado parecia ter chegado ao fim, mas na verdade estava apenas começando. O caminho para sua execução foi muito longo e doloroso. Antes de morrer, Gilmore representou para milhares de pessoas os terríveis dilemas da pena de morte.        Em 1972 a suprema corte decretou que a pena de morte era inconstitucional, porque acreditava que as penas eram dadas de forma “arbitrária” e  tendenciosa”.  Nos anos seguintes, muitos estados legislaram diretrizes sobre a condenação de  presos. Por isso, em 1976, a suprema corte  revisou seu decreto. Ela declarava que  dentro de certas diretrizes a pena de morte poderia ser administrada.

    Ninguém havia sido executado nos Estados Unidos na última década. As câmaras de gás  e as cadeiras elétricas não eram mais usadas. A idéia de reativar estes métodos incomodava muita gente. Defensores do direito à vida tentaram desesperadamente achar uma maneira de suspender a pena de Gilmore. Grupos contra a pena de morte protestaram ruidosamente, dizendo que aquela pena era um “ritual pagão” desumano. Outros grupos apoiaram a pena de morte simplesmente como uma justiça, afirmando que o seu valor era servir de exemplo para outros que matassem a sangue frio.

    E assim o país inteiro debatia o assunto: era correto matar Gary Gilmore? Será que ele não tinha mais salvação? Será que ele era uma ameaça tão grande para a sociedade? Mas a pergunta que prevalecia era: em que circunstâncias poderíamos dar fim à vida de uma pessoa?

    Francamente, não sei se conseguiria responder  à estas perguntas. Não sei se eu conseguiria condenar um homem à morte. Mas uma coisa eu sei com muita certeza: o próprio Deus terá que  enfrentar esta terrível questão. Ele terá que enfrentar o "dilema do carrasco". Veja bem, Deus terá que resolver o que fazer com os maus. Existem aqueles que sempre dão as costas à graça de Deus. Aqueles que consistentemente menosprezam Sua lei. O que Deus pode fazer com eles no fim? É claro que pensamos imediatamente no inferno. Mas você já pensou no inferno levando em consideração a pena de morte? As pessoas têm idéias diferentes do que seja o inferno. Mas poucas param para pensar no porquê do inferno. Para que serve, afinal de contas, todo aquele fogo e enxofre? Como é que a justiça será feita? Que tipo de condenação será executada?

    No caso de Gary Gilmore uma vida foi sacrificada por outra. Em julho de 1976 ele entrou num posto de gasolina e matou o frentista, um estudante universitário. Na noite seguinte ele obrigou o funcionário de um hotel, com a ajuda de uma arma, a entregar todo o dinheiro. Depois, Gilmore pediu à sua vítima que se ajoelhasse e atirou em sua nuca.

    Não houve motivos aparentes. Apenas assassinato a sangue frio. O próprio Gilmore não entendeu suas ações. Ele contou ao tribunal que "era como estar assistindo outra pessoa puxar o gatilho, olhando a cena através de uma cortina de água.”

    Bem, a maioria dos americanos achou que ele era um homem que merecia morrer. Dezenas de homens chegaram a telefonar para o diretor do presídio pedindo para fazerem parte do esquadrão de fuzilamento. Morte por fuzilamento foi o meio de execução escolhido por Gilmore. Ele queria ficar de pé e morrer como um homem.

    Havia muita discussão na época sobre a maneira mais humana de se executar criminosos condenados. Alguns acreditavam que uma injeção com uma droga letal seria o meio mais indolor. Outros acreditavam que o enforcamento era mais rápido. No entanto, com toda esta discussão e o debate nacional sobre a pena de morte, havia  uma opção que ninguém tinha considerado. Ninguém sugeriu que Gilmore fosse torturado até a morte. Ele certamente tinha uma longa história criminal.  Ele havia dado fim a duas vidas inocentes. Parecia um caso patológico. Mas, mesmo assim, ninguém propôs seriamente que Gilmore pagasse pelos seus crimes com agonia física, nem mesmo aqueles que mais defendiam a pena de morte.

    Ninguém sugeriu, por exemplo, que Gilmore fosse queimado até a morte. Mas muitas pessoas acreditam que nosso Pai Celestial irá fazer exatamente isto.  Os maus, eles dizem, devem ser torturados para pagarem por seus pecados.  E além do mais, eles imaginam que o campo de execução de Deus seja um local de tormento sem fim, um lugar onde a agonia dos condenados continua para sempre.     É importante lembrar que as pessoas que acreditam no inferno eterno não são sádicas ou insensíveis. Elas não defendem, por exemplo, o castigo cruel e incomum para as pessoas nesta vida. Mas acreditam que ele deveria existir na próxima vida e elas acham isto por uma razão: muitas acham que a Bíblia ensina isto. Elas foram informadas que o tormento eterno é uma das doutrinas básicas da Bíblia. Tenho certeza de que a muitos foi ensinado isto. E existem textos que podem ser interpretados de tal maneira que defendam a idéia do tormento eterno. O livro do Apocalipse nos dá esta terrível imagem: ”o diabo foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde também se encontram não só a besta como o falso profeta, e serão atormentados de dia e de noite pelos séculos do séculos.” (Apocalipse 20:10)

    Os maus também irão terminar seus dias neste terrível lago de fogo.  Em outros trechos da Bíblia também encontramos textos que nos falam de “castigo eterno” e de “desprezo eterno”. Talvez por isso muitos acreditam que esta é a palavra final da Bíblia sobre este assunto. No entanto, a maioria admite que a idéia do tormento eterno não faz sentido algum.

    Como é que poderemos usufruir da alegria eterna no céu se houver milhões padecendo no inferno eterno? Teríamos que ser muito mais duros e impiedosos do que somos atualmente, você não acha? Por que Deus iria sujeitar uma pessoa a milhares de anos de tortura por causa de uns 60 ou 70 anos de pecados? 

    A maioria das pessoas admite que o inferno eterno é um grande mistério. É praticamente uma doutrina impossível de se pregar por qualquer pessoa com compaixão. Mas muitos cristãos dizem que está na Bíblia e portanto devemos acreditar, mesmo parecendo terrivelmente injusto e indo contra tudo aquilo que sabemos do caráter benevolente de Deus.

     Não há dúvida de que precisamos ser  fiéis à Bíblia. Qual é o quadro geral que ela nos dá sobre o destino dos maus? Observe o que o apóstolo Pedro nos diz: “... Os céus que agora existem e a terra têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o dia do juízo e destruição dos homens ímpios.” (II Pedro 3:7) Para Pedro, o fogo no fim do mundo representava a destruição dos homens ímpios, não é?     O apóstolo Paulo concordava e disse o seguinte sobre aqueles que haviam se tornado inimigos da cruz de Cristo: “o destino deles é a perdição...” (Filipenses 3:19)

    O próprio Jesus avisou: “... Larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição...” (Mateus 7:13)

    Os estudiosos dizem o seguinte: a palavra grega que traduzida significa  destruição”, é a palavra mais forte que poderia ser usada para significar perda total de existência. Em toda a Bíblia existe uma idéia dominante sobre o destino dos maus, que é a morte e a destruição. Os profetas e os apóstolos, juntos, reforçam esta idéia. "Os maus", todos afirmam, "morrerão, eles padecerão, serão queimados, serão completamente consumidos, se tornarão cinzas e se tornarão como se nunca tivessem existido". Ora meu amigo, a Bíblia é bem clara a esse respeito. O salário do pecado é a morte e não uma vida eterna no inferno. Se queremos ser fiéis à Bíblia, me parece que precisamos adaptar  nossas idéias sobre a natureza do inferno a estas declarações claras sobre a morte final dos maus. Não devemos, por exemplo, supor que o corpo é destruído no inferno mas que a alma continua a sofrer. Jesus disse o seguinte: “... Aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.” (Mateus 10:28) Isto está bem claro, não está? Mas, você poderá perguntar sobre as palavras “castigo eterno”.     O que exatamente é eterno sobre o fogo e o tormento? Não são as conseqüências em si que são eternas? O resultado final? Outros textos da Bíblia apóiam esta idéia. O livro dos Hebreus fala da “salvação eterna” e do “julgamento eterno”. Já sabemos que o ato da salvação acontece num momento específico e sabemos que o julgamento acontece num momento específico; não prosseguirá para sempre. Estas duas coisas não são eternas por si só. Mas os resultados da salvação e do julgamento serão eternos. Da mesma forma, a condenação, que resulta na morte, a “segunda morte”, pode ser chamada de eterna. Suas conseqüências são eternas.     A condenação será eterna, o castigo não. Percebe a diferença? Temos um ensinamento na Bíblia que nos diz que os maus irão morrer e ponto final. Mas, não podemos nos esquecer, temos outra imagem: a de um inferno de fogo e enxofre, um lugar onde os maus estarão “chorando e rangendo os dentes”. Qual o propósito de tudo isto? Se os maus serão executados, por assim dizer, por que estas imagens terríveis de desespero e fogo insaciável?

    Para compreender, vamos ver mais uma vez a tragédia de Gary Gilmore. Na manhã do dia 17 de janeiro de 1977, cinco atiradores se reuniram num velho armazém na prisão estadual de Utah e permaneceram silenciosos atrás de uma cortina de pano de vela com cinco aberturas. Gary Gilmore, de camiseta preta e calças brancas amassadas, estava sentado e amarrado a uma cadeira de escritório. Ele examinou calmamente a sala fria e mal iluminada, olhou para o diretor da prisão, e então disse:

    – Vamos lá.

    Os cinco atiradores apontaram seus fuzis no alvo que estava preso por cima do coração de Gary Gilmore. O diretor fez um sinal com sua mão. Os homens atiraram. Quatro balas atingiram o corpo do condenado e então o corpo caiu.  Depois disso foi ouvida uma declaração oficial bem concisa:

    – A ordem do tribunal de justiça do 4º distrito do estado de Utah foi cumprida. Gary Marshall Gilmore está morto.

    Esta foi a cena pela qual milhões de pessoas

esperavam. Algumas com horror e apreensão, outras esperando impacientemente que a justiça fosse feita.     A execução de Gary Gilmore deu início a muitos comentários, uma tragédia com uma grande força hipnótica.  Mas sabe, as balas que deram um fim à existência de Gilmore foram apenas uma pequena parte desta triste história. A verdadeira tragédia, na minha opinião, foi que Gary Gilmore nunca teve uma vida verdadeira.  Ele a perdeu.

    Gary se meteu em encrencas muito cedo. Aos 14 anos de idade ele foi mandando para um reformatório. Depois disso ele passava temporadas nas prisões e só ficava livre o tempo suficiente para cometer mais crimes, roubo de carros, assaltos armados e agressões.

    Gary cresceu na cadeia. Ele ficou atrás das grades durante 18 dos seus últimos 21 anos de vida. Quando ele recebeu sua condicional em 1976, Gary Gilmore era apenas uma fachada de homem. As brutalidades da cadeia e suas próprias escolhas erradas, tinham marcado sua alma. Seus últimos dois crimes, os assassinatos em Utah, pareciam praticamente um apelo que ele fazia para ser executado. Seus 35 anos de vida tinham sido  pateticamente limitados, cheios de crueldade e  torturados por impulsos de autodestruição.

    Esta é a grande tragédia. Gilmore na verdade nunca teve uma vida. E é esta, na minha opinião, a grande tragédia dos maus no fim do mundo. É isto que a imagem de inferno de Deus está tentando nos dizer. Todo aquele fogo e enxofre é isso. Os maus irão perder... eles irão perder a vida eterna.  Esta é a grande tragédia.

    É por isto que a Bíblia enfatiza a maravilha da vida eterna com Deus, a alegria de relações carinhosas e perfeitas por toda a eternidade. Há uma nova época chegando e, que tragédia seria perder isto tudo para sempre.

    Bem, vamos examinar mais de perto o “choro e o ranger de dentes” do qual falávamos e vocÊ verá o que eu quero dizer. Em Mateus 13 verso 50, Jesus afirma numa parábola, que naquela “fornalha de fogo” fina l haverá “choro e ranger de dentes.” Bem, deixe eu mostrar outros trechos onde esta mesma expressão é usada. Numa parábola em Mateus 22, o reino do Céu é visto como um grande banquete de casamento. Os convidados se reunem para comemorar o casamento do filho do rei.  Mas um homem vem à festa sem estar vestido adequadamente, o que é um ato desrespeitoso. Este convidado arrogante é lançado para fora.  “...Nas trevas, ali haverá choro e ranger de dentes.” (Mateus 22:13)  Por que tanta dor? Ora, porque o homem percebe que ele está de fora! Ele se dá conta do que está perdendo fora deste banquete maravilhoso.

    Esta mesma imagem pode ser vista na parábola dos talentos. O senhor da casa volta e descobre que dois de seus empregados fizeram bom uso dos talentos que ele lhes deu. E então o senhor convida alegremente os dois homens para: “...Entra no gozo do teu Senhor!” (Mateus 25:21) Mas um empregado, preguiçoso e desconfiado, não fez nada com o seu talento, e este homem é lançado “...Nas trevas, ali haverá choro e ranger de dentes.” (Mateus 25:30) Por que tanta agonia?   Porque  o homem está na escuridão. Ele também ficou sem a vida abundante que seu senhor prometeu. A Bíblia sempre relaciona o “choro e o ranger de dentes” com a dor de ficar de fora, de ser deixado na escuridão lá fora. Perder as maravilhas da vida eterna.  Esta é a grande tragédia. Esta é a agonia do inferno. Será que Deus precisa torturar os maus arbitrariamente para poder puni-los adequadamente? Não! A dor vem quando percebem o que perderam, o que foi jogado fora. Sua vida irá parecer pateticamente limitada, sufocados com a crueldade, torturados pelos impulsos autodestrutivos! Ora essa, comparado com a vida eterna, ainda não viveram nada! E é por isso que há choro e ranger de dentes.

    Mas por favor não me entenda mal. Eu acredito que o inferno será bem real.  Será muito quente. Não apenas um estado psicológico. A Bíblia descreve chamas bem verdadeiras no fim do mundo.  Mas ela também descreve uma morte muito verdadeira dos maus. Devemos reunir estas duas imagens. Quando fizermos isto, começaremos a entender o propósito do inferno. Sabemos que o fogo e o enxofre não caem do céu para torturarem as pessoas para sempre.  As chamas consomem os maus. Elas removem o mau do universo. Mas o fogo também nos mostra uma dor muito real: a agonia de ficar de fora.

    Não se esqueça, a Bíblia traça uma imagem terrível deste fogo inextinguível exatamente porque a sensação de perda será muito intensa. É um alerta de uma grande tragédia, a maior tragédia imaginável: perder a vida eterna ao lado de Deus.

    Gary Gilmore sofreu, teve vários pesadelos durante suas noites mal dormidas antes de sua execução. Ele dizia que estava sendo assombrado por demônios que “sussurravam coisas desprezíveis” “eles mordem e agarram, arranham e gritam.” Quando foi perguntado sobre a morte e a vida após a morte, este homem atormentado respondeu com estas palavras: “eu não quero voltar” “eu não quero voltar”. A tragédia de uma vida que ficou de fora. A tragédia de um homem que não agüentava mais a escuridão, que não podia se virar para luz nenhuma.     Amigo, não se torne parte desta tragédia. Por favor não fique de fora. A vida eterna o aguarda. A vida em sua abundância original está lhe esperando. Alegrias que nem podemos imaginar nos esperam. Não fique preso na escuridão, lá fora onde há "choro e ranger de dentes". Que trágico seria descobrir no final que perdemos tudo isto, que a vida eterna passou por nós. Não consigo imaginar dor maior que esta. 

    Mas não precisa ser assim. Não, para ninguém. Pois cada um de nós é convidado a entrar, entrar no banquete de casamento, aquela celebração maravilhosa. Só precisamos colocar nossa fé em Cristo nosso Salvador e confiar nossa vida em Suas mãos. Jesus  promete nos manter a Seu lado, na luz. Num relacionamento com Ele. Não precisamos jamais temer  aquela escuridão do lado de fora.

Jesus é a Rocha

Letra e Música: Ariney Oliveira

Hoje é o tempo de mudar o coração,

tempo de mudar as coisas ao redor,

tempo de um futuro bem melhor,

com muita luz e com Jesus.

Hoje é o tempo de preparo para o amanhã,

tempo de saber que Cristo vai voltar,

sem a inocência terna e frágil de um bebê,

mas com a glória e resplendor

que manifestam Seu poder.

Um homem veio a Terra para conquistar a paz,

um homem veio a Terra para dar o Seu amor,

e veio dar a vida por alguém que não O amou.

Cristo vai voltar, deves pronto estar

pois um novo mundo Ele vai então formar.

E vem marchando sobre as nuvens lá do Céu,

em glória o Seu reino irá fundar.

E muitos anjos estarão ao Seu redor quando voltar,

e a Sua face nós iremos contempla

Jesus é a Rocha

que traz vida ao coração sem esperança,

é a fonte de poder e proteção.

E vem carregando em Seu corpo

a eterna marca do amor e do perdão.

Amém, amém, amém, amém!

Gravado  por Alessandra Samadello no AB 555001 da gravadora ABBO

Oração

Meu Pai, sou grato por teres me avisado do fogo no final. Às vezes é difícil ver o quê estou perdendo. Mas Tu tornaste a perda da vida eterna muito vívida, muito clara na Bíblia. Então quero manter minha vida na palma de Tua mão. Confio em Ti. E  me alegro com a maravilhosa esperança de passar a eternidade contigo.  Amém.

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A SEGURANÇA DA MONTANHA

George Vandeman

TOPO

 

As pessoas sempre sentiram um anseio para conquistar as alturas, explorar o desconhecido. Parecemos incuravelmente curiosos, os picos espirituais nos atraem. Os altíssimos locais que escondem os mistérios de Deus nos fascinam, as alturas das grandes experiências espirituais nos chamam, ecoam como um apelo intrépido. Mas aqui, no "mundo de verdade", a vida espiritual pode parecer muito distante, o próprio Deus pode parecer inacessível. Em nossos estreitos caminhos duvidamos: será que posso vencer as barreiras? Conseguirei chegar acima das nuvens?

    Muitas pessoas são atraídas para a vida espiritual, mas sentem que a escalada é muito alta. Os "cristãos vitoriosos" podem intimidar um pouco. Os testemunhos de gloriosas experiências daqueles que atingiram o topo às vezes nos assustam. Presumimos que tais coisas estão fora do nosso alcance.

    Podemos olhar com admiração para aqueles que conquistaram as alturas. Grandes missionários, santos notáveis, pastores eloqüentes. Mas muitos de nós estamos inclinados a pensar que os grandes sucessos espirituais pertencem a uns poucos escolhidos. As pessoas dizem: "se ao menos eu tivesse esse tipo de fé..."

    Homens e mulheres de fé. É assim que chamamos esses heróis espirituais. Em Hebreus, capítulo 11, encontramos uma enorme lista de heróis bíblicos, pessoas que deixaram tudo pela terra prometida, atravessaram o Mar Vermelho, conquistaram exércitos estrangeiros, e aceitaram o martírio. E fizeram isso tudo pela fé. Todos os seus grandes feitos aconteceram pela fé. É assim que as coisas acontecem na vida cristã. A fé é o combustível que impulsiona a espiritualidade.

    Os escritores do Novo Testamento são muito claros a respeito disso. Eles nos dizem que somos salvos pela fé, perdoados pela fé, justificados e santificados pela fé e entusiasmados pela fé. Eles nos dizem que Cristo habita em nosso coração pela fé, que venceremos o mundo pela fé, que caminhamos no Espírito pela fé. Tudo acontece pela fé.

    Todas aquelas frases religiosas que por vezes nos mistificam, tais como: "purificados pelo sangue, cheios do Espírito", estão relacionadas com a fé. Portanto, é verdade: a fé é a chave para o crescimento na vida espiritual, para o sucesso na escalada da montanha. Porém, não é verdade que a fé é um dom apenas para uns poucos escolhidos, a fé não é algo que somente uma elite obtém.

    Eu gostaria de esclarecer alguns conceitos errados que muitas pessoas têm a respeito da fé, e analisar com você como a fé funciona de fato. Vamos descobrir que a fé é uma reação muito natural e que o progresso na vida espiritual também é um processo muito natural. Faremos isso examinando o modo como se escala as montanhas de verdade.

    Bem, o primeiro conceito errado que as pessoas têm é o de que a fé é um empreendimento muito superficial, como um salto em pleno ar. Pensam que precisam fechar os olhos ao que se vê para tornar o que não se vê mais real, ou imaginam que a fé é uma desesperada tentativa para realizar o improvável. Mas ouça, o alpinista não salta, ele dá passos bem cuidadosos. Seus olhos estão bem abertos. Ele se concentra em cada borda e fenda da montanha.

    A fé funciona do mesmo modo. Em primeiro lugar há uma forma correta de olhar, de se concentrar na coisa certa e então dar os passos apropriados. A fé não é uma conquista vaga e mística; mas é tão somente olhar. A Bíblia nos manda olhar para Jesus. Logo após o capítulo onze de Hebreus, o famoso capítulo da fé, vem a descrição de como disputamos a corrida cristã: "Olhando firmemente para Jesus, o autor e consumador da fé... " Hebreus 12:2.

    Como conseguimos progresso? Olhando para Jesus e nos concentrando nEle. Colossenses 3:1 nos diz: "Buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está..." Em II Coríntios 3:18 lemos: "E todos nós com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados... na sua própria imagem..."

    Somos transformados contemplando a Cristo e nos concentrando nEle. Essa é a essência da fé: olhar para Jesus. É simplesmente isso.

Muitas pessoas pensam que precisam gerar fé suficiente para fazer a vida cristã funcionar. Estão sempre lamentando o fato de parecerem não ter fé suficiente; elas se concentram em sua fé e se esforçam para obter mais. Mas não nos é pedido que olhemos para a nossa fé, é pedido que olhemos para Jesus. A essência da fé é não olhar para nós mesmos, mas para Cristo.

    Sabe, nós não temos que ter fé na fé; temos que ter fé em Cristo, que é fiel. A fé é o resultado natural da concentração em Cristo, que é confiável. Ela não tem que ser gerada artificialmente. 

    Vamos voltar agora para a montanha. O alpinista sobe a rocha prendendo a corda de modo firme aos ganchos e movimentando-se em direção a eles. Ele tem que se prender à montanha. Na verdade, ele está usando a força da própria montanha para escalar um de seus lados. Ele está dependendo desse pico imóvel para apoiar seu peso. A possibilidade de o alpinista derrubar a montanha, é claro, é absurda. Ele confia que o pico permanecerá firme.

    Sabe, é assim que a fé nos ajuda a subir também. Ela nos prende firmes à montanha, a Deus. E se estivermos presos, Sua força é transferida para nós. Sua confiabilidade nos dá a alavanca.

    O alpinista é cuidadoso ao pregar os ganchos em intervalos regulares para que a corda fique firmemente presa à montanha. Aqui novamente está outra lição. Precisamos nos prender a Deus a intervalos regulares. Como? Passando algum tempo concentrados nEle, olhando para Ele. Precisamos de horários regulares para lermos e meditarmos sobre o caráter de Cristo. Precisamos absorver a vida do Espírito em Sua palavra, e precisamos abrir o coração a Cristo em oração.

    Esse tipo de olhar cria a fé. Você quer mais fé? Então olhe mais para Jesus. Não há substituto para esse olhar devocional que nos prende à montanha. Quando desprezamos esse apego vital, caímos e podemos nos ferir. Mas isso não significa que a montanha nos abandonará. Não, Deus nos segura através da medida de fé que temos. Quando caímos, precisamos entrar em contato com a montanha outra vez, precisamos nos prender de novo e nos agarrar firmemente a ela. Existe uma coisa interessante a respeito de um mecanismo usado no alpinismo, chamado "amigo". Você logo saberá por que ele tem esse nome. O alpinista o segura e o puxa para trás enfiando-o em seguida a uma fenda na montanha. Depois, prende a corda nele e o abre. Sabe como ele fica agarrado à rocha? Quando a corda é puxada, as peças são forçadas a abrir. O mecanismo se alarga e se prende cada vez mais firme de modo que quanto mais se pressiona o "amigo", mais firmemente ele prende.

    Nossa fé também se expande com a pressão. Quanto mais dependemos dela, mais peso lhe confiamos, de modo que mais forte ela se torna. A fé cresce através do exercício.

    Suponhamos que alguma coisa o esteja preocupando demais. Eu o desafio a colocar conscientemente o problema nas mãos de Deus. Diga-Lhe que confia nEle para ajudá-lo na solução, e assim, veja o que acontece. Você descobrirá que pode confiar na ajuda e sua fé crescerá.

    Digamos que você vê alguém em necessidade. Peça a Deus força  interna para ajudar tal pessoa. Vá e estenda a mão. Você verá Deus atuar por seu intermédio e sua fé crescerá. A fé não cresce em um vazio. Ela não chega até aqueles que ficam sentados esperando por ela. A fé surge para aqueles que escalam a montanha. Você quer mais fé? Use a que você tem. Siga avante por ela. O passo da fé não é um passo em direção ao nada; é um passo dado enquanto você se segura na corda, confiando na força de Deus. Assim, por favor amigo, segure firme. Segure com toda a sua força, porque quanto mais firme segurar, mais firme você se sentirá.

    Há uma maravilhosa liberdade em estar seguramente preso ao Pai Celeste. Paisagens inspiradoras se abrem àqueles que aprenderam a olhar e se concentrar em Jesus. A disciplina de uma vida devocional regular abre muitas novas possibilidades para nós. É emocionante descobrir quão confiável é de fato o Senhor.

    Confie em Cristo. Há uma paz maravilhosa em uma vida baseada nisso. Muitas pessoas pensam na fé como algo totalmente passivo, como um último recurso após todos os esforços terem falhado. Quando nada funciona, você "deixa correr" e tem fé de que as coisas de algum modo vão melhorar. Esforçar-se e ter fé são vistos quase como opostos. Você pode fazer um ou o outro mas não ambos. Bem, ouça o conselho que o apóstolo Paulo deu ao seu jovem discípulo Timóteo: "Combate o bom combate da fé." I Timóteo 6:12.

    O bom combate da fé. Isso parece passivo? Ouça, a fé é um princípio dinâmico e ativo. É o alicerce de todo esforço frutífero. É verdade que haverá ocasiões em que tudo o que podemos fazer é ficar pendurados. Há ocasiões em que a nossa fé deve simplesmente segurar a mão de Deus e esperar. A vida não é uma longa subida ininterrupta. Mas quando formos capazes de seguir para cima, a fé deve ser uma parte vital de nossos esforços. Portanto vamos olhar mais de perto agora como a fé e o esforço interagem.

    Pense de novo na frase de Paulo: "O bom combate da fé." Note que ele não disse "o bom combate ao pecado", ou "o bom combate da justiça". Não, o bom combate que Paulo recomenda relaciona-se à fé. E em que consiste a fé? Olhar para Jesus. Eu creio que Paulo está dizendo que nossa luta principal deve ser a de manter o olhar em Jesus. Manter aquela comunicação regular ativa, manter a vida devocional intacta. Esse é o combate da fé.

    Se nosso combate for dirigido primeiramente contra o pecado, teremos dificuldade em progredir. Se nos concentrarmos no pecado, nos problemas, será fácil desanimar e tropeçar. Existem incontáveis pessoas sinceras que vivem terrivelmente frustradas por estarem olhando para os pecados. Elas querem superá-los, elas querem adquirir boas qualidades, mas sua fé, seu foco de atenção, está mal direcionado. Se pudéssemos apenas colocar os melhores esforços na concentração em Jesus, poderíamos realizar muitas coisas. Ele é a força motivadora por trás de todo o nosso progresso.

    É verdade que somos aconselhados a "buscar sempre a justiça". E é verdade que existem vezes em que devemos lidar com o pecado. Mas temos sempre que olhar para essas coisas através de Jesus, nunca separados dEle. Só poderemos lutar quando estivermos firmemente presos à montanha.

    Veja como um alpinista se move montanha acima. Ele certamente não é passivo. Ele não é empurrado para cima. O alpinista está totalmente envolvido. Existe um esforço verdadeiro produzido por ele. Mas seu esforço é primeiramente direcionado para uma coisa: permanecer agarrado à montanha. Ele se concentra na montanha e a corda o prende firmemente a ela. Quanto mais perto ele fica da montanha, mais seguramente ele segue para cima.

    Aqui, portanto, está o equilíbrio entre a fé e o esforço. Estamos seguramente presos à fé pela força da montanha. E estando firmemente seguros podemos seguir para cima. Nós nos escondemos na "fenda da rocha", como a Bíblia diz, todavia progredimos dentro dela. Dependemos totalmente da confiabilidade de Deus e ao fazer isso, tornamo-nos fortes também.

    O esforço é importante, mas existe o que podemos chamar de esforço bom e esforço ruim; esforço frutífero e esforço inútil. Existe um bom combate e um combate estéril. A diferença é a fé. A fé nos dá segurança, sabemos que somos aceitos por Deus incondicionalmente; temos uma corda para segurar.

    Ninguém pode crescer, ninguém pode progredir sem esse senso de aceitação de Deus. Esforços sem Ele são inúteis. Sem essa segurança as pessoas se esforçam para ser boas a fim de serem aceitas. Isso é como tentar escalar o lado de uma montanha para se prender a ela. Impossível! Temos que nos prender primeiro. Temos que colocar a fé na aceitação incondicional de Deus primeiro. Aí a fé nos dará a alavanca.

    Ao olharmos para Jesus começamos a absorver Suas qualidades; passamos a partilhar de Sua força. Percebemos quão confiável Ele é e achamos mais fácil caminhar na fé, apoiar-se na montanha e subir. A fé nos dá a alavanca. Por isso Judas pôde dizer as seguintes palavras em sua pequena carta: "Edificando-vos na vossa fé santíssima..." (Judas 20)

    Sem essa alavanca os esforços acabarão em frustração. Ao tentar subir com nossas próprias forças, escorregaremos constantemente.  É como tentar escalar a montanha olhando para os pés o tempo todo. Se não nos concentrarmos na montanha, não conseguiremos nos prender a ela.      Não sou lá um grande alpinista, mas já escalei até quatro mil e quinhentos metros numa das maiores montanhas do mundo. Estou falando hoje sobre um assunto do qual entendo um pouco e talvez isso nos ajude a entender um pouco melhor a fé.

     A fé nos dá segurança e apoio – duas coisas essenciais para escalar a montanha. E o mais maravilhoso é que estes dois ingredientes reforçam um ao outro. Quanto mais seguros nos sentirmos, mais usaremos a montanha como alavanca e quanto mais alavanca usarmos, mais seguros nos sentiremos.

    A vantagem em crescer na fé é que não nos afastamos de Deus ao nos aproximar do pico. Aqueles que tentam escalar sozinhos, enfrentam esse problema. Quanto mais superficial for a justiça obtida, menos se sente a necessidade de depender de Deus. E quanto menos se depende dEle, mais superficial se torna a integridade.

    Mas aquele que escala pela fé, fica cada vez mais junto da montanha ao se aproximar do pico. Sua concentração aumenta e ele ganha mais experiência no uso de cada fenda, de cada fissura. Cada passo para cima ensina como depender mais de Deus e como  conquistar mais. Quando nosso apego a Deus se torna tão intenso assim, tão íntimo, descobrimos que, na fé, podemos fazer até o impossível.

    Sim, a fé pode nos levar diretamente ao topo. Cada um de nós pode progredir espiritualmente na vida. Tudo que precisamos é manter o apego à montanha. Jamais se esqueça disso.

    Você vai se empenhar no bom combate da fé? Vai dedicar tempo todos os dias concentrando seu olhar em Jesus? Não há substituto para isso. Não há outro caminho para tornar nossos esforços verdadeiramente frutíferos.

    Você pode experimentar, através de um contato íntimo com Cristo a maravilhosa verdade da declaração de João: "E esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé."

Jesus é a Rocha

Letra e Música: Ariney Oliveira

Hoje é o tempo de mudar o coração,

tempo de mudar as coisas ao redor,

tempo de um futuro bem melhor,

com muita luz e com Jesus.

Hoje é o tempo de preparo para o amanhã,

tempo de saber que Cristo vai voltar,

sem a inocência terna e frágil de um bebê,

mas com a glória e resplendor

que manifestam Seu poder.

Um homem veio a Terra para conquistar a paz,

um homem veio a Terra para dar o Seu amor,

e veio dar a vida por alguém que não O amou.

Cristo vai voltar, deves pronto estar

pois um novo mundo Ele vai então formar.

E vem marchando sobre as nuvens lá do Céu,

em glória o Seu reino irá fundar.

E muitos anjos estarão ao Seu redor quando voltar,

e a Sua face nós iremos contemplar

Jesus é a Rocha

que traz vida ao coração sem esperança,

é a fonte de poder e proteção.

E vem carregando em Seu corpo

a eterna marca do amor e do perdão.

Amém, amém, amém, amém!

Gravado  por Alessandra Samadello no AB 555001 da gravadora ABBO

Oração

Querido Pai, obrigado por tornares a fé tão simples. Obrigado por haver tanta força em apenas olhar para Jesus. Ajuda-me a concentrar o olhar nEle. Ajuda-me a dedicar um tempo cada dia para essa disciplina tão essencial. Mantenha-me firmemente preso a Ti ao seguir rumo ao topo da montanha. Amém.

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DESARMANDO A DEPRESSÃO

George Vandeman

TOPO

 

    Começa com uma sensação de desapontamento. Uma sombra paira sobre sua vida. Depois vem uma sensação de exaustão. Cada pequena ação exige um esforço enorme. As pessoas tentam animá-lo, mas de algum modo você se sente isolado de todos. Você se afasta mais e mais para dentro de uma concha. Você tenta combater essa tristeza que o domina, tenta desesperadamente encontrar alguma saída, mas a sensação de desânimo suga toda sua energia. A escuridão se estende por todos os lados e você se afunda cada vez mais no poço sem fundo que é a depressão.

    Vivemos em um mundo cheio de percalços, de tragédias, de tropeços. Existem muitas bordas afiadas nesta vida que cortam e que mutilam. Mas sabe, existe uma borda afiada que, ao que parece, fere as pessoas mais do que qualquer outra coisa. Os pesquisadores concluíram que a depressão produz mais sofrimento do que qualquer outra doença que nos aflige.

    Quem poderia imaginar que as tristezas poderiam ser tão prejudiciais? O Instituto Nacional de Saúde Mental nos informa que cerca de 125 mil americanos são hospitalizados a cada ano com depressão. Outros 200 mil são tratados por psiquiatras. E mais perturbador ainda é o seguinte: os profissionais da saúde estimam que os casos não tratados de depressão atingem de quatro a oito milhões a cada ano.

    Alguns crêem que o problema assume proporções endêmicas. Isso é muito sofrimento! São muitas as baixas. Existe um grande número de pessoas para as quais a depressão é um perigo claro e presente. Um inimigo sempre a espreita nas esquinas. Mas você pode desarmar esta ameaça a sua saúde.

    Existem coisas definidas que podemos fazer  para remover os efeitos mais prejudiciais da depressão e evitar que ela ataque de modo mais profundo. Há também um livro na Bíblia que é, de fato, uma excelente arma que podemos usar contra a depressão. Parece feito sob medida para esta tarefa.

    Vamos começar com uma rápida olhada em algumas das causas da depressão. Isto irá ajudar.

    Geralmente a depressão pode estar ligada a alguma perda que tivemos. Perda de um ente querido, perda de uma oportunidade de emprego, perda da auto-estima. A depressão é em essência uma reação à perda, uma sensação de desapontamento. Um médico resumiu as raízes da depressão a "uma sensação de estar encurralado". Ele observou muitas pessoas que eram incapazes de sair de situações intoleráveis e que se afundaram na depressão.

    Uma coisa que você precisa saber é que existem vários tipos de depressão. Para algumas pessoas, esta aflição parece ter uma ligação biológica ou química. Alguma coisa está fora de equilíbrio em seu corpo e alguns casos graves e duradouros de depressão melhoram com medicação. Mas para outras pessoas, esta aflição parece estar ligada a ferimentos emocionais. Eles surgiram desde a infância e esses ferimentos psicológicos arraigados podem resultar em crises muitos graves de depressão.

Obviamente, não podemos lidar com esses tipos muito graves de depressão em um espaço tão pequeno. Se você estiver sofrendo de períodos longos de depressão que o deixam incapaz de viver bem, você deve procurar um médico ou um conselheiro.

    Eu vou abordar o tipo mais geral de depressão que assombra muitos de nós e que é chamado comumente de "baixo astral". Conseguimos sobreviver, mas o mundo ao nosso redor parece muito sombrio. Cada tarefa chega a ser proibitiva e nós nos sentimos "pra baixo". Parece que não conseguimos nos levantar.

    Bem, vamos examinar mais de perto o que esse sentir-se "pra baixo" realmente quer dizer.

O Dr. Tim Lahaye, meu amigo pessoal e conselheiro cristão, apresenta algumas idéias que nos ajudarão.

    Ele notou um ponto comum entre as muitas pessoas que vêm até ele com depressão. Ele observou que para a maioria das pessoas, os valores podem ser divididos em certos componentes. Assim, o primeiro componente é uma perda ou um desapontamento. o segundo componente são coisas ruins que acontecem na vida: rejeição, injúria, insultos, coisas assim. Você foi tratado mal e a vida lhe parece injusta, então você se ressente do que aconteceu e a raiva aumenta por dentro. Aí vem o terceiro elemento: tudo isso multiplicado pela tristeza. A tristeza multiplicada se transforma em depressão.

    Nossa participação na vida começa a parecer insuportável. A perda e o desapontamento aumentam cada vez mais. As perspectivas de uma solução diminuem mais e mais e nos sentimos tremendamente tristes conosco. Esta, portanto, é a fórmula para a depressão: você toma uma perda, acrescenta a ela raiva e ressentimento e multiplica pela tristeza. O resultado é um caso garantido de depressão.

    A chave para a depressão é nossa reação, nossa atitude para com essas coisas ruins que cruzam nosso caminho.

    Depressões acontecem por causa de certos hábitos de pensar que desenvolvemos. As depressões crescem no cérebro. Assim, para desarmarmos a depressão temos que eliminar hábitos falhos do pensar. Isso não é fácil, mas através da graça de Deus é possível.

    Um homem experimentou esta divina graça profundamente. Foi o apóstolo Paulo, e eu quero apresentar a você uma de suas epístolas: a carta aos Filipenses. Creio que você descobrirá nestes quatro curtos capítulos de Filipenses a chave para desarmar a depressão.

Filipenses é um daqueles pequenos livros da Bíblia. Foi escrito no escuro de um calabouço romano. O apóstolo Paulo estava preso na ocasião. As prisões não são agradáveis atualmente, mas eram piores naquela época: escuras, úmidas, não eram mais do que cubículos frios de pedra, muitas vezes subterrâneos. Os prisioneiros eram, em geral, acorrentados à parede e recebiam comida apenas para sobreviverem às muitas agressões de guardas insensíveis. O enérgico e sempre ativo Paulo deve ter sentido aquelas paredes de pedras fecharem-se lentamente em torno dele. Ele teve que lutar contra a sufocante tristeza de seu isolamento, teve que desarmar a depressão de algum modo, sozinho no calabouço.

E foi assim que ele fez. Ele escreveu uma carta incrível, uma carta repleta de graça e gratidão. Ele começa dizendo: "Graça e paz a vós da parte de Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo" (Filipenses 1:2).

    E veja como a carta termina: "A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos" (Filipenses 4:23).

    Filipenses começa e termina com graça. A graça domina. Paulo teve que organizar suas idéias andando de um lado para o outro sobre a palha suja da sua cela. Mas ele não estava simplesmente na prisão. Ele estava muito mais na graça de Deus. O amor de Deus, o interesse de Deus por ele estavam em primeiro lugar na mente do apóstolo. Paulo não deixou seus pensamentos se afundarem na escuridão de suas circunstâncias, ele não deixou a ansiedade, o ressentimento e a raiva o dominarem; em vez disso, ele fez o que aconselhou aos filipenses: "Não estejais inquietos por coisa alguma: antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas com ação de graças" (Filipenses 4:6).

    Paulo colocou sua situação depressiva nas mãos de Deus. Ele apontou seu problema na direção do céu e quando fez isso, começou a ver a luz entrando através da tristeza. Ele viu que a graça de Deus podia fazer alguma coisa positiva aos seus problemas atuais. O apóstolo conseguiu escrever: "As coisas que me aconteceram contribuíram para o progresso do evangelho" (Filipenses 1:12).

    Como resultado desta prisão, Paulo disse, muitos descrentes haviam conhecido as reivindicações de Cristo (isso era importante) e muitos cristãos estavam agora compartilhando sua fé com maior coragem.

    Esse prisioneiro olhou através das grossas paredes de pedra ao seu redor e viu a graça de Deus operando maravilhosamente e regozijou-se com isso.

    Essa percepção da graça de Deus também ajudou Paulo a desarmar a depressão de outro modo. Impulsionou seus pensamentos para além de si próprio em direção da vida dos outros.

    Esta epístola não diz quase nada das terríveis condições da prisão de Paulo, mas ela nos fala muito sobre o relacionamento de Paulo com os filipenses. Ele os chama de "irmãos que eu amo e sinto saudades". Seu maior desejo era que permanecessem firmes na fé, que o amor aumentasse, que pudessem brilhar como estrelas no universo. Pense nisso! Em um calabouço daqueles, Paulo derramava graça às pessoas apreciando a liberdade delas. Ele empurrava para trás as paredes com a arma da graça de Deus. Ele não estava na prisão, ele estava na graça de Deus. Isto nos leva à segunda grande arma que Paulo usou para desarmar a depressão.

    Logo no início de sua epístola maravilhosamente encorajadora, ele diz: "Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós" (Filipenses 1:3).

    Paulo expressou gratidão. Qualquer um que ler esta epístola percebe de imediato quantos motivos o escritor acha para agradecer. Ele se regozija com o crescimento da fé dos filipenses; ele se regozija que Cristo seja pregado, ele se regozija com sua cidadania no Céu; ele se regozija em Cristo que humilhou-se a si próprio e em Deus Todo-poderoso que pode manter tudo sob Seu controle. Estas são as coisas que Paulo escreve, estas são as coisas pelas quais ele é grato. Não existe uma só nota de mágoa e tristeza em toda esta carta. Paulo era grato demais para isso, não havia lugar para reclamações. Sua gratidão era tão entusiástica que ele se detinha em apreciar o amor inesquecível: "Regozijai-vos sempre no Senhor, outra vez vos digo, regozijai-vos" (Filipenses 4:4).

    A cela de Paulo era sufocantemente pequena? Sim, mas seu Deus era grande. Sua cela era depressivamente escura? Sim, mas seu Deus era a luz perfeita. Havia sempre muito para se regozijar no Senhor.

    A gratidão ajuda a desarmar a depressão.  Ela nos dá uma valiosa perspectiva, ajuda-nos a colocar a cabeça acima dos problemas. Começamos a encontrar soluções através da gratidão. Paulo aprendeu a encontrar soluções em todas as circunstâncias.

    Novamente nessa maravilhosa epístola, encontramos um texto muito importante: "Sei estar abatido e sei também ter abundância: em toda a maneira e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome; tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece" (Filipenses 4:12,13).

    Maravilhoso, não é? A gratidão também cria energia. Ela produz força viva. Ajuda-nos a vencer a tristeza que pode paralisar.

    Veja a resolução de Paulo no calabouço: "Mas uma coisa faço e é que esquecendo-me das coisas que atrás ficam, avançando para as questões que estão adiante de mim, prossigo para o alvo pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" (Filipenses 3:13 e 14).

    Paulo poderia ter facilmente ficado relembrando o passado em sua cela solitária, mas em vez disso, preferiu agradecer o presente.

    O presente, vê!? E isso deu a ele energia para seguir adiante. Filipenses é um notável documento. É uma maravilhosa vitória sobre tudo que pode deprimir e derrotar uma pessoa e continua sendo uma valiosa fonte para nós também. Do fundo de uma prisão ela brilha para nós como uma inundação de graça e gratidão.

    Vamos dar outra olhada na fórmula para a depressão que examinamos antes. Vimos que a perda ou desapontamento mais ressentimento e raiva multiplicados pela tristeza é igual a depressão. No entanto, Paulo nos mostra como podemos destruir esse processo. Vamos ver uma fórmula para desarmar a depressão. Vamos começar com o mesmo ingrediente: uma perda, injúria, experiência de desapontamento, mas em vez de deixar o ressentimento se instalar, vamos acrescentar a graça. Em vez de ficar lamentando a má sorte, vamos fazer disso um motivo de oração como Paulo aconselhou.

Descobriremos que, mesmo se estivermos com um problema e sofrendo com ele, estaremos mais ainda na graça de Deus e ela nos livrará. Mas, por favor, deixe-me explicar isso.

    Existem alguns cidadãos que pensam que é pecado sentir tristeza. Eles acham que é nosso dever mostrar um rosto alegre as 24 horas do dia dos 365 dias do ano. Isso pode trazer problemas, porque não é natural. É normal sentir tristeza após uma perda; é normal sentir depressão após um desapontamento. Esse em geral é o jeito de a natureza nos ajudar a diminuir o ritmo e nos recuperar e é parte da graça de Deus a simpatia em nossas tristezas.

    Cristo entende como nos sentimos. Mas após a tristeza inicial, a graça também nos ajuda a voltar ao normal. Ajuda-nos a colocar o problema em perspectiva. Não podemos eliminar sentimentos tristes, mas podemos desarmar a depressão, podemos diminuir a sua força que nos puxa para baixo e nos mantém por lá.

    Muito bem, tomamos a perda e adicionamos a graça. Agora chegamos ao próximo elemento. A multiplicação pela gratidão. Gratidão é poder. Ela nos dá uma nova perspectiva. Nos dá a energia criativa e o resultado é a paz. Quando fazemos isso, experimentamos o tipo de paz de Paulo, satisfeitos em toda circunstância, confiantes e seguindo avante. É assim que podemos desarmar a depressão.

    Para os desapontamentos em sua vida, adicione graça, multiplique pela gratidão e experimente a paz.

    A graça e a gratidão podem parecer um tanto vagas. Podem até parecer uma forma de escapismo. Mas elas podem de fato nos ajudar a resolver problemas de verdade no mundo de verdade? Bem, deixe-me citar um exemplo:

    Uma jovem chamada Sandra entrou no gabinete do pastor totalmente arrasada. Ela começou a contar uma história longa e dolorosa. Seu marido, ao que parece, a tratava com desprezo. Nada do que ela fazia o agradava. Cada dia ela lamentava o momento em que ele voltava do trabalho para casa. Ora, Sandra era uma jovem muito bonita, mas o senso de rejeição a havia transformado em uma mulher derrotada, frígida e tensa. Quanto mais sentia o desdém do marido, menos motivada se sentia para agradá-lo. Sandra estava presa a um círculo vicioso. As paredes da depressão estavam se fechando. O pastor decidiu ter um encontro com Joe, o marido de Sandra. Joe ficou surpreso quando soube que era o motivo da depressão da esposa. Como muitos homens, ele não percebia o quanto sua esposa podia perceber sua atitude. O pastor sugeriu a Joe uma coisa específica: "selecione dez qualidades positivas em sua esposa e agradeça a Deus por elas duas vezes ao dia: pela manhã e ao voltar do trabalho para casa."

    Isso não parecia tão difícil, por isso Joe concordou. Ele começou a agradecer a Deus pelas coisas que ele gostava em Sandra e em pouco tempo ela começou a mudar diante de seus olhos. Começou a ser mais afetiva. Joe continuou a ser grato e Sandra adquiriu mais respeito próprio e motivação. Ela rompeu as paredes da depressão.

    Depois de algum tempo, o pastor perguntou a Joe se ela havia memorizado a sua lista das dez qualidades positivas. "Ah", ele disse, "eu não só as decorei, mas estou encontrando novas coisas nela para ser grato a cada dia."

    Gratidão produz gratidão. Gratidão é poder e não uma forma de escape. Não é apenas um vago exercício espiritual, ela nos ajuda a enfrentar problemas de verdade no mundo de verdade. Ajuda a desarmar a depressão.

    Por favor, lembre-se disso: não há nada que possa ter um efeito mais poderoso sobre sua saúde mental do que o espírito de gratidão. Todos nós temos que enfrentar momentos em que as paredes da depressão ameaçam se fechar. Todos nós somos acometidos por perdas e desapontamentos, alguns mais graves que outros. Existem ainda ocasiões em que a esperança é apenas uma réstia de luz ao longe. Mas nesses momentos de escuridão podemos nos voltar para a preciosa graça e gratidão. Aí veremos a tristeza e a depressão lentamente cederem lugar à luz da presença de Deus. Experimentaremos energia criativa e ganharemos uma nova perspectiva através do espírito de gratidão.

    Quero que você consiga desarmar a depressão daqui para frente. Você vai estar disposto a praticar a gratidão? Quando a raiva e a tristeza ameaçarem, quando as tristezas começarem a chegar, por favor, pare! Leia o livro todo de Filipenses outra vez e comece a enumerar as coisas pelas quais você é grato.

    De fato, comece cada dia com uma oração de ação de graças. Lembre-se das bênçãos, lembre-se do infalível amor de  Deus. Mantenha sua mente firme na graça de Deus e você descobrirá que nada na Terra poderá derrotá-lo.

ORAÇÃO

Meu Pai, obrigado por essa maravilhosa epístola aos Filipenses. Obrigado por inspirares tal graça e gratidão em um calabouço escuro. Obrigado por Teu amor infalível. Quero ter a capacidade de Paulo de regozijar-me em qualquer circunstância. Suplico que Tu me ouças e me atendas. Em nome de Jesus, amém.

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RECEITA PARA DOIS

George Vandeman

TOPO

 

    Logo nos primórdios, no sul da América, um casal de escravos podia se casar pulando um cabo de vassoura por três vezes. Hoje, estamos mais sofisticados: dissolvemos um casamento com um simples martelo do juiz. Ainda dizemos: "até que a morte nos separe", mas parece que na verdade estamos dizendo: "até que a morte ou o divórcio nos separe".

    O que acontece entre o altar e o martelo? Há alguma coisa errada com o casamento? Ou o problema está com as pessoas?

    As palavras de Gina foram ríspidas e amargas:

    – As placas da estrada estavam erradas, o que prometia ser uma rodovia de felicidade era uma estrada estreita rumo a um inferno.

    Estas palavras resumiram seus 14 anos de vida conjugal. A mãe de Gina era professora. Seu pai morreu quando ela tinha 10 anos. Gina se casou aos 19 anos e teve dois filhos. Trabalhou na maior parte de sua vida de casada. A maré de felicidade durou pouco tempo. Em certas ocasiões seu marido era um modelo de esposo. Mas outras vezes, ele bebia e perdia o emprego. Aos 35 anos, ele era financeiramente irresponsável. Gina e seu marido tinham consultado inúmeros conselheiros. Mas agora ela estava pedindo divórcio. Ela disse:

    – Não sou a favor do divórcio, mas o que posso fazer? Se não posso salvar meu casamento, talvez possa pelo menos salvar minha família.

    O casamento de Gina transformou-se em estatística. Assim como outros quatrocentos mil divórcios homologados naquele ano nos Estados Unidos. Gina era agora uma entre os doze milhões e meio de americanos que se divorciaram.

    Em 1986 houve um milhão, cento e oitenta e três mil divórcios nos Estados Unidos. Quase um milhão e meio. Quase a metade dos dois milhões, quatrocentos e dezenove casamentos. Quanto à estatística, os filhos dela juntaram-se aos quinze milhões de meninos e meninas nos Estados Unidos, que tiveram de viver tal ruptura. O mais triste é que os números são maiores agora. Segundo as estatísticas, Gina provavelmente se casará outra vez. E provavelmente será com alguém divorciado. As chances de sucesso em segundos casamentos não são altas.

    Mas Gina é mais do que uma estatística. Ela é um ser humano. Um ser humano surrado pela vida, privada de seus sonhos mais acalentados. Ela foi esmagada pela noção de que falhou na maior aventura da vida. Agora, com seu orgulho e auto-confiança despedaçados, ela ficou desorganizada, mal-humorada, incapaz de se concentrar, preocupada com os filhos. Ficou solitária, amargurada, arrasada.

    Como Gina e seu marido 14 anos antes, incontáveis casais felizes de muitas gerações tem repetido diante do altar "até que a morte nos separe". Eles dão as mãos e ouvem as palavras ditas por Jesus: "... Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem" (Mateus 19:6). Eles inclinam a cabeça com reverência às palavras ditas originalmente pelo Criador: "Assim não são mais dois, mas uma só carne..." (Mateus 19:6).

    Mas, infelizmente, o casamento – esse acordo sagrado dado pelo próprio Deus – é muitas vezes realizado sem a preparação adequada. Em muitos casos, ele é tão aviltado e abusado que pouco se assemelha com o que Deus tencionava que fosse. O laço sagrado é transformado em cadeia.

    Inúmeros casais se envolvem em uma luta desesperada para salvar o lar. Alguns estão confusos, sem saber porque ou como suas esperanças foram tão amargamente frustradas. Outros sabem com tristeza que algum fracasso pessoal é o responsável por suas dificuldades. E como resultado, o divórcio vem assumindo proporções fantásticas.

    Alguém já disse: "vamos considerar o casamento como um cinto que podemos afivelar e desafivelar." Em outras palavras, se você não está satisfeito, livre-se!

    Um menino de 10 anos disse uma vez à namoradinha:

    – "Eu amo muito você. Quando crescermos quero que seja minha primeira esposa."

    Uma jovem da sociedade mudava de parceiro com tal freqüência que um colunista social sugeriu que ela ficasse sócia da loja de vestidos de noiva. E alguém observou:

    – Algumas mães antiquadas, que lembram do primeiro beijo de seu marido, têm filhas que não conseguem se lembrar do primeiro marido.

    Qual é o problema? O que está errado? O que acontece entre o altar e o processo de divórcio? Por que a realidade não é como o sonho?

    Todos os casais olham o futuro aguardando com ansiedade o dia do casamento. Parece que ele nunca chega. Mas chega. E agora são marido e mulher. Em apenas vinte minutos todos os seus planos se tornam realidade e o grande dia termina. Tudo o que resta são flores murchas, algumas migalhas do bolo do casamento e um quarto repleto de presentes. Talvez passem alguns dias em algum local especial. Mas é só isso. Na próxima segunda de manhã, voltam à realidade. E só o que eles têm é um ao outro. Tão somente um ao outro. E de repente isso passa a ser assustador.

    Durante meses eles estiveram escolhendo a prataria, a porcelana, o cristal e roupas de cama, como se o destino do planeta estivesse em jogo. Mas agora ela descobre que não se casou com a prataria. E ele não se casou com uma capa de revista. Eles se casaram um com o outro. Esse é o  problema.

    O problema do casamento não é com a instituição. O problema é com as pessoas. As pessoas é que precisam ser mudadas. Casais infelizes não desgostam do casamento. Eles desgostam um do outro. O problema é as pessoas.

    Sabe, dentro do contrato do casamento existem os fortes alicerces para o sucesso de um casamento duradouro... ou as fortes sementes das devastadoras dificuldades emocionais. O casamento pode ser uma aventura feliz acima dos seus melhores sonhos. Ou pode significar sombras que jamais irão embora; lágrimas que nunca secarão.

    O casamento pode ser bem sucedido? Sim, pode. E não há muito segredo nisso. Não seria difícil não fosse a fraqueza da natureza humana. Casamentos felizes são feitos de pequenas coisas. Coisas simples. Gentilezas fundamentais. Atenção sem egoísmo. As pequenas coisas que vêm tão naturalmente durante o namoro.

    Uma história que tenho contado ao redor do mundo é aquela de um casal que estava para comemorar bodas de ouro. Um jornal da cidade enviou um repórter para uma entrevista. Ele só encontrou o marido em casa:

    – Qual é a sua receita para um casamento feliz e duradouro? – o repórter quis saber.

    – Bem, eu lhe direi, meu jovem. Eu era órfão, e sempre tive que trabalhar muito para pagar casa e comida. Só pude olhar para uma garota quando adulto. Sara foi a primeira namorada que eu tive. E quando senti que deveria lhe propor casamento, fiquei apavorado. Mas após o casamento, seu pai me chamou de lado e me entregou um pequeno pacote. "Aqui está tudo o que precisa saber", ele disse. E isto é o que havia no pacote. Ele pegou um enorme relógio de ouro em seu bolso, abriu-o, e entregou-o ao repórter. E ali no mostrador do relógio ele podia ler todas as vezes que fosse checar as horas: "diga alguma coisa boa para Sara".

    Muito simples para funcionar? Não! Não! Não! A grande felicidade é adquirida com atitudes simples e fáceis. E ela é destruída pela  ausência delas. Sim, os casamentos são feitos de pequenas coisas. E são destruídos do mesmo modo. A ruína de um lar não tem que ser um caso dramático. Pode não haver golpes. Nem infidelidade. Apenas o constante "pingar da torneira"; a irritante "areia nos sapatos", a contínua rejeição da simples gentileza. Coisinhas que acumulam até que um dos dois diga:

    – Eu não suporto mais.

    Se você é normal, provavelmente já experimentou alguma tensão conjugal. Não poderia ser de outro modo em um relacionamento tão íntimo quanto o casamento. Porém, existem aqueles que dizem que jamais brigaram. Isso pode ser verdade. Mas talvez eles estejam dando às suas brigas um outro rótulo.

    Um marido disse:

    – Nós nunca tivemos uma briga nos trinta anos de casados. Entretanto, – ele admitiu, – nós tivemos sérias discussões a ponto de chamar a atenção dos vizinhos.

    Sim, todos os lares tem alguns problemas. Um conselheiro conjugal perguntou a um jovem casal:

    – O que vocês têm em comum?

    A esposa respondeu:

    – Uma coisa: nenhum dos dois suporta o outro.

    John Milton, o poeta mal casado, ouviu uma vez sua esposa ser comparada a uma rosa. Então ele disse:

    – Não entendo de flores, mas pode ser verdade, pois sinto os espinhos diariamente.

    A esposa de John Wesley costumava fazer-lhe caretas enquanto este pregava. Não sei o que eu faria se minha esposa fizesse isso!

    As brigas, dizem, costumam limpar o ar. E talvez o façam, às vezes. Mas as brigas deixam cicatrizes. E ferimentos feitos com palavras são mais sérios que os ferimentos físicos. Os ferimentos físicos podem curar logo. Mas os feitos por palavras talvez jamais se curem.

    A comunicação no casamento é absolutamente vital. E aqueles que tentam se comunicar em qualquer área da vida enfrentam um problema curioso. É uma rua de mão dupla. Uma esposa disse:

    – Meu marido consegue assistir TV e ouvir rádio ao mesmo tempo, acompanhando a dois jogos simultaneamente. As crianças podem chamá-lo o tempo todo e interrompê-lo. Mesmo assim ele consegue falar do andamento de ambos os jogos assim que lhe perguntarmos. Esse é o mesmo homem que senta-se a mesa para jantar sem qualquer distração e não ouve uma palavra do que eu digo.

    Muitos casamentos poderiam ser salvos se estivéssemos dispostos a ouvir e a aceitar que o outro talvez possa estar certo. É claro, faz parte da natureza humana pensar que estamos sempre do lado certo em qualquer questão ou controvérsia. Um poeta disse uma vez:

    – Eu só vejo dois pontos de vista: aquele que está errado e o meu.

    O doutor Paul Tournier, um famoso psiquiatra suíço, afirma que é uma coisa muito perigosa estar certo. Ele diz:

    – As horas mais frutíferas da vida são as da nossa humilhação, quando vemos nossos pecados e erros, e quando estamos tristes por causa deles. Mas enquanto nós mantivermos zelosamente uma rota na qual sabemos que estamos certos, estaremos imunes a tais sentimentos interiores. E não obteremos qualquer ajuda.

    O doutor Tournier diz que atende com freqüência maridos e mulheres, um de cada vez. Aquele que está errado e admite sua culpa, está humilhado e experimenta uma genuína renovação espiritual. Mas aquele que está certo se recusa a perdoar e vai embora tão amargo quanto entrou.

    Um lar onde não existe o reconhecimento de culpa, um lar onde não existe o perdão, um lar que não faz provisão para um novo começo, é um lar perto do ponto onde não há volta.

    Às vezes precisamos começar de novo, como uma caixa registradora, do zero, sem nada na fita. Isso é o que significa o perdão.

    Creio que aqui você quer que eu partilhe com você a receita das Escrituras para conviver com as pessoas no lar ou em qualquer lugar. Porque em todos os relacionamentos da vida, as pessoas é que criam os problemas. Acompanhe com cuidado cada palavra: "O amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" (I Coríntios 13:4 e 7).

    Não sei ao certo se tenho coragem de me avaliar por esta receita. E quanto a você? Você é sempre paciente e bondoso? Ou as vezes você é orgulhoso, rude, mesquinho, egoísta e vingativo? Você percebe? O amor não mantém uma lista das coisas erradas. Nem no papel, e nem na mente. Como você se classifica, segundo o que acabamos de ler? E como a sua família classifica você?

    Devíamos voltar as páginas do tempo e ouvir de novo a mensagem do dia do casamento na juventude quando o pastor pronunciou as palavras que são repetidas através dos tempos:

    – Eu apelo a ambos para que esta nova vida seja tocada pela beleza perene, nutrida pelos graciosos sonhos que fizeram brotar em seus corações durante os dias de namoro. Jamais deverão negar ou esquecer o ideal que tiveram uma vez, vocês deverão se esforçar para que ele jamais seja apagado ou diminuído pelas experiências do cotidiano. Falhas poderão surgir, as quais jaziam escondidas em uma névoa dourada; qualidades poderão esmaecer ao brilho do sol do meio-dia. Mesmo assim não mudem a sua devoção: permaneçam confiantes e esperançosos. No meio da realidade das imperfeições presentes, creiam no ideal. Vocês o viram uma vez e ele ainda existe.

    Sim, todos precisamos retornar às simples atenções dos primeiros dias de nossa afeição. Pois os casamentos duradouros, eu digo e  repito, são feitos de pequenas coisas. Pequenas cortesias, pequenos atos de bondade, pequenas palavras de apreciação.

    Por que será que temos palavras gentis para os outros durante o dia todo, mas quando entramos pela porta de nossa própria casa há uma tendência de  relaxarmos? Amamos nossa famÍlia de todo o coração. Mas ela sabe disso? Ou agimos como se já soubessem?

    Você já ouviu falar da "História do Primeiro Colonizador"? Esta  velha e tão contada história é um clássico. E contém muitos bons conselhos, mesmo para os tempos modernos, para pessoas como você e eu.

    A historia é sobre um jovem colonizador que chegou em casa uma noite, cansado, após um longo dia de trabalho.

    Por alguma razão, sem que a sua esposa soubesse, as vacas haviam fugido. E ele a culpou por isso:

    – Você não tinha mais nada para fazer – ele disse – podia pelo menos ter vigiado as vacas.

    Imediatamente ele se arrependeu do que havia dito a ela. Mas os danos tinham sido feitos. Ele se sentiu levado a pedir perdão aquela noite, mas seu orgulho o impediu.

    Na manhã seguinte ele estava com pressa e deixou a reconciliação para outra hora. Naquele dia mais tarde ele viu a tempestade chegando, e foi para casa. A casa estava vazia. Mas em  cima da mesa havia um bilhete que dizia o seguinte: "As vacas escaparam de novo. Sinto muito. Tentei mantê-las presas. Por favor seja gentil comigo quando eu voltar para casa. Fui procurar as vacas."

    Sua esposa... naquela tempestade? Ele apressou-se em procurá-la, pouco ligando para as vacas. Ela não havia percebido a gravidade da tempestade, que agora estava com toda a sua fúria. Relâmpagos rasgavam o céu. Os estrondos dos trovões eram ensurdecedores e a ventania cegava. Ele procurou desesperadamente por sua amada. A noite toda ele vasculhou as colinas e vales. E aí, com o sol da manhã, ele voltou para casa e encontrou o corpo da esposa estirado não muito longe de onde ele a havia ferido com palavras. Agora era tarde para as palavras gentis, as quais ele teria dado tudo para poder dizer.

"Se eu soubesse pela manhã,

que as palavras grosseiras

que eu disse quando você partiu

me pesariam tanto,

eu teria tido mais cuidado, querida

para não lhe fazer chorar.

Mas costumamos dizer

com palavras e olhares

coisas que jamais podemos retirar.

Embora na quietude da tarde

você possa me dar o beijo da paz,

é provável que a dor no coração

nunca passe, jamais.

Quantos saem de casa pela manhã

para nunca mais retornar;

despedaçam corações

com palavras proferidas

causam dor, causam pesar.

Oh lábios que mostram impaciência

com palavras ferinas e vãs

que destino cruel

não fosse a noite tão tarde,             

desfaria o mal da manhã."

    Margaret Sangster disse estas lindas palavras para lembrarmos sempre.

    Bem, todos nós falhamos. Mas graças a Deus, não precisamos aceitar a nós mesmos como somos. A mudança é possível para cada um de nós quando aceitamos o toque curativo do Onipotente, quando permitimos a divina presença em nossa alma.

    O que você daria por uma purificação dessas? O que tal mudança não faria em seu lar? O que tal possibilidade significaria aos seus entes queridos? Você prometeu a eles o melhor. O Céu o ajudará a dar-lhes.

Pra Sempre Vou te Amar

Letra e Música: Ray Boltz e Steve Millikan

Versão: Fernado Iglesias

Pude ouvir a primeira oração

As promessa sinceras que me fez.

Um dia então prostrou

dizendo que pecou!

Te dei a mão

e o tempo então voltou.

Como criança eu pra sempre

vou te amar!

E se calor faltar, em mim vais encontrar.

E quando a idade enfim chegar,

não deixe de lembrar:

como criança

eu pra sempre vou te amar!

Gravado por Fernando Iglesias no MMCD 5001 de "A Voz da Profecia"

ORAÇÃO

Pai Celeste, quem não tem sido culpado alguma vez, em algum lugar de ferir aqueles que mais ama? Senhor, perdoa-me e cura as feridas que tenho feito. Tu tens me mudado pelo Teu poder perdoador e transformador. Salva a minha família. Em nome de Jesus, amém

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ALÉM DA VIDA

George Vandeman

TOPO

 

Durante longas e silenciosas horas, guardas mantêm quieta e cuidadosa vigília ao lado do túmulo do soldado desconhecido. Se o soldado desconhecido pudesse falar, o que diria sobre o desconhecido? Será que de onde está, ele sabe da troca da guarda? Será que tem consciência das homenagens à sua memória através de todos esses anos? Existe algum tipo de telefone mediúnico pelo qual podemos falar com esta honrada vítima da guerra?

    Estas perguntas sempre existiram: onde estão nossos parentes mortos? Eles voltarão para nós? Existe algo melhor após o difícil dia da despedida?

    Existem várias opiniões sinceras sobre a condição de uma pessoa na morte. Alguns dizem que se uma pessoa boa morre, sua alma vai imediatamente para o Céu e se uma pessoa má morre, vai na mesma hora para o inferno. Outros dizem que isso não é inteiramente verdade; afirmam que quando a pessoa morre, passa por um lugar chamado purgatório para ser purificada. Outros insistem que ela vai para o mundo dos espíritos onde é capaz de enviar mensagens a seus entes queridos. Outras ainda nos dizem tristemente que a morte é o final de tudo. Entretanto, há muitos que crêem sinceramente que quando uma pessoa morre, ela dorme em silêncio até o dia da ressurreição.

    Nem todas essas opiniões podem estar certas, pois são contraditórias. Certamente quem não morreu, não pode saber o que existe além da sepultura, você concorda?

    Tenho investigado muitas teorias sobre a morte. Tenho visto as tentativas da teosofia de fundir as maiores religiões na expectativa de encontrar a resposta. Tenho viajado ao Oriente e sentido o fascínio do apelo de suas religiões místicas. É difícil esquecer a falta de esperança estampada no rosto das pessoas durante as cerimônias de queima de cadáveres em Calcultá e Bombaim, por exemplo. Ou a confusão e desespero entre os pranteadores que foram ensinados a dizer: "a morte não existe."

    Tenho testemunhado com grande interesse o crescimento das sessões espíritas tanto na Europa como na América durante os últimos anos, especialmente desde o aumento da angústia provocada pelas guerras globais - uma oportunidade da qual o Espiritismo tem se aproveitado totalmente. Também tenho estudado os ensinos de várias igrejas, conversado com muitas pessoas e examinado meu próprio modo de pensar. Sou forçado a concluir que esse assunto pode nos levar facilmente a pisar em campo muito perigoso. Por isso, volto sempre ao terreno mais firme que conheço: a Palavra de Deus, com suas perguntas simples e respostas lógicas.

    Uma das mais antigas perguntas da humanidade está escrita em Jó 14, versículo 14: "Morrendo o homem, porventura tornará a viver?" 

    O apóstolo Paulo, aquele gênio intelectual da fé cristã, dá a resposta de modo tão simples que ninguém pode deixar de entender: "Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E ainda mais: os que dormiram em Cristo, pereceram. Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens." I Coríntios 15:16-19.

    Note o raciocínio claro e direto que Paulo usa. Ele diz que se tivermos esperança apenas nesta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. Esta vida não é o bastante, ela não satisfaz, mesmo que seja excelente. Pense bem: se a vida se resume em construir um lar, estabelecer-se, obter sucesso material, alcançar destaque social e ir para a sepultura sem esperança no futuro, então não somos as pessoas mais infelizes? As melhores coisas da vida ficaram de fora.

    Sabe, quando Jesus esteve aqui, Ele falava com bastante freqüência sobre a casa de Seu Pai. Ele pedia que Seus seguidores olhassem para além da sepultura e da morte. Assim, numa das demonstrações mais profundas e milagrosas de todos os tempos, Ele  entregou Sua própria vida e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos. Naquele momento, o poder da morte foi quebrado. Agora, pela primeira vez na História da humanidade, brotou no peito do homem a convicção viva de que sua maior e tão acalentada esperança tinha finalmente se tornado realidade: os mortos poderiam voltar a ser vistos e amados.

    O profeta Isaías, muitos séculos antes, havia escrito: "Os teus mortos viverão, os teus mortos ressuscitarão. E a terra lançará de si os mortos." Isaías 26:19.

    "Os teus mortos viverão". Maravilhosa notícia! Isaías, olhando através dos séculos, havia declarado isto como certo. Mas Jesus foi além: Ele o demonstrou. É nesse irrefutável fato que o apóstolo Paulo apóia seu mais forte argumento voltado a trazer esperança a homens e mulheres consternados quanto ao final dos tempos. "Se os mortos não ressuscitam, então Cristo não ressuscitou."

    Você crê que Jesus ressuscitou dos mortos? Então lembre-se: a ressurreição de seus queridos é tão certa quanto a ressurreição de Cristo!

    Um dos incidentes mais fascinantes de uma geração passada nos conta a notável conversão de dois grandes homens céticos. Um era o eminente Gilbert West; o outro, lorde Lyttelton, o famoso jurista inglês. Esses dois homens combinaram que Jesus deveria ser destruído. Imagine! Mas eles também concordaram que para destruí-Lo, eram necessárias duas coisas: anular a ressurreição de Cristo e a conversão de Paulo.

    Dividiram a tarefa. West assumiu a responsabilidade pela ressurreição de Cristo e Lyttleton cuidou da experiência de Paulo na estrada de Damasco. Deram bastante tempo a si mesmos – um ano ou mais para cada um. Mas quando se reencontraram para comparar os dados, ambos haviam se tornado cristãos firmes e dedicados, testemunhando a notável mudança em suas vidas através do contato com o Cristo ressurreto.

    Se existe uma coisa que pode desestabilizar o cético, não será a discussão, por mais sadia e racional. Terá que ser o grau de convicção pessoal e tal convicção depende da realidade do compromisso com o Senhor ressurreto. Talvez alguém esteja dizendo: "Eu creio na ressurreição, mas estou confuso. O que acontece na morte?"

    Correndo o risco de ser repetitivo, quero enfatizar uma passagem básica, o texto mais simples em toda a Bíblia sobre o que acontece na morte: "E o pó volte à terra, como era, e o espírito volte a Deus, que o deu." Eclesiastes 12:7.

    Esta é uma descrição do que acontece com o homem quando morre. Mas surge naturalmente a pergunta: "Que espírito é esse que volta para Deus?" As palavras do apóstolo Tiago podem nos ajudar a entender: "Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta." Tiago 2:26.     

    O espírito, então, é que mantém o corpo vivo. Algumas Bíblias apresentam notas explicativas de textos. Nessas notas, no livro de Tiago, você descobrirá que a palavra "espírito" pode também ser traduzida como "fôlego", pois o corpo sem fôlego está morto.

    Como vê, essas duas palavras "fôlego" e "espírito" são usadas intercaladamente nas Escrituras. Por exemplo, Jó 27:3 diz: "Enquanto em mim houver alento, e o sopro de Deus no meu nariz..."

    O espírito que o homem recebe de Deus e que volta para Deus quando morre, é o fôlego que Deus colocou em suas narinas. Portanto, vamos agora para o registro da criação do homem. O que Deus colocou nas narinas do homem? "Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente." Gênesis 2:7.

    Na criação, Deus soprou nas narinas do homem o sopro da vida. Então, na morte, essa fagulha ou fôlego, ou espírito de vida, retorna a Deus que o deu, quer tenha sido ele um santo ou um pecador. É o reverso da criação. "Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra."

    O homem saiu das mãos do Criador completo. Tem um cérebro pronto para pensar, mas não está pensando; tem sangue em suas veias pronto para circular, mas não está circulando; tem um coração em seu peito pronto para bater, mas não está batendo. Ele está pronto para viver, pronto para amar, pronto para agir, mas não está vivendo, não está amando, não está agindo ainda. A Bíblia diz: "E soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem passou a ser alma vivente." 

    A partir desse momento, o homem passou a ter uma identidade, uma personalidade, um caráter. O homem se tornou alma vivente como resultado da união do corpo com o sopro da vida. Assim, quando o homem morre, de acordo com Eclesiastes 12:7, o pó retorna à terra como era, e o espírito da vida, ou o fôlego da vida, ou a fagulha da vida, quer o homem tenha sido um santo ou um pecador, retorna a Deus que o deu. A identidade não é perdida; o caráter é preservado. A personalidade está segura nas mãos de Deus. Mas o homem não está mais consciente porque a união do corpo e do fôlego que dá a vida e a mantém, foi quebrada. Em outras palavras, se a união do pó da terra e do sopro da vida dá ao homem uma alma vivente, o que acontece com essa alma quando esses dois elementos são separados com a morte? Bem, qualquer um pode ver que o homem simplesmente cessa de ser uma alma vivente até que o Doador da vida reúna os dois na manhã da ressurreição.

    Suponha que temos uma pilha de tábuas e um monte de pregos. Então pegamos essas tábuas e as pregamos juntas. Já não temos mais uma pilha de tábuas e um monte de pregos, temos agora uma caixa. De onde veio a caixa? "Ah", você dirá, "não veio de parte alguma. É simplesmente a união da pilha de tábuas e do monte de pregos." E você está certo.

    Vamos supor agora que não queremos mais a caixa, assim arrancamos os pregos e os colocamos deste lado e colocamos as tábuas aqui atrás. Para onde foi a caixa? Você dirá: "não foi a lugar nenhum. Ela simplesmente deixou de existir como caixa." E você está certo de novo. As tábuas ainda existem; os pregos ainda existem. Mas não pode haver a caixa até que eles sejam unidos novamente.

    Deste modo, no princípio, Deus formou o homem de duas coisas: do pó da terra e do fôlego da vida. Como resultado da união dos dois, o homem se tornou uma alma que vive, ama e age. Quando ele morre, as Escrituras dizem que eles se separam. A alma que vive, ama e age – a combinação do corpo e do fôlego – não vai a parte alguma, não vai para nenhum lugar. Ela simplesmente perde a consciência até a manhã da ressurreição quando o corpo e o fôlego são unidos novamente.

    Como vê, a Bíblia não apresenta a existência do homem entre a morte e a ressurreição. Ela afirma que ele está dormindo. Isso é bíblico, puro e simples. Evidentemente, por mais surpreendente que possa parecer para alguns, não temos a recompensa ao morrer. Sem dúvida, a morte é apenas uma cessação da vida até ser restaurada na ressurreição.

    Você crê que haverá uma ressurreição no último dia? Esse tem sido um dos pilares da fé cristã há séculos e em toda a Escritura é mostrada como a única esperança para o futuro.

    Mas por que precisaríamos de ressurreição no último dia se, como alguns acreditam, já fomos para o lugar de nossa recompensa ou punição ao morrermos? Se estivéssemos desfrutando a felicidade do lar dos salvos ou a punição no inferno, Deus nos devolveria para a sepultura para que pudéssemos ser levantados na ressurreição? Você já pensou nisso? Tem algo errado aqui e eu temo que esta inconsistência, que entrou na igreja cristã há séculos, tenha feito com que incontáveis homens e mulheres tenham perdido a confiança na igreja.

    Outra pergunta: você crê no julgamento no último dia? As Escrituras dizem: "Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo..." Atos 17:31

    Mas por que essas pessoas precisariam de um julgamento se já foram recompensadas ao morrer? Elas já não foram julgadas? Cremos que Jesus voltará à Terra, e que a finalidade de Sua vinda é receber o Seu povo. Ele disse: "... virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também." João 14:3.

    Diga-me, você faria uma viagem para buscar seus entes queridos se  os tivesse consigo? Claro que não. Por que então Jesus precisaria voltar e chamar Seus filhos das sepulturas se já estão com Ele? Segundo as Escrituras, a morte não significa ir para o Céu; a morte não significa ir para o inferno. A morte não significa ir para o purgatório; a morte não significa ir para lugar nenhum. A morte significa simplesmente a cessação da vida até a ressurreição.

    Onde, então, está o soldado desconhecido? De acordo com as Escrituras, ele está apenas dormindo dentro de seu túmulo vigiado, inconsciente das homenagens feitas a ele; esperando quietinho a ressurreição.

    Jesus chamou a morte de sono. Ele disse: "... Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono." João 11:11.

    Seus discípulos não entenderam muito bem. Eles sabiam que Lázaro estava doente e acharam que seria melhor deixá-lo dormir. Note os versículos 12 a 14: "Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Jesus, porém, falara com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono. Então Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu."

    As irmãs de Lázaro pensavam que Jesus tinha chegado tarde demais. Mas Ele, ficando ao lado do túmulo, gritou: "Lázaro, sai para fora!" E Lázaro levantou-se.

    Alguém sugeriu que foi bom Jesus especificar que estava falando apenas com Lázaro; do contrário, todos os túmulos no mundo teriam se aberto!

    Lázaro veio para fora. Tinha ele alguma história para contar de seus quatro dias além-túmulo? Jesus o chamou de volta das alegrias de uma vida melhor para voltar à existência neste planeta triste? Não. Jesus simplesmente o chamou do sono, um sono que só pode ser interrompido pelo Doador da vida.

    Mais de 50 vezes a Bíblia menciona a morte como um sono. Existe alguma coisa mais maravilhosa do que um sono tranqüilo e sem pesadelos? Todos os tumultos, preocupações e dores de cabeça são  esquecidos; não há dor, nem lágrimas. Quando dormimos, não temos a sensação do passar do tempo. Mesmo assim, o cristão que morre, em um instante fecha os olhos no sono da morte e para ele parece que no próximo segundo ele acorda na ressurreição para o gozo da eternidade. Vai parecer um rápido cochilo, embora possa ter ficado no túmulo por muitos anos.

    O jeito de Deus é o melhor, não é? Pois Ele retira o peso da morte. Pense nisso. O cristão pode fechar os olhos no sono da morte durante cem anos talvez; entretanto, para ele parecerá o mesmo instante quando abrir os olhos e ver Jesus. Em poucos momentos poderá olhar o rosto do Salvador. Existe sofrimento nisso?

    Quando um cristão morre, ele sabe que na manhã da ressurreição sua vida não será apenas restaurada, mas ele receberá vida imortal.

    "Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos Céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre as nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor."  I Tessalonicenses 4:16,17.

    Pode haver notícia melhor ou conforto maior? Visualize o Filho de Deus rasgando os Céus, descendo através do caminho estrelado, acompanhado por miríades de anjos. E então Ele brada com voz de trovão: "Acordai, vós que dormis no pó da terra. Levantai para a vida eterna." Efésios 5:14

    E aquela voz chamando nossos parentes mortos será ouvida no mundo inteiro. Famílias serão reunidas; crianças levadas pela morte serão recolocadas nos braços das mães. Que reunião feliz será!

    O que isto significa para nós? Significa que existe algo melhor além da vida. Pense no que significará aquele dia para os aleijados, cegos, enfraquecidos por doenças e para as mentes confusas pelo medo. Pense no que significará ter os corpos sadios e fortes para aqueles que amam a vida e querem viver.

    A morte pode até parecer bem-vinda para um corpo destruído pela doença e pela dor. Mas para os fortes e jovens, a morte pode significar apenas esperanças desfeitas, desilusões e ambições esmagadas. Mas aqui está a resposta ao ferrão da morte. Não nas descobertas da ciência, não na exploração do espaço, não em obras que o homem possa fazer, mas na promessa da ressurreição feita por Aquele que demonstrou pessoalmente tal possibilidade. Esta é a nossa esperança

Além do Rio

Letra e Música: Jader D. Santos  

Tenho já sonhado com aquelas moradas,

que olho algum aqui não viu e nunca verá.

Tem beleza incapaz de ser comparada,

pois a glória do Senhor presente está.

Muito mais bonito que o sol no poente,

ou a gota d'água em prisma como cristal.

É o encontro de irmãos de fé redimidos,

compensou viver, lutar, vencer afinal.

Além do rio existe um lugar p'ra mim,

além do rio existe paz.

Além do rio a vida não terá mais fim,

com meu Jesus irei morar.

Gravado por "Arautos do Rei"no MMLP nº 4702 de "A Voz da Profecia"

Oração

Senhor meu Deus e Pai, Te agradeço pelas notícias tão encorajadoras sobre o meu futuro. Ajuda-me a ajustar o meu despertador para a primeira ressureição dos justos. Que o Salvador, ao reunir os seus fiéis, possa me levar contigo naquele alegre dia final. Senhor, que eu possa definitivamente tomar uma decisão ao lado do Teu Filho, garantindo assim a vida eterna num mundo melhor. Em nome de Jesus eu lhe peço. Amém.

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DESATANDO O NÓ

George Vandeman

TOPO

 

Poucos assuntos provocam mais debate acalorado entre os cristãos do que o problema do divórcio e do novo casamento. Muitos de nós parecemos ter opiniões apaixonadas sobre o que é certo e errado, o que é bíblico ou anti bíblico.

    – Mas quem sabe "incompatibilidade" não seja uma boa pauta. Pode significar tantas coisas diferentes para diferentes pessoas. É como ter...

    – Está bem, mas e quanto ao homem que abusa de sua esposa constantemente? Bem, o que ela deve fazer?

    – Boa pergunta.

    – As Escrituras nos dão apenas um motivo para o divórcio entre cristãos, e é o adultério.

    – E o abuso verbal pode ser igualmente ruim.

    – Então voltamos à questão da incompatibilidade, a incapacidade de se entender, certo?

    – Não, eu acho que temos que examinar os graves problemas morais por um prisma diferente.

    – Não é o princípio básico... sofrimento? O que podemos fazer para prevenir muito do sofrimento entre duas pessoas?

    – Eu creio que o princípio básico é ser fiel aos princípios da Bíblia.

    – E um desses princípios é o perdão e a cura.

    Só falar sobre divórcio e novo casamento deixa as pessoas atadas em nós. Este é um assunto extremamente emocional. Um assunto que pode criar muitas questões complicadas e problemas

desconcertantes. O fim de um casamento raramente é uma questão simples. Duas vidas tão intimamente ligadas não se separam sem traumas. Ao romper, deixam muitas farpas. E muitas vezes parece não existir respostas satisfatórias. Para um casal, cujo casamento está se desfazendo, todas as opções parecem ser indesejáveis. A vida parece ser apenas um amontoado de péssimas escolhas.

    Pedi ao nosso Deus para nos ajudar a desatar alguns dos intrincados problemas relacionados ao divórcio e ao novo casamento. Não tenho todas as respostas para cada situação. Mas creio que a Bíblia nos dá alguns princípios importantes, princípios que podem nos ajudar a encontrar um modo mais simples para escolher entre o amontoado de dolorosas opções.

    Examinaremos três casos envolvendo divórcio e novo casamento e tentaremos aplicar as palavras das Escrituras para cada um deles. Embora não iremos, é claro, mostrar a verdadeira identidade dos envolvidos, estas três histórias são verídicas.

    Começaremos com um perturbado jovem chamado Haroldo:

    – Eu tenho 33 anos. Estou casado há nove anos. As coisas não estão indo nada bem. Vanda e eu estamos sempre discutindo. De fato, está ficando tão ruim, que estamos morando em quartos separados em nossa casa. Aceitei Jesus há um ano e meio. Minha esposa aceitou há quase sete anos. Nós nos consideramos cristãos, mas somos muito falhos; nós temos muitas fraquezas humanas. Eu me altero facilmente. Tenho orado por uma solução melhor mas, no momento, o divórcio parece a única saída. Nós temos vivido assim, em quartos separados em nossa casa, há três anos. Eu não suporto mais isto.

    O que você diria a um homem como Haroldo? Quais são suas opções? O divórcio é a única solução?

    Vamos voltar por um momento e examinar o casamento em geral aos olhos de Deus. A primeira coisa que  vemos nas Escrituras é que o casamento foi criado por Deus. No jardim do Éden, Ele fez com que Adão e Eva se unissem e se tornassem uma só carne.

    Jesus, ao comentar esta união de marido e mulher, explicou: "De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem." (Mateus 19:6)

    Como vê, o casamento é mais que uma simples escolha humana. Após escolhermos nosso par, Deus nos pede para tratá-lo como um pacto divino. Não é uma conveniência; é um pacto. E não estamos livres para romper esse pacto quando ele se torna inconveniente. Não podemos arbitrariamente romper uma união feita por Deus. Assim, quando essa união começa a desmoronar, o que devemos fazer?

    Creio que nosso primeiro dever está baseado em algo que Deus fez por nós. Paulo está falando de como Cristo pode tornar todas as coisas novas para os cristãos, e aí ele acrescenta: "Ora, tudo provêm de Deus que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação." (II Coríntios 5:18)

    Portanto, Deus nos reconciliou consigo mesmo. E Ele tem rompido tudo que nos separa dEle. Ele fez um caminho reto através do emaranhado de nossos problemas com o pecado. E Deus nos tem pedido que façamos algo similar. Ele nos dá o "ministério da reconciliação", o ministério de romper barreiras, superar animosidades, de unir todas as coisas em Cristo. Certamente então, esse ministério se estende ao nosso cônjuge. Deus nos pede para nos entregarmos à reconciliação.

    Agora, voltando ao caso do Haroldo. Ele e Vanda obviamente têm permitido que seu relacionamento se deteriore. A comunicação cessou por completo. Eles entraram em caminhos separados e parece não haver saída. O que eles devem fazer é levar a sério o potencial de Deus para a reconciliação. Ambos são cristãos. Ambos têm acesso similar às maravilhosas promessas e fontes. Eles têm a oração. Eles têm a palavra criativa de Deus. Eles têm acesso ao poder do Espírito Santo. É uma tragédia se tais fontes não forem usadas para reaproximar marido e mulher. Este portanto, eu creio, é o ponto principal para Haroldo e Vanda. Deus é capaz de salvar qualquer casamento. Se ambos os cônjuges quiserem, Deus pode superar qualquer obstáculo. Assim, eu sugiro isto a um casal cujo casamento esteja se desmoronando: dê os passos para mostrar que você está interessado na reconciliação. Isso deverá envolver um programa de aconselhamento, é claro, e um tempo regular juntos em oração e estudo bíblico.

    O que quer que faça, lembre-se: se duas pessoas estiverem realmente dispostas, Deus pode salvar qualquer casamento.

    Agora estamos prontos para passar para o próximo caso. É um caso triste de uma mulher chamada Nanci:

    – Preciso de ajuda. Meu casamento está no abismo. Meu marido é pastor, mas receio que ele não seja tudo o que professa ser. Ele é cruel comigo e com as crianças. Tenho seis filhos, quatro do casamento anterior. Meu marido... bate em mim. Ele bateu em mim mesmo quando eu estava grávida de nossos filhos. Todas as semanas ele prega e as pessoas o respeitam, mas em casa ele é um monstro. Sinto-me cercada. Uma vez quando eu lhe disse que ia deixá-lo, ele disse que me mataria se o fizesse. Assim, às vezes penso que seria melhor eu me matar porque estou presa e não existe uma saída. 

    Tragicamente, Nanci não é a única nesse dilema. Infelizmente existem muitas outras mulheres presas em casamentos com homens abusadores. E existem também mulheres presas em casamentos com homens que continuamente cometem adultério. E com freqüência desenvolve-se um padrão. O marido bate em sua esposa ou comete adultério, aí ele sente remorso e pede perdão. A esposa o perdoa. Mas ele volta a ter o mesmo comportamento. E esse padrão pode continuar durante anos enquanto a esposa é despedaçada e as crianças ficam com marcas para sempre. Portanto o que Nanci deve fazer? Aqui temos um caso onde um cônjuge está destruindo o relacionamento. Não temos duas pessoas desejosas de fazer o  casamento dar certo. Poderá o princípio de reconciliação de Deus ainda funcionar?

    Vamos examinar um plano de ação que Jesus esboçou. Observe como esse texto deixa tudo bastante claro. Geralmente essa passagem é aplicada aos conflitos entre os membros da igreja. Mas acho que pode ser valioso para lidar com o problema de Nanci: "Se teu irmão pecar contra ti, vai argüi-lo entre ti e ele só. Se te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio ou publicano." (Mateus 18:15-17)

    Aqui temos três passos sugeridos para solução de problemas morais.

    Primeiro: apurar a verdade individualmente. A esposa deve dizer ao marido claramente que o que ele está fazendo é errado e não pode ser tolerado pela família. Ele deve entrar para algum programa de tratamento ou aconselhamento. Agora, no caso de Nanci, ela deve, da forma que lhe for mais conveniente, buscar proteção longe dos espancamentos do marido. E se seu marido continuar fazendo ameaças, ela deve procurar a delegacia da mulher. Mas o que quer que seja feito, o marido tem que saber claramente que o padrão de abuso ou adultério não pode continuar. Pedido de desculpa não resolve. Ele tem que fazer um tratamento longo. Se o marido concordar, ótimo. O plano de Deus de reconciliação pode ainda ser possível. Se não for, a esposa deverá seguir para o passo dois que envolve "duas ou três testemunhas."

    Nanci, por exemplo, precisa desesperadamente de apoio. Ela precisa encontrar um pastor ou conselheiro que entenda sua situação. Ela precisa de amigos que fiquem do seu lado. E com esse grupo de apoio por trás dela, ela pode confrontar de novo seu marido. Essas "testemunhas" que Jesus mencionou não são apenas para se juntar sobre o marido impenitente e condená-lo completamente. Não. Elas devem ir falar com o homem para ajudá-lo a ver a gravidade do seu problema e convidá-lo para que se arrependa. A presença delas tornará mais difícil para ele ignorar um pecado que esteve escondido por tanto tempo. Muitas esposas bem intencionadas relutam, entretanto, em dar esse passo. Uma mulher detesta envergonhar o seu marido, especialmente se ele ocupa uma posição de destaque. Mas ouça, é muito pior que esse homem continue seu padrão pessoal de pecado. Pode ser muito tarde quando tudo vier à tona publicamente. Seu destino eterno pode estar em jogo nessa tão importante confrontação.

    Muito bem. Muitos maridos responderão ao apelo do grupo de apoio da esposa. Esse homem se dedica a um programa de reforma e o plano de Deus de reconciliação, novamente, se torna possível. Mas, se o marido ainda permanecer impenitente, resta uma última opção. Jesus aconselhou, "diga à igreja." Agora isso, eu creio, não implica necessariamente num anúncio público. Está mais relacionado a um ato formal de disciplina. O marido rejeitou o apelo de "duas ou três testemunhas", mas ele pode atender ao apelo formal dos, digamos, anciãos da igreja. A igreja pode dizer a ele que como ministro e membro do corpo de Cristo, seu padrão de abuso ou adultério não pode continuar. Assim, mais uma vez, uma oportunidade de arrependimento e reconciliação é aberta. O marido pode ver a luz finalmente. Mas, se ele recusar, entretanto, as conseqüências são sérias. O homem se torna, de fato, como as Escrituras dizem, um publicano para sua esposa, e o plano de Deus de reconciliação não pode ocorrer. Eu creio que, em tal caso, as palavras de Cristo sobre "infidelidade" como motivo para divórcio se aplicam. E usamos o caso de Nanci como exemplo do marido como a parte culpada. Mas é claro, poderia ser a esposa também. Jesus falou de uma esposa adúltera. Ele diz: "Eu, porém, vos digo: quem repudiar a sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra, comete adultério." (Mateus 19:9)

    Neste versículo, Jesus mostra que a única razão para um cônjuge divorciar-se legitimamente e casar de novo é a "infidelidade conjugal". Mas lembre-se que isso é algo permitido, não ordenado. Não somos obrigados a buscar o divórcio tão logo nosso cônjuge se torne adúltero ou abusador. A reconciliação ainda é plano de Deus. E Jesus nos deu um curso de ação de três passos para nos ajudar a atingir esse alvo. Mas, se o cônjuge permanecer impenitente então o divórcio é uma opção legítima. Agora estamos prontos para o terceiro e último caso.

    Sandra tem um dilema com relação ao novo casamento.

    – Passei muitos anos longe de Deus, especialmente porque eu O culpava pela morte de meus pais. Eu fui casada, divorciada e recentemente me casei de novo. Agora, encontrei a Cristo e quero realmente dedicar a minha vida a Ele. Lamento muito que eu tenha falhado em cumprir os votos que fiz a Deus em meu primeiro casamento. Recentemente, uma amiga cristã me disse que eu devia me reconciliar com meu ex-marido ou então viver sozinha. Ela disse que Deus me considera casada com meu primeiro marido, porque ninguém pode separar o que Deus uniu. Ela crê que estou vivendo em adultério agora porque me casei de novo. Isso me incomoda muito. Terei que deixar meu segundo marido para evitar viver em pecado?

    Ora, Sandra levanta uma importante questão sobre o novo casamento. Esse assunto pode ficar particularmente embaraçado à medida que mais relacionamentos e mais pessoas entram em cena. Mas vamos tentar desatar alguns desses nós. Aqui estão alguns princípios bíblicos que irão ajudar.

    Primeiro, a prioridade de Deus é a reconciliação. Onde um casamento terminou errado, é nosso dever buscar a reconciliação. Devemos fazer o possível para curar as feridas, resolver os conflitos e, se possível, unir de novo em matrimônio. Mas e se a reconciliação não for possível? E se outras obrigações entrarem em cena, tal como o novo casamento de Sandra? Deve o futuro inteiro de uma pessoa permanecer refém de um erro do passado?

    Aqui entra um outro princípio. Está relacionado com o tipo de perdão de Deus. O profeta Miquéias apresenta a promessa do perdão divino a Israel, ele descreve um Deus que: "...lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar." (Miquéias 7:19)

    Sim, quando Deus perdoa, Ele lança o pecado fora para sempre, por completo. Os pecados que são vermelhos como a escarlate tornam-se brancos como a neve. O perdão de Deus envolve libertação do passado. Ouça a maravilhosa promessa de Paulo. É um clássico: "...se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." (II Coríntios 5:17)

    Deus não nos quer como reféns do passado. Ele quer nos dar novos começos em Cristo. Assim, se a reconciliação for possível, busque-a de todos os meios. Mas se não for, então vá em frente, confiante que o perdão de Deus cuidou do seu passado.

    Sabe, com freqüência, cristãos estão dispostos a perdoar e esquecer tudo, menos o divórcio. Ficamos falando sobre a "parte culpada" em um divórcio muito depois de essa pessoa ter se arrependido e ter sido perdoada. Isso não é certo. Isso não é bíblico. Seria bom se lembrássemos da experiência de Davi e Bate-Seba.

    É uma história trágica. Seu relacionamento começou como um caso de adultério e culminou com o assassinato do marido de Bate-Seba. Não posso imaginar um início pior para um casamento, e você? Não conheço duas pessoas que mereceram mais passar sua vida sozinhos com remorso pelo que fizeram. Todavia, de modo incrível, Deus permitiu que Davi e Bate-Seba se casassem. Por quê? Por causa de seu arrependimento genuíno. Só por isso. Temos um registro eloqüente de Davi buscando o perdão no salmo 51. Leia-o repetidas vezes, não apenas memorizando mas sabendo-o de cor. Deus concedeu àquele adúltero o perdão. E quando Deus perdoa, Ele não o faz pela metade; Ele lança o pecado no fundo do mar. A reconciliação com o ex-cônjuge, é claro, não era mais possível. Davi e Bate-Seba tiveram um novo começo. Eles o mereciam? Não. Eles tinham uma ficha limpa para construí-lo? Não. Eles tiveram apenas o perdão de Deus. Mas foi o bastante. Alegro-me que nosso Deus perdoa por completo, você não? Sou tão grato por Ele não me ter tratado como eu mereço. Eu O louvo por sua "nova criação em Cristo."

    Vamos lembrar sempre que nosso Senhor é de igual modo um Deus de reconciliação e de perdão. Estes dois princípios ajudarão a desatar muitos nós existentes no divórcio e no novo casamento.

    Coloque a sua fé na capacidade de Deus em reconciliar até o mais alienado. E deposite sua fé em Sua habilidade de esquecer o passado totalmente e para sempre.

QUE AMOR É ESSE?

Letra: Mario Jorge

Música e arranjo: Jader Santos

 

Que amor é esse que do nada me criou,

soprou me mim o espírito e assim me fez viver?

Que amor é esse que ao meu lado sempre andou

por onde quer que eu fosse ajudando-me a vencer?

Que amor é esse que um dia me salvou

no meio dos meus erros e estendeu-me a sua mão?

Que amor é esse que esqueceu o mau que eu fiz,

em toda minha vida e me deu o seu perdão?

Oh, sim eu sei que amor é esse e vou dizer

a quem quiser ouvir, levanto minha voz aos Céus.

O amor maior que nunca hei de compreender,

o amor que tudo pode é o amor de Deus

Gravado por "Arautos do Rei" no MMLP nº 4702 de "A Voz da Profecia"

Oração

Pai, obrigado por me dar claras orientações em Sua Palavra. Obrigado por Seu poder para reconciliar e por Sua ansiedade em perdoar. Quero buscar a Sua vontade completamente em todos os meus relacionamentos. Em nome de Jesus, amém.

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CRIANDO SOZINHO OS FILHOS

George Vandeman

TOPO

 

    Em mais de sete milhões de lares, uma mãe ou um pai está lutando para criar seus filhos sozinho. Como é ser pai e mãe ao mesmo tempo?

    Ouvimos o seguinte de pessoas que vivem essa dura realidade: "Não creio que as pessoas entendam realmente a pressão. Tenho que trabalhar tempo integral, é claro, para atender a tudo. Tenho que cuidar de todas as contas, todos os problemas sozinha. E tenho que ser mãe e pai para as crianças. As vezes é demais para mim." "Não consigo mais atingir as crianças. Elas parecem tristes o tempo todo. Talvez elas se culpem pelo nosso rompimento. Eu tento explicar, mas elas não aceitam. Eu gostaria que elas entendessem que preciso delas do mesmo tanto que elas precisam de mim." "Sei que as crianças estão passando por uma fase difícil e quero aliviar isso tudo para elas. Entretanto, elas se aproveitam disso. É como se eu perdesse o controle. O que é que devo fazer? Eu mal tenho forças para suportar meu próprio sofrimento!"

    Essas pessoas refletem a angústia de um enorme segmento da sociedade hoje: os pais sozinhos, separados pelo divórcio ou pela viuvez.

    Os pais que ficam sozinhos têm que enfrentar problemas e desafios muito especiais. Eles carregam fardos que são muito difíceis para as outras pessoas entenderem. Eles se sentem isolados daqueles que são alegremente nutridos por um círculo familiar completo.

    Queremos romper esse  isolamento. Eu creio que existe ajuda para um pai sozinho. Existem modos de tornar essa luta solitária uma conquista mais gratificante.

    Gostaria simplesmente de compartilhar com esses pais sozinhos maneiras para que eles consigam ser uma família completa em um mundo esfacelado. É preciso apenas aprender alguns princípios importantes baseados nas descobertas feitas por pessoas com tais experiências. Então será possível solucionar o problema do pai sozinho, sem ser esmagado pelo desafio.

    Para nos ajudar a entender como construir uma família saudável, usaremos a analogia da construção de uma casa. Primeiro o alicerce, depois a estrutura e então as paredes.

    Começaremos examinando o alicerce: nossa filosofia de vida, nossas crenças, nossos valores. Isso é o que devemos construir. Na viuvez ou no divórcio, quando você está lutando como pai sozinho, esse alicerce pode ser abalado. Você pode achar que Deus o abandonou. Você pode se sentir traído e abandonado. Se ocorreu o divórcio, você pode estar lutando através de um campo minado de culpa e angústia. E todas essas coisas podem o afastar do alicerce da fé.

    Pais sozinhos, especialmente mães sozinhas, são muitas vezes lançados em situações desesperadoras. A segurança financeira freqüentemente desaparece. Lares são muitas vezes destruídos. Família e amigos se acabam. Surgem os problemas legais e, com freqüência, até a igreja falha em dar apoio suficiente aos pais sozinhos, que tanto precisam. Assim, eles procuram ajuda em outro lugar.

    Muitas das decisões que os pais sozinhos tomam, giram em torno de obter maior segurança e ganhar mais dinheiro. Isso é compreensível levando-se em conta que há uma família para sustentar. Mas infelizmente essa parte – a segurança financeira – pode se tornar o valor dominante na vida. Esse é um alicerce muito fraco sobre o qual muitos constroem o lar. As pessoas começam a fazer concessões, as crianças são negligenciadas.

    Outros pais sozinhos procuram rapidamente um par em potencial como solução para todos os seus problemas. Isso, muitas vezes, se torna uma busca desesperada; e concessões são feitas novamente, concessões essas que afetam profundamente as crianças. Pais sozinhos precisam de um alicerce sólido para se apoiar. Dinheiro e companhia nunca trouxeram felicidade antes e não vão trazer agora.

    Precisamos de mais. Precisamos desesperadamente nos agarrar aos valores que a Bíblia ensina. Precisamos desesperadamente da filosofia de vida de Jesus. Isso pode significar muito para o lar de um pai sozinho.

    Sabe, as crenças das crianças já foram abaladas; promessas foram quebradas. Elas terão que enfrentar um mundo com mudanças constantes de valores. Como elas precisam de raízes sólidas! Raízes que só um pai pode dar.

    Portanto, a primeira coisa que os pais separados devem fazer é mostrar que a principal prioridade da criança é Deus e Sua palavra e não dinheiro ou outra pessoa. Uma criança alimentada com valores bíblicos terá um bom alicerce sobre o qual construir.

    Observe a instrução que o povo de Deus encontra logo no início da Bíblia: "Guardem sempre no coração as leis que eu lhes estou dando hoje e não deixem de ensiná-las aos seus filhos. Repitam essas leis em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se levantarem." (Deuteronômio 6:6 e 7)

    Que belo quadro a ser vivido pela família! Amigo, é vital que o pai sozinho separe um tempo regular para o culto da família com as crianças. Isto deve ser uma prioridade. Por favor não deixe sua agenda cheia colocar de lado sua vida devocional.

    Não deixar que nada interfira em seu tempo regular de culto juntos é o melhor modo de mostrar a nossos filhos o que mais prezamos, percebe? E tente fazer do culto um momento muito especial, um momento de partilhar os fatos importantes do dia, um momento para orar pelos problemas e alegrias de seus filhos, um momento para histórias que eles sempre se lembrarão. O culto familiar não tem que ser uma rotina monótona, pode se tornar o ponto alto de seu dia.

    Existe uma mãe sozinha nas Escrituras que eu muito admiro. Você pode não ter pensado nela como uma mãe sozinha, mas ela é. Seu nome é Noemi. Você a encontrará no livro de Rute. Ela era uma viúva cuidando de suas duas noras viúvas: Rute e Orfa.

    Bem, por causa de uma grande fome esse fragmento de família se viu obrigado a viajar de Moabe para Judá. Noemi, entretanto, percebeu de repente que suas noras tinham bem pouca chance de encontrar marido em Judá. Seria melhor para elas irem para Moabe, sua terra natal. Assim, ela pediu que voltassem, liberando-as de qualquer obrigação de cuidados para ela em sua velhice. Mas Rute ficou com Noemi. Ela não queria retornar para a segurança de Moabe. E essa jovem faz esta promessa memorável: "...onde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares à noite ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus." (Rute 1:16)

    Que extraordinários laços de amor esta promessa revela! Rute estava pronta a desistir do que parecia ser sua única chance de ter uma família, em favor de sua sogra. O laço entre elas era tão forte que Rute estava pronta e até ansiosa para aceitar o Deus de Noemi como o seu Deus. Através de Noemi, o Deus hebreu tornou-se bem real para aquela jovem.

    É nosso privilégio tornar nosso Deus real dessa mesma maneira para os nossos filhos. E ao fazermos isso, criamos laços que não podem ser quebrados. Construímos um alicerce forte para o nosso lar.

    Mas agora, vamos passar do alicerce para a estrutura da casa. A estrutura descansa sobre o alicerce, o qual mantém a casa em pé. Creio que construir a auto-estima de nossos filhos é a estrutura essencial para manter o lar unido. O divórcio e a morte de um cônjuge podem causar danos ao senso de auto-estima em muitos sentidos. As crianças as vezes culpam a si mesmas por um problema, uma tragédia, que esteja além de sua compreensão. Elas podem levar o peso da culpa por toda a sua vida, a respeito de algo que aconteceu com seus pais quando elas eram pequenas. É muito importante que mostremos a nossos filhos que eles são uma parte querida da família, não apenas mais um problema em um mundo de cabeça para baixo. Criar filhos não é fácil, mas não devemos nunca fazê-los sentir que seu mau comportamento contribuiu para o rompimento da família.

    Outra coisa a evitar a todo custo é usar seus filhos para se vingar do ex-cônjuge. Nosso ex pode ter nos tratado bastante mal; podemos estar nos sentindo amargurados e abandonados. Mesmo assim não temos o direito de arrasar aquela pessoa na frente de nossos filhos. Um marido e uma mulher podem desfazer seu casamento, eles podem seguir em direções opostas, e tentar deixar a dor para trás. Mas as crianças não podem. Elas não podem se divorciar de um dos pais e ficar com o outro. Elas serão sempre carne e sangue das duas pessoas. E elas precisarão sempre saber e sentir que essas duas pessoas as amam. Assim, quando criticamos nosso ex-cônjuge para nossos filhos, nós os colocamos numa situação terrível. Eles precisam ser leais tanto para a mãe como para o pai, mas a mãe e o pai se odeiam. Para agradar a mãe, eles têm que concordar que o pai é horrível, e para agradar ao pai eles têm que concordar que a mãe é relaxada.

    Os filhos nessa situação, meu amigo, sofrem muito e as cicatrizes ficam com eles por muito, muito tempo.

    Por favor lembre-se disso: uma criança não pode se sentir bem consigo mesma, se ela não se sentir bem com ambos os pais. Assim, tente concentrar-se no positivo. Você pode discordar em muitas coisas com seu ex-cônjuge, mas não se firme nessas diferenças. Simplesmente compartilhe seus próprios valores positivos.

    Bem, outra coisa que pode ferir a auto-estima de nossas crianças é expectativa em excesso. Não imponha responsabilidades demais sobre as crianças. Muitas vezes quando um pai deixa a família, a mãe quer que o filho assuma o lugar do pai. Ou um pai sozinho vai procurar na filha um apoio similar. Desse modo, os filhos são forçados a entrar muito rápido na idade adulta.

    Após o trauma do divórcio, nossas crianças necessitam se tornar mais dependentes, e não menos. Muitas vezes os mais jovens revertem aos hábitos anteriores. Crianças de oito anos podem voltar a molhar a cama. As de cinco anos podem querer usar mamadeira ou começar a chupar os dedos. Elas estão procurando um meio ambiente mais seguro, e temos que ajudá-las a encontrá-lo. Deixe-as crescer nesse estágio em sua própria velocidade. Deixe-as saber que você as aceita e entende tal atitude. Dê a elas o que mais precisam. Dê às crianças amor e atenção de forma especial.

    Reconheçamos, a auto-estima de nossas crianças está diretamente relacionada com o quanto de nossa vida nós lhes damos. E nisso todos nós falhamos muito. Não existe um substituto para o tempo gasto juntos. Muitas vezes um pai está emocionalmente esgotado após o divórcio, separação ou viuvez. Ele faz de tudo para atender às necessidades dos filhos. Isso é compreensível, mas é bem difícil para uma criança entender. Elas precisam de encorajamento da pessoa que mais significa para elas. Elas precisam daquela estrutura segura ao redor delas, um senso de valorização. E podemos construir essa estrutura, mesmo nos momentos ruins, se estivermos construindo sobre o bom alicerce: Deus e Sua palavra.

    Nosso Pai celeste quer derramar seu amor e graça em cada um de nós todos os dias. Podemos receber esses recursos através da Sua palavra, e através da oração.

    Você sente que não tem mais nada para dar? Passe algum tempo examinando os grandes dons de Deus nas Escrituras. Você sente todas as suas energias chegando ao fim? Passe algum tempo louvando a Deus por Seus grandiosos atos de poder. O encorajamento que receberá dEle você poderá passar às crianças. Você é o espelho no qual o seu filho se vê. Cuide para que ele veja boas coisas. Porque o seu filho é o seu fã número um. Jamais esqueça disso. Deixe que ele o admire.

    Lembra-se do presente especial que o patriarca Jacó deu a José, o filho de sua velhice? Foi uma túnica de muitas cores. Aquela demonstração do amor de Jacó cobriu mais que o corpo de José, ela o protegeu durante os dias difíceis que ele passou após ser vendido como escravo e continuou com ele durante seus dias de solidão e tristeza na prisão egípcia. José sabia que ele era especial, um filho amado. E isso, sem dúvida, o ajudou a levantar-se e a tornar-se o braço direito de Faraó. Vamos dar aos nossos filhos uma túnica de muitas cores, ou seja, a grande certeza de que eles são amados. Dentro dessa estrutura eles podem crescer com segurança, mesmo nos momentos ruins.

    Bem, já vimos o alicerce e a estrutura da nossa casa. Queremos agora examinar as paredes.

    Muitos pais sozinhos acham que seus filhos testam sua autoridade com freqüência, especialmente após o rompimento dos pais. Filhos mais velhos e pais sozinhos às vezes chegam a travar fortes brigas sobre quem é que manda na verdade. Devemos lembrar que durante esse período, nossos filhos provavelmente se sentem confusos e ameaçados. Eles querem saber se o pai e a mãe ainda estão no comando. Eles precisam ver que ainda existem controles e limites. Eles precisam sentir que as paredes do lar ainda em volta deles.

    Infelizmente, muitos pais sozinhos estão lutando para recuperar o controle da própria vida. Muitas vezes enfrentam a "crise do pai sozinho" impondo uma série de regras para vencer uma crise após a outra. Bem, o resultado é uma porção de furos nas paredes. O que os pais sozinhos precisam é de paredes mais fortes, e isso exige planejamento. Temos que planejar com antecedência. Temos que decidir com cuidado que regras são importantes e que regras nós colocaremos em vigor – as especialmente importantes. Nossos filhos precisam entendê-las claramente. Precisam saber com antecedência as conseqüências de se infringir uma delas.

    Você se lembra daquela promessa bem conhecida aos pais: "Instrui ao menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele." (Provérbios 22:6)

    São palavras encorajadoras, não são? Mas veja a primeira parte do versículo, "instrui ao menino". Ora, instruir envolve esforço sistemático e tempo. O treinamento de um atleta para as Olimpíadas, por exemplo, jamais dará certo sem método e dedicação.

    Robert Barnes, diretor executivo de um lar para meninos muito especial chamado Casa Sheridan Para Meninos, é uma pessoa que trabalhou bastante com pais sozinhos e seus filhos. Ele nos dá um bom exemplo do que é o verdadeiro treinamento e do que não é.

    Robert Barnes nos disse o seguinte:

    – Muitos pais sozinhos me diziam que não conseguiam tirar seus filhos da cama pela manhã. Eu perguntava a eles: bem, de quem é a responsabilidade de fazer a criança sair da cama? É sua responsabilidade, mãe, ou será que é da criança?

    – Oh, a responsabilidade é dela. Ela é que tem que levantar sozinha.

    – Bem, mãe, quantas vezes a senhora entra naquele quarto de manhã?

    – Bem, depende, três, quatro, cinco.

    – Então a senhora não está colocando a responsabilidade nos ombros dela. Está aceitando a responsabilidade de fazê-la sair da cama. A senhora tornou-se o despertador particular dela. Não tem de fato um plano. Estou presumindo que a senhora entra lá, grita e quando o decibel fica alto o bastante pela quarta ou quinta vez, ela levanta da cama. Não porque existe um plano, não porque existe conseqüência, mas porque a senhora está berrando no quarto. É preciso estabelecer um plano bem antes e colocar a responsabilidade e a conseqüência nos ombros dela. Isso pode ser uma reunião a noite antes e dizer a ela: olha, filho, lamento pelo modo como tem sido as manhãs. Lamento que eu venha gritando. Não voltarei em seu quarto três, quatro, cinco vezes todas as manhãs. Não vou tratar você como criança. Vou entrar uma vez as sete da manhã e vou acordar você. As sete e quinze você terá que estar à mesa para o café. Agora, se não estiver à mesa, vai ter que entender que eu não voltarei até o término do café. E aí então eu voltarei, o chamarei e o ajudarei a ir para a escola. Uma outra coisa: eu vou presumir que você não está dormindo o suficiente a noite. Já que não consegue se  levantar pela manhã, vai ter que ir para a cama uma hora mais cedo a noite para ajudar você a acordar na hora certa pela manhã.

    Agora, preciso dizer aos pais, que isso vai ser difícil de fazer. Você pode querer adotar este plano e entrar na manhã seguinte e tentar acordá-lo. E aí, de repente, ele não se levanta. Eu sugiro que você entre lá uma vez e depois mantenha o braço esquerdo estendido enquanto estiver preparando os ovos. Esse braço esquerdo impedirá você de voltar ao quarto dele e aproximando-se da cama fazê-lo acordar. Faça tudo o que puder, mas não volte ao quarto. Ele está contando com o fato de que você não vai seguir esse plano nem sua conseqüência. E quando ele estiver chocado essa noite por ter que ir mais cedo para a cama, mantenha-se firme. Mas coloque a responsabilidade sobre os ombros dele: 'filho, lamento que esteja zangado comigo, mas eu não escolhi que você fosse cedo para a cama. Você escolheu isso por não se levantar pela manhã.' Coloque a responsabilidade toda sobre os ombros dele.

    Muito prático, você não acha?

    Bem, espero que você saiba agora como um pai sozinho pode construir um lar saudável: começando com um alicerce firme – tempo passado junto com Deus e Sua palavra. Construindo uma estrutura sólida de auto-estima para você e seu filho, tornanrem-se seus fãs número um. E construindo paredes sólidas de disciplina – dedicando tempo para treinar seu filho de modo consistente.

    Essas três coisas funcionam juntas para prover o básico para um lar completo. Esse quadro de auto-estima deve repousar no alicerce da graça e do amor de Deus. E essas paredes da disciplina devem, por sua vez, apoiar-se num senso seguro de consideração.

    Ser pai sozinho não é uma tarefa fácil. É um trabalho único com desafios muito especiais. Mas eu creio que cada um pode ser bem sucedido nessa carreira muito importante. Vamos planejar para ser bem sucedidos, a partir de hoje, o que me diz? Vamos planejar dar a nossos filhos os valores, a segurança e a  disciplina que os ajudarão pelo resto de sua vida

CORAÇÃO FELIZ

Letra e música: Jorge Rehder

Tu és o meu Senhor,

o que tenho de bom vem de Ti.

Minha vida está em suas mãos,

feliz é o meu coração;

seguro vou pois sempre estás

ao meu redor a me amparar,

mostrando o caminho

que leva a vida, Senhor!

Tu és o meu Senhor,

e o que tenho de bom vem de Ti.

Gravado por Sonete LP nº 800 da Gravadora Bompastor

Oração

Pai nosso, necessito de Sua ajuda porque me encontro diante de uma tarefa difícil. Quero ter sucesso na tarefa de ser pai. Quero modelar meus esforços em Jesus, que treinou Seus discípulos e deu a vida por eles. Em nome de Jesus. Amém.

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AJUNTANDO OS PEDAÇOS

George Vandeman

TOPO

 

Ele despedaça as melhores e mais lindas promessas. Deixa incontáveis pessoas totalmente desorientadas. É o final trágico das mais doces histórias.

DivÓrcio. Ele tem poder para mutilar, esmagar. Podem as pessoas algum dia se recuperar? Hoje conheceremos dois que conseguiram, e saberemos o que foi preciso para transformar velhas feridas em novos começos.

Quero apresentar duas pessoas que passaram pelo trauma do divórcio e usaram suas experiências para ajudar a outros no processo da cura e recuperaçÃo através de seminários e aconselhamentos. Bem-vindos ao "Está Escrito", Margaret Hempe (Peg) e Dan Smith. Agradecemos por vocês terem vindo para partilhar conosco. Sei que sua experiência pessoal vai ser muito Útil hoje para tornar isto genuÍno e real e bastante útil.

Vandeman: Peg, a sua separação foi longa e penosa ou foi um choque repentino?

 

Peg: George, eu diria que foi ambos, porque a realidade da situação diz que bem poucos casamentos chegam ao fim com uma explosão repentina. Começa num lento processo que ruma ladeira abaixo e não somos astutos o bastante para perceber o que estava errado e quando começou. Os bons casamentos incluem basicamente proximidade em muitos nÍveis da vida, por exemplo, o nÍvel intelectual. Já não estávamos mais compartilhando as mesmas coisas no nÍvel intelectual. Não estava mais ocorrendo muito diálogo. E em se tratando da proximidade emocional, estar ali um para o outro, sabe, quando o elo de ligação termina, a lealdade verdadeira termina. Em algum ponto ao longo de nosso relacionamento perdemos isso. Então, quando entrou no aspecto de manter a intimidade, isto é, limpar o quintal juntos, arrumar a garagem juntos, fazer a cama juntos, lavar a louça, tudo isso despareceu. E na parte mais íntima, quando íamos juntos à praia, quando íamos para as         montanhas, isso deteriorou-se gradualmente, até haver bem pouco. Até mesmo a proximidade estética de ir a uma galeria de arte ou de ouvir boa música juntos, assistir concertos, isso acabou. Assim, de fato, chegou ao fim, mas nós não tínhamos notado. E quando eu finalmente descobri que o casamento estava agonizando, foi um choque.

 

Vandeman: E quanto a você, Dan?

Dan: Foi um choque total para mim. Quanto mais procuro relembrar, isto é, talvez eu pudesse ter captado algum sinal durante o processo, se eu tivesse prestado atenção, mas foi um choque na ocasião. Acho que eu sabia, como pastor e esposo no lar, que ela estava lutando para caminhar com Deus e manter um relacionamento com Deus, mas eu não sabia que isso iria afetar o casamento e conturbar tudo.

Na época eu era pastor em Oregon e fui fazer um curso de duas semanas na Caifornia. Quando estava voltando para casa, liguei para meus pais, eu iria passar uma noite na casa deles a caminho de casa. No telefonema eles disseram: "Dan, nós recebemos uma carta registrada da sua esposa para você." Eu sabia. Ela não estava morta, ou não haveria uma carta, assim concluí que algo estava errado e percebi que minha vida estava diferente a partir daquele instante. Fiquei totalmente surpreso, não imaginava que aquilo fosse acontecer.

 

Vandeman: Bem, quando ocorre como um choque assim não é quase como perder um ente querido?

Dan: Eu acho que sim.

Peg: Só que é pior.

Dan: Gosto de pensar assim, mas não gostaria de diminuir a dor daqueles que ficaram viúvos. Eu não quero negar nada disso e tenho certeza que eles sentem a perda e talvez até rejeição também. Mas, aqueles que passam pelo       divórcio... a outra pessoa continua viva e a rejeição se repete.

Todos os dias eu pegava o carro, para quem sabe almoçar com ela ou ligava para ver como as coisas estavam e tentava ouvir algum sinal de volta, alguma esperança de reconciliação, só que nada havia. Havia a sensação de contínua rejeição. É muitodifícil viver com isso. Demorou muito para eu superar essa sensação de rejeição.

 

Vandeman: Peg, poderia explicar suas primeiras emoções, sua reação inicial?

Peg: Foi uma sensação de devastação, de abadono, uma     dor intensa que vem do medo do desconhecido: temores financeiros, será que vou conseguir? Uma nova identidade: acho que as mulheres sofrem isto porque elas sentem-se firmes na identidade de seu marido, especialmente em seu papel, e de repente, quem sou eu? Eu não sabia quem eu era. Eu não era mais esposa. Agora sou mãe. Tenho filhos para apoiar, apesar de serem quase adultos. Mas era aquela angústia: para onde vou? Vou ser esquecida! Parte da comunidade cristã, vinte anos atrás, via com reservas o divórcio e isso era doloroso.

 

Vandeman: Como você lidou com isso?

Peg: Praticamente nasci cristã. Mas por ocasião do divórcio, encontrei as Escrituras e elas me foram de grande auxílio. Meu relacionamento com Jesus Cristo tornou-se extremamente valioso. Eu continuava sabendo que tinha sido rejeitada, mas descobri que Cristo jamais me rejeitou. Minha identidade teria que vir do fato de Ele ser meu Salvador e de que jamais me deixará. Seu amor é incondicional. Nada poderei fazer pra que ele me ame mais ou menos. Seu amor é constante e incondicional. Ele está sempre comigo e foi isso que me ajudou.

 

Vandeman: Isso foi esplêndido, Peg. Deus a abençoe. Como descobriu este relacionamento em sua experiência cristã?

 

Dan: A primeira vez que comecei a lidar com         isso foi quando eu  viajava de avião. Tomei um aviÃo em Burbank. Eu tinha que descobrir o que estava acontecendo de fato. Lembro-me de ter viajado tenso naquele dia e a vida de todos os outros corria exatamente igual. Liam o jornal, o sol brilhava lá fora e ninguém sabia o que estava se passando dentro de mim. Minha vida estava completamente mudada. Eu não sabia se ia ficar sozinho pelo resto da vida, o que eu ia encontrar quando desembarcasse, coisas assim. Como é que iria ser? Havia mais alguém envolvido? Quando estava examinando tudo isso, passei a crer que Deus é, de fato, responsável por nossa felicidade e realização, se O seguirmos.

 

Vandeman: Ele não falhou com você, falhou?

Dan: Não.

Vandeman: Peg, houve algum discernimento da verdade          através dessa experiência?

Peg: Cheguei a um ponto em que disse, só porque meu casamento fracassou não significa que minha vida é um fracasso. E isto me ajudou muito a tomar contato com o fato de que a vida é uma aventura. Foi na certeza de que Cristo está junto a mim, para ajudar a ampliar os horizontes da minha vida, para me apresentar coisas novas, que deixei a região. De fato, eu tive que me afastar para sobreviver.

Mudei-me para uma cidade mil quilômetros ao sul, onde eu não conhecia ninguém além do meu filho e sua famÍlia. Assim mudando-me para perto dele, o discernimento foi, que eu precisava de um grupo de apoio e esse grupo de apoio estava lá. Mudei de carreira e isso ajudou porque me colocou na linha de fogo do aprendizado de muitas coisas novas. E a única coisa boa que posso dizer sobre o divÓrcio é que ele nos força a crescer e nos força a examinar as opçÕes que Deus tem para nós e isso é um grande         discernimento.

 

Vandeman: Isto é tão prático e útil. Vocês dois agora - e      talvez

Peg possa começar - e quanto à revolta e a culpa? Como lidaram com isso?

Peg: Cheguei à conclusão que temos que nos revoltar e temos que fazer o que chamamos ventilar ou botar pra fora.

Dan: Pensei muito sobre isso porque obviamente, sendo um cristão, um pastor, a percepção geral é que estamos errados em nos revoltarmos. Assim, acho que reprimi a maior parte disso. Eu não pretendia, mas creio que reprimi. É      interessante que alguns meses depois comecei a pagar por isso fisicamente. Comecei a consultar médicos e coisas desse tipo. Lidar com a culpa é difícil. Todos nós gostaríamos de ter blusa branca. Gostaríamos    que os outros, que nos rejeitaram, tivessem blusa negras. E gradualmente passamos a perceber que todos vamos ter que aceitar uma certa responsabilidade. talvez não toda, entendem, mas uma percentagem dela.

Peg: Há um momento quando temos que cavar bem fundo, mas por pouco tempo, porque os sentimentos são tão intensos que colocamos toda a culpa em todo mundo menos em nós mesmos. Mas aí Deus,         em Sua misericórdia, permite que ma pequena coisa surja de cada vez. Um pouco mais e mais um pouco e em breve concluímos: "Ei, eu também tive muito a ver com isso. Eu não estava ouvindo. Eu não estava fazendo a minha parte para manter vivo o relacionamento." Então o processo de cura e o processo de perdão gradualmente assumem.

Dan: Existe uma linha fina entre entender e assumir a culpa e entender tudo, e sentir que temos que entender para podermos melhorar. Sabe, analisamos tudo, pensamos a respeito. Nossos parentes querem dizer: o que deu errado, o que podíamos ter feito para evitar, que sinais podíamos ter percebido?

E dizemos ao nosso pessoal no Seminário para Recuperação do Divórcio, você não tem que manter sua cura como refém até você entender. Faça o que puder para entender e aprender para     o futuro, mas trace a linha e siga em frente e diga: sabe, talvez eu nunca entenda o que aconteceu       na mente da outra pessoa e confundiu nosso relacionamento.Vou seguir a partir daqui com tudo o que aprendi."

Peg: Isso mesmo.

Vandeman: Excelente! O perdão para alguém que nos magoou, deve ser muito difÍcil para certos indivíduos. Esse elemento, podem discuti-lo por alguns instantes?

Peg: Bem, tive que chegar ao ponto onde disse: "não posso mudar a história. Nem mesmo Deus pode mudar a história. Assim, por que ficar na história negativa? Vou me aceitar onde estou e aceitar a situação onde ela está. Vou ter um relacionamento com meu ex- marido por causa das crianças. Então por que não tornar um relacionamento lucrativo? E felizmente para mim, ele via a coisa do mesmo modo. Então conseguimos nos tornar amigos. E a esposa dele e eu conseguimos nos tornar amigas. E tudo ficou tão maravilhoso que não temos mais aquela contínua frustração.

Vandeman: Isso não protege o relacionamento familiar?

Peg: Sim. Sim.

Dan: Perdoar não é fácil. Você sabe, todos nós gostamos de ser vistos como cristãos e maduros. E as pessoas me perguntavam: você perdoou? Claro, eu perdoei. Gostamos de ser        vistos como pessoas que perdoam. Mas eu descobri que não é fácil. Acontece em camadas, como uma cebola, uma certa camada de amargura e ressentimento surgia em mim e eu não gostava disso. Eu julgava ter superado aquilo e então tentava esquecer aquela camada e então, alguns meses depois, uma outra camada surgia.

Eu me casei há alguns meses e recebi uma carta de meus ex-sogros, falando sobre uma reunião de família que havia ocorrido e que minha ex-esposa tinha estado lá com um novo homem em sua vida. Aquilo me chocou e provocou novas mágoas em mim - anos depois, quase seis anos agora - e tive que me esforçar para esquecer aquilo. Ela tem o direito de seguir com sua vida. Mas não é         fácil. Mas através de Jesus ... eu não creio que possa ocorrer o perdão longe de Jesus. Quando Jesus está em nossa vida Ele nos dá a graça, assim como somos perdoados, nós perdoamos camada por camada.

Vandeman: Gostei dessa ilustração das camadas da cebola. Quem não se identificaria com isso? Mas eu soube e já conheci a linda jovem com quem Dan está casado agora. Fale-nos sobre os novos relacionamentos e como isso funciona dentro do padrão de um reestabelecimento.

Dan: Bem, é uma experiência muito especial, que Deus tem feito em, minha vida. Mas eu quero ter cuidado em dizer isso, porque não quero dizer que a pessoa só pode ser feliz e realizada se casar-se de novo. Eu era feliz e realizado antes disso, eu queria trazer uma pessoa completa para um novo relacionamento. Muitos quando passam pelo divórcio, mal podem esperar para tentar curar sua dor trazendo outra pessoa para sua vida. As pessoas começam a namorar logo em seguida. Alguém me disse logo após meu divórcio: "Dan, espere três anos. As estatísticas são assustadoras. Cerca de quatro entre cinco pessoas que se casam de novo          antes de três anos, divorciam de novo." Assim que alguém me disse isso, puxa, eu quis saber quando começava a contagem. Começa quando eu me separei ou a partir do meu divórcio? Eu queria fazer o relógio andar o mais rápido possível. Mas apenas por circunstâncias, levou alguns anos até Deus colocar Hilda em minha vida. E eu tive tempo de aprender e tempo de começar a me separar do passado e estar pronto para prosseguir. Eu não queria trazer a bagagem do relacionamento passado para meu novo casamento. Deus foi muito bom em me dar uma esposa maravilhosa. Estamos casados há cerca de um ano.

Vandeman: Peg, nessa questão que ele acaba de levantar,         acho que podíamos discutir um pouco mais.

Peg: Bem, em primeiro lugar eu gostaria de dizer que acredito que a insensatez é um problema temporário e que a pessoa pode encontrar alívio temporário agarrando-se a outra pessoa logo após o divórcio. Mas isso não é lenitivo, nem saudável, e nem traz a satisfação duradoura que precisamos realmente após o divórcio. E se pudermos reconhecer que se entrarmos para um grupo de Recuperação do Divórcio, em um grupo de 18 a 20 pessoas ou talvez atÉ 10 ou 12, existem pessoas lá dentro do grupo para se relacionar. Você não estará se limitando a um relacionamento porque, bem, Dan sabe quão rapidamente a pessoa quer ter alguém por perto, mas essa é a coisa mais perigosa para se fazer.

Dan: É muito fácil a parte física começar a acontecer. Você já foi casado, já teve intimidade. Você sabe como tudo funciona e começa a sentir falta disso; e assim, logo que aparece alguém diante de você, sua mente fica bastante confusa. Portanto este assunto nos leva direto ao ponto de não deixar isso tudo nos desorientar e que tenhamos segurança de que vamos deixar todas as partes: física, mental, espiritual e social andarem em ritmo e equilíbrio entre si, o que é muito difícil. mesmo agora, como cristão e como pastor e tendo todos esses fatores inibidores para ter cuidado, pudemos sentir a atração disso e conseguimos nos ater aos nossos valores e princípios, mas não é fácil. E é um grande desafio para aqueles que ficam sozinhos de novo         apÓs terem sido casados.

Vandeman: Precisamos ser francos em questões como esta. Ao olhar para trás, quais foram os fatores mais importantes na sua recuperaçÃo e cura? Quais foram os fatores mais importantes que podemos resumir para nossos amigos?

Peg: Eu diria que imergir nas Escrituras. Por         exemplo, Filipenses 4:5 foi muito importante para mim onde diz: "... perto está o Senhor." Cristo estava comigo através do Seu Espírito. Outra coisa que me mostrou a predição de Romanos 8:28 que diz que todas as coisas contribuem juntamente para o bem se amamos ao Senhor e somos chamados segundo Seu propósito, de modo que o pior menos na vida de uma pessoa pode se tornar o maior mais. Assim eu disse: "como este sofrimento, esta dor pode se tornar um mais para mim?" E disse ao Senhor: "eu jamais deixarei esta dor ou o resultado dela para deixar de ajudar as         pessoas. Eu quero que este sofrimento seja Útil." E assim, em meu trabalho, o trabalho de minha vida, no aconselhamento, e etc, as pessoas que estão atravessando o divórcio me procuram por causa do que obtemos conversando com alguém que é muito bem casado e nunca enfrnetou a dor. Elas dizem "eu vim falar com você, Peg, porque você sabe como é. Deus tem ajudado você através disso e eu sei que você e Deus podem me ajudar a superar isto." De modo que o maior negativo torna-se o maior positivo em minha vida.

Vandeman: Maravilha!

Dan: Eu posso dizer algumas coisas. Sei de         uma coisa que significou muito para mim e para meu entendimento, como pastor, e como pastor de divorciados muitas vezes. Eu a obtive com C.S. Lewis. É a idéia de que fomos todos criados com um vazio com o formato de Deus. E que cada desejo que temos, o desejo de companhia, de estar com alguém, de ter intimidade e outros desejos, o desejo de alimento, de prazer e de diversão, são, na verdade estágios do desejo por Deus e Deus colocou tais desejos em nós para nos atrair a Ele. Jamais nos satisfaremos com alguma coisa a não ser Ele próprio.

O impacto que isto causou eu mim quando divorciado foi que aprendi que se eu tentar satisfazer esse desejo em minha vida com esta outra pessoa, se eu conseguisse encontrar a pessoa perfeita então isso me satisfaria. Mas isso jamais aconteceu. Eu tive que me satisfazer com o próprio Deus em mim, ser um todo com Ele e então, ao entrar num novo relacionamento como ocorreu com Hilda, eu me tornei um todo, me tornei satisfeito. Não estou desesperado,  tentando salvar a mim mesmo. Eu vim completo.

A outra coisa que eu acho que me ajudou muito, foi saber sobre os novos começos. Gênesis 1:1: "No princípio criou Deus." Esse mesmo Deus que inicou e criou um começo, é um Deus de novos começos. O Deus da cruz. O Deus do perdão. O Deus que consegue apagar tudo e pode tornar tudo novo. Ele pode curar o magoado do divórcio. Eu adoro isso. O Deus dos novos começos. Ele pode sempre usar isso. Eu agradeço a Deus, um novo começo foi me dado na vida,         muito especial.

Vandeman: Ouvimos na Bíblia que Ele é um Deus de todo conforto. Agora, você acrescentou este outro ponto. E eu acho isso maravilhoso. Uma última declaração. Peg, você participa de um ministério importante. Você está pensando em se casar algum dia?

Peg: Sim, acredite ou não, na minha idade. É muito difícil, com o trabalho que tenho, manter organizado meu lar e meu trabalho e um novo casamento também. Assim eu tenho falado com Deus sobre isso há muito tempo e tenho dito: "Ei, quando eu me aposentar se a pessoa certa existir, Senhor, que possa me fazer feliz, faça ela aparecer."

Tem uma coisa que precisao dizer, George. Os pensamentos patrocinam os sentimentos e os sentimentos patrocinam o comportamento. E se os concentrarmos na parte positiva de Filipenses 4: "tudo o que é puro, tudo o que é amável, nisso pensai" aí os sentimentos se tornarão positivos e o comportamento se tornará positivo. Para mim foi a coisa que ficou acima de todas as outras eu poder controlar meus sentimentos  e os meus atos.

Vandeman: Maravilha!

Dan: Quero dizer o seguinte, George. Quero agradecer a você por ter um programa assim, que aborda assuntos deste tipo. Sei que foi novidade em nossa família. Ninguém tinha passado por uma experência destas. Meu pai é pastor. Isto mudou totalmente a percepção dele sobre o que ocorre e o sentimento dele sobre as pessoas que passam pelo divórcio. Eu agradeço a oportunidade em ter pessoas dizendo: "está bem, queremos ouvi-lo. Queremos saber o que você sente." E ter pessoas que estão lá na igreja ou fora dela, onde quer que estejam, que entendam um pouco mais sobre o que eu sinto e talvez sejam um pouco mais compreensíveis do que singifica passar por isto e como Deus pode nos ajudar. Eu lhe agradeço por isto.

Vandeman: E vocês me ajudaram a tornar isto possível, vocês dois, otimamente. Muito obrigado, Peg e Dan. Foi maravilhoso saber sobre como Deus trouxe a cura e a renovação em suas vidas. Creio que muitas pessoas nas mesmas condições estão sendo        tremendamente ajudadas pelo que vocês compartilharam aqui.


 


 

67

RENUNCIANDO COM CLASSE

George Vandeman

TOPO

 

     Junte todos os soldados que morreram em todas as guerras da América e adicione a eles as vítimas de todos os acidentes de automóveis, mesmo assim, essa triste soma seria menor que o número de vidas destruídas por um pequeno hábito. Por incrível que pareça, as sangrentas batalhas e os tristes desastres não mataram tanto quanto uma droga recreativa comum. Milhares a mais morrem devido a uma baforada de fumaça de aparência inocente.

   Maurício fumou seu primeiro cigarro com dezesseis anos de idade ao sair com amigos. Ele era tímido e meio gago, e achou que fumar o faria sentir-se mais sofisticado, mais confiante com as garotas. Quando Maurício terminou a universidade e começou a trabalhar como

repórter, o hábito de fumar passou a fazer parte de cada momento de sua vida. Sem sua ração diária de cigarros, não conseguia escrever, comer, dormir ou mesmo se divertir. Maurício descobriu que cada conversa exigia a rotina familiar de acender um cigarro. Cada atividade parecia ligada à sua dependência da nicotina. Mas Maurício, com seu caráter nervoso, hipersensível, acreditava que fumar o acalmava e o ajudava a superar seus períodos de estresse. Após algum tempo, entretanto, uma tosse persistente transformou-se em bronquite crônica. Maurício pigarreava e tossia durante o dia todo. Parecia estar sempre resfriado. Ele também tinha consciência de que algo estava gradualmente sugando sua energia mental e física. Maurício procurou coisas ao redor para pôr a culpa. Culpou a poluição da cidade onde vivia, pensou que talvez fosse falta de exercício ou excesso de trabalho. Maurício culpou todo tipo de coisa, menos o seu hábito, e continuou lutando com sua saúde deteriorada por mais dois anos. Até que um dia, finalmente, culpou o cigarro.

   Muita gente tem dificuldade em culpar o cigarro e não é devido ao fato de os perigos de fumar não serem aparentes. O mortífero elo com o câncer no pulmão tem sido estabelecido por estudos tão conclusivos que somente a indústria do fumo poderia duvidar deles. E tem mais:

continuamos descobrindo novas maneiras em que o cigarro pode nos matar. Um recente relatório do Ministério da Saúde afirmou que o fumo é a principal causa evitável das doenças do coração. A nicotina e o cigarro são os culpados. Agora descobrimos, através de um outro estudo do governo, que as mães que fumam provocam uma incidência maior de mortalidade entre os recém-nascidos.

   Câncer, enfisema, doença cardíaca, bronquite. Esses são efeitos colaterais muito tristes. Está claro que o fumo faz mal à saúde  e que o poder do cigarro em viciar é evidente.

   Felizmente, a disposição em favor da libertação desse vício está crescendo. Milhares têm parado de lutar, mas muitos outros ainda continuam lutando com o hábito. De algum modo conseguem maneiras de contornar a necessidade de parar. Sem dúvida, você já deve ter ouvido algumas das desculpas. Alguns dizem: "Eu só estou tomando o meu veneno. Todos nós vamos morrer de alguma coisa, de qualquer modo." Outros racionalizam: "Estou muito velho para parar. Se eu tivesse que contrair câncer, já teria contraído."

   Um homem escreveu num jornal esta engenhosa desculpa: "Acho que todos nós temos o vírus do câncer em nosso organismo e é preciso algo para liberá-lo. Meu corpo está acostumado com alcatrão e nicotina, se eu parar agora poderáser a fagulha que irá disparar o câncer." Bem, às vezes as pessoas tentam se esconder atrás de uma estranha espécie de humor. Um outro afirmou dizendo: "Qualquer covarde pode parar de fumar. É preciso muita coragem para encarar um câncer pulmonar."

   Bem, esse certamente é o problema. As pessoas não estão de fato encarando o câncer pulmonar ou qualquer outra doença desagradável. Às vezes, é preciso uma crise pessoal para aceitar esse fato.    Um jovem chamado Alan decidiu visitar seu médico por causa de uma tosse persistente da qual não conseguia se livrar. Apesar de fumar demais, ele pensava que era apenas uma irritação na garganta. Mas o doutor Grady, após um breve exame, disse: "Você tem um tumor em suas cordas vocais que precisa ser removido. Acho que teremos que fazer uma cirurgia. Nesse meio tempo, você tem que parar de fumar."

   Hospital? Tumor? Os pensamentos de Alan giravam. Isso pode significar câncer. O doutor Grady continuou: "Não podemos ter certeza do que você tem até que seja removido e se faça exames de laboratório."

   Alan voltou para casa chocado. Foi tudo repentino! Após passar o choque, ele agonizou durante o período de espera do início da operação. O pior dia para Alan foi quando sua tia Ethel veio visitá-lo. Ela havia acabado de operar

o ouvido e conhecera pessoas em sua ala no hospital que tiveram que remover as cordas vocais. Alan sabia que suas cordas vocais teriam que ser removidas se o tumor fosse canceroso. Bem, a tia Ethel continuou falando sobre o modo heróico como aquelas pessoas tentavam falar, engolindo o ar e forçando-o a sair. Alan ficou horrorizado.

   Finalmente, o dia da operação chegou. Alan passou apenas quarenta e oito horas no hospital. Mas começou um outro período de agonia. Dessa vez, pelo resultado da biópsia. Alan andava por seu pequeno apartamento como um animal enjaulado. Um dia, chegou a ligação do consultório. A sala de espera, o doutor Grady revirando os papéis em sua mesa... Alan tentou desesperadamente ler a mente do médico. A notícia era boa ou ruim?

   "Alan", disse o médico finalmente, "você teve sorte, o tumor não era maligno." Ah! Alan quase gritou de alegria. Sentiu como se tivesse nascido de novo, e naquela segunda vida ele havia adquirido novo significado. Alan nunca mais tocou em outro cigarro. Aqueles fatos abstratos de saúde quanto ao fumo tiveram finalmente um impacto. Que bom se tivessem um impacto para todos nós. Ou que os recebêssemos como para nós mesmos. Isso nos ajudaria a dar o primeiro passo vital em direção a abandonar o hábito de fumar.

Estas dicas podem ser extremamente úteis para se abandonar o hábito. É simples:

1. Tome um banho quente duas ou três vezes ao dia. Isso relaxará você e é muito difícil acender cigarro na água.

2. Beba seis a oito copos de água entre as refeições. Devemos fazer isso de qualquer modo, não apenas para deixar de fumar. Isso ajuda seu organismo a se livrar da nicotina mais rapidamente, e de todas as outras toxinas.

3. Procure repousar bastante. Talvez até um cochilo adicional. Uma boa noite de sono rejuvenescerá os nervos abalados.

4. Exercite-se após cada refeição. Uma boa caminhada o refrescará e também o ajudará a evitar o momento em que você é mais tentado a fumar ou a acender o cigarro.

5. Evite o álcool. Você certamente não vai querer sua força de vontade enfraquecida. Você também poderá evitar café e chá. Eles geralmente provocam a vontade de fumar.

6. Coma bastante fruta, verdura e castanha. Alimentos pesados e muito condimentados

tendem a conduzir o corpo de volta aos cigarros.

   Um homem de negócios do Texas decidiu, um dia, parar de fumar. Para reforçar sua força de vontade, começou a colocar sessenta centavos de dólar em um vidro todas as manhãs. Isso representava um maço e meio de cigarros ao preço de mercado na ocasião - quarenta centavos de dólar o maço. Servia como um lembrete visual do quanto ele estava poupando a cada dia. Numa manhã, seu filho questionou a honestidade de tudo aquilo.

   – Papai, disse ele, você compra cigarros com desconto. Na verdade, o senhor não poupa tudo isso.

   – Meu filho – retrucou o homem de negócios firmemente – quando você renunciar a alguma coisa, renuncie com classe.

   Renunciar com classe é sem dúvida uma grande idéia. Como podemos renunciar com classe o fumo ou algum outro hábito de que gostaríamos de nos ver livres? As pessoas que fumam estão tentando de fato preencher alguma necessidade em sua vida, quer elas saibam ou não. Talvez sintam-se embaraçadas diante das pessoas e fumar as ajuda a sentirem-se mais à vontade, ou são tensas e fumar as ajuda a relaxar. Bem, quando a pessoa deixa um hábito, essas necessidades continuam. Essa é uma das razões por que muitos acham difícil permanecer longe do cigarro, e tantas pessoas voltam a acendê-lo. Como disse Mark Twain, e você já deve ter ouvido isto: "Deixar de fumar é fácil, já fiz isso umas cem vezes."

   Como podemos renunciar com classe? Renunciar para sempre? De certo modo, devemos fazer mais do que apenas tirar alguma coisa. Não seria melhor se pudéssemos trazer alguma coisa para a nossa vida, alguma coisa maior do que o hábito, algo que pudesse satisfazer nossas necessidades de um modo mais saudável? Podemos trazer para nós mais do que tiramos? Creio que sim.

   Deixe-me explicar isso a você retornando de novo ao Maurício e sua história. Lembre-se que ele lutou durante anos com a saúde piorando até que, finalmente, culpou o cigarro. Foi assim que aconteceu. Maurício ia de carro a uma festa. De repente, começou a tossir e sufocar-se violentamente. Mais um ataque de bronquite. Maurício pensou que dessa vez não escaparia. Voltou para casa, entrou de novo na garagem subterrânea do seu edifício de apartamentos e desligou o carro. Ele acreditava que iria morrer ou, o que parecia pior, continuar vivendo com a saúde comprometida. Sentado ali, sozinho, na garagem escura, Maurício foi acometido de uma sensação de impotência total. Ele não tinha mais força de vontade. Maurício fechou os olhos e

sussurrou: "Deus, se o Senhor tem algum propósito para a minha vida, por favor, ajuda-me." Aí, sentindo como se estivesse quase em transe, ele subiu ao seu apartamento, jogou fora todos os cinzeiros, um maço de cigarros pela metade e devolveu à loja um pacote de cigarros. Isso aconteceu no dia 4 de julho e, naquele dia, Maurício festejou as suas primeiras horas de liberdade. Sempre que sentia vontade de fumar, achava outra coisa para fazer. Ele ligou para um amigo que já havia deixado de fumar e conseguiu mais ajuda. Procurou também o Grupo dos Fumantes Anônimos e, com o enconrajamento e o apoio de outros, conseguiu chegar até o fim, saindo vencedor.

   Maurício conseguiu livrar-se do cigarro para sempre porque obteve algo melhor. Ele teve um encontro com o Deus vivo. Algo poderoso aconteceu. Ele não tinha nada com o cigarro. Passou a ter tudo com o Todo-Poderoso.

   Sabe, muitos de nós temos uma visão estreita de Deus. Nós O imaginamos como Aquele que faz as regras e depois checa as pessoas para ver como estão se portando. Isso está longe da verdade. Nosso Pai Celeste é muito mais do que isso.

   Veja esta descrição de Sofonias 3:17: "O Senhor teu Deus está no meio de ti, poderoso para te salvar: Ele se deleitará em ti com alegria.

Regozijar-se-á em ti com júbilo." Temos aqui um retrato do Todo-Poderoso alegrando-Se pelo Seu povo. Por quê? Porque Ele é um guerreiro vitorioso. Ele venceu a batalha por Seu povo. Ele o tem livrado do inimigo. Esse é Deus, o Libertador. Isso lhe diz algo? Deve dizer para aqueles que estão presos a algum hábito debilitante.

   O profeta Isaías fez um retrato bastante nítido do Deus libertador. Ele nos dá estas palavras do Senhor: Isaías 49:25: "Por certo que os presos se tirarão ao valente, e a presa do tirano fugirá, porque Eu contenderei com os que contendem contigo e salvarei os teus filhos." Essa é a promessa de um guerreiro confiante, que enfrenta zelozamente qualquer adversário em nosso favor. Ele lutará por nós contra qualquer adversário. Ele lutará com qualquer um que ouse lutar conosco. Esse é o Deus da libertação. Sabe, essa figura tem seu clímax no Novo Testamento retratando o Messias. Jesus liberta aqueles que vêm a Ele com todo tipo de aflição física e mental. Ele aceita casos em que todos os demais já desistiram.

   Jesus caminhava por Jerusalém um dia e passou por uma fonte chamada Betesda. Um grande número de cegos, aleijados e paralíticos estavam ao redor dela. Dizia-se que um anjo, de vez em quando, descia do Céu e agitava a água

da fonte. O primeiro que entrasse na água após ser agitada, acreditava-se, era curado. Bem, Jesus avistou um homem cujo problema parecia especialmente trágico. Ele estava imobilizado por uma doença havia 38 anos. Muita gente já teria perdido as esperanças, como inválido, após todo esse tempo. Mas esse homem ainda se agarrava a uma última esperança supersticiosa. Jesus Se aproximou e surpreendeu o homem com uma pergunta simples:

   – Você quer ser curado?

   Bem, o paralítico só conseguia pensar em entrar na fonte. Se aquele homem pudesse ajudá-lo, talvez ele conseguisse chegar primeiro.

   Como tantas outras pessoas presas a um hábito, ele não conseguia imaginar renunciar com classe, ser curado com classe. Jesus, porém, tinha aquilo em mente. Ele ordenou ao inválido que se levantasse, pegasse sua cama e andasse. De algum modo, enquanto o paralítico olhava para Aquele notável estranho, encontrou forças para fazer exatamente o que era impossível para ele. Em sua fraqueza, tornou-se possível; em sua total impotência, encontrou forças de Alguém muito maior do que o seu debilitante problema. E esse homem, que saiu andando, curado, da fonte de Betesda, é apenas um dos exemplos do Salvador, o Libertador em ação.

   Quando Cristo viajava pela Judéia e Galiléia, uma incrível variedade de libertados juntava-se ao Seu redor. Ex-aleijados pulavam de alegria, banidos celebravam sua recém-achada aceitação. Aqueles que antes eram possuídos por demônios regozijavam-se com mentes limpas e sãs. O ministério inteiro de Cristo fornece a gloriosa prova de Sua maravilhosa promessa. João 8:36: "Se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres."

   Sereis livres! Essa liberdade que Cristo nos deu é muito mais do que a ausência da aflição, ela inclui a presença de novo poder, novas habilidades, algo mais e não algo menos.

   O que aconteceu com a família Ponder é um bom exemplo. Maddy Ponder entrou na cozinha uma manhã a tempo de ver seu marido Hugh jogando o cachimbo e o saquinho com fumo dentro do fogão a lenha em chamas. Ela não se sentia contente com o hábito de fumar do marido, mas não reagiu de modo feliz a isso também.

   – Hugh – disse ela – por que você fez isso? Você sabe que vai ter que sair para comprar mais.

   O marido de Maddy havia desistido do cachimbo várias vezes, com a melhor das intenções. Mas em todas elas, a vontade de fumar havia levado vantagem sobre ele. O fumo era muito caro e Maddy não apreciava as caríssimas tentativas de Hugh de abandonar o

seu hábito. Desta vez, entretanto, alguma coisa era diferente. Hugh havia se tornado cristão. Vinha lendo as Escrituras com freqüência e, durante uma de suas horas de estudo, teve a convicção de que fumar era errado. Hugh sabia muito bem de seus fracassos passados, mas levou seu novo compromisso a Deus muito a sério. Ele orou com toda a seriedade quanto ao seu hábito e prometeu a Deus que nunca mais tocaria em fumo. Assim, durante aquela manhã, na cozinha, Hugh disse à Maddy:

   – Desta vez tenho ajuda, não precisarei mais comprar fumo. Deus já me concedeu a vitória.

   E concedeu mesmo. Hugh deixou o hábito para sempre. Ele renunciou com classe, porque Deus, o Libertador, o ajudou.

   Recentemente o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos realizou uma pesquisa de dois anos, fazendo um estudo sobre ex-fumantes. Eles queriam saber como as pessoas que pararam de fumar fizeram isso. O relatório do estudo concluiu que as razões morais para a renúncia do hábito foram o modelo perfeito de uma abstinência bem-sucedida. Resumindo, aqueles que deixaram de fumar por motivos religiosos ou convicções morais, virtualmente foram bem-sucedidos. Eles não voltariam mais para o cigarro. Tinham algo mais. Eles renunciaram com classe.

E quanto a você? Está atribulado por algum hábito prejudicial que não quer ir embora? Você sente que a sua força de vontade se acabou? Que tal trazer alguma coisa para a sua vida que é muito maior do que o hábito? Somente Deus, o Libertador, é grande o bastante. Lembre-se que Jesus tem um registro perfeito dos casos em que outros desistiram. Um compromisso com Ele o ajudará a atravessar os momentos difíceis. Passando a conhecê-Lo, você terá a força de que precisa.

   Por favor, coloque o Salvador ao seu lado hoje. É Ele quem está lutando por nós, batalhando com aqueles que ousam batalhar contra nós. Cristo enfrentará qualquer adversário a qualquer hora e em qualquer lugar. Lembre-se que Ele veio para que tenhamos vida em abundância. É na Sua força que podemos ser, de fato, livres.


 


 

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JERUSALÉM INVADIDA

George Vandeman

TOPO

 

Na manhã de 5 de junho de 1967, o governo de Israel chocou o mundo com os caças israelenses que partiram do Mar Mediterrâneo voando tão baixo para fugir da detecção dos radares. Ao anoitecer, o ataque-surpresa deixou centenas de aviões de guerra egípcios totalmente arruinados.

Israel, ameaçada de invasão imediata por suas nações vizinhas, decidiu atacar primeiro. Na noite do segundo dia, os caças a jato haviam arrasado as forças aéreas árabes, destruindo mais de 400 aviões e perdendo apenas 26 dos seus.

As tropas em terra tiveram igualmente vitórias em todas as frentes. Em seis dias, a guerra-relâmpago terminou. O povo de Israel, embora em desvantagem, na proporção de 40 por um, derrotou seus inimigos e triplicou seu território. Esse foi um dos feitos mais brilhantes da história militar. Não é de se admirar que tenham dançado nas ruas de Jerusalém após a Guerra dos Seis Dias.

Desde o início de Israel como nação independente, em 1948, sua existência tem sido uma série de milagres. Milagres esperados, pois 19 séculos antes, o povo judeu tinha sido espalhado como estrangeiro por todo o mundo. Apesar de enriquecerem os países onde se fixaram, eles sofreram perseguição incessante. A chamada "solução final" de Hitler, trouxe os indescritíveis horrores do Holocausto. Finalmente, a comunidade mundial reconheceu os direitos do povo judeu de viver livre e em segurança, com governo próprio. Assim, com o apoio e autoridade das Nações Unidas, os judeus lutaram por independência. Superaram obstáculos, mas criaram uma nova nação em sua antiga terra natal.

Tive o privilégio de estar lá para ver isso acontecer em 14 de maio de 1948. Naquela manhã de sexta-feira, eu estava em frente do  famoso hotel Rei Davi.

Não me lembro exatamente onde eu planejava ir. Mas de repente uma enorme limusine preta encostou e a porta abriu.

–- Vai ao pavilhão de convenções? –- perguntou-me um cavalheiro judeu.

–- Por que não? –- respondi.

Corremos através das ruas estreitas em direção ao pavilhão de convenções, construído às pressas em Tel Aviv, onde me colocaram com gente importante.

Várias pessoas de aparência importante abriram lugar para eu passar e me sentei ao lado delas.

Então vi uma nova democracia nascer em Israel. E, desde aquele dia memorável, o Oriente Médio tem ocupado o plano central nos assuntos mundiais.

Há muito mais envolvido do que uma luta entre árabes e israelenses. As superpotências do mundo têm interesse vital por Israel, a quem têm jurado proteger a todo custo. Muitos temem que cedo ou tarde a Terceira Guerra Mundial terá seu início no Oriente Médio.

Uma nova guerra mundial poderia ter acontecido em 1973. O Egito e a Síria atravessaram, com seus tanques de fabricação soviética, as fronteiras de Israel, jurando vingança pela Guerra dos Seis Dias. Eles pegaram o inimigo completamente desprevenido - era o Yom Kippur, o dia mais sagrado do ano judeu. Mas Israel rapidamente        se refez e tomou a ofensiva, ajudado por um reforço maciço de provisão dos Estados Unidos.

Enquanto isso, as superpotências estavam assustadoramente próximas de uma guerra nuclear. Relatando mais tarde, o ex-presidente Nixon disse:

"Brezhnev exigiu que os Estados Unidos se unissem a ele enviando forças de `manutenção de paz' ao Oriente Médio e se instalassem em  Israel. Negamos com firmeza e exigimos que a ação fosse diplomática ao invés de militar. Brezhnev ameaçou intervir unilateralmente. Quando fomos informados de que as forças soviéticas estavam embarcabdo em transportes de tropa, alertamos Brezhnev que não toleraríamos intervenção unilateral e enfatizamos nossa determinação colocando nossas forças convencionais e nucleares em alerta." National Review - 20 de setembro de l985.

Graças a Deus, os soviéticos concordaram com a solução diplomática para pôr fim à guerra. Mais uma vez, a democracia de Israel sobreviveu e a guerra mundial foi adiada.

Toda essa inquietação do final dos tempos no Oriente Médio nos surpreende? Os profetas não previram isso na Bíblia?

Examinaremos o que as profecias da Bíblia têm reservado para a terra santa. Localizaremos as raízes fascinantes da luta entre árabes e israelenses, que vêm de quatro mil anos atrás.

Esse conflito envolve mais do que política. Na verdade é uma batalha entre duas antigas religiões, com raízes no velho patriarca do Antigo Testamento, Abraão. Os israelenses crêem que Deus deu a Palestina a eles através de Isaque, o filho de Abraão. Por outro lado, os árabes liderados pelos fundamentalistas muçulmanos, se vêem como os legítimos herdeiros da terra prometida através de Ismael, o outro filho de Abraão.

Pessoalmente, gosto tanto dos israelenses como dos árabes. Dos israelenses, porque citam as promessas do Antigo Testamento de que Deus deu a terra a eles; e dos árabes, que têm vivido todos esses anos na Palestina e agora estão sendo expulsos dela.

Quando visitei os campos de refugiados dos palestinos removidos em 1948, meu coração se emocionou com eles. Este conflito árabe-israelense tem dois lados, e quero apresentar um quadro equilibrado de uma situação muito delicada que existe ali.

Os cristãos estão vitalmente envolvidos nos eventos do Oriente

Médio. Afinal, o Senhor Jesus viveu e morreu na Palestina. E muitos crêem que a volta do povo judeu para a Palestina e o estabelecimento de Israel têm uma tremenda importância espiritual. Eles vêem nisso o cumprimento da profecia bíblica estabelecendo o estágio do duelo no Armagedon.

Nos anos 70, o maior "best-seller" de não-ficção da década, era um volume religioso de Hal Lindsey, A Agonia do Planeta Terra.

Lindsey predisse que, cerca de 40 anos após 1948, Cristo voltaria à Terra e "arrebataria" secretamente Seu povo para o Céu. Os não-salvos deixados para trás sofreriam sete anos de tribulação, e o clímax seria a terrível batalha do Armagedom.

Quanto desse ensinamento é verdade bíblica, e quanto é especulação humana? Vamos examinar as profecias.

O livro de Daniel registra a luta de vida e morte entre duas cidades, Jerusalém e Babilônia - uma amostra dos eventos por acontecer em breve em nossa era. O capítulo 1 começa com o ataque de Babilônia contra Jerusalém seis séculos antes da era de Cristo. É uma história intrigante! "No ano terceiro do reinado de Joaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei de Babilônia, a Jerusalém, e a sitiou. E o Senhor entregou nas suas mãos a Joaquim, rei de Judá, e uma parte dos vasos da casa de Deus ... e pôs os vasos na casa do tesouro do seu deus." Daniel 1:1 e 2.

O Senhor deu Seu povo escolhido nas mãos de um poder pagão! Ele até permitiu que os invasores removessem objetos sagrados do Seu santuário e os levassem para o templo pagão na Babilônia. Por quê? Deus não havia prometido defender Seu povo e Seu templo a todo custo, sob qualquer circunstância? O que tinha saído errado?  Além disso, por que tem de haver um povo escolhido? Deus tem predileções?

Temos que voltar ao tempo do pai Abraão para descobrir por que Deus escolheu Israel. A promessa se encontra em Gênesis 12:2 e 3: "E far-te-ei uma grande nação, ... e em ti serão benditas todas as famílias da Terra."

Assim, Deus escolheu Israel para ser uma bênção ao mundo inteiro, um mundo perdido nas trevas do pecado. Através de Seu povo escolhido, Deus quis revelar Seu amor a todas as nações pagãs. Esperava que elas se arrependessem e se unissem a Israel, ao banquete de Sua salvação.

Deus não estava preferindo pessoas ao ter um povo escolhido. Ele abençoou Abraão em nome dos gentios também. Mas os descendentes de Abraão não foram capazes de entender. Os antigos israelitas esbanjaram as bênçãos divinas entre si, recusando-se a brilhar para Deus como a luz do mundo. A nação judaica passou a se considerar a única preferida do Céu, incondicionalmente abençoada por Deus.

Israel imaginou que, a despeito de como se comportasse, permaneceria o povo de Deus. Assim, abusando da misericórdia de Deus, eles se tornaram descuidados, e até rebeldes.

Por incrível que pareça, Israel adotou inclusive a idolatria de seus vizinhos. A imoralidade predominou no culto ao deus Sol, Baal, que acomodava uma variedade de práticas sexuais ilícitas. E alguns pais israelitas chegaram a sacrificar seus filhos nos altares dos deuses pagãos.

Deus não teve opção senão deixar Seu povo colher os  frutos do seu pecado. Ele permitiu que os israelitas fossem atacados pelas nações que eles imitaram. E, em desespero, os israelitas clamaram por liberdade e, pela misericórdia, Deus os salvou repetidas vezes.

O livro de Juízes registra o triste ciclo de apostasia e libertação, seguido de repetidas apostasias. Advertências após advertências chegavam e eram ignoradas. O Antigo Testamento menciona, muitas vezes, que o povo de Deus assassinava seus mensageiros, os profetas. Eles se recusavam a crer que Deus empregaria de fato o poder pagão como instrumento para puni-los. Finalmente, veio o dia do julgamento, quando Babilônia, o centro do culto pagão, invadiu Jerusalém no ano 605 a.C.

O rei Nabucodonosor saqueou e incendiou a cidade santa da paz. O templo glorioso ficou em ruínas. Muitos dos jovens saudáveis  sobreviveram aos ataques e foram levados como cativos para Babilônia, a 1600 empoeirados e miseráveis quilômetros de distância, próximo de onde fica atualmente Bagdá, no Iraque.

Em todas as épocas de problemas, Deus tem uns poucos fiéis que    permanecem leais a Ele. Daniel 1 registra a emocionante história de como quatro jovens, provavelmente adolescentes, permaneceram fiéis a Deus naquela terra pagã.

Daniel e seus três amigos, Hananias, Mizael e Azarias chamaram a atenção de Nabucodonosor e das autoridades. E esses descobriram que eles eram "mancebos em quem não houvesse defeito algum, formosos de parecer, e instruídos em toda a sabedoria, sábios em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para viverem no palácio do rei, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus" Daniel 1:4.

Esses jovens bonitos tinham vencido dentro da vida real na Babilônia.

Talvez as garotas da cidade ficassem de olho neles. O próprio Nabucodonosor "... determinou a ração de cada dia, da porção do manjar do rei, e do vinho que ele bebia, e que assim fossem criados por três anos, para que no fim deles pudessem estar diante do rei" Daniel l:5.

A princípio deve ter parecido o fim do mundo para Daniel e seus amigos quando os invasores os arrancaram de suas famílias e os levaram cativos. Mas, que surpresa! Junto com isso veio a vida boa: uma bolsa na universidade de Babilônia e um grande cargo no governo  esperando por eles após a formatura, com vinho, mulheres e música ao longo do caminho. Mas "Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia..." Daniel l:8.

Sim, no meio dos prazeres do mundo, Daniel recusou-se a se corromper e ele decidiu continuar fiel a Deus. Ele iria honrar seu Criador guardando o corpo e a alma das atraentes tentações do mundo.

Precisamos de mais jovens como Daniel hoje. Com as drogas, o álcool e o sexo degradando e pervertendo a juventude, precisamos de adolescentes nobres que digam "não" à tentação e "sim" ao plano de Deus para sua vida.

Daniel e seus amigos determinaram ser fiéis a Deus. Mas Nabucodonosor parecia determinado a apagar qualquer vestígio da         herança hebraica que eles ainda pudessem ter. Ele chegou a mudar os seus nomes, dando-lhes os nomes de deuses pagãos.

Imagine como deve ter sido tentador para que abandonassem sua fé. Afinal, suas orações para que Deus defendesse Jerusalém aparentemente não tinham sido ouvidas. Agora eles se encontravam no centro do paganismo, com o mundo pagão abrindo seus braços repletos de oportunidades para eles. Por que não desistir e ceder?

Os colegas cativos de Jerusalém cederam, mas Daniel e seus amigos continuaram firmes.

Logo surgiu outro teste. O despenseiro do rei havia recebido a responsabilidade de manter Daniel e seus companheiros com saúde. Imaginando que seus alimentos simples e   naturais poderiam deixá-los sem saúde, o despenseiro insistiu que Daniel e seus amigos comessem e bebessem o que os demais haviam concordado em comer. Mas, com sabedoria do Céu, Daniel surgiu com uma proposta. "Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias, fazendo que se nos dêem legumes a comer, e água a beber. Então se veja diante de ti o nosso parecer, e o parecer dos mancebos que comem a porção do manjar do rei, e, conforme vires, te hajas com os teus servos" Daniel 1:12 e 13.

O mordomo do rei concordou. "... E, ao fim dos dez dias, apareceram os seus semblantes melhores; eles estavam mais gordos do que todos os mancebos que comiam da porção do manjar do rei. Desta sorte, o despenseiro tirou a porção do manjar deles, e o vinho que deviam beber, e lhes dava legumes" Daniel 1:15 e 16.

Alguns cristãos de hoje dizem que não importa o que comemos ou bebemos. Mas Daniel e seus amigos sabiam que importa. E foram ricamente abençoados por sua fidelidade. "Ora, a estes quatro mancebos Deus deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras, e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda a visão e sonhos" Daniel 1:17.

Essas visões e sonhos que Deus deu a Daniel são as profecias de alcance mais longo em toda a Bíblia. As profecias de Daniel têm uma grande importância para nós agora, embora elas em geral sejam desprezadas ou mal entendidas.

Após seus três anos de colégio, Nabucodonosor os convocou para o exame de formatura. "E em toda a matéria de sabedoria e de inteligência, sobre o que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos ou astrólogos que havia em todo o seu reino." Daniel 1:20.

Daniel e seus amigos permaneceram leais e autênticos com todos ao seu redor em vez de renegar a sua fé. Neles vemos um símbolo do povo de Deus no final dos tempos, que "guardarão os mandamentos de Deus e a fé em Jesus".

Que tal seguir o exemplo de Daniel e propor ao próprio coração não permitir que o seu corpo e a sua alma sejam contaminados? Mas talvez você já se sinta contaminado e impuro.

Recentemente uma jovem me procurou com o coração partido, porque o namorado com quem ela vivia a abandonou e saiu da cidade. Ela se sentia terrivelmente só e culpada. Duvidava que algum homem decente poderia querê-la agora. Sua vida estava arruinada para sempre. O coração pesado da jovem ansiava por paz, e ela precisava do poder de Deus para colocar a vida em ordem.

Assim, mostrei a ela a boa notícia de um profeta do evangelho no Antigo Testamento: "Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele (Jesus Cristo) a iniqüidade de nós todos." Isaías 53:6.

Somos todos culpados, merecedores da morte. Mas, graças a Deus, Jesus pagou tudo. Na cruz, Ele pagou o preço total de nosso pecado,  de modo que agora podemos comparecer puros diante de Deus.

Aquela jovem mal acreditava que podia ser perdoada total e gratuitamente. Então eu lhe disse: "O Senhor não só perdoa mas nos considera santos. Ele também nos dá força para viver uma vida nova com Ele. Deus tem um plano especial para cada um de nós individualmente e, à medida que continuarmos seguindo-O, Deus nos considera perfeitos em Jesus."

Que notícia maravilhosa! Para uma mulher apanhada em adultério Jesus disse: "Nem Eu te condeno. Vá e não peques mais".

Iremos a Jesus para ser salvos? Viveremos fiel e lealmente em obediência? Peço que você abra o seu coração a Deus agora.


 


 

69

RESGATE FULMINANTE

George Vandeman

TOPO

 

Eles desceram do céu à meia-noite sobre o Lago Victoria. Seguiram silenciosamente pela pista em direção ao terminal do aeroporto de Entebbe. Lá no coração da África, mais de 100 reféns israelenses prendiam o fôlego entre a vida e a morte. Enquanto os Hércules C-130 rodavam até parar na pista, um deles baixou a rampa da cauda. De lá saíram uma mercedes preta e dois jipes cheios de soldados disfarçados de palestinos. No banco traseiro da limusine estava um oficial bem gordo, fazendo-se passar pelo ditador de Uganda, Idi Amin.

O grupo de soldados aproximou-se do terminal. Os guardas do aeroporto bateram continência ao reconhecerem a placa do carro particular de Amin, falsificada pelos israelenses. Os soldados passaram pelos guardas em direção aos reféns.

Dentro do terminal, o tiroteio durou um minuto e 45 segundos. Em seguida, ouviu-se o triunfante grito da libertação: "Hanachnu Israelim" (somos israelenses).

Quando o C-130, com sua preciosa carga, decolava para a liberdade, alguns dos ex-reféns choravam, outros estavam atônitos em silêncio. Uma mulher gritava: "Ness! Ness!" (Milagre! Milagre!)

Os israelenses chamaram sua missão impossível de "Operação Thunderball". Esse milagre de libertação ocorreu em 4 de julho de 1976, no mesmo dia do bi-centenário da independência dos Estados Unidos. Os soldados voltaram para Israel, onde foram aclamados como heróis internacionais.

A revista Psicologia Hoje publicou um perfil de personalidade analisando os heróis de guerra israelenses. Eles tiveram alta cotação em quatro áreas: liderança, dedicação ao dever, capacidade de decisão e perseverança sob pressão. Sem dúvida, os soldados demonstraram em Entebbe todas essas qualidades.

Outro jovem israelense se destacou também há muito tempo. A liderança, dedicação ao dever e capacidade de decisão de Daniel deixaram o exemplo para os heróis modernos. Quanto à quarta qualidade, 70 anos após ficar do lado de Deus na Babilônia, Daniel ainda continuava a serviço do rei.

Quando o reino da Babilônia caiu em poder dos medos e dos persas, o novo rei, Dario, nomeou Daniel, com quase 90 anos, como presidente do seu reino. 

Suponhamos que uma potência estrangeira conquistasse o Brasil, e em seguida, nomeasse o vice-presidente brasileiro como seu novo primeiro-ministro. Essa foi a história de Daniel.

Muitas coisas aconteceram a Daniel durante seu tempo na Babilônia. Ele enfrentou crises e mais crises. Entretanto, superou todas elas através da fé. O livro do Antigo Testamento com seu nome contém a história da vida de Daniel, além das maravilhosas profecias que Deus lhe inspirou. Você vai apreciar a leitura do livro de Daniel.

Um dia, o velho líder estava preocupado com uma coisa. "No primeiro ano do seu reinado, (rei Dario) eu, Daniel, entendi, pelos livros, que o número de anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de durar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos." Daniel 9:2.

De acordo com a profecia, o povo judeu exilado de Jerusalém para a  Babilônia ficaria em cativeiro apenas 70 anos. Depois que esse tempo terminasse, Deus prometeu, de acordo com Jeremias 27:22: "Então os farei subir, e os tornarei a trazer a este lugar."

Mas alguma coisa parecia errada para Daniel. Embora faltassem ainda dois anos para o fim dos 70 anos, nada parecia estar acontecendo. Nada  parecia estar preparando o caminho de volta dos exilados para Jerusalém. Por que não?

Muito preocupado, Daniel levou sua perplexidade até Deus: "E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e rogos, com jejum, e saco e cinza." Daniel 9:3.

Por que Daniel estaria tão preocupado? Deus tinha dito 70 anos - uma promessa mais do que garantida, certo? Talvez não!

Havia um outro fator envolvido e que Daniel conhecia, algo além da disposição de Deus em manter Suas promessas. Os exilados tinham que cumprir sua parte no acordo que Deus fez com eles.

"E orei ao Senhor meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas o concerto e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos." Daniel 9:4.

Portanto, Deus mantém Seu pacto com aqueles que cumprem as Suas condições. Daniel estava preocupado que, devido à infidelidade, os judeus exilados poderiam não ter permissão para retornar a Jerusalém, apesar de estarem próximos do fim dos 70 anos preditos na profecia.

Todo pacto é uma sociedade, um acordo entre duas partes com condições para ambas cumprirem. Como o casamento, por exemplo. Os noivos caminham pela igreja e ficam diante do pastor para fazer os votos. Ambos fazem um pacto entre si. Concordam em aceitar os termos e obedecê-los, ou o pacto estará quebrado. Exatamente como o concerto entre o Senhor e a nação judaica. Porém, há muito mais envolvido do que um Deus confiável cumprindo Suas promessas. Seu povo também deve obedecer os termos do concerto. Todas as promessas do pacto com Deus são condicionais, dependendo da cooperação humana. Esse é o mesmo concerto eterno da graça que Deus fez com Abraão em Gênesis 17. Uma noite, Ele chamou Abraão para fora de sua tenda e pediu-lhe que olhasse o céu do deserto.

"Vê as estrelas?", perguntou Deus. "Assim serão os seus descendentes." Gênesis 15:6 diz que Abraão "creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça".

O concerto de Abraão era baseado na fé, não nas obras. Muitos pensam que Deus salvava as pessoas no tempo do Antigo Testamento através das obras, e no Novo Testamento, Ele mudou as coisas e introduziu a salvação pela fé. Isso não é verdade. O evangelho da graça corre por todo o Antigo Testamento como um refrescante riacho na montanha. E a despeito de os israelitas no Monte Sinai quererem um pacto baseado em obras, isso não anula o pacto da graça feito com Abraão 430 anos antes.

Abraão e seu filho Isaque subiram ao Monte Moriá, a montanha do sacrifício. O pai idoso tremeu ao pensar na perda do  filho, mas se lembrou do evangelho: "Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho; e seguiam ambos juntos." Gênesis 22:8.

O próprio Deus proveu o sacrifício para o pecado. Essa era a esperança de Daniel e a nossa garantia - a promessa do concerto.

Mas Daniel temia que o concerto houvesse sido cancelado por causa da persistente impiedade do povo de Deus e que jamais seria permitido aos exilados voltarem à sua terra natal.

De repente, enquanto Daniel estava ainda orando, o anjo Gabriel chegou do Céu com boas notícias. "Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido." Daniel 9:22.

Gabriel continuou a explicar: "Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos Santos." Daniel 9:24.

Deus não havia desqualificado a nação judaica devido ao seu pecado. Ela retornaria a Jerusalém em cumprimento da profecia de Jeremias. E Deus havia determinado para ela um tempo adicional de oportunidade, um período de 70 semanas. Isso preparia o caminho para o Messias, que faria "a reconciliação pela iniqüidade" e "traria a justiça eterna".

Vamos imaginar o Calvário naquela escura tarde de sexta-feira. Vemos Jesus na cruz, cumprindo Sua promessa de concerto, feita em Daniel 9, de fazer a expiação pela iniqüidade. Com Seu último fôlego, Ele brada: "Está consumado". Missão impossível cumprida!

Jesus triunfou sobre o pecado e trouxe a justificação eterna. Agora, através do Calvário, podemos ser aceitos por Deus, através da fé em Seu pacto de salvação. Temos o remédio do Céu para o problema do pecado sobre o qual Daniel orou.

Cada cristão pode reconhecer em Daniel 9, uma emocionante previsão da salvação em Cristo. Há um tempo de profecia indicando exatamente quando Jesus apareceria como o Messias. "Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas, e sessenta e duas semanas." Daniel 9:25.

Vamos decodificar essa intrigante profecia. Um período de tempo de sete semanas mais 62 semanas, totalizando 69 semanas. O ponto de partida seria uma ordem especial para ir avante e reconstruir Jerusalém, que tinha sido devastada durante a invasão babilônica. Essas 69 semanas se estenderiam da época dessa ordem até a aparição de Jesus.

Vamos fazer alguns cálculos rápidos. As 69 semanas são iguais a um ano e um terço, 483 dias, para ser exato. Porém, a tradução da palavra "semanas" significa literalmente "grupos de sete". E isso pode ser uma unidade de sete dias ou uma unidade de sete anos. Quando observamos com atenção Daniel 9, fica claro que temos ali um período de profecia com 69 unidades de sete anos cada, totalizando 483 anos.

Assim, essa profecia previu que 483 anos separariam a época em que Jerusalém seria reconstruída e a época em que o Messias apareceria.

Será que aconteceu assim mesmo?

Primeiro, temos que saber a data em que o decreto foi feito, possibilitando aos exilados judeus restaurarem a cidade de Jerusalém. Não temos que conjecturar quanto à data porque o livro de Esdras registra esse decreto no sétimo ano do rei persa, Artaxerxes, e a história nos diz que foi em 457 a.C.

Essa data já foi confirmada pelas modernas descobertas arqueológicas, um fato reconhecido por muitos estudiosos da Bíblia.

A mundialmente famosa Enciclopédia das Dificuldades da Bíblia, por exemplo, apóia 457 a.C. como o ponto de partida do início da profecia de Daniel 9. Este livro recente, publicado pela Zondervan, explica como a profecia se desdobra. Observe com atenção:

"Se, então, o decreto de 457 dado a Esdras for tomado como ... o princípio dos ... 483 anos, chegamos ao ano exato do aparecimento de Jesus de Nazaré como o Messias (ou Cristo): 483 menos 457 nos leva ao ano 26 d.C. Considerando-se que um ano é acrescido quando se passa de 1 a.C. a 1 d.C. (não existe um ano zero), na realidade chegamos ao ano 27 d.C. - uma impecável precisão no cumprimento desta antiga profecia." Enciclopédia da Bíblia.

Temos a prova matemática de que Jesus é o Messias! Em 27 d.C., o próprio ano predito em Daniel 9, Jesus foi ungido como o Messias em Seu batismo. E Ele seguiu avante anunciando: "O tempo está cumprido."

De que tempo Ele estava falando? O tempo profético de Daniel 9, as 69 semanas de anos que introduziriam o "Messias, o Príncipe". Um cumprimento profético de incrível precisão!

      (Gráfico das 2300 tardes e manhãs)

Quando Jesus começou Seus milagres, os líderes religiosos tentaram matá-Lo continuamente. Mas todas as vezes Jesus escapou.

Isso é registrado em João 7:30: "Procuravam pois prendê-lo, mas ninguém lançou mão dele, porque ainda não era chegada a sua hora."

Havia uma data especial para Cristo morrer? Todos sabemos que Seu ministério público durou três anos e meio. Esse período de tempo também foi predito pela profecia bíblica?

Sim, havia um calendário com contagem regressiva até o Calvário. Na noite antes de morrer, Jesus orou: "Pai, é chegada a hora." Foi o tempo exato predito em Daniel 9, bem no meio de uma semana adicional de anos além das 69 semanas originais que nos levaram ao batismo de Jesus. "...E na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares." Daniel 9:27.

A metade dessa septuagésima semana de sete anos seria três anos e meio após Jesus começar Seu ministério. E é exatamente quando terminamos a era dos sacrifícios e ofertas pelos pecados através da Sua morte. O véu do templo rasgou-se em dois, mostrando não haver mais necessidade dos cultos no templo judeu.

Assim o Calvário ocorreu na data programada, em 31 d.C., três anos e meio após o batismo de Jesus. Uma prova positiva de que Jesus é exatamente quem afirmou ser, o Messias, o Cordeiro de Deus! Não é de admirar que milhares de judeus têm depositado sua fé em Jesus como o Messias através da contagem regressiva do calendário de Daniel 9.

É interessante que Jesus tenha escolhido o número "70 vezes sete" para ilustrar quantas vezes deveríamos ter misericórdia daqueles que nos ferissem. Teria Ele em mente o tempo da profecia de Daniel "70 vezes sete", os anos de misericórdia de Deus para com a nação de Israel?

Bem, não sabemos. Mas é algo para se pensar.

Voltemos agora ao estudo de Daniel 9. Até agora chegamos ao ano em que Jesus foi crucificado, 31 d.C. Porém, a septuagésima semana não terminou com a morte de Cristo. Três anos e meio adicionais permaneceram após o "meio da semana". Isso nos leva do tempo do Calvário, início de 31 d.C., até 34 d.C., o fim daquelas "70 semanas" de oportunidade dadas à nação judaica em Daniel 9:24.

Portanto, Deus manteve Sua promessa no concerto e enviou Jesus como o Messias. Agora, a questão crucial é: o que o povo judeu fez em resposta após o Messias morrer em 31 d.c.? Como eles passaram os últimos três anos e meio do tempo concedido pelo concerto?

Qualquer pacto deve ser cumprido pelas duas partes para que possa continuar valendo. Portanto, o concerto que Deus fez com o povo judeu exigia sua cooperação e fé no Messias.

Em 1978, o pacto que houve em Camp David, se tornou um marco de conquista do presidente Carter. Ele conseguiu fazer Menachem Begin de Israel e Anwar Sadat do Egito sentarem-se na mesma mesa por quase duas semanas, discutindo a paz no Oriente Médio. Após longas horas de difíceis negociações e habilidosa diplomacia do presidente Carter, Begin e Sadat chegaram ao histórico acordo de paz finalmente assinado na Casa Branca.

Para que aquele acordo de paz fosse preservado, era necessário o cumprimento contínuo, tanto pelo Egito como por Israel. Isso porque um acordo é sempre uma questão de parceria.

Ocorre o mesmo com o concerto de Deus. É um concerto da graça, totalmente imerecido, mas temos participação nele. Temos que aceitá-lo e viver pelos seus termos de fé no Messias. Sugerir  que esse concerto poderia ser cumprido sem a fé no Messias, seria negar o acordo que Deus fez com Abraão.

O apóstolo Paulo explica: "De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão. E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa." Gálatas 3: 9 e 29.

Sem a fé no Messias, o concerto com Deus não pode ser cumprido. Temos que gravar isso na mente e jamais esquecer.

Agora, vamos relembrar Entebbe e rever a "Operação Thunderball". O primeiro dos heróis a sair do avião e o último a ser trazido à bordo foi o Brigadeiro General Dan Shomron. Esse herói de 39 anos recebeu uma avalanche de cartas de todas as partes do mundo. Centenas de presentes também chegaram e todos eles foram prontamente devolvidos.

"Eu não entendo tudo isso", disse o general Shomron. "Sou apenas um dos muitos combatentes anônimos."

Sua modéstia ignorou sua longa história de bravura. Durante a Guerra dos Seis Dias, seu batalhão de pára-quedistas foi a primeira unidade israelense a atingir o Canal de Suez. E na batalha de Yom Kippur, sua brigada blindada destruiu 60 tanques egípcios. Um recorde destacado para alguém com tamanha humildade.

A genuína humildade parece ser uma característica de muitos heróis de guerra israelenses. O perfil da revista Psicologia Hoje revelou que muitos dos ganhadores de medalhas pensavam que "alguns dos colegas da mesma unidade tinham sido mais dignos de medalha do que eles!"

Essa humildade dos heróis israelenses existiu também na vida de Daniel. Numa das mais comoventes orações de toda a Bíblia ele confessa seus pecados: "Temos pecado e procedido impiamente." Daniel 9:15.

O que Daniel estava falando ao se confessar um pecador? Não temos registros de Daniel ter alguma vez cedido ao pecado, embora com certeza tenha tido seus momentos de fraqueza. Mas até seus inimigos invejosos não viam impropriedades em sua conduta.

Assim, a princípio, podemos ficar atônitos por Daniel fazer tal oração. E relembramos as palavras do profeta: "Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia." Isaías 64:6.

A despeito de Daniel não ter nada em particular para se arrepender, ele sabia que tinha falhado em alcançar o glorioso ideal de Deus. E se confessou como sendo um homem pecador em uma comunidade que necessitava de um Messias.

Qual era a esperança de salvação de Daniel? "Porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em Tuas muitas misericórdias. Ó Senhor, ouve; Ó Senhor, perdoa!" Daniel 9:18 e 19.

Daniel depositou sua esperança na salvação pela graça. E apenas a pura misericórdia qualificará qualquer um de nós para o Céu. Enquanto nos preparamos para o duelo final da Terra no Armagedom, que Deus nos ajude a viver pela fé no Senhor Jesus Cristo!

 


 


 

70

O MISTICISMO ISLÂMICO

George Vandeman

TOPO

 

Mísseis para o Irã. Ajuda secreta aos Contras. Contas secretas na Suíça e subornos a obscuros vendedores de armas. Alguns estudiosos dizem que o caso Irã-Contras foi mais complexo do que qualquer trama já inventada por Hollywood. As revelações da intriga internacional aterrorizaram os cidadãos americanos, bem como os  experientes congressistas.

Nada pareceu mais bizarro do que aquela autoridade iraniana mostrando uma Bíblia com capa de couro diante das câmeras. Quem poderia esquecer seu sorriso triunfante quando disse que a Bíblia tinha sido um presente do presidente Reagan.

A princípio, a Casa Branca ignorou a insinuação iraniana sobre

aquela Bíblia, mas depois o porta-voz do presidente confirmou: em outubro de 1986, o presidente mandou a Bíblia a eles em demonstração de boa vontade. E no Salão Oval, antes de autografá-la, o presidente escreveu o seguinte versículo do apóstolo Paulo, encontrado em Gálatas 3:8: "... tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti." O que o presidente quis dizer ao citar esse versículo? Ele estava lembrando aos iranianos que todos nós, como descendentes de Abraão, somos filhos de Deus. O presidente Reagan queria desesperadamente atingir o coração dos líderes iranianos, devido à sua preocupação com os reféns.

Os líderes teriam agido de modo diferente se pudessem prever que a iniciativa fracassaria. Mas devemos aplaudir seu desejo de alcançar o entendimento entre Muçulmanos, Cristãos e Judeus.

Embora possa parecer difícil de acreditar, as três religiões têm como ancestral o mesmo Abraão. Cada uma dessas religiões estava representada em Camp David durante as discussões de paz em 1978. O líder egípcio Sadat era Muçulmano, o primeiro-ministro israelense, Begin, era Judeu, e o presidente americano Carter representava o Cristianismo.

De vez em quando, em Camp David, os líderes acabavam falando sobre religião entre eles. O presidente Carter, em seu livro O Sangue da Abraaão, lembra que Sadat parecia especialmente ansioso pelo diálogo espiritual. Com freqüência, o líder árabe mencionou seu plano de construir uma capela no Monte Sinai para que os fiéis dos três grupos religiosos pudessem cultuar juntos. Sadat expressou alegria em que Muçulmanos, Judeus e Cristãos partilhassem do mesmo sangue de Abraão. As três religiões o reivindicam como o mesmo pai.

Talvez você se surpreenda ao saber que a tolerância religiosa para Cristãos e Judeus é de fato um dos princípios básicos do Islamismo.

Maomé, o pioneiro dos Muçulmanos defendia os direitos de Cristãos e Judeus crerem tranqüilamente no que desejassem. Ainda assim, pregar o evangelho em terras islâmicas sempre foi um tremendo desafio.

Maomé nasceu no final do século 6, na cidade de Meca, importante centro comercial da Arábia Ocidental, que atualmente chamamos de Arábia Saudita. Aos 20 anos, ele conseguiu emprego com uma viúva rica. Pouco tempo depois, casou-se com ela. Por volta dos 40 anos, Maomé previu que Deus o chamara para apresentar mensagem especial ao mundo. Criou um movimento religioso que foi imposto pelas espadas dos árabes por todo o Oriente Médio e para a Europa.

De fato, milhares de Cristãos se tornaram Muçulmanos da noite para o dia. O Islamismo se espalhou pelo norte até os Alpes, mantendo-se firme na Suíça até o século 10. Na verdade, se os exércitos árabes não tivessem sido derrotados na Batalha de Tours, por Charles Martel, em 732, toda a Europa provavelmente teria se tornado Muçulmana. Não é de admirar que a Igreja nas trevas na Idade Média temesse o Islamismo quase tanto quanto tememos a guerra nuclear no século 20.

Hoje, existem quase 800 milhões de Muçulmanos em mais de 70 países, inclusive em todas as nações que cercam Israel. Muitos Muçulmanos jamais saem de casa sem suas Escrituras, o Alcorão. Os Muçulmanos adoram Alá como o único deus e veneram Maomé como seu profeta. Eles se inclinam juntos em oração cinco vezes ao dia. Jejuam entre o alvorecer e o pôr-do-sol durante um mês a cada ano, e eles abominam o jogo, as bebidas e a carne de porco.

Sem dúvida os Muçulmanos levam a sua religião a sério. Na verdade, a palavra "islã" quer dizer total submissão a Alá. Os Muçulmanos adoram a Abraão, a quem chamam de "Ibrahim", como seu pai fundador que deu o exemplo de obediência e dedicação irrestrita.

O que os Muçulmanos pensam de Jesus Cristo? Essa é a questão. Bem, eles O aceitam como um profeta e professor mas não como o Filho de Deus, o Salvador dos pecados. Assim como muitos devotos enganados ao redor do mundo, eles acreditam que podem se salvar por suas próprias boas obras.

Bem, já que os Muçulmanos rejeitaram a Jesus como o Messias, podem estar certos ao se considerar o povo escolhido do Céu? Por eles terem o sangue de Abraão, será que podem reivindicá-lo como seu pai espiritual? E quanto ao povo Judeu que também rejeitou Jesus como o Messias? Eles não O adoram como um profeta. Podem os Israelenses se considerar o povo escolhido de Deus através do sangue de Abraão, apesar de rejeitarem o sangue de Cristo?

Muçulmanos, Judeus e Cristãos, todos honram o mesmo pai espiritual. Será que todos têm direitos iguais quanto a Abraão?

Para saber isso temos que voltar quatro mil anos e explorar as raízes da nossa religião.

O nome original de Abraão era Abrão e o nome de sua esposa era Sarai. Pela fé, Abrão e Sarai obedeceram ao chamado do Senhor, mudando-se de um lugar para outro, até finalmente se estabelecerem na Terra Prometida de Canaã.

Depois de muitos anos de espera por um filho, eles decidiram tomar o problema nas próprias mãos, fora da vontade de Deus. A própria Sarai teve a idéia. Por que não tomar sua criada, Hagar, e ter um filho com ela? Abrão concordou. Hagar deu a ele Ismael, que os Muçulmanos honram como seu ancestral. Mas Deus se recusou a reconhecer o filho de Hagar como o herdeiro da promessa feita a Abrão através de Sarai.

Quando Ismael tinha 13 anos, finalmente, chegou o tempo do cumprimento do concerto. Isso foi na noite que o Senhor chamou Abrão para fora da sua tenda e o mandou olhar as estrelas no céu do deserto. "Assim serão seus descendentes", prometeu Deus.

O Senhor disse a Abraão algo mais inesperado ainda: "E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai da multidão de nações te tenho posto." Gênesis l7:5.

Deus mudou o nome de Sarai para Sara, que quer dizer "mãe de muitas nações".

Foi preciso muita fé para Abraão e Sara aceitarem seus novos nomes. Como poderia um homem de 100 anos e sua esposa de 90 anos, sem filhos, se considerarem pais de muitas nações?

Humanamente falando, a idéia era tão desacreditada que Abraão "caiu sobre o seu rosto e riu" na presença de Deus.

Eventualmente, Abraão e Sara aceitaram a promessa de Deus e sua fé foi contada como justiça. Note que Deus os havia declarado como pais - uma coisa que eles não eram. Mas, pela fé, eles aceitaram seus novos nomes, a despeito de Deus os haver chamado a representar o que eles não eram de fato.

Através da experiência de Abraão e Sara, podemos entender a fé exigida para o concerto. A fé salvadora envolve a aceitação da declaração de Deus de algo que não somos. Quando nos arrependemos e cremos, o Senhor nos considera perfeitos através do sangue de Cristo, apesar de sermos indignos e impuros.

A fé gerou fruto para Abraão e Sara. Em pouco tempo, Isaque nasceu, o filho milagroso do concerto. E assim como a fé operou milagres para Abraão e Sara, a fé em Cristo operará milagres e vidas transformadas hoje.

Alcoólicos se tornarão sóbrios pela graça de Deus. Adúlteros se   tornarão esposos dignos de confiança. Orgulhosos legalistas se tornarão cristãos humildes e felizes.

Portanto, agora temos o passado das três religiões - Judaísmo, Islamismo e Cristianismo. Deus estabeleceu Seu concerto com Abraão através de Sara. Isaque foi o filho da fé através do qual o concerto foi cumprido. Ismael, o filho da carne, nasceu fora desse concerto de fé.

No sentido mais verdadeiro, Ismael não era filho de Abraão. Afinal, ele não nasceu de Abraão mas de Abrão, 13 anos antes do nome do patriarca ter sido mudado na base da fé.

Portanto, o Islamismo, descendendo de Ismael, estava desqualificado do concerto de Abraão desde o princípio. E os Muçulmanos, a despeito de seus elevados princípios morais, ainda carecem do princípio da fé necessário ao cumprimento do concerto. Embora o Islamismo ensine dedicação e entrega, ele rejeita o evangelho. A única esperança dos Muçulmanos se tornarem verdadeiros filhos de Abraão é participando da sua fé no Messias do concerto.

E quanto ao povo Judeu? Pode ele reivindicar por direito Abraão como seu pai espiritual? Bem, essa pergunta surgiu nos dias de Cristo. Os fariseus não sentiam necessidade de Jesus, afirmando já terem garantido os favores de Deus como filhos de Abraão. Mas Jesus respondeu: "... Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão." João 8:39.

Evidentemente, ter o sangue de Abraão não é o bastante. O povo Judeu tem que obedecer o concerto da fé como Abraão fez. Mas o que o povo escolhido de Deus fez com o seu Messias? Infelizmente, "os Seus não O receberam". A     nação de Israel crucificou o Messias.

Mas a misericórdia de Deus continuou. O Cristo ressurreto mandou Seus apóstolos primeiro às ovelhas perdidas da casa de Israel. Isso, porque ainda restavam três anos e meio de oportunidade, segundo a profecia de Daniel capítulo 9, para que a nação de Israel fosse confirmada ou não como escolhida exclusiva para transmitir as boas-novas de salvação ao mundo. Essa profecia se cumpriria em 34 d.C.

O que Israel fez com seus últimos anos da graça? Milhares de israelitas aceitaram individualmente a Jesus, mas a nação em si selou sua rejeição ao concerto. Após apedrejar Estêvão, o mensageiro de Deus, lançaram uma grande perseguição contra todos que cressem em Jesus.

Por isso os apóstolos declararam: "... era mister que a vós se vos pregasse primeiro a Palavra de Deus, mas, visto que a rejeitais, e vos não julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios." Atos 13:46.

Jesus tinha alertado os líderes judeus de que isso aconteceria: "... o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos." Mateus 21:43.

Assim, as promessas do concerto foram tiradas da nação de Israel e dadas à Igreja Cristã.

O povo judeu ainda é bem-vindo a aceitar Jesus como o Messias. Milhares têm feito isso e multidões o farão, de acordo com a profecia bíblica. Porém, o concerto de Abraão agora não pertence mais a uma nação em particular, mas aos crentes individuais de todas as procedências, judeus e não-judeus e isso é o que a Palavra diz em Gálatas 3:29: "E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa."

Todos aqueles que rejeitam a fé no Messias do concerto se desqualificam como filhos espirituais de Abraão. Eles são na verdade filhos da carne, filhos de Abrão, juntamente com Ismael. Temos que compartilhar da fé de Abraão, não do seu sangue, para sermos o povo do concerto.

Qual é a condição espiritual de Israel hoje? O ex-presidente

Jimmy Carter fala de sua viagem a Israel em 1973 no fascinante livro que escreveu O Sangue de Abraaão. Ele diz que visitou vários kibutzim, ou povoados judeus, perto do Mar da Galiléia. Num sábado, ele foi até a sinagoga local numa comunidade de algumas centenas de pessoas e ficou chocado ao encontrar apenas dois fiéis presentes.

Mais tarde, quando os Carters visitaram a primeira-ministra Golda Meir, a conversa foi sobre religião. Carter comentou sobre a falta de interesse espiritual dos israelenses. A primeira-ministra concordou com sua observação, mas disse que não estava preocupada por causa dos judeus ortodoxos existentes. Ela acrescentou sorrindo: "Se o senhor assistir uma sessão do knesset (é o parlamento israelense), o senhor os verá em ação e saberá que eles não perderam a fé."

Certamente os judeus ortodoxos de Israel não perderam seu zelo. Mas você chamaria isso de fé? Fé no Messias do concerto?

Se você alugar um carro e for às partes ultra-ortodoxas de Jerusalém no sábado, pode ser perigoso para sua saúde. Os moradores de lá tem o hábito de atirar pedras nos carros cujos motoristas eles julguem estar quebrando o dia santo de Deus. E dois mil anos atrás, zelosos guardadores do sábado, naquela mesma cidade, crucificaram Jesus pela mesma razão.

Em Mateus 12:8, Jesus proclamou-Se o Senhor do sábado. Mas a tradição religiosa havia colocado tantos fardos de exigências sobre o sábado que Cristo achava-Se em contínuo conflito sobre o modo como Ele honrava o  sábado.

Essa disputa sobre o sábado terminou finalmente na cruz, quando Israel rejeitou o Messias. Podemos tirar importante lição desse erro fatal: o zelo religioso não nos qualifica para a salvação. A moralidade sem a fé do concerto resulta em legalismo.

Devemos concluir tristemente que pouca coisa mudou em Israel desde aquele dia em que Jesus chorou pela impenitente Jerusalém e pronunciou esta triste frase encontrada em Mateus 23:38: "Eis que a vossa casa vos ficará deserta."

Muitos cristãos apontam para a nação de Israel como um milagre divino. Eles pensam que vêem a mão de Deus cumprindo Seu concerto ali. Mas lembre-se do Islamismo, a força religiosa que cresce mais rápido no mundo. Você ousaria dizer que a miraculosa ascensão do Islamismo é a prova de uma "bênção divina" sobre os Muçulmanos?

Talvez devêssemos observar melhor a situação de Israel. Não é exatamente uma terra onde mana leite e mel, paz e prosperidade. Israel vem lutando com níveis de inflação de várias centenas por cento. E desde seu início, em 1948, a nação tem sofrido em quase constante estado de guerra. Sem a ajuda maciça e contínua dos dólares americanos, Israel provavelmente não sobreviveria.

Algo está errado. Mais grave, entretanto, do que qualquer outra coisa em Israel é a atitude religiosa. Os convertidos a Cristo são tratados como traidores e são até perseguidos. O governo desencoraja o evangelismo.

Mas, por alguma razão, os cristãos ao redor do mundo não se preocupam muito com isso. Nós nos tornamos cegos pela política pró-Israel?

Segundo o editor de Missões Evangélicas Trimestrais: "é perigosamente possível estarmos tão enamorados pela terra (de Israel), e tão empolgados pela causa de Israel, que esqueçamos a desesperada cegueira espiritual que domina Israel hoje".

Quando muitos líderes de igreja viajam para Israel, eles mostram pouco interesse pelas condições espirituais de lá. Por quê? Sem dúvida, alguma coisa está errada com o entendimento popular da profecia bíblica.

De algum modo, temos que nos aperceber que a esperança de Israel não é a exploração militar, não é reconstruir seu templo  perdido para a preparação do duelo no Armagedom. A única esperança deles é o arrependimento e a fé no Messias. E a mesma salvação em Jesus Cristo está igualmente disponível aos Muçulmanos, Budistas, Comunistas e a todos nós.

Você já tomou sua decisão pessoal ao lado do Senhor Jesus Cristo como seu Salvador? A paz de Cristo no coração mudará a sua vida. O mesmo poder da fé do concerto que transformou Abraão e Sara fará o milagre de lhe dar a vitória sobre o pecado.

Um novo cristão estava sendo desafiado por seus antigos companheiros a provar sua fé:

–- Não acreditamos que Jesus transformou água em vinho –- zombaram –– Como é que você sabe que esse milagre realmente aconteceu?

Por um momento, o novo crente pensou no que dizer. Então respondeu: –- Admito que não posso provar se Jesus transformou água em vinho há dois mil anos. Mas posso garantir que na minha casa, Ele transformou caixas de cerveja em alimento e roupas para a minha família!

Louvado seja Deus! Ele pode operar milagres em seu coração e em seu  lar, através do poder do Senhor Jesus Cristo.


 


 

71

A GUERRA CIVIL DO ANTICRISTO

George Vandeman

TOPO

 

Nos dias do Império Romano, Pisa, no centro norte da Itália, tinha importante porto para a marinha imperial. Durante a época medieval, a cidade teve grande destaque econômico e político. Hoje, Pisa é famosa por sua Universidade, os tesouros de arte e seus marcos históricos. E a mais notável das atrações é a torre, que tem uma inclinação de cinco metros para o lado.

No topo da Torre de Pisa, a quase quatro séculos, o cientista Galileu realizou, segundo dizem, experimentos com a gravidade. Mais tarde, ele focalizou seu telescópio recém-inventado para o céu, descobrindo as montanhas na lua e as manchas no sol. Ele também concluiu que o astrônomo polonês Copérnico estava certo: a Terra gira como todos os outros planetas, enquanto o sol parece estar parado.

Você provavelmente deve estar perguntando que ligação pode haver entre o cientista medieval Galileu e o título "Guerra Civil do Anticristo". Galileu, o primeiro cientista de sua época, não desconhecia as manobras políticas. Ele deu nome aos quatro satélites de Júpiter que apareceram no telescópio em homenagem ao Grão-duque da Toscana, na esperança de receber dinheiro dele. Funcionou. E dessa base aparentemente segura, Galileu achou que poderia promover sua nova compreensão do nosso sistema solar. Porém, isso não funcionou muito bem.

Copérnico havia ofendido aos católicos e protestantes com suas descobertas. Até Martinho Lutero reclamou:

"As pessoas dão ouvidos ao recém-surgido astrólogo que tem se esforçado para mostrar que a terra gira... mas as Escrituras Sagradas nos dizem que Josué deu ordem para que o sol parasse e não a terra." 

O reformador João Calvino declarou:

"Quem arriscará a colocar a autoridade de Copérnico acima da do Espírito Santo?"

Mas Galileu não via contradição entre a ciência e a fé na Bíblia. Ele explicou que Deus, em Sua palavra, Se detém à verdade espiritual e geralmente deixa intato qualquer conceito errado sobre a ciência.

O antigo Josué imaginou que o Sol se movia pelo céu, por isso a Bíblia registra assim embora, na verdade, a Terra é que gira em torno do Sol.

Ninguém, no século 17, poderia refutar as conclusões de Galileu, mas os líderes cristãos o denunciaram como herege. O Papa Urbano II o intimou diante dos horrores da Inquisição.

Estava em jogo a reivindicação de Roma ao controle da consciência  pessoal, como os únicos intérpretes da Bíblia. E como a Igreja já tinha condenado o ponto de vista de Copérnico como "falso e oposto às Sagradas Escrituras", Galileu teve que desacreditar o seu telescópio ou enfrentar a morte. Ele preferiu retratar-se para não ser queimado na estaca. A igreja sentenciou o humilhado cientista à prisão perpétua por "veemente suspeita de heresia", pelo crime de ensinar aquilo que o mundo inteiro sabe hoje.

No ano anterior ao nascimento de Galileu, Roma havia decidido agir contra aqueles que desafiassem sua autoridade. A igreja vinha sofrendo enormes perdas para os protestantes. Por volta de 1540 toda a Escandinávia havia se tornado protestante juntamente com o norte da Alemanha e vastos territórios em toda a Europa. Alguma coisa tinha que ser feita para pôr fim nessa debandada de Roma.

Os reformadores estavam exigindo que o Papa convocasse um concílio para discutir suas idéias. Muitos líderes da igreja concordaram, embora não pela mesma razão. Eles queriam que Roma reforçasse sua autoridade e unisse os católicos para esmagar a Reforma. Durante anos o Papa Paulo III hesitou. Mas, finalmente, em 1545, ele  convocou os líderes da Igreja na cidade de Trento, ao norte da Itália.

O concílio de Trento continuou com os debates por 18 anos, concluindo finalmente em 1563. Ele marcou o ponto de virada na História, trazendo nova vida para a velha Igreja. Muito do que vemos no Catolicismo veio de Trento.

O concílio corrigiu alguns problemas, mas recusou-se a reformar seus ensinamentos. Os líderes da Igreja reafirmaram seu credo e tomaram a ofensiva, lançando o que ficou conhecido como a contra-reforma.

Através de manipulação política, de forças militares e da Inquisição, Roma reconquistou grandes territórios perdidos para os protestantes.

Bem, os jesuítas foram as grandes estrelas da contra-reforma. Essa nova ordem do clero foi treinada vigorosamente para virar a maré contra a Reforma. Dois de seus destacados estudiosos, Luís de Alcazar e Francisco Ribera defenderam a mais séria acusação levantada pelos protestantes: a igreja de Roma havia se tornado o anticristo.

Na verdade, poucos estudiosos na Idade Média ensinaram que a Igreja, através de seu abuso da fé cristã, havia feito de si mesma o anticristo. Todos os grandes reformadores partilhavam das convicções e conclusões de Lutero: John Knox, da Escócia, o rei James I (que comissionou a versão King James da Bíblia em inglês), e o famoso cientista e estudante da Bíblia, sir Isaac Newton.

Vários homens, em diferentes épocas, chegaram à mesma conclusão. Agora, muitos cristãos estão curiosos para saber o que convenceu os reformadores sobre o anticristo. Estavam todos enganados? Ou eles descobriram alguma coisa que não vimos?

O estudioso jesuíta Luís de Alcazar afirmou que as profecias relativas ao anticristo tinham sido cumpridas no passado com a Roma pagã, antes da época dos papas. Sua posição tornou-se conhecida como Preterismo.

Ribera, o pai do Futurismo, ensinou o oposto. Ele disse que o anticristo seria um inimigo futuro do cristianismo. De qualquer modo, se o anticristo aconteceu ou não, os jesuítas haviam alcançado o seu propósito. Haviam conseguido aliviar a pressão do pontífice.

Como foi que Ribera conseguiu colocar no futuro as profecias relativas ao anticristo? Através de sua ótima manipulação da profecia de Daniel 9, que predisse o ano da morte de Cristo.

Ribera retirou o âmago de Daniel 9, colocando Cristo com o  anticristo. Veja como ele fez. Daniel havia predito o que o Messias faria durante 70 semanas: "E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o      sacrifício e a oferta..." Daniel 9:27.

Tudo isso aconteceu quando Jesus morreu e o véu do templo se rasgou, simbolizando o fim dos sacrifícios com animais. Mas Ribera negou a obra de Cristo na confirmação do concerto. Ele disse que o anticristo cumpriria Daniel 9 no futuro. Ribera não tinha autoridade das Escrituras para aplicar essa profecia ao anticristo. Em primeiro lugar, Daniel 9 obviamente envolve a salvação vicária de Cristo na cruz. Em segundo, aquele que faz o concerto lá o confirma. Não há pausa como os futuristas afirmam que o anticristo fará. Finalmente, em parte alguma da profecia, encontramos o anticristo fazendo um concerto com alguém. A ardilosa interpretação de Ribera sobre Daniel 9 chega até nós como a "teoria da lacuna". Ele separou a septuagésima semana do resto da profecia por uma lacuna de muitos séculos no futuro. Mas o texto de modo algum fala de uma pausa ou lacuna entre a sexagésima nona e a septuagésima semana de Daniel 9.

Finalmente, Roma encontrou uma resposta para a acusação protestante de que a Igreja havia se tornado o anticristo. Não é de admirar que os católicos em toda parte se juntaram ao redor da tese jesuíta. O Futurismo de Ribera se tornou bastante popular. Seu brilhante discípulo, o cardeal Roberto Bellarmine, é o autor de Controvérsias, uma obra de três volumes que se opõe à Reforma. Bellarmine ganhou fama como "o maior adversário das igrejas protestantes".

Como seria de se esperar, os protestantes rejeitaram o futurismo católico romano. Entre 1639 até o final do século 17, todos os 25 proeminentes escritores da Reforma se referiram ao anticristo como o papado. Eles também acreditavam que Cristo havia cumprido as 70 semanas de Daniel. Porém, de modo curioso e incrível, os protestantes nos últimos dois séculos têm  abandonado a fé profética dos reformadores, adotando o futurismo dos jesuítas. De todos os incríveis fatos na história da Igreja, nada supera esse.

George Eldon Ladd, um respeitado estudioso de nossa era, documenta em seu livro A Abençoada Esperança, publicado por Eardmans:

"Será provavelmente um choque para muitos futuristas modernos descobrirem que o primeiro pesquisador de uma relativa era moderna, que retornou à interpretação futurista patrística, era um Jesuíta espanhol chamado Ribera. Em 1590, Ribera publicou um comentário sobre o Apocalipse como uma contra-interpretação à visão predominante entre os protestantes à qual identificava o Papado com o Anticristo. Com exceção dos capítulos iniciais, Ribera relacionou todo o Apocalipse mais ao tempo do fim do que à história da igreja. O Anticristo seria um indivíduo perverso que seria recebido pelos judeus e reconstruiria Jerusalém, aboliria o Cristianismo, negaria a Cristo, perseguiria a igreja e reinaria sobre o mundo por três anos e meio." - A Abençoada Esperança, George Eldon Ladd.

Os ensinamentos católicos sobre o anticristo encontraram guarida no mundo protestante. Não há dúvida quanto a isso. As igrejas da Reforma mudaram drasticamente suas crenças proféticas. Como isso aconteceu?

Tudo começou no século 19, nas Ilhas Britânicas. Edward Irving, um pastor da igreja da Escócia, tornou-se  interessado na segunda vinda de Cristo e fundou a Sociedade Para a Investigação da Profecia. Infelizmente, ele aceitou o futurismo de Ribera e até traduziu um livro escrito por um missionário jesuíta espanhol.

Irving pregou com grande sucesso, cativou o interesse da alta sociedade de Londres e pregou uma vez ao ar livre para 12 mil pessoas na Escócia.

Numa manhã de domingo, em 183l, uma mulher falando em línguas, interrompeu o sermão de Irving. Experiências incomuns de cura pela fé se seguiram. Irving achou que tudo aquilo podia ser obra do Espírito Santo. E tornou-se mais envolvido na questionável doutrina antes que membros descontentes o acusassem de heresia e votassem sua saída do púlpito.

Edward Irving morreu muito magoado aos quarenta e poucos anos. Entretanto, sua influência permaneceu.

Através de Irving, o irlandês anglicano John Nelson Darby adotou o futurismo de Ribera.

Esse jovem sincero começou a viajar pela Europa e cruzou o Atlântico até os Estados Unidos, espalhando sua crença por toda parte. Quando morreu, em 1882, Darby já tinha perto de 100 grupos de estudo somente na América dedicados às suas idéias.

Após a morte de Darby, a tocha do futurismo passou para C.I. Scofield, compilador das notas de estudo da Referência Bíblica de Scofield.

Publicada inicialmente em 1909, a bíblia de Scofield continua bastante popular hoje. E, desde 1970, o "best-seller" de Hal Lindsey, A Agonia do Planeta Terra, tem persuadido milhões de protestantes a crerem no ensinamento futurístico sobre o anticristo. Tratava-se de um ensinamento diversionário da Igreja de Roma incrivelmente aceito pelo mundo protestante! Com toda essa confusão sobre a profecia bíblica, será que fomos forçados a um encontro inesperado com o anticristo no Armagedom? Podemos apreciar o renovado interesse atual na profecia bíblica e na segunda vinda de Jesus, mas qualquer um que entende a Reforma deve estar preocupado que podemos ter perdido a herança profética. A contra-reforma católica ganhou mais terreno do que Francisco Ribera podia ter imaginado. A Igreja não precisava mais combater a acusação dos reformadores de que o papado era o anticristo. Roma permanece segura agora que os protestantes conservadores estão ensinando o futurismo católico.

Que incrível mudança de eventos, não concorda? Não estamos vulneráveis agora às falsas teorias sobre o anticristo? Alguém perguntará: "Que diferença isso faz, uma vez que somos cristãos sinceros?" Mas se somos realmente sinceros, levaremos a profecia a sério quando ela nos alertar sobre a mentira, não acha?

Nos dias de Cristo, a ignorância das profecias bíblicas levou muitos a rejeitarem Jesus. Eles esperavam um Messias que iria expulsar o exército de ocupação romano. Quando Jesus apenas curou os enfermos e ressuscitou os mortos, eles não O acharam qualificado! Até o fiel João Batista ficou confuso. Ele mandou dois mensageiros até Jesus com a pergunta: "És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?" Mateus 11:3.

Essas dúvidas e enganos confundiram toda a nação. A controvérsia teve o clímax durante os últimos meses da vida de Cristo. E em João 7 encontramos Jesus assistindo à festa dos Tabernáculos em Jerusalém. "E havia grande murmuração entre a multidão a respeito dele. Diziam alguns: Ele é bom; e outros diziam: não, antes engana o povo."  João 7:12.

O debate sobre Jesus ia de um lado para o outro. Mais uma vez, um conceito popular errado da profecia bíblica levou os ouvintes de Cristo a duvidarem de sua identidade. João 7:27 diz: "Bem sabemos donde este é; mas, quando vier o Cristo, ninguém saberá de onde ele é."

Muitos criam que o Messias apareceria súbita e misteriosamente, como por encanto. Quanto a Jesus, Ele estava por ali há algum tempo e por isso não podia ser o Messias, pensaram. Sua total ignorância da profecia fez com que eles descartassem o Salvador.

Muitos nos dias de Cristo não se preocuparam em estudar a Bíblia por si mesmos; o que importava a eles era: "Creu nele porventura algum dos principais ou dos fariseus?" João 7:48.

Em outras palavras, "alguém famoso crê? Eu não vou seguir a verdade até que algum líder religioso importante siga na frente". Nós ainda ouvimos pessoas dizendo o mesmo hoje? Bem, você conhece a triste história daquela época. Jesus não atendeu às expectativas de Israel, de modo que eles não O aceitaram. Tudo por causa da indisposição de investigar as profecias com o coração aberto. Corremos o mesmo perigo hoje? O alerta de Paulo sobre o anticristo é: "Ninguém de maneira alguma vos engane." II Tessalonicenses 2:3.

Estamos sendo instados a vasculhar o horizonte em busca de algum anticristo futuro, quando todo o tempo ele tem surgido em nosso próprio quintal? É algo para pensarmos com todo cuidado. O povo de Deus não reconheceu a Cristo quando Ele veio porque esperava um tipo diferente de Messias do que a profecia bíblica de fato predisse. Talvez, em nossos dias, não iremos identificar o anticristo por causa da confusão similar da profecia. Alguns cristãos, sem saber, até cooperarão com o anticristo em suas mentiras. Que cenário para o Armagedon!

Seja qual for a tribulação que enfrentaremos no futuro, graças a Deus, podemos achar segurança no Senhor Jesus Cristo e em Sua verdade.

Charles Glass, veterano jornalista americano, entrou no sul de Beirute para investigar uma história. De repente, dois carros bloquearam seu caminho. Quando ele se apercebeu, terroristas o fizeram cativo. Então, seguiram-se dois meses de sofrimento e solidão, pontuados por muito terror. Uma noite, ele ouviu os guardas roncando. Aquela era sua oportunidade. Descendo pela janela até um terraço, ele conseguiu escapar. Por volta de duas da manhã, entrou pelo saguão do hotel Summerland e gritou: "Sou Charles Glass. Preciso de um lugar para me esconder." O refúgio foi concedido e, em pouco tempo, ele estava de volta em segurança nos braços de sua família.

À medida que este mundo corre para sua crise final, também precisamos de um lugar para nos refugiarmos. Precisamos dos poderosos braços de Deus para nos abrigar em Seus cuidados. Abra seu coração a Ele agora mesmo e diga: "preciso de um lugar para me esconder". 


 

72

O SEGREDO DO ARREBATAMENTO

George Vandeman

TOPO

 

"Lá estava eu, dirigindo o carro pela via expressa, quando, de repente, o local virou um pandemônio: carros indo em todas as

direções e nenhum deles tinha motorista. Foi uma loucura! Acho que temos uma invasão de seres do espaço." O que aconteceu de fato? Um sonho, um pesadelo ou talvez até um filme religioso de ficção?

Essa vívida descrição foi tirada do livro A Agonia do Planeta Terra, de Hal Lindsey sobre o "arrebatamento" e a crise final da Terra.

O arrebatamento, explica Lindsey, é a vinda repentina, silenciosa

e invisível de Jesus para levar os santos deste mundo.

Depois disso, seguem-se sete anos dentro dos portões de pérola do Céu, após os quais, Jesus voltará à Terra para derrotar o anticristo em um duelo na batalha do Armagedom. Um cenário bastante intrigante! Não me admira os cristãos em toda parte se empolgarem com isso.

Foram criados adesivos dizendo: "Aviso: motorista será arrebatado a qualquer momento" e "Se eu for arrebatado, assuma o volante". 

Os arrebatamentistas de 1970 apontavam para o estabelecimento de Israel como nação em 1948, relembrando o que Jesus disse: "Esta geração de modo algum passará até que todas estas coisas estejam cumpridas."

Eles calculavam que uma geração é igual a 40 anos. Por isso, o fim seria por volta de 1988. Mas, o arrebatamento secreto deveria ter sido ao redor de 1981, lançando sete anos de tribulação na Terra. Então, Cristo deveria voltar de novo à Terra com seus santos, em 1988.

Bem, você pode imaginar como se sentiram milhões de arrebatamentistas quando Cristo não veio para levá-los ao Céu em 1981. O jornal Chicago Sun Times informou que 50 membros da fundação Farol do Evangelho de Tucson, deixaram seus empregos e venderam suas propriedades para aguardar o arrebatamento de 28 de junho de 1981. Um dos membros, um jovem médico declarou: "Nunca tinha sentido tanta paz, tanta alegria."

Até agora, Cristo ainda não retornou para o Seu povo, de modo que o arrebatamento teve que ser remarcado. Mas, eles dizem que ocorrerá a qualquer momento. A qualquer momento, Jesus virá e levará o Seu povo.

Muitos cristãos, igualmente sinceros, acham que os arrebatamentistas estão redendodamente enganados. Como podemos saber a verdade? Não acha melhor voltarmos à Bíblia para descobrirmos?

Primeiro, descobriremos que a palavra "arrebatamento" não consta na Bíblia. Ela vem do latim e significa "levar embora", ser levado quando Jesus retornar. A palavra "arrebatamento" está incluída na Bíblia em I Tessalonissenses 4: 16 e 17: "Porque o mesmo Senhor descerá do Céu com alarido e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor."Que maravilha será ouvir o grito de alegria de Jesus quando Ele descer do Céu para nos levar! Que bom ouvir o potente som da trombeta de Deus! A vinda de Cristo será o evento vocal mais espetacular de todos os tempos.

Com todos os gritos e trombetas, você irá se perguntar: Quão secreto o arrebatamento será? Talvez não seja de fato nenhum segredo. Por que Jesus precisaria chegar de surpresa do Céu? Seria bem mais apropriado para nosso Rei chegar triunfantemente através das nuvens e nos chamar para o lar. De fato, é o que a Bíblia ensina.

Muitos arrebatamentistas se surpreendem ao descobrir que a Bíblia nunca disse que Cristo virá num piscar de olhos. Em I Coríntios 15:51 e 52 diz: "... todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados."

A mudança do corpo mortal para o imortal ocorrerá instantaneamente. Mas a vinda de Cristo será ruidosa e longa o bastante para as trombetas soarem.

O próprio Jesus fala sobre a segunda vinda em Mateus 24:30 e 31: "Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da Terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo

sobre as nuvens do céu, com poder e glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus

escolhidos..."

Todos, salvos ou perdidos, saberão quando Jesus voltar para ajuntar os Seus escolhidos.

A Bíblia diz que Cristo virá inesperadamente, como um ladrão na noite. Isso significa que o mundo não notará quando estiver acontecendo?

Naauela fatídica manhã de 7 de dezembro de 1941, em Pearl Harbor, apesar da inteligência americana ter alertado de um iminente ataque japonês, eles foram apanhados desprevenidos. Quando aqueles bombardeiros surgiram no céu, todos podiam ouvir o que estava acontecendo. Assim será na volta de Jesus. A despeito dos alertas em todo o mundo, os não-salvos serão apanhados de surpresa. Mas eles certamente saberão da presença de Cristo.

O que acontecerá àqueles que não estiverem prontos para encontrar a Jesus? Eles terão outra oportunidade de se arrepender? Isso é o que os arrebatamentistas ensinam. Mas isso nos traz uma pergunta perturbadora: e se a idéia da segunda chance for falsa? E se a oportunidade humana terminar com a vinda de Cristo? Vamos ver o que a Bíblia diz. Lucas 17:26 e 27: "E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos."               

Nos dias de Noé, os negócios prosseguiam até que aquela surpresa fatal veio do céu. Todos os que ignoraram o alerta de Deus perderam sua vida. "Assim será no dia em que o Filho do homem se

há de manifestar." Lucas 17:30.

Na vinda de Cristo, cadáveres ficarão espalhados por toda a Terra. Jesus disse que alguns seriam levados e alguns seriam deixados, mas os deixados estarão mortos. Lucas 17 descreve isso, nos versículos 34 e 37: "... Estarão dois numa cama; um será tomado, e o outro será deixado..." "... e respondendo, disseram-lhe: onde Senhor? E ele lhes disse: onde estiver o corpo, aí se ajuntarão as águias."

Portanto, todos que estiverem prontos para encontrar Jesus, serão levados para o Céu. Todos os não-preparados ficarão mortos e tragicamente deixados sobre a Terra para os abutres consumirem. Sem uma segunda chance!

Há um perigo nesse ensinamento do arrebatamento, por mais sinceras que sejam as pessoas que crêem nisso. Se nossos amigos e parentes não-salvos não se decidirem antes da vinda de Cristo, jamais poderão ser salvos.

"Eis aqui agora o dia da salvação." II Coríntios 6:2.

O arrebatamento secreto não consta nas Escrituras. É um mito medieval, uma invenção da contra-reforma do século 16.

Estudiosos protestantes durante a época da reforma criam que a volta de Cristo seria tudo, menos secreta.

De fato, uma profecia no Antigo Testamento fala sobre isso, no livro de Daniel.

Deus queria chamar a atenção do orgulhoso rei Nabucodonosor, assim deu-lhe um sonho e o fez esquecer a mensagem quando amanheceu. O rei lembrava-se apenas que o sonho era realmente espetacular e muito importante.

Desesperadamente, Nabucodonosor exigiu que seus conselheiros videntes lhe dissessem qual havia sido o sonho e sua iterpretação. Eles deveriam saber. Mas, como não conseguiram, condenou todos à morte. Como o rei não sabia a diferença entre um vidente e um profeta, Daniel foi colocado com os outros para ser executado. Com a vida em jogo, Daniel solicitou uma audiência com o rei, pediu tempo para orar a seu Deus, prometendo retornar com a descrição do sonho e sua interpretação. O rei concordou. E Deus falhou com Daniel? De modo algum.

Em uma visão noturna, Ele revelou a Seu jovem profeta o que o rei havia sonhado e o significado. Na manhã seguinte, Daniel rumou depressa para o palácio onde o rei o aguardava ansiosamente.  Vamos ler a descrição do sonho em Daniel 2:31: "Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta estátua, que era grande e cujo esplendor era excelente, estava em pé diante de ti; e a sua vista era terrível Atentamente, o rei olha a nobre face do jovem mensageiro de Deus, que continua: "A cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços de prata; o seu ventre e as suas coxas de bronze; as pernas de ferro; os seus pés em parte de ferro e em parte de barro." Daniel 2:32 e 33

Deslumbrado, Nabucodonosor, o orgulhoso monarca do poderoso império da Babilônia, encara Daniel. Este humilde servo do Deus vivo está relatando com incrível precisão o sonho que havia fugido de sua memória. Daniel prossegue, versículos 34 e 35: "Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou. Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios. Mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou em grande montanha que encheu toda a terra."

O rei reviveu a incrível cena. Viu a majestosa estátua com a cabeça de ouro reluzente, e o peito de prata polida. Viu de novo o corpo e as coxas de bronze derretido, as pernas de ferro maciço e, mais estranho de tudo, a mistura de ferro e barro da qual eram formados os pés. Mas, por que o ouro foi substituído por prata, e a prata por bronze? Qual era o significado da enorme pedra que havia derrubado a estátua? Assim, curioso, o monarca aguarda, ofegante, a interpretação.

"Tu, ó rei ... és a cabeça de ouro." Daniel 2:37,38.

"Que lisonjeiro!" Nabucodonosor deve ter imaginado. Muito adequado o seu reino ser representado pela cabeça de ouro. Afinal, os historiadores já não chamavam a Babilônia de reino de  ouro? Mas, seguiram-se algumas notícias ruins para a Babilônia. Nabucodonosor ergueu as sobrancelhas enquanto Daniel continuava a interpretação. Versículo 39: "E depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu."

O quê? Seu reino ia chegar ao fim? A Babilônia seria sucedida por uma potência inferior a ela?

Sim, a Babilônia não iria durar para sempre. Era apenas o primeiro de uma série de reinos que se sucederiam, um sobre as ruínas do outro. Ciro, o Persa, iria conquistar a Babilônia ainda nos dias de Daniel. Isto aconteceu durante a festa de Belsazar. Lembra-se dos escritos na parede? A monarquia dupla dos Medos e dos Persas, representada pelos dois braços de prata da estátua durou dois séculos. Hoje, jaz em ruínas, pois a profecia havia decretado: "... e um terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra." Daniel 2:39.

Este reino de bronze foi o da Grécia, liderado por Alexandre, o Grande. O ambicioso líder culminou suas fulgurantes conquistas na batalha de Arbela, 331 anos antes de Cristo. Aos 25 anos, ele reinou como mestre de todos, porém, sete anos depois, morreu. Quão rapidamente esmaece a glória terrena!

Então, veio o quarto reino, a monarquia de ferro da História - Roma. Nos dias desse império, Jesus viveu e morreu. Os soldados romanos oficiaram a crucificação, e um selo romano lacrou Seu túmulo.

Quatro impérios mundiais. Se houve quatro impérios, por que não um quinto, surgindo das ruínas do quarto? Não, a predição divina afirma: "E, quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro, isso será um reino dividido." Daniel 2:41.

Iria ocorrer uma mudança, uma divisão. E isso ocorreu? Sim.

Durante o quarto e quinto séculos, várias nações emergiram de dentro das fronteiras de Roma ocidental. O poderoso império dos Césares desintegrou-se perante o riso dos Bárbaros. E em seu lugar, vemos as conhecidas nações de hoje: Alemanha, França, Suíça, Portugal, Inglaterra, Espanha, Itália.

Poderia a sabedoria humana predizer o futuro com tanta precisão?  O cumprimento da profecia bíblica confirma a palavra de Deus.

"Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão mediante casamento mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro se não mistura com o barro." Daniel 2:43.

Sete palavras que destroem a conquista do mundo: "eles não se ligarão um ao outro." A Europa jamais se unirá sob um só governo, de acordo com a palavra da profecia.

Notamos um padrão interessante na História Mundial. Nabucodonosor não teve dificuldade em governar o mundo, assim como Ciro, Alexandre ou os Césares. Mas, tudo mudou.

Desde os dias do Império Romano, a História tem se assemelhado a um disco quebrado, descrevendo a história de todos os ditadores com uma persistente palavra: "derrota, derrota, derrota." Essa única palavra conta a história de Carlos Magno, Luiz XIV, Napoleão, Kaiser Wilhelm, Hitler e todos os ditadores visionários que possam se seguir. E por trás disso tudo, há uma fortíssima profecia.

Napoleão parecia ser o super-homem do destino. Em 1799, ele dominou a França e decidiu unificar os segmentos restantes do império na Europa. Mas, Deus usou o Duque de Wellington para cumprir dramaticamente a profecia em Waterloo, quando a idéia de Napoleão sobre um império mundial ruiu.

Um século se passou. Kaiser Wilhelm teve a mesma idéia em 1914, e todos sabemos o fim dessa história.

E apesar da notícia do recente desastre espalhar-se por todas as fontes, um cabo da ativa do exército alemão em ruínas deu entrada num hospital. Nada parecia estar errado com ele, mas demonstrava estar tão arrasado que o hospital o colocou em um quarto. Então, esse orgulhoso soldado virou o rosto para a parede e recusou-se a admitir a derrota da Alemanha. Dois dias depois, Adolf Hitler levantou-se daquele leito e deixou o hospital com um desejo febril de colocar o mundo sob sua bandeira. Essa história, também foi escrita nas cinzas com o sangue e as lágrimas de milhões. Hitler estava destinado ao fracasso através da palavra de Deus em Daniel, no segundo capítulo. Aquele que conhece o fim desde o princípio diz que os pedaços partidos do Império Romano jamais serão unidos.

Líderes militares e agências pacifistas têm tentado isso, mas fracassaram através das simples palavras: "mas não se ligarão um ao outro". Qualquer tentativa de unificar a Europa não irá durar.

E agora, o clímax de tudo, o destino das nações, o seu destino e o meu, encontram-se nas palavras de Daniel 2:44: "Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, e será estabelecido para sempre."

Não nos dias da Babilônia, da Pérsia, da Grécia ou de Roma, mas aqui mesmo, nestes dias, nos dias destes reis, em nosso tempo, Deus estabelecerá o Seu reino.

E o reino de Cristo esmagará todos os outros reinos deste planeta. A vida terminará na Terra sem uma segunda chance para o arrependimento. Não será um arrebatamento secreto, pois este grande clímax dos tempos será visto e ouvido por todos.

Notícia maravilhosa realmente. Isto não é sensacionalismo, nem especulação ousada ou fantasiosa sobre a profecia. Daniel 2 nos traz a mensagem certa da palavra de Deus, de que o próximo grande evento da História será a vinda de Jesus Cristo em poder e glória.

Amigo, você já se colocou do lado de Deus? Agora é a hora para fazer isso. Hoje é o dia da salvação. O Rei está vindo. E se Sua vinda não se encaixar em seus planos, então por favor, mude os planos. Que Deus o ajude.


 


 

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NOVA ERA DO PLANETA TERRA

George Vandeman

TOPO

 

Um estranho som saudou o alvorecer no Monte Shasta. A estranha ladainha aumentava e diminuia sobre as geladas dunas enquanto 40 jovens californianos estendiam os braços em direção ao sol  nascente. Dando as mãos e formando um círculo, começaram a cantar com outros cinco mil celebrantes na montanha.

Acontecimentos incomuns não são novidade na Califórnia, mas aquilo foi mais do que uma loucura típica de verão e eles chamaram o evento de "Convergência Harmônica". Por todo o mundo, naquele domingo, os fiéis da "Nova Era" se reuniram em 36 locais que consideram sagrados, como o Grand Canyon, as Pirâmides, o  monte Fuji noJaão. Elesseeuniram para dar as boas vindas à Nova Era de paz e amor   

Durante meses, os devotos da Nova Era vêm estudando as antigas   profecias dos índios norte-americanos, ligando-as aos calendários do culto ao sol dos maias e dos astecas.

Eles concluíram que um alinhamento especial dos planetas e constelações no domingo e na segunda-feira, 16 e 17 de agosto de 1987, produziria energia purificadora para o nosso planeta. Os seguidores da Nova Era viram uma oportunidade única. Esta era supostamente a primeira vez em 23.412 anos que os céus haviam se colocado em uma posição tão abençoada.

Emile Canning, líder do grupo em Shasta, implorou: "Cento e quarenta e quatro mil dançarinos do sol trarão a Nova Era. Seja um deles, isso resultará na paz mundial e na diminuição das catástrofes."

Naquele domingo, eles atingiram mais do que os 144 mil dançarinos exigidos. Mas suas esperanças para uma Nova Era fracassaram. Naquela mesma noite, o vôo 255 da Northwest caiu em Detroit, o segundo pior desastre aéreo na história dos Estados Unidos. Os seguidores da Nova Era dificilmente esperavam algo assim depois de suas cerimônias.

O fim de semana passou também sem o aparecimento em massa de discos voadores como alguns tinham predito. Provavelmente, o acontecimento mais próximo de uma visita alienígena foi noticiado por um dos moradores do monte Shasta: "Estamos vendo alguma coisa em nossa televisão que se parece com uma pomba com as asas bem abertas. Não sabemos explicar."

Bem, talvez um técnico de TV pudesse explicar. Ou talvez não. Algo mais do que ridículo estava acontecendo. O movimento Nova Era havia dado as mãos ao mundo dos espíritos. Eventos do fim de semana incluíram comunicações do além onde personalidades famosas falecidas supostamente revelavam seus desejos harmônicos através dos médiuns. Em uma planície abaixo do Shasta, cheia de dunas, 200 peregrinos de Los Angeles pagaram 35 dólares para ouvir reverentemente o apóstolo João, dos tempos bíblicos, falar-lhes através do médium Jerry Bowman. Isso era o que pensavam.

Chega dessa especulação fora da Bíblia, você não acha? Não nos custará 35 dólares para descobrir o que o apóstolo João disse realmente sobre a Nova Era. Em seu evangelho, no Novo Testamento, ele cita as palavras de Jesus, que você talvez saiba de cor: "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito: vou preparar-vos lugar. E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também." João 14:1-3.

Que maravilhosa eternidade teremos no Senhor Jesus Cristo! Essa Nova Era, como explica a Bíblia, começa com a vinda de Cristo em poder e glória.

O Filho de Deus cortará os céus, descendo pela estrada salpicada de estrelas, servido por milhares de anjos. Então, Ele bradará com voz de trovão: "Desperte, você que dorme no pó da terra! Desperte para a vida eterna!" E entes queridos que você perdeu ouvirão aquela voz chamando os mortos pelo mundo todo. Famílias serão reunidas, crianças levadas pela morte serão colocadas de novo nos braços de seus pais. Que dia de reunião!

Enquanto os santos ressurretos forem levados para cima, para se encontrarem com Jesus, nós, que estivermos vivos, nos juntaremos a eles no ar. Imagine a sensação! Desafiar a gravidade enquanto planamos pelo céu. Sem traje espacial, navegaremos pelas estrelas até nosso lar celeste. E quando chegarmos lá, que recepção nos aguarda! Multidões de anjos ao nosso redor, cantarão hinos de louvor a Deus. Teremos um banquete de boas-vindas melhor do que qualquer jantar de que você já participou na Terra. E, melhor de tudo, o próprio Pai Celeste nos apresentará nosso lar no paraíso. E que lar! Certamente as mansões serão mais gloriosas do que as habitações mais ricas da Terra. Mal posso esperar para vê-las, e você? E mal posso esperar para ver o Senhor em pessoa, o nosso Rei Celeste! 

O que iremos fazer após nos instalarmos em nosso lar celeste? Bem, o livro de Apocalipse revela mais do plano de Deus: "Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição: sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos." Apocalipse 20:6.

A ressurreição dos fiéis, quando Cristo vier, é chamada de primeira  ressurreição. Então, haverá uma ressurreição para os não crentes também? Sim. O versículo 5 de Apocalipse 20 nos diz: "Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. ..."

Portanto, haverá uma segunda ressurreição ao final dos mil anos, quando aqueles que rejeitaram a Jesus ressuscitarão. Eles enfrentarão o julgamento e a segunda morte. Mas, podemos pensar: "Por que Deus esperaria mil anos para julgar o pecado?" É simples: Ele não destruirá o ímpio enquanto todo o Universo não entender por completo o motivo.

O apóstolo Paulo fala de um tempo em que, de acordo com I Coríntios 6:2: "...os santos hão de julgar o mundo." Isso será durante os mil anos no Céu, de acordo com Apocalipse 20:4.

Deus abrirá os livros para nós e haverá bastante tempo para termos nossas perguntas respondidas. Perguntas sobre coisas que nunca entendemos, como: Por que Deus deixa bebês morrerem? E por que Ele não curou certas pessoas apesar de toda a sua fé?

Muitas vezes, neste lado da eternidade, a vida aparenta ser um emaranhado, quando todo o tempo Deus está trabalhando para o nosso bem. Ele nos explicará tudo no Céu. Agora "vemos como que num espelho", mas então nós finalmente entenderemos o que agora só podemos aceitar pela fé. Quando chegarmos ao Céu e olharmos ao redor, teremos novas perguntas, como: Onde está o meu pastor? Por que ele não veio? Pensei que ele fosse um homem de  Deus!

Alguns que imaginávamos serem salvos vão estar ausentes, e outros que julgávamos perdidos estarão salvos. Como Jesus predisse, muitos dos primeiros serão os últimos e dos últimos serão os primeiros.

Deus vai separar tempo para explicar tudo. Veremos que Ele de fato fez o possível para salvar todas as almas através da  história da humanidade. E quando todas as nossas perguntas tiverem sido respondidas no Céu, estaremos preparados para testemunhar o solene castigo dos não salvos no final dos mil anos.

Agora, durante nosso tempo no Céu, o que estará acontecendo na Terra? De acordo com o livro A Agonia do Planeta Terra, o arrebatamento dos santos inicia uma contagem regressiva de sete anos, antes de um duelo no Armagedom. Estas são as palavras do autor Hal Lindsey:

"Após os cristãos terem ido (ou seja, arrebatados), Deus vai Se revelar de um modo especial a 144 mil judeus que Billy Graham libertou nesta Terra. E a Terra jamais conhecerá um período de evangelismo como esse. Esses judeus irão recuperar o tempo perdido. Eles vão conseguir o maior número de convertidos de toda a história."

Assim, os arrebatamentistas crêem que, após a vinda de Cristo, o povo judeu finalmente O aceitará e conduzirá muitos outros à salvação. Enquanto isso, as forças do mal estão acelerando seus esforços para minar o progresso do evangelho. E o anticristo, um ditador romano, subirá ao poder através da confederação de dez nações do Mercado Comum Europeu. Ele assinará um tratado de proteção com a nação de Israel, o que possibilitará aos israelenses reconstruírem o templo judeu em Jerusalém em três anos e meio. É o que diz Lindsey.

Os arrebatamentistas crêem que o templo mal estará reconstruído quando o anticristo romper o seu pacto com os judeus e interromper as cerimônias no templo. Aí, seguir-se-ão mais três anos e meio de terrível tribulação durante o reinado cruel do anticristo, que Lindsey descreve:

"Fará os regimes de Hitler, Mao e Stalin parecer um grupo de meninas brincando de casinha. Então, uma grande luta militar se iniciará no Armagedon. Nesse momento crucial, Cristo retornará mais uma vez à Terra com a Igreja para destruir o anticristo e todas as forças pagãs. Ele então governará o mundo de Jerusalém."

A teoria é impressionante. Mas, quanto disso tudo é fato? Vamos lembrar o que o apóstolo Paulo ensinou a respeito do anticristo. Ele disse que esse poder enganador traria tribulação ao povo de  Deus antes do arrebatamento. Todos os reformadores concluíram que o anticristo e a tribulação viriam antes da segunda vinda de Cristo. Só depois que a contra-reforma destruiu a sua fé profética, os protestantes passaram a crer o contrário.

Os não-salvos cairão mortos quando Jesus vier levar os salvos para o Céu. Seus corpos ficarão espalhados sobre a Terra.

Um dia, muito breve, num período de poucas horas, a Terra ficará despovoada, sem nenhum ser humano vivo em parte alguma. Temos ouvido as sombrias predições sobre como o mundo ficará após uma guerra nuclear: um deserto cinzento e abandonado.

Uma profecia no Antigo Testamento descrevendo o nosso planeta após a vinda de Jesus, tem uma incrível semelhança com as horríveis cenas sobre as quais os cientistas têm nos alertado. Jeremias 4:23-27: "Observei a terra, e eis que estava assolada e vazia; e os céus, e  não tinham a sua luz. Observei os montes, e eis que estavam tremendo; e todos os outeiros estremeciam. Observei e vi que homem nenhum havia e que todas as aves do céu tinham fugido. Vi também que a terra fértil era um deserto, e que todas as suas cidades estavam derribadas diante do Senhor, diante do furor da sua ira. Porque assim diz o Senhor: Toda esta terra será assolada: de todo, porém, não a consumirei."

O profeta descreve a Terra após a vinda de Cristo como sendo sem forma e vazia, assim como no primeiro capítulo de Gênesis, antes da criação estar completa. Nenhuma vida humana permanece, nem mesmo os pássaros voam.

Sendo assim, os pecadores não terão uma segunda chance. Quando Cristo voltar, todos terão tido sua última oportunidade. Mas, nesta mórbida cena está o capítulo final da história da Terra? Não. Há um raio de esperança! Deus promete: "De todo, porém, não a consumirei." Sem dúvida, Ele ainda tem planos para este planeta. Mas, onde Satanás passará os mil anos de Terra vazia? Apocalipse 20 explica que o diabo será exilado, confinado à Terra em "um poço sem fundo" sem ninguém para tentar. Ora, não se pode trancar Satanás com uma chave literal ou restringi-lo com uma corrente de verdade. E nenhum poço sem fundo, nenhum encantamento do sono poderá detê-lo. Então o que isso pode significar? Simplesmente um meio simbólico de dizer que Satanás será finalmente detido. Ele e seus anjos serão confinados à Terra.

Hoje, Satanás anda ao redor bramando como um leão, procurando pessoas para devorar com a tentação. Mas, após a vinda de Jesus, cada ser humano estará morto ou salvo. O grande rebelde não terá nada para fazer durante mil anos, a não ser vagar sobre a Terra escura e desolada entre as ruínas que ele provocou. Mas a Bíblia diz que o diabo será solto outra vez após ter sido afastado por mil anos. Evidentemente, ele terá seus ímpios seguidores de volta, como lemos em Apocalipse 20:7 e 8: "E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão. E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha."

Agora as coisas acontecem bem depressa. Satanás, solto pela ressurreição dos perdidos, assume a liderança de seu novo exército de rebeldes ressurretos. Lembre-se: "Mas os outros mortos não reviveram até que os mil anos se acabaram."

O que acontece a seguir? O drama se revela no versículo 9: "E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidadeamada; mas desceu fogo do céu, e os devorou."

Que cena! Como é que a cidade santa, o acampamento dos santos, veio parar na Terra, afinal? Não estávamos no Céu com Jesus? Isso é incrível! Eu não acreditaria se não tivesse lido na Bíblia, em Apocalipse 21:1-3: "E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus."

Você pode imaginar o que será viajar de volta à Terra e assistir a cidade santa descer do Céu? Segundo o profeta do Antigo Testamento, Zacarias, Cristo ficará aquele dia sobre o Monte das Oliveiras nos arredores das ruínas da Jerusalém atual. Seus pés dividirão a montanha em uma grande planície na qual a Nova Jerusalém pousará. "Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra." Mateus 5:5. Não este velho planeta envenenado; mas uma nova Terra, pura e sem poluição, livre dos ataques do pecado, após nossos mil anos no Céu.

Após a cidade santa ter se assentado na Terra, todos que já viveram estarão vivos juntos, dentro ou fora da cidade. Satanás compara seu grande exército com o número bem menor dentro da cidade. Os números o favorecem. E ele tem líderes militares de toda História o apoiando. Hitler está lá, juntamente com seus rudes e habilidosos generais que nunca perderam uma batalha.

Satanás reune suas forças para um ataque feroz e final contra o trono de Deus na cidade santa. O grande exército de rebeldes avança firme. Então acontece um inferno. "O fogo desce de Deus vindo do céu e os devora", diz a Bíblia. A Terra se transforma num vasto lago de fogo. Mas a cidade de Deus permanece a salvo sobre ela, assim como a arca de Noé navegou segura nas águas do dilúvio.

O inferno esquentará tanto que pecado e pecadores não sobreviverão. Após essas chamas terem feito seu trabalho, elas se apagarão; assim como as águas nos dias de Noé desceram e a arca pousou de volta sobre a terra. O lago de fogo cederá e a cidade santa pousará segura sobre um planeta purificado. Deus tirará beleza das cinzas, recriando a Terra tão bonita quanto era no Éden.

Finalmente, a rebelião terminará, para nunca mais perturbar o Universo feliz. O pecado será banido para sempre e com ele a morte, a dor e a tristeza.

Deus dará este planeta renascido ao Seu povo como lar permanente. Por que Deus mudaria a capital do Universo do Céu para o nosso planeta inferior? Porque somos Seu povo especial. Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu filho amado para nós. Jesus não foi um empréstimo, mas um presente. Para sempre o Salvador pertencerá à família humana, como nosso Irmão e nosso Senhor! E Jerusalém, onde Jesus sofreu e morreu por nossos pecados, será o lugar do trono eterno de Deus. Através de intermináveis séculos, os cidadãos do Universo adorarão conosco no local da nossa salvação. Quero estar lá, e você?

Quer perceba ou não, neste momento, você está decidindo o seu futuro. Quando o fogo cair, você não terá que ficar do lado de fora da cidade santa com o diabo e a destruição. Você pode estar em segurança com o Senhor Jesus Cristo.

Entregue sua vida a Jesus neste momento. Deposite sua confiança na salvação dEle, e você será incluído na Nova Era de Deus no planeta Terra. (Gráfico)


 


 

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ARMAGEDOM: A ÚLTIMA GUERRA

George Vandeman

TOPO

 

Armagedom! A simples menção desta palavra provoca todo tipo de temor e especulação. O que acontecerá durante a batalha do Armagedom? A Terceira Guerra Mundial, talvez?

Armagedom, seja o que for, parece que         não estamos preparados para ele. Mesmo assim, vivemos obcecados para saber tudo sobre a última crise da Terra. Somente tal         curiosidade pode explicar o sucesso de vendas do         livro intitulado: A Agonia do Planeta Terra. Vamos examinar o plano do Armagedom proposto pelo autor Hal Lindsey. Ele vê uma dramática seqüência de eventos envolvendo conspiração, trapaças e guerras entre as potências mundiais.

Esse plano começa três anos e meio após o "arrebatamento", quando anticristo supostamente rompe seu pacto com os judeus. Então ele prossegue interrompendo os cultos no templo em          Jerusalém e os sacrifícios de animais. Lindsey chama isso de "abominação da desolação", que causa uma grande tribulação e prepara o palco         para o Armagedom.

O próximo passo em direção ao dia         da destruição acontece quando um exército árabe-africano ataca Israel. De repente, os soviéticos traem seus aliados árabes e lançam sua própria invasão do Oriente Médio. Os russos conseguem obter         o controle de toda a área, segundo Lindsey. Então a luta recrudesce de fato. O anticristo reune   rapidamente um grande exército da confederação do Mercado Comum Europeu, da China Vermelha, e talvez dos Estados Unidos.

Essa poderosa hoste permite ao anticristo demolir a   ocupação soviética de Israel. Lindsey afirma que a    aniquilação total dos exércitos árabe-africano e soviético deixará somente duas potências para lutar pelo domínio do mundo:

"As forças combinadas da     civilização Ocidental, sob a liderança do ditador romano, (o anticristo), e as enormes hordas         do Oriente, provavelmente unidas sob a máquina de         guerra da China Vermelha." Finalmente, Lindsey       prediz que estas duas potências remanescentes lutarão entre si pelo controle do mundo. O campo de batalha         será a Planície de Megido, no norte de Israel.

No clímax da guerra do Armagedom, Cristo voltará com Seus santos para destruir os pagãos e   estabelecer Seu reino em Jerusalém para reinar sobre o mundo.

Porém, o que a Bíblia ensina sobre o Armagedom é o que realmente importa. Tenho várias dúvidas sinceras         sobre o cenário que Lindsey descreve em A Agonia do Planeta Terra.

Para começar, não posso aceitar a predição de que       "os Estados Unidos deixarão de ser o líder do Ocidente e provavelmente se tornarão, em algum sentido, parte da nova esfera européia de poder." A profecia bíblica ensina o contrário. O livro de Apocalipse prediz um papel poderoso dos Estados Unidos na condução do mundo para a crise final da Terra. E nada me preocupa mais do que os ensinos dos arrebatamentistas de que o templo judeu reconstruído em Jerusalém será o centro do reavivamento espiritual. Lindsey diz: "Haverá uma reinstituição do culto judeu segundo a lei de Moisés com sacrifícios e oblações."         

Mas, isto não seria competir com o Calvário         e negar o sacrifício vicário de Jesus? Quando Ele morreu, o véu      do templo se rasgou, simbolizando o fim dos cultos      e sacrifícios no templo judeu. Restaurar esses sacrifícios de animais, contradiria o que Cristo realizou como o Cordeiro de Deus. E qualquer coisa que       venha a competir com o sacrifício consumado de Cristo não é         obra de Deus, portanto o que haveria de tão mau se          o anticristo acabasse com esses sacrifícios profanos de animais? Ele estaria fazendo um favor à causa de Cristo! Estamos levantando importantes perguntas aqui. Perguntas que interessam profundamente a todos os que apreciam o Calvário como o único e completo sacrifício para o pecado. Lembre-se da profecia predizendo a obra         de Cristo na cruz em Daniel 9:27: "Ele fará cessar o sacrifício e a oferta..." Os ensinos arrebatamentistas levam estas lindas palavras para longe de Cristo e as dão ao anti  cristo!

Seria inadequado tirar Jesus de Daniel 9:27 e colocar ali o anticristo; isto ressuscita a mais questionável         doutrina medieval da contra-reforma e mina por      completo a verdadeira fé em Cristo.

Os arrebatamentistas crêem no sangue de Cristo para          sua salvação. Então, por que esperam e oram     para que o templo de Jerusalém seja reconstruído, antecipando que sacrifícios de animais serão oferecidos em seu altar? Como eles podem considerar         tal idolatria um reavivamento espiritual?

Se o anticristo atacasse um templo judeu reconstruído       em Jerusalém e pusesse fim a seus blasfemos sacrifícios, que negam a morte de nosso Senhor no Calvário, os verdadeiros cristãos diriam que esta seria a bênção de desolação, e não a abominação da desolação. Pense bem nisso. Em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, os israelenses recapturaram       a velha Jerusalém. O general Moshe Dayan marchou         até o Muro das Lamentações do velho templo e    proclamou: "retornamos aos nossos mais sagrados lugares, para nunca mais deixá-los." Eles    retornaram a seus lugares sagrados, mas infelizmente, não retornaram ao seu Messias. Eles ainda rejeitam o pacto da graça de Deus. Assim, como podem eles se considerar o povo         escolhido de Deus? A Bíblia afirma claramente : "E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa." Gálatas 3:29.

Esclarecidos estudiosos da Bíblia sabem que o Antigo Testamento não está centralizado primariamente em        Israel, mas no Messias. E o Novo Testamento aponta para perto         do santuário celeste, onde Jesus intercede por nós agora.         "Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da majestade, ministro do santuário, e do         verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou e não    o homem." Hebreus 8:1,2.

O templo está no Céu agora. O Senhor o         construiu, não o homem. Qualquer coisa que possamos construir aqui seria um templo falso. E o que glorifica a obra do homem em construir esse templo    falso deve ser um falso ensinamento. Nada poderia      ser mais claro do que isto: a verdadeira profecia aponta para o alto, para o templo celeste na Nova Jerusalém, enquanto a falsa profecia aponta para         baixo, para o templo terreno na velha Jerusalém.

Jesus alertou sobre falsos profetas com enganosas predições relativas à Sua vinda. Poderia toda a atenção colocada sobre         Israel ser uma cortina de fumaça do inimigo para        desviar os cristãos sinceros da verdadeira questão do Armagedom?

É interessante notar que Jesus alertou a igreja para           fugir da cidade condenada de Jerusalém. Faríamos         bem em aceitar Seu conselho hoje e fugir das falsas profecias sobre Jerusalém.

O que a Bíblia quer dizer ao predizer a volta dos judeus          para Jerusalém? A resposta vem facilmente quando     fazemos mais uma pergunta: de onde sairá o povo de Deus quando retornar a Israel? De Babilônia!

Aqui temos a chave para o entendimento da         profecia bíblica do final dos tempos: a volta do povo de Deus para Jerusalém deve estar ligada ao alerta final de Apocalipse 18:2 e 4:    "...caiu, caiu a grande Babilônia... sai dela, povo      meu..."

Portanto, quando os profetas do Antigo Testamento         falaram sobre a volta para Jerusalém, eles se referiram ao        povo de Deus cativo na Babilônia. Os exilados judeus tinham que sair da Babilônia para retornar a Jerusalém. Ora, o que significa para nós hoje         "sai da Babilônia?" A cidade nem sequer existe      mais! Se você visitar a antiga cidade no Iraque, só encontrará ruínas. Portanto a referência de Deus à moderna Babilônia não pode ser aplicada a uma cidade literal. Existe alguma aplicação espiritual para a Babilônia      hoje?

Eis uma coisa interessante, algo muito         importante: todos os reformadores ensinaram que a Babilônia, no livro de Apocalipse, representa a cristandade caída, a igreja que abandonou a fé de        seus fundadores do primeiro século.

Temos que admitir, com tristeza, que muitas igrejas hoje perderam a fé profética dos reformadores. Muitos protestantes agora têm adotado        as falsidades da contra-reforma, as quais seus próprios fundadores condenaram como a crença da         Babilônia.

Para nós, então, sair da Babilônia         significa trocar a falsidade pela verdade; abandonar qualquer idéia de que o pacto da graça de Deus está sendo cumprido com a nação judaica fora do sangue de Jesus. Retornar a Jerusalém agora significa esperar pela fé a "cidade cujo edificador é Deus," de acordo com Hebreus 11.

Essa cidade, é claro, é a Nova Jerusalém no Céu. O Senhor é o edificador dela, e não um arquiteto judeu na velha Jerusalém. Nossa esperança está em: "...Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos. mas a Jerusalém que é de cima é livre;   a qual é mãe de todos nós." Gálatas 4:25,26.

Temos que procurar a Nova Jerusalém acima de nós,      onde Jesus intercede como sumo sacerdote no       templo celeste. E dependemos apenas dEle como Salvador, Senhor e futuro Rei! Com isto         tudo em mente, estamos preparados para entender      a batalha do Armagedom. Somente uma vez a Bíblia menciona essa palavra, no livro de Apocalipse, no capítulo 16, versículos 14 e 16: "porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis de todo     o mundo, para os congregar para a batalha, naquele     grande dia do Deus todo-poderoso. E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom." Apocalipse 16:14,16.

Essa "batalha naquele grande dia do Deus todo-         poderoso" é o conflito final da Terra. Mais do que        forças humanas estarão lutando nos exércitos espirituais de Deus e Satanás. O        Armagedom será o clímax do grande conflito entre o     bem e o mal.

Onde será travada essa batalha? Bem, a história não         oferece registro de qualquer lugar chamado Armagedom, mas a Bíblia nos dá algumas pistas. O texto diz que a palavra "Armagedom" vem do hebreu. Nesse idioma, a palavra combina "har" que significa monte, e "magedon," que muitos conectam com "megido". Portanto, o nome Armagedom pode ser entendido como "Monte de Megido". O Monte de Megido é uma pista com a qual podemos trabalhar.

Na época do Antigo Testamento, Megido era uma cidade-fortaleza pequena mas importante, ao norte de Jerusalém, perto da planície     de Esdraelon.  Uma vez, nas Escrituras, esta planície é chamada de Planície de Megido. Pode parecer um local lógico para a guerra, mas devemos lembrar que o Armagedom envolve um monte e não         uma planície. Temos que encontrar um Monte de Megido, um monte com algum         significado espiritual para os exércitos celestes.

Bem, destacando-se acima da paisagem de Megido, está o Monte Carmelo.

Este monte representa o Monte Megido, o cenário do "Armagedom". 

Há muito tempo, nesse local, Elias comandou um dramático        duelo entre Deus e Seus inimigos. O profeta convocou a nação para comparecer a esse monte e os desafiou a julgar entre o culto falso e o verdadeiro. Ouça seu corajoso apelo:         "Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o..."

I Reis 28:21.

Deus conquistara uma grande vitória no Monte Carmelo. Ele derrotou os inimigos de Seu pacto, e novamente os derrotará, de uma vez por        todas, no Armagedom.

De fato, o Comentário Internacional Sobre o Novo Testamento explica: "Har, H-A-R, Har-Magedom é o simbolismo do destronamento         final de todas as forças do mal pela força e poder de Deus ... Deus emergirá vitorioso e levará consigo todos      os que colocaram sua fé nEle."

Portanto, agora entendemos que o Armagedom é um duelo entre a verdade e o erro, a lealdade a Deus ou ao poder do mal. Enquanto acontecem, com certeza, batalhas devastadoras entre os exércitos da Terra, o tema dominante das Escrituras        é que o Armagedom centraliza-se em torno do conflito espiritual envolve cada ser humano pessoalmente. Para cada um de nós vem o desafio: "Até quando coxeareis entre dois         pensamentos?"

Obedeceremos ao pacto da graça de Deus e nos afastaremos das falsidades da Babilônia? Seremos     contados entre os santos que "guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus?"

Todos temos um papel a desempenhar no Armagedom. Quando Deus vencer os poderes do mal, nós também podemos vencer com Ele! O Apocalipse nos assegura que os santos triunfalmente "entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro." Apocalipse 15:3.

O cântico de Moisés e do Cordeiro! Qual seria ele?

Bem, você se lembra como Deus livrou Moisés e os         israelitas na batalha com Faraó, durante seu Armagedom, com tribulações e pragas. Nós também enfrentaremos tribulação durante a crise         final da Terra. A Bíblia diz que haverá sofrimentos de fato: "Haverá um tempo de angústia, o qual nunca houve, desde que houve nação até aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo..." Daniel 12:1.

Graças a Deus, Ele nos livrará, assim como salvou Moisés e os israelitas há muito tempo. Nós venceremos a tribulação final da Terra através do sangue do Cordeiro - o sangue de Jesus Cristo na verga da porta de nosso coração.

Imagine como será estar no Céu, diante do trono de Deus com os santos, naquela grande multidão que ninguém consegue contar.       Vestidos com mantos brancos e segurando ramos de palma              da vitória, entoaremos um canto de júbilo: "... ao nosso Deus ... e ao Cordeiro, pertence a salvação." Apocalipse 7:10.

Pense sobre o dia que Jesus Cristo         atravessará o céu do ocidente. Medite nisso muitas vezes e deixe que isto lhe dê algo pelo que viver. Pode haver algo mais emocionante para se    contemplar? Ver primeiro uma pequena nuvem negra. Observá-la aproximar-se cada vez mais até se tornar branca e gloriosa. Uma nuvem diferente de todas que você já viu - uma nuvem de anjos, incontáveis anjos. Ouvir um som como nunca antes você ouviu: o som de uma trombeta ecoando ao redor do mundo. Então, uma voz como nenhuma que você já ouviu: a voz de nosso Senhor chamando os mortos para a vida. A Terra    tremerá; túmulos se abrirão; anjos em toda parte levarão criancinhas até os braços ansiosos de seus pais. Entes queridos há muito separados pela morte   se reunirão aos gritos de alegria. Então, juntos com aqueles que ressuscitaram, nós que esperamos através da longa noite na Terra, seremos levados até nosso lar celeste.

Eu quero estar lá, e sei que você também         quer. Deus nos ajude a estarmos prontos para aquele      grande dia.

 


 


 

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POR QUE ESPERAR? - PARTE 1

George Vandeman

TOPO

 

Os jovens têm um potencial fantástico, e estão sempre prontos para dominar o mundo. Porém, muitos perigos os aguardam enquanto correm pela veloz estrada da vida. Trataremos de uma das maiores ameaças: a crise de sexo da juventude.

Não é fácil ser jovem hoje em dia. Há uma enorme pressão para vencer nos esportes, na escola e nos relacionamentos. Freqüentemente, se deparam com tremendas tentações. A tentação de colar para poder obter boas notas no colégio, a pressão de colegas para usar drogas, e as influências quase irresistíveis atraindo-os para as experiências sexuais.

Conversamos com alguém que entende os jovens e aquilo que eles enfrentam para explicar melhor esse assunto. Ele é autor de 26 best-sellers, amado e respeitado em 76 países ao redor do mundo, onde tem feito palestras em colégios e universidades, e realizado inúmeros seminários. É o doutor Josh McDowell.

Josh - É muito bom participar. Eu me lembro da primeira vez que falei para o "Está Escrito".

Vandeman - Foi sobre a integridade da Bíblia.

Josh - A prova histórica da credibilidade da Palavra de Deus.

Vandeman - E depois os seus dois livros: A Prova Exige um Veredito, volumes I e II. Gosto do título. É um título de bastante força. Mas você veio para falar de um assunto bastante diferente. Algumas pessoas podem se sentir desconfortáveis ao falar sobre sexo e talvez seja a primeira questão a ser abordada. Josh, por que as igrejas tendem a ignorar as questões sexuais, se é uma coisa que os jovens tanto precisam entender num contexto cristão? Será que é tão embaraçoso falar sobre sexo ou nós, de algum modo, imaginamos que esses problemas vão desaparecer se apenas os ignorarmos?

Josh - Creio que existem várias razões. Uma é que muitos pastores e líderes evangélicos não percebem a profundidade do problema. Estive com um pastor de uma grande igreja conversando sobre o "Por Que Esperar?" e como expôr o assunto aos jovens. Ele disse: "Josh, não precisamos disso para nossos jovens. Sei que outras denominações e outras igrejas necessitam, mas você precisa ver nossos jovens adorarem a Deus." E ele nem quis saber. Na manhã seguinte, eu estava fazendo meu café da manhã quando vi o diretor dos jovens daquela igreja com dois estudantes líderes do colégio. Eu me aproximei deles e perguntei quantos jovens freqüentavam semanalmente a igreja. Eles disseram: "Cerca de 1.500." Para os dois estudantes, que eram líderes, perguntei quantos desses jovens eles achavam estar envolvidos sexualmente. E, sem sequer olhar um para o outro, ambos responderam: "Mais de 50 por cento." Portanto, existe um fator de omissão. Uma outra razão é que eles não crêem que a Bíblia dá qualquer autoridade à igreja ou à educação cristã para tratar do assunto. Várias vezes, recebo cartas de pastores dizendo que a igreja não tem autoridade para falar de sexo. Se algum dia esse assunto for tratado, terá que ser em casa. Isso significaria que não se pode pregar sobre Cantares de Salomão, I Tessalonissenses 4, nem Hebreus 13:4, nem nada. E uma outra razão é que se você não se sente à vontade em sua própria sexualidade como pai ou pastor, certamente hesitará ao falar sobre o assunto. Em uma viagem de avião, há alguns dias, um pastor me procurou e me fez a mesma pergunta: "Por que não estamos falando sobre o assunto?" E isso me deu uma chance. Eu arrisquei uma resposta: "Por causa das pessoas como o senhor." Ele perguntou: "Como assim?" E eu respondi: "Por causa de pastores como o senhor, que nao se sentem à vontade em sua própria sexualidade." Ele começou a chorar e falou: "Entendo o que quer dizer. Minha esposa e eu temos lutado com isso há uns dez anos." Através das história tem havido bastante negativismo. Dizem que sexo é sujo e não se fala sobre ele. E isso muitas vezes condiciona aqueles que falam aos jovens. Essas são algumas das razões pelas quais não se tem falado mais sobre sexo.

Vandeman - "Muitas pessoas fazem sexo, mas não fazem amor." Você disse isso e eu ouvi. O que isso quer dizer?

Josh - Bem, fizeram um estudo em uma universidade e concluíram que os Estados Unidos são provavelmente mais ativos sexualmente do que qualquer nação na história. Têm mais atividade sexual do que qualquer outra nação na história, mas aproveitam cada vez menos. E o comentário que fazem é que tem muito sexo sendo feito, mas pouco com amor. Isso está acontecendo por causa da televisão colocar o amor e o sexo juntos. Qual foi a última vez que você viu um homem dizer a uma mulher: "Eu te amo" e não irem para a cama? Qual foi a última vez que você viu alguém dizer "não" ao sexo. Provavelmente nunca se viu isso na TV. E, como resultado, pensamos que fazer sexo significa amar. Assim, ao invés de construirmos relacionamentos, intimidade, compromisso e tudo o mais, pensamos que, se formos para a cama, estaremos fazendo amor, quando na verdade só estaremos fazendo sexo.

Vandeman - Josh, ambos sabemos que Apocalipse, capítulo 12, alerta que nos últimos dias o diabo descerá sobre o povo de Deus com grande ira, porque sabe que lhe resta bem pouco tempo. Bem, como você sabe, o inimigo tem certamente feito isso na área do sexo. Por que as coisas estão piores agora?

Josh - Existem várias questões importantes. Uma é que não vivemos mais em uma cultura judeu-cristã. E os pais, pastores e líderes de seminários precisam entender bem isso, George, ou nossos jovens estarão perdidos. Sabe, quando a maioria dos pais eram jovens, se um pastor dissesse alguma coisa sobre sexo, com certeza, seria: "É pecado, não o faça." Se o pai cristão dissesse alguma coisa, seria: "É pecado, não o faça." Na televisão, diziam: "Não o faça." No rádio: "Não o faça." As músicas diziam: "Não o faça." O sistema educacional reforçava o que os pais diziam e repetiam: não o faça. Mas, não vivemos mais em uma cultura judeu-cristã. A moral da sociedade não deriva mais dos ensinos do Velho e do Novo Testamento. Agora, é o humanismo secular. Conclusão: o pastor se levanta e diz alguma coisa sobre sexo: "Com freqüência, não sempre, mas com freqüência é pecado, não o faça." Mas os jovens ligam a televisão e estão fazendo sexo; ligam o rádio e ouvem: "Façam"; as músicas dizem para fazer; seus colegas dizem para fazer e o sistema educacional agora está dizendo: "Sexo é normal, teremos clínicas e tornaremos o sexo seguro para você." E assim hoje, você não tem aquele pára-choque cultural contra a imoralidade sexual que tinha há 15, 20 ou 25 anos e isso está fazendo uma grande diferença no envolvimento sexual hoje. Outra razão diretamente relacionada com isso é a mídia. Ela mostra que as maiores influências na sexualidade dos filhos, vinte anos atrás, eram os pais em primeiro lugar, os colegas em segundo e a mídia ou a televisão, em oitavo. No ano passado, ela foi a número um e os colegas substituíram os pais. Isso cria uma série de dilemas: Quem eu sou como um ser sexual? Como é que devo agir sexualmente? Mas todas as respostas encontradas estão baseadas na ficção, televisão e colegas. Há ainda um outro problema. Muito do que os colegas sabem sobre sexo foi condicionado pela televisão e, por isso, acho que a maior influência atual é a televisão. Na igreja evangélica fundamental nós apeans terminamos o primeiro de todos os estudos científicos da vida sexual dos jovens. E, para nossa surpresa, ele mostrou onde os jovens aprenderam a respeito de sexo: 38% com seus amigos e colegas; 26% na televisão; 23% com os pais e 7% na igreja. Mas na televisão você quase nunca vê as conseqüências do sexo ilícito ou sem compromisso. Por exemplo, George, qual foi a última vez que você viu alguém contrair uma doença sexualmente transmissível na televisão? No entanto, somente hoje, 33 mil americanos pegarão doenças sexualmente transmissíveis. Serão doze milhões durante o ano. Em 1980, foram apenas quatro milhões. O número vai aumentar oito milhões em poucos anos. Mas você Não vê isso na televisão. Vê o problema? Eles nunca mostram as conseqüências. Estão tentando mostrar o sexo livre, sexo sem compromisso mas sem as conseqüências, e essa não é a realidade. E é isso que todos trazem para casa. Qual foi a última vez que você viu na televisão um bebezinho nascer com defeito devido a uma doença transmitida sexualmente? Nunca, e eu duvido que qualquer telespectador tenha visto. Mas sabe, George, no último ano, têm nascido mais bebês com defeito por causa de alguma doença sexualmente transmitida do que todas as crianças atingidas por pólio durante todos os 10 anos da epidemia dos anos 50? Em um ano! Mas você não vê isso na televisão, ela tem mudado totalmente o modo dos jovens verem a si mesmos sexualmente comparado com vinte anos atrás.

Vandeman - Josh, por que os jovens, especialmente os cristãos, fazem sexo antes do casamento? A resposta superficial deve ser: "Porque é bom." Esse é um fato, com certeza, mas sem dúvida há bem mais do que isso. Em seu livro Por Que Esperar?, você enumera 37 razões para os jovens quererem sexo. Pode comentar algumas delas?

Josh - Quando, pelo estudo, as pequisas e a interação dos jovens, descobri que havia 37 razões, pensei: "Não tem como reduzir isso para 10 ou 12 razões." Não consegui. Cada uma delas faz sentido. Eu diria que o fator principal é o relacionamento com os pais. As pesquisas mostram que os pais inativos farão com que o filho se torne muito mais envolvido sexualmente. Agora, isso não quer dizer que se você for um pai bastante atencioso, ouvir os seus filhos, se comunicar e tiver um relacionamento de muito amor, não vai ter problemas com eles. Mas quer dizer que você já terá uma grande vantagem com seus filhos. Uma jovem inscrita num concurso de redação resumiu toda questão no título "Em Busca do Amor de Meu Pai". Eu diria que o relacionamento com os pais é talvez a principal razão hoje. Outra é a influência da televisão, da qual acabamos de falar, sobre o que é o sexo. Porque, sejamos francos, quando somos bombardeados pela televisão, filmes e vídeos onde a todo momento um homem diz a uma mulher "Eu te amo" e eles vão para a cama, o que é que um jovem pode pensar disso? Quando nunca vê ninguém dizer não ao sexo, o que é que um jovem pode pensar? Portanto, a televisão é outra área-chave. Uma outra área é a falta da igreja em falar sobre sexo de uma forma positiva. Primeiramente, em colocar o sexo em um contexto positivo. A beleza do sexo, a intenção de Deus para ele e, ao explicar, dizer aos jovens: "Olha, vale a pena esperar." E destacar que toda vez que Deus diz "não", também diz: "Não cometerás adultério", não cometerás imoralidade sexual (I Tessalonissenses 4). Toda vez que Deus dá um mandamento negativo como esse, existem dois princípios positivos por trás dele: proteger e dar felicidade. E quando eles não ouvem isso, aí existem mais chances deles se tornarem sexualmente envolvidos. Eu creio que a igreja precisa apresentar uma mensagem de julgamento também. Veja I Tessalonissenses 4 e Hebreus 13:4. Fala sobre a pureza do casamento e do sexo.

Vandeman - E de modo claro.

Josh - Sem dúvida. Ali diz que Deus julgará os que se prostituem e os adúlteros. e precisamos dessa mensagem para os nossos jovens. Uma outra razão é os pais ficarem tanto tempo afastado do lar. Sabe, muitas pessoas pensam que o sexo acontece à noite, nos motéis. Não! A maioria esmagadora da atividade sexual acontece entre três e cinco horas da tarde, na casa dos pais. Os jovens têm escrito para mim e dito: "Tive a minha primeira experiência sexual no quarto dos meus pais por pura revolta, para provar o quanto eu os desprezo." Se o pai e a mãe trabalham fora, eles não têm tempo para construir esse relacionamento. E eu estou me lembrando de outra razão. É quando os jovens começam a namorar cedo. Isso fica ligado com a puberdade. As estatísticas são assustadoras. Você precisa entender isso para saber o que está acontecendo com os nossos jovens e como falar do evangelho com eles. Em 1870, a puberdade, o alcance da consciência física e das mudanças do corpo e do sexo tornavam-se uma questão-chave aos 16 anos e meio. Em 1920, era aos 15. No ano passado, foi aos 12. Mas quando a puberdade, em 1870, era aos 16 e meio, o casamento era aos 18, apenas um ano e meio de diferença entre a puberdade e o casamento. Em 1920, quando a puberdade era aos 15, o casamento era aos 20. Agora, que a puberdade é aos 12, e algumas pessoas a colocam aos 11 anos e meio de idade, o casamento é, segundo as últimas estatísticas, aos 25 anos. Existe um vazio de 12 anos da puberdade ao casamento. A igreja não tem falado nesse vazio; e por não estarmos falando de uma maneira positiva, muitos jovens têm se tornado sexualmente envolvidos à medida que começam cada vez mais cedo a namorar. Em nossos estudos, podemos provar que se os jovens começam a namorar aos 12 anos de idade, 91 por cento se tornarão sexualmente envolvidos antes de terminar o primeiro grau. Se eles começam a namorar aos 13 anos, 56 por cento se tornarão sexualmente envolvidos até a formatura; mas quando acontece aos 15 anos de idade, cai para 41 por cento. Aos 16, menos de 20 por cento se tornarão sexualmente envolvidos antes do casamento.

Vandeman - Um adolescente lamentou: "Eu estive procurando razões para não ter sexo antes do casamento, mas não encontrei nenhuma." Ele devia ter falado com você, pois você encontrou 26 raões para não ter. Pode nos dizer algumas delas?

Josh - Primeiramente, George, acho que precisamos nos conscientizar de que nossos jovens não querem se envolver sexualmente. Posso provar isso estatisticamente. Em Atlanta, o sistema de ensino fez um estudo para saber o que o jovens até a 8ª série queriam em um program de educação sexual. Sessenta e sete por cento disseram que o que mais queriam era dizer "não" ao envolvimento físico e não obter a pílula e nem como fazer um aborto ou coisa desse tipo. Como dizer "não"! O hospital Grady Memorial fez um estudo com garotas adolescentes de 16 anos para baixo, e 90 por cento disseram que sua maior necessidade moral era como dizer "não" à pressão sexual. Em outro estudo com adolescentes de 15 a 17 anos, 63 por cento das garotas e 47 por cento dos rapazes disseram que haviam se tornado envolvidos sexualmente por terem sido pressionados contra sua própria vontade, e 24 por cento das garotas disseram que tinham se envolvido sexualmente porque não sabiam como dizer "não". Essa é a razão por que na igreja devemos equipar nossos pais para ajudarem seus jovens a dizerem "não". E uma razão positiva é a área da confiança. Queremos intimidade. Você quer intimidade, e eu também. Os telespectadores querem. Agora, o que é intimidade? Um jovem de 16 anos me escreveu: "Ser íntimo é a capacidade de ser real junto de outra pessoa." Não acha profundo para um jovem de 16 anos? Se há uma área em que queremos ser reais, é no amor, no casamento, na família e no sexo. Mas Deus diz: Eu quero proteger você da desconfiança e prover o fator mais poderoso para um casamento com amor e um relacionamento sexual pleno, com confiança. Deixe-me mostrar como o sexo antes do casamento ou fora dele pode destruir essa confiança, essa intimidade. Se houver desconfiança em um relacionamento de um caso pré ou extra-matrimonial, e isso geralmente acontece em vários graus, então você não pode ser vulnerável. Quem vai ser vulnerável a alguém em quem não se confia cem por cento? Se você não pode ser vulnerável, George, você não pode ser transparente. E se você não pode ser transparente, você não pode ser real.

Vandeman - É verdade

Josh - Agora, olhe para o lado positivo. Na época em que eu namorava, jamais pensei que vinte anos depois isso afetaria o meu casamento. Namorei uma jovem chamada Paula durante três anos e meio. Quase nos casamos. Mas aí percebemos que não tínhamos o tipo de amor sobre o qual se edifica um casamento. Gostávamos um do outro. Tivemos bons momentos divertidos juntos. Mas não se deve casar por causa disso. Você pode ter momentos divertidos com um chimpanzé, mas nem por isso você se casa com um. Assim, terminamos o namoro; e foi difícil. Eu chorei, porque pensei que estava deixando tudo o que eu sempre quis em uma mulher. Mas continuamos grandes amigos e ela é uma de minhas amigas mais queridas e respeitadas hoje. Vários anos depois, conheci Dotty, minha esposa. E Dotty conheceu Paula, e elas de imediato se tornaram amigas. Elas tinham alguma coisa em comum. Assim, minha esposa começou a passar bastante tempo com a mulher que eu havia namorado durante três anos e meio. Um dia, voltei para casa de uma viagem por volta das nove horas e Dotty não estava lá. Às onze horas ela chegou e eu perguntei: "Onde você esteve, querida?" Ela disse: "Eu fui tomar meu café da manhã com Paula e passamos o tempo todo conversando." Eu quis saber: "E vocês se divertiram?" Ela respondeu: "Nós nos divertimos muito." Ela se aproximou de mim, me abraçou e me olhou nos olhos. Você talvez já tenha passado por isto: a sua esposa olhar você nos olhos sem dizer nada e você saber que vem coisa por aí.

Vandeman - É verdade.

Josh - Sabe, enquanto me olhava, minha esposa deu um sorriso e disse: "Querido, estou feliz por você ter se comportado bem durante três anos e meio." Eu perguntei: "Como assim?" E ela respondeu: "Paula me confidenciou que houve ocasiões em que ela estava tão apaixonada por você, que teria feito qualquer coisa, mas você jamais se aproveitou disso." Que alívio! Então tentei lembrar quando foram essas ocasiões. Mas pode imaginar, George, o que isso significou para a minha esposa? "Posso confiar no meu marido". Jamais pensei que o meu namoro de vinte anos atrás poderia afetar o meu casamento no dia de hoje. Minha esposa confia em mim. De modo como o meu Deus, em I Tessalonissenses, diz: "Esta é a vontade de Deus, o mandamento de Deus que vocês se abstenham da imoralidade sexual porque Eu quero proteger vocês de suspeitas e desconfianças e prover para vocês aquele fator positivo de confiança em seu casamento futuro, em sua família e no relacionamento sexual."

Vandeman - Obrigado por esse testemunho. Mas, nos poucos instantes que nos resta, você pode falar sobre o aborto?

Josh - Eu creio que o aborto é, em muito, o resultado da mídia e de outras influências da nossa sociedade para nos livrar das conseqüências dos nossos atos. É a eliminação das conseqüências do comportamento sexual ilícito para a maioria. Mas você sabia que, este ano, um milhão e duzentas mil jovens ficarão grávidas? Dessas, cerca de 400 mil farão aborto e cerca de 175 mil se casarão. Mas o mais interessante, nessas que não abortarão, 94% ficarão com os seus bebês. Muitas vezes, nem todas, mas um incrível número de vezes elas ficarão com os seus bebês porque se envolveram sexualmente. "Eu queria se amada e eu queria amar." E de repente, surge um bebezinho que elas sentem que pode suprir aquela necessidade de ser amada e de dar amor.

Vandeman - Sim

Josh - Mas sabe, isso é utópico para um bebê. É impossível para uma criança devolver esse amor. Mas eu creio que bem mais adiante, quando a história olhar para trás, para o que tem acontecido com o aborto, com a morte de bebês em nossa terra, isso irá parecer uma atrocidade maior do que a que Hitler fez com os judeus nos campos de concentração.

Vandeman - Uma denúncia grave

Josh - Pode acreditar nisso.

Vandeman - Sem dúvida, é verdade

Josh - É sim. Estamos falando de vidas e não estamos ensinando aos jovens onde a vida começa e o que significa ter um bebê dentro de nós.

Vandeman - Obrigado, Josh, por suas convicções; por essa sua grande alma.

Josh - Agradeço por me deixar participar. Creio que isso vai ajudar os pais, os pastores e os que trabalham com os jovens a lidarem com essa questão.

Vandeman - Obrigado outra vez, e Deus o abençoe bastante. E agora eu gostaria de acrescentar só uma palavrinha. Talvez você esteja com medo de que sua vida esteja destruída para sempre por causa de seus erros, mas lembre-se que nosso Deus se alegra em salvar as ovelhas desgarradas. Ele tem um plano especial para a sua vida individual. Primeiro, Ele lhe oferece paz através do sangue de Cristo em substituição ao peso da culpa. Depois, Ele lhe dá forças para pôr a vida em ordem e colocar harmonia no lugar da confusão. Ele guiará você dia a dia em direção ao Céu, considerando-o perfeito por todo o caminho enquanto você mantiver o coração aberto para o Senhor Jesus Cristo.

 Você vem ao Salvador, vem a Jesus para ser salvo? E viverá fiel e obedientemente à vontade de Deus? Eu o convido a abrir o coração agora, enquanto oramos: "Meu Pai, todos nós, como ovelhas, nos desgarramos. Cada um de nós se voltou para seu caminho egoísta; mas o Senhor colocou sobre Jesus Cristo a iniqüidade de todos. E Jesus pagou o preço. Seu dom da salvação é nosso se pedirmos. Seu amor por nós é real. Torna real nosso compromisso. No nome Salvador de Jesus, nós pedimos. Amém."

 

 

 

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